CursodeLicenciaturaemFisioterapia

4ºAno
AnoLetivo2022/2023
ProjetodeIntervençãoProfissional
CARACTERIZAÇÃODOSPILOTOSDERALIE
PREVALÊNCIADESINTOMATOLOGIANOPERÍODO
PÓS-PROVA.
ESTUDOOBSERVACIONALDESCRITIVOTRANSVERSAL
FRANCISCO VARINONº20180901
PORTO,2023
ÍNDICEDEFIGURAS
Figura1-DiagramadeConstituiçãodaAmostra..........................14
ÍNDICEDETABELAS
Tabela 1- Caracterização da amostra elegível: dados sociodemográficos; antropométricose damodalidadedesportivade Rali. Os dados de atividade física e treino físico. Os dados quantitativos estão apresentados em mediana (me) e amplitude interquartil (AI) e os dados qualitativos estão apresentados em frequênciaabsoluta (n)erelativa(%)...................................................................15
Tabela 2- Prevalência de sintomatologia no período pós-prova (7 diasposterioresàprova),dadosapresentadosemfrequênciaabsoluta (n)erelativa(%)...................................................................................................16
LISTADEABREVIATURAS
PEC- ProvasEspeciaisdeClassificação
WRC- World Rally Championship.
ERC- European Rally Championship
CPR–CampeonatoPortugaldeRali.
ForçaG-ForçasGravitacionais.
IPAQ-QuestionárioInternacionaldeAtividadeFísica.
CEESSSM-ComissãodeÉticadaEscolaSuperiordeSaúdeSantaMaria.
SNS-SistemaNacionaldeSaúde.
IMC- ÍndicedeMassaCorporal.
SPSS- Statistical Package for the Social Sciences
INE-InstitutoNacionaldeEstatística
N- Newtons.
Km-Quilómetros.
FPAK-FederaçãoPortuguesadoAutomobilismoe Karting.
C- Celsius
AGRADECIMENTOS
Felizmente, estou rodeado de pessoas magníficas, sem as quais este trabalho nunca estaria concluído. O apoio e a dedicação dos meus familiares, namorada, amigos e professores foram essenciais para a concretização deste projeto. Deste modo,commuitaadmiraçãoerespeito,manifestoosmeusagradecimentos.
Aos meus pais e à minha família por acreditarem em mim e nas minhas capacidadesproporcionando-meaoportunidadedechegaratéaqui.
À minha orientadora, professora Ana Couto, pelo apoio, orientação e disponibilidade manifestados durante a elaboração deste Projeto de Intervenção Profissional.
Àcoordenadoradocurso deFisioterapia,professoraDanielaSimõeseatodosos professores do curso, fico reconhecido pelo acompanhamento, partilha de conhecimentosecolaboraçãoaolongodestes4anosdeLicenciatura.
À minha namorada, Ana Santos, agradeço por tudo! Estevesempre aomeu lado, compreendeu-me, escutou-me e encorajou-me a ser cada vez melhor e a atingir os meusobjetivos!
Ao meu melhor amigo, João Silva, e aos meus amigos do curso, em especial, ao Eduardo Canedo, Sara Moutoso e Ana Pereira pela ajuda, conselhos ao longo da elaboraçãodoprojeto,epelosbonsmomentosdeamizade!
Aos meus amigos do Rali, Joaquim Bernardes e Carlos Gonçalves pela disponibilidadeeajudaduranteaelaboraçãodoprojeto!
Porfim,aospilotoseequipasquecontribuírameaderiramaoprojeto!
RESUMO
Introdução: No Rali, o piloto está submetido a vários esforços a nível mental e físico. No entanto, a prevalência desintomatologia no Rali, ainda carece de estudos parauma melhor caracterizaçãodospraticantes eidentificaçãodasqueixas,visando orientarfuturasabordagenssobreotema.Objetivo:CaracterizarospilotosdeRalie a prevalência de sintomatologia no período pós-prova. Metodologia: Estudo observacional descritivo transversal, realizado numa amostra não probabilística por 72 pilotos. A seleção e caracterização da amostra foi efetuada através de um questionário online pararecolherdadosacercadascaracterísticassociodemográficas eantropométricas,damodalidade,doníveldeatividadefísica,esintomatologiapósprova. Nos testes de hipótese foi usado um nível de significância de 0,05.
