FuteGol #01

A REVISTA DIGITAL DO FUTEBOL

EDIÇÃO 01 • ANO 01 • Nº 01 • OUT/NOV/DEZ 2021 re vi s taf u t eg o l.co m . b r

RESPEITA AS MINAS I

13.

4.

Arnaldo quer distância do VAR

12.

Ele ficou feliz de sair do ar antes do VAR entrar.

A casa dos escândalos

16.

Não bastassem os casos de corrupção, CBF registra assédio sexual.

Quebraram o Barça Se fosse uma empresa, o gigante catalão já teria ido à falência.

O Corinthians de Gabi Zanotti conquistou o tri do Brasileirão

10.

Invicta, mas contestada

A Seleção Brasileira está virtualmente classificada para a Copa do Qatar, mas seu futebol não convence.

Tudo nosso, nada deles

8.

Libertadores e Sul-Americana serão de clubes brasileiros.

Nosso time de colunistas

70.

Somos em 13. Temos feras como Edu Coimbra, Eraldo Leite e Márcio Bernardes.

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A FUTEGOL VOLTOU!

Fundada em 2015 © Copyright 2015-2021 Todos os direitos reservados

C

reio que na vida nada acontece por acaso. Para mim, tudo tem um propósito. Assim, cabe-nos cumpri-lo da melhor maneira possível.

Sou um jornalista apaixonado por tudo o que faço. Já escrevi em jornais por mais de 30 anos. Também escrevi quatro livros. Já fui repórter de rádio e televisão. Já narrei futebol, fui comentarista, âncora, apresentador e produtor. Mas até aqui, nesta jornada que se iniciou no início da década de 1970, eu ainda não havia experimentado fazer uma revista.

Portanto, depois de pendurar os microfones e deixar as redações dos jornais, restou-me mergulhar no universo das redes sociais, mantendo assim acesa em mim a chama jornalística. Ao mesmo tempo, alimentei durante anos o sonho de produzir uma revista. Mas não uma revista impressa, pois sei que a mídia impressa já não atrai mais o leitor nascido na geração digital. E sim uma revista digital, exclusivamente voltada ao futebol, paixão maior do povo brasileiro.

Cristão que sou, entreguei meus sonhos nas mãos de Deus. Ele colocou no meu caminho os jovens Abilio Henrique Bottega e Nilton Anschau Junior. Esses haviam iniciado, em 2015, o projeto pelo qual eu tanto ansiava.

No vigor de sua juventude, Abilio e Nilton, então em plena adolescência, criaram a FuteGol. Por não terem na época formação jornalística, afinal nem idade para entrar na faculdade ainda possuíam, decidiram deixá-la em "stand by". Ficaram aguardando por um parceiro experiente, que com eles pudesse viabilizar a volta do projeto.

Eis que nos unimos, ainda no primeiro semestre de 2021. Planejamos o relançamento da revista para este último trimestre. Aqui estamos nós. Chegamos, com a bola toda. E com muita disposição para levar a você um produto diferenciado. Entregamos a você uma revista digital: moderna, dinâmica, interativa e vibrante. Nossa atuação ultrapassa os limites do futebol masculino. Abordamos também o futebol feminino. O futsal e o futevôlei.

O futebol de 5. Se tem gol, então é FuteGol. Queremos você jogando com a gente, participando, compartilhando, marcando gols.

De início, renovaremos nossas edições a cada três meses. O site ficará no ar permanentemente. Nossas mídias sociais são um fórum de discussões, abertas a todas as torcidas. Sem limite de expressão, mas com responsabilidade. E respeito mútuo.

Desde já agradecemos ao privilégio que você nos concede, juntando-se a nós. Para nos tornarmos parceiros, pedimos a você que compartilhe em suas redes sociais a maior novidade do jornalismo esportivo neste 2021, a nossa FuteGol. Uma agradável leitura é o que lhe desejamos.

Josias Lacour CEO da FuteGol

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Abilio Henrique Bottega nasceu em 11/02/1998 em Santa Helena-PR. É graduando em Jornalismo pela UDC. Em sua carreira, já cobriu partidas internacionais e trabalhou em emissoras do Brasil e do Paraguai.

Endereço fixo R. Professor Benedito Conceição, 809/1, Capão da Imbuia, Curitiba, Paraná, Brasil, CEP 82810-080 Jornalista responsável Josias Lacour (DRT 2106) Diretor de arte Nilton Anschau Junior Projeto gráfico e editorial Nilton Anschau Junior Sandra Oliveira

Colaboradores Abilio Henrique Bottega Adriane Werner Celso Antônio Paschoalato Eduardo Antunes Coimbra Eraldo Leite Márcio Bernardes Josias Lacour nasceu em Ney Leprevost 22/05/1958 em Loanda-PR. Nilton Anschau Junior Bacharel em Comunicação Paulo Mosimann da Silva Social pela UFPR (turma Sandra Nassar de 1983), tem MBA em Ad- Sergio Prestes da Silva ministração Esportiva pela William Camiccia da Silva FGV e Universidade do Esporte (1ª turma, em 1999). Publicidade Proposta Publicidade +55 41 999-739-725 Editoração eletrônica Veemob Comunicação Sítio eletrônico www.revistafutegol.com.br

Nilton Anschau Junior nasceu em 05/05/2001 em Medianeira-PR. É graduando em Engenharia Mecânica na UFPR, pesquisador no LABERG-UFPR e gerente de marketing no ENGenhar-MEC Makerspace UFPR.

Endereço eletrônico contato@revistafutegol.com.br Mídias sociais

FuteGol #01, ano 01, núm. 01, é uma publicação trimestral (OUT/NOV/DEZ 2021).

EDITORIAL

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Reprodução/Twitter.

Rafael Ribeiro/CBF.

SUMÁRIO

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Newcastle/Divulgação.

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Fábio Cordeiro/Revista Quem.

Brasileirão Feminino • O Corinthians conquistou o tricampeonato ������������������������������������4 Libertadores e Sul-Americana • As finais continentais são brasileiras ������������������������������8 Coritiba • A volta por cima coxa-branca.......................................................................................9 Seleção Brasileira • Nem a invencibilidade a livra da descrença popular ������������������������ 10 Raphinha • Atacante gaúcho encanta em sua estreia pela Seleção ����������������������������������� 11 Arnaldo Cezar Coelho • O ex-árbitro quer distância do VAR................................................12 Barcelona • Se fosse uma empresa, o gigante catalão já teria falido ���������������������������������13 Paraná Clube • A queda à Série D e os desafios da reconstrução........................................14 CBF • A casa dos escândalos..........................................................................................................16 Liga de Clubes • Desgaste da CBF gera ambiente favorável à Liga..................................... 17 Saúde mental • FIFA e OMS lançam a campanha #ReachOut ��������������������������������������������18 Casal 20 • Uma parceria para além da vida..............................................................................20 Adriano Spadoto • Como negociar bem no futebol............................................................... 22 Entrevista | Bernard • A troca do futebol inglês pelo árabe.................................................23 Rogério Ceni • Um retorno anunciado do ídolo ao São Paulo............................................. 24 Outubro Rosa • Prevenir é uma das melhores formas de lutar........................................... 25 Roberto Mancini • A Itália ressurge, agora mais ofensiva....................................................26 Jorginho • Na dúvida, ele preferiu a Azzurra............................................................................29 Criciúma • Três décadas da maior conquista do Tigre............................................................30 Entrevista | Rodolpho Toski Marques • A escolha do pai do árbitro ��������������������������������33 Futebol feminino no Brasil • Elas, cada vez mais poderosas.............................................. 34 Entrevista | Dr. Mazzuco • A gestão esportiva no Brasil...................................................... 36 Cruzeiro • Jogadores e funcionários entram em greve.......................................................... 39 Marta • O mundo aos pés da Rainha do Futebol....................................................................40 Dirceu José Guimarães • O Formiguinha é eternizado na Itália ����������������������������������������� 42 Justin no Flamengo • Nova promessa do Mengão vem dos EUA �������������������������������������46 Sterling e Hamilton • Ícones do esporte na luta contra o racismo ����������������������������������� 47 Megan Rapinoe • Ela é fera dentro e fora de campo.............................................................48 O sorriso dos Ronaldos • Eles investiram em suas arcadas dentárias �����������������������������50 Pelé • O drama de Edson Arantes do Nascimento.................................................................. 52 Carlos Alberto Rodrigues • Ele teve Pelé aos seus pés.........................................................53 Fan Token • Nova modalidade de sócio-torcedor oficializa a cornetagem ��������������������� 54 Newcastle • A milionária venda do clube do St. James' Park................................................55 Atlético Mineiro • Quem segura o Galo?.................................................................................. 56 Fortaleza e Ceará • O protagonismo dos clubes cearenses no Nordeste..........................57 Bolso cheio • Os 50 atletas mais bem pagos do mundo....................................................... 58 Adeus Messi • Com a ida do craque ao PSG, todos ganharam, menos o Barça ������������� 59 Vasco e Botafogo • Nova lei beneficia clubes endividados..................................................60 Luís Roberto • A gafe do ano na televisão.................................................................................61 Felicitas Flores Mussi • Nike segura promessa argentina...................................................62 Renata Silveira • Mulheres ganham voz na TV brasileira..................................................... 63 Entrevista | Allan Aal • Promessa da nova geração de técnicos.........................................64 Sergio Ramirez • Do corridão ao sucesso.................................................................................66

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COLUNAS 70................Edu Coimbra 71...................Eraldo Leite 72.................. Bambambã Márcio Bernardes 73............ Sandra Nassar 74................Josias Lacour 75............ Ney Leprevost 76..........Adriane Werner 77.................. Foguetinho Paulo Mosimann 78............................ Cajuru Celso Paschoalato 79........................ Cabeção Sergio Prestes 80...... William Camiccia 81...... Nilton Anschau Jr. 82....... Abilio H. Bottega 64

Victor Martiniano/Ascom CRB.

SUMÁRIO

Capa: Rebeca Reis/CBF; montagem com fotos de Flamengo/Palmeiras/Red Bull Bragantino/Athletico/Divulgação.

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Quem tem mais, tem três: orquestradas por Gabi Zanotti, as craques do Corinthians conquistaram o tricampeonato do Brasileirão Feminino e se isolaram como as maiores vencedoras do certame nacional. em uma noite de domingo, no dia 26 de setembro FnatooideBrasileiro 2021, que o Corinthians conquistou o Tricampeode Futebol Feminino.

Marco Galvão/Agência Corinthians.

E se já não bastasse o título, houve ainda a cereja do bolo: a taça veio após uma vitória maioral por 3 a 1 em cima de seu maior rival — o Palmeiras — na Neo Química Arena. Antes disso, o Timão já havia vencido a partida de ida da grande final por 1 a 0, no Allianz Parque.

Sob o mote de "respeita as minas", as craques da Fiel fizeram história e se isolaram como as maiores campeãs do Brasileirão, com três canecos. Logo atrás, vêm Ferroviária — com dois títulos (2014 e 2019) —, Centro Olímpico (2013), Rio Preto (2015), Flamengo (2016) e Santos (2017) — com uma conquista cada.

Vic Albuquerque marcou de bicicleta e selou a vitória por 3 a 1 no Derby da final.

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O Brasileirão Feminino O Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino começou a ser disputado em 2013. Inicialmente, havia uma única divisão com as melhores equipes do ranking da CBF. Em 2017, a fórmula foi alterada, e a Série A-1 passou a ter 16 clubes — assim como a Série A-2, que foi criada e começou a ser disputada desde então. A partir de 2022 haverá também a Série A-3 — com 32 clubes —, que foi criada devido ao desnivelamento e excessivo número de goleadas na primeira fase da Série A-2.

A Série A-1 é dividida em quatro fases. Na primeira, 16 clubes jogam entre si em turno único. As outras três fases são, respectivamente, as quartas de final, as semifinais e a final. O regulamento estabelece que o campeão e o vice-campeão da competição garantem vaga para a Copa Libertadores da América de Futebol Feminino. A Libertadores de 2021 ocorrerá de 3 a 18 de novembro, no Paraguai — com final em 21/11, em Montevidéu, a exemplo das competições continentais da modalidade masculina. Os representantes brasileiros serão Corinthians — campeão brasileiro em 2020 —, Kindermann — vice-campeão brasileiro em 2020 — e Ferroviária — campeã da Libertadores de 2020.

Domínio paulista Das 9 edições da Série A-1, 8 foram vencidas por clubes do estado de São Paulo. O Flamengo, do Rio de Janeiro, é o único clube não paulista a ter conquistado o título, em 2016 — vencendo o Rio Preto na grande final.

Além disso, todos os cinco clubes brasileiros campeões da Copa Libertadores da América também são paulistas: Corinthians, Ferroviária, Santos, Audax e São José. Os dois últimos, curiosamente, jamais venceram o Brasileirão, e classificaram-se ao vencer a extinta Copa do Brasil de Futebol Feminino.

A Série A-1 de 2021 marcou a nona edição da maior competição nacional do futebol feminino. Teve início em 17 de abril e término em 26 de setembro, com a final entre Palmeiras e Corinthians.

BRASILEIRÃO FEMININO

Campanha do Timão

Marco Galvão/Agência Corinthians.

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A temporada 2021 marcou o segundo ano do Palmeiras na elite nacional do futebol feminino. A equipe comandada por Ricardo Belli fez a segunda melhor campanha da primeira fase, terminando-a invicta e com 37 pontos conquistados — em 15 partidas, com um aproveitamento de 82%. Nas quartas, perdeu a partida de ida para o Grêmio por 2 a 1, mas jogando em casa aplicou uma goleada de 4 a 1 — avançando, portanto, com um 5 a 3 no agregado. Nas semifinais, enfrentou outra equipe gaúcha: o Internacional. O Verdão venceu em Porto Alegre por 1 a 0 e em São Paulo por 4 a 1, aplicando com tranquilidade um 5 a 1 na soma dos placares. Foi assim que o Palmeiras se classificou pela primeira vez à final do certame.

Um dos destaques da campanha alviverde foi a atacante Bia Zaneratto, artilheira da competição com 13 gols — além de 13 assistências — em 15 partidas disputadas. Todavia, Bia não pode permanecer para a disputa das fases de mata-mata, visto que seu contrato de empréstimo acabou no meio de ano e a atleta teve de retornar ao Wuhan Xinjiyuan, da China.

Além da atacante, a meia Julia Bianchi — atleta da Seleção Principal e que atuou em Tóquio —, que ficou até o final da competição, também se sobressaiu por sua cadência e por ditar o ritmo Bia Zaneratto, artilheira da competição. de jogo do Alviverde.

Reprodução/Web.

Em sua sexta participação na Série A-1, o Corinthians, comandado por Arthur Elias, liderou a primeira fase da competição com 38 pontos — apenas um a frente do maior rival — em 15 jogos, com um aproveitamento estrondoso de 85%. Nas quartas, amassou o Kindermann com um placar agregado de 10 a 1 — 4 a 1 e 6 a 0 nos dois confrontos, respectivamente. Nas semifinais, não tomou conhecimento da forte equipe da Ferroviária, aplicando 6 a 2 na soma dos placares — com Arthur Elias, o comandante do Timão. dois resultados de 3 a 1.

Foi assim que o Timão se classificou para sua quinta final consecutiva no certame nacional — chegou na decisão em todos os anos desde 2017. Já havia sido campeão em 2018 e 2020 — contra Rio Preto e Kindermann —, fora os dois vice-campeonatos em 2017 e 2019 — contra Santos e Ferroviária, respectivamente.

Entre os destaques do vitorioso elenco corinthiano esteve a multicampeã Gabi Zanotti, que já havia sido eleita a Craque do Brasileirão em 2020. Dessa vez, a meia e camisa 10 foi novamente decisiva nas fases de mata-mata, marcando gols importantes em confrontos difíceis — por exemplo, contra a Ferroviária, em ambas as partidas da semifinal. Vale também destacar a atacante Gabi Portilho e a lateral Tamires.

Campanha do Alviverde

Marco Galvão/Agência Corinthians.

Retrospecto do Derby

Zanotti é tricampeã brasileira com o manto corinthiano.

BRASILEIRÃO FEMININO

O primeiro confronto da história entre Palmeiras e Corinthians no futebol feminino data de 13 de abril de 1997.

Na ocasião, o Timão venceu por 1 a 0. Até 2001, foram seis duelos, todos válidos pelo Campeonato Paulista. Posteriormente, o Derby só tornou a acontecer em 2020, visto que a volta do investimento dos rivais paulistas no futebol feminino é recente — Corinthians em 2016 e Palmeiras em 2019.

Dos confrontos recentes, seis foram válidos pelo Campeonato Brasileiro — 1ª fase e semifinal em 2020, além de 1ª fase e final em 2021 — e três pelo Campeonato Paulista — dois deles pela semifinal de 2020, vencida pelo Timão.

Após a grande final de 2021, somam-se agora 15 duelos do Derby. O retrospecto é melhor para as corinthianas, que têm 10 vitórias — dentre elas um acachapante 12 a 1 em 1998 — e 39 gols marcados. As palmeirenses conquistaram apenas uma vitória, por 4 a 1, em dezembro de 2001. Além disso, houve também 4 empates.

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A grande final

Uma conquista simbólica

A partida de ida da final de 2021, sob mando do Alviverde, ocorreu no Allianz Parque, no dia 12/09. O Timão, que chegou à decisão como defensor do título, saiu vitorioso com um golaço de Gabi Portilho na etapa complementar.

Com o resultado obtido fora de casa, bastava apenas um empate para o tri.

Até a partida da volta foram duas longas semanas de espera. Sob os motes de "respeita as minas" e "orgulho de estar com as brabas", o Corinthians lançou um terceiro uniforme roxo dedicado às mulheres, para ser estreado justamente na decisão do dia 26/09.

Antes da partida, as jogadoras foram recepcionadas com uma grande festa da Fiel — com sinalizadores e bandeiras — em frente ao hotel onde estavam hospedadas.

Na partida, o Timão abriu uma vantagem de três gols ainda no primeiro tempo. Os tentos foram marcados por Augustina (contra), Adriana e Vic Albuquerque — com um golaço de bicicleta que selou o destino do Derby. O gol de honra das visitantes foi de Camilinha, que acertou um belo chute de fora da área.

Em uma sintonia absoluta entre jogadoras, clube e torcida, o Corinthians conquistou o primeiro tricampeonato da história do Brasileirão Feminino.

A equipe terminou a competição com um saldo de 21 jogos, 18 vitórias, 2 empates e 1 derrota — resultando em um aproveitamento estrondoso de quase 89%. Além disso, o Timão marcou 64 gols e sofreu apenas 17.

O meia Giuliano, do time masculino do Timão, tuítou em exaltação às jogadoras: "O Corinthians é do povo. O Corinthians é de todos. É meu, é seu, é nosso. Somos um só clube, uma só torcida. E elas são 53% da nossa torcida.

O canto veio na voz delas".

O título conquistado simboliza algo grandioso feito pelo Sport Club Corinthians Paulista. Algo que em 2016 foi chamado de projeto, mas que não mais pode ser reconhecido apenas dessa forma. Trata-se de um trabalho histórico e magnificente, envolvendo profissionalismo, seriedade, paixão e conexão. A forma corinthiana de fazer futebol feminino é um grande exemplo a ser seguido, tanto dentro quanto fora da modalidade.

A

Marco Galvão/Agência Corinthians.

A equipe completa do Corinthians posando com a taça do tricampeonato.

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BRASILEIRÃO FEMININO

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SÃO BRASILEIRAS Final brasileira na Libertadores ela quarta vez na hisP tória, dois times brasileiros protagonizarão uma

O Flamengo é o penúltimo campeão do torneio. Em 2019, jogando em Lima (Peru) o Mengão passou pelo River Plate, numa vitória memorável — de virada — de 2-1, com dois gols de Gabigol.

Não por acaso, Flamengo e Palmeiras são as equipes sul-americanas detentoras dos elencos mais valiosos. No momento, ambos são considerados os times de futebol mais ricos da América.

Na Sul-Americana também O Red Bull Bragantino é novato em competição continental, mas vem de um histórico respeitável nos últimos anos. De time pequeno do interior paulista a time respeitável no cenário nacional, se destacou em sua primeira participação na Copa Sul-Americana.

Gostou da "brincadeira" e agora almeja ser campeão, com todo direito é claro.

Por outro lado, o Athletico Paranaense já sentiu o gosto de levantar a Sula em Braga e Furacão buscam La Gran Conquista.

2019 e agora, dois anos de-pois, tem sim o desejo de se tornar bicampeão da competição. Não apenas o desejo, mas plenas condições até de se colocar como favorito neste duelo final e de caráter inédito.

A grande decisão da Copa Sul-Americana está marcada para 20 de novembro e acontecerá no estádio Centenário, de Montevidéu, no Uruguai — mesmo palco para a decisão da Libertadores que acontecerá sete dias depois.

O Uruguai é um país que já liberou lotação total de estádio para jogos em seus estádios. Assim como vai acontecer na "Liberta", também na "Sula" haverá divisão de espaço igual para torcedores: 50% para os athleticanos e 50% para os admiradores da equipe paulista.

Luana Franzão/Jornalismo Júnior.

Alexandre Schneider/Getty Images.

final de Taça Libertadores da América. Nas três ocasiões anteriores os finalistas foram Athletico Paranaense e São Paulo (2005), Internacional e São Paulo (2006) e Santos e Palmeiras (2020).

Agora chegou a vez de Flamengo e Palmeiras. Nas três ocasiões anteriores a decisão aconteceu no Brasil.

Desta feita, a final será em Verdão e Fla duelarão pela Glória Eterna. outro país, o Uruguai. Não que Flamengo e Palmeiras estejam impossibilitados de promover esta final em nosso país. A Conmebol, entidade organizadora do evento, já havia determinado, por questões de interesses comerciais e critério próprio, que isso aconteceria mesmo antes da competição ser iniciada.

O Estádio Centenário, em Montevidéu, é emblemático. Foi, entre outros fatos históricos, palco da final de primeira Copa do Mundo, em 1930. A Conmebol ainda não decidiu quantos torcedores terão acesso ao Centenário na grande final. Isso ainda depende da liberação das autoridades sanitárias do país. O que já está determinado é que os lugares serão igualmente divididos: 50% para flamenguistas e 50% para palmeirenses.

Para chegar à decisão, o Flamengo superou o Barcelona de Guayaquil (Equador), enquanto o Palmeiras passou pelo Atlético Mineiro nos jogos mata-mata das semi.

O Palmeiras é o atual campeão da Liberta.

Na decisão de 2020, o Verdão ficou com a taça graças ao gol de Breno Lopes no último minuto do jogo com o Santos, no Maracanã. Foi nesta ocasião que pela primeira vez a decisão se deu em jogo único.

Na "Sula", Furacão e Massa Bruta decidem.

Na "Liberta", os dois últimos campeões farão a quarta final brasileira da competição.

Divulgação/Red Bull Bragantino.

AS FINAIS CONTINENTAIS

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LIBERTADORES E SUL-AMERICANA

O CORITIBA FORTE, DE NOVO

Time amargou o rebaixamento à Série B na temporada passada, mas a mudança de rumo tem apresentado resultados extremamente animadores. A volta à Série A é iminente.

-branca (originado pelo fato do clube ter sido fundado por descendentes de alemães). Foi a partir daquele dia, com a eleição da Chapa Coritiba Ideal liderada pelo ex-jogador do clube Renato Follador Junior, que um novo rumo foi dado ao clube do Alto da Glória. Já no primeiro dia útil deste 2021, Renato e sua equipe assumiram o comando do Coritiba. Tomaram medidas saneadoras em suas finanças e estruturas, extremamente abaladas por más gestões anteriores. Assumiram o clube outrora campeão brasileiro, então rebaixado para a Série B. E anunciaram: ainda este ano voltaremos à Série A. O início do recomeço do Coritiba foi preocupante. O time, totalmente remontado e sob comando do paraguaio Gustavo Morínigo, não conseguiu engrenar e sequer se classificou entre os 8 que disputaram as oitavas de final do campeonato estadual, certame no qual o Coxa sempre protagonizou como o maior vencedor de todos os tempos. Por obra da fatalidade da COVID-19, Renato Follador Junior não conseguiu ver a maravilhosa reação que sua equipe está apresentando. No Campeonato Brasileiro, o Coritiba agora é o time ideal. Liderando com folga a competição, tem 98% de possibilidade de ascender novamente à Série A.

Léo Gamalho é nome fundamental da campanha coxa-branca na Série B e disputa a artilharia da competição.

Divulgação/Coritiba.

dia 29 de dezembro de 2020 foi emblemático para O um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, o Coritiba Foot Ball Club, famoso pelo apelido de coxa-

O paraguaio Morínigo é o 11º treinador estrangeiro da história do Coxa.

O que se busca agora é estabelecer um planejamento vitorioso também para a temporada 2022. Com o retorno à Série A do Brasileirão definitivamente bem encaminhado, é preciso reforçar bem a estrutura do clube para que o dissabor da Série B não mais seja experimentado. As lições estão sendo bem absorvidas e serão extremamente pedagógicas para assegurar um futuro de novas glórias e conquistas para o vovô do futebol paranaense.

Enquanto Cruzeiro (este já acumulando dois anos de Série B) e Vasco, outros campeões brasileiros e clubes de muita tradição em nosso país, não encontram o caminho da volta por cima, o Coritiba encanta novamente sua legião de torcedores elevando sua autoestima e anunciando novos horizontes para a temporada 2022.

Juarez Moraes e Silva, um administrador por excelência, eleito primeiro vice-presidente da Chapa Coritiba Ideal, assumiu o lugar de seu amigo Renato Follador Junior encarnando o espírito e o compromisso de trazer o Coritiba novamente à elite do futebol brasileiro. Com uma postura firme, enxugou as despesas, colocou os salários de atletas e demais funcionários em dia, e o resultado tem sido maravilhoso.

Se no comando técnico Gustavo Morínigo tem correspondido com a confiança nele depositada, em campo jogadores como o goleiro Wilson, o zagueiro Henrique, o meia Robinho e o atacante Léo Gamalho estão brilhando intensamente. Além deles, o clube relevou os jovens alas Natanael e Guilherme Biro e o atacante Igor Paixão.

Divulgação/Coritiba.

CORITIBA

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PASSAPORTE CARIMBADO: QATAR, AÍ VAI O BRASIL! Virtualmente classificada para a fase de grupos da Copa do Mundo do Qatar, a Seleção Brasileira não consegue empolgar. Nem a invencibilidade a livra da descrença popular.

o vencer o Uruguai por 4 a 1 na quinta-feira (14/10), a Seleção Brasileira chegou aos 31 pontos ganhos em 10 jogos A na fase sul-americana das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar. Considerando que a última equipe de nosso continente a se classificar para a Copa da Rússia, em 2018, precisou de 27 pontos, a matemática indica que o

escrete canarinho já pode preparar suas malas e carimbar passaportes para Dubai. Está virtualmente classificado.

Historicamente, o futebol brasileiro sempre esteve presente nas etapas mais importantes do Mundial de seleções. Desta vez, no entanto, o fato se materializa com grande antecedência em virtude de o time dirigido pelo gaúcho Tite ter obtido um aproveitamento quase que total dos pontos disputados até aqui. Foram 10 vitórias e 1 empate em 11 jogos disputados.

A performance numérica dos comandados de Tite é extraordinária. Contudo, não é exaltada pelos torcedores, tampouco pela crítica especializada de nosso país. Isso porque em momento algum suas exibições foram convincentes.

Ao contrário. Para citar um exemplo mais recente, a vitória sobre a Venezuela na partida realizada em 7 de outubro, o Brasil amargou um placar adverso durante todo o primeiro tempo de jogo. Precisou da marcação de duas penalidades máximas para virar o placar no tempo final. No jogo seguinte (10/10, em Barranquilla), no empate com a Colômbia, o time de Tite não passou de um verdadeiro amontoado em campo. É bem verdade que ainda falta 1 ano para a realização dos jogos no Qatar. Mas se não conseguiu empolgar em 3 anos, depois da eliminação nas quartas-de-final na Rússia, será que em 1 ano Tite conseguirá dar um padrão de jogo convincente aos seus comandados? A descrença é muito grande. E a corrente anti-Tite cresce a cada jogo. Por outro lado, o lobby em favor de Renato Portaluppi ganha força. Nem jogadores como Neymar, de quem se espera sempre algo diferenciado, conseguem convencer. Neymar, por sinal, anunciou que esta é a sua última participação em Copa do Mundo.

Um alento vem do fato de que quando foi campeão, por cinco vezes em sua trajetória, o escrete brasileiro sempre saiu desacreditado do país, mesmo diante de fases eliminatórias animadoras como a registrada na campanha que nos conduziu ao título de 1970 no México.

Reuters.

Neymar antes de bater o pênalti que selou a vitória por 2 a 0 sobre o Equador, em 04/06/2021, no Beira-Rio. Isso é intimidade.

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SELEÇÃO BRASILEIRA

O FATOR RAPHINHA

Em 11 jogos realizados até quinta-feira (14/10), a campanha da Seleção Brasileira impressiona pelos números.

Mas não despertava suspiro na torcida, ou confiança dos críticos, até a partida diante do Uruguai. É bem verdade que a equipe adversária demonstrou-se frágil, mas isso também havia acontecido com a Venezuela — duas semanas antes —, contra a qual o Brasil teve dificuldades para se sair vitorioso.

