TFG I _ O Edifício como Cidade - Câmara Municipal de Carapicuíba

GABRIEL AMARO LUIZ ORIENTADOR: PROF. ME. SÉRGIO L. SALLES SOUZA

O EDIFÍCIO COMO CIDADE

O EDIFÍCIO COMO CIDADE CÂMARA MUNICIPAL DE CARAPICUÍBA

GABRIEL AMARO LUIZ

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS BUTANTÃ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO I

ORIENTADOR: PROF. ME. SÉRGIO L. SALLES SOUZA SÃO PAULO JUNHO DE 2021

Capa: Imagem eleborada pelo autor.

04

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pelas constantes oportunidades oferecidas a mim.

A minha família, por seu infinito apoio e compreensão, em especial a meu pai, Fabiano Gomes Luiz (in memorian), minha maior base moral.

A Daliléia, pelo companherismo e paciência.

As amigas de caminhada acadêmica e de vida, Giulia Melo e Thalita Vellardo.

A Luzia Melo, pelo carinho e consideração.

Ao corpo docente da USJT, e a todos professores que permearam meu trajeto acadêmico com grandes ensinamentos, em especial, ao orientador Prof. Sérgio Salles pela atenção e direção neste trabalho e ao longo do curso.

“Um local somente se torna um lugar quando o apropriamos culturalmente”.

Martin Heidegger

E a Isabella Nalon e Camila Paschoal, pelo grande suporte.

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SUMÁRIO

ANÁLISE ENVOLTÓRIA

40

RECORTE 44 INTRODUÇÃO

OBJETO

PROBLEMÁTICA 08

CÂMARA MUNICIPAL

OBJETIVO 08

PROGRAMA 50

JUSTIFICATIVA 08

REPRESENTAÇÃO PROJETUAL

52

METODOLOGIA 09

PREMISSAS DE IMPLANTAÇÃO

53

LEGISLAÇÕES 54

POLÍTICA

06

HUMANO - SER POLÍTICO

10

PERTENCIMENTO E EDUCAÇÃO

11

PODER LEGISLATIVO E SEU ESPAÇO

12

O ESPAÇO PÚBLICO E O EDIFÍCIO-PRAÇA O “VAZIO” NA CIDADE

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O “VAZIO” NO EDIFÍCIO

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ESTUDOS DE CASO CRITÉRIOS 26 FÓRUM DE ARARAS

27

SEDE DA AEAS

30

CÂMARA MUNICIPAL DE PEDRO AGUIRRE CERDA

33

CONTEXTO CARAPICUÍBA 36 SEDE ANTIGA E ATUAL DA CÂMARA

46

38

HISTÓRICO DE VOLUMETRIAS

55

PROPOSTA PRELIMINAR

56

LISTA DE IMAGENS

68

REFERÊNCIAS

72

07

INTRODUÇÃO

08

Problemática

Objetivo

Metodologia

A nossa sociedade é marcada pelas manifestações populares que geram constantes movimentações coletivas na cidade, desde greves de categorias até mobilizações nacionais. São essas manifestações que garantem a pressão popular sobre o governo, apresentando concordância ou não diante de alguma pauta ou governança.

Nossa história mostra o quão fundamental para a democracia são esses movimentos. A ditadura militar no Brasil, por exemplo, só pôde ser destituída após as greves gerais e movimentos populares A participação política, então, torna-se um elemento necessário para o bom funcionamento da democracia, e através da “alfabetização política” combate-se a alienação.

Desta forma, os plenários das Câmaras Municipais devem buscar e preservar o caráter cívico que o Órgão Legislativo deve possuir, e ser um espaço acessível à população.

O presente trabalho busca relacionar e contextualizar a política e o sentimento de pertencimento como itens essenciais ao exercício da cidadania. Apresentar o papel da praça como protagonista da vida comunitária urbana, e a importância da efetiva comunicação entre o espaço construído e o não-construído, trazendo à luz o conceito de edifício-praça, com o interesse de apresentar o edifício como cidade.

A constituição do tema abordado nasceu de dois desejos: desempenhar o trabalho em um local intimamente ligado ao cotidiano e propor algum elemento que permita o convívio coletivo, com manifestações políticas e culturais.

Desta forma, o local de domicílio, Carapicuíba, foi a região escolhida para propor alguma intervenção, observando a realidade como cidade-dormitório e carências públicas enfrentadas por sua população.

A questão política é o segundo desejo, pois sempre esteve presente na vida acadêmica, ecoando sua importância perante à sociedade em todos os âmbitos, principalmente na Arquitetura e Urbanismo.

Alinhando os dois desejos foi constatado que os equipamentos municipais são corriqueiramente instalados em ambientes adaptados, sem projeto prévio ou congestionando outras instalações já consolidadas, e o traçado urbano, fruto de loteamentos e assentamentos irregulares, não proporciona espaços livres como respiro à vida comunitária.

A proposta então foi selecionar algum equipamento ou órgão público e uni-lo a um local de coagulação urbana. Como o principal órgão de manifestação política dentro da cidade é a Câmara Municipal, e a sede do Poder Legislativo em Carapicuíba não possui dependências próprias, decidiu-se propor uma

Justificativa Assim como qualquer projeto implantado na cidade, o prédio legislativo deve comunicar-se com a urbe, oferecendo espaços públicos qualificados e abrigar outros equipamentos públicos que permitam a integração da sociedade. A Câmara, além de órgão, é um equipamento, e como tal, está a serviço do município.

A maioria dos órgãos legislativos municipais estão instalados em áreas sem projeto específico, locais adaptados e até precários, não correspondendo com as necessidades do equipamento. Um ambiente físico adequado auxilia as atividades parlamentares e a participação ativa da população.

nova sede observando os conceitos e ideologias para constituição de espaços mais democráticos.

O município não possui base de dados acessível, tanto legal quanto geográfico, como o sistema Geosampa de São Paulo, deste modo, foi necessário trabalho em conjunto com outros colegas que também estão propondo objetos na região, para constituição de uma base topográfica confiável (disponibilizada por servidores conhecidos) e levantamento do entorno direto ao local de intervenção, extraindo informações de imagens de satélite com auxílio de ferramenta CAD e Sketchup.

Após o levantamento, iniciou-se a fase de diagnóstico e recorte do local, através de croquis sobre mapas retirados do Google Earth e da base CAD produzida coletivamente. Devido ao agravamento da Pandemia do Covid-19, a visita ao prédio da Câmara não foi possível, e ao entorno reduzida, recorrendo à ferramenta Google Street View para retirar perspectivas e imagens pertinentes ao trabalho.

O embasamento teórico foi norteado pelo entendimento da política como ferramenta de organização coletiva, e o papel da arquitetura na relação entre espaço construído e espaço urbano na produção de uma cidade vivaz.

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POLÍTICA Humano - Ser político

Pertencimento e Educação Segundo Mariconi, pertencimento é quando o indivíduo se sente pertencente a um local ou comunidade (MARICONI, 2014, p. 14). Este sentimento alimenta o interesse indivi-

O Ser humano é uma criatura social que necessita viver em grupo para que suas ne-

dual no coletivo, pois o pertencimento faz com que o cidadão envolva-se mais efetivamente

cessidades sejam atendidas, como uma rede de benefícios. Porém a vida em sociedade exige

nas atividades e discussões políticas de sua região. A apropriação dos espaços públicos e a

organização, ou seja, é crucial que haja um sistema que imponha a vontade comunitária sobre

vivência coletiva também são alimentadas por tal sentimento.

a particular, garantindo o bem coletivo.

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A influência de outras culturas, principalmente americana e europeia, impedem a

A política é uma ferramenta utilizada para gerir as questões sociais e comunitárias,

apropriação cultural. Desde os primórdios o Brasil é tido como “colônia”, um ambiente passa-

para que o âmbito individual não sobreponha o coletivo, “(...) (a política) foi inventada pelos

geiro para quem vem em busca de riqueza, assim, a indiferença e o individualismo são marcas

humanos como o modo pelo qual pudessem expressar suas diferenças e conflitos sem trans-

constantes em nossa população.

formá-los em guerra total, em uso da força e extermínio recíproco” (CHAUI, 2000, p. 478). Os gregos trouxeram um sistema onde o direito divino de poder torna-se um paradigma ultrapassado, criando o que chamamos hoje de Estado Laico, onde as leis e os códigos de conduta individual e coletivo não se baseiam num discurso ou doutrina religiosa.

Segundo Chaui, a política grega trouxe aos cidadãos Isonomia (igualdade a todos perante a lei) e Isegoria (o direito de expressar e discutir em público suas opiniões) dentro da Polis (CHAUI, 2000, p. 479). Assim como um motor que necessita que todas as engrenagens estejam funcionando para seu sucesso funcional, a política necessita que todas as partes atuem, governo e população, o primeiro assegurando o bem-estar coletivo e o segundo fiscalizando o primeiro.

Os romanos seguiram os ideais políticos gregos aplicando-os numa sociedade maior e mais complexa, o que antes era praticado numa cidade-estado, passou a gerir um império.

A educação possui papel muito importante para a cidadania, um povo instruído é um povo politizado.

Educar é um ato que visa a convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política. A educação escolar, além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para o exercício da cidadania. (SÁ, 2015, p. 82)

O enfraquecimento da educação tão pouco contribui para a participação política. Por isso que para Paulo Freire a educação é libertadora. (...) a educação é compreendida como instrumento a serviço da democratização, contribuindo pelas vivências comunitárias dos grupos sociais, no diálogo, para formar pessoas participantes. (SCHRAM e CARVALHO, 2015, p. 4)

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Deste modo, é conveniente para um Governo tendencioso ou para um grupo privile-

são “(...) o coração da invenção política” (CHAUI, 2000, p. 485).

giado que a população não participe ou opine, pois suas práticas ilícitas tornam-se mais sutis.

Desta forma a instrução acerca dos direitos e deveres dos cidadãos é uma forte aliada da democracia e de seus mecanismos.

Poder Legislativo e seu espaço O Estado é dividido em três poderes: Legislativo (tem a missão de criar as leis), Judiciário (quem aplica as leis e julga segundo as mesmas) e Executivo (quem administra). Além dos três poderes, o Estado é subdividido em três instâncias federativas: Federal, Estadual e Municipal.

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O poder Legislativo é formado por um parlamento, grupo de representantes eleitos

IMAGEM 01: Plenário da Câmara Federal e o mezanino destinado para a população. Autor: Marcos Oliveira.

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pelo povo que tem a missão de discutir e debater entre si visando o bem comum, aperfeiçoando as leis ou revogando-as. Na instância municipal este poder é representado pela Câmara Municipal. Os vereadores, além de seu papel parlamentar, também devem fiscalizar a prefeitura e suas secretarias, de forma a garantir o bem-estar coletivo.

As instituições democráticas, no caso a Câmara, devem garantir políticas que possibilitem a expressão popular, não sendo uma ideia abstrata e conceitual, mas sim concreta e prática. Deste modo, é imprescindível que espaços físicos possam comportar e oferecer abertura para manifestação e participação popular através de um auditório ou mezanino (vide imagens 01 e 02), pois segundo Chaui: “(...) a existência do espaço público de discussão, deliberação e decisão significa que a sociedade está aberta aos acontecimentos (...)” e a ágora e estoas (vide imagens 03 e 04) e o senado romano, hoje representados pelas câmaras e plenários,

IMAGEM 02: Servidores municipais em plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Autor: Divulgação CMBH.

IMAGEM 03: Reconstituição da Ágora de Atenas. Autor: desconhecido.

A arquitetura é um fator preponderante nas casas legislativas, os formatos e disposições dos assentos ditam o limiar das discussões e processos quotidianos.