Resultados: A mediana de idade dos pilotos foi de 35.0(19.0) anos. A categoria de IMC de “excesso de peso” (n=36; 50%) e o nível de atividade física, houve uma distribuição moderada (n=26; 36.1%) a vigorosa (n=26; 36.1%). Maioritariamente, ospilotosrealizamtreinofísico(n=42;58.3%).Geralmente,ospilotossãoamadores (n=38; 52.8%), exercendo a modalidade há mais de 10 anos (n=32; 44.4%), no Campeonato Nacional (n=39; 54.2%) e em Rali 5 (n=30; 38.9%). Relativamente à prevalência a maioria refere queixas (n=59; 81.9%), na lombar (n=42; 58.3%), pescoço (n=39; 54.2%) e punhos/mãos (n=25; 34.7%). Conclusões: Maioritariamente dos pilotos está em idade adulto jovem com “excesso de peso”, amadores, no Campeonato Nacional há mais de 10 anos e em Rali 5. Em relação à prevalênciadesintomatologia,amaioriareportaqueixaspós-prova,lombar,pescoço enospunhos/mãos.
Palavras Chave: Corrida; Pilotagem; Sintomas músculo-esqueléticos após competição.
ABSTRACT
Introduction: In rallying, the driver is subjected to various mental and physical efforts. However, the prevalence of symptoms in Rally has a lack of studies to better characterise the practitioners and identify the complaints, in order to guide future approaches on the subject. Objective: To characterise rally drivers and the prevalence of symptoms in the post-race period. Methodology: Observational descriptive cross-sectional study, conducted in a non-probabilistic sample of 72 drivers.Theselectionandcharacterisationofthesamplewascarriedoutthroughan online questionnaire to collect data on sociodemographic and anthropometric characteristics, the modality, the level of physical activity, and post-race symptomatology. A significance level of 0.05 was used in the hypothesis tests.
Results: The median age of the pilots was 35.0(19.0) years. The BMI category of "overweight" (n=36; 50%) and the level of physical activity, there was a moderate (n=26;36.1%)tovigorous(n=26;36.1%)distribution.Mostpilotsperformphysical training (n=42; 58.3%), of which aerobic training is the most practised (n=32; 44.4%). Generally, the pilots are amateurs (n=38; 52.8%), practising the sport for more than 10 years (n=32; 44.4%), in the National Championship (n=39; 54.2%) and in Rally 5 (n=30; 38.9%). Regarding prevalence, the majority reported complaints (n=59; 81.9%) in the lumbar (n=42; 58.3%), neck (n=39; 54.2%) and wrists/hands(n=25;34.7%).
Conclusions:Mostofthedriversareyoungadultswith "overweight", amateurs, in the National Championship for more than 10 years and in Rally 5. Regarding theprevalenceof symptomatology, the majoraty of the drivers report post-race complaints: lumbar, neckand wrist/hand.
Key words: Racing; Piloting; Musculoskeletal symptoms after competition.
1. INTRODUÇÃO
Todos os seres da natureza, incluindo o ser humano, nasceram com um impulso nato de competitividade e superação, tentando sempre ultrapassar os seus limites e os outros. Para o Homem, duas das formas mais ambicionadas para demonstrar os seus instintos de competição e de superação são a velocidade e a resistência. Como meiodedemonstraçãodessacompetitividade,oHomemusouaevoluçãodaindústria automóvel(Santos,Rodrigues,&Holmes,2021).