Como nem tudo são apenas flores, a goleada sobre o Uruguai deixou um sinal de alerta quanto à formação de barreira de nossa seleção nas faltas frontais à área. O goAtacante gaúcho que joga na Inglaterra leiro Alysson tomou um gol de cobrança de falta porque formou sua barreira com apenas 3 jogadores. Esperto, o encanta em sua primeira exibição pela atacante uruguaio mandou a bola exatamente no canto Seleção Brasileira. que deveria ter sido coberto pela barreira brasileira e não a melhor apresentação da Seleção Brasileira durante o foi. Isso não pode acontecer no Qatar, sob pena de uma as eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar o vez mais termos que adiar a conquista do sonhado hexa. time canarinho assegurou classificação com uma goleada sobre o Uruguai. Jogando em Manaus, o Brasil finalmente Histórico de clubes agradou aos torcedores e à critica. Se durante os 10 jogos Avaí (Sub-20) • 2014-15 Vitória SC • 2016-18 anteriores, a equipe comandada por Tite venceu nove e Sporting CP • 2018-19 empatou um, mas sempre foi contestado, dessa feita reRennes • 2019-20 cebeu (e mereceu) apenas elogios. A maioria deles direcioLeeds United • 2020 nados ao estreante Raphinha.

O fator Raphinha foi preponderante para que o estado de espírito da Seleção Brasileira se elevasse. Graças à presença do jogador do Leeds, de 24 anos de idade, é que desabrochou o futebol da nossa Seleção. Raphinha é um atacante moderno, de movimentação constante e de grande penetração na área adversária. E melhor: finaliza com muita qualidade.

A presença de Raphinha no time brasileiro refletiu positivamente no desempenho de outros jogadores.

Em seus três primeiros jogos Neymar, por exemplo, que andava um tanto com a Amarelinha, o ponta marcou quanto apático, se soltou e, enfim, dois gols e fez duas assistências. também agradou.

Lucas Figueiredo/CBF

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RAPHINHA

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ARNALDO QUER DISTÂNCIA DO VAR le foi o árbitro brasileiro de maior prestígio internaE cional. Quando largou o apito, passou a ser comentarista de arbitragem na maior rede de televisão do país. Se

Reprodução/Resenha BAMBAMBAM.

notabilizou pela celebre frase "a regra é clara". O carioca Arnaldo Cezar Coelho, hoje com 78 anos e proprietário de uma emissora afiliada da Globo no município de Resende (no sudoeste fluminense), saiu do circuito futebolístico pouco antes do advento do VAR. Entrevistado pelo renomado jornalista Márcio Bernardes (um dos nossos colaboradores e parceiros) no programa Resenha BAMBAMBAM, Arnaldo disse, entre outras coisas, que saiu da TV na hora certa, pois "fiquei livre da era de implantação do VAR. Este tem sido um grande empecilho para os narradores e comentaristas de televisão ultimamente."

Longe dos holofotes desde 2018, quando anunciou seu afastamento das transmissões de televisão, Arnaldo falou de vários outros temas relevantes de sua longa jornada no futebol, como árbitro e como comentarista. Alguns deles, destacamos aqui para o leitor da FuteGol. O primeiro diz respeito a sua saída do meio esportivo, depois de tantos trabalhos realizados.

— Chegou um momento em que eu já não podia mais acompanhar as comemorações de aniversário de pessoas da minha família, sequer dava para celebrar meus aniversários de casamento, porque eu trabalhava no meio e no final de semana. Sempre digo que estou na quarta fase da vida. Momento de usufruir daquilo que eu construí ao longo da vida. Então, é hora de aproveitar esta fase da vida. Aos 78 anos, agora posso fazer minhas caminhadas na praia, treinar com um personal trainer sem deixar de atender meus compromissos com a afiliada da Globo que tenho em Rezende. Diariamente faço contatos online com minha equipe. E semanalmente estou em Rezende.

Não dá para ficar sem fazer nada porque o que fica parado de tudo acaba enferrujando.

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Márcio e Arnaldo no Resenha BAMBAMBAM. Clique aqui para assistir a entrevista completa.

Perguntado por Márcio Bernardes se teria torcido contra a Seleção Brasileira de 1982 para poder apitar a final da Copa da Espanha, Arnaldo respondeu: — Quando trabalhamos juntos, o Falcão vivia me cobrando que torci contra a Seleção Brasileira para poder apitar a final da Copa do Mundo na Espanha. Isso não é verdade. Aquela Seleção do Telê encantou a todos. Os próprios árbitros comentavam entre si que ela merecia chegar ao título.

Eu, então, não nutria esperanças de apitar a final pois também para mim o Brasil jogaria a final daquela Copa.

Mas futebol é assim mesmo.

Apresenta algumas surpresas. E na surpresa da Itália ter eliminado o Brasil, acabei escalado para apitar a final do Mundial de 1982, na Espanha. A bem da verdade, fui escolhido não apenas porque o Brasil estava fora da final, mas também porque no ano anterior eu apitei a final do Mundial Sub-20 na Austrália e tive uma excelente performance. Isso pesou na minha escolha pela FIFA.

iG/AFP.

Márcio Bernardes trouxe Arnaldo Cezar Coelho de volta à vitrine agora na última semana de setembro. O jornalista arrancou declarações exclusivas do ex-árbitro e comentarista na Resenha BAMBAMBAM.

Arnaldo apitando a grande final de 1982.

Arnaldo Cezar Coelho começou a apitar no futebol de praia em 1960. Em 1965 já estava apitando profissionalmente. Atuou em duas Olimpíadas (Montreal 1976) e Seul (1988).

Também arbitrou jogos de duas Copas do Mundo, na Argentina (1978) e Espanha (1982). Foi contratado da Rede Globo como comentarista de arbitragem em 1989. Ele revela que em seus últimos anos de televisão atuou na preparação daqueles que viriam a substituí-los. E acrescentou: "Parecia que eu estava adivinhando que o VAR estava por chegar. Então, felizmente fui embora pra casa sem ter que conviver com esse que é o grande empecilho para os narradores e comentaristas de televisão no Brasil."

ARNALDO CEZAR COELHO

O BARCELONA

Situação patrimonial do Barça (em milhões de euros)

uando Messi foi embora, as feridas administrativas Q do time vencedor de cinco títulos da Liga dos Campeões e de duas edições do Campeonato Espanhol come-

çaram a ser expostas. O Barcelona mostrava ao mundo uma fraqueza até então inimaginável. Mas, nem de longe se esperava que o rombo nos cofres do clube catalão fosse tão grande quanto acaba de ser revelado. Na semana passada, uma auditoria encomendada por sua nova diretoria identificou a real situação financeira do clube e vaticinou: se fosse uma empresa, o Barça teria que fechar suas portas e decretar falência.

Para se ter uma ideia do rombo nas finanças de um dos clubes mais poderosos e vitoriosos do futebol europeu, a auditoria apurou que seus dirigentes gastaram 481 milhões de euros — algo em torno de 3 bilhões de reais — a mais do que o clube faturou. O quadro aponta que a dívida acumulada pelo Barcelona já chegou à casa de 1,3 bilhões de euros, em moeda brasileira, mais de 8 bilhões de reais.

Esse desolador quadro administrativo, no entanto, não indica que o Barça vai morrer. Talvez deixe de ser tão competitivo e vitorioso quanto foi nas últimas décadas, mas necessariamente vai sobreviver. Sobretudo pela enorme força popular e política que detém. Há na história do futebol europeu muitos outros registros de clubes que chegaram ao fundo do poço, mas que conseguiram sobreviver.

Todos eles quebraram economicamente e tiveram grandes perdas esportivas, mas conseguiram colocar a casa em ordem para dar a volta por cima. Entre eles temos o Napoli, que chegou a acumular uma dívida de 70 milhões de euros e que em 2004 foi condenado pela justiça local e até foi expulso da liga que organiza o Calcio. Teve que recomeçar da Série C1, então a terceira divisão italiana e a última do futebol profissional do país. Hoje, 17 anos depois, venceu as 7 primeiras partidas do atual Campeonato Italiano.

Borussia Dortmund (Alemanha), Rangers (Escócia), Fiorentina (Itália), Racing (Argentina), Parma (Itália) e AEK Atenas (Grécia) são outras potências do futebol que quase faliram, mas que se reergueram. Todas servem de alento ao combalido Barcelona de 2021.

FuteGol quer saber: Quantos anos o Barça vai levar para colocar suas finanças em ordem?

AFP.

A saída de Messi foi apenas a ponta do iceberg. Se fosse uma empresa, o clube catalão teria que fechar as portas. A constatação foi feita por sua nova diretoria.

Fonte: FC Barcelona.

ESTÁ QUEBRADO

Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do clube e um dos principais responsáveis pela atual crise no gigante catalão.

BARCELONA

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OS DESAFIOS DA RECONSTRUÇÃO De único representante do estado na Série A para a humilhação do rebaixamento na Série C, o Paraná Clube busca se reconstruir.

Albari Rosa/Foto Digital/UmDois.

Da Série A à Série D em quatro anos: a queda do Paraná Clube foi abrupta.

o último dia 14 de setembro, uma nova diretoria adN ministrativa assumiu o comando do Paraná Clube.

Presidida por Rubens Ferreira da Silva, a nova gestão as-

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Albari Rosa/Foto Digital/UmDois.

sume o Tricolor das Vilas no pior momento de sua história. E tem a difícil missão de tirá-lo do fundo do poço para onde foi levado por sua própria gente. Uma história que começou sob o lema "Clube do Ano 2000" quando de sua fundação, em 19/12/1989, mas que se perdeu justamente no momento programado para se firmar.

A primeira década de atividades do Paraná Clube, resultado da fusão de Esporte Clube Pinheiros e Colorado Esporte Clube, foi gloriosa. Já em seu segundo ano de atividades, o Tricolor levava sua nova geração de torcedores ao delírio, conquistando o título de Campeão Paranaense.

Durante a década de 1990, o Paraná Clube acumulou cinco títulos de Campeão Estadual e conquistou duas vezes o de Campeão Brasileiro da Série B. Foi, ainda, durante um bom período, o único representante do estado na Série A do Brasileirão.

O Tricolor das Vilas entrou no século XXI novamente campeão paranaense, em 2006. Nesse ano brilhou no Brasileirão e chegou à Taça Libertadores da América.

Mas foi a partir do advento da Libertadores que o clube se perdeu. Gestões deficientes, algumas fraudulentas, se acumularam. Patrimônios imobiliários foram vendidos.

Presidentes renunciaram, ou foram destituídos. Ações trabalhistas, de atletas e funcionários, se acumularam.

O caos se instalou. Como resultado, no campo de jogo o time acumulou fracassos. Em 2017, como num novo sopro, as coisas pareciam melhorar, visto que depois de 10 anos o time paranista voltava a disputar a Série A do Brasileirão. Mera ilusão. No ano seguinte, caiu novamente para a Série B. Em 2020, foi da B para a C. Este ano, caiu ainda mais. Acaba de ser rebaixado para a Série D. Esse quadro assusta a todos. Aos que têm paixão pelas cores do clube. E mesmo aos adversários. Contudo, não assustou o veterano conselheiro Rubens Ferreira da Silva.

Bancário aposentado, Rubão atuou no Conselho Fiscal do clube até o momento em que decidiu lançar seu nome como candidato nas eleições ocorridas em 9 de agosto.

Sob o lema Transparência e Responsabilidade, a chapa de Rubens Ferreira da Silva obteve vitória nas urnas. A posse deveria ocorrer somente em dezembro, mas diante da gravidade do quadro (a presidência estava sendo exercida interinamente, dado à renúncia do último presidente eleito), foi antecipada. Rubão e seus companheiros de chapa (ou infortúnio?) acabam de assumir. Pela frente têm o enorme desafio de reconstruir o Paraná Clube.

Em seu discurso de posse, o novo presidente se comprometeu a levar o mandato até o final (2025), mas não prometeu milagres. Rubão conclamou a união de todas as alas políticas e internas do clube, a participação da torcida e dos associados no dia a dia de sua administração e, especialmente, anunciou que a reconstrução passa pela retomada dos investimentos no futebol de base, decretando o fim da chegada aos montes de jogadores sem perfil de vencedor, e estabelecendo uma política criteriosa na contratação de treinadores.

Sem receitas, sem credibilidade no mercado, sob os olhares descrentes dos torcedores e associados, a nova gestão do Paraná Clube vai precisar de muita criatividade, iniciativa e networking para obter sucesso em seu projeto de reconstrução. O que não vai se fazer mais é admitir aventuras, tampouco pessoas físicas ou jurídicas colocando dinheiro no clube para depois o levarem a se desfazer de seu patrimônio imobiliário. Até porque também neste setor, restou quase nada ao combalido Tricolor das Vilas.

Rubão tem um grande desafio à frente.

PARANÁ CLUBE

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A CASA DOS

ESCÂNDALOS

Corrupção, eleições fraudulentas, assédios sexuais. Assim é a entidade que deveria ser exemplo de gestão no futebol brasileiro.

Enfim, surgiu uma luz no fim do túnel. Demorou, mas o poder judiciário interveio.

A luta do Senador Álvaro Dias

esde a gestão de Ricardo Teixeira, no final do século D passado, a Confederação Brasileira de Futebol tem exposto suas mazelas publicamente. Casos comprovados

de corrupção, eleições fraudulentas, acusações de assédio sexual e, por fim, uma intervenção judicial.

Esse desmando todo repercute negativamente para a imagem do futebol brasileiro no exterior. Também serve de mau exemplo para as federações estaduais. Afinal, se a entidade mater virou a casa da mãe Joana, ou um autêntico prostíbulo, imagine então suas afiliadas.

Por seu equivocado (e mal intencionado) poder de voto, os presidentes das federações negociam milhões de reais no processo de eleição dos presidentes da Confederação. Consequentemente, lhes outorgam plenas condições de mando e desmando.

Intervenção do Poder Judicial O poder judicial enfim parece disposto a atuar para dar um basta às maracutaias promovidas há décadas na, assim chamada, Casa do Futebol Brasileiro. No último dia 26 de julho o juiz Mário Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, do Tribunal de Justiça do Rio determinou a anulação da eleição de Rogério Caboclo, realizada em abril de 2018.

Na Assembleia de março de 2017, houve a aprovação do peso 3 para votos das 27 federações nas eleições da entidade, com peso 2 para clubes da Série A e peso 1 para os da Série B. Com isso, mesmo que todos os 40 clubes das duas principais divisões nacionais se juntassem a favor de uma candidatura, não teriam número suficiente para superar as federações.

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Waldemir Barreto/Agência Senado.

Lucas Figueiredo/CBF.

Sede administrativa da CBF, no Rio de Janeiro (RJ).

Sabedor do caos moral e administrativo que domina a CBF, o senador paranaense Álvaro Dias tem lutado para enquadrá-la aos rigores da lei. Ele foi autor da CPI do futebol no Congresso Nacional, em 2001. O trabalho apontou transações irregulares de jogadores por clubes brasileiros, promovendo o resgate de R$129,4 milhões aos cofres públicos, através da Receita Federal.

"São recursos oriundos de crimes contra o sistema tributário nacional praticados por clubes, dirigentes, empresários de jogadores e até técnicos de futebol que foram alcançados pela CPI do futebol. Recursos que voltaram para os cofres da União", relatou o senador paranaense.

No relatório, a CPI apontou existência de crimes como evasão de divisas e lavagem de dinheiro supostamente praticados por dirigentes brasileiros. A CPI do Futebol atuou entre 2000 e 2001 quebrando sigilos de dirigentes de clubes e agentes de jogadores.

"Quanto às providências adotadas, informa-se que, conforme consulta aos sistemas informatizados desta secretaria, foram realizados 40 procedimentos fiscais em decorrência da CPI do Futebol, sendo 24 procedimentos de fiscalização e 16 procedimentos de diligências, cujo resultado alcançou o montante de R$ 129.400.386,04", registra o memorando da Receita.

O que o senador paranaense deseja agora é criar mecanismos legais de ações permanentes de fiscalização na administração da CBF. Somente assim, poderá haver um controle público dos milhões e milhões de reais que entram e saem com incrível facilidade dos cofres da entidade.

Senador Álvaro Dias, relator da CPI do futebol.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL

AMBIENTE FAVORÁVEL À LIGA

O desgaste da CBF e seu interesse exclusivo em administrar apenas a Seleção Brasileira formam um ambiente favorável à criação da Liga de Clubes.

nquanto a Confederação Brasileira de Futebol cai em E descrédito público e as federações estaduais encontram-se em total estado de penúria, os clubes se fortale-

cem e se mobilizam em torno da criação de sua liga. Isso pode resultar em uma nova era para o futebol brasileiro.

Afinal, os clubes são a base do esporte. Eles têm torcida.

Em torno deles giram os negócios, cada vez mais volumosos. São os clubes que detêm os jogadores, as marcas, o mercado.

Entretanto, nossos clubes ainda carecem de dirigentes profissionais, de uma visão mais abrangente e mercadológica. A maioria deles ainda se notabiliza por serem torcedores e, assim, tratar o negócio futebol como paixão. A paixão deve ficar restrita ao campo de jogo, à disputa do campeonato. Fora disso, o negócio futebol tem que ser tratado como produto. E esse produto necessita ser bem cuidado para que sua valorização alcance os patamares almejados.

No passado, nossos dirigentes já se organizaram no Clube dos 13, depois na Primeira Liga e mais recentemente na Liga do Nordeste. Entretanto, sempre se mantiveram

dependentes da CBF, submissos aos seus desmandos. Ao defenderem interesses individuais, perderam a unidade.

Consequentemente, perderam a força. Acabaram desaparecendo.

Que os erros do passado sirvam de lição para a proposta da criação da Liga Nacional de Futebol. E tudo deve começar pelo respeito mútuo. Pelo tratamento cordial.

Lamentavelmente já foram registrados casos de agressão verbal, rompantes de egocentrismo, em reuniões online dos dirigentes. Também já se aventou a possibilidade de virada de mesa na Série A do Campeonato Brasileiro para trazer de volta da Série B clubes campeões nacionais do passado, sem levar em conta os critérios técnicos. Isso, além de imoral, fere o Estatuto do Torcedor. Causa desgastes e compromete por completo o surgimento da Liga.

O futebol brasileiro tem que ser passado a limpo. E esse processo pode sim começar pela criação da Liga dos Clubes. Contudo, a ética e a prática de atos transparentes e responsáveis são princípios fundamentais a serem adotados e praticados pelos dirigentes e articuladores desse movimento promissor.

Divulgação/Athletico.

Mário Celso Petraglia, presidente e CEO do Club Athletico Paranaense.

LIGA DE CLUBES

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A SAÚDE MENTAL DOS ATLETAS

FIFA, ao lado da OMS, lança campanha para combater a depressão e os níveis de suicídio em atletas e ex-atletas de futebol.

«Acho isso ótimo e acho que Robbie ficará orgulhoso ao olhar para baixo — orgulhoso do que foi alcançado, não apenas pela Fundação Robert Enke, mas em geral. As pessoas estão abordando o problema e, finalmente, reconhecendo o quão importante a saúde mental é. E sim, isso pode acontecer com qualquer pessoa.» — Teresa Enke.

No início de agosto deste ano a FIFA lançou #ReachOut, uma campanha destinada a aumentar a conscientização sobre problemas de saúde mental, para incentivar as pessoas afetadas a buscar ajuda onde precisam e motivar todos a cuidar de seu bem-estar emocional.

A entidade mundial está contando com a ajuda de muitos jogadores atuais e ex-jogadores de futebol para chamar a atenção para os problemas de saúde mental.

"Com esta campanha, podemos aumentar a consciência do público sobre os problemas psicológicos e incentivar aqueles que estão lutando para ter o que poderia ser uma conversa que pode salvar vidas. Também estamos empenhados em usar o futebol como uma força do bem na sociedade, em sintonia com o FIFA Vision 2020-2023.

Gostaria de agradecer a todos os jogadores e à Sra. Enke por suas contribuições para esta importante iniciativa", disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino, em ocasião do lançamento da campanha.

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Divulgação/ASEAN & FIFA.

bert Enke foi atropelado por um trem.

Só mais tarde ficou claro que o internacional alemão de 32 anos, com oito convocações para a Seleção seu país, passou por várias etapas de tratamento psiquiátrico para combater a depressão desde 2003. Em sua nota de suicídio, Enke, que jogou pelo Borussia Mönchengladbach, Benfica, Barcelona e Fenerbahçe durante sua carreira, pediu perdão à sua família e aos médicos.

A esposa de Robert, Teresa Enke, que fundou a Fundação Robert Enke em 2010, disse que a conscientização sobre as condições de saúde mental melhoraram muito desde a tragédia. "Há provas científicas de que todos os meus esforços conseguiram algo desde o suicídio do meu marido em 2009. A aceitação desta doença hoje é real.

A equipe agora inclui psicólogos e psiquiatras, e o treinamento psicológico é oferecido para jovens atletas envolvidos em esportes competitivos", explicou ela.

«A depressão e a ansiedade afetam um número crescente de pessoas em todo o mundo, e os jovens estão entre os mais vulneráveis. Ter uma conversa com a família, amigos ou um profissional de saúde pode ser fundamental.

A FIFA tem o orgulho de lançar esta campanha, apoiada pela OMS.» — G. Infantino.

Ilustração da campanha #ReachOut.

John Macdougall/AFP/Getty Images.

ma das tragédias mais terríveis da história do fuU tebol alemão aconteceu no dia 10 de novembro de 2009, quando, não muito longe de sua casa, o goleiro Ro-

Goleiro alemão Robert Enke. vítima fatal da depressão.

SAÚDE MENTAL

A campanha conta com as lendas da FIFA como Vero Boquete, Cafu, Laura Georges, Luis García, Shabani Nonda, Patrizia Panico, Fara Williams e Walter Zenga.

A depressão afeta mais de 260 milhões de pessoas no mundo, enquanto cerca de metade de todas as condições de saúde mental começam aos 14 anos. O suicídio é a quarta causa de morte em jovens de 15 a 29 anos. Entre os jogadores de futebol ativos, 23% relatam distúrbios do sono, enquanto 9% relataram depressão e outros 7% sofrem de ansiedade. Entre os aposentados, esses números aumentam, com 28% lutando para dormir e depressão e ansiedade afetando 13% e 11%, respectivamente (FIFPRO).

Trabalhar em casa, lidar com desemprego, fechamento de escolas e isolamento social afetaram pessoas em todo o mundo durante a pandemia de COVID-19; os desafios para as pessoas com problemas de saúde mental, para as quais o acesso ao tratamento foi, em muitos casos, interrompido, são ainda maiores. "À medida que a pandemia de COVID-19 continua, é mais importante do que nunca cuidar de nossa saúde física e mental", disse o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS. "A OMS tem o prazer de apoiar a campanha #ReachOut, liderada pela FIFA para incentivar as pessoas a falar sobre sua saúde mental."

A campanha de conscientização por vídeo apresenta lendas do passado, jogadores atuais e convidados especiais, que deram seu apoio a este movimento pela saúde mental, e às vezes compartilhando suas experiências vividas. A campanha está sendo compartilhada nos canais digitais da FIFA, com kits de ferramentas multimídia fornecidos às 211 associações-membro da FIFA e às agências de mídia para facilitar a divulgação e uso dentro e fora da Europa.

Marvin Sordell tentou o suicídio

«De repente, você vai de algo não tão sério, para um ambiente profissional, treinando sessões duplas e desempenhando com padrões de elite todos os dias. E eu achei isso muito difícil.»

A paixão de Sordell pelo futebol tornou-se uma pressão crescente, agravada em 2012, quando ele se tornou uma das pessoas mais atraentes do esporte. "2012 foi o melhor e o pior ano da minha carreira. Comecei aquele ano assinando com o Bolton por £ 3 milhões e tive a chance de jogar na Premier League, antes de ir para os Jogos Olímpicos com o Team GB. "Mas, por outro lado, foi o período mais difícil da minha carreira. Nunca experimentei esse nível de pressão ou expectativa antes. Representar seu país em um torneio de elite, jogar na Premier League e jogar pela Inglaterra sub-21 também. Quando jovem, nunca fui um garoto maravilhoso ou um jogador destacado, apenas tentei acompanhar todos os outros. Foi demais a forma com que minha vida se transformou. Rapidamente virei o centro das atenções, foi muito difícil.

"Emocionalmente, eu era muito retraído. Senti o peso do mundo sobre mim e estava em modo de autodestruição. Cheguei a um ponto, meu ponto de ruptura essencialmente, quando tentei tirar minha própria vida. Não sentia que valia a pena viver. Sem alegria, eu senti 'o que é a vida?'"

Tendo alcançado essas profundezas, entretanto, algo despertou dentro dele. "Sempre olho para trás para aquele período como o mais importante da minha vida.

Sem ir a essas profundezas, não entenderia a vida.

"A depressão é como dirigir em uma estrada na escuridão e nunca imaginando luz. Você nunca imagina essa mudança. Nesses momentos o mais importante é estar perto das pessoas, e isso pode ajudar muito. Você nem sempre precisa falar; a comunicação vem em muitas formas. Sobretudo de se sentir acolhido."

"Cheguei a um ponto, meu ponto de ruptura essencialmente, quando tentei tirar minha própria vida."

Q

uando criança, Marvin Sordell nunca imaginou um futuro em que não fosse um jogador de futebol profissional. "Foi onde coloquei toda a minha energia e foi o único caminho para mim", disse o ex-atacante do Bolton Wanderers e Watford. "Minhas primeiras lembranças são de jogar futebol. Nunca pensei em me tornar outra coisa."

Sordell viu muitos de seus amigos serem escolhidos para testes de futebol e se concentrou em ganhar as mesmas oportunidades, mas à medida que o jovem talento teve sucesso, as expectativas aumentaram. "A pressão era interna e externa. Eu estava assistindo amigos sendo observados em torno dos 12 anos de idade e me pressionei para entrar naquele cenário profissional. Mas externamente também, quando se passa de sub-16 para bolsista do primeiro ano, é que se dá o maior avanço no futebol.

SAÚDE MENTAL

Atacante Marvin Sordell atuando pelo Bolton Wanderers Football Club.

Peter Byrne/PA.

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UMA PARCERIA PARA ALÉM DA VIDA Somente algo extraordinário pode justificar a parceria dos eternos ídolos Washington & Assis até no momento de partir.

o futebol, assim como N em outros setores da vida, há duplas que fazem

Ricardo Beliel/VEJA .

história. No Brasil, tivemos parceiros lendários como Pelé & Coutinho, Tostão & Pelé, Gérson & Rivellino, nos anos sessenta e setenta. Depois deles vieram Sócrates & Casagrande, Bebeto & Romário e Washington & Assis. Todos esses personagens ainda são lembranças vivas e agradáveis no imaginário dos torcedores.

Afinal, jogavam por música. E produziram grandes momentos em seus clubes e na Seleção Brasileira.

De todas as duplas do futebol brasileiro, no entanto, aquela formada por Assis e Washington talvez seja a mais especial.

Esses jogadores viveram uma sintonia intensa por dois times diferentes (Club Casal 20 comemorando gol no gramado do Maracanã.

Athletico Paranaense e Fluminense Futebol Clube).

Comandaram os anos mais felizes dessas equipes, com maior destaque (até pela visibilidade) no Tricolor das Laranjeiras. Não se conta a história de um sem o outro.

Transcendendo ao esporte

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Reprodução/Web.

Incrível mesmo é constatar que a compatibilidade entre Washington e Assis transcendeu ao esporte, já que ambos cultivaram uma amizade independentemente da bola.

Por capricho do destino, a conexão também se fez evidente na morte de ambos, com a curiosa e trágica proximidade nas datas de falecimento: exatos dois meses. O ex-atacante Washington morreu em maio de 2014 após travar uma longa batalha contra uma doença degenerativa.

O antigo meia Assis sentiu o baque da partida do amigo já em suas últimas semanas de vida, vítima de problemas renais e em julho daquele mesmo ano também veio a falecer.

A dupla de Washington e Assis começou a ficar famosa no Athletico Paranaense.

CASAL 20

Amigos pela eternidade Assim é que para além da vida, Assis e Washington seguem no imaginário dos torcedores do Furacão e do Fluzão, que exaltam até hoje a parceria dos anos 80, batizada de Casal 20. Desassociar um do outro é difícil, quase impossível. No auge no futebol e no fim da vida, a dupla esteve conectada.

O famoso apelido "Casal 20" surgiu em alusão à uma série de TV Americana dos anos 1980 e foi transferido à dupla Washington e Assis pelo jornalista e advogado paranaense Augusto Mafuz, que além de amigo da dupla a representou na transferência e assinatura de contrato com o Fluminense.

"Eles se entendiam maravilhosamente bem, tanto dentro quanto fora de campo. Viviam numa cumplicidade digna de casal. Como diria Nelson Rodrigues, formavam um casal sem sexo. Convivi muito próximo a eles.

Busto do Casal 20 nas Laranjeiras Nascido em 03/01/1960, em Valença, litoral sul da Bahia, Washington Cesar Santos faleceu em 25 de maio de 2014, em Curitiba.

Assis nasceu em São Paulo no dia 12 de novembro de 192, e nos deixou em 26 de julho de 2014.

No ano seguinte, o Tricolor lançou o livro "Washington & Assis - Recordar é viver" e inaugurou em sua sede bustos de seus dois eternos ídolos.

Sergio Duarte/Rock Flu.

Ricardo Ayres/Photocamera.

Ação "Washington Day" em Fluminense 2-1 Athletico, em 2009.

Construímos uma forte relação de amizade. Posso assegurar que ambos estão juntos no Paraíso. Sua ligação transcendeu à vida terrena que tiveram. Aqui, deixaram um legado maravilhoso, sobretudo do quanto valorosa é a amizade", segurou Augusto Mafuz, padrinho do Casal 20 mais famoso do futebol brasileiro.

Bustos criados por Antônio Liboredo que permanecem na sede das Laranjeiras.

Divulgação/Fluminense.

A alegria do Casal 20 no Fluminense, onde conquistaram o tricampeonato carioca (1983/84/85) e o Brasileirão de 1984.