O escritório de arquitetura holandês XML analisou os parlamentos dos 193 países membros da Nações Unidas, demonstrando na obra Parliament, publicada em 2016, cinco tipoIMAGEM 04: Estoa de Átalo. Autor: Joana Lima.

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logias levantadas: Semicírculo, ferradura, ban-

IMAGEM 06: Parlamento Russo. Autor: Maksim Blino.

cos opostos, círculo e sala de aula.

O parlamento é o espaço onde a política toma forma. Aqui, decisões coletivas são feitas num cenário específico, onde as relações entre os atores políticos são organizadas pela arquitetura. A arquitetura dos espaços políticos não é apenas uma expressão da cultura política, mas é também responsável por moldar essa cultura. (Introdução do livro Parliament. XML, 2016)

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No sistema sala de aula (vide imagem 05 e 06), os arquitetos apontam que este desenho é característico de governos autoritários, pois a tribuna à frente dos assentos está num nível superior, demonstrando hierarquia. Já o parlamento de bancos opostos, como o Inglês (vide imagens 07 e 08), proporciona melhor debate e menos hierarquização entre os parlamentares, pois todos estão no mesmo nível. O plenário inglês possui menos cadeiras proposiIMAGEM 05: Planta do Parlamento Russo, sistema sala de aula. Autor: XLM.

talmente para impulsar o debate (apud MONTESANTI, 2016).

IMAGEM 07: Planta do Parlamento Britânico, em sistema bancos-opostos. Autor: XLM.

IMAGEM 08: Parlamento Britânico. Autor: desconhecido.

O ESPAÇO PÚBLICO E O EDIFÍCIO-PRAÇA

A urbe tornou-se sistematizada, dividida e classificada em porções de acordo

O “vazio” na cidade

com usos, esta racionalização é apresentada na Carta de Atenas, de Le Corbusier, em

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Desde os primórdios, os ajuntamentos humanos foram pensados de acordo com a es-

1931. Com efeito, algumas áreas das cidades

cala pedonal. A vida social era mais dinâmica, pois as praças centrais (vide imagens 09 e 10)

zoneadas seguindo os preceitos modernistas

(como a ágora grega - imagem 03) recebiam as elementais dinâmicas citadinas, porém com

tornavam-se desérticas em determinados pe-

o advento das máquinas e automóveis, cederam seus espaços aos mesmos, uma vez que

ríodos do dia, já que a massa de indivíduos

estes passaram a ter protagonismo. Com a racionalização do solo urbano defendido pelo mo-

deslocavam-se ao mesmo tempo e destino,

dernismo, a cidade foi transformada em máquina, priorizando a funcionalidade. “Por décadas,

gerando grandes tráfegos (vide imagem 11),

a dimensão urbana tem sido um tópico do planejamento urbano esquecido e tratado a esmo,

pois a escala da cidade não era simpática ao

enquanto várias outras questões ganham mais força, como a acomodação do vertiginoso au-

pedestre, mas refém dos automóveis. “(...) as

mento do tráfego de automóveis” (GEHL, 2013, p. 03).

ideologias dominantes de planejamento - em especial, o modernismo - deram baixa priori-

IMAGEM 11: Congestionamento no eixo monumental em Brasília. A cidade foi projetada por Lucio Costa seguindo os ideais modernistas. Autor: Agência Brasil.

dade ao espaço público, às áreas de pedestres e ao papel do espaço urbano como local de encontro dos moradores da cidade” (GEHL, 2013, p. 03).

Giroto ao analisar as obras de Fábio Penteado, também pontua o efeito moderno no solo urbano em relação aos espaços públicos: O caos urbano, a velocidade dos automóveis e a vida acelerada das metrópoles modernas, aliados à inseguridade das ruas, criaram um novo ambiente urbano pouco favorável à vida comunitária nos espaços públicos, com o surgimento de lugares que se abrem mais para si mesmos e menos para a cidade.

Ademais, o desequilíbrio entre os “incluídos” e os “excluídos” do sistema se reflete na constituição espacial urbana, onde a existência de espaços públicos é escassa, seu uso tímido e inadequado, e por isso mesmo, em muitas ocasiões, marginal. (GIROTO, 2009, p. 03) IMAGEM 09: Vazio em meio a cidade. Plaza Mayor, Madri, Espanha. Fonte: Google Earth.

IMAGEM 10: Respiro social. Plaza Mayor, Madri ao fim da tarde. Autor: Sebastián Dubiel.

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Jan Gehl em sua obra Cidade para pessoas, defende o protagonismo do pedestre na cidade, desde a escala, atividades e percursos, até a segurança, pois: “A tradicional função do espaço da cidade como local de encontro e Fórum Social para moradores foi reduzida, ameaçada ou progressivamente descartada” (GEHL, 2013, p. 03). Deste modo, os vazios em meio

ços públicos atrativos e uma variedade de funções urbanas. Esses elementos aumentam a atividade e o sentimento de segurança dentro e em volta dos espaços urbanos. Há mais olhos nas ruas e um incentivo maior para acompanhar os acontecimentos da cidade, a partir das habitações e edifícios do Entorno.

(GEHL, 2013, p. 03)

a cidade funcionam como um respiro a vida social. Cidades que possuem poucos espaços

A segurança é um fator preponde-

públicos e generosidade com os modais automotores, oferecem não só pouca qualidade de

rante nas discussões urbanísticas, que aca-

vida, mas também insegurança aos seus cidadãos.

ba interferindo em preceitos e paradigmas

Como o corpo humano, que necessita de circulação sanguínea para garantir oxigenação dos tecidos e células, a cidade requer circulação de pessoas para alimentar suas dinâmicas e segurança. Deste modo, os percursos são elementos estruturantes para uma cidade mais simpática, pois garantem a permeabilidade urbana e ativação do solo.

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Uma cidade já consolidada como São Paulo, por exemplo, deve buscar artifícios para garantir o vigor social, pois quadras muito extensas e vias estreitas dificultam a vivacidade urbana. Assim, as transposições e as fruições públicas (vide imagem 12) para os transeuntes são uma das saídas apresentadas no Plano Diretor Estratégico de 2014 de IMAGEM 12: Diagrama explicativo sobre fruição pública.

Fonte: PDE de São Paulo.

São Paulo, com a intenção de criar uma rede mais efetiva de circulação.

(...) uma cidade que convida as pessoas a caminharem, por definição, deve ter uma estrutura razoavelmente que permita a curtas distâncias a pé, espa-

capitalistas de proteção às propriedades, privadas ou públicas, que restringem acesso e circulação em períodos noturnos a alguns espaços, como os parques na cidade de São Paulo, por exemplo (vide imagem 13). Este

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efeito gera uma cidade mais fria, uma cidade de muros, segregada e insegura, visto que as grades não só aprisionam os equipamentos, mas também a vida social urbana. Para isso Gehl traz a seguinte solução:

IMAGEM 13: Gradeamento Parque Buenos Aires na rua Alagoas, São Paulo. Fonte: Google Earth.

Se reforçarmos a vida na cidade de modo que mais pessoas caminhem e passem um tempo nos espaços comuns, em quase todas as situações, haverá aumento da segurança, tanto da real quanto da percebida. A presença de “outros” indica que um lugar é considerado bom e seguro. Há “olhos nas ruas” e frequentemente, também “olhos sobre as ruas”, porque seguir e acompanhar o que acontece nas ruas acabou tornando algo significativo e interessante para usuários dos edifícios do Entorno. (...) uma cidade viva se torna uma cidade valorizada e, assim, uma cidade também mais segura. (GEHL, 2013, p. 99)

A ideia de fachadas ativas e térreos comerciais são elementos que auxiliam na dina-

simbólico e artístico. É a praça o elemento básico da energia e criatividade de desenho urbano e de arquitectura. A praça é também cenário, espaço embelezado, manifestação de vontade política e de prestígio. (apud RODRIGUES, 2017, p. 69)2

micidade da urbe. Em 2003, o Centro de Pesquisa do Espaço Público da Escola de Arquitetura, da Academia Real Dinamarquesa de Belas Artes, realizou um estudo da conexão entre a vida urbana e as fachadas ativas. O estudo foi feito relacionando térreos comerciais com tér-

Marques e Cotrim também definem a

reos fechados na cidade de Copenhage, após as análises, chegou-se a conclusão que o nível

praça da seguinte forma: “(..) na cultura ar-

de atividade em frente a uma fachada ativa é sete vezes maior que em frente a uma fachada

quitetônica, ele (o termo ‘praça’) é logo asso-

passiva (GEHL, 2006, p. 37-39).

ciado à ágora grega. Assim, a noção de praça

Portanto, o tratamento com os espaços públicos deve ser delicado e priorizado, pois: “O direito e a necessidade ao ócio que tem todo ser humano se converte assim, além de um desafogo cotidiano, em um importante vínculo entre os laços comunitários dos habitantes e as grandes cidades” (GIROTO, 2009, p. 06).

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sugere o lugar de encontro, o coração do espaço público por excelência. Local que acolhe, reúne (...)” (MARQUES; COTRIM, 2014, p. 04).

O conceito edifício-praça nasceu no

O “vazio” no edifício O espaço público é o cenário da vida comunitária dentro da cidade, é nele que as dinâmicas urbanas acontecem, entretanto, segundo Gomes: “Espaço público não é aquilo que não é privado, nem apenas se define pelo acesso livre, é o local da prática da cidadania, de onde se origina um fato político (...)” (apud POGGIALI, 2019, p. 361)1.

Dentre os elementos que constituem esses espaços a praça possui protagonismo,

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final da década de 1960 nos Estados Unidos, após críticas ao modernismo, como cita Marques e Cotrim:

IMAGEM 14: Manifestações “Diretas Já” na Praça da Sé, São Paulo. Autor: Desconhecido.

Nos Estados Unidos, a proposta modernista tradicional de oferta de grandes espaços inespecíficos, começou a ser implantada principalmente a partir do urban renewal, ao final dos anos 1950 e foi criticada duramente por Jacobs, em grande parte, por conta da ociosidade e insegurança. Foi na esteira desta crítica que, nos anos 1960, neste país, o tema do espaço público urbano vem à tona. Dentro deste, surge a proposta do edifício–praça. (LEFAIVRE; DIAMOND;TZONIS apud MARQUES; COTRIM, 2014, p. 05)3

pois segundo Lamas: A praça adquire valor funcional e político-social, e também o máximo valor

2 LAMAS, José Manuel Ressano Garcia. Morfologia urbana e desenho da cidade. 6a ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000, p. 176.

1 GOMES, Paulo César da Costa. A condição urbana: ensaios de geopolítica da cidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

3 LEFAIVRE, L.; DIAMOND, R.; TZONIS, A. Architecture in North America since 1960. London: Thames and Hudson and Boston. 1995.

As fachadas dos edifícios passaram a ter menos contato com a rua, em razão das concessões das municipalidades para a maior verticalização dos edifícios. Na busca de menores ocupações e menor adensamento do solo urbano, o intuito das prefeituras era

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IMAGEM 15: Maquetes comparativas de volume entre edificios com mesma área construída, porém diferentes ocupações. Museu da Cidade de Nova York, Nova York.

Autor: Gisela Santana, 2017.

IMAGEM 16: Diagrama de separação dos usos. Corte-croqui do MUBE. Autor: diagrama do próprio autor e croqui-base de Paulo Mendes da Rocha.

de permitir maior respiro entre as edificações,

No primeiro, o edifício cede sua cobertura para um espaço público, uma praça coberta

entretanto, esta ação trouxe maior alienação

ou descoberta. Estas edificações possuem um perfil mais horizontal e desenvolvem-se abaixo

dos edifícios em relação à urbe, os mesmos

do nível do solo urbano. Elas propõem uma solução volumétrica programática, separando o

tornaram-se “fortalezas isoladas no lote”.

uso “externo” do uso “interno” por sobreposição (vide imagem 16). Um dos exemplos mais

Este efeito causou uma cidade mais fria e

emblemáticos da arquitetura brasileira é o MUBE - Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia

insegura, com muros e grades, contrastando

do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, nos Jardins, cidade de São Paulo. O equipamento está

mais veemente o que era público do que era

localizado em um dos bairros mais elitistas da capital paulista (cruzamento da Av. Europa com

privado (vide imagem 15).

a Rua Alemanha), seu entorno direto é estritamente residencial, de baixo coeficiente de apro-

O conceito de edifício-praça busca uma transição sutil entre o público e o privado.