O Rali é uma das categorias do desporto motorizado sendo considerado a modalidademaisantigadodesportoautomóvel.Aprimeiraprovarealizou-seem22 dejulhode1894,entrePariseRouen.Nestes129anoshouveumanotávelevolução emtodasasvalênciasqueenvolvemestedesporto(segurança;aspetosorganizativos, preparação dos pilotos, evolução tecnológica dos veículos, etc), com o objetivo de melhorar a performance, a resistência das máquinas e dos pilotos e a segurança dos váriosintervenientes(Santos,Rodrigues,&Holmes,2021).
Esta modalidade está organizada por etapas ou provas, sendo cada uma delas composta por pequenas provas cronometradas denominadas por “Provas Especiais deClassificação”(PEC), noqualoobjetivodopiloto épercorrero circuito/troçono menor tempo possível. Estas provas diferem relativamente ao piso que pode ser em terra, asfalto ou misto, exigindo ao piloto uma elevada capacidade de adaptação do tipo de condução. Em cada PEC, o arranque de cada carro é intervalado por um período de tempo definido em função do grupo a que pertence. Por exemplo, no grupodeRali1ointervalodetempoéde4em4minutosenogrupoRali2ointervalo detempoéde2em2minutos(Editora,2023;Santos,Rodrigues,&Holmes,2021).
Atualmente, existem vários campeonatos de Rali: World Rally Championship (WRC); European Rally Championship (ERC); Campeonato Portugal de Ralis (CPR); Campeonato Regionalde Rali. Em relação aos grupos de carros de Rali que existem, atualmente, em competição, podemos identificar o Grupo N e o Grupo R, que diferem em relação aos regulamentos de modificação mecânica dos carros em relaçãoaomodelobase. Esteúltimogrupomantêmaaparênciaeoperfildoveículo original, ou seja, apresenta maiores restrições e limitações às modificações
permitidas,noentanto,estefatornãoéumabarreiraparaodesenvolvimentodocarro. Este fator é justificado pela falta de liberdade mecânica é compensada pela grande liberdade aerodinâmica, que transforma estes carros mais recentes (era híbrida) em carros mais leves, com maior potência, maior velocidade de ponta e em curva comparativamente com os carros do “famoso” grupo B (que até à data eram considerado o grupo que apresentavaos carros mais rápidos)(Santos, Rodrigues, & Holmes, 2021; WRC, 2022). Deste modo, o Grupo R é o mais acessível para os pilotos,equipasprofissionaiseamadoras,jáque exigeummenoresforçofinanceiro comparativamentecomosoutrosgrupos(FIA,2023).
Em relação aos tipos de Rali existem os Ralis de Regularidade (são provas de precisão);RalideVelocidade(omaiscomum);Ralicross;Dakar,entreoutros.
O Rali de velocidade pode ser considerada a modalidade mais “arriscada” dos vários tipos de Rali, porque alia a imprevisibilidade com a alta velocidade, em diferentestiposdepisoecondiçõesclimatéricas.Nesteenquadramento,conduzirum carrodestetipoéumgrandedesafioparaopilotonamedidaemquetemqueconduzir omaisrápidopossível(atingindo velocidadessuperioresa160km/h)emambientes adversos (como por exemplo: estradas bastante estreitas, pisos degradados e próximos de precipícios) e muitas vezes não controlados (como por exemplo: a possibilidade de se cruzarem com animais selvagens em zonas florestais durante as PECs) (Santos, Rodrigues, & Holmes, 2021). Deste modo, o piloto deve estar bem preparado quer em termos de concentração e capacidade de reação, quer em termos físicos, apresentando uma excelente capacidade aeróbia, de força muscular e de flexibilidade(aníveldediferentessegmentoscorporaiscomopescoço;lombar;mãos e dedos; tornozelo e pé) para conseguir suportar as vibrações mecânicas, as altas temperaturas,asforçasfísicasegravitacionais(ForçaG),quesãosentidasdentrodo carro (Reid & Lightfoot, 2019). Quanto melhor a sua preparação face a estas exigências,menorseráaprobabilidadedeapresentaralgumasintomatologiadolorosa ou desconforto e/ou parestesias (Reid & Lightfoot, 2019). Ainda assim, segundo Mansfield&Marshall(2001),omaiordesconfortoqueospilotosrefereméaonível dalombareamaiordoraoníveldopunhoedamão.