CASAL 20

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aulista de Piracicaba, Adriano Spadoto jogou futeP bol profissionalmente por 15 anos. Muito bem articulado, detentor de um networking invejável, deixou de

Arquivo Pessoal/Adriano Spadoto.

jogar, mas permaneceu no futebol, abraçando novas funções. Primeiro como coordenador do Mirassol, seu último clube como jogador. Posteriormente, passou a ser representante de atletas e de técnicos. Em pouco tempo de atuação como intermediador já tinha atleta seu disputando a Copa do Mundo pela Seleção Brasileira. Entre suas maiores negociações estão as recentes transferências de Pepê para Portugal, e de Bernard para o futebol árabe.

— Antes de tudo, sou imensamente grato a Deus por estar me abençoando tanto. Como atleta, ganhei dinheiro. Sobretudo quando fui jogar na Europa. Mas é como representante de atletas e de técnicos que estou me realizando mais. Não apenas no plano financeiro, mas especialmente no pessoal. Tenho transitado por diversos mercados. Firmadas ótimas parcerias. Encontro portas abertas por todos os lugares onde passo. Isso ocorre não por méritos meus, mas pela misericórdia e graça de Jesus Cristo, assegura Adriano Spadoto.

Sua empresa, AS Sports, representa 42 atletas. Vinte deles estão nos ricos mercados da Arábia Saudita e dos Emirados. Dois na Europa. Já aqueles que se encontram no Brasil atuam por clubes das Séries A e B.

Adriano Spadoto, cotação alta no mercado do futebol.

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Ex-atleta, Adriano Spadoto é um belo exemplo de como continuar no futebol e realizar excelentes negócios.

— Não é fácil ser gestor de tantos atletas, mas conto com o suporte de diversos ex-atletas que colaboram comigo em minha agência de representação. Há também o envolvimento de alguns olheiros, descobridores de talento. Invisto nos atletas com potencial logo cedo. É o caso do Bernard, que foi minha mais recente negociação no exterior. Trabalhamos juntos desde que ele tinha apenas 14 anos de idade e era apenas uma promessa.

Hoje, além de consagrado internacionalmente, ele está milionário com as negociações que realizamos. Isso é bênção de Deus, sem dúvida Adriano ao lado de Bernard. alguma, comenta.

Guto Ferreira até recentemente no comando do Ceará, Caio Zanardi no Khor Fakkan — e anteriormente no Al Nasr — são os técnicos de futebol que atualmente pertencem à carteira de clientes da AS Sports.

— Meu relacionamento com os técnicos de futebol é extraordinário. Eu os represento nas assinaturas de contrato com os clubes. O Guto Ferreira, por exemplo, é meu cliente há quase 10 anos. Também já representei o Silas e outros técnicos no futebol brasileiro. Alguns eu inseri nos mercados árabes. Todos estão muito satisfeitos com o trabalho que faço por eles, destaca.

Sobre sua maneira de trabalhar e participação nas negociações que costuma intermediar, Adriano Spadoto revela: "quanto às comissões, os clubes me pagam entre 5 e 7%, normalmente. Quando são os clubes estrangeiros que me pagam, não preciso ficar esperando por isso. Já quando os negócios envolvem os clubes brasileiros, meus pagamentos costumam demorar muito. E hoje uso muito da exclusividade de venda dos direitos federativos do atleta. Nesses casos, tenho 10% dessa exclusividade. Por exemplo, se eu levo um atleta para o clube. Esse clube fica detentor de 80%, o atleta de 10% e AS com os outros 10% de exclusividade.

Adriano Spadoto ressalta ainda que o futebol brasileiro vai permanecer sendo um grande celeiro de craques.

Sua vivência e relacionamento comercial com os clubes internacionais indicam que cada vez mais os atletas brasileiros serão procurados. E que grandes negociações continuarão a acontecer.

Divulgação/Sharjah F.C.

COMO NEGOCIAR BEM NO FUTEBOL

ADRIANO SPADOTO

BERNARD SURPREENDE AO TROCAR

que iam constantemente me ver e conviver comigo, não recebiam permissão mais da imigração. Em Dubai encontro melhor qualidade de vida. Aqui o clima, apesar de bem quente, é mais parecido com o do Você trocaria o Campeonato mais valorizado do Brasil. Meus pais podem mundo por outro que o mundo desconhece? entrar e sair quando deseonhecido por ser um jogador com alegria nas pernas jarem. O peso maior foi este, mesmo. Pode acreditar. (expressão usada no meio futebolístico para identificar atletas que jogam com prazer e grande entrega), o FG: Como você investe o dinheiro que ganha no futemineiro Bernard deixou o futebol brasileiro em 2013 para bol? Tem um gestor financeiro, também? jogar na Ucrânia. De lá, migrou para a Inglaterra e este B: Quem cuida das minhas questões extracampo é ano, surpreendentemente, trocou a balada Premier Lea- meu agente Adriano Spadoto. Para questões financeiras gue pelo inexpressivo Campeonato Árabe. Houve quem contamos com um gestor que administra meus ganhos o chamasse de mercenário nas redes sociais. Mas não fo- de maneira muito profissional, pensando no meu futuro ram somente os petrodólares árabes que levaram o meia, e da minha família. que inclui no currículo convocações para a Seleção Brasileira e jogos na Copa do Mundo de 2014.

FG: Qual a importância do agente Adriano Spadoto na Nesta entrevista exclusiva para a FuteGol, Bernard sua carreira? revela os reais motivos dessa tão inesperada mudança e B: Tenho com o Adriano Spadoto uma relação que exmuito mais. Acompanhe! trapola o lado profissional. Estamos juntos desde que eu tinha 14 anos e dividimos todos os momentos que uma FuteGol: Como foi a sua passagem pelo Shakhtar? parceria desse porte pode proporcionar. Nossas famílias Você encontrou alguma dificuldade de adaptação ao clu- são amigas e agradeço muito tudo o que ele fez por mim. be, à cidade e ao país? Como as superou?

Sei que o Adriano sempre busca o que é melhor para mim Bernard: Foi um período muito importante para mi- e sou muito grato a ele por isso. nha vida profissional. Construí uma história importante por lá, disputei Champions League, enfrentei os melhores FG: Como é a sua vida em família? Fora do futebol, times e jogadores do mundo e evoluí muito. Considero quais são seus hobbies? que o processo de adaptação foi normal, um pouco mais B: Sou um cara muito caseiro. Sempre fui assim. O que difícil nos dois primeiros anos, diante de uma mudança mais gosto na vida é ficar quietinho no meu canto com meus tão grande culturalmente falando, com o país vivendo al- amigos e familiares. Nada pode ser melhor do que isso. guns problemas internos e algumas diferenças que o treinador à época tinha em relação a mim. Mas escolhi ir para FG: Você tem planos de voltar logo para o futebol bralá e isso foi decisivo para minha adaptação. Me preparei sileiro ou pretende permapara viver no país e foi tudo bem. necer na Europa nos seus próximos 5 anos de ativiFG: Fale-nos sobre sua experiência na Inglaterra, dis- dade profissional? putando a Premier League.

B: Meu futuro a Deus perB: A Premier League é o campeonato com maior nível tence. Sei que voltarei a técnico de todo o mundo e tive o prazer de disputar três jogar no Brasil em algum temporadas por lá. Foi uma experiência extremamente momento da minha carreienriquecedora. A única dificuldade que senti foi viver na ra. Tenho laços muito fortes Inglaterra. O clima é complicado. A gente quase não vê o com meu país e sei que misol. O céu parece eternamente nublado. nha história não acabou no futebol brasileiro. É viver um FG: Você trocou o futebol inglês pelo árabe. Foi só por dia de cada vez e esperar o dinheiro que isso aconteceu? melhor momento para que B: Não, não foi só por dinheiro. Claro que o lado finan- isso aconteça naturalmente. ceiro foi extremamente compensador, mas o que pesou mesmo foi o fato de eu estar um tanto cansado com a falta de sol na Inglaterra. O clima por lá é muito ruim. Já Bernard, em 2013, vinha de 5 anos convivendo com o frio da Ucrânia. gol Com o advento da COVID, os ingleses impuseram uma sé- comemorando em amistoso contra rie de restrições para entrada e saída no país. Meus pais, Honduras, em Miami.

O FUTEBOL INGLÊS PELO ÁRABE C

MOWA PRESS.

BERNARD

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UM RETORNO ANUNCIADO A volta de Rogério Ceni ao São Paulo, 4 anos depois de ter sido demitido, não surpreendeu ninguém. Ele até já estreou.

Rogério Ceni em sua partida de despedida, no Morumbi.

Juan Mabromata - Pool/Getty Images.

Reprodução/VEJA.

O que se espera agora é que Ceni consiga implantar uma filosofia própria de trabalho e que isso resulte em novas conquistas, proporcionando alegrias ao torcedor são-paulino e correspondendo com a grande expectativa que se tem em torno de sua carismática figura.

Juras eternas de amor e de comprometimento com o clube têm sido feitas por Rogério Ceni nesse retorno ao Morumbi. Isso é muito romântico, motivador até, mas não ganha jogo. O treinador tem como missão imediata fazer com que os jogadores tricolores voltem a produzir o futebol de qualidade que deles se espera. Com isso, resultados positivos podem voltar a se conquistar. A essa altura eles são mais do que necessários visto a proximidade numérica da equipe com a indesejada e perigosa zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, única competição que restou ao São Paulo numa temporada iniciada com a conquista do título do Campeonato Paulista e que prometia tanto ao torcedor tricolor.

"Em casa de novo" — escreveu o perfil oficial do São Paulo no Instagram após anunciar Ceni como novo treinador.

o mesmo tempo em que alardeava apoio e suA porte ao argentino Crespo, a diretoria do São Paulo Futebol Clube acertava a volta do ídolo (como jogador) Rogério Ceni para tentar tirar o time da situação incomoda em que se encontra na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro.

No dia seguinte à demissão de Crespo, Ceni já estava comandando treinamento no Tricolor do Morumbi. Quinta-feira (dia 13/10) estreou, mesmo sem formalizar a assinatura contratual.

Ninguém se surpreendeu com a volta de Rogério Ceni ao clube que ele defendeu durante toda a sua longa trajetória de atleta profissional e pelo qual acumulou tantas conquistas, ocupando então lugar de destaque na galeria de ídolos do clube. Essa volta já era aguardada desde quando o ex-goleiro realizou um trabalho animador como treinador no Fortaleza, 4 anos depois de te=r sido demitido do São Paulo quando não resistiu às quedas no Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.

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ROGÉRIO ROGÉRIO CENI CENI

EM OUTUBRO,, USAMOS ROSA!

A campanha Outubro Rosa visa conscientizar sobre a prevenção do câncer de mama.

Afinal, prevenir é uma das melhores formas de lutar! A FuteGol apoia essa campanha. econhecendo a força da mulher entre suas torcidas R e associados, alguns clubes brasileiros usam o mote "Outubro Rosa" para se engajar nele promovendo o lan-

çamento de produtos especialmente direcionados ao público feminino.

Destaca-se a ação da Umbro Brasil — em parceria com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) —, que reuniu seus clubes patrocinados das Séries A e B — Athletico, Avaí, Chapecoense, Fluminense, Grêmio, Santos e Sport — e lançou camisas em prol da campanha.

Eduardo Dal Pogetto, brand manager da Umbro Brasil, destacou que "o esporte sempre será um parceiro importante para esse tipo de comunicação, ainda mais o futebol que tem se tornado um canal populoso permeado por diversas jogadoras. O alto potencial de alcance desta comunicação tem como intuito conscientizar a população diversa e poder ajudar a salvar vidas".

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Divulgação/Umbro Brasil.

Divulgação/Paraná Clube.

A manifestação em prol da campanha também foi o caso da dupla Coritiba e Paraná Clube. Como são fabricantes de suas camisas, ambos os clubes desenvolveram camisas personalizadas e colocaram à venda. O Paraná foi além. Anunciou que todo o dinheiro arrecadado com a venda dessas camisas será direcionado ao Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, referência no tratamento do câncer. É interessante observar que o envolvimento dos clubes de futebol em causas sociais repercute positivamente. Ações como essas de apoio à prevenção do câncer de mama são vistas com simpatia não apenas pelo público esportivo como também pela sociedade como um todo.

Assim, vale-se ressaltar que cada vez mais o esporte surja como instrumento transformador. Sua função social é enorme. E extremamente salutar.

O Outubro Rosa luta pela conscientização para o controle do câncer de mama — objetivando proporcionar maior acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença.

Você pode fazer sua parte realizando a prevenção — através do autoexame, por exemplo. Para mais informações, consulte os sites do INCA e da FEMAMA.

Previna-se!

Ame-se!

Toque-se!

A marca inglesa anunciou parceria com a FEMAMA pelo segundo ano consecutivo.

OUTUBRO ROSA

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A ITÁLIA RESSURGE, AGORA MAIS OFENSIVA

F: Apesar do seu talento e maravilhosa carreira de jogador a nível de clube, nunca lhe foi dada a oportunidade de brilhar num Campeonato do Mundo (permanecendo como um membro do plantel não utilizado em 1990). O quanto você sentiu isso? Será que essas perdas agora podem ser recuperaSob a batuta do maestro Roberto Mancini, a velha e poderosa das pelo treinador?

RM: Dado que comecei Azzurra renasce das cinzas. Agora mais ofensiva. E campeã. a minha carreira internaausência da Azzurra na última Copa do Mundo pro- cional muito jovem, poderia ter jogado pela Itália em vocou uma grande revolução no futebol italiano. O quatro Campeonatos do Mundo e quatro Campeonatos resultado dessa mudança radical é o desempenho que o Europeus. E quem me dera ter jogado! Por muitas razões, time vem apresentando ultimamente. Culminando com a porém, não consegui o sucesso que queria — exceto por conquista da UEFA EURO em pleno Estádio de Wembley ter ganho um título europeu ao nível dos sub-16. Portane sobre a enigmática Seleção da Inglaterra. O responsável to, sim, espero que tudo o que perdi como jogador possa por esta verdadeira transformação de água em vinho é ser alcançado como treinador. um ex-ídolo dos tiffoses como jogador, o agora treinador «Nosso país tem 60 milhões de treinadores e é Roberto Mancini.

Seu estrondoso sucesso como técnico da Seleção Ita- impossível escapar deles. Essa é a Itália!» liana motivou a equipe de jornalistas da FIFA a procurá-lo F: Sven-Goran Eriksson falou recentemente sobre ter para uma entrevista exclusiva que a FuteGol transcreve.

A tradução das perguntas e respostas foi realizada pelo treinado você, dizendo o quanto te amava como jogador e pessoa, mas também o quanto eras incrivelmente exitime de professores da Goal One Idiomas. gente e intenso. Será que Mancini, o treinador, apreciaria FIFA.com: Roberto, você assinou recentemente um o desafio de trabalhar com Mancini, o jogador?

RM: Gostaria de trabalhar com esse tipo de jogador novo contrato de cinco anos. A duração desse contrato é incomum, particularmente no futebol moderno. Significa talentoso, técnico e inspirado! Considero esses atributos como positivos. Sven foi um mestre para mim — um grano quanto você está gostando do seu trabalho?

Roberto Mancini: Estamos empenhados juntos em de treinador que me ensinou muitas coisas. Tenho de lhe tentar ganhar um Campeonato do Mundo, e é por isso agradecer mais uma vez. Ele é um grande homem. que [a duração do contrato] fazia sentido, uma vez que reflete que este é um projeto a longo prazo. Neste ponto, tendo em conta por onde começamos há três anos, as coisas estão a correr bem — e isso graças aos jogadores joRoberto Mancini vens e talentosos que temos a bordo. Acredito que esses com o troféu da anos que temos pela frente serão frutíferos para a Itália.

UEFA EURO 2020.

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«Espero que possamos nos recuperar por todas as chances que foram perdidas no passado.»

F: Quando você se tornou treinador, e tendo representado a seleção nacional como jogador, será que treinar a Itália foi sempre um sonho?

RM: Sim. Comecei a minha carreira internacional de jogador quando era apenas um adolescente, e embora tenha jogado em equipes nacionais extremamente fortes e abençoadas com muitos jogadores talentosos, nunca tive sorte com os resultados. Se voltarmos ao Campeonato Mundial da Itália em 1990, por exemplo, não perdemos um único jogo durante toda a competição, mas terminamos em terceiro lugar com seis vitórias e um empate. É uma loucura! Espero que tenhamos aprendido com todas as oportunidades que foram perdidas no passado.

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Michael Regan/ UEFA.

ROBERTO ROBERTO MANCINI MANCINI

«Não há dúvida de que tem sido um desafio difícil individualmente, embora em meio a um período muito difícil para as pessoas em todos os lugares.»

F: Como foi a experiência de treinar durante a pandemia, desde jogar em estádios vazios até às questões logísticas e, claro, até mesmo contraindo a COVID. Ter lidado com tudo isso foi um dos seus maiores desafios como treinador?

RM: Não há dúvida que tem sido um desafio difícil individualmente, embora no meio de um período muito difícil para as pessoas em todo o lado. Nunca ninguém tinha experimentado este tipo de coisas antes, e só se pode esperar que nunca mais se volte a experimentar no futuro. As famílias perderam entes queridos, as pessoas foram privadas da sua liberdade. Para todos, foi a pior coisa que poderia ter acontecido. Para aqueles como nós envolvidos no desporto não é diferente, e tivemos simplesmente de nos adaptar ao que se passava à nossa volta.

«Tite é um grande treinador e vem da nação mais inspirada e criativa do mundo do futebol — um país onde você pode ser considerado desrespeitoso se não adotar um estilo ofensivo.»

F: Numa entrevista recente conosco, o treinador do Brasil, Tite, destacou-o com altos elogios, não só pelos seus resultados com a Itália, mas também pela forma como mudou o estilo da equipe. É esse tipo de reconhecimento, por parte de um colega, e colega treinador internacional de alto nível, satisfatório de ouvir?

RM: Tite é um grande treinador e vem da nação mais inspirada e criativa do mundo do futebol — um país onde pode ser considerado desrespeitoso se não adotar um estilo ofensivo. Estamos muito contentes por ler que a Itália foi escolhida desta forma. Ao mesmo tempo, porém, vale a pena ter presente que os sucessos passados da nossa nação, ganhando quatro Campeonatos do Mundo e um Campeonato Europeu, foram alcançados através da adoção de uma abordagem bastante defensiva. Cada nação tem o seu próprio estilo de jogo e essa qualidade defensiva na Itália continua a fazer a diferença ainda hoje. Para se tornar uma boa equipe, é necessário estabelecer o equilíbrio perfeito entre o ataque e o sistema defensivo.

Michael Regan/UEFA.

F: Como você lida com a pressão de carregar as esperanças de uma nação louca por futebol? É possível fugir?

RM: Não! Isso é a Itália! O nosso país tem 60 milhões de treinadores e é impossível fugir deles. Mas, ao mesmo tempo, falo de como os italianos estão profundamente envolvidos com a sua equipe nacional, especialmente quando se trata de competições finais. Os italianos adoram muito o futebol, e isso é fantástico.

Insigne, Verratti e Immobile comemorando a mais recente conquista da Azzurra.

RM: Tomei o leme num momento muito difícil, mas queríamos fazer algo realmente diferente em relação ao que tinha sido feito anteriormente. Depois trouxemos muitos jogadores jovens e talentosos que consideramos bem adaptados a adotar um estilo de jogo diferente — mais ofensivo do que no passado. Em cada equipe que treinei anteriormente, sempre tentei trazer esse tipo de abordagem. Às vezes consegue-se isso, outras vezes não. Mas neste caso, era o momento certo para dar aos nossos torcedores uma seleção nacional atraente para ver e desfrutar.

F: Diz-se que você conseguiu jogar de uma forma mais atrativa, e com uma série de grandes resultados ao longo dos últimos três anos, apesar de faltarem as estrelas globais das gerações italianas passadas. O que você acha disso?

RM: É verdade que houve momentos no passado em que o futebol italiano teve mais desses mestres, jogadores de classe mundial. É difícil dizer porque é que esses enormes talentos faltam hoje em dia. Ao mesmo tempo, uma nova geração de excelentes jogadores crescendo na Itália, e esses jovens são suficientemente habilidosos para atuarem no palco internacional e um dia tornarem-se esse tipo de estrelas globais. É apenas uma questão de tempo. A nossa esperança é guiá-los à vitória e ajudá-los a realizar os seus objetivos.

F: Você foi chamado após o fracasso em alcançar o último Campeonato do Mundo. Qual foi o trauma nacional ao assistir à Rússia 2018 do lado de fora? Isso tem sido uma fonte de motivação desde então?

RM: Não foi fácil para ninguém, incluindo eu próprio, pois estou nos meus cinquenta anos e sempre vi a minha seleção nacional competir no Campeonato do Mundo.

Mas o inesperado é a verdadeira e fascinante essência do desporto, mesmo que tenhamos sofrido por isso nesse «Foi o momento certo para dar aos nossos torcedo- caso. A nossa esperança é que não volte a acontecer e, res uma seleção nacional atraente para ver e desfrutar.» para garantir que não aconteça, precisamos de trabalhar arduamente para ter um bom desempenho, porque estaF: Esteve sempre na sua mente, quando aceitou o trabalho, mos jogando numa época em que muitos outros centros estabelecer esse equilíbrio para tornar a Itália mais aventureira? nacionais se tornaram competitivos.

ROBERTO MANCINI

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Craque ítalo-brasileiro, indicado entre os melhores do mundo, Jorginho justifica a escolha por jogar na Seleção Italiana. torcedor brasileiro que pela televisão viu Jorginho O brilhar — e ser campeão —, com a camisa da Seleção Italiana durante a Europa 2020/21, cansou de se pergun-

tar, afinal por que ele não está na seleção do nosso país?

A dúvida desapareceu quando o meia participou do programa Bem, Amigos!, de Galvão Bueno, no canal SporTV. Na Itália desde os 15 anos, quando deixou Imbituba-SC, Jorginho disse que teve de optar por defender a seleção italiana profissionalmente às vésperas da Copa de 2018, durante as eliminatórias, em 2017. Lembrou que à época o então coordenador técnico da seleção brasileira, Edu Gaspar, o procurou e o contato telefônico o balançou.

Mas, diante de tudo que vivera na Itália e da necessidade que a Azzurra tinha de contar com jogadores comprometidos num momento de dificuldade, não pensou duas vezes ao escolher o país europeu.

NA DÚVIDA, JORGINHO PREFERIU A AZZURRA Para a equipe do Bem, Amigos!, o catarinense Jorginho respondeu outras perguntas interessantes. Acompanhe!

Sonha com a Bola de Ouro?

— A gente vive para sonhos. Mas eu vou ser bem sincero: depende do critério de como é feito isso. Se a gente fala em questão de habilidade, sou consciente de que não sou o melhor do mundo. É o critério como jogador ou de quem ganhou mais títulos? Porque ninguém ganhou mais do que eu como jogador nesse ano. Como vou me comparar a Messi, Cristiano Ronaldo ou Neymar? Sinceramente são características completamente diferentes, mas depende do critério.

«A gente se uniu, e o país estava sofrendo com essa pandemia. Não tem como explicar essa energia.»

Arquivo Pessoal/Jorginho.

Mudança de estilo do jogo italiano e emoção do grupo no hino «Eu, sinceramente, via — A questão da mudança do estilo de jogo é muito a Seleção Brasileira como mérito do Mancini. Ele foi muito inteligente ao reconhealgo muito longe.» cer a característica dos jogadores e adaptar o jogo às características dos atletas. Acredito que isso tenha muito Jorginho no Vila Nova de Imbituba. a mão dele. Realmente a gente sentiu bastante o hino. É um grupo bem especial. A força desse grupo não teve — Cheguei a jogar na sub-21 pela Itália. Assim que che- nenhum jogador só. É um grupo humilde e que trabalhou gou para mim a convocação, eu de cara aceitei. Eu, since- muito. Um sempre torcendo pelo outro. Os dois centroaramente, via a seleção brasileira como algo muito longe. vantes são os melhores amigos na seleção. A gente sabia E o fato de eu ter crescido na Itália e pela Itália ter aberto que essa competição era muito importante para a retoas portas para mim, não pensei duas vezes sinceramente. mada da seleção. A gente se uniu, e o país estava sofrendo Mas naquele momento, depois da sub-21, eu só tinha joga- com essa pandemia. Não tem como explicar essa energia. do amistoso (pela seleção principal da Itália). Aí foi quando Como vê a Seleção Brasileira? chegou em 2018, na última convocação, para o jogo com a — Você olha os jogadores que tem, a seleção brasileira Suécia, que chegou a convocação, e o Brasil me procurou sempre vai ser uma das melhores do mundo. Se você ver também. E esse momento foi bem complicado.

— Naquela distância que existia, também não posso os números, eles são claros. dizer que nunca sonhei jogar com a Amarelinha. Também Toma poucos gols, domina era o meu sonho de criança. Quando chegou essa ligação os jogos. Infelizmente não do Edu Gaspar, ele disse: "Jorge, a gente está pensando ganhou a Copa América. em te convocar, mas eu não posso garantir nada. Sei que Falta pouco para a seleção Jorginho, em 2018, gol brasileira voltar a brilhar comemorando é difícil, conversa com a sua família". em Itália 1-1 Polônia, — Realmente conversei com a minha família e real- daquela maneira. É normal, pela UEFA Nations mente não me senti bem depois de ter passado o que nós sentimos. O apoio é League. passei ao vir para Itália, jogar pela sub-21 e amistosos pela muito importante. A Seleprincipal... Num momento em que a seleção italiana esta- ção tem tudo para voltar va numa eliminatória bem complicada para aquele jogo a brilhar, a conquistar final com a Suécia. Senti que a Itália precisava de ajuda. E títulos, tomara que quando eu precisei de ajuda, a Itália me ajudou, me abra- não contra nós çou e me abriu as portas. Eu não me sentia à vontade de (risos), mas é virar as costas para a Itália naquele momento. Meu cora- isso. ção falou "não, a Itália precisa de você". Então eu fiz essa Stefano Rellandini/ escolha e sinceramente sou muito feliz com ela.

Reuters.

JORGINHO

ISTA COM BERNARD

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TRÊS DÉCADAS DA MAIOR CONQUISTA A despeito do mau momento atual, o Criciúma entrou para a história há 30 anos quando conquistou a Copa do Brasil. ste ano o Criciúma Esporte Clube foi eliminado da E Copa do Brasil nas oitavas de final, mas 30 anos atrás o clube catarinense conquistava o título da competição

Arquivo/Jornal da Manhã/ND.

após empatar com o Grêmio nos dois jogos finais (1X1 no Olímpico e 0X0 no Heriberto Hülse). Sim, em 2 de junho de 1991, numa quarta-feira à noite (o jogo começou às 18h30), o Tigre protagonizou a maior conquista de sua história e do futebol de seu estado. A conquista de seu primeiro e único título nacional. As comemorações se estenderam madrugada adentro daquela quarta-feira 2 de junho. E o nome do Criciúma passou a ser sinônimo de futebol vitorioso para todos aqueles que até então nunca tinham ouvido falar dele. Pode-se dizer que a partir de então Criciúma entrava para o mapa do futebol nacional.

Não apenas por sagrar-se campeão, mas por obter tamanha façanha justamente em cima de um time copeiro Gol de Vilmar contra o Grêmio, marcado em Porto Alegre. Ouça a narração. como o Grêmio.

Encontramos no site ND Mais uma bela e abrangente "Cheguei e falei assim Altair vai você para a gente ir domatéria relembrando a grande façanha do Criciúma Esporte Clube em 1991. Com a devida autorização compar- sando. O Itá mandou voltar o Altair. E eu fui para área. Por isso que eu acho que o gol é tão maravilhoso e histórico. Saí tilhamos com você o texto de Lucas Colombo. da grande área e antecipei o zagueiro do Grêmio", recorda.

Um ano antes, em 1990 a equipe já tinha realizado um feito histórico na Copa do Brasil chegando na semifinal, relógio marcava 18h30min, o árbitro Cláudio Viní- sendo eliminado pelo Goiás. cius Cerdeira soava o apito, iniciava ali a partida que "A base ela foi montada em 1989 na época o time foi marcaria a história do Criciúma Esporte Clube e do fute- montado com técnico Levir Culpi que tinha feito uma bol catarinense. Foram noventa minutos de muita tensão campanha muito boa com o Marcílio Dias. A base se mane luta no Estádio Heriberto Hülse. teve e em 90 semifinal e 91 título", comenta o atacante De um lado do campo um time do interior de Santa Vanderlei. "O perder parece que acabou tudo e acredito Catarina, desconhecido até então, e tido como ‘azarão’ da que não, acho que quando vier perder se ganha experiêncompetição, do outro um time da capital do Rio Grande cia, maturidade para que ali na frente possa se reconquisdo Sul e que se destacava no cenário nacional. tar", lembra o volante Gelson.

Nenhuma das equipes chegou ao gol, mas, após o apito final e o empate de Criciúma e Grêmio, o dia 2 de junho De desacreditado a campeão de 1991 ficou marcado na história da cidade, do clube e de todo o Estado. Isso porque, sacramentou a conquista da De time desacreditado, a campeão. O Tigre devorou Copa do Brasil pela equipe catarinense, já que na partida o Ubiratan-MS, Atlético Mineiro, Goiás, Remo e Grêmio de ida da final, em Porto Alegre, as equipes empataram para levantar o ‘caneco’. A hegemonia no Estádio Heriberem 1 a 1 e naquela época o gol fora de casa era decisivo. to Hülse foi fundamental para a conquista.