Tal sutileza permite uma cidade mais dinâmica, com espaços de uso público dentro dos lotes e edificações, enriquecendo a cidade com mais ambientes coletivos, principalmente para as áreas com o solo mais adensado. Deste modo, o edifício-praça faz a união do espaço público (cenário da vida comunitária) e o edifício (espaço construído, de caráter: privativo, administrativo ou corporativo), outorgando, assim, circulações e permanências públicas em seus domínios.

Marques e Cotrim (2014) ao analisarem esta tipologia de edifício, apresentam duas variedades: o edifício como base de uma praça e a ideia do átrio como espaço coletivo.

veitamento. Foi proposto um museu para o local, devido a pressão dos moradores vizinhos ao terreno, que possuíam receio do que poderia ser implantado no local, como cita Marques e Cotrim: “O museu foi a saída ‘nobre’ encontrada pelos moradores para que ali não fosse construído um Shopping Center, que supostamente interferiria na tranquilidade, à tão duras penas mantida, característica do local” (MARQUES; COTRIM, 2014, p. 17). O arquiteto, então, propôs uma construção que não interferisse visualmente ao local, concedendo ao mesmo tempo a possibilidade de apropriação pública com uma nova praça.

Na segunda variedade de edifício-praça, o átrio é o elemento chave dessa dinâmica. Átrio pode ser entendido como um bolsão presente na volumetria edifilia, situado em frente

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(como uma grande recepção) ou no centro da

oferecida por este bolsão (vide imagem 20)

construção (quando desempenha papel de

confunde o visitante quanto ao seu caráter,

distribuição de circulação, ventilação e ilumi-

que dificilmente conseguirá distinguir o que é

nação natural. Sua origem remete aos roma-

público e o que é privado. Além de confundir,

nos, segundo Marques e Cotrim: “o átrio é um

este ambiente traz harmonização, um respiro

espaço central doméstico, a sala principal si-

aos usuários do edifício.

tuada logo em seguida à entrada da casa, no mundo romano” (MARQUES; COTRIM, 2014, p. 12).

Assim, o espírito do edifício-praça, o convoca“(...) a sair dos limites de mero objeto dentro do lote, para servir de elemento de

Para Vitale, o átrio na edificação,

IMAGEM 18: Pavimento térreo do edifício da Fundação Ford, 1963-1968, NY, Kevin Roche e Dinkeloo. Autor: Lefaivre, Diamond e Tzonis (1995).

“costura” da morfologia urbana” (MARQUES; COTRIM, 2014, p. 19).

compreendido pela autora como “pavilhão”: “Trata-se de uma tentação recorrente da ar-

24 IMAGEM 17: Sede da Fundação Ford em Nova York.

Autor: Desconhecido.

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quitetura moderna: aquela de um edifício que se faz cidade e que da cidade quer incluir as

relações e a complexidade de funcionamento e de espaços” (VITALE, 2011). E acrescenta: (...) é a escolha pela qual o espaço público se coagula e se reconstitui em um interior, encontrando ali novas possibilidades de representação – um interior que não é apenas elemento de organização material e distributiva, mas tema figurativo e elemento de forte reconhecimento. (VITALE, 2011)

Um exemplo para esta segunda variedade é a obra de Kevin Roche, estudada por Marques e Cotrim: a Fundação Ford (1968), em Nova Iorque (vide imagem 17). O edifício possui um grande átrio que nasce de uma praça arborizada no térreo, que percorre todos os pavimentos, obrigando-os a assumirem formato de “L” (vide imagens 18 e 19). A ambiência

IMAGEM 19: Corte do edifício da Fundação Ford, 19631968, NY, Kevin Roche e Dinkeloo. Autor: Lefaivre, Diamond e Tzonis (1995)

IMAGEM 20: Átrio da Sede da Fundação Ford em Nova York. Autor: Desconhecido.

ESTUDOS DE CASO Critérios Os projetos referenciais foram elencados visando a construção conceitual do objeto a ser projetado, desta forma, foram definidos três conceitos: Projetual, Estrutural e Programático. Os estudos, em cada caso, foram direcionados no conceito pretendido.

O conceito PROJETUAL busca a metáfora para o objeto a ser projetado, o conceito-chave do mesmo. O elemento estudado é o Fórum de Araras, do arquiteto Fábio Penteado, uma vez que o partido projetual é a inserção do edifício público numa área pública, uma praça, tornando o equipamento permeável à comunidade, assim, o foco analítico está: na relação entre espaço interno e externo e a

Autor: Fabio M. Penteado Ano: 1959 Local: Araras - SP Área Construída: 1700,00m² Elementos a destacar: - Térreo do edifício como praça; - A relação espaço público X espaço interno, gerando um edifício público mais convidativo ao cidadão; - O caráter cívico do equipamento e a oportunidade de proporcionar mais um espaço público a cidade.

influência na volumetria que esta relação traz; e na ideologia desejada por Fábio.

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O conceito ESTRUTURAL consiste na racionalização do sistema estrutural, e o tratamento do mesmo como parte constituinte do projeto, através da modulação e linguagem arquitetônica. O objeto de estudo é a Nova Sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba, do Estú-

| Conceito Projetual |

FÓRUM DE ARARAS

IMAGEM 21: Perspectiva do Fórum de Araras. Autor: Fabio Penteado.

O projeto fez parte do Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (1959-1963), que nas palavras do arquiteto: “(...) foi fundamental para o desenvolvimento e consolidação da

dio Módulo. A escolha deste projeto relaciona-se à solução estrutural escolhida pelos autores, onde a

arquitetura moderna paulista” (PENTEADO apud GIROTO, 2013, p. 241)1. O plano ofereceu,

intenção era garantir um térreo livre e limpo, para inserção de um espaço público, desta forma, foi ne-

em todo o estado de São Paulo, novos edifícios públicos, entre hospitais, escolas e fóruns de

cessária uma solução que vencesse grandes vãos. Os autores também alinharam a solução estrutural

justiça.

numa linguagem industrial, devido aos perfis metálicos.

O conceito PROGRAMÁTICO procura examinar a disposição dos ambientes que compõem o programa da câmara municipal, relação com o entorno e a racionalização da planta. Para isso foi necessário estudar um edifício público, preferencialmente uma câmara municipal, deste modo, o projeto investigado foi a Câmara Municipal de Pedro Aguirre Cerda, no Chile, do escritório GMM Arquitectos.

A escolha deu-se pela proposição do edifício circundar uma praça no miolo da quadra, a relação da

O projeto, assim como as demais obras de Penteado, busca uma integração social e vocação para centralidade cívica. Segundo Giroto: (...) além de criar espaços estimulantes à sociabilidade e à convivência, a espontaneidade arquitetônica procura criar condições de acesso à cidadania, de forma que esta possa se afirmar através das personalidades individuais solidamente construídas. (GIROTO, 2013, p. 241)

edificação com o espaço público e a volumetria proposta para o plenário.

1 GIROTO, Ivo Renato. Entrevista de Fábio Penteado a Ivo Renato Giroto. São Paulo: 2008.

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IMAGEM 22: Planta pavimento térreo do Fórum de Araras. Em verde praça, azul espelho d’água e vermelho as dependências do térreo. Autor: Fabio Penteado.

Defendendo o caráter cívico, o edifí-

No térreo, as dependências

cio permite a entrada e apropriação total dos

do edifício são de acesso público

cidadãos em seu térreo. A quadra onde o ele-

(volumes laranja e amarelo - imagem

mento está implantado foi proposta para ser

24), para atendimento à comunidade

Pavimento reservado,

uma grande praça (área verde - imagem 22).

e acompanhamento dos julgamen-

sem acesso público

Como dito antes, a praça é o espaço

tos, quando estes são abertos. Os

de “coagulação urbana”, onde a vida comuni-

ambientes reservados são dispostos

tária acontece. O fórum de Penteado então

no andar superior (volume vermelho

se apropria desta dinâmica para aproximar

- imagem 24), e o acesso se dá por

a população ao quotidiano do equipamento,

uma escada helicoidal no volume ci-

permeando com o espaço público no térreo

líndrico (vide imagem 24).

do edifício.

A função da arquitetura nesse contexto seria a de dirimir a atomização e estimular a convivência entre os habitantes da cidade, papel esse que somente pode frutificar num espaço público generoso, multifuncional, acolhedor e significativo, tal como em uma grande praça pública. (GIROTO, 2009, p. 07)

Cobertura

Júri

Espelho d’água Atendimento ao público IMAGEM 24: Programa do fórum. Diagrama elaborado pelo autor.

O vazio do espaço público permeia os dois pavimentos do projeto (volume vermelho - imagem 25; e imagem 26) e proporciona uma praça coberta e ampla, funcionando como saguão de recepção.

Penteado teve por missão descontinuar o paradigma austero dos fóruns comumente implantados, opressores ao cidadão.

“Sua proposta nasce, dessa maneira, no alumbramento de “anti-exemplos” conformadores do panorama urbano” (GIROTO, 2009, IMAGEM 23: Perspectiva isométrica do fórum. Imagem elaborada pelo autor.

p. 07).

IMAGEM 25: Vazio público. Diagrama elaborado pelo autor.

IMAGEM 26: Perspectiva da praça coberta do Fórum de Araras, com o volume revestido de azulejos de Mário Gruber (detalhe). Autor: PENTEADO, 1998.

29

mesmo sem a finalização do auditório e da torre (...).

(Estúdio Módulo)

| Conceito Estrutural |

SEDE DA AEAS

Autor: Estúdio Módulo Ano: 2019 Local: Sorocaba - SP Área Construída: 3500,00m²

No memorial apresentado ao concurso, os autores destacam que: A Nova Sede (...) busca traduzir através do partido arquitetônico a missão da instituição de desenvolver e difundir conhecimento científico. (Estúdio Módulo)

Elementos a destacar:

IMAGEM 27: Fachada frontal da sede. Autor: Estúdio Módulo.

- O sistema estrutural: a modulação proposta, a independência da estrutura e o proporcionamento de empenas mais limpas; - A filtragem de fachada com material permeável e translúcido, garantido proteção térmica com iluminação e ventilação natural; - A linguagem arquitetônica industrial.

O concurso para a nova sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba, aberto em 2019, teve como primeiro colocado a proposta do Estúdio Módulo.

30

O projeto divide-se em três blocos (vide Imagem 28): |1| Edifício da Sede e sua base, |2| Auditório |3| Torre para implantação em fases futuras. Imaginando diferentes fases de construção, os autores colocaram a frente, o edifício sede, paralelamente a avenida, emoldurando o alinhamento, pois:

IMAGEM 28: Volumetria geral da sede. Imagem elaborada pelo autor.

(...) a via pública sempre terá a percepção da condição plena do complexo,

Assim, o volume da sede foi elevado, propondo uma planta livre no nível do passeio

IMAGEM 29: Praça sobre a base do projeto. Imagem elaborada pelo autor.

público (vide imagem 29), para abrigar uma praça, em meio a espelhos d’águas, sobre a base do complexo (volume vermelho - imagem 30), onde uma explanada distribui a circulação horizontal (seta vermelha - imagem 30).

O sistema estrutural escolhido foi misto: o embasamento é todo em concreto enquanto a lâmina horizontal da sede estrutura-se por elementos metálicos (vide imagem 31).