O acompanhamento físico desta modalidade desportiva e a literatura neste tema são reduzidos (Hoyes & Collins, 2018), e tendo em consideração que a maioria dos pilotos, sobretudo amadores, parece não ter nenhum profissional da área da saúde como o fisioterapeuta para os auxiliar na prevenção de sintomatologia associada às exigências do Rali, o facto de se conseguir caracterizar os pilotos e quantificar a prevalência da sintomatologia no período pós-prova, num estudo sistematizado, poderáserconsideradocomoumaáreainovadora,paraalémdepoderserumacesso de atuação para o trabalho da fisioterapia (Dawe, 2020). Deste modo, este estudo é pertinente na caracterização dos pilotos e da sintomatologia no período após as provasdeRali.
2. METODOLOGIA
O presente estudo seguir as recomendações da STROBE (Anexo I) (Malta, Cardoso,Bastos,Magnanini,&Silva,2010).
2.1. DESENHODEESTUDO
A metodologia de investigação usada neste estudo foi quantitativa. O presente estudoéumestudoobservacionaldescritivotransversal,porquepretendecaracterizar ospilotosrelativamenteàssuascaracterísticassócio-demográficas,antropométricas, modalidadedesportivadoRaliecaracterizaraprevalênciadesintomatologiareferida no período de 7 dias posteriores à prova. Para se conseguir realizar este objetivo de estudo foi efetuado um questionário online, utilizado num único momento de avaliação.
2.2. AMOSTRA
A população-alvo do presente estudo foi constituída por 117 pilotos de Rali, amadores e/ou profissionais de Portugal. Esta população-alvo veio de uma lista criada pelo investigador principal, que seguiu um processo de recrutamento da amostradeformanãoprobabilística,porboladeneve,comcontactostelefónicosou
porviaemailouaindaporconvitedeparticipaçãovoluntária.Aamostraelegíveldo estudo foi constituída por 72 pilotos, definidos de acordo com os critérios de inclusão: sexo masculino; com residência emPortugal; participam somente emRali de Velocidade, na categoria do Grupo R (Rali 1; Rali 2; Rali 3; Rali 4 e Rali 5) no âmbito de provas do Campeonato Nacional e / ou regional, domínio de língua portuguesa.Comocritériosdeexclusãodeelementosdaamostraforamdefinidosos que responderam e não permitiram a análise dos dados ou que desistiram de responderaoquestionário.
2.3. CONSIDERAÇÕESÉTICAS
EsteestudodeinvestigaçãofoisubmetidoàapreciaçãopelaComissãodeÉticada Escola Superior de Saúde de Santa Maria (CEESSSM), e obteve um parecer favorávelcomregistonúmeroCE2023/18.
Todos os participantes do estudo tiveram que fornecer o seu consentimento informado,deformaexplícita,oqualestádeacordocomosprincípioseregraséticas daDeclaraçãodeHelsínquia.Osparticipantesforaminformadossobreoobjetivodo estudo e sobreo questionário online. Foi igualmente referido que os dados relativos à identificação dos participantes do estudo eram confidenciais, não sendo solicitada nenhumaidentificação dos participantes, eque seria mantido o seuanonimato. Este foi mantido com a contribuição de um código a cada piloto, com a seguinte nomenclatura “piloto nº de chegada”. Por exemplo, o primeiro piloto que aderiu e preencheuoquestionário,foio“piloto_1”eassimsucessivamente.
Os participantes tiveram conhecimento que podiam recusar-se a participar ou interromperaqualquermomentoaparticipaçãonoquestionáriosemnenhumtipode penalização por este facto. Este consentimento informado foi integrado na parte inicialdoquestionário online (ANEXOII).