[No último dia 2 de junho fizeram] 30 anos desse dia "Aqui nós não perdíamos para ninguém podia vir São fatídico em que foi conquistado o maior título nacional Paulo, Palmeiras, Corinthians todo mundo chegava aqui de uma equipe catarinense. Responsável por marcar o apanhava e apanhava mesmo", conta o lateral e capitão gol que garantiu o empate em Porto Alegre, o zagueiro do time, Itá. "Nós contávamos com uma torcida muito Vilmar lembra com carinho até hoje do lance que ocorreu ferrenha, tínhamos na equipe dentro e fora de campo, em uma cobrança de escanteio. uma união invejável", completa.

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CRICIÚMA

Festa nas arquibancadas No início da caminhada da competição, a torcida do Criciúma não acreditava que a equipe poderia conquistar o título. "Íamos no jogo porque não acreditávamos, nossa torcida praticamente não acreditava porque éramos o 'patinho feio'", lembra o torcedor Aderbal dos Campos.

Uma equipe organizada e que encantava, é o que lembra a torcedora Edna Zanete. "Tinha um time unido, time era massa, ganhava todas, parecia uma coisa. Eles sabiam certinho a hora de jogar para fulano de tal ou ciclano. Faziam tudo certo", lembra ela.

Ambos os torcedores acompanharam aquela campanha de perto e estiveram no, então, Estádio Olímpico em Porto Alegre na primeira partida da final.

"Levamos quase 5 mil pessoas lá. Antes do almoço fui fazer um aperitivo em um bar na esquina do Olímpico e aí começou a passar o pessoal de Criciúma, muitos me conheciam e começavam a parar, estacionava o carro e vinha tudo pra frente desse bar", lembra Campos. "Foi uma felicidade, a volta foi marcante e sei que foi muito lindo, principalmente e a hora que o Vilmar fez o gol, teve brigas", lembra Edna.

Durante a partida, uma confusão foi registrada entre as torcidas. "Meu cunhado que morava ali ele era colorado, tava com a camisa do Internacional e foi aonde começou a confusão lá, começou por causa dele, por causa da camisa, os gremistas vieram arrancar a camisa dele e se deram mal, se deram mal porque conseguirmos fazer eles correr", recorda Campos.

Na partida de volta, a festa foi grande. Durante a semana, a torcida se mobilizou com bandeiras por todos os lugares da cidade. "Aqui foi as carreatas, tudo, até caminhão tinha pessoal em cima. Foi uma felicidade", conta.

"Esse gostinho ninguém tira de nós, esse gosto de ser campeão da Copa do Brasil", fala Edna.

Arquivo/Cricíuma E.C.

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Torcedores celebrando o título da Copa do Brasil de 1991.

CRICIÚMA

Arquivo/Criciúma E.C.

Comandados pelo então desconhecido Luiz Felipe Scolari, o Felipão, a equipe composta por Alexandre Pandóssio; Sarandi, Vilmar, Altair, Itá, Roberto Cavalo, Gelson, Grizzo, Zé Roberto, Soares, Jairo Lenzi, Vanderlei, entre outros, está marcada na memória de toda a cidade.

Scolari foi o técnico do Tigre durante a maior conquista da história do clube.

Época que desperta paixões Apesar de não ter acompanhado a conquista, foi pela curiosidade sobre o título de 1991 que Fernando Geremias começou a colecionar e se apaixonar pelo Criciúma.

"O tempo mais glorioso do futebol de Santa Catarina foi em 1991 e 1992. Então comecei a buscar objetos, camisas, flâmulas, medalhas, tudo relativo àquele tempo", destaca.

Atualmente, Fernando tem em casa um museu com mais de 600 camisas do Tigre. "Tenho desde jornais até tudo que puder encontrar do Criciúma. Já são quase 600 camisas, então tenho um quarto museu que guardo elas com muito carinho desde o Comerciário até o Criciúma", conta o torcedor.

Histórias que a imprensa não esquece A emoção da conquista e de poder cobrir toda a caminhada do Criciúma em 1991, não sai da memória do radialista Márcio Cardoso, que acompanha a equipe há 40 anos.

"Ninguém acreditava, mas aí a coisa foi acontecendo. O primeiro jogo em Mato Grosso do Sul foi aquele empate lá com o Ubiratan, segundo jogo aqui em Criciúma lembro como se fosse agora. O Criciúma largou atrás no marcador e disse ‘Meu Deus não é possível’, com todo respeito ao Ubiratan, mas em casa perder. Aí veio o empate, veio a virada e aí ganhou de 4 a 1. Aí a coisa começou a acontecer", conta.

As conversas depois do treino com o técnico Felipão, são lembradas até hoje pelo radialista. "Ele era muito legal, era uma pessoa que dava atenção para todo mundo. Dizem que depois ele ficou carrancudo, comigo não, comigo ele era uma pessoa de muito diálogo depois do treino. Depois do treino ele chamava e perguntava: 'O que vocês querem aí?'. A gente conversava com ele, hoje tu não tem mais essa liberdade", fala Cardoso.

Já o radialista Rogério Dimas que, também, é um dos setoristas do Criciúma mais antigos, destaca que a união foi a grande marca daquele time que fez história. "Era uma família praticamente. Lembro que Sarandi Soares, Gelson, Alexandre Pandóssio e Itá, conviviam muito juntos entre eles, até nas horas de folga com os familiares.

Era literalmente uma família do Criciúma Esporte Clube naquele temporada", relembra.

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Para ele, uma partida que marcou muito e pavimentou o título foi contra o Atlético Mineiro, que tinha um dos melhores times do país naquele ano. "Um jogo que me marcou bastante foi o Atlético Mineiro. Aqui o Criciúma venceu de 1 a 0 gol do Vanderlei de cabeça e depois no jogo de volta lá ganhou também com Roberto Cavalo gol de falta, porque todo mundo imaginou que quando chegasse ali no Atlético Mineiro o Criciúma não passaria", afirma Dimas.

Após o apito final e a conquista do título inédito, Cardoso lembra que foi impossível entrevistar os jogadores. "Terminou o jogo houve uma invasão. Jogadores pulando para cá e para lá. Eu queria entrevistar os jogadores para falar da conquista, consegui um ou dois porque não dava. O torcedor avançou, rasgou camisa, rasgou calção", conta o radialista.

História contada em livro Reprodução/Web.

PRIMEIRA FASE

21/02 28/02

Ubiratan 1-1 Criciúma Criciúma 4-1 Ubiratan

Douradão Heriberto Hülse

OITAVAS DE FINAL

10/03 20/03

Criciúma 1-0 Atlético Atlético 0-1 Criciúma

Heriberto Hülse Independência

QUARTAS DE FINAL

18/04 25/04

Goiás 0-0 Criciúma Criciúma 3-0 Goiás

Serra Dourada Heriberto Hülse

Remo 0-1 Criciúma Criciúma 2-0 Remo

Evandro Almeida Heriberto Hülse

Grêmio 1-1 Criciúma Criciúma 0-0 Grêmio

Olímpico Heriberto Hülse

SEMIFINAL

12/05 19/05 FINAL

Livro que relembra a conquista de 1991.

30/05 02/06

Arquivo/Cricíuma E.C.

O jornalista Jota Éder lançou recentemente de forma online o livro ‘1991 — Criciúma Campeão da Copa do Brasil’. A obra traz histórias inéditas da conquista.

"Até essa semana já tinha entrevistado, gravado por telefone com 47 pessoas, todos os jogadores vivos ainda porque infelizmente três deles já faleceram, falei com todos os dirigentes vivos também, membros da comissão técnica, inclusive o Felipão e alguns torcedores, jornalistas e radialistas que acompanharam aquela campanha", conta Éder.

Relembre a trajetória do campeão:

Campeões posam com a faixa histórica no peito.

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CRICIÚMA

A ESCOLHA DO PAI DO ÁRBITRO

le bem que poderia ter sido um atleta. Mas a expertise E de seu pai — reconhecidamente um bom descobridor de talentos para o futebol brasileiro —, identificou logo cedo

que Rodolpho Toski Marques como atleta seria apenas mais um na multidão. Talvez mais até um "bola murcha".

Então, logo tratou de direcionar sua carreira no futebol para a arbitragem. Ademar Marques, popularmente conhecido por Gaúcho, deu a cartada certa. O filho Rodolpho é hoje um dos árbitros mais bem avaliados do futebol nacional e internacional. Desde 2017 pertence ao Quadro FIFA. — Na realidade comecei a apitar com 13 para 14 anos.

Tentei jogar futebol e o meu pai logo cedo disse: 'Meu filho, você com a bola não vai ter jeito de ganhar dinheiro.

Só tem uma maneira, vai ser árbitro de futebol!' Eu disse a ele: 'Você é maluco! Como vou ser árbitro com 13 anos de idade? Eu quero é jogar bola!'

Aí ele foi lá, comprou um livro de regras, uma roupa de árbitro e fez eu decorar todas as regras. Enquanto eu não decorasse, ele todo dia vinha e falava: 'Qual é a regra 10? E a 8, é qual?' Eu errava e ele não me deixava ir para campo ainda.

Quando consegui acertar tudo, ele me botou para apitar um jogo de um clube da região metropolitana de Curitiba, fui muito bem nessa partida e daí comecei a me destacar nos campeonatos amadores.

Me formei muito cedo pela Federação Paranaense de Futebol, com 17 para 18 anos, e fui fazendo jogos, treinando, me aprimorando, tentando sempre buscar o melhor para crescer dentro da arbitragem. Cheguei ao quadro da CBF e em 2017 foi contemplado ao quadro da FIFA — destacou Rodolpho.

Se um dia a promessa de atleta paranaense disse que o pai era louco por sugerir o ofício da arbitragem, hoje ele não se enxerga em outra função.

— De maneira nenhuma! Por começar cedo acabei pegando muito gosto. E a arbitragem me deu tudo. Estudo, formação de caráter, de homem... Conheci pessoas que me ajudaram bastante e agradeço tudo que eu tenho hoje pela iniciativa do meu pai, no início, e todas as pessoas que me apoiaram e deram todo o suporte para que eu conseguisse desenvolver essa atividade. Vai daí que sim, para mim valeu muito a pena deixar de tentar uma carreira de atleta para investir na correria de árbitro profissional, com estudos, muita dedicação, determinação e resiliência.

Quanto ao seu início de carreira na arbitragem, apitando jogos do futebol amador em Curitiba, Rodolpho Toski diz: — Acredito que a maior dificuldade no início de carreira é atuar em jogos de torneios amadores onde o respeito da sociedade com o futebol e todos envolvidos é muito baixo.

Outra dificuldade é ter que conciliar a carreira com uma outra atividade profissional.

RODOLPHO TOSKI MARQUES

Até o momento, como árbitro FIFA indicado apenas para os jogos no continente sul-americano, Rodolpho sonha alto. Sonha com o dia de ser escalado para apitar uma Copa do Mundo. E trabalha arduamente para realizar esse sonho.

— Sem dúvida a maior alegria até agora é compor o quadro internacional de árbitros da FIFA no país do futebol onde temos um dos torneios mais difíceis do mundo. Mas quero mais. Quero e, se Deus me permitir, ainda vou ser esRodolpho tranquilo até na hora de calado para uma Copa do aplicar o cartão vermelho.

Mundo. Assim como a Copa consagra um atleta, também consagra e realiza um árbitro.

Quanto ao advento do VAR no futebol brasileiro, Rodolpho comenta: — Estou no processo de implantação do VAR desde o seu início. Hoje ele se tornou indispensável para o futebol profissional. É de suma importância, pois trata-se de uma ferramenta que traz mais justiça aos jogos. Com essa tecnologia, não se corre mais riscos de ter erros claros e óbvios em uma partida.

FuteGol pediu ao árbitro paranaense de nível FIFA que fizesse uma comparação entre apitar um jogo de futebol suburbano e um grande clássico sul-americano. Eis o que ele nos disse: — Acredito que ambas as esferas têm suas importâncias. Um grande clássico sempre tem uma atmosfera diferente. Envolve muitos interessados e grandes paixões. É difícil de dirigir, mas gosto de atuar. Um árbitro de qualidade quer sempre ser escalado para grandes jogos, com muita visibilidade e responsabilidade. Já os jogos de suburbana sempre também são difíceis. Com eles aprendemos a ter um maior controle de jogo. É um processo pelo qual temos que passar.

Diferente do futebol europeu, os jogos de Libertadores da América apresentam sempre um alto índice de falta, requerem maior controle e atenção da arbitragem. Muitas vezes são marcados por pancadaria entre os jogadores. Rodolpho Toski tem uma opinião formada a respeito: — A questão da violência é uma coisa cultural no futebol brasileiro e sul-americano. Temos que trabalhar fortemente contra isso, e travar uma batalha contra o anti-jogo. Somente assim teremos um futebol mais prazeroso de se assistir. Essa mudança de cultura, penso que deve partir de todos os envolvidos no futebol.

Pedro Vilela/Getty Images.

O futebol perdeu um bola murcha, mas ganhou um árbitro padrão FIFA. A história de vida de Rodolpho Toski Marques.

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ELAS, CADA VEZ MAIS PODEROSAS

Demorou, mas enfim as mulheres estão conquistando espaço no — ainda machista — mundo do futebol.

futebol feminino é uma modalidade esportiva que está OÉ muito ganhando cada vez mais espaço no Brasil e no mundo. importante dar cada vez mais visibilidade às

Divulgação/FIFA.

rações, clubes, entidades e imprensa, a fim de alavancar essa modalidade.

Além disso, os dirigentes da FIFA se esforçam para mosmulheres que sonham em serem grandes jogadoras. Afi- trar o potencial do futebol feminino. Eles têm convicção de nal de contas, elas são tão talentosas e merecem os mes- que isso não é só importante para o esporte, mas também mos direitos que os homens nesse esporte. para as mulheres em geral. Isso porque se sentir figura reA bem da verdade, o futebol feminino já é jogado no almente participativa do esporte mais popular do mundo Brasil há mais de 100 anos. Entretanto, foi legalizado há traz, sem sombra de dúvida, uma representatividade incríapenas 26. Antes disso, acredite, o jogo era praticado de vel para o gênero. É uma generosa injeção de autoestima. maneira escondida, quase que clandestina.

Medidas mais que necessárias Profissionalismo é recente A FIFA se baseia em alguns pilares para que os objetivos Foi só no ano de 1983 que surgiram os primeiros times sejam devidamente cumpridos. Um deles é criar prograprofissionais no Brasil: o Radar, no Rio de Janeiro e Saad, mas de desenvolvimento nos centros de futebol, escolas, de São Paulo. Na década de 1990, clubes grandes e po- cursos de arbitragem e formar treinadoras também. Outro pulares começaram a aparecer no cenário feminino, com ponto crucial é melhorar a qualidade das competições fedestaque para o São Paulo e o Santos Futebol Clube. mininas, e isso engloba os torneios de seleções e de clubes.

O primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol FemiCriar um plano comercial para a modalidade também nino organizado pela Confederação Brasileira de Futebol está nos planos, pois é necessário que se gere conteúdos (CBF) aconteceu apenas no ano de 2013. Atualmente, o digitais. A FIFA também quer bater bastante na tecla de calendário do futebol feminino conta com a segunda di- empoderamento e na igualdade de gêneros. visão do Brasileiro e também com competições de base, Para isso, a ideia é criar parcerias com ONGs e focar na como o recém-criado Brasileiro Sub-18. questão social. Sabe-se que a modalidade enfrenta inúmeros preconceitos e a ideia é tentar acabar de vez com isso. Para Medidas para o desenvolvimento nós, resta torcer para que essas medidas funcionem e, acima de tudo, fiscalizar e cobrar que todos eles saiam do papel.

Um novo regulamento da CBF determina que todas as equipes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro Masculino precisam ter um time feminino adulto e, pelo menos, uma categoria de base.

Essa decisão segue uma anterior tomada pela Conmebol, de que é necessário ter esses times femininos para os clubes estarem habilitados a participar da Libertadores e Copa Sul-Americana. Tal medida é bastante importante, pois força que os times de maior expressão do país invistam no futebol feminino. Um investimento ainda tímido, mas extremamente necessário para a sobrevivência das atletas.

Mais do que isso, obriga que eles também formem jogadoras nas suas categorias de base. Esse é apenas um passo dado, mas já foi uma grande vitória para as mulheres.

Esforço mundial da FIFA Em 2020, a FIFA desenvolveu um projeto muito interessante. Pela primeira vez na história, a entidade lançou uma espécie de cartilha. O material tem como objetivo principal criar uma estrutura mais sólida para o futebol feminino. Ela se chama "Estratégia Global para o Futebol Feminino" e explica como eles trabalham com as confede-

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Ilustração da campanha Women's Football Strategy da FIFA. FUTEBOL FEMININO NO BRASIL

A primeira Seleção

Koji Watanabe/Getty Images.

Coleção Suzana Cavalheiro/1988.

A primeira seleção feminina foi convocada pela CBF no ano de 1988. Uma curiosidade é que a seleção foi composta apenas por jogadoras do Radar. O clube cedeu 16 atletas e elas conseguiram vencer a competição que foram disputar, a Women’s Cup of Spain, realizada na Espanha. Por sinal esse foi o primeiro título internacional conquistado pela nossa Seleção.

A Copa do Mundo de Foto posada da primeira Seleção Brasileira feminina, em 1988.

1991 foi a primeira que alcançou níveis globais e contou com a participação da seleção brasileira. Ela foi reaNas Olimpíadas de Tóquio, as meninas do Brasil chelizada na China e o Brasil ficou com a nona colocação. Quem garam às quartas-de-final. Foram eliminadas na cobrança acabou levantando o caneco foram as norte-americanas. de penalidades máximas. Ainda assim, receberam críticas.

Houve quem manifestasse decepção com o desempenho Incluídas nas Olimpíadas delas. Mas é preciso considerar que até recentemente o Brasil não fomentava o futebol para mulheres em nível Em 1996, a modalidade foi incluída nas Olimpíadas, de alta performance. Esse processo foi iniciado a partir que aconteceram em Atlanta, nos Estados Unidos. A da realização de um Campeonato. Só então os clubes ininossa Seleção Brasileira ficou com a quarta colocação. ciaram a formação de atletas na base. Por isso, a rainha A primeira medalha em Copas do Mundo veio em 1999, Marta comentou ao final da partida contra as canadennos Estados Unidos. Ficamos com o terceiro lugar. A ge- ses: ‘Aprende-se no clube como ser uma atleta da seleção ração que garantiu o bronze para o Brasil era formada por brasileira. Até a Olimpíada de 2016, o Brasil se baseava em lendárias jogadoras. Entre elas a histórica Sissi, uma das uma seleção permanente para manter as jogadoras em artilheiras do torneio, que infelizmente é muito mais re- atividade. Não havia competição de alto nível, não havia conhecida fora do país do que por aqui. clubes em larga escala para que elas atuassem."

Considerando-se todo esse histórico, não é justo laA Copa das Copas mentar a desclassificação para o Canadá, país onde o futebol feminino é muito bem tratado já há longo tempo.

Depois disso, a Seleção Brasileira ganhou outras diversas medalhas em Pan Americano, Olimpíadas e Copas do Mundo. A Copa de 2019, realizada na França, foi um marco para a modalidade. Isso porque foi a primeira vez em que houve uma transmissão na maior rede de televisão aberta do país e foi a mais comprada e assistida do mundo. Os brasileiros realmente vibraram e torceram pelas meninas.

E a provável última Copa de Formiga, Cristiane e Marta merecia isso.

Aliás, é preciso dedicar um parágrafo inteiro para a Rainha. Ela é simplesmente a maior jogadora da história dessa modalidade, uma das maiores atletas do planeta.

A nossa Marta foi escolhida como melhor do mundo por seis vezes, um recorde histórico.

Neste ano, Marta se tornou a maior artilheira da história de todas as Copas, independentemente do gênero.

Ela dedicou essa conquista a todas as mulheres. No fim da participação do Brasil na Copa, fez um apelo emocionante. Pediu que as jogadoras treinassem e se esforçassem cada vez mais, pois não existiriam uma Formiga, Cristiane e Marta para sempre.

Marta em Brasil 4-1 Alemanha, na semifinal de Pequim 2008.

FUTEBOL FEMININO NO BRASIL

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DR. MAZZUCO, GESTOR ESPORTIVO

De estagiário do futebol de base a homem forte do futebol profissional. Ele é exemplo de sucesso na gestão de clubes.

época do futebol brasileiro dirigido por pessoas sem A formação acadêmica demorou a passar, mas felizmente está passando. A gestão deixou — ou ainda está

um convite para uma entrevista no Coritiba. O clube estava buscando um Coordenador para as Categorias de Base, que tivesse experiência no campo mas também viesse deixando — de ser amadora. Exige profissionalismo. E da área acadêmica. Contratado, acabei iniciando em uma gestores profissionais são aqueles que estudam, frequen- função de gestão, nas categorias de base. Fiquei na Base tam cursos, se habilitam para desempenhar a função. Afi- do Coritiba até 2013 e fui promovido ao time principal em nal, as cifras financeiras que cercam o mundo do futebol definitivo a partir de 2014, quando realmente foi meu inísão cada vez mais expressivas e tentadoras. Gestor não cio como Gestor Executivo de Futebol. profissional, academicamente despreparado, é sinal de Nesta entrevista exclusiva concedida a nossa revista, prejuízo aos cofres dos clubes.

André Mazzuco fala sobre o processo de gestão dos clubes Em virtude da nova realidade, o chamado "país do brasileiros, cita Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino futebol" aderiu à tendência mercadológica mundial. Boa e Flamengo como bons exemplos de gestão no futebol parte dos nossos clubes, sobretudo os integrantes da brasileiro, comenta sobre a dificuldade de administrar as Série A do Campeonato Brasileiro, agora é dirigida por vaidades pessoas no meio do futebol e muito mais. Acomgestores profissionais. Alguns deles implantaram em seu panhe nosso bate bola com este craque na gestão de cluorganograma diretivo a figura do CEO (Chief Executive bes de futebol.

Officer), sigla inglesa que, traduzida para o nosso velho e «Tive boas oportunidades de vivenciar alguns bom português, significa Diretor Executivo. O advento do CEO é um forte indício de intenção e tendência do clube clubes e conexões com vários profissionais de clubes estrangeiros.» se tornar uma SA (Sociedade Anônima).

Entre as gratas revelações de gestão dos clubes brasiFuteGol: Como você se preparou para enfrentar os deleiros, FuteGol identifica o paranaense André Mazzuco, no meio chamado apenas pelo sobrenome. A bem da ver- safios da função?

Mazzuco: O preparo acabou acontecendo principaldade, deveria ser chamado de Dr. Mazzuco. Afinal, essa é sua titulação acadêmica, obtida na Europa, na conceitua- mente de duas formas: com as experiências vividas e acumuladas ao longo do processo (base e profissional), e da Academia de Coimbra em Portugal. naturalmente me qualificando através de cursos, estudos «Após ficar praticamente um ano na Europa, no e trocas de experiência com outros colegas de profissão e final de 2008 recebi um convite para uma entrevista profissionais experientes em suas funções. no Coritiba.»

Ainda jovem, Dr. Mazzuco saiu do anonimato das categorias de base do Paraná Clube — onde iniciou como estagiário de preparador físico —, passando pelo Coritiba e pelo Red Bull até despertar interesse do futebol carioca (quando foi contratado pelo Vasco da Gama) paulista, agora no Santos Futebol Clube, na condição de gestor. Interessante como isso tudo ocorreu por acaso, como ele mesmo admite: — Na verdade, iniciei como estagiário na Escolinha do Paraná Clube da Vila Olímpica no Boqueirão, enquanto cursava o 2º ano de Educação Física na UFPR, graças a um convite do professor Jules Rimet (um amigo a quem sou muito grato). Lá foi meu primeiro passo. Depois de formado iniciei como Preparador Físico nas Categorias de Base do Paraná, mas acabei passando no Mestrado da própria UFPR e tive que sair do clube naquele momento para me dedicar aos estudos. Com isso, concluí o Mestrado e fui para Portugal (Coimbra) fazer meu Doutorado. Após ficar praticamente um ano na Europa, no final de 2008 recebi

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Mazzuco com o filho.

Divulgação/ Arquivo Pessoal.

DR. MAZZUCO

Divulgação/Santos.

FG: Você chegou a estagiar em algum clube europeu?

Isso é importante, ou o modelo de lá não se adapta aqui?

M: Não estagiei, mas tive boas oportunidades de vivenciar alguns clubes e conexões com vários profissionais de clubes estrangeiros. Tive uma experiência muito engrandecedora quando trabalhei no Red Bull (que hoje é o Red Bull Bragantino) que me possibilitou conhecer o Red Bull Salzburg (Áustria), o Leipzig (Alemanha) e o próprio New York Red Bulls (EUA), vivenciando um pouco do que ocorre principalmente em ligas importantes como a Bundesliga e emergentes como a MLS. Participei também de uma imersão na Premier League (Inglaterra), visitando a maioria dos grandes clubes ingleses, podendo conhecer também suas estruturas e funcionamento. Acredito que muitas coisas são importantes no campo da gestão, organização, estruturação dos clubes. Mas ainda temos a principal matéria prima, e nisso precisamos estar em franca evolução nos aspectos formativos.

FG: A que você credita o sucesso obtido em sua trajetória como gestor esportivo?

M: Na verdade eu me sinto um privilegiado por ter tido as vivências e experiências acumuladas desde meu início no futebol. Sempre fui um apaixonado pelo esporte e procurei sempre direcionar minha vida para um dia chegar onde estou, e por isso me considero muito realizado. O "sucesso" do futebol depende de vários fatores, Mazzuco no Santos. e a maioria deles infelizmente não controlamos. Alguns M: Não só nesse meio, mas a vaidade é um dos piores fatores pessoais são inegociáveis para mim, como profissionalismo, dedicação, lealdade e respeito aos clubes que inimigos do ser humano. Estamos vivendo num mundo trabalho, gestão de pessoas e relacionamentos, buscando com menos amor próprio, menos lealdade, menos comsempre ter um ambiente de trabalho sadio e equilibrado. panheirismo, menos honestidade. Precisamos rever nossos valores, cultivar mais coisas boas. Futebol é o puro «Somente uma gestão profissional, com pessoas reflexo da sociedade. Não podemos dissociar uma coisa qualificadas e trabalho a longo prazo pode ajustar e da outra. As mazelas sociais que nos atingem, são as mesestabelecer projetos mais consistentes.» mas no futebol.

FG: Os clubes brasileiros estão aproveitando bem seus gestores?

M: Acho que a gestão profissional do futebol ainda é algo muito recente. O próprio papel do "gestor" ainda é confuso em alguns clubes, mas não tenho dúvida que é um caminho sem volta, ainda mais no Brasil onde nos deparamos a todo momento com clubes tradicionais em situação financeira caótica, sem estrutura, sem recursos. Somente uma gestão profissional, com pessoas qualificadas e trabalho a longo prazo pode ajustar e estabelecer projetos mais consistentes. Destacando que o sistema político-estatutário do futebol brasileiro tem prejudicado demais a continuidade de bons trabalhos nos clubes, pois eles acabam durando em média apenas os 3 anos de cada gestão.

FG: Como é a sua relação com o dia a dia do futebol?

M: Futebol é meu dia a dia (risos). São praticamente 24 h por dia e 7 dias por semana "vivenciando" futebol. Não tem como ser diferente.

«Futebol hoje é uma indústria potente e concorrida, e é altamente necessário qualificar pessoas.»

FG: O que pode ser mudado, de imediato, para que o profissionalismo se instale de vez em todos os setores dos nossos clubes?

M: Futebol necessita de uma mudança cultural, mudança de mentalidade. Sinceramente não vejo solução a curto prazo, mas creio que uma alteração no sistema político dos clubes (exemplo da criação de clube empresa) pode ser uma boa ferramenta para iniciar uma revolução.

O futebol hoje é uma indústria potente e concorrida, e é altamente necessário qualificar pessoas, definir projetos mais consistentes e ter convicções a longo prazo para que o futebol volte a se desenvolver melhor, acompanhando o ritmo da mudança global que estamos vivendo.

FG: Por que os clubes brasileiros se endividaram tanto?

M: Más gestões, corrupção, irresponsabilidade das pessoas que comandam os clubes, muito em função de FG: Como é lidar com a vaidade das pessoas neste meio? serem clubes associativos com eleição a cada 3 anos.

DR. MAZZUCO

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«O futebol brasileiro é um produto desprotegido e desvalorizado justamente pela crise que assola os clubes.»

«Não tenho dúvida que a expectativa futura para a profissão é muito positiva.»

FG: Qual o clube modelo de gestão no futebol brasileiro?

FG: Qual a sua opinião sobre o iminente surgimento M: Podemos citar clubes que estão buscando esta da Liga? mudança já há mais tempo, e que apresentam resultados M: Sinceramente não tenho opinião formada. Acho interessantes como o Athletico Paranaense, o agora Red que antes de pensar em Liga, os clubes precisam verdaBull Bragantino (que tem uma plataforma europeia por deiramente se unir. trás), e até mesmo o Flamengo, pela recuperação por qual passou nos anos recentes (desde a gestão Bandeira).

FG: Qual a sua maior realização profissional até aqui?