IMAGEM 30: Planta pavimento térreo da sede. Autor: Estúdio Módulo.

31

Edifício da sede em estrutura metálica

A estrutura metálica permite peças delgadas para vencer grandes distâncias, possibilitando empenas limpas e vãos am-

Brises verticais para filtragem da luz nas laterias.

plos, além de proporcionar uma construção Base e pilares em concreto

mais rápida e eficiente.

A lâmina desenvolve-se em treliças, apoiadas em quatro pilares de concreto. No

Filtragem da luz por tecido tipo PVC

IMAGEM 31: Diagrama estrutural. Imagem elaborada pelo autor.

32

eixo X, paralelo a avenida (vide imagem 32), os pontos de apoio estão a 32 m de distância.

As treliças são divididas em 12 módulos de

Autor: GMM Arquitectos Ano: 2018 Local: Pedro Aguirre Cerda - Chile Área Construída: 12000,00m² Elementos a destacar: - A volumetria do plenario quanto: materialidade e relação como mirante; - A disponibilização de novos espaços públicos, visando a interação comunitária e expressão cultural; - A relação: espaço interno X externo, com empenas translúcidas, “como olhos da rua”; - Coexistência dos espaços legislativos e comunitários.

IMAGEM 34: Visão externa do plenário. Autor: Aryeh Kornfeld.

eixo Y, perpendicular à avenida (vide imagem

O projeto da nova Câmara de Pedro Aguirre está em uma das regiões mais pobres

33), o vão entre os pilares é de 11 m, venci-

de Santiago, Chile. Segundo o diagnóstico dos arquitetos, a falta de espaços públicos é uma

dos por vigas metálicas vagonadas.

das carências do local, como comentam ao

tes (3,55 m) e dos banzos inferiores e superiores (4 m), as diagonais possuem aproximadamente 41,6° de inclinação, dentro do recomendado: 30 a 60°, segundo Yopanan (REBELLO, 2000, p. 104).

IMAGEM 33: Seção estrutural perpendicular à via pública. Imagem elaborada pelo autor.

| Conceito Programático |

4 m. As peças metálicas são em perfil “I”. No

Analisando o tamanho do montanIMAGEM 32: Seção estrutural paralela à via pública.

Imagem elaborada pelo autor.

CÂMARA MUNICIPAL DE PEDRO AGUIRRE CERDA

apresentar o trabalho: Ao analisarmos o local, descobrimos que a privação dos espaços públicos e as más condições da infraestrutura eram fatores-chave para a insegurança na vizinhança, levando à falta de coesão social e, portanto, a uma relação menos fluida entre o governo local e a comunidade. (GMM Arquitectos)

Praça interna

Edifício

IMAGEM 35: Volumetria geral da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

33

E ainda acrescentam:

atendimento à população, como o cartório;

Acreditamos que unir as pessoas através do valor da arquitetura e espaços públicos pode melhorar a qualidade de vida tanto para os funcionários da prefeitura quanto para a comunidade em geral. (GMM Arquitectos)

Assim, para atrair a comunidade às dependências do equipamento, foi projetada uma praça rodeada pelo edifício em formato de “U”, proporcionando uso público ao miolo da quadra (vide imagem 35). Além de abrigar a câmara, o prédio abriga um cartório e espaços para eventos e manifestações culturais da comunidade.

O programa divide-se em dois pavimentos: no inferior, encontram-se os serviços de

já o superior, abriga os espaços mais restritos. As circulações horizontais e verticais são periféricas às plantas, direcionadas para a praça interna, proporcionando maior comuni-

IMAGEM 38: Corte transversal da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

cação entre o espaço interno e externo (vide imagem 38). As empenas frente a praça são inclinadas para filtragem da luz solar (vide imagem 38).

O plenário (vide imagem 34 e 39), está ao centro da praça, funcionando como mirante (vide imagem 40). A volumetria compartilhada com os gabinetes destaca-se pela: sua forma oval, altura em relação a parte enterrada da

34

Atendimento ou recepção Circulação Horizontal

praça e materialidade (chapa perfurada de aço corten).

Os acessos à praça interna aconte-

Plenário e gabinetes Escritórios/ repartições Serviço

35

cem pelo edifício ou aos fundos do lote (à esquerda na planta térrea). E a cobertura do plenário funciona como um terraço aos cida-

Circulação Vertical Terraço

dãos.

IMAGEM 39: Plenário da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

Acessos ao edifício e praça

IMAGEM 36: Planta térreo. Autor: GMM Arquitectos.

IMAGEM 37: Planta superior. Autor: GMM Arquitectos.

IMAGEM 40: Corte Longitudinal da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

CONTEXTO Carapicuíba O município de Carapicuíba é o segundo mais populoso da região oeste da Grande São Paulo (403 183 hab).

Possui uma extensão de 3 454,6 ha, proporcionando uma densidade de 116,71 hab/ha (estimativa IBGE 2020).

Carapicuíba é considerada uma cidade dormitório, pois a maioria de seus habitantes realizam as atividades quotidianas fora de seu território, visto que não há oferta de trabalho substancial ou serviços públicos de qualidade.

36 IMAGEM 41: Localização de Carapicuíba em relação a Grande São Paulo.

Imagem elaborada pelo autor.

Calçadão Local de intervenção

Cobertura do terminal

IMAGEM 42: Mapa do centro de Carapicuíba. Imagem extraída do Goo- IMAGEM 43: Calçadão comercial. Imagem extraída do Google Earth. gle Earth, diagrama elaborado pelo autor.

A população além de recorrer aos municípios lindeiros por

Os edifícios públicos municipais não possuem boa infraestrutura, as instalações, em

trabalho, também recorrem por melhores condições de edu-

suma, são precárias e não atendem a demanda, pois não são ampliadas, e tornam-se insufi-

cação, saúde e lazer.

cientes para a realidade do município. A maioria dos equipamentos públicos são adaptados,

O fator cidade-dormitório é potencializado pela inexistência de planos de desenvolvimento durante a ocupação do território, foram feitos muitos loteamentos irregulares e implantados muitos conjuntos habitacionais da COHAB, esses últimos foram construídos para abastecer a mão-de-obra industrial de São Paulo e Osasco (ALMEIDA, 2008, p. 92)

carentes de projeto específico, essa é uma prática recorrente: adaptar prédios abandonados ou concebidos para programas diferentes; e concentrar no mesmo edifício vários equipamentos, congestionando as instalações. Um exemplo desta prática é o Ginásio Poliespor-

O espaço público como coagulação urbana é um elemento escasso na cidade, pou-

tivo Ayrton Senna que divide espaço com:

cas são as praças ou parques que permitam alguma manifestação política ou cultural. O único

creche, escola de música, escola de dança e

espaço considerável no centro da cidade é o calçadão comercial, alinhado com a cobertura do

base do SAMU; equipamentos estes não pre-

novo terminal rodoferroviário (vide imagens 42 e 43), entretanto é insuficiente.

vistos no programa de necessidades.

IMAGEM 44: Ginásio Ayrton Senna. Imagem extraída do Google Earth.

37

Sede Antiga e Atual da Câmara

de acessibilidade para pessoas com deficiência, tornando difícil a participação uni-

A Câmara Municipal de Carapicuíba possuiu duas sedes recentemente (vide imagem 45): a primeira (à direita - imagem 45) na Av. Mírian, e a segunda e atual, sitiada na Travessa Virgínio Pasine (à esquerda - imagem 45).

Calçadão Comercial

versal dos eventos legislativos pela população.

Em 2019, a casa legislativa mudou -se para um edifício de 15 pavimentos na travessa Virgínio Pasine (vide imagem 48 e 49), buscando melhor conforto

IMAGEM 47: Plenário da câmara da Av. Mírian. Autor: Desconhecido.

aos parlamentares, servidores e população. As instalações apesar de novas, são alugadas, desta forma, o equipamento

38

39

ainda não dispõe de liberdade espacial para suas necessidades, pois teve que IMAGEM 45: Localização das últimas sedes da câmara. Base extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

se adaptar ao novo endereço, embora o

A antiga sede da Av. Mírian (vide

go. Uma das necessidades apontada pelo

imagem 46 e 47) era estabelecida em um

Vereador Álvaro Abílio é a constituição de

antigo cinema, com instalações aperta-

uma biblioteca, sendo este um projeto em

das e precárias, tanto os departamentos

trâmite para análise.

mesmo seja mais estruturado que o anti-

IMAGEM 48: Atual sede da câmara. Imagem extraída do Google Earth.

legislativos como os administrativos não possuíam infraestrutura para as suas atiIMAGEM 46: Antiga sede da prefeitura na Av. Mírian.

Autor: Desconhecido.

vidades. O edifício também não dispunha

IMAGEM 49: Plenário da sede atual. Autor: Assessoria de comunicação da Câmara.

IMAGEM 51: Foto aérea da região em 1986. Recorte extraído do Banco de Metadados Geográficos do Estado de São Paulo, diagrama elaborado pelo autor.

Os edifícios da Cohab (polígono amarelo imagens 51 e 52) são outros elementos marcantes para a região, além de ter propiciado boom populacional, também marcaram

a paisagem urbana (vide imagens 53 e 54).

A partir da década de 1970 iniciaram as primeiras construções e entrega das unidades, financiadas pelo extinto BNH - Banco Nacional de Habitação.

Além dos conjuntos habitacionais, o perímetro possui edificações com coeficiente de aproveitamento 1.0, maioria de tipologia unifamiliar, isolada no lote, característico da década de 50/60, salvo as áreas proximas a via pedestrianizada do calçadão (vide imagem 43), onde a tipologia apresenta-se de galpões para abrigar os comércios.

No entorno da área de intervenção, nas vias de 1a. e 2a. categorias, passam 36 linhas intermunicipais (site EMTU) além das municipais. Os itinerários são oriundos de São Paulo, Osasco, Cotia, Barueri, Itapevi, e outros municípios da região.

41

IMAGEM 54: Território das Cohab’s em vermelho e área de intervenção em amarelo. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

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CPTM

1a. Categoria 2a. Categoria 3a. Categoria 4a. Categoria Pedestrianizada Córrego Pedreira IMAGEM 55: Figura e fundo e categoria das vias. Diagrama elaborado pelo autor.

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IMAGEM 52: Mapa da região em 2002. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

No final da década de 1990, a estrada foi desviada para uma cota próxima a estação de trem (tracejado amarelo - imagem 52) com a finalidade de otimização do fluxo de veículos. Mais tarde, no início dos anos 2000, o trecho desviado (linha pontilhada vermelha - imagem 52) deu espaço ao calçadão comercial (imagem 43).

IMAGEM 53: Foto aérea da Cohab, 2020. Autor: Ademir Messali.

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40

OSASCO

IMAGEM 50: Foto aérea da região em 1972. Recorte extraído do Banco de Metadados Geográficos do Estado de São Paulo, diagrama elaborado pelo autor.

A região do centro de Carapicuíba foi o segundo povoado do município, pois o primeiro assentamento foi a aldeia jesuítica, fundadas em 1580 por Pe. Manoel da Nóbrega, uma das doze fundadas por ele para abrigar os índios do território. Entretanto, a área do centro foi a primeira a ser potencializada, devido a implantação da estação da Linha Férrea Sorocabana (estação - círculo rosa; estrada de ferro - linha vermelha, nas imagens ao lado). Além da linha férrea, a região é cortada pela estrada que ligava São Paulo a Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus e Itu (linha amarela nas imagens ao lado), Carapicuíba era então passagem entre a capital e o oeste do estado.