Emrelaçãoàconfidencialidadedosdados,esteseramguardadosemcomputador, emficheiro excel,sendo protegidos com uma palavra-passe.O acesso aessesdados
foi exclusivo do investigador principal e os dados recolhidos serão eliminados, digitalmente,apósaapresentaçãodoestudo.
Paraarealizaçãodesteestudofoinecessárioqueosdiretoresdeequipaassinassem odocumentoda“AutorizaçãoLocal”(ANEXOV),oqualfoisubmetidoàapreciação da CEESSSM. Após o seu parecer favorável foram contactados os pilotos dessas equipas.
2.4. INSTRUMENTOSDERECOLHADEDADOS
O instrumento de recolha de dados selecionado foi um questionário online, na plataforma Jotform. Este teve como objetivo permitir a seleção e caraterização da amostradoestudoecaracterizaraprevalênciadesintomatologianospilotosdeRali, noperíodode7diasposterioresàprova(ANEXOIII- link doquestionário online e ANEXOIV-questionário online).Oquestionáriofoidepreenchimentoindividual, anónimoeconfidencial.
Como mencionado anteriormente, o questionário online é composto por uma introdução onde é dada uma explicação breve do objetivo do estudo; é garantido o anonimatoeaconfidencialidadedosdados.Foianexadooconsentimentoinformado, previamente ao corpo do questionário. O desenvolvimento do questionário é composto por 3 partes: 1ª Parte- “Caracterização sociodemográfica, antropométrica emodalidadedesportiva”:cominformaçãorelativaàidade;massacorporalealtura; categoria do piloto; campeonato e grupo R; há quanto tempo pratica a modalidade;
2ª Parte - “Atividade Física e Treino Físico”: onde se encontra a versão portuguesa do questionário Internacional deAtividade Física (IPAQ)versão curta (Campaniço, 2016; IPAQ, 2005; Kurth & Klenosky, 2020). Este questionário tem como objetivo avaliarosníveisdeatividadefísicadosparticipantes.OIPAQestádividoem4itens referentes às atividades vigorosas, atividades moderadas, atividades realizadas a caminharenaposiçãodesentadoeencontra-sevalidadoparaapopulaçãoportuguesa comosseguintesparâmetros:ρ=0,30;IC95%:0,06–0,51(Campaniço,2016;IPAQ, 2005; Kurth &Klenosky, 2020).Em relação ao treino físico incluíram-se perguntas relacionadas com o tipo de treino físico; periodicidade; duração; hábito realizar
exercíciosdeaquecimentoouderelaxamento;quaisaspartesdocorpoquecostuma aquecerourelaxar;quais eramosexercíciosdeaquecimentoouderelaxamento.Na
3ª Parte - “Sintomatologia”: foram apresentadas duas tabelas (contidas no ANEXO IV) para o participante referir se apresenta algum tipo de sintomatologia (dor; desconforto ou formigueiro) na fase pré e pós-prova. Foi ainda solicitado ao participante para classificar de forma quantitativa essa dor e/ou desconforto de 0 a 10 (sendo que 0 simboliza “sem dor” ou “sem desconforto” e 10 simboliza “muita dor”ou“muitodesconforto”).
O participante foi responsável pelo preenchimento do questionário, através dos seusmeiosdigitais(telemóvel;tablet;computador).
2.5. PROCEDIMENTOS
2.5.1. EstudoPiloto
Foirealizadoumestudopilotoem3participantescomcaracterísticasidênticasàs da amostra principal, para verificar a compreensão das perguntas do questionário. Como não foram necessárias quaisquer alterações, estes 3 participantes foram incluídosnaamostrafinal.
2.5.2. Recolhadedados
Após o parecer positivo da Comissão de Ética, foi criada uma lista de pilotos de Rali das 12 equipas cujos diretores de equipa tinham subscrito o documento da “Autorização Local”. A expansão da lista de pilotos foi sendo efetivada por via do conhecimentopessoaldoinvestigador,porviadepesquisanasredessociais,através de contactos diretos realizados num evento damodalidade (Penafiel Racing Fest), e através convite realizado por indivíduos já contactados. O contacto foi realizado através de email e/ou telemóvel e estes pilotos foram convidados a responder ao questionário online desenvolvido na plataforma Jotform. O período de recolha de dadosdecorreuentreodia1dejunhoe3dejulho.