M: Eu me considero muito realizado, por cada etapa FG: Os clubes europeus faturam milhões de euros que eu conquistei na minha vida. Desde lá no início, de com seus patrocinadores másters. Por que isso ainda não poder sair de estagiário da escolinha pra professor conacontece com os clubes brasileiros? tratado da Escolinha da Vila Olímpica do Boqueirão, iniM: O futebol brasileiro é um produto desprotegido e ciar na base do Coritiba e chegar a Gestor do Profissiodesvalorizado justamente pela crise que assola os clubes. nal, até estar hoje à frente do Santos FC, clube brasileiro Isso torna um produto muito menos atrativo, além da mais conhecido no mundo, e podendo frequentar a cada desunião que existe entre os clubes junto aos principais jogo o mesmo vestiário que o maior jogador de futebol players do futebol (CBF, emissoras de TV, etc). E com isso, do mundo viveu suas glórias. Mas mais do que isso, mia demanda é menor e a oferta é limitada. Os clubes aca- nhas vivências nos clubes em que eu passei, nas cidades bam aceitando aquilo que há disponível. Tudo está interli- que eu morei e as grandes amizades que pude construir gado a uma mudança necessária na gestão e profissiona- neste caminho, sempre com minha família ao meu lado, lização do futebol. minha esposa, meu filho, me apoiando desde quando saí pela primeira vez de Curitiba, ao final de 2015, encerrando FG: Por que a maioria dos clubes brasileiros ainda não um ciclo de 7 anos no Coritiba e indo para o Red Bull em se transformaram em SA? São Paulo.

M: A legislação brasileira ainda não permite, mas isso deve acontecer muito em breve.

FG: Como você se vê na profissão daqui há 10 anos?

M: Espero sempre poder olhar para trás na certeza de FG: Ainda há lugar para gestores-torcedores no futebol? ter deixado algum legado, um ensinamento, amizades, M: Depende (risos). Acho que podemos sempre ser conquistas, alegrias. E com isso poder ser um agente motorcedores, mas com a capacidade e consciência de to- dificador contribuindo com a evolução do futebol, e tenmarmos decisões puramente técnicas, e não emocionais. do clubes cada vez mais estruturados e profissionalmente Não é tarefa fácil, mas quem está em posição de liderança geridos. Não tenho dúvida que a expectativa futura para e tomada de decisão em um clube de futebol, precisa ser a profissão é muito positiva, e espero estar fazendo parte o mais profissional na condução dos processos. desta longa e difícil caminhada.

Bruno Haddad/Cruzeiro.

André Mazzuco, ainda no Cruzeiro, em conversa com Felipão e Deivid.

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DR. MAZZUCO

CRUZEIRO NO FUNDO DO POÇO Um dos mais vitoriosos clubes do futebol brasileiro vive o pior momento de sua história. Jogadores e funcionários entram em greve.

xatamente no ano de seu centenário que o outroE ra vitorioso Cruzeiro Esporte Clube atravessa o pior momento de sua história. Não bastasse estar disputan-

Bruno Haddad/Cruzeiro.

do a Série B do Campeonato Brasileiro pelo segundo ano consecutivo, agora tem que conviver com um movimento grevista protagonizado pelos seus jogadores.

Em 2020 a Raposa só não caiu para a Série C porque foi socorrida pelo lendário Luiz Felipe Scolari. Até dinheiro de sua conta bancária (felizmente bem gorda), Felipão teve que retirar para socorrer atletas e funcionários do Cruzeiro.

Este ano, acaba de estourar um movimento de greve deflagrado pelos atletas profissionais do clube. Foi na quinta-feira (14/10) que os jogadores cruzaram os braços e sequer foram ao campo para treinar.

Em nota oficial, eles escreveram e a FuteGol reproduz o seguinte:

É a primeira vez em sua centenária história que o Cruzeiro registra um caso de greve em seu quadro funcional e de atletas. Isso ficará como uma grande mancha para toda a eternidade.

O quadro desesperador se configura diante dos inúmeros casos de desvio de dinheiro dos cofres cruzeirenses registrados e publicamente divulgados nos últimos 10 anos. A diretoria atual do clube, que assumiu em 2019, é que está pagando por esse rombo sem precedentes em sua história. Sua gigantesca torcida, como não poderia deixar de ser, está inconformada com tudo isso. Afinal, jamais poderia imaginar que seu time do coração viesse a ser exposto publicamente de uma maneira tão lamentável como está sendo.

Reprodução/Global Football Management.

«Nós, ATLETAS PROFISSIONAIS DO CRUZEIRO ESPORTE CLUBE, viemos por meio desta carta publicamente informar e esclarecer a todos e principalmente a Nação Cruzeirense, o que segue: Confessamos que é desgastante e angustiante escrever essa carta para alcançarmos direitos, em razão das insustentáveis condições, não iremos nos calar. Por esse motivo, estamos aqui para dar voz principalmente aos funcionários que têm sofrido com a atual situação.

Informamos que diante dos reiterados atrasos salarias neste ano de 2021, onde chegou ao ponto insustentável de termos até 6 meses de atrasos, o que demonstra a precária situação financeira a que estão expostos todos os funcionários que atualmente estão sendo socorridos pelo auxilio/ajuda financeira dos atletas profissionais para manutenção das necessidades básicas de sobrevivência. Assim, decidimos suspender as atividades de treinamento até que uma medida definitiva seja tomada pela diretoria de nosso clube.»

Coincidentemente, o presidente do clube estava em Lisboa palestrando sobre gestão.

CRUZEIRO

O ídolo Fábio permaneceu no Cruzeiro para tentar ajudar o clube a sair da maior crise de sua história.

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OAOSMUNDO SEUS PÉS Rainha do Futebol Feminino, Marta encanta a todos. Sua luta para vencer na vida e no esporte foi contra tudo e contra todos.

E

leita seis vezes pela FIFA como "A melhor jogadora do mundo", Marta é o símbolo do poder da mulher brasileira no esporte. Um autêntico exemplo de tenacidade e raiva quando todos diziam que esse esporte não era para meninas. Antes de vencer em campo, venceu o preconceito e a discriminação.

As primeiras testemunhas do seu talento foram as crianças da sua cidade. Mas ninguém a queria naqueles jogos nos campos de Dois Riachos, uma localidade de 11.000 habitantes em Alagoa. A molecada ignorava seus gols. Afinal, ela era apenas uma mulher, pensavam.

Derrubando barreiras desde criança Dona Tereza descobriu com horror que, em vez de ir à escola, sua filha pequena ia jogar futebol. E seus irmãos homens a trancavam em casa para afastá-la da bola.

Seu professor de ginástica e descobridor, Júlio de Freitas, o Tota, lembra que "ninguém aceitava que uma menina corresse atrás da bola no meio dos meninos. Eles eram mais fortes, mas mesmo assim ela se destacava". Uma vez um treinador ameaçou retirar sua equipe de um campeonato infantil se a menina continuasse jogando.

Ofensas machistas e preconceituosas Aguentou ser chamada de sapatão, brigou com a família, que considerava aquilo anormal... Mas Marta Vieira da Silva era uma menina obstinada. Aquela intrusa transformou o ostracismo em motivação, a raiva em vitórias.

A FIFA a elegeu seis vezes como a melhor jogadora de futebol do mundo. É a artilheira da seleção brasileira e das Copas do Mundo.

As biografias de muitos jogadores têm ecos de Dickens. Começaram a jogar descalços, se esforçaram porque viram na bola uma maneira de tirar os seus da miséria.

Mas ela enfrentou outro obstáculo, o gênero.

O desabafo da mãe da Rainha O futebol no Brasil não era para meninas. "Um dia ela me pediu um real para comprar uma bola, e eu disse: ‘Você é mulher, Marta’", revelou sua mãe em Você é Mulher, Marta!, a biografia em que Diego Graciano conta todos esses detalhes da sua infância.

Desconhecida fora da galáxia do futebol, Marta é um ídolo no Brasil. Um orgulho nacional. A única mulher que

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tem a marca dos pés impressa no Maracanã. Os guias do mítico estádio do Rio de Janeiro enumeram muitas de suas conquistas com o slogan "a melhor, entre homens e mulheres". "Nós, brasileiros, dizemos que ela ‘é a rainha’. Tem essa coroa que o Brasil só deu a Pelé. Aqui ainda não existe outro rei do futebol, é Pelé. E a rainha é Marta", explica Daniela Alfonsi, diretora de conteúdo do Museu é Pelé. E a rainha é Marta", explica Daniela Alfonsi, diretora de conteúdo do Museu do Futebol de São Paulo.

Mulher alegre e destemida Vigorosa, de aspecto frágil, quem a conhece desenha uma mulher alegre que nunca teve medo, que adora treinar, cantar, tocar violão e dançar. Solteira, descarta ter filhos até se aposentar. Marta Vieira teve muita sorte, porque tudo no ambiente era hostil às suas ambições. Sua irmã foi a única que nunca lhe criou problemas. Além do talento, somente graças a uma conjunção de mil fatores conseguiu ser descoberta. Teve a oportunidade de ir para a cidade grande, o Rio de Janeiro, onde o Vasco da Gama era um dos poucos clubes do Brasil a possuir um time feminino. Estava com apenas 14 anos de idade.

Drible na mortalidade infantil A distância entre Dois Riachos — no paupérrimo sertão do Nordeste — e o Rio de Janeiro é muito maior que os 2.000 quilômetros indicados no mapa. "Marta nasceu com a obrigação de driblar seu adversário mais difícil: a mortalidade infantil, que na década de oitenta era (em Alagoas) de 130 mortes por 1000 crianças, quando a média nacional era de 69", lembra o colunista Xico Sá, também nordestino.

Eram anos de seca, de gravíssima desnutrição infantil — com 3,5 milhões de crianças mortas — e de abana dono do Governo. Os pais Marta, Rainha do emigravam e suas esposas Futebol. ficavam conhecidas como as viúvas da seca. Elas raramente emigravam.

"O fato de ela ter saído de lá Reprodução/ Web. para ser jogadora de futebol e não para o serviço doméstico, torna seu caso ainda mais raro", enfatiza Sá.

Levou três dias para Marta chegar ao Rio de ônibus. Apesar da beleza das praias e da imensidão da metrópole, ela foi diretamente para o centro de treinamento do Clube de Regatas Vasco da Gama. Aquele teste foi a oportunidade de jogar pela primeira vez em uma equipe feminina.

MARTA

Olhar fixo na bola

Quality Sport Images.

Todo o tempo cabisbaixa, só tinha olhos para a bola.

"Seu rosto era o de alguém que tem raiva da vida", lembra a treinadora Helena Pacheco, que, quando viu aquela atacante arrancar na direção do gol e chutar com seu poderoso pé esquerdo, percebeu que era uma jogadora extraordinária. Marta aproveitou a oportunidade, embora no começo fugisse à noite para os bares do Rio de Janeiro com uma amiga para dançar. Estava descobrindo um mundo novo.

"Ela trazia uma carga emocional muito forte na mochila. Era uma menina que vinha de longe, de uma realidade difícil, em busca da oportunidade de ouro. Soube transformar essa raiva em motivação para vencer na vida", afirma Pacheco, que a contratou imediatamente.

A vibração de Marta contagia a Seleção Brasileira.

Marta, segundo Sabrina

"Sempre foi determinada, nunca teve medo, sempre soube que o que faz de melhor é jogar futebol”, comenta Sabrina Fonseca, amiga da estrela desde aqueles tempos Ao assinar o contrato, a pequena só pediu uma coisa: e presidenta de um clube masculino juvenil. Os Fonseca que seu primeiro dinheiro fosse para dona Tereza. "Ma- a receberam em sua casa um ano quando, novamente, mãe me criou, lutou muito, fez tudo. Ficou em casa quan- ficou sem time e sem alojamento. do meu pai nos deixou", disse na mencionada biografia, Sua vida mudou graças às oitavas de final da Copa do que finalmente não autorizou. O livro só pode ser conse- Mundo de 2003. O Brasil perdeu para a Suécia — um dos guido por empréstimo na Biblioteca Central de São Paulo. países mais igualitários e que mais valoriza o futebol feCom a camisa 10 que também usaram Pelé e Zico, ela minino —, mas seu jogo cativou o presidente do Umea, é há anos a líder indiscutível da equipe canarinho. Foi vi- que estava entre o público. ce-campeã da Copa do Mundo de 2007 e medalha de prata nos Jogos de Atenas 2004 e nos de Pequim 2008. "É Referência para capitã espanhola craque, fora de série. Marta está sempre no lugar certo, no momento certo. E quando você espera que ela faça a A Suécia e o Brasil eram antípodas. Mas ela também supecoisa certa, faz coisas extraordinárias, como Pelé ou Ma- rou com brilho essa prova. Vero Boquete, ex-capitã da seleção radona", explica René Simões, seu treinador nas Olimpía- espanhola, jogou com Marta durante três anos. "Jogar com das de Atenas. ela foi um sonho, era minha referência". Ela a conhece bem como companheira e como adversária. "Jogar com ela é uma Pagando um alto preço sorte, mas como rival também significa motivação extra.

Ela intimida, faz você estar 100%". A adaptação à SuChegar à cidade grande significou começar a jogar sem écia foi árdua, mas lá havia estrutura, clubes, torneios, ser insultada e receber um pagamento, mas tudo era mui- torcedores... Cresceu como jogadora nos oito anos que to precário. Depois de jogar com a seleção sub 17, ficou passou lá, até se tornar a estrela que é. Depois de ter obtisem clube quando o Vasco da Gama acabou com o time do a nacionalidade e aprendido o idioma, não descarta se feminino por problemas financeiros. "Ela ficou devastada. estabelecer na Suécia quando se aposentar. Embora, no Achou que poderia ser o fim de uma carreira que sequer momento, viva nos Estados Unidos. Como Vero Boquete. tinha começado", lembra sua primeira treinadora. Chorou A brasileira joga no Pride de Orlando (Flórida); a espanhomuito, mas tinha claro que não voltaria à sua cidade. Mar- la nos Utah Royals de Salt Lake City. ta e as jogadoras brasileiras da sua geração – Formiga, Cristiane e Pretinha - foram forjadas graças ao empenho Querendo voltar para casa de muitas mulheres e alguns homens em heroicas iniciativas isoladas.

Enquanto os jogadores de futebol brasileiros sonham Alguém lhe falou de um clube amador de Belo Hori- em jogar no exterior, elas querem jogar em casa. "Marta é zonte que jogava em um campo de terra, o Santa Cruz. "A um símbolo e dá muita visibilidade ao futebol feminino, mas equipe era minha, eu as treinei, procurei um apartamento o Brasil não soube aproveitar seu legado para impulsionar a para elas... Eu só usava o nome do Santa Cruz", explica a modalidade", diz sua primeira treinadora. Mesmo a própria pioneira Vera Lucia Pereda. O presidente do clube, Cláu- Marta se inflama ao criticar o enorme desinteresse de seus dio Henrique Soares, lembra que Marta chegou usando compatriotas pelas partidas e vitórias das jogadoras. sandálias puídas, das muitas vitórias que lhes deu e do fax Não é fácil haver talentos femininos excepcionais da sua primeira convocação à seleção. Ninguém que a co- como o de Marta lá fora. Mas se houver, no Brasil elas ainnheceu quando adolescente se lembra dela indo à escola. da precisarão de sorte para serem descobertas e vencer.

Primeiro dinheiro para a mãe

MARTA

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DIRCEUZINHO É ETERNIZADO NA ITÁLIA

Dirceu José Guimarães, o Dirceuzinho, é idolatrado e eternizado por clube italiano.

Brasileiro vira nome de estádio por lá.

Pinheirais), não. Um dos maiores craques brasileiros dos anos 1970 e 1980, o meia canhoto, habilidoso e polivalente, disputou três Copas do Mundo com a camisa do Brasil e conseguiu uma homenagem até hoje inigualada no futebol: é o único atleta de futebol do nosso país que virou nome um estádio na Itália.

Nome eternizado na história A acanhada praça da pequena Ebolitana, inaugurada em 2001, chama-se Dirceu José Guimarães. O meia defendeu a equipe semiprofissional por dois anos. Estabeleceu residência em Eboli, província de Salerno, na fase final de vida. Foi muito amado pelos locais. Batizar o estádio com seu nome foi a melhor maneira que a comunidade encontrou para eternizar sua gratidão a quem tantas alegrias lhe proporcionou.

Interessante ressaltar que Dirceu tem outra forte ligação com estádio de futebol. Quando o Coritiba vendeu seu passe ao Botafogo, o bom dinheiro obtido na negociação foi usado para a construção da curva de fundos do Estádio Belfort Duarte(atual Couto Pereira) e já há um movimento no seu clube de origem para batizar o local de Curva Dirceu José Guimarães.

Arquivo GRPCOM.

força de expressão, muitas vezes, dizemos que CDirceuomo certo jogador conseguiu feitos únicos. No caso de José Guimarães (o Formiguinha, ou o Garoto dos

Dirceu em ação na Copa de 1974.

Um craque incansável

Por onde passou, o meia, que também atuava pela ponta esquerda, destacou-se pelo incansável trabalho de equipe. Algo que o fez ficar conhecido como "Formiguinha": corria bastante, marcava e criava. Leal, nunca recebeu um cartão vermelho sequer. Sentava a porrada apenas nas bolas, com um potentíssimo chute de canhota, sua arma letal.

Após deixar Curitiba com dois Campeonatos ParanaDe Curitiba para o Mundo enses conquistados, foi para o Rio de Janeiro. Na Cidade Paranaense de Curitiba (nasceu no bairro Bacacheri), Maravilhosa, apareceria de vez para o futebol brasileiro.

Dirceu iniciou sua trajetória no futebol vestindo a camisa Sua passagem de três anos pelo Botafogo não lhe rendeu alviverde do Coritiba, ainda nos infantis (categoria sub- títulos, mas o fez disputar a Copa de 1974, na Alemanha.

Na campanha do 4º lugar canarinho, foi titular em 15). Marcou seu primeiro gol como atleta profissional jusquatro jogos, entrando no time a partir da segunda fase -tamente num clássico conReprodução/Web. da competição – a Seleção decepcionara na primeira fase tra o Atlético-PR. Depois de de grupos. brilhar no Atletiba e por mais dois anos no Coxa, foi conFez história no Fluminense e no Vasco vocado para os Jogos Olímpicos de 1972 e salvou-se na Depois do Mundial, Dirceu voltou ao time da estrela pífia campanha brasileira. solitária. Jogou mais dois anos por lá. Em 1976, transferiuA partir de então, come-se para o Fluminense. Integrou, com destaque, um dos çou sua trajetória de cigano maiores esquadrões tricolores, ao lado de Roberto Rivellino futebol: foram 15 clubes no, Carlos Alberto Torres e Paulo Cézar Caju. em 25 anos de carreira.

Após conquistar o título carioca com a Máquina TricoSete deles na Itália, onde lor, transferiu-se novamente, passando a mais um rival: o conseguiu a proeza de Vasco. Em São Januário, arrumou o meio-campo da equitrocar de equipe ano após pe e se destacou ao lado de Zé Mário, Zanata e Roberto ano, na Serie A. Depois, nas Dinamite. Resultado: mais um título estadual e outra condivisões inferiores, passou vocação para Copa do Mundo. mais algum tempo.

Dirceu no juvenil do Coritiba.

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DIRCEU JOSÉ GUIMARÃES

Status de estrela

Reprodução/Web.

Reprodução/Calciatore Panini.

Onze, edição 87, março de 1983.

Reprodução/Web.

O brasileiro chegou como a grande contratação da temporada, e não decepcionou. Vestindo a camisa 10 — número que utilizou em todos os times pelos quais passou na Itália —, foi o líder de presenças na temporada, um dos jogadores mais importantes do time treinado por Osvaldo Bagnoli.

Dirceu abraçado pelos companheiros na Copa de 1978, em Brasil 3-0 Peru.

Comandava o meio-camÚnico Brasileiro da Seleção da Copa de 1978 po ao lado de Pietro Fanna e Antonio Di Gennaro, que Em 1978, no Mundial da Argentina, o mundo conheceu serviam o artilheiro DoDirceu no Verona na temporada 1982-83.

Dirceuzinho — assim chamado pelo locutor de TV Geraldo menico Penzo.

José de Almeida. Depois de começar a competição como Atingindo marcas incríveis reserva de Rivellino, o "Garoto dos Pinheirais" entrou no segundo tempo do jogo de estreia contra a Suécia e nunNo time scaligero, que ainda tinha Roberto Tricella e o ca mais deixou o onze inicial.

O craque foi fundamental na classificação do Brasil na histórico (embora quase nada utilizado) Wladyslaw Zmuprimeira fase e foi o autor de grande jogada para o gol da na defesa, e que era o embrião daquele que se sagraria de Roberto Dinamite contra a Áustria. Ainda marcou dois campeão italiano duas temporadas depois, Dirceu atingiu gols contra o Peru e outro contra a Itália. Foi o grande ótimas marcas.

Realizou 47 jogos e 6 gols, que ajudaram a equipe a nome da seleção que acabou a competição invicta e com conquistar um inédito 4º lugar na Serie A, melhor classifio terceiro lugar.

Dirceu ainda faturou a Bola de Bronze como terceiro cação na história do Hellas até então. Os butei ainda chemelhor jogador do torneio na Argentina, e fez parte da se- garam a ser finalistas da Coppa Italia. Venceram a partida leção do Mundial. Na verdade, foi o único jogador brasilei- de ida, por 2 a 0, em casa, e perderam a volta, por 3 a 0, ro escolhido entre os melhores daquela Copa do Mundo. apenas no último minuto da prorrogação, quando Michel Platini anotou o gol do título da Juventus.

Do México para a Europa Vida de cigano do futebol Endinheirado, o América, do México, levou a A trajetória cigana de sensação brasileira para o Dirceu na Itália começaAzteca. Após apenas um va ali, logo após o vice da ano por lá, Dirceu foi para Coppa. o Atlético de Madrid, onde Na temporada seguinviveu três anos gloriosos. te, 1983-84, o meia passou Foi convocado para a uma equipe rival do Veroseu terceiro Mundial, que na: o ambicioso Napoli de acontecia justamente na Corrado Ferlaino.

Espanha, e sofreu vendo No San Paolo, seguiu do banco de suplentes a sendo importante, mesTragédia do Sarriá. mo em uma temporaJá experiente, logo deda difícil para os azzurri. pois da Copa do Mundo Mesmo com os cinco gols Figurinha do álbum de 1983-84. conseguiu a chance de de Dirceu e com uma deatuar na Serie A italiana, fesa que tinha o histórico o melhor campeonato do zagueiro holandês Ruud Krol, o experiente goleimundo à época. Recebeu ro Luciano Castellini e as bandeiras Moreno Ferrauma proposta do Verona, rio e Giuseppe Bruscolotti, pouca coisa deu certo. A que retornava para a elite salvação do rebaixameto aconteceu somente na penúltima rodada.

"Yo doy balones y me devuelven sandías". do futebol na Bota.

DIRCEU JOSÉ GUIMARÃES

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Cedendo lugar para Maradona Após a temporada mediana no Napoli, Dirceu acabou precisando deixá-lo. O motivo é que o clube, que já havia liberado Krol e contratado o argentino Daniel Bertoni, precisava abrir uma nova vaga de estrangeiro para a chegada de ninguém menos que Diego Armando Maradona, que assumiria a 10 usada pelo brasileiro.

Dissabores no Ascoli Deixando o Napoli, Dirceu passou ao Ascoli do histórico presidente Costantino Rozzi, o maior da história do Picchio.

No entanto, problemas durante a temporada fizeram com que nem mesmo dois técnicos de respeito, como Carlo Mazzone e Vujadin Bosov evitassem a queda dos ascolesi para a segundona.

Dirceuzinho, novamente grande craque do time, anotou cinco gols, mas não conseguiu evitar o pior: a 14ª colocação e a queda.

Liderando o time do Avellino Dirceu acabou voltando à Campânia, onde viveria grande parte de sua vida dali para frente. O meia fechou com o Avellino, único time alviverde de expressão do futebol italiano. A equipe ficou conhecida por, mesmo tendo pequeno porte, ter conseguido passar 10 temporadas consecutivas na Serie A, entre o final das décadas de 1970 e 1980. Dirceu fechou com o clube para a nona dessas campanhas, e fez parte do time que conseguiu a melhor classificação da história dos Lobos: uma 8ª posição, assim como em 1981-82.

Estreia espetacular no Avellino

IMAGO/Buzzi.

Logo em sua estreia pelo Avellino, Dirceu anotou dois golaços de falta sobre a Fiorentina, na 1ª rodada. Foram os primeiros dos seis gols que ele fez em 23 jogos pelos irpini. Com quase 35 anos, o Formiguinha atuou em 23 jogos e foi o líder técnico da equipe, ao lado do atacante austríaco Walter Schachner.

A volta por cima Curiosamente, aquele time teve vários jogadores com ótimo senso tático e que se tornaram treinadores depois.

Irrequieto, Dirceu mudou de ares de novo e assinou Além de Schachner, também Stefano Colantuono, Angelo com o Como, indo morar novamente no norte da Itália. Alessio e o capitão Franco Colomba. Nenhum deles, poNa temporada anterior, que marcava a volta dos lariani à rém, teve o mesmo destaque que Dirceu dentro dos graelite, o Como salvara-se do rebaixamento apenas no final mados. do campeonato – mesmo tendo sofrido apenas dois gols no seu estádio, o Giuseppe Sinigaglia.

Retorno ao futebol brasileiro Com a 10 nas costas e a faixa de capitão no braço, o Formiguinha ajudou o time que tinha como destaques os Após a odisseia vivida em cinco anos de Serie A por atacantes Stefano Borgonovo e Dan Corneliusson a alcan- cinco clubes diferentes, Dirceuzinho voltou ao Brasil, onde çar a 9ª posição na Serie A e as semifinais da Coppa Italia. defenderia o Vasco por um curto período de tempo. Entrou em atrito com o técnico Sebastião Lazaroni e atuou Caiu nas semifinais apenas sete vezes pelos cruzmaltinos em sua segunda passagem pela Colina.

Dirceu ainda atuou nos Estados Unidos, pelo Miami Na melhor campanha Sharks, treinado pelo amigo Carlos Alberto Torres, mas dos lariani na copa, o time decidiu retornar à Itália. Não para jogar futebol, mas sim passou pela Juventus e futebol de salão, no Harvey Bologna. pelo Verona, que defendia o título italiano, mas caiu Volta ao futebol italiano nas semifinais contra a Sampdoria. O time vencia O meia chegou a atuar o jogo da volta por 2 a 1 na novamente nos gramados prorrogação, quando um de futebol por alguns anos, objeto lançado ao campo Camisa 10 e capitão no Como. disputando o campeonato feriu o árbitro do jogo.

No tapetão, o juizado esportivo deu a vaga à Samp e, Interregionale, equivalente mais uma vez, tirou de Dirceu a chance de conquistar um à quinta divisão do Camtítulo na Itália. peonato Italiano. Primeiro, na pequeníssima EbolitaBronca de Telê Santana na, onde foi treinado pelo ex-jogador do Fluminense Da mesma forma que uma lesão nos preparativos para Rubens Galaxe, e depois no a Copa de 1986 tirou do meia a possibilidade de ser con- Benevento. Foi em Eboli vocado para o quarto Mundial seguido. Descartado por que o jogador fixou resiTelê Santana, nunca perdoou o treinador, pois achava que dência e ganhou o respeito tinha condições de disputar a competição no México. da população local.

Foto rara de Dirceu na Ebolitana.

Reprodução/Web.

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DIRCEU JOSÉ GUIMARÃES

De vida pacata, virou um personagem local. Tanto é que, em 2001, o clube inaugurou um novo estádio e o batizou com o nome do jogador mais brilhante que passou pelo clube até hoje – e que, provavelmente, será o maior craque biancazzurro.

Atualmente, o estádio é utilizado pela própria Ebolitana e também como centro de treinamentos da Salernitana, equipe que disputa a Lega Pro. Dirceu ainda viveu algum tempo em Ancona, onde jogou pelo time de futsal da cidade e teve um restaurante.

Despedida em terras mexicanas O brasileiro também jogou no México outra vez, onde encerrou sua carreira aos 43 anos, pelo Atlético Yucatán.

Seu jogo de despedida, no estádio Jalisco, em Guadalajara, teve a presença de 50 mil torcedores.

Tão amado, Dirceu se despediu da vida tão logo se despediu do futebol profissional. Em uma noite de setembro de 1995, uma semana depois de ter voltado ao Brasil, o ex-jogador retornava de uma partida de futebol com seu amigo Pasquale Sazio, que atuara com ele na Ebolitana.

Vítima da irresponsabilidade no trânsito O carro de Dirceu foi atingido em cheio por outro, que estava em alta velocidade, fazendo um "racha". Os dois morreram na hora.

Dirceu deixou três filhos e uma esposa grávida do quarto, já com sete meses de gestação. Um triste fim para um craque idolatrado por onde passou e que tinha no futebol o seu grande amor.

Arquivo Pessoal.

Os quatro filhos de Dirceu e a viúva, Vânia.

DIRCEU JOSÉ GUIMARÃES

Júnior no Torino e Dirceu no Avellino.

Dirceu, segundo Júnior Defendendo a camisa grená do Torino, o brasileiro Leovegildo Lins da Gama Júnior, popularmente conhecido apenas por Júnior, teve Dirceu José Guimarães, o Dirceuzinho, como adversário em diversas partidas pelo Campeonato Italiano.

Se em campo foram adversários, fora dele foram amigos. Ao ponto de Júnior ter sido um dos convidados para o jogo de despedida de Dirceu dos campos de futebol. Atual comentarista da Rede Globo de Televisão, Júnior lembra com carinho e muita saudade do eterno Formiguinha: — Em campo ele era incansável. Mas não se destacava apenas por seu excelente preparo físico. Dirceu era habilidoso, driblava com facilidade. E seus chutes eram potentes e muito bem posicionados. No futebol italiano, sempre foi muito respeitado. A homenagem que lhe prestaram, dando-lhe nome em estádio, é muito justa e merecida. Eu o admirava como atleta.

Como pessoa, muito mais.

Era amigo dos amigos. Sincero, se gostava, gostava.

Se não gostava, falava também. Foi uma das melhores pessoas com quem convivi enquanto joguei futebol.

Sofri demais quando soube de sua trágica morte.