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Análise Envoltória

A área de intervenção (polígono vinho - imagem 56) é cortada pelo Córrego Pedreira, que antes de encontrar com o terreno de projeto, ainda permanece destamponado (linha azul cheia), ao fundo de lotes com vegetação ao redor. O curso d'água possui fama de ser esgoto a céu aberto, devido ao descarte irregular dos resíduos em suas margens. Seu sentido de escoamento é ao norte, em direção ao Rio Tietê.

Antes da urbanização da região, o percurso d'água delimitava os campos utilizados para boiada, à margem esquerda. A única forma de passagem para esta área se dava pela

42

43

ponte (elipse vermelha - imagem 56), onde há resquícios da antiga porteira de acesso (vide imagem 57) (ALMEIDA, 2008, p. 103).

IMAGEM 56: Percurso do Córrego Pedreira. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

IMAGEM 57: Estruturas da antiga porteira (setas vermelhas) e ponte sobre o córrego ao fundo. Imagem extraída do Google Earth.

IMAGEM 58: Antigas cavas de extração de areia. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

O espaço compreendido entre o rio Tietê e a linha férrea sofreu bastantes mudanças nos últimos 60 anos. A primeira interferência humana foi a criação de cavas para extração mineral de areia, no início dos anos 1960 (polígonos vermelhos - imagem 58) (SILVA; RODOLFO, 2019, p. 03).

Com as obras de retificação do rio Tietê (linha azul tracejada - antigo curso; linha azul cheia - curso retificado), em 1972 houve o rompimento de uma das barragens e a cava a esquerda foi inundada, transformando-se em lago (SILVA; RODOLFO, 2019, p. 04), e posteriormente, o lado oposto também. Em 1979 a área recebeu um lixão irregular, trazendo grandes impactos ambientais, sendo desativado somente em 2001. O lago desde o início dos anos 2000 passou a receber sedimentos do rio, devido ao projeto de rebaixamento da calha e alargamento das margens para combater inundações, transformando-se pouco a pouco em aterro. Em 2012, foi inaugurado o Parque Estadual Gabriel Chucre (polígono verde), como uma compensação ambiental pelo aterramento do lago (SILVA; RODOLFO, 2019, p. 07).

Recorte

Cruzamento das Avenidas Rui Barbosa e Gov. Mário Covas, encontro de duas artérias da região.

05 01

44

Na quadra frente ao calçadão, Foi estudado a demolição das edificações tracejadas abaixo, com intuito de proporcionar uma ligação direta entre a área de intervenção e a via comercial, através um espaço público que permita circulação pedonal.

Calçadão comercial, leito carroçável interrompido para estrita circulação de pedestres.

A via fornecerá ligação direta entre o equipamento projetado e o terminal ferrorodoviário.

Área em frente à area de intervenção, atualmente ocupada por um posto de gasolina e estacionamento. A proposta é estabelecer uma via compartilhada, elevada, para a ligação entre os espaços públicos das duas quadras.

5

06

1

02

8

Frente ao terreno inicia o território das Cohab’s, geralmente são duas lâminas de 5 pavimentos ligadas pelas escadarias da circulação vertical.

7

2 4

07

03

Talude do hipermercado, formado pela terraplanagem do terreno, possui aproximadamente 15 metros de altura em relação a Av. Brasil.

IMAGEM 59: Análise da área de intervenção. Diagrama eleborado pelo autor. Demais imagens extraídas do Google Earth

04

O cruzamento entre as Avenidas Brasil e Gov. Mário Covas é intensa e insegura para a travessia do pedestre. A faixa em primeiro plano não possui tempo expecífico para o cruzamento dos indivíduos, assim, necessitam competir espaço com os veículos que fazem conversão para a Av. Brasil.

45

6 3

Travessia, entre os dois lados da ferrovia, feita no nível dos trilhos. Atualmente possui guarita mantida pela CPTM para seguridade da passagem. A área no passado foi marcada pelos suicícios e atropelamentos.

A área possui intenso fluxo de carros, ônibus e pedestres, e é ativa na maior parte do dia. O terreno escolhido sempre foi um resíduo urbano, vazio,

utilizado como estacionamento na maior parte do ano e, esporadicamente, recebe feirões de carro, parques de diversões e circos itinerantes.

08

OBJETO

progresso e o desenvolvimento de um povo. (site oficial da Câmara Municipal de Carapicuíba)

Câmara Municipal

Além da Lei Orgânica, há o Regulamento Interno, que segundo Maurano:

A Câmara Municipal representa o Poder Legislativo no município, entretanto, a população brasileira, em geral, não possui intimidade com tal órgão, que, consequentemente, torna-se ignorante à realidade política local. Como explica Maurano: Seja pelo contexto histórico, seja pela ausência de uma educação mais voltada à cidadania, é certo que grande parte dos cidadãos desconhece o potencial concedido pela Constituição Federal ao Poder Legislativo Municipal para a organização da vida social, quais suas reais atribuições, composição e funcionamento, levando-os tão-somente a cobrar dos Vereadores atitudes que são típicas do Poder Executivo, como a execução de obras e serviços públicos.

(MAURANO, 2007, p. 11)

46

Segundo Maurano, a Constituição de 1988 reconheceu o município como ente da federação, e:

(...) é o regulamento geral da Câmara. Ele entra em vigor por resolução do Plenário e tem como finalidade regular os trabalhos da Câmara; trata-se de ato administrativo normativo, que obriga apenas aos seus membros, no exercício das funções de vereança (...). (MAURANO, 2007, p. 84)

A Câmara é formada geralmente pelos seguintes órgãos: Mesa Diretora, Plenário e Comissões Parlamentares.

A Mesa Diretora “(...) tem como atribuições a administração da Câmara e a direção dos trabalhos legislativos” (MAURANO, 2007, p. 92). Segundo o Regimento Interno da Câmara de Carapicuíba (RI), este órgão é formado pelo: presidente, vice-presidente, 1º Secretário, 2º Secretário e 3º Secretário (art. 15 RI - Carapicuíba, 1990).

O Plenário é o órgão soberano da Casa, ou seja, quem possui a “palavra final” sobre

(...) conferiu à Câmara Municipal as funções típicas do poder legislativo municipal, com atribuições de legislar e fiscalizar as atividades desenvolvidas pelo Executivo. Uma das atribuições a ela conferidas, senão a mais importante, é a de elaborar a Lei Orgânica do Município (...). (MAURANO, 2007, p. 80)

Sobre a Lei Orgânica, a Câmara Municipal de Carapicuíba explica que: Lei Orgânica (LOM) é uma espécie de Constituição Municipal criada para atender as necessidades e peculiaridades do Município. Promulgada pela Câmara Municipal, a Lei Orgânica deve atender os princípios estabelecidos na Constituição Federal e Estadual. Nela está contida a base que norteia a vida da sociedade local, na soma comum de esforços visando o bem-estar social, o

qualquer questão. É formado por todos os parlamentares eleitos. No caso de Carapicuíba são 17 vereadores, tal número varia de município para município, de acordo com o tamanho da população. O número máximo permitido por lei são 21 lugares (MAURANO, 2007, p. 112).

As comissões Parlamentares, segundo Meirelles, “são grupos constituídos pelos próprios membros da Câmara, a que se atribuem funções especializadas de estudo ou investigação de determinado assunto, em caráter permanente ou transitório” (MEIRELLES apud MAURANO, 2007, p. 95)1. O Regimento Interno da Câmara de Carapicuíba aponta que as 1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 1993. p. 472.

47

comissões devem ser formadas por três vereadores, sendo cinco: Comissão de Justiça e Re-

O organograma da Câmara Municipal

dação; Comissão de Orçamento e Finanças; Comissão de Desenvolvimento Urbano; Habita-

de Carapicuíba (vide imagem 00), demonstra

ção e Meio Ambiente; Comissão de Educação, Saúde, Esportes, Lazer e Cultura e Comissão

que além da Mesa Diretora, Plenário e Co-

dos Direitos Humanos e Cidadania (art. 43 RI - Carapicuíba, 1990).

Para exercer a vereança, os indivíduos devem ser eleitos a cada quatro anos, período este chamado de Legislatura. Dentro do período de Legislatura, há as Sessões Legislativas, que compreendem a um ano, deste modo, cada Legislatura possui quatro Sessões Legislativas.

48

missões, o prédio deve abrigar outros elementos de apoio à atividade legislativa. São três departamentos: Administrativo, Legislativo e Jurídico.

O Departamento Administrativo cuida do gerenciamento do prédio, cuidando das

Quando o Plenário se reúne, acontecem as Sessões Plenárias, classificadas em ordi-

necessidades físicas, dos patrimônios, do se-

nárias, extraordinárias e solenes. Para aprovar alguma pauta em Plenário, deve haver maioria

tor de relações humanas, da segurança e das

de votos, entretanto, existem três tipos de maioria: Simples (50% do quórum mais um voto),

finanças da Casa. E também gere o atendi-

Absoluta (50% das cadeiras mais um voto) e Qualificada (2/3 das cadeiras) (art. 169 RI - Ca-

mento ao público.

rapicuíba, 1990), cabendo o Regimento Interno e/ou a Lei Orgânica definir em qual situação aplicar cada tipo.

O diagrama abaixo demonstra o percurso que um projeto percorre até se tornar ou não lei. Caso seja rejeitado, o projeto pode ser reavaliado depois de um período estipulado pelo RI.

49

O setor que auxilia as atividades legislativas é o Departamento Legislativo, sua missão é apoiar os parlamentares e as comissões em suas atividades.

Por último, o Departamento Jurídico, que tem a missão de prezar a legalidade e constitucionalidade das atividades legislativas, observando as legislações municipais, estaduais e federais. O setor também exerce assessoramento e consultoria jurídica aos parlamentares e comissões (Câmara Munici-

IMAGEM 60: Processo Legislativo. Autor: Enap.

pal de Piracicaba).

IMAGEM 61: Organograma da Câmara Municipal de Carapicuíba. Fonte: site oficial da Câmara.

Programa Objeto

50

Apoio Técnico

Plenário

Departamento Legislativo

Departamneto Administrativo

Atendimento Público e Escola do Parlamento

Bloco

Parlamento Britânico (pág.14 deste caderno); Câmara Municipal

Item

Quantidade

Área (m²)

Total (m²)

Hall e Recepção Geral

1

250

250

Recepção Escola

1

50

50

Galeria para exposição

1

250

250

Secretaria da escola

1

30

30

Sala de aula

2

60

120

Sala de professores

1

30

30

Direção e Coordenação (com banheiro)

1

30

30

Exposição

1

80

80

Café

1

30

30

Divisão de Patrimônio, Frota e Almoxerifado

1

50

50

Divisão de Suprimentos

1

30

30

Setor de Segurança

1

30

30

Divisão de Informática

1

30

30

Divisão Financeira

1

30

30

Divisão de Recursos Humanos

1

30

30

Secretaria da Casa e Divisão de Apoio

1

150

150

Diretoria Geral

1

30

30

Gabinete do Presidente

1

70

70

20

30

600

Assessoria de Comunicação

Gabinete (Recepção, Parlamentar, Sanitário)

1

20

20

Salas de Reunião

3

30

90

Arquivo

1

30

30

Foyer - acesso Plenário

1

80

80

Mesa diretora

5 assentos

80

80

280

280

Assentos parlamentares

16 assentos

Público

300 lugares

Vestiário

6 conjuntos

-

-

Depósito

1

60

60

Copa

1

70

70

20 conj./ pav.

-

Sanitários (2 sexos - comum e acessível)

*Total sem circulação Objeto

2630

Centro de Eventos

Item

Quantidade

Área (m²)

Total (m²)

Hall

1

150

150

Recepção

1

20

20

Biblioteca

1

600

600

Laboratório de informática

1

450

450

Sala de eventos Auditório Sanitários (2 sexos - comum e acessível) Estacionamento

1

500

500

225 lugares

250

250

1 conj. / 7 pes.