Depoisdarecolhadedados,asrespostaseramenviadaseexportadasdiretamente parauma folhade Excel,paradepoisseprocederàanáliseestatística.
Para o processamento estatístico dos dados, as variáveis quantitativas foram modificadasparavariáveis categóricas. Relativamente ao Índice de Massa Corporal (IMC),foiefetuadaadivisãoemcategoriasde“baixopeso”(menorque18,5kg/m ), “peso normal” (entre 18,5-24,9 kg/m ); “excesso de peso” (entre 25 e 29 kg/m ); obesidadeclasse1(entre30-34,9kg/m )¸obesidadeclasse2(entre35-39,9kg/m ); obesidade classe 3 (≥40 kg/m ¸de acordo com a classificação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) (SNS, 2022). Em relação à categoria de piloto foi definido como “amador” ou “profissional” e no grupo R foi determinado como “Rali 5”; “Rali 4”; “Rali 3”; “Rali 2”; “Rali 1”. Relativamente ao campeonato de Rali foi divido em campeonato “Regional” e “Nacional”. De acordo com as Guidelines for Data Processing and Analysis of the IPAQ-SF, o nível de atividade físicafoi classificado como“baixo”;“moderado”e“vigoroso”(IPAQ,2005;Kurth&Klenosky,2020).
2.6. ESTATÍSTICA
2.6.1.
SPSS- Statistical Package for the Social Sciences
No âmbito dasferramentasde software de análise de estatísticafoi escolhido um software, o “Statistical Package for the Social Sciences” (SPSS), amplamente utilizado para lidar com dados quantitativos e realizar análises descritivas, como cálculodemédia,desvio padrão,correlaçõesetestesdehipóteses(Ladau& Everitt, 2004).
2.6.2. TestesdeNormalidade
Os dois testes de normalidade usados em estatística são, o teste de KolmogorovSmirnov e o de Shapiro Wilk. O primeiro é um teste não paramétrico e não faz suposições específicas sobre a distribuição dos dados, é adequado quando se deseja testar a normalidade numa distribuição específica ou quando a distribuição é desconhecida,é a opção mais flexível quando aamostraé maior que50.O segundo
trata-se de um teste paramétrico específico adequado quando se supõe uma forte distribuição normal dos dados, é uma opção comum quando a amostra é menor que 50(Nascimentoetal.,2015).
2.6.3. Estatísticadoestudo
Aanálise descritivaeinferencialdos dadosfoiefetuadacomrecursoao software IBM SPSS Statistics®, versão 28.0 (IBM Corporation, Armonk NY, United States of America), com um nível de significância α꞊0,05 (intervalo de confiança de 95%) paratodosostestesde hipótese Peladimensãoamostral,(n>50)anormalidadedas variáveisquantitativasfoitestadausandootestede Kolmogorov-Smirnov.Deacordo com os pressupostos da normalidade (p<0,05)), para a estatística descritiva foram utilizadas as medidas de tendência central (mediana) e de dispersão (amplitude interquartil) para as variáveis quantitativas. As variáveis qualitativas foram apresentadas,asfrequênciasabsolutaerelativa.
3. RESULTADOS
3.1. SELEÇÃOECONSTITUIÇÃODAAMOSTRA
Dos 117 pilotos contactados, 35 não acederam ao questionário online, no âmbito do processo de recrutamento da amostra. A amostra ficou assim constituída por 82 participantes,dosquais10foramexcluídos,deacordocomoscritériosdefinidospara a participação do estudo. Desta forma, a amostra elegível foi constituída por 72 pilotoscomosepodeobservarnodiagramaapresentadonaFigura1.