Quando Zico chegou à Itália, para jogar pela Udinese, em 1985, Dirceu José Guimarães já estava por lá, brilhando em defesa de outros clubes, há anos. Amigos desde a Copa do Mundo de 1978 na Argentina, eles logo se encontraram. Mantiveram-se em contatos permanentes por um longo tempo. Dirceu chegou a dar algumas informações sobre a forma de jogar dos times italianos a Zico. Hoje, procurado pela FuteGol, o Galinho fez questão de falar sobre seu saudoso amigo: — O respeito do povo italiano por Dirceu chegou ao ponto de eles nomearem um de seus estádios como Dirceu José Guimarães. Foi um belo gesto, sem dúvida. Dirceu fez por merecer.

Sempre foi um atleta exemplar, dedicado, determinado, carismático. Foi um dos jogadores que mais admirei ao longo de mina carreira.

Jogar ao lado dele sempre foi prazeroso porque podíamos sentir nele uma garra e uma paixão enorme pela prática do futebol. Fora de nossas atividades profissionais, nos tornamos amigos também. Sempre que podíamos estávamos juntos, tanto no Brasil como na Itália. Lá, ele foi reverenciado por diversas torcidas. Onde jogou, colecionou amigos e essa é a melhor marca que podemos deixar em vida.

Sinto muitas saudades do nosso Dirceuzinho.

Reprodução/Web.

Nome de estádio na Itália

Dirceu, segundo Zico

Reprodução/Web.

Como um craque do seu calibre e com três Mundiais disputados desejaria ter uma vida tão simples em uma cidade pequena do sul da Itália? Ao mesmo tempo que disputava os campeonatos amadores, Dirceu tinha uma vida de empresário na cidadezinha, atuando como dono de uma concessionária de automóveis para aluguel.

Dirceu e Zico na Seleção Brasileira.

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rasileiro de Curitiba, B Valci Remedi reside há quase duas décadas nos Es-

Divulgação/Arquivo Pessoal.

tados Unidos. Lá, se casou e constituiu família. Como bom brasileiro, sempre foi apaixonado por futebol.

Assim, quando seu primeiro filho nasceu, apressou-se em comprar uma bola e de a dar para o menino brincar. Justin, o filho de Valci, logo se apaixonou pelo presente do pai. Não se desgrudou mais dele. Ao ponto de dormir abraçado com a bola. Deu os primeiros chutes ainda no quintal de casa. À medida que foi se desenvolvendo a paixão crescia. O pai, então, introduziu Justin a uma escola Justin com a camisa do Flamengo. de futebol.

Canhoto, Justin mostrou habilidade com a bola nos pés e ainda criança despertou a atenção de quem o via em ação. O pai do garoto investiu na carreira dele. Contratou uma equipe de vídeo para acompanhar seus jogos e publicar nas redes sociais. A destacada performance de Justin lhe rendeu uma série de convites para jogar nas equipes do Major League. Mas todas as sondagens foram devidamente recusadas. O sonho de pai e filho sempre foi buscar uma oportunidade no futebol brasileiro.

Realizando sonhos Aos 15 anos de idade, Justin Tyler começa a realizar o sonho da família. Agora em setembro o menino veio para o Brasil, a convite do Flamengo. Em apenas uma semana de testes, agradou tanto que foi contratado. A grande promessa de craque importada da terra do Tio Sam para o clube de maior torcida do Brasil diz: — Foi um colombiano chamado Jackson, que me descobriu nas redes sociais e entrou em contato com meu pai. Ele disse que ia repassar meu vídeo para alguns empresários do Brasil. Ele então mandou para o Evandro e para o Robson, que hoje me representam. Eles entraram em contato perguntando se eu tinha interesse de jogar no Brasil, porque eles tinham um convite para eu vir fazer um período de avaliação no Flamengo. Eu fiquei muito feliz porque já conhecia o Flamengo, meu pai é um grande fã do time. Eu também sabia que ele tem a maior torcida do mundo.

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NOVA PROMESSA DO

MENGÃO VEM DOS EUA Nervosismo não atrapalhou

Natural de Newark, New Jersey (EUA), Justin Tyler atuava em ligas amadoras dos Estados Unidos, Agora está muito feliz com a oportunidade que vem tendo no Mengão, a promessa ainda fez questão de exaltar a estrutura do Rubro-Negro.

— A estrutura do Ninho é uma das coisas mais lindas que eu já vi na minha vida, muito moderna e que dá todas as condições para gente poder mostrar o melhor. Com certeza qualquer pessoa no mundo gostaria de estar aqui vivendo essa experiência.

«Sei que estou em um dos maiores clubes do mundo, que tem uma torcida gigante e uma enorme tradição.»

Multicampeão na base, o Flamengo frequentemente revela talentos, seja para brilharem nos profissionais do clube ou em equipes do exterior. Perguntado sobre a qualidade dos jovens com quem vem treinando no CT, Justin não poupou elogios aos companheiros e citou a alta competitividade no dia a dia.

— Os jovens da base aqui são muito competitivos, fortes, e jogam sempre com muita vontade de vencer. Você tem que dar seu máximo em campo todo dia, para conquistar seu espaço, é realmente um desafio. Tem que treinar exaustivamente, todo dia, porque o nível é muito alto.

Inspirado nas grandes estrelas

«Minhas principais virtudes em campo são a velocidade e os dribles. Também tenho uma boa visão de passes curtos e em profundidade.»

Como todo jovem que sonha em se tornar profissional, Justin tem ídolos no qual se espelha no futebol.

Neymar é a grande inspiração do garoto, que também citou os craques Messi e Cristiano Ronaldo. Já quando o assunto é Flamengo, Bruno Henrique é quem faz os olhos da promessa brilharem.

— A minha maior inspiração é o Neymar. Também admiro muito o Messi e Cristiano Ronaldo. No Flamengo, eu sou muito fã do Bruno Henrique, pela velocidade e a forma de jogar que são parecidas com a minha.

Divulgação/Arquivo Pessoal.

O clube descobriu nas redes sociais um garoto, filho de brasileiro, extremamente talentoso.

Mandou buscá-lo e já o tem sob contrato.

Justin e o pai Valci Remedi.

JUSTIN NO FLAMENGO

MUITO ALÉM DA

COR DA PELE

Conscientes de seu grande poder de influência, eles são verdadeiros ícones do esporte na luta contra o racismo.

os campos de futebol, Raheem Sterling. Nas pistas N de automobilismo, Lewis Hamilton. O que ambos têm em comum, além de serem ingleses, talentosos, famosos, respeitados e valorizados pelo que fazem profissionalmente? O engajamento na luta contra o racismo.

Suas posições se destacaram sobremaneira depois do advento do movimento "Black Lives Matter", deflagrado nos Estados Unidos em 2020. Eles entraram de cabeça na causa. Suas bandeiras foram devidamente hasteadas. E estão tremulando mundo afora.

Vídeo pelo fim do racismo Uma das muitas ações de Sterling foi publicar um vídeo em suas redes sociais tratando do assunto. Seu companheiro de equipe de City, De Bruyne, seu ex-capitão de clube, Jordan Henderson do Liverpool e David Alaba do Bayern de Munique participaram do vídeo.

Sterling tem estado frequentemente no centro do debate do país sobre raça nos últimos anos, apelando a uma representação mais justa dos jogadores de futebol negros na mídia.

Pool/Reuters.

Sentindo na própria pele

Hamilton e outros pilotos em protesto antirracista no GP da Áustria de 2020.

Identificando o racismo A estratégia que os dois ídolos esportivos ingleses adotaram nessa luta pelo fim da desigualdade racial foi o uso das redes sociais. Considerando a força que essas redes detêm, Hamilton e Sterling logo receberam apoio de seus companheiros. E de seus milhões de seguidores ao redor do mundo.

A estrela do futebol pediu ao governo britânico que trate da sub-representação dos negros no Parlamento e nos conselhos de organizações esportivas.

«Precisamos de um mundo sem preconceito algum, seja de raça, cor, credo ou religião.» — R. Sterling.

Em 2018, quando de um jogo do City em Stamford Bridge, o craque foi vítima de atos racistas vindos das arquibancadas. Em 2021, o jogador conseguiu convencer o governo do Reino Unido a reverter sua decisão de descartar o financiamento de 120 milhões de libras esterlinas para fornecer refeições escolares gratuitas durante o verão para crianças pobres.

O atacante do City e da Seleção Inglesa compareceu aos protestos realizados em Londres, Bristol, Manchester, Wolverhampton, Nottingham, Glasgow e Edimburgo pela morte do americano George Floyd em maio de 2020.

Mensagem dada na BBC Ano passado, falando ao programa Newsnight da BBC (rede estatal de televisão do Reino Unido), Sterling disse: "Assim como a pandemia, queremos encontrar uma solução para pôr fim ao racismo no mundo. Esta não é uma causa dos negros. É uma causa da humanidade. Precisamos de um mundo sem preconceito algum, seja de raça, cor, credo ou religião."

Apontando as desigualdades

STERLING & HAMILTON

Sterling comemorando após abrir o placar em Inglaterra 2-0 Alemanha, nas oitavas da UEFA EURO 2020.

AFP/JIJI.

O craque do Manchester City e do English Team ressaltou que "não há proprietários, executivos-chefes ou presidentes negros em nenhum dos 92 clubes da Premier League e da Football League. Dentre os órgãos reguladores de esportes nacionais que recebem dinheiro público, apenas três por cento dos membros do conselho são negros e 64 por cento não têm membros do conselho que sejam negros."

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ELA É FERA: DENTRO E FORA DE CAMPO ui desvalorizada, fui desrespeitada e despedida "F porque sou mulher. E me disseram que não mereço mais do que menos porque sou mulher".

A visita de Rapinoe a Washington D.C. aconteceu no "Dia da Igualdade Salarial" que visa chamar a atenção para a disparidade salarial que existe entre homens e mulheres em todo o país — não apenas nos esportes. Rapinoe esteve na companhia de Margaret Purce, que também é jogadora, e as duas falaram ao lado do presidente Joe Biden e da primeira-dama Jill Biden descrevendo como é alcançar o sucesso final em campo, mas ainda ganhar uma fração do que os homens ganham.

Doug Mills/The New York Times.

"Apesar de todas as vitórias, ainda recebemos menos do que os homens que fazem o mesmo trabalho que nós.

Com uma diferença: ganhamos medalhas olímpicas, somos campeões mundiais enquanto os homens nunca sequer fizeram uma final de Copa do Mundo. Ainda assim, recebemos salários mais baixos, significativamente inferiores aos dos homens".

"Lotamos estádios, quebramos recordes de exibição e esgotamos vendas de camisetas, somos aprovadas em métricas populares pelas quais somos julgados. Apesar de tudo isso, ainda recebemos menos do que os homens".

Assim, na Casa Branca, convidada pelo novo presidente americano, Joe Biden, a jogadora Bola de Ouro da FIFA em 2019, se portou em um discurso, dia 24 de março deste ano.

Esta tem sido a luta de Megan Anna Rapinoe desde que os holofotes da mídia norte-americana tem se voltado para ela. Após ser bicampeã mundial e ter ganho a Bola de Ouro da FIFA, a atacante da Seleção Americana peitou Donald Trump, declarou apoio público a Biden e agora faz parte do comitê de análise pela igualdade salarial entre homens e mulheres em seu país.

Bola de Ouro em 19, Megan Rapinoe ganha espaço no governo Biden na luta pela isonomia salarial entre homens e mulheres.

Quem é esta lutadora?

Nascida em Redding, na Califórnia, Megan Anna Rapinoe mostrou sua paixão por esportes desde a infância.

Além do futebol, a norte-americana chegou a praticar atletismo e se destacou como jogadora de basquete, mas encontrou seu caminho com a bola nos pés.

Purce, Rapinoe e o presidente Biden no Dia da Igualdade Salarial.

Embora tenha conquistado a Copa do Mundo Feminina em 2015, foi em 2019 que a atleta fez história. Na ocaArgumentos muito sólidos sião, a esportista comandou a seleção dos EUA rumo ao título e terminou a competição no topo da artilharia, com "Eu ajudei, junto com todas as minhas companheiras seis gols marcados. Naquele ano, ainda foi eleita a melhor de equipe, a ganhar 4 títulos da Copa do Mundo e 4 mejogadora do mundo pela FIFA. dalhas de ouro olímpicas para os Estados Unidos", disse Rapinoe. "Apesar de todas as vitórias, ainda recebo menos «Sei que há milhões de pessoas marginalizadas do que os homens que fazem o mesmo trabalho que eu", por gênero no mundo e vivenciam a mesma coisa em e ainda finalizou falando da desigualdade de gênero: "Sei seus empregos.» que há milhões de pessoas marginalizadas por gênero no mundo e vivenciam a mesma coisa em seus empregos e Afrontando Donald Trump eu e meus colegas de equipe estamos aqui para apoiá-las.

Nós, da Seleção Feminina dos Estados Unidos, hoje estaCrítica declarada do então governo de Donald Trump, mos aqui por causa delas. Também sabemos o que signifia jogadora se recusou a ir à Casa Branca em 2019, e a equi- ca não apenas ter aliados, mas ser aliados. Sabemos o que pe feminina não realizou a tradicional visita dos campe- significa quando as pessoas se ajoelham, então buscamos ões em Washington. nos ajoelhar com elas."

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MEGAN RAPINOE

Heroínas da América Joe Biden apoiou as declarações de Megan chamando as jogadoras de heroínas por se manifestarem contra as disparidades salariais e lutarem pela igualdade: "Não importa se você é um eletricista, um contador ou parte do melhor time de futebol do mundo — a disparidade salarial é real", disse Biden, que completou: "Este time é a prova viva de que você pode ser o melhor no que faz e ainda tem que lutar por salários iguais."

"A disparidade salarial é real", disse Biden na quarta-feira na Casa Branca. "E esta equipe é a prova viva de que você pode ser o melhor no que faz e ainda tem que lutar por salários iguais."

«Surpreendeu-me ter cumprido os critérios de seleção, já que não jogo uma partida desde março.»

Contestando até a FIFA

Rapinoe e mais de 25 de suas companheiras de equipe, que ganharam vários campeonatos mundiais e olímpicos, processaram a Federação Americana de Futebol em 2017 por disparidades salariais com seus colegas homens menos bem-sucedidos.

A certa altura, as mulheres disseram que ganharam cerca de 32 centavos para cada dólar pago aos jogadores do sexo masculino, e uma testemunha especialista no litígio testemunhou que a equipe feminina está cerca de US $ 67 milhões para pode preencher a lacuna existente na relação com os homens.

A ação coletiva da equipe feminina está pendente no Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Nono Circuito, que está considerando seu pedido para retomar as alegações de preconceito salarial. Um acordo proposto cobre as reivindicações femininas de discriminação em outros termos e condições de emprego além do pagamento, incluindo viagens de equipe, condições de jogo e apoio profissional.

AP Photo/Francisco Seco.

Rapinoe comemorando seu segundo gol em França 1-2 EUA, nas quartas de final da Copa de 2019.

ARIS MESSINIS/AFP.

Ícone cultural, referência gay, defensora das minorias e crítica virulenta de Donald Trump, Megan Rapinoe, Megan Rapinoe luta há anos contra as desigualdades sociais e pela equiparação salarial equiparação salarial entre homens e mulheres. A atacante norte-americana, com mechas platinadas e lilases e cabelos curtos, com um físico portentoso apesar de seu 1,70 metro de altura e discurso afiado contra todo tipo de discriminação, tampouco se calou quando a FIFA a incluiu em 2020 no time ideal do ano apesar de ela não jogar uma única partida desde março, quando a pandemia deixou o mundo em stand by durante meses. A atleta, de 35 anos, e Bola de Ouro de 2019, agradeceu o reconhecimento em suas redes sociais, mas destacou principalmente seu desagrado: reclamou que não tenha sido selecionada outra jogadora talentosa que tenha jogado mais partidas em 2020.

Rapinoe, que está há uma década com o alto-falante do esporte nas mãos para promover causas como a igualdade de gênero e os direitos LGTBQIA+, defendeu o futebol feminino apesar de sua indicação. "Surpreendeu-me ter cumprido os critérios de seleção, já que não jogo uma partida desde março", confessou. E acrescentou: "Temos jogadoras fenomenais em todo o mundo e devemos todos fazer o possível para reconhecê-las. Que eu tenha sido selecionada joga luz sobre o fato de que, para promover o nosso jogo, devemos continuar investindo no futebol feminino para dar a mais jogadoras a oportunidade de serem vistas na televisão".

Rapinoe e sua noiva Sue Bird.

Processando a Federação

MEGAN RAPINOE

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ODOSSORRISO

RONALDOS

Eles já não são mais dentuços. Só depois de pendurar as chuteiras é que decidiram investir em suas arcadas dentárias. lém do futebol acima da média que jogaram, o ataA cante Ronaldo Fenômeno e o meia-atacante Ronaldinho Gaúcho tiveram outra característica que os identificavam fortemente: dentes com formação incomum.

Ambos apresentavam enormes regiões gengivais, que viviam à mostra. E ambos resolveram seus casos lançando mão do que há de mais moderno na tecnologia para a área odontológica: a cirurgia plástica gengival.

Explicações de um especialista1

Técnicas super avançadas Quanto à cirurgia plástica gengival a que recorreram os dois Ronaldos, reconhecidamente craques de alto nível internacional, o Dr. Eduardo tece as seguintes considerações: — De um modo geral, quando buscamos corrigir problemas gengivais há alguns caminhos a percorrer. Entre eles, o uso de aparelhos ortodônticos. Ele não apenas corrige a posição dos dentes. Também nos permite solucionar problemas nas gengivas, como os apresentados pelo Ronaldo Fenômeno e pelo Ronaldinho Gaúcho.

1 Clique aqui para conhecer melhor o trabalho do Dr. Eduardo Gurkewicz.

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Entretanto, devido às características de suas atividades profissionais, os atletas preferiram não utilizar aparelho ortodôntico para corrigir a posição de seus dentes, pois isso poderia acarretar em lesões sucessivas dos lábios em possíveis traumas durante contato físico ou com a bola na face.

Outra técnica seria a cirurgia ortognática, que também necessita de um tempo prolongado de recuperação. Foi então que ambos optaram pela cirurgia plástica periodontal.

Esse procedimento reduz a quantidade de gengiva aparente no sorriso, ou nivela corretamente os arcos gengivais para que o sorriso se torne o mais estético e agradável possível. Trata-se de uma cirurgia que é bem delicada, mas tem um O efeito da gengivoplastia. pós-operatório muito tranquilo, necessitando apenas de dois ou três dias após o procedimento para o paciente poder retornar às suas atividades físicas normais.

Reprodução/Web.

Divulgação/Odontowicz.

Recorremos ao renomado cirurgião dentista Eduardo Gurkewicz, CEO das Clínicas Odontowicz e Odontogurka, respectivamente nas cidades de Curitiba e Pinhais no Paraná, para explicar este tipo de procedimento, cada vez mais recorrente nas clínicas odontológicas.

"Inicialmente creio ser interessante ressaltar que a Dr. Eduardo, referência em odontologia. odontologia brasileira é, há muito, uma das melhores e mais avançadas do mundo. O conceito do cirurgião dentista brasileiro é extremamente elevado, por sua excelente formação e por sua prática em nível da mais alta qualidade que se possa encontrar em todos os países", assegura o Dr. Eduardo Gurkewicz, 10 vezes contemplado com o Prêmio e a Certificação Qualidade Brasil, atestada pelo Instituto Chico Mendes.

Não usaram aparelho ortodôntico

Dentes com facetas de porcelana Logo após a cicatrização completa da gengiva, foram realizadas facetas laminadas de porcelana nos dentes anteriores do Ronaldinho. Essas facetas são delicadas lâminas de porcelana que são "coladas" sobre as superfícies dos dentes, permitindo a correção de problemas estéticos e funcionais dos dentes, como manchas, restaurações infiltradas, quebradas ou manchadas, dentes desgastados ou quebrados, dentes mal posicionados, desalinhados, defeitos na mastigação, entre outros.

O SORRISO DOS RONALDOS

Reprodução/Extra.

Reprodução/Extra.

O antes e o depois de Ronaldinho.

Os dentes do Fenômeno eram separados.

Como funcionam as facetas Os materiais e técnicas disponíveis atualmente possibilitaram que os preparos dentários para realização das facetas, que são pequenos desgastes realizados nos dentes necessários para acomodar a faceta de porcelana, se tornassem cada vez menores, e hoje são muitíssimo reduzidos, com espessuras de até mesmo 0,3mm. Isso significa que o preparo atual para facetas pode ser tão fino quanto um terço de um milímetro.

Essas facetas especiais são chamadas de "lentes de contato" devido à sua baixíssima espessura e grande delicadeza. Apesar de extremamente finas, são muito resistentes e funcionais, possibilitando uma enorme gama de correções estéticas e funcionais, com grande previsibilidade e resultados excepcionais, como os alcançados com Ronaldinho Gaúcho e também com Ronaldo Fenômeno.

Reprodução/Match Photography.

Problemas dentários desfalcam times Muitas vezes um jogador desfalca seu time em virtude de lesões musculares que nada têm a ver com seus esforços físicos nos treinamentos ou jogos.

O Dr. Eduardo Gurkewicz, ao longo de sua trajetória superior a 35 anos na área odontológica, já atendeu diversos atletas de futebol com complicações dentárias que resultaram em graves lesões musculares.

Ele assegura que "além de uma infecção, os problemas bucais podem prejudicar o desempenho de atletas. Desde uma gengivite, cárie, dente aberto, até um dente do siso ou uma raiz podem apresentar focos infecciosos. "Isso pode atingir tanto um atleta profissional quanto um de final de semana. Muitas vezes um desconforto muscular vem de um foco dentário."

Os clubes europeus já identificaram a real importância de ampliar seu atendimento para a saúde bucal de seus atletas de futebol. Assim como têm em suas instalações um Departamento Médico, um Departamento Fisiológico, também tem o Departamento Odontológico. Dessa maneira, atuam preventivamente para evitar que suas grandes estrelas deixem de render o que podem em virtude de lesões advindas de uma saúde bucal mal cuidada.

O SORRISO DOS RONALDOS

Ambos marcaram seus nomes na história do futebol.

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O DRAMA DE PELÉ

Maior jogador de futebol de todos os tempos. Consagrado como Rei, Pelé é humano como Edson Arantes. Assim, também adoece.

s vésperas de completar oitenta e um anos de idade, À o cidadão Edson Arantes do Nascimento, mundialmente consagrado como Pelé, assustou a todos nós ago-

ra em setembro.

Primeiro surgiu um boato de que ele tinha desmaiado. Ele mesmo fez questão de desmentir isso ao publicar nas redes sociais a seguinte mensagem: "Eu não desmaiei, estou muito bem de saúde. Fui fazer meus exames de rotina e não havia conseguido fazer antes por causa de uma viagem. Avisem que eu não jogo no próximo domingo."

E foram exatamente esses exames que apontaram para existência de um tumor no intestino do ex-jogador.

Submetido a uma cirurgia de retirada de lesão suspeita no cólon direito. O cólon faz parte do sistema digestivo e é responsável por processar os carboidratos que não foram digeridos pelo intestino delgado.

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Reprodução/Instagram.

"Nestes últimos dias, eu tenho dado socos no ar mais vezes que o normal".

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O câncer de cólon é o terceiro mais comum entre os homens, só fica atrás do de próstata e de pulmão. Estima-se que quarenta mil novos casos serão diagnosticados no Brasil só neste ano.

O procedimento realizado por Pelé por uma equipe médica do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, se junta a um histórico de problemas de saúde enfrentado pelo Rei. Desde 2012 foram ao menos sete interações.

Em 2012, o cidadão Edson Arantes do Nascimento foi submetido a uma cirurgia de artroplastia total no quadril direito, quando cartilagens desgastadas e ossos são substituídos por próteses. Dois anos depois, o rei passou por um procedimento para a retirada de cálculos renais, as famosas pedras dos rins. Logo depois, ele foi novamente internado para tratamento de uma infecção urinária.

Em 2015, foram três cirurgias, a ressecção da próstata que é a retirada parcial do órgão afetado, a descompressão de nervos na coluna e uma nova cirurgia no quadril, realizada nos Estados Unidos.

Há três anos o ex-jogador passou seis dias internado após um novo quadro de infecção urinária, e retirou mais cálculos renais.

Agora, em setembro, surgiu o problema no cólon que o Rei deseja mandar para escanteio. Afinal, ele é um otimista por excelência e não se entrega com facilidade. Vida longa ao Rei é o que todos desejamos.

PELÉ

ELE TEVE PELÉ AOS SEUS PÉS O jogo em que Carlos Alberto Rodrigues, volante do Grêmio, teve Pelé aos seus pés. Um privilégio de poucos em todo o mundo.

uantos jogadores de futebol no mundo todo tiveQ ram, em algum momento da carreira, o Rei Pelé aos seus pés? Um dos poucos que o tiveram foi Carlos Alberto

Rodrigues. E olha que, por ser volante, cabia a ele marcar Pelé, não ser marcado por Pelé. O lance inédito que virou quadro de emoldurar parede aconteceu no jogo do Grêmio de Carlos Alberto diante do Santos de Pelé, em novembro de 1973, no Estádio Olímpico de Porto Alegre, valendo pelo Campeonato Brasileiro.

Humilde, o protagonista da histórica jogada, diz: "Pelé sempre foi exemplo de dedicação e bravura em campo.

Tinha total consciência da importância do jogo coletivo.

Assim, ao tentar me desarmar, ele foi ao chão e o fotógrafo, inteligente e perspicaz, conseguiu flagrar nossa jogada em cima do lance. A foto ganhou primeira página dos jornais da época e eu, claro, procurei comprá-la, ampliá-la ao máximo e transformá-la num quadro. Mas não me orgulho de ter tido ele aos meus pés. Orgulho-me, sim, de tê-lo como exemplo de atleta e de dedicação ao futebol brasileiro e mundial."

Confira as estatísticas e partidas jogadas por Carlos Alberto com a camisa do Grêmio.

Divulgação/Arquivo Pessoal.

Divulgação/Arquivo Pessoal.

Pelé aos pés de Carlos Alberto.

Quem foi Carlos Alberto Rodrigues

Carlos Alberto e família.

CARLOS ALBERTO RODRIGUES

Carlos Alberto Rodrigues jogou profissionalmente de 1964 a 1983. Iniciou no Nitro Química, de São Paulo. Foi comprado pelo São Paulo Futebol Clube, onde formou um meio-campo épico com Gérson e Pedro Rocha. Depois, atuou no Uberaba, XV de Piracicaba, Grêmio, Santa Cruz, Colorado, Athletico Paranaense, Taubaté, Paissandu de Brusque, Seleção Catarinense e Blumenau. Seu apelido, entre os colegas e amigos, era Galinho, numa alusão ao seu porte físico e à garra com que jogava futebol.

Ao longo da carreira, acumulou os seguintes títulos: Campeão do Interior Mineiro com o Uberaba em 1967, Bicampeão Paulista com o São Paulo em 1970/71, Super Campeão Pernambucano com o Santa Cruz em 1977, Campeão com a Seleção Catarinense na Malásia em 1982.

Pai do ex-lateral Juninho Rodrigues e da engenheira Adriana, é casado com Maria Alice, e avô de José Jorley do Amaral Neto (12), Julia Rodrigues do Amaral (10), Lucca Pires Rodrigues (5). Atualmente reside em um sítio, nos arredores de São José dos Campos-SP.

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CORNETAGEM OFICIALIZADA

Nova modalidade de sócio torcedor dá poder para a galera escalar o time para o próximo jogo. brasileiros de gigantescas torcidas, como FlaCbol, jálubes mengo e Corinthians, e a Seleção Brasileira de Futeaderiram aos Fan Tokens. Esta é a nova e promisso-

Reprodução/GE.

Corinthians busca mercado digital para gerar novas receitas.

Os Fan Tokens são ativos (em forma de criptomoedas) que oferecem a oportunidade de aumentar o engajamento digital e presencial entre equipes, seleções, jogadores e seus fãs. Ao se engajar neles, os torcedores passam a ter voz ativa em certas decisões do clube e da seleção ou da carreira dos atletas. Também podem se beneficiar de vantagens e maior proximidade com marcas e atletas.

Em síntese, pagando uma quantia financeira mensal, os torcedores agora podem oficialmente intervir nas decisões de seus clubes. Têm poder até para definir esquemas táticos e decidir quem vai jogar. Portanto, a cornetagem agora é oficial. Pagou, ganhou ressonância.

Os operadores dos Fan Tokens pagam um percentual do que arrecadam aos seus parceiros. Os valores variam de 30 a 60 por cento. O Atlético Mineiro fechou contrato com participação de 50%, enquanto o Flamengo e o Corinthians chegaram aos 60%.

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Reprodução/Bitci Teknoloji A.Ş.

A empresa turca de blockchain Bitci Teknoloji, especializada em projetos NFT, oficializou recentemente sua parceria com a seleção nacional do Uruguai de Luis Suárez e ra fonte de renda do mercado digital para nossos clubes e Edinson Cavani. Para a Celeste os percentuais repassados seleções. Um novo modelo de sócio-torcedor, com maior chegaram a 60%, enquanto aos jogadores os repasses abrangência e resultados mais efetivos. têm girado em torno de 40%.

Uruguay Fan Tokens são oferecidos na infraestrutura Bitcichain.

Divulgação/socios.com.

Parceiros da socios.com no mundo do futebol.

Atualmente brigando pela 1a posição do mercado de Fan Tokens estão os clubes tokenizados Paris Saint-Germain (FRA) e Juventus de Turim (ITA) com market cap R$ 50.305.748,04 e R$ 49.997.216,65 respectivamente. Logo abaixo dos gigantes europeus estão, em ordem, Galatasaray (TUR), Atlético de Madrid (ESP) e o gigante FC Barcelona da Espanha.

FAN TOKEN

A MILIONÁRIA VENDA DO NEWCASTLE

Futebol inglês cada vez mais rico e poderoso com investidores estrangeiros no comando de suas principais equipes. Agora o Newcastle tem muita bala na agulha para montar um super time.

Torcedor do Newcastle caracterizado como o príncipe saudita Mohammed bin Salman.

dia 7 de outubro de 2021 entrou para a história do O futebol mundial como a data da concretização da mais valiosa venda de um clube de futebol em todos os tempos. Nessa data um consórcio liderado pela Arábia Saudita concluiu a aquisição do Newcastle United, da Premier League. O negócio no valor de US$ 415 milhões (£ 305 milhões), no entanto, foi rechaçado pela Anistia Internacional, que o considera uma "lavagem esportiva" do histórico de direitos humanos do reino do Golfo.

A direção da Premier League anunciou que havia resolvido disputas legais que inicialmente paralisaram a negociação porque recebeu "garantias juridicamente vinculativas" de que o governo da Arábia Saudita não controlaria o clube.

Centenas de fãs se aglomeraram no campo de St. James' Park, em Newcastle, comemorando com sinais luminosos a concretização do negócio.

O ex-atacante do Newcastle e da Inglaterra, Alan Shearer, tuitou: "Yesssssssss. Podemos ousar ter esperança de novo", enquanto outro ex-atacante, Michael Owen, disse que isso poderia ser uma "virada de jogo" para o clube.

O Newcastle United Supporters Trust tuitou uma carta para os novos proprietários dizendo que estava ansioso para trabalhar com eles "para rejuvenescer um dos maiores clubes de futebol da Inglaterra".

Na atual temporada, o Newcastle, atualmente comandado pelo ex-zagueiro do Manchester United Steve Bruce, não venceu nos primeiros sete jogos da temporada da Premier League e está na penúltima posição da tabela.

A transformação do Manchester City em vencedores em série desde a aquisição do Sheikh Mansour em 2008, um membro da família real de Abu Dhabi, é o modelo a ser seguido pelo clube.

NEWCASTLE

O consórcio formado pelo Fundo de Investimento Público Saudita, PCP Capital Partners e os irmãos bilionários David e Simon Reuben fechou um acordo para comprar o clube de Ashley em abril de 2020.

No entanto, a polêmica oferta de aquisição acertou em cheio após protestos da beIN Sports, do Qatar, uma importante detentora dos direitos televisivos da Premier League.

A emissora, que estendeu seus direitos à primeira divisão inglesa para a região do Oriente Médio e Norte da África no início deste ano, foi proibida pela Arábia Saudita em 2017 no início de um bloqueio diplomático e de transporte do Qatar, que terminou em janeiro.

As tensões entre os estados diminuíram significativamente este ano e a proibição saudita do beIN deve ser suspensa, com uma fonte informada sobre o assunto dizendo que havia um "compromisso de que isso acontecesse".

Riyadh também está tentando resolver a ação judicial de US$ 1 bilhão do Qatar sobre transmissões piratas para o público saudita pela rede beoutQ. O PIF, presidido pelo príncipe Mohammed bin Salman, amplamente conhecido como MBS, está tendo uma participação de 80 por cento no acordo.

A aquisição pode transformar a sorte dos Magpies, pois apesar do comparecimento regular de 50 mil pessoas, o Newcastle não ganha um troféu importante desde 1969.

A

PA.

Bill Edgar/Twitter.

Outros interesses em jogo

Os fãs dos Magpies fizeram a festa no St. James' Park.

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QUEM SEGURA

O GALO?

Time comandado por Cuca não perde há mais de 3 meses e é candidato à títulos importantes.

última derrota do Clube Atlético Mineiro no BrasiA leirão 2021 ocorreu no dia 27 de junho. Na ocasião, o Galo foi derrotado pelo Peixe em partida disputada no

Estádio da Vila Belmiro, em Santos. De lá pra cá, a equipe dirigida por Alexi Stival acumula resultados positivos na competição. Até o fechamento desta edição da FuteGol, o time mineiro liderava com folga o certame nacional. Havia perdido apenas três das 28 partidas disputadas. A destacada campanha é fruto de um trabalho muito bem realizado e de um grupo de atletas extremamente qualificado.

Esta é a segunda passagem de Cuca pelo Atlético. Na primeira, ele também foi muito bem sucedido. Em 2011, substituiu a Dorival Junior. Após perder as seis primeiras partidas, sendo duas pela Sul-Americana e quatro pelo brasileirão, ele chegou a entregar o cargo após a derrota para o arquirrival, porém foi convencido pelos jogadores a continuar como treinador da equipe. Cuca conseguiu equilibrar a equipe e começou uma campanha de recuperação incrível que livrou o time do rebaixamento para a Série B. No primeiro semestre de 2012, Cuca conquistou novamente o Campeonato Mineiro, mas desta vez pelo Atlético e de forma invicta, o que não acontecia há 36 anos no clube. Nas oitavas de final da Copa do Brasil, após uma sequência de 14 jogos invictos no ano, intercalados entre Campeonato Mineiro e Copa do Brasil, o Atlético foi derrotado no Serra Dourada pelo Goiás no jogo de ida e não conseguiu reverter a situação em casa no jogo da volta, consequentemente sendo eliminado da competição. Com isto o time focou no Campeonato Brasileiro e se reforçou com nomes de peso como Ronaldinho Gaúcho, Victor e Jô.

Cuca conseguiu montar um time veloz e perigoso nas bolas aéreas, e levou o Atlético ao vice-campeonato brasileiro e consequentemente à Taça Libertadores, o que não ocorria desde 2000.

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Pedro Souza/Atlético.

A turbulência passou, e hoje Cuca e Hulk vivem juntos um grande momento no Galo.

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Para muitos comentaristas de futebol, o Atlético apresentava o melhor futebol da competição, e depois de uma campanha espetacular no primeiro turno, com 43 pontos em 19 partidas, o Atlético terminou o Campeonato com 72 pontos, seis atrás do campeão Fluminense. Em 2013, levou o time a seu primeiro título da Libertadores, ao bater o Olímpia do Paraguai nas finais, em um jogo dramático, decidido nos pênaltis. Assim, dando adeus a fama de azarado.

Ao final de 2013, especulou-se a saída de Cuca do comando do Atlético Mineiro. Porém, no dia 20 de novembro de 2013, o presidente do Galo, Alexandre Kalil, deu fim às especulações.

Anunciou a renovação do contrato do treinador, campeão da Libertadores, por mais um ano, até o final de 2014, quando Kalil encerra seu mandato de presidente.

No dia 18 de dezembro após derrota por 3–1 para o Raja Casablanca, no Mundial de Clubes, foi confirmada a sua saída do Atlético Mineiro, passando a partir de 2014 a treinar um time chinês.

Este ano, Cuca voltou ao Galo, depois de deixar o Santos. Sua volta causou reações nas redes sociais quando se cobrou seu envolvimento, ainda no tempo de atleta do Grêmio, em um caso de estupro de garotos na Suíça. Ele superou os rumores, assinou contrato com duração de dois anos e deu início aos trabalhos em 5 de março.

Foi mais uma vez campeão mineiro. Agora está na iminência de conquistar a Copa do Brasil e o Brasileiro. E imaginar que um dia ele já foi chamado, por torcedores e jornalistas, de pé frio.

HULK É SÓ ALEGRIA Após início turbulento, o atacante retomou a forma física, se firmou no time e agora é só alegria. final, a polêmica reA lação inicial de Hulk com Cuca acabou renden-

do bons frutos. O técnico conhecia o potencial do atacante, mas usou de muita psicologia para mexer com seus brios e tirar o melhor proveito do seu comandado. Isso está provado agora com a alta performance alcançada pelo jogador com a camisa do Atlético. Ele é o maior destaque da equipe. Não apenas por seus gols — está no top 3 dos artilheiros do Brasileirão —, mas também pelas muitas assistências que tem prestado aos companheiros de ataque.

O desempenho de Hulk tem sido tão animador que motivou o técnico Tite a dar-lhe uma nova oportunidade na Seleção, após ter ficado esquecido durante 5 anos. Animado, o atacante escreveu no Instagram:

«Depois de 5 anos, voltar a vestir a camisa da Seleção é sem dúvida uma imensa alegria que só tenho a agradecer.» É preciso ressaltar que Tite só chamou Hulk, assim como o fez com outros atletas que estão disputando o Brasileirão, em virtude da restrição (por conta da COVID-19) havida para a convocação de jogadores que atuam na Europa.

Mas isso pouco importa a Hulk e aos atleticanos O que fica registrado é que ele voltou à Seleção. E num momento especial de sua vida, aos 35 anos de idade.

ATLÉTICO MINEIRO

NO NORDESTE, PROTAGONISMO AGORA É DOS CLUBES CEARENSES Saiba como e porque os clubes da Bahia e de Pernambuco perderam espaço para os do Ceará.

té o final da década passada, o protagonismo do A futebol do Nordeste no Brasil se alternou entre os estados da Bahia e de Pernambuco. Do final da década

para cá, baianos e pernambucanos foram ultrapassados pelos cearenses. Sim, com Ceará Sporting Clube (Vozão) e Fortaleza Esporte Clube (Leão) na Série A do Campeonato Brasileiro, são os dois grandes da capital cearense que surgem como protagonistas nesta terceira década do século XXI. A ascensão dos clubes de Fortaleza reflete o processo de transformação pelo qual eles passaram. Com gestões profissionais, Ceará e Fortaleza ampliaram significativamente seus quadros associativos, fortaleceram sua marca no mercado, contrataram profissionais para dirigir seu departamento de futebol, estão seguindo planejamentos bem alicerçados e o resultado é que suas equipes têm apresentado desempenho muito eficiente nas competições nacionais. Começando pela Copa do Nordeste, Copa do Brasil e culminando com ótimas classificações no Campeonato Brasileiro. De financeiramente deficitários, passaram a superavitários.

A próxima meta dos cearenses é brilhar na Taça Libertadores. Projetos neste sentido já estão sendo elaborados. Recursos para isso não faltam.

Enquanto os cearenses dão exemplo de boa gestão, baianos e pernambucanos perderam suas referências. Clubes tradicionais como Sport Recife e Esporte Clube Vitória se debatem em crises internas, políticas e financeiras. Náutico e Santa Cruz há muito enfrentam caos administrativos. Com isso, se mantêm distantes de seus passados de glória. O Esporte Clube Bahia é o único que tem buscado ser protagonista nesses dois estados. Ainda assim, o Tricolor tem alternado altos e baixos na Série A do Brasileirão. É interessante destacar ainda que Bahia e Pernambuco foram contemplados com novos estádios quando da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. A expectativa era de que esse advento pudesse proporcionar aos clubes desses estados um fortalecimento estrutural, mas isso não ocorreu.

Os números comprovam que o potencial de público dos clubes da Bahia e de Pernambuco é extraordinário.

Este fato, no entanto, não tem sido devidamente aproveitado pelos clubes. Certamente esse é um dos pontos nos quais os gestores de Bahia, Vitória, Sport, Náutico e Santa Cruz poderiam se alicerçar para buscar fortalecer novamente seus clubes. Outra alternativa seria conseguir que seus gestores estagiassem em Ceará e Fortaleza para então adotarem seus modelos administrativos, tão bem sucedidos até aqui.

Aurélio Alves.

Vina é um dos maiores destaques do atual elenco do Ceará.

FORTALEZA E CEARÁ

Kely Pereira/AGIF.

Pikachu comemorando gol marcado na goleada do Fortaleza por 5 a 1 sobre o Internacional.

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PANDEMIA NÃO

AFETA O BOL$O DELES

mbora a pandemia tenha cancelado centenas de E eventos esportivos e deixado as ligas profissionais patinando, os 50 atletas mais bem pagos do mundo tive-

Divulgação/Manchester United.

ram um ano recorde. O atleta mais bem pago de futebol.

O atleta mais bem pago da NFL — a liga de futebol americano. A atleta mais bem paga. Até mesmo uma receita recorde para um jogador da NBA, mesmo com a liga de basquete norte-americana estabelecendo cortes de salários para a temporada de 2020/2021. Isso tudo ocorreu não só por questões contratuais, mas também por publicidade.

Juntos, os 50 atletas citados neste ranking receberam US$ 2,8 bilhões nos últimos doze meses, um crescimento de 16% em comparação com a última edição desta lista. Dentro desse montante, US$ 1 bilhão veio de contratos de publicidade e outras fontes de receita não vinculadas aos campos, quadras e octógonos, estabelecendo um recorde para o top 50.

O lutador do UFC Conor McGregor aparece em primeiro lugar do ranking com US$ 180 milhões de receita, após a venda de sua participação majoritária na companhia de uísque irlandês Proper No. Twelve. A tenista Naomi é a mulher mais bem colocada da lista, ocupando a 12ª posição geral, com US$ 60 milhões, quebrando o recorde que ela mesma tinha estabelecido no ano passado para atletas femininas, quando ficou em 29º com US$ 37,4 milhões.

Neymar é o único atleta brasileiro presente na lista. O jogador de 29 anos do PSG ficou em 6º lugar, com receita de US$ 95 milhões, no ano passado. Estima-se que seus ganhos com publicidade chegaram a US$ 19 milhões. Red Bull, Epic Games e Qatar Airways são algumas das marcas que o contrataram como garoto-propaganda. Ele perdeu um contrato milionário com a Nike por ter sido acusado de assediar uma das executivas da empresa de material esportivo.

As receitas, no entanto, aumentaram para todos da lista. A "nota de corte" para o ranking dos 50 atletas mais bem pagos subiu, passando de US$ 28,5 milhões em 2020 para US$ 34 milhões em 2021, o limiar mais alto de todos os tempos. Na próxima lista, com os ganhos auferidos neste ano, Messi dará um salto considerável, podendo ultrapassar McGregor. Isso por conta de sua transferência para o PSG. Outro que vai subir de posto também é o português Cristiano Ronaldo, devido ao acerto feito com o Manchester United.

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Craques nas quadras, ou nos campos, suas cifras são espetaculares, a despeito da Pandemia de COVID-19.

Confira o ranking dos 50 atletas mais bem pagos de 2020: 1. Connor McGregor (MMA) — US$ 180 mi 2. Lionel Messi (Futebol) — US$ 130 mi 3. Cristiano Ronaldo (Futebol) — US$ 120 mi 4. Dak Prescott (Futebol Americano) — US$ 107,5 mi 5. LeBron James (Basquete) — US$ 96,5 mi 6. Neymar (Futebol) — US$ 95 mi 7. Roger Federer (Tênis) — US$ 90 mi 8. Lewis Hamilton (Automobilismo) — US$ 82 mi 9. Tom Brady (Futebol Americano) — US$ 76 mi 10. Kevin Durant (Basquete) — US$ 75 mi 11. Stephen Curry (Basquete) — US$ 74,5 mi 12. Naomi Osaka (Tênis) — US$ 60 mi 13. Tiger Woods (Golfe) — US$ 60 mi 14. Russell Westbrook (Basquete) — US$ 59 mi 15. Patrick Mahomes (Futebol Americano) — US$ 54,5 mi 16. James Harden (Basquete) — US$ 51 mi 17. David Bakhtiari (Futebol Americano) — US$ 48,5 mi 18. Ronnie Stanley (Futebol Americano) — US$ 47,5 mi 19. Giannis Antetokounmpo (Basquete) — US$ 47 mi 20. Dustin Johnson (Golfe) — US$ 44,5 mi 21. Klay Thompson (Basquete) — US$ 44,5 mi 22. Joey Bosa (Futebol Americano) — US$ 44 mi 23. Kyrie Irving (Basquete) — US$ 44 mi 24. Jalen Ramsey (Futebol Americano) — US$ 43,5 mi.

25. Trent Williams (Futebol Americano) — US$ 43,5 mi 26. Myles Garrett (Futebol Americano) — US$ 43 mi 27. Max Verstappen (Automobilismo) — US$ 42,5 mi 28. Serena Williams (Tênis) — US$ 41,5 mi 29. Phil Mickelson (Golfe) — US$ 41 mi 30. Damian Lillard (Basquete) — US$ 40,5 mi 31. Kylian Mbappé (Futebol) — US$ 40 mi 32. Chris Paul (Basquete) — US$ 40 mi 33. DeAndre Hopkins (Futebol Americano) — US$ 39 mi 34. Leonard Williams (Futebol Americano) — US$ 39 mi 35. Jimmy Butler (Basquete) — US$ 38,5 mi 36. Marlon Humphrey (Futebol Americano) — US$ 37,5 mi 37. Mohamed Salah (Futebol) — US$ 37,5 mi 38. Paul George (Basquete) — US$ 37 mi 39. Chris Jones (Futebol Americano) — US$ 37 mi 40. Anthony Davis (Basquete) — US$ 36 mi 41. Aaron Donald (Futebol Americano) — US$ 36 mi 42. Matt Judon (Futebol Americano) — US$ 36 mi 43. Paul Pogba (Futebol) — US$ 35,5 mi 44. Deshaun Watson (Futebol Americano) — US$ 35,5 mi 45. Shaquil Barrett (Futebol Americano) — US$ 35 mi 46. Novak Djokovic (Tênis) — US$ 34,5 mi 47. J.J. Watt (Futebol Americano) — US$ 34,5 mi 48. Canelo Álvarez (Boxe) — US$ 34 mi 49. Andrés Iniesta (Futebol) — US$ 34 mi 50. Robert Lewandowski (Futebol) — US$ 34 mi BOLSO CHEIO

TODOS GANHARAM, MENOS O BARÇA

O argentino chorou na despedida do clube catalão. Mas voltou a sorrir quando desembarcou em Paris. Muito dinheiro em jogo.

Na França a regra é outra

Reuters.

Messi aos prantos em sua entrevista coletiva de despedida do Barcelona.

ara melhor compreender os reais motivos que levaP ram o argentino Lionel Messi a trocar o Barcelona, clube que defendeu por 21 anos, é preciso recorrer ao

O argentino inicia, em Paris, um novo capítulo de sua brilhante carreira.

Divulgação/PSG.

Fair Play Financeiro. Ditada pela UEFA, a medida determina um limite de gastos com a folha salarial atrelado à arrecadação dos clubes a ela filiados. Na mesma esteira, a Real Federação Espanhola, baixou uma norma na qual nenhum clube da La Liga pode gastar mais do que arrecadou na temporada anterior.

A regra tem dois objetivos: o primeiro é evitar um desequilíbrio muito grande de forças no Campeonato Espanhol, o segundo é evitar uma prática comum no futebol europeu — clubes serem comprados por bilionários e serem turbinados por investimentos volumosos. Como o cálculo do limite espanhol é feito pela arrecadação do próprio clube, não é possível fazer essa injeção financeira.

Como caiu livre nas mãos do PSG, que não precisou desembolsar um euro sequer pela transferência, Messi assinou contrato de dois anos, com opção de renovação por mais um, ganhando em torno de 40 milhões de euros por temporada.

Os custos do PSG na temporada são maiores do que a do rival espanhol — além de Messi. A tal ponto de a equipe francesa ter contratado ainda com jogadores do nível de Sergio Ramos, ex-capitão do Real Madrid, e Donnarumma, goleiro campeão da EURO com a Itália. Isso tudo sem levar em conta o fato de o clube parisiense já ter em seu elenco estrelas como Neymar e Mbappé. Porém, o único teto de gastos que o clube é obrigado a seguir é o da UEFA. As regras da federação continental estipulam que a análise sobre possíveis infrações são feitas apenas no fim da temporada. Caso a contratação do argentino fure o limite, será descoberto apenas em 2022. Seu presidente assegurou que está cumprindo fielmente o Fair Play Financeiro estabelecido pela entidade.

Cofres do Barça esvaziaram Afetado pela pandemia e sem conseguir fazer grandes vendas, o limite do Barça caiu quase pela metade: de mais de 600 milhões de euros (cerca de R$ 3,6 bilhões) para 347 milhões de euros (cerca de R$ 2,1 bilhões).

Apesar de o argentino ter aceitado uma redução perto de 50% do seu salário anual, perto dos 70 milhões de euros (cerca de R$ 426 milhões), ainda não foi o suficiente para ser acomodado nas regras espanholas. Na nota em que confirmou a saída de seu maior ídolo, o Barcelona citou "normativas econômicas e estruturais".

ADEUS MESSI

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NOVA LEI BENEFICIA CLUBES ENDIVIDADOS s temporadas irregulares, causadas pelas más gesA tões, colocaram a dupla carioca Botafogo e Vasco novamente na Série B do Campeonato Brasileiro nesta

De autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa, a lei cria o Sistema do Futebol Brasileiro, com a tipificação da sociedade anônima do futebol (SAF).

O texto tem como um dos principais atrativos permitir o financiamento dos clubes por investidores, mas também versa sobre a possibilidade de equacionar dívidas por meio do Regime Centralizado de Execuções (RCE) sem a necessidade da criação de uma SAF. "É um conceito moderno que acreditamos que deveria ser aproveitado", afirma Braga.

A possibilidade de ingressar no RCE foi observada pelo Vasco rapidamente, com o clube entrando com um requerimento no dia seguinte à sanção da lei, o 1º no Brasil a fazer o pedido.

Diferentemente do Ato Trabalhista, a lei do clube-empresa permite que os passivos sejam pagos em até seis anos, com a possibilidade de extensão por mais quatro.

Os primeiros clubes a lançar mão da nova lei foram os cariocas Botafogo e Vasco. Condenado a pagar respectivamente 85 e 93 milhões de reais em dívidas trabalhistas, ambos conseguiram a suspensão da decisão.

Vitor Silva/Botafogo.

temporada, uma das mais equilibradas dos últimos anos.

Para piorar ainda mais a situação de ambos, a Justiça determinou o pagamento das dívidas trabalhistas dos clubes pelo Regime Especial de Execução Forçada (REEF), pegando de surpresa as agremiações. Agora, ambos tentam se valer de um dispositivo da lei do clube-empresa para gerir seus passivos por meio do regime de centralização e evitar um colapso financeiro.

O REEF é um procedimento unificado de busca, constrição e expropriação de patrimônio, e tem como objetivo acelerar o processo de adimplência de um devedor com todos os seus credores. A brecha para a execução das dívidas de Botafogo e Vasco foi a exclusão, em maio, por falta de pagamento de parcelas, do Ato Trabalhista - medida que evita a penhora de receitas e permite a quitação a longo prazo, de forma ordenada.

A Justiça Trabalhista condenou Botafogo e Vasco a pagar quase 200 milhões, mas ambos recorreram e se deram bem.

Botafogo e Vasco: duelo de 200 milhões em dívidas trabalhistas.

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BOTAFOGO E VASCO

A GAFE DO ANO NA TELEVISÃO Transmissão em "off-tube" leva locutor Luís Roberto a deixar de relatar a anulação de um gol do Vasco no jogo com o Cruzeiro.

empate por 1 a 1 no jogo entre Vasco e Cruzeiro, pela O Série B do Campeonato Brasileiro, realizado na tarde de domingo, 19 de setembro, em São Januário, no Rio

Divulgação/Globo.

de Janeiro, terminou com uma gafe histórica na transmissão da TV Globo. Para a emissora oficial da competição, o resultado não foi de empate, mas de vitória da equipe carioca. Isso não aconteceu por bairrismo. Aconteceu por incompetência da equipe de transmissão.

Como o narrador Luís Roberto e os comentaristas Roger Flores e Paulo Nunes estavam no estúdio, não perceberam que o segundo gol vascaíno, marcado por Rafael Amorim, aos 47 do segundo tempo, fora anulado devido a um toque de mão de Gabriel Pec no início da jogada. Logo em seguida, aos 49, veio o empate cruzeirense com gol do zagueiro Ramon.

Apesar disso, o jogo foi encerrado pela Globo dando a vitória ao time cruzmaltino por 2 a 1. Instantes depois é que o equívoco foi desfeito. Desconcertado, Luís Roberto pediu desculpas aos telespectadores.

A poderosa Vênus platinada se explicou, mas não justificou. Afinal, se narrador e comentaristas não se encontravam no local da partida, os repórteres da emissora estavam lá. O pior é que eles chamaram o narrador para passar a informação, mas não foram atendidos. Isso demonstra falta de sintonia entre quem estava nos estúdios com quem estava no local do jogo. Um dos princípios no jornalismo, esportivo ou não, é que a notícia tem prioridade. E quem traz a notícia é o repórter. Luis Roberto é um ótimo locutor, mas não considerou a necessidade de priorizar o repórter em sua transmissão. Deu no que deu.

Outro dado a se considerar é que não é apenas por causa da pandemia do novo coronavírus que os narradores do Grupo Globo estão trabalhando em "off-tube". Por questões internas que são omitidas do público, há muito que eles já não comparecem aos estádios. Os primeiros a ficarem na comodidade dos estúdios foram os da Rede Globo.

Posteriormente, os narradores e comentaristas dos canais SporTV também deixaram de transmitir diretamente do local em que as partidas acontecem. Pode ser que diante da "barrigada" dada por ocasião de Vasco 1-1 Cruzeiro, as coisas voltem ao normal, ou seja, que todos os envolvidos numa transmissão estejam presentes ao evento.

Reprodução/UOL.

Luís Roberto, narrador que cometeu a gafe na reta final do confronto entre a Raposa e o Cruzmaltino. Clique aqui para assistir ao vídeo.

Nenê do Vasco e Giovanni do Cruzeiro disputam a bola em partida válida pela 25a rodada da Série B. LUÍS ROBERTO

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NIKE SEGURA NOVA PROMESSA ARGENTINA Menina prodígio, jogadora do Estudiantes de La Plata, deixa Neymar e Messi para trás ao ser contratada pela Nike. Ela só tem 8 anos de idade. eymar, aos 13 anos, e Messi aos 14, foram os atletas N de futebol que mais precocemente assinaram contrato com a Nike. Ambos foram superados este ano por

Reprodução/MedioTiempo.

uma menina, a mais nova promessa do futebol argentino.

Aos 8 anos de idade, Felicitas Flores Mussi joga na base do Estudiantes de La Prata e desponta como a maior promessa do futebol sul americano dos últimos anos. Por seu potencial extraordinário, firmou um contrato com duração inicial de 3 anos com a famosa e disputada fornecedora de artigos esportivos.

Chutes fortes de direita, rápida movimentação e controle de bola com as duas pernas, tanto por baixo como pelo alto, credenciam Felicitas como uma promessa do futebol argentino feminino. As cifras de seu contrato são mantidas em sigilo, mas o pai da menina, Maximiliano Flores, anunciou que se trata de uma oportunidade para que ela desenvolva o seu futebol e que sirva de exemplo para outras meninas que se interessam pelo esporte, mas normalmente esbarram na dificuldade de encontrar times para jogar.

Feli com a 10 da Seleção Argentina, em homenagem a Messi.

Feli com o uniforme do Estudiantes de La Plata, clube no qual é atleta de base.

Reprodução/Instagram.

Assim como ocorre no Brasil, na Argentina não há equipes em categorias inferiores a 17 anos formadas pelos grandes clubes. Em função disso, Felicitas tem jogado com garotos em equipes mistas formadas pelo Estudiantes até que chegue a uma idade mais avançada. Ou que seu clube decida montar um time sub-15 e que ela possa atuar nesta faixa etária.

"Desde os meus dois aninhos, eu acordo e já visto a minha roupa de jogadora de futebol", anuncia Felicita em suas redes sociais que já contabilizam mais de 10 mil seguidores. Agora, com o anúncio de sua contratação pela Nike, certamente seu número de seguidores aumentará consideravelmente.

Perguntada sobre em que se espelha para jogar futebol a menina prodígio do futebol argentino cita Messi no futebol masculino e a brasileira Marta, no feminino.

Reprodução/Instagram.

A A

Recentemente Messi comentou um vídeo publicado por Felicitas no Instagram: "Muito obrigado pela homenagem. Vi seu vídeo e me encantei, você é uma gênia."

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FELICITAS FLORES MUSSI

MULHERES GANHAM VOZ

NA TV BRASILEIRA Demorou, mas enfim as vozes femininas estão conquistando espaço nas narrações de futebol nas emissoras de nosso país.

O SBT também investiu numa comentarista de arbitragem, Nadine Basttos, ex-Globo. A emissora de Silvio Santos detém para a TV aberta os direitos dos jogos da Libertadores da América, Liga dos Campeões da Europa e Copa América. É um alento ouvir suas explicações sobre quando tem ou não o VAR no meio das tantas vozes masculinas da casa.

O grande destaque há alguns anos é a gaúcha Renata Fan, âncora de um programa esportivo diário na Band.

Miss Rio Grande do Sul em 1999, ela é bacharel em jornalismo e direito.

bem verdade que há registros históricos de mulheres É atuando como repórteres em programas e até nas transmissões dos jogos no século passado. Mas isso era

RENATA SILVEIRA

Reprodução/Web.

Renata Fan apresenta o Jogo Aberto desde 2007.

Confessa torcedora do Internacional, Renata Fan surgiu como assessora de palco de Milton Neves. Conquistou espaço por conta própria. Há 14 foi promovida a apresentadora do Jogo Aberto, uma mesa redonda diária, liderando uma equipe de homens e ex-craques como os goleiros Ronaldo e Veloso e o irreverente ponteiro esquerdo Denílson.

Divulgação/FOX Sports.

raridade. A partir da década de 1980, com Mylena Ciribelli, na extinta TV Manchete, elas apareceram como apresentadoras. Espaço maior foi conquistado pelas repórteres no início dos anos 2000.

Enfim, a partir da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, as mulheres foram convocadas para narrar futebol na televisão. A pioneira nesta área foi a TV por assinatura, através do canal FOX Sports.

Ano passado durante a Copa Libertadores Feminina, foi a vez da Band realizar uma transmissão ao vivo com uma equipe composta exclusivamente por mulheres, narrando, comentando e fazendo reportagens.

O Grupo Globo lançou nos jogos do Campeonato Brasileiro Masculino deste ano a narradora Renata Silveira.

Mas até hoje a emissora de maior audiência na TV Aberta ainda não investiu para valer em sua narradora. Renata tem sido aproveitada, mesmo, é no SporTV, canal por assinatura do Grupo.

Em julho, durante as transmissões da Eurocopa, Renata Silveira demonstrou estar totalmente preparada para os desafios na carreira. No jogo entre Dinamarca e Finlândia, o jogador dinamarquês Christian Eriksen sofreu um mal súbito em campo, tendo recebido ainda no gramado atendimento com massagem cardíaca. Isso motivou uma longa paralisação do jogo, com os atletas indo para os vestiários ainda no primeiro tempo, criando um suspense se voltariam ou não ao jogo. Foi aí que Renata mostrou a todos seu preparo. Mesmo estando nos estúdios aqui no Brasil, sem as devidas informações locais, totalmente desamparada de informações, ela segurou a marimba com segurança. Coisa para veteranos e craques de transmissão.

Os locutores masculinos se notabilizam em suas transmissões por lançarem bordões em determinadas jogadas e, especialmente, no momento do gol. Isso não se percebeu, ainda, nas narradoras de futebol. Talvez ainda seja cedo para esperar isso delas. Mas Renata Silveira é seria interessante que usashoje uma das sem sua criatividade para principais vozes da narração também marcarem por algo esportiva desse gênero. brasileira.

A

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ALLAN AAL PEDE PASSAGEM Ex-zagueiro, Allan Aal chega aos 42 anos como uma das boas promessas na nova geração de técnicos do futebol brasileiro.

estes últimos dois, ele já levou o Cuiabá à Primeira N Divisão do futebol brasileiro, chegou à liderança da Série B com o Paraná Clube e agora coloca o CRB como um dos candidatos em potencial ao acesso. O desempenho das equipes sob seu comando tem merecido elogios de público e crítica. O sucesso do técnico Allan Aal não é mera coincidência. Ele é resultado de muito estudo e preparo de quem tem o futebol no DNA da família.

Paranaense de Paranaguá, Allan faz parte de uma família de bons jogadores. É filho de Vivi, que nos anos 1970 brilhou com a camisa do Coritiba, e irmão de Netinho, volante do Atlético Mineiro na década de 1980. Assim como o pai, Allan também foi zagueiro. Entre outros clubes, foi titular no Coritiba e no Botafogo. Também vestiu a camisa do Daejeon Hana Citizen (Coreia do Sul) e até se aventurou pela Grécia Tessalônica onde jogou pelo PAOK. A carreira de treinador foi devidamente planejada pelo ex-zagueiro, que assegura: — Me planejei sim. Era uma vontade que eu já vinha alimentando no final da minha carreira e consequentemente tirando proveito ao máximo do conhecimento prático adquirido. Então, me programei para fazer cursos, estágios e me preparar gradativamente para quando aparecesse uma oportunidade.

Atletas polivalentes Quanto à relação que mantém com seus comandados, o técnico do CRB faz a seguinte análise: — Hoje o futebol exige do atleta uma polivalência natural, mas sem deixar de valorizar a especificidade de cada um. Procuro maximizar o que cada um tem de melhor, mas sem esquecer de que o atleta hoje em dia tem que participar de todos os momentos do jogo. Na verdade, o próprio atleta de alta performance felizmente já tem essa consciência.

Quanto às novas propostas de mudança aventadas pelo Conselho Técnico da FIFA, entre elas a permissão de se substituir até 11 jogadores durante a partida, o treinador Allan Aal faz o seguinte comentário: — Particularmente eu acho muito difícil disso acontecer. Seria uma mudança tão radical, acho que as cinco substituições surgidas com o advento da COVID-19, já são suficientes. Até porque não são todas as equipes que têm ou terão um elenco tão qualificado para se utilizar dessa ferramenta.

Na atual temporada, Aal tem um ótimo retrospecto como treinador do CRB.

Divulgação/Coritiba.

Allan iniciou carreira de treinador dirigindo uma das equipes de base do Coritiba, Ele diz que é muito importante para o treinador passar pelas categorias de base, assim como por equipes profissionais menores: — Minha primeira experiência como técnico foi no Rio Branco, de Paranaguá. Logo depois trabalhei nas equipes de base do Coritiba durante três anos. Foi um aprendizado muito importante. Depois, A fui para equipes do interior do Paraná, algo extremamente valioso para meu processo de amadurecimento na nova função. Aprendi muita coisa que servem até hoje na minha caminhada.

Acrescentou muito mesmo.

Allan ressalta ainda: "Tive o privilégio de trabalhar com grandes treinadores na minha carreira.

De cada um deles busquei assimilar particularidades e características que me serviram de inspiração."

Allan Aal no comando da base do Coxa.

Marcello Zambrana/AGIF.

Um passo de cada vez

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ALLAN AAL

AssCom Dourado.

— A nossa seleção pela tradição e pelo tanto de talento que exporta para o mundo todo, sempre nos faz criar uma expectativa muito alta. Além disso acredito que o trabalho do Tite é muito consistente e equilibrado e ele vai para essa próxima Copa com mais experiência, isso é fundamental numa competição tão difícil e de tão alto nível. Eu vejo que para uma Copa do Mundo tem que se levar o que se tem de melhor no momento, pois se trata de uma competição curta, que não dá tempo de se trabalhar muita coisa depois que se está lá.

Allan Aal daqui há 10 anos

Aal orientando os jogadores do Cuiabá em treino no CT do Dourado.

O segredo do sucesso Sobre o acesso obtido com o Cuiabá, ano passado, Allan Aal revela: — Primeiramente foi trabalho de assimilação rápida dos atletas das ideias implantadas. Depois, vieram o equilíbrio e suporte dado pela diretoria, pois passamos alguns momentos de turbulência no começo. Isso foi superado com a convicção de que aquilo passaria e que alcançaríamos o objetivo do acesso. Isso foi fundamental. Juntamente com tudo isso a qualidade do grupo de atletas. Era um grupo em que mesmo nas mudanças, o nível não caia, pelo contrário.

Tanto que vencemos muitas partidas no segundo tempo.

Allan é sulista, trabalhou no Centro-Oeste e agora dirige uma equipe do Nordeste do Brasil. Quanto às diferenças para se trabalhar em cada região, o treinador paranaense comenta: — Cada região tem suas características e suas peculiaridades. Cada aos profissionais buscarem se adaptar a elas. Eu consigo me adaptar facilmente. E fundamentalmente tenho paixão pela profissão que abracei. Isso facilita bastante o processo de ajustes e adaptação.

FuteGol perguntou ao jovem técnico Allan Aal como ele se vê no futebol daqui há 10 anos. Eis as suas considerações a esse respeito: — Me vejo trabalhando muito, e espero que conquistando títulos, melhorando e evoluindo sempre, tanto como profissional como ser humano. Aprendi com meu pai que a gente sempre pode e deve evoluir, independentemente da idade e do que já fizemos de bom. Sou grato ao futebol por tudo que tenho. Espero sempre poder retribuir fazendo o meu melhor, fazendo algo diferente no sentido global do esporte. Claro que tenho minhas ambições pessoais, mas acredito que passo a passo elas serão naturalmente alcançadas.

A

Alex Silva/Estadão.

Otimista quanto à Seleção No próximo ano, teremos Copa do Mundo. A Seleção Brasileira, na fase de eliminatórias, tem tido um desempenho com 100% de aproveitamento. Ganhou todos os jogos que disputou. Mas em momento algum agradou aos torcedores e críticos. O treinador do CRB tem suas expectativas quanto ao desempenho dos comandados pelo gaúcho Tite no Qatar: ALLAN AAL

Em noite histórica da Copa do Brasil, o CRB de Aal eliminou o Palmeiras em São Paulo.

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Sergio Ramirez protagonizou cena histórica jogando contra o Brasil no Maracanã.

O fato mudou a vida dele para sempre.

isputando um jogo de Eliminatórias da antiga Taça D Atlântica (atual Copa América) em defesa de seu país contra o Brasil, no Estádio do Maracanã, ele se notabili-

Trajetória de bons momentos Como jogador, Ramirez vestiu a camisa celeste da Seleção Uruguaia em 33 jogos. Em abril de 1977, foi contratado pelo Flamengo. Jogador raçudo, logo se identificou com a maior torcida de clubes do Brasil. Jogou ao lado de Junior, Adílio, Zico, Nunes, entre outros. O Flamengo o emprestou para o Independiente da Argentina. Na volta, passou por diversos outros clubes. Encerrou a carreira aos 33 anos de idade, quando defendia o Esporte Clube Pinheiros (atual Paraná Clube), pois foi convidado para ser auxiliar do técnico Geraldo Damasceno (Geraldino).

«Escolhi Curitiba pelo clima mais ameno, parecido com o de Montevidéu.»

Divulgação/Arquivo Pessoal.

Arquivo/O Globo.

DO CORRIDÃO AO SUCESSO

O lado bom da coisa é que acabei ficando conhecido pela torcida brasileira. Assim, quando o Flamengo foi me buscar no Uruguai, aceitei de pronto me transferir para o futebol brasileiro. Foi a melhor escolha de minha vida. No Brasil, me realizei profissionalmente, pessoalmente, familiarmente. Sou muito feliz neste país tão maravilhoso", assegura, 46 anos depois o hoje treinador de futebol Sergio Ramirez.

zou por dar um corridão no nosso Rivellino. Isso aconteJúnior e Ramirez antes de jogo do Flamengo em 1977. ceu em 28 de abril de 1976.

Depois do histórico episódio, Sergio Ramirez, então lateralAbraçando a carreira de treinador -direito da Celeste Olímpica, acabou vindo jogar no futebol brasileiro. Com o tempo, e a excelente adaptação havida, adotou No Pinheiros, chegou a treinador da equipe juvenil. Sua nosso país como sua nova pátria. Pessoal e profissionalmente primeira experiência como técnico da equipe profissional conquistou um bom espaço por aqui. Não apenas como atle- foi no Colorado Esporte Clube (outro clube da fusão que ta, mas também como treinador e gerente de futebol. produziu o Paraná Clube). Em Curitiba, fez nome como treinador. Acabou por dirigir todos os times da capital parana«No Brasil, me realizei profissionalmente, pesso- ense. Depois, tomou outros rumos. Trabalhou no interior de almente, familiarmente. Sou muito feliz neste país São Paulo e em Santa Catarina, onde também atuou como gerente de futebol. Orgulha-se de ter lançado alguns atletão maravilhoso.» tas que vingaram bem no futebol brasileiro. Cita Marcelinho Paraíba, Souza, Marcos Assunção, entre muitos outros.

Detalhando o histórico episódio Exercendo a função de treinador, Sergio Ramirez girou "Aquele episódio com o Rivellino foi coisa de jogador bem o sudeste e o sul do Brasil. Optou por fixar residêncabeça quente. Ele me desferiu um soco na boca, já ao cia em Curitiba. "Escolhi Curitiba pelo clima mais ameno, final do jogo. Quando terminou a partida, fui para cima parecido com o de Montevidéu. Também pelo longo temdele. Ele fugiu da briga. Então, sai correndo atrás dele. po em que trabalhei nas equipes dessa cidade. Meu filho Foi num Maracanã lotado, com jogo sendo transmitido Geovani nasceu aqui. Colecionei muitos amigos. Adotei pela televisão, ao vivo. Marcou mesmo a minha vida, para Curitiba como a cidade de meu coração", assegura, ainda com um carregado sotaque uruguaio. sempre. Coisas do futebol. E de gente latina, claro.

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SERGIO RAMIREZ

«Até hoje com 70 anos de idade, eu guardo um lastro físico muito bom.»

Atleta de vários esportes Ramirez também se orgulha de ter sido atleta em outros esportes. Ele revela: "Minha iniciação no esporte foi no atletismo primeiro. Com doze, treze anos já era atleta. Participava de competições estudantis na minha cidade. Fazia corrida velocidade de 50 m, e revezamento de bastão. Também fiz saltos em altura e em distância, além de arremesso de peso. E ainda por cima fiz esgrima. Sem falar que joguei basquete. É basquete, sim. Eu fazia de tudo. Esporte era comigo mesmo. Por causa dessa paixão pela prática esportiva, sempre fui um menino e um adolescente muito bem preparado fisicamente. Gostei muito de treinar e esse foi o meu segredo no futebol. A minha parte física sempre foi exuberante. Até hoje com 70 anos de idade, eu guardo um lastro físico muito bom. Por isso mesmo é que eu era o puxador de fila nos treinamentos físicos das equipes em que joguei.

«Vejo o Uruguai já um time bastante maduro, especialmente pela vivência internacional da maioria de seus jogadores.»

Diagnosticando o futebol uruguaio Divulgação/Arquivo Pessoal.

Ainda sobre o futebol uruguaio, Sergio Ramirez faz o seguinte comentário: "É interessante como, mesmo sem possuir um campeonato forte, o futebol de meu país de nascimento releva constantemente bons jogadores. São bons zagueiros, laterais, volante de marcação, meias habilidosos e até atacantes goleadores. Lamentavelmente, assim como ocorre aqui no Brasil, as grandes revelações do futebol uruguaio são vendidas precocemente para os clubes da Europa. E então, esse é um grande mistério, né?

O futebol interno não é um futebol técnico, não é um futebol vistoso. Contudo, individualmente acaba tendo sucesso. Interessante, não?

Ramirez no supertime do Sport em 1980.

A

Divulgação/Arquivo Pessoal.

Com 46 anos de Brasil, ao olhar para trás, Ramirez comenta: "Se eu tivesse permanecido no Uruguai não teria atingindo o mesmo patamar que alcancei no Brasil. Lá o campo de trabalho é muito reduzido. O mercado do futebol profissional em alto nível se limita aos clubes da capital, é Peñarol ou Nacional apenas. Só recentemente começaram a profissionalizar os times do interior. Na minha época, o campeonato uruguaio era disputado apenas com os tiRamirez no Fla bicampeão carioca. mes da capital Montevidéu.

Em Maldonado, cidade ao lado de Punta del Este, há um time bom, soube que o Forlán (outro uruguaio que jogou aqui no Brasil, pelo São Paulo) estava treinando o time de lá. Enfim... mas eu acredito que não. Se estivesse por lá ainda, eu não conseguiria o que consegui aqui no Brasil.

SERGIO RAMIREZ

Divulgação/Arquivo Pessoal.

Gratidão ao futebol brasileiro

Ramirez na Seleção Uruguaia em 1977.

Quanto à presença da Celeste Olímpica no Mundial do Qatar, Sergio Ramirez revela: "Eu tenho minhas dúvidas sobre a classificação para a Copa. Vejo o Uruguai já um time bastante maduro, especialmente pela vivência internacional da maioria de seus jogadores. Mas eu acredito que não estamos preparados ainda para um campeonato mundial.

«Já não se permite mais o drible. Trabalha-se muito em campo reduzido.»

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Reprodução/Web.

Copiando treinamentos europeus

Ramirez e Pelé em 1979, no dia em que o Rei vestiu a camisa do Flamengo.

Brasileiros perdendo sua essência

«Acredito mesmo que já na palestra todo mundo já está com raiva do Neymar, porque ele irradia antipatia.»

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«Não sabem bater com efeito. Por isso jogam invertido para chutar no gol. É outra maneira de chutar.»

Renan Koerich/GE.

Ao analisar o atual nível do futebol sul-americano em comparação ao europeu, Sergio Ramirez diz: "Vou falar muito mais do Brasil. Tenho visto que mudou muita coisa.

Copiamos muita coisa. Sim, seguimos copiando muita coisa do futebol europeu. Está claro que precisamos modernizar, né? Mas com a modernização que veio o futebol brasileiro perdeu muito de sua essência, de sua característica.

Falo isso porque ultimamente, agora até o ano passado, eu estava trabalhando com a formação de atletas.

Trabalhei bastante, disputamos vários jogos, campeonatos catarinenses, sobretudo, não se permite mais o drible.

Trabalha-se muito em campo reduzido. Busca-se resumir o trabalho a um, dois toques. No máximo, três toques.

Não se incentiva mais o atleta brasileiro a criatividade, né? Um contra um; são poucos os treinamentos feitos de maneira a incentivar aquilo que Brasil tem de bom que é a ousadia, o atrevimento e a molecagem. Não se tem mais aquela caneta, aquele elástico, o chapéu. Não se faz mais jogadas extraordinárias. Não se executa mais o um contra um, ou um contra dois. Estamos sempre saindo de uma marcação muito fechada, muito férrea.

Ramirez continua em sua análise comparativa: "A parte técnica, ela ficou tolhida. Por isso os trabalhos os treinadores brasileiros das categorias de base sentam em frente ao computador e começaram a copiar do YouTube os treinamentos lá da Europa. Dessa maneira acabaram tirando aquela essência do futebol brasileiro e, consequentemente, também sul-americano, né? Sim, os jogadores colombianos e equatorianos — por exemplo —, que eram muito parecidos aos brasileiros, sobretudo os jogadores de frente, com habilidade, desapareceram. Também desapareceram nossos famosos cobradores de faltas, como o Ronaldinho Gaúcho mais recentemente e, no passado, Zico, Roberto Dinamite, Tostão, Pelé... E isso é inversão, né? Eu perguntava, quando fazíamos testes com os meninos que vinham ao nosso projeto: você joga de que? Qual é a sua posição? Eles respondiam: Eu jogo pela beirada, professor... Ah, tá. E qual é o lado? Não, eu sou canhoto, mas eu vou te jogar do lado direito, me falava, né? Digo, por quê?

Ah, porque eu corto pra dentro e chuto no gol. Tá, mas e aí? Perguntava pra ele, e aí? Que que acontece? Ele ficava com a cara assim toda sem jeito, né? Faz gol? Ah, falava assim, alguns que me falavam que faziam gol, eu pedia para eles: então, por favor, me dê um DVD. Queira o DVD dos gols que você fazia, cortando pra dentro, chutando no gol. Isso é coisa pra craque. É coisa pra Neymar, que foi quem inventou isso, né? Para o Ronaldinho Gaúcho, para verdadeiro craque. Não é pra Bruno Henrique, que tá no Flamengo que tenta fazer isso e não faz gol nunca. Ou mesmo para o Everton Ribeiro também não consegue. Eu estou acompanhando o Flamengo e ele não faz gol nunca disso aí. Então é isso aí, é um absurdo cara, é um absurdo isso aí. É o que eu acho.

Ramirez, em 2013, treinando o Joinville Esporte Clube.

SERGIO RAMIREZ

«Não temos um craque para decidir o jogo numa falta. Muito menos temos meias como Rivaldo, Kaká.»

SERGIO RAMIREZ

Ramirez com a esposa Siole.

Sergio Ramirez é pai de Lauro Cesar (nascido em Recife/PE) e Giovanni Bruno (nascido em Curitiba/PR), ambos com sua ex-esposa, a também uruguaia Mabel Maria Sala. Lauro está com 41 anos de idade. Quando jovem, teve algumas incursões pelo futebol de base, mas preferiu atuar no MMA. Foi lutador até recentemente. Giovanni, hoje com 35 anos, também andou dando seus chutes na base do Paraná Clube. Graduou-se em Educação Física. É preparador físico e fisiologista. Como preparador físico, trabalhou com o pai no Avaí FC e no Joinville EC. Atualmente trabalha no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Reprodução/Web.

Quanto às possibilidades do Brasil no Qatar, considero que a nossa Seleção é uma das grandes forças em todos os Mundiais. Vai estar aí entre os quatro, e quem sabe disputar o título, né? Porém, eu vejo ainda, eu vejo algumas coisas que podem ser reparadas. Nós temos (tô falando como brasileiro, claro) um cara só, fora de série, que é o Neymar, né?

Além dele, não temos mais nada. Não temos lateral direito.

Não temos lateral esquerdo. Isso, é claro, comparando com os outros anos que a gente tinha jogadores brilhantes que decidiam posição. Ou para a maior parte das posições. Não temos um craque para decidir o jogo numa falta. Muito menos temos meias como Rivaldo, Kaká. Tampouco atacantes de áreas fantásticos como Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno ou Romário. Então, hoje não temos apenas um cara diferenciado que é o Neymar, né? Mas os times europeus, com uma boa marcação que são capazes de fazer, marcam o Neymar em cima, não lhe dão espaço para agir e então, acabou nossa seleção. Acho que é por aí. É uma seleção principal privada de ter um jogador diferenciado como o Gerson, por exemplo. Que uma qualidade técnica, técnica, inteligência monstra, ele tinha. Hoje temos por ali o Fred. Aí não dá, né? Nos restar torcer. E sofrer, claro. Pois não vai ser nada fácil. Em junho e julho últimos, assisti pela televisão, a UEFA EURO. Jogos e jogadores num nível bom, muito bom, né? Mesmo da parte de algumas seleções que apenas prometiam, mas que apresentaram um futebol muito bom, muito dinâmico. Um jogo bonito de se ver.

Sim, apontei Neymar como nosso único craque de nível de Seleção Brasileira. Mas devo ressaltar que ele é polêmico demais, né? Ele já entra antipático no jogo. Os adversários já entram em campo com raiva dele. Acredito mesmo que já na palestra todo mundo já está com raiva do Neymar, porque ele irradia antipatia. Assim, a antipatia dos adversários por ele também é enorme. Diria que do tamanho da qualidade do futebol que ele tem.

Divulgação/Arquivo Pessoal.

Mas eu também descobri, sabe por quê? Porque eles preferem jogar invertidos, porque quando eles jogam do lado do pé, predominante, quando eles vão na linha de fundo, eles não sabem cruzar. A bola sai, vai lá no terceiro pau, vai lá na bandeirinha do escanteio. Sai para a linha de fundo. Não sabem bater com efeito. Por isso jogam invertido pra chutar no gol. É outra maneira de chutar. Não é a mesma coisa que o cruzamento. Então, eles acabam indo fazendo isso, jogando do lado oposto pra chutar porque não sabem cruzar. É só por reparo que você comprova o que estou afirmando.

Veja o Grêmio jogar. Em seus quadros tem um menino muito habilidoso, o Ferreirinha. Entretanto, ele também joga invertido. Assim, quando atua pelo lado direito não cruza, nunca, nunca cruzou.

E também é tudo igual, o que você vê, hoje é tudo igual. Os treinadores fazem, falam a mesma língua. Basta prestar atenção na beira do campo. Ambos estão falando a mesma coisa: ataca, ataca o espaço, o último, o último terço, é ataca, seja a janela. Todos usam o mesmo vocabulário. Nenhum deles faz algo diferente. Agora, surgiu a famosa recuada para goleiros. Outro dia na Eurocopa, o goleiro da Espanha deixou passar a bola, que recuaram pra ele. A bola foi parar na rede dele. Quer dizer, eu que sou zagueiro, quando me aperto, assim, não consigo sair do atacante que está me assediando, prefiro fazer o recuo para o goleiro para que ele dê um chutão pra frente. Então por que eu mesmo não faço isso?

Rivellino e Ramirez, da pancadaria para o respeito e a amizade.

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Guinness Book do além - Incrível! Fantástico!

Extraordinário!

E

ste era o nome do programa de um antigo e conhecido narrador de histórias macabras chamado de Almirante, que fez grande sucesso nas rádios cariocas nas décadas de 50 e 60. Diga-se de passagem, causava grande temor aos ouvintes pela mórbida impostação de voz, dramática e aterrorizante. Nem precisa dizer que eu me metia para debaixo das cobertas na hora da execução, assim como meus irmãos, todos ainda crianças. Pois bem, o caso que vou contar bem poderia servir a este tipo de programa, se ainda existisse, mas na verdade o fato em si me deu bastante orgulho e satisfação pessoal ao invés do receio pelo inusitado acontecimento.

Meu sobrinho Daniel, um jovem elegante inteligente, possuidor de uma lábia muito acentuada, telefonou-me dias atrás com a firme intenção de pedir um autógrafo numa camisa 10 do nosso querido América Futebol Clube para ser entregue a um amigo de trabalho. Torcedor doente, assim como todos os atuais por causa da fase angustiante por que passa esse querido clube da Tijuca e do coração da maioria dos cariocas.

Até aí tudo bem, nada de atípico, já que tem sido legal o reconhecimento e carinho dos torcedores pelas atuações que realizei vestindo a camiseta rubra por anos gloriosos de carreira.

Combinado o dia (uma sexta-feira 13, sem coincidências), eis que surgem numa manhã cinzenta e chuvosa o Dani e sua linda esposa trazendo nas mãos o vermelho reluzente do manto sagrado do Diabo! Confesso a emoção ao pousá-lo nas mãos.

De posse da caneta especial para autografar a camisa, pude sentir naquele momento toda importância de ter jogado mais de uma década no histórico clube da Rua Campos Sales.

Peguei- a — deslizei-a sobre o capô do carro que se encontrava na garagem do prédio onde moro. Olhei para os olhos do Dani, que sorria maliciosamente com uma ponta de ironia ou quem sabe alegria e orgulho do tio, que naquela altura do campeonato no clima da fama apresentava um ar de "metido e mascarado".

Pois bem, ao inclinar-me para a assinatura perguntei-lhe qual o nome do amigo torcedor.

— Constâncio, a resposta imediata. Achei estranho nos dias atuais o registro deste nome, porque o considero quase extinto. Posso estar enganado, mas faz tempo que não ouço falar de algum jovem com o nome de Constâncio.

Em seguida, indaguei sobre a melhor forma da mensagem. Foi aí que aconteceu a maior surpresa com a ideia sobre o que escrever.

— Pô tio, coloca "Ao saudoso Constâncio com abraço do amigo Edu".

Levantei a cabeça e o olhei fundo nos olhos do meu sobrinho e perguntei: "— Estás brincando comigo, garoto?

Por que saudoso se nunca conheci?"

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ECOIMBRA DU — Nem vai conhecer, tio, pois ele está morto! — Respondeu o Daniel.

— E para onde vai essa camisa? — Segui a perguntar, incrédulo.

— Inhaúma, né, tio!

Isto mesmo, no cemitério! Pasmo com a situação, num minuto de silêncio comovente, ouvi a explicação que de fato e de direito convenceu-me totalmente.

— Tio, esse meu amigo, também fanático torcedor do América, fez o pedido porque o sonho do pai quando vivo era ter uma camisa com o teu autógrafo.

Entendi como uma justa homenagem ao pai promover o alcance desse sonho, mesmo que depois de falecido. Um raro e belo gesto de amor! Quero encerrar registrando o seguinte: acredito ser a primeira vez na história universal que um desportista concede um autógrafo para alguém que não está mais entre nós! Por esta razão, é digno de entrar para o Guinness Book nem que seja pela esfera e essência espirituais. Hei de torcer, torcer, torcer até morrer!

Com DNA de futebol de família, Eduardo Antunes Coimbra é um dos maiores ícones do futebol brasileiro. Como jogador, brilhou vestindo a camisa de times como América, Vasco da Gama e Colorado. Como técnico, colecionou títulos por equipes brasileiras e do exterior. Trabalhou na equipe de seu irmão Zico em clubes do Japão onde deixou uma marca gloriosa. É radialista, credenciado pela Associação de Cronistas do Estado do Rio de Janeiro.

EDU COIMBRA

Eraldo Leite é jornalista, formado em 1978 pela UFRJ. Tem 43 anos de carreira, fincada principalmente no Rádio, tendo passado por Nacional, Globo, Tupi e, novamente, Globo, onde é comentarista titular desde 2014. Cobertura de 10 Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Um campeonato previsível

screver é a arte de colocar ideias no papel. O difícil é E ter ideias. Quando o amigo Josias Lacour me convidou para atuar neste novo espaço deu-me liberdade para es-

Marcelo Cortes/Flamengo.

colher os temas que bem entendesse. É como você abrir a porta de uma gaiola e dizer ao passarinho: voe! Depois de uma vida engaiolado ele terá dificuldade de escolher um destino ao ganhar a liberdade. No futebol é semelhante.

São tantos e tão diversos os assuntos que hesitei para escolher meu primeiro tema. Até me decidir pelo melhor que o futebol oferece, que é sua arte em si mesmo. Arte que admiramos na categoria de jogadores como Arrascaeta e Nacho Fernández, estrangeiros tão bem adaptados ao Brasil de Everton Ribeiro, Raphael Veiga e tantos outros. Aplaudimos na capacidade de fazer gols de Gabigol e Hulk, ou na estratégia de Renato Gaúcho e Cuca.

ERALDO LEITE

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ERALDO LEITE O Brasileirão, Série A, está (até o momento do fechamento desta edição) entrando na 22ª rodada, embora o Flamengo esteja fazendo apenas seu 19º jogo, mas já vai se desenhando para três equipes: Atlético Mineiro, Palmeiras e Flamengo. Não por acaso foram os três clubes que mais investiram em suas equipes, fizeram contratações caras, repatriando até mesmo jogadores da poderosa Premier League.

No campeonato passado, ninguém apontava o Internacional entre os seis primeiros, mas ele brigou pelo título com o Flamengo até a última rodada. Este ano, entretanto, todos os prognósticos recaiam, lá no início, sobre este mesmo trio que lidera o campeonato e de onde sairá, seguramente, o campeão da temporada.

A ampla vantagem do Galo mineiro aponta para ele o favoritismo, sendo o time que mais venceu e menos perdeu até aqui, mas ainda resta pouco menos que a metade da corrida e não se deve subestimar o imprevisível do futebol. Se Renato Gaúcho não inventar de priorizar as