-

-

30 vagas

-

*Total sem circulação

1970

A constituição do programa baseou-se

• A Mesa Diretora e os parlamentares possuirão pequeno desnível entre eles para garantir

no organograma disponibilizado no site oficial

visibilidade e menos hierarquização entre os mesmos, detalhe também apontado pelo

da Câmara Municipal de Carapicuíba, apresen-

escritório XML em suas análises (pág. 14 deste caderno).

tado anteriormente, e nas dependências da Câmara Municipal de Barueri, município da região que possui um edifício legislativo consolidado.

Deste modo, os itens programáticos referente à Casa Legislativa foram setorizados em: Atendimento (apoio ao cidadão), Administrativo (gerenciamento físico dos espaços), Legislativo (apoio às atividades legislativas), Técnico (dependências para manutenção do edifício) e Plenário (espaço do exercício legislativo).

O plenário, coração do projeto, seguirá as seguintes diretrizes: • O número de cadeiras do público seguirá a mesma quantidade ofertada pela Câmara de Barueri (300 lugares); • O público terá relação espacial próxima dos parlamentares, defendendo a

IMAGEM 62: Programa dos objetos projetados. Elaborado pelo autor.

ideologia da proximidade entre parlamentar e cidadão, assim, não haverá cercamento entre os mesmos;

• Os assentos parlamentares (12 unidades) estarão dispostos no sistema bancos opostos, apontado pelo escritório XLM como sistema mais eficiente para debate, assim como o

Além das instalações legislativas e administrativas do órgão em questão, a proposta é abrigar espaços para outros equipamentos públicos, com intenção de potencializar o caráter cívico do edifício. Desta forma, foi acrescentado ao programa ordinário da Câmara a Escola do Parlamento e o Centro de Eventos Municipal.

A instalação Escola do Parlamento tem como modelo o projeto da Câmara de Municipal de Barueri, que em 2019 inseriu em suas dependências uma instituição educativa. Segundo o site da Câmara de Barueri, a escola: (...) tem como objetivo proporcionar aperfeiçoamento contínuo para vereadores, servidores efetivos e comissionados e profissionais terceirizados, por meio de cursos de formação e capacitação para o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais. (descrição retirada do site oficial da Câmara Municipal de Barueri)

Assim como em Barueri, a proposta é oferecer cursos de pós-graduação lato sensu, cursos de extensão e palestras em parceria com docentes, pesquisadores e instituições de ensino.

Assim, o compromisso é aproximar a sociedade à Casa Legislativa e fomentar o exercício da cidadania. As ambiências da escola compreendem: duas salas de aula (20 discentes cada); uma sala de professores; uma sala para direção e coordenação; e secretaria acadêmica.

O segundo equipamento extraordinário, o Centro de Eventos Municipal, tem o papel de auxiliar tanto o Poder Legislativo, quanto o Executivo Municipal, para realização de eventos públicos ou administrativos da cidade, e oportunizar à sociedade ambientes que possam abrigar reuniões educacionais ou de qualquer natureza coletiva, através de um auditório e de um salão de eventos. O centro também possui proposta de oferecer espaços para pesquisa acadêmica à população carente com biblioteca e laboratório de informática.

51

Representação Projetual

Premissas de Implantação

O levantamento de dados geográficos e legislativos de Carapicuíba necessitou de uma tarefa em conjunto com outros colegas que desejavam exercer trabalho no município (Amanda Sepúlveda, Giulia Melo e Otávio Fenille), pois, infelizmente, não há base de dados acessível como o sistema Geosampa em São Paulo. Desta forma, foi criada uma pasta compartilhada no drive para dividir as informações e os levantamentos, desde 2020. A colega Amanda, ex-estagiária da prefeitura de Carapicuíba, através de contatos, teve acesso ao levantamento viário do município (vide imagem 63) e a base topográfica da região central (vide imagem 64). As ocupações (vide imagem 65) foram extraídas das imagens de satélite do Google Earth.

52

53

IMAGEM 66: Premissas de implantação. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

IMAGEM 64: Base topográfica da região central. Imagem captura do arquivo DWG.

Devido ao caráter público do edifício, como centro cívico, e observando a carência de espaços de coagulação urbana na região do centro para manifestações e eventos públicos, foi considerado como primeiro aspecto, para proposição volumétrica, os acessos de pedestres (setas vermelhas acima) e uma ligação direta com o Calçadão Comercial para ancorar os espaços, transpassando a quadra vizinha, deste modo, ao encontrar com o terreno de intervenção forma-se um largo/ praça para manifestações culturais e cívicas (círculo vinho acima). Outro ponto de acesso principal considerado, é a possibilidade do percurso do córrego (polígono verde e linha azul acima) transformar-se num eixo de circulação desde a ponte, ao sul, até a área de intervenção

IMAGEM 63: Levantamento viário do Município de Carapicuíba. Imagem captura do arquivo DWG.

IMAGEM 65: Levantamento das ocupações. Imagem captura do arquivo DWG.

(vide Imagem 56 na pág. 42), e uma passarela entre os dois lados da via férrea, para oferecer à população da Comunidade Porto de Areia e aos estudantes do Sesi, Etec e Estácio uma forma

mais qualificada de transposição, partindo da área de intervenção até a rotatória que futuramente

Histórico de Volumetrias

desembocará em uma nova alça de acesso de veículos (linha tracejada vermelha - imagem 66).

A geometria da Av. Gov. Mário Covas foi considerado como elemento estruturador para abertura de um espaço público junto às esquinas com a Av. Brasil (linha preta tracejada junto ao polígono amarelo - imagem 66).

O primeiro estudo volumétrico foi concebido com intenção de delimitar os desejos e propostas preliminares para a implantação do projeto. O primeiro elemento estruturador foi seguir a geometria do terreno e das vias do entorno, como apresentado na imagem 66.

Legislações A área de intervenção está localizada numa ZDI (Zona de Desenvolvimento Integrado), de acordo com a Lei nº 2107, de 05 de Julho de 1999 (plano diretor participativo e sistema de planejamento integrado e gestão participativa do município de Carapicuíba). Os parâmetros urbanísticos são: Taxa de Ocupação Máxima de 80%, Coeficiente de Aproveitamento Máximo 5,0 e Recuo 54

A outra intenção para implantação

Frontal Mínimo de 5 metros.

compreende transformar o Plenário em mirante,

Segundo as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, o

proporcionando vista para a cidade, para que

edifício se enquadra na categoria H-4, Repartições Públicas. Considerando a altura entre a laje do último pavimento e a saída, compreendida entre 12 e 23 metros, o projeto deve contemplar: acesso de viatura na edificação; segurança estrutural contra incêndio; compartimentação vertical;

os parlamentares tenham plena consciência de IMAGEM 67: Primeiro estudo volumétrico, 28 de março.

Perspectivas eleboradas pelo autor.

controle de materiais de acabamento; saídas de emergência; brigada de incêndio; iluminação de

No segundo estudo volumétrico, racionalizado com a estrutura e com as plantas

Ainda segundo as Instruções Técnicas, edifícios que possuem altura de 12 a 23 metros

preliminares, a materialidade integrou-se ao

necessitam de escada enclausurada, desta forma, foi considerado caixas de escadas de emer-

projeto. Para ligar a proposta efetivamente com

gência com sistema de pressurização, economizando espaço com antecâmaras.

o calçadão comercial e criar um percurso contí-

Outros pontos observados são: o percurso máximo de deslocamento até as circulações

nuo, foi proposto um espaço público na quadra

de emergência de 25 metros, ou 50 metros entre as mesmas; e a largura mínima das circulações xo A da IT-11 (acesso=60, escada = 45 e portas = 100).

que as discussões políticas não aconteçam de forma fechada, distante da população.

emergência; alarme de incêndio; sinalização de emergência; extintores; hidrantes e mangotinhos.

(acesso = 1,20m, escada = 1,20m e portas = 0,80m), seguindo os coeficientes adotados pelo Ane-

sua função e missão perante a sociedade, e

oposta, gerando um largo no encontro das duas IMAGEM 68: Segundo estudo volumétrico, 15 de abril.

Perspectiva eleborada pelo autor.

quadras.

55

Percursos

Lâmina da Câmara Em coral as dependências técnicas e sanitários; em verde escuro as circulações verticais de emergência, o grande átrio abriga a circulação social; em amarelo as circulações e espaço de permanência pública como o foyer de acesso ao Plenário; em azul as áreas administrativas e legislativas; e em vinho os ambientes da Escola do Parlamento. O acesso a edificação acontece pelas volumetrias verde-claros, no térreo, a maior delas é a recepção da Câmara e a menor recepção da Escola.

Considerou-se como elemento estruturador, para proposição dos espaços livres públicos, o protagonismo do pedestre no ambiente urbano, como a Cidade para Pessoas, defendida por Gehl, para ativação do solo urbano, assim, é imprescindível a criação de percursos que possibilitem a permeabilidade urbana.

Para constituir a integração do projeto com a cidade criou-se dois eixos de circulação: um eixo horizontal em vermelho que liga o terminal rodoferroviário ao projeto, estendendo o percurso do calçadão (preenchimento amarelo) ao objeto proposto; e um eixo vertical azul que propõe uma nova relação e ativação do Córrego Pedreira com a cidade. Tal eixo atravessa o centro cívico, e a partir deste, desprende-se do solo, transpassando a linha férrea e a avenida por uma passarela até se reencontrar com o percurso d'água ao norte.

Centro de Eventos Em azul biblioteca, laboratório de informática e salão de eventos; em lilás o auditório; e em verde a circulação vertical.

Fluxos

Plenário

A Viela Wilson, atualmente, é de sentido único, oriundo da Av. Brasil até a Av. Eugênia, no projeto em questão, além de possuir este fluxo torna-se uma via compartilhada entre carros e pedestres, apenas para trânsito local. Diferentemente da Rua Pignatari que tem seu trânsito de automóvel interrompido, acessada somente por veículos oficiais ou viaturas. Para compensar este bloqueio, os veículos acessam a avenida Cacilda, depois a Av. Alice e, por último, a Rua Corifeu para acessar a Av. Gov. Mário Covas.

Volumetria em vermelho, ligando os edifícios.

Térreos

Av e

nid

aG

ov .M

ár

io

Co

va

s

Os térreos possuem áreas comerciais, em verde, e estacionamento, em coral. Outro ponto observado para a constituição dos espaços é o efeito gradeamento dos espaços públicos, corriqueiramente, exercido pelas municipalidades, empobrecendo a dinâmica da cidade. Desta forma, a estratégia utilizada foi transformar esses espaços em eixos de circulação, impossibilitando o isolamento em relação à urbe.

A travessia dos pedestres na Av. Brasil foi deslocada ao sul, mais distante do cruzamento, para aumentar a segurança dos usuários.

Avenida Gov. Mário Covas

adão

Viel

Av. Eugênia

Av. Cacilda

e Av. A lic

Perspectiva 02- Vista da Fachada Oeste e do Largo da Câmara.

aC

Perspectiva 01 - Vista da Fachada Leste e da passarela.

Ru

56

ori

feu

M.

Aze

ved

o

Calç

aW

ilson

Avenida Brasil

Após as propostas volumétricas preliminares e através de pesquisas referente o histórico de ocupação, constatou-se que o terreno é cortado por um córrego, desta forma, em 14 de maio, se fez necessário reorganizar o projeto e retirar a massa do edifício sobre o córrego encanado, para buscar uma relação mais harmônica entre o percurso d'água e a cidade.

O programa dividiu-se em dois blocos: a lâmina que abriga as dependências da Câmara e o edifício do Centro de Eventos. O Plenário, sobrevoando o espaço público, funciona como uma ponte entre as duas edificações.

O projeto possui dois térreos: um no nível da cidade e outro sobre este (terraço), o primeiro abriga espaços comerciais para ativar o lugar, com estabelecimentos que funcionem 24h, preferencialmente.

O segundo, superior, possui os acessos aos equipamentos, e à passarela de transposição sobre a linha férrea (vide perspectiva 01). O principal conceito para idealização do embasamento do projeto junto ao solo da cidade foi a criação de novos espaços que permitam manifestações culturais e públicas, devido a defasagem que a cidade possui desses espaços (vide perspectiva 02).

A passarela sobre a linha férrea terá um terraço para receber comércios de apoio às instituições educacionais e à população da Comunidade do Areião (vide perspectiva 01).

Programa

Rua Pignatari

PROPOSTA PRELIMINAR

INSERÇÃO

719 720

Cálculo de Áreas

Áreas Áreas (m²)(m²) Programática Circ.

Circ. e Apoio Construída Construída Programática e Apoio

Câmara Câmara Taxa de Ocupação Taxa de Ocupação Máximo Máximo Projetado Projetado

Plenário Plenário

80,00% 80,00% 51,71% 51,71%

Centro do Eventos Centro do Eventos

Coeficiente de Aproveitamento Coeficiente de Aproveitamento Máximo Máximo

5,005,00

Projetado Projetado

2,272,27

2630,00 2630,00

1780,00 1780,00

4410,00 4410,00

1970,00 1970,00

1395,00 1395,00

3365,00 3365,00

Comércio Comércio

-

-

-

-

680,00 680,00

Área Pública Área Pública

-

-

-

-

7675,00 7675,00

Total Total

4600,00 4600,00

3175,00 3175,00

16130,00 16130,00

719

Elemento Elemento

719

Área do Córrego: 1565,45 m²

7097,10 7097,10

Área Ocupada 3670,00 Área Ocupada (m²)(m²) 3670,00

Avenida Gov. Mário Covas

D

Área Terreno: 7097,10 m²

Área Terreno Área Terreno (m²)(m²)

720

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Lote de Intervenção

721

72 719,78

1 I=8,33%

720,58

I=8,33%

I=8,33%

719,20

719,52

719,78

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

722

COMÉRCIO

719,78

COMÉRCIO

719,38

C

723

720,58 720,58

A

I=8,33%

719,72

717,34

A

COMÉRCIO

720,58

719,89 COMÉRCIO

724

718,70

I=8,33%

722,39

72

720,58

722,90

721,30

724,50

I=8,33%

B

I=8,33%

717,51

720,58

I=8,33%

COMÉRCIO

722,10

720,58

723,85 726,00

724,47

I=5,3%

720

720,58

722,10

722,90 720,58

ESTACIONAMENTO

720,45

I=5,3%

Rua Pignatari

727

B

720,58

724,50

726

722,90

726,50

721

ved

o

720,58

Aze

727,00

Viel

724,47

aW

ilson

feu

D

M.

721

722

C

ori

72

aC

3

Ru

72

3

72

722

4

72

Largo da Câmara Com o encontro da área pública aberta na quadra oposta à Câmara e a interrupção do fluxo de veículos na Rua Pignatari, foi possível abrir um largo para receber manifestações e eventos públicos, como apresentações e feiras livres (vide perspectivas 06, 07 e 08).

Av. Eugênia

727

2

Abertura do Córrego O trecho da quadra, localizado na esquina com a Av. Gov. Mário Covas e Av. Brasil foi destinada ao Córrego Pedreira. A proposta é incentivar uma relação mais íntima com as águas do córrego, quando o mesmo não receber mais esgoto.

Na margem oposta ao terraço metálico foi implantada escadarias que guiam o usuário até o nível das águas e funcionam como arquibancada para possíveis apresentações (vide perspectivas 05, 09 e 10).

720

Avenida Brasil

5

718,19

0

10

IMPLANTAÇÃO ESC.: 1:750

30

50

Brises verticais para filtragem da luz nas laterias.

Filtragem da luz por chapa 719 microperfurada 720 de aço corten721

Conforto e Sustentabilidade Para economizar e garantir eficiência energética do edifício, os filtros de fachada além de bloquear a incidência solar direta e proporcionar luz natural, também permitem ventilação natural.

A fachada de chapa metálica microperfurada funciona como um muxarabi, que protege dos raios solares em todas as direções.

Os brises verticais, empregados na fachada Leste são articuláveis, proporcionando movimento à volumetria.

Materialidade A materialidade deseja destacar o edifício através do contraste, buscando uma identidade visual única para o projeto, proporcionando personalidade ao local.

725,50

TERRAÇO SOBRE LINHA FÉRREA

718

Aço corten;

718

Brises metálicos; Empenas brancas; Estrutura metálica branca.

725,50

725,50

D

I=1

719

720

719

,8%

Diagrama Estrutural Assim como a Nova Sede da AEAS do Estúdio Módulo, a lâmina da Câmara é constituída por um sistema de treliças metálicas, descarregando no solo por apenas quatro apoios, onde o embasamento é de concreto.

O sistema foi modulado em vãos de 10 m, longitudinalmente e transversalmente (neste sentido vigas metálicas vagonadas estruturam as lajes).

Avenida Gov. Mário Covas

1

72 725,00

725,00

725,00

722

C

RECEPÇÃO ESCOLA

723

RECEPÇÃO GERAL 723,50

A

A

724

I=8,33%

I=8,33%

722,39

725,00

722,90

720,30

724,50

I=8,33%

B

727

723,85 726,00

724,47

B720

721,10

720

I=5,3% 725,00

722,10

725,00

722,90

RECEPÇÃO CENTRO 725,00 725,00

722,90

721 725,90

727,00

Viel D

feu ori aC

ilson

721

722

Ru

aW

724,47

M.

Aze

ved

o

726,50

720,58 I=8,33%

I=5,3%

726

Rua Pignatari

724,50

I=8,33%

Avenida Brasil

72

5

I=8,33%

724,50

723,70

C

0

723

10

TERRAÇO 72

2

ESC.: 1:750

30

50

D

D

729,42

FOYER

SALA DE AULA

CAFÉ

733,16

733,16 733,16

SECRETARIA DA CASA

A

733,16

ARQUIVO

EXPO

RECURSOS HUMANOS

A

731,29

SEGURANÇA

SALA DE AULA

DIREÇÃO E COORDENAÇÃO

SECRETARIA

A

SUPLEMENTOS E FINANCEIRO

PATRIMÔNIO/FROTA /ALMOXARIFADO

727,55

729,42

COPA

SETOR DE APOIO

729,42

SALA DOS PROFESSORES

729,42

A

729,42

729,42

PLENÁRIO

B

B 729,42

C

Os departamentos administrativos e legislativos da câmara foram dispostos ao sul, lado oposto à Av. Gov. Mário Covas, para melhor conforto térmico e acústico.

O 1o. e 2o. Pavimento abrigam os ambientes de maior caráter público, como as dependências da Escola do Parlamento, Foyer de acesso ao Plenário e acesso a Biblioteca do Centro de Eventos.

733,16

PLENÁRIO

B

B 733,16

A Biblioteca possui contato direto com o ambiente do plenário, assim, os usuários podem expectar as sessões plenárias, além de também possuir perspectiva da cidade ao atravessar para o bloco oposto (vide perspectiva 03).

C

729,42

IO TÓR ORA DE A IC T RMÁ INFO

LAB

BIBLIOTECA

725,00

733,16

1o. PAVIMENTO ESC.: 1:500

D

725,90

C

15

25

0

738,77

740,64

ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO

Perspectiva 03 - Plenário

744,38

742,51

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

COPA

A

D

62

25

744,38

744,38

DEPÓSITO

A

DIRETORIA GERAL

SALA DE REUNIÃO

SALA DE REUNIÃO

GABINETE DO PRESIDENTE

SALA DE REUNIÃO

A

D

740,64

INFORMÁTICA

A

15

744,38

740,64

740,64

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

5

D

5

C

D

0

2o. PAVIMENTO ESC.: 1:500

D

729,42

Perspectiva 04 - Vista a partir da Av. Cacilda

Perspectiva 05 - Terraço metálico sobre o córrego

63

IO TÓR ORA DE TICA RMÁ INFO

LAB

725,00 729,42

736,90 735,03

736,90

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

736,90

A

740,64

A

D

733,16

740,64 740,64

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

INFORMÁTICA

725,90

738,77

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO

INFORMÁTICA

A

740,64

C

A

4o. PAVIMENTO ESC.: 1:500

D

C

BIBLIOTECA

D

736,90

D

D

729,42

C

PRODUC

C

736,90

5

15

25

D

D

0

B

B 736,90

C

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

740,64

SALÃO DE INFORMÁTICA EVENTOS

A

738,77

740,64

744,38

744,38

740,64

740,64

742,51

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

COPA

ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO

A

744,38

744,38

DEPÓSITO

A

DIRETORIA GERAL

SALA DE REUNIÃO

SALA DE REUNIÃO

GABINETE DO PRESIDENTE

SALA DE REUNIÃO

A

D D

C

5o. PAVIMENTO ESC.: 1:500

ESK STUDENT VERSION

D

733,16

0

3o. PAVIMENTO ESC.: 1:500 0

5

15

25

Desejos para a próxima etapa: -Detalhar um trecho do percurso do córrego; -Projetar o sistema de pressurização; -Estudar novas formas do projeto se relacionar com o córrego;

5

15

25

-Rever o desenho da passarela; -Potencializar e criar novas áreas permeáveis e massas vegetativas; -Reorganizar plantas do Centro de Eventos.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION 64

Perspectiva 06 - Vista a partir da Rua Corifeu A. Marques

Perspectiva 07 - Vista do largo frente a Câmara

Perspectiva 08 - Vista da fachada oeste

65

COPA DEP GABINETES GABINETES

REUNIAO PRESIDENTE GABINETES GABINETES ESCOLA DO PARLAMENTO

SECRETARIA EXPO PATRIMONIO FOYER

RECEPCAO

COMERCIO

0

10

30

736,90

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

736,90

735,03

INFORMÁTICA

A

736,90

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

B

CORTE C ESC.: 1:750

B 736,90

C

O

Perspectiva 10 - Vista do córrego a partir da Av. Gov. Mário Covas.

0

10

30

SALAO DE EVENTOS B I B L I O T E C A PESQUISA RIO L A B I N F O RECEPCAO ESTACIONAMENTO

736,90

GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE GABINETE

AUDITO

10

30

50 DEP GAB GAB EXPO FOYER

SALAO

P L ENAR IBIBLIOTECA INFO O

RECEP E S P A C O P U B L I C O RECEP COMERC PUBLICO ESTACION

PUBLICO

PUBLICO

A

0

50

CORTE D ESC.: 1:750

0

10

30

PRODUCED BY A

736,90

50

ESPACO PUBLICO ESPACO PUBLICO

PRACA

ESCADAS

D

ESC.: 1:750

RECEP

PUBLICO

Perspectiva 09 - Vista do terraço metálico a partir da escadaria

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION PLEN A R I

CORTE B

ESPACO

E L E V A D O R

ESC.: 1:750

PRODUCED BY AN AUTODESK PRODUCED STUDENT

BY AN AUTODESK VERSION PRODUCED STUDENT

BY AN VERSION AUTODESK STUDENT VE

CORTE A

COMERCIO

50

LISTA DE IMAGENS

IMAGEM 13: Gradeamento Parque Buenos Aires na rua Alagoas, São Paulo. Fonte: Google Earth. Imagem retirada do Google Street View.

19

IMAGEM 01: Plenário da Câmara Federal e o mezanino destinado para a população. Autor: Marcos Oliveira. Disponível em: <https://www.jornalgrandebahia.com.br/2020/01/apoio-a-democracia-no-brasil-cai-diz-datafolha- extremismo-de-direita-do-governo-bolsonaro-compromete-participacao-popular-e-principios-democraticos/>. Acesso em 13 de mar. de 2021.

13

IMAGEM 14: Manifestações “Diretas Já” na Praça da Sé, São Paulo. Autor: Desconhecido. Disponível em: <https:// www2.camara.leg.br/english/historico/chamber-of-deputies-news-agency/imagens/diretas-japracada-se.jpg/image_ view_fullscreen>. Acesso em: 11 abr. 2021.

21

IMAGEM 02: Servidores municipais em plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Autor: Divulgação CMBH. Disponível em: <https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/not%C3%ADcias/2016/01/a%C3%A7%C3%B5es-da-c%C3%A2mara-incentivam-transpar%C3%AAncia-e-participa%C3%A7%C3%A3o-popular>. Acesso em: 13 mar. 2021.

13 IMAGEM 03: Reconstituição da Ágora de Atenas. Autor: desconhecido. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/abaj/a-plis-de-atenas>. Acesso em: 09 abr. 2021 13 IMAGEM 04: Estoa de Átalo. Autor: Joana Lima. Disponível em: <https://thatsallgreektomeblog.wordpress. com/2016/09/30/stoa-de-atalo-e-templo-de-hefesto/>. Acesso em: 09 abr. 2021 14 IMAGEM 05: Planta do Parlamento Russo, sistema sala de aula. Autor: XLM. Disponível em: <https://shankarcabus.jusbrasil.com.br/artigos/386274226/arquitetos-investigam-como-o-design-dos-parlamentos-afeta-a-politica>. Acesso em: 23 mar. 2021.

14

68

IMAGEM 06: Parlamento Russo. Autor: Maksim Blino. Disponível em: <https://br.sputniknews.com/russia/ 2018020910481704-parlamento-russo-coi-sancao-atletas/>. Acesso em: 23 mar. 2021.

15 IMAGEM 07: Planta do Parlamento Britânico, em sistema bancos-opostos. Autor: XLM. Disponível em: <https://shankarcabus.jusbrasil.com.br/artigos/386274226/arquitetos-investigam-como-o-design-dos-parlamentos-afeta-a-politica>.

Acesso em: 23 mar. 2021.

15

IMAGEM 15: Maquetes comparativas de volume entre um edificios com mesma área construída, porém diferentes ocupações. Museu da Cidade de Nova York, Nova York. Autor: Gisela Santana, 2017. Disponível em: <http://www.vitruvius. com.br/revistas/read/arquiteturismo/11.120/6441>. Acesso em: 11 abr. 2021.

22 IMAGEM 16: Diagrama de separação dos usos. Corte-croqui do MUBE. Autor: diagrama do próprio autor e croqui-base de Paulo Mendes da Rocha. Disponível em: <https://revistaprojeto.com.br/acervo/paulo-mendes-da-rocha-arquitetura-modelando-a-paisagem/>. Acesso em: 11 abr. 2021.

23 IMAGEM 17: Sede da Fundação Ford em Nova York. Autor: Desconhecido. Disponível em: <https://arquiscopio.com/ archivo/2012/05/21/sede-de-la-fundacion-ford/?lang=pt>. Acesso em: 11 abr. 2021.

24 IMAGEM 18: Pavimento térreo do edifício da Fundação Ford, 1963-1968, NY, Kevin Roche e Dinkeloo. Autor: Lefaivre, Diamond e Tzonis (1995). Imagem extraída de MARQUES e COTRIM, 2014.

25 IMAGEM 19: Corte do edifício da Fundação Ford, 1963-1968, NY, Kevin Roche e Dinkeloo. Autor: Lefaivre, Diamond e Tzonis (1995). Imagem extraída de MARQUES e COTRIM, 2014.

25 IMAGEM 20: Átrio da Sede da Fundação Ford em Nova York. Autor: Desconhecido. Disponível em: <https://www.archdaily.com/129498/5-projects-interview-4-brian-spring/fordfoundation_roche>. Acesso em: 11 abr. 2021.

25 IMAGEM 21: Perspectiva do Fórum de Araras. Autor: Fabio Penteado. Imagem disponibilizada pelo Arquivo Fabio Penteado.

27

IMAGEM 08: Parlamento Britânico. Autor: desconhecido. Disponível em: <http://www.estrelatour.com/parlamento-britanico/>. Acesso em: 23 mar. 2021.

15

IMAGEM 22: Planta pavimento térreo do Fórum de Araras. Em verde praça, azul espelho d’água e vermelho as dependências do térreo. Autor: Fabio Penteado.

28

IMAGEM 09: Plaza Mayor, Madri, Espanha. Fonte: Google Earth. Imagem retirada do Google Earth.

IMAGEM 23: Perspectiva isométrica do fórum. Imagem elaborada pelo autor.

28

IMAGEM 10: Plaza Mayor, Madri ao fim da tarde. Autor: Sebastián Dubiel. Disponível em: <https://www.inspain.org/en/ madrid/madrid/plaza-mayor-of-madrid/pictures/>. Acesso em: 09 abr. 2021.

16

IMAGEM 24: Programa do fórum. Diagrama elaborado pelo autor.

29

IMAGEM 25: Vazio público. Diagrama elaborado pelo autor.

29

IMAGEM 11: Congestionamento no eixo monumental em Brasília. Autor: Agência Brasil. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-08/mesmo-planejada-brasilia-enfrenta-congestionamentos-e-impoe-desafios>.

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IMAGEM 26: Perspectiva da praça coberta do Fórum de Araras. Autor: PENTEADO, 1998. Imagem extraída de Giroto, 2013.

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IMAGEM 12: Diagrama explicativo sobre fruição pública. Fonte: PDE de São Paulo. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-fruicao-publica/#:~:text=Uso%20p%C3%BAblico%20de%20%C3%A1rea%20localizada,com%20edifica%C3%A7%C3%B5es%2C%20instala%C3%A7%C3%B5es%20ou%20equipamentos.&text=Estimular%20e%20melhorar%20a%20oferta,valor%20social%2C%20cultural%20e%20econ%C3%B4mico.>. Acesso em: 04 abr. 2021.

18

IMAGEM 28: Volumetria geral da sede. Imagem elaborada pelo autor.

30

IMAGEM 29: Praça sobre a base do projeto. Imagem elaborada pelo autor.

31

16

IMAGEM 27: Fachada frontal da sede. Autor: Estúdio Módulo. Disponível em: <https://estudiomodulo.com.br/projetos/ aeas/>. Acesso em: 17 de abr. 2021.

30

IMAGEM 30: Planta pavimento térreo da sede. Autor: Estúdio Módulo. Disponível em: <https://estudiomodulo.com.br/

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projetos/aeas/>. Acesso em: 17 abr. 2021.

31

IMAGEM 31: Diagrama estrutural. Imagem elaborada pelo autor.

32

IMAGEM 32: Seção estrutural paralela à via pública. Imagem elaborada pelo autor.

32

IMAGEM 33: Seção estrutural perpendicular à via pública. Imagem elaborada pelo autor.

32

IMAGEM 34: Visão externa do plenário. Autor: Aryeh Kornfeld. Disponível em: <https://www.plataformaarquitectura. cl/cl/905166/centro-consistorial-de-la-comuna-de-pedro-aguirre-cerda-gmm-arquitectos?ad_source=myarchdaily&ad_ medium=bookmark-show&ad_content=current-user>. Acesso em 19 abr. 2021.

33 IMAGEM 35: Volumetria geral da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

33

IMAGEM 36: Planta térreo. Autor: GMM Arquitectos. Disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/905166/ centro-consistorial-de-la-comuna-de-pedro-aguirre-cerda-gmm-arquitectos?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_content=current-user>. Acesso em 19 abr. 2021.

34 IMAGEM 37: Planta superior. Autor: GMM Arquitectos. Disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/ cl/905166/centro-consistorial-de-la-comuna-de-pedro-aguirre-cerda-gmm-arquitectos?ad_source=myarchdaily&ad_ medium=bookmark-show&ad_content=current-user>. Acesso em 19 abr. 2021.

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40 IMAGEM 52: Mapa da região em 2002. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

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IMAGEM 53: Foto aérea da Cohab, 2020. Autor: Ademir Messali. Disponível em: <https://www.facebook.com/carapicuibanc/photos/foto-a%C3%A9rea-da-cohab-fim-de-tarde-do-09052020-1700hfotos-tiradas-de-drone-por-ade/3373348179366142/>. Acesso em: 01 mai. 2021.

41 IMAGEM 54: Território das Cohab’s. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

41

IMAGEM 55: Figura e fundo e categoria das vias. Diagrama elaborado pelo autor.

41 42

IMAGEM 38: Corte transversal da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

35

IMAGEM 56: Percurso do Córrego Pedreira. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

IMAGEM 39: Plenário da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

35

IMAGEM 40: Corte Longitudinal da Câmara. Imagem elaborada pelo autor.

35

IMAGEM 57: Estruturas da antiga porteira (setas vermelhas) e ponte sobre o córrego ao fundo. Imagem extraída do Google Earth.

42

IMAGEM 41: Localização de Carapicuíba em relação a Grande São Paulo. Imagem elaborada pelo autor.

36

IMAGEM 58: Antigas cavas de extração de areia. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor. 43

IMAGEM 42: Mapa do centro de Carapicuíba. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

37

IMAGEM 43: Calçadão comercial. Imagem extraída do Google Earth.

37

IMAGEM 59: Análise da área de intervenção. Diagrama eleborado pelo autor. Demais imagens extraídas do Google Earth.

44

IMAGEM 44: Ginásio Ayrton Senna. Imagem extraída do Google Earth.

37

IMAGEM 60: Processo Legislativo. Autor: Enap. Retirado do curso: Políticas Públicas, Módulo 1 - O município na Federação Brasileira, Enap.

48

IMAGEM 45: Localização das últimas sedes da câmara. Base extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

38

IMAGEM 61: Organograma da Câmara Municipal de Carapicuíba. Fonte: site oficial da Câmara. Disponível em: < https:// www.camaracarapicuiba.sp.gov.br/organograma-da-camara>. Acesso em: 02 mai. 2021.

49

IMAGEM 46: Antiga sede da prefeitura na Av. Mírian. Autor: Desconhecido. Disponível em: <https://jovempan.com. br/programas/policia-e-mp-prendem-quatro-vereadores-por-fraudes-em-contratos-na-grande-sp.html>. Acesso em: 01 mai. 2021.

38

IMAGEM 62: Programa dos objetos projetados, elaborado pelo autor.

50

IMAGEM 63: Levantamento viário do Município de Carapicuíba. Imagem captura do arquivo DWG.

52

IMAGEM 47: Plenário da câmara da Av. Mírian. Autor: Desconhecido. Disponível em: <https://carapicuibanos.wordpress.com/2012/10/24/quanto-ganham-os-politicos-de-carapicuiba/>. Acesso em: 01 mai. 2021.

39

IMAGEM 64: Base topográfica da região central. Imagem captura do arquivo DWG.

52

IMAGEM 65: Levantamento das ocupações. Imagem captura do arquivo DWG.

52

IMAGEM 48: Atual sede da câmara. Imagem extraída do Google Earth.

IMAGEM 66: Premissas de implantação. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pelo autor.

53

IMAGEM 67: Primeiro estudo volumétrico. Perspectivas eleboradas pelo autor.

55

IMAGEM 68: Segundo estudo volumétrico. Perspectiva eleborada pelo autor.

55

39

IMAGEM 49: Plenário da sede atual. Autor: Assessoria de comunicação da câmara. Disponível em: <https://correiopaulista.com/novo-plenario-da-camara-de-carapicuiba-e-entregue/>. Acesso em: 01 mai. 2021.

39 IMAGEM 50: Foto aérea da região em 1972. Recorte extraído do Banco de Metadados Geográficos do Estado de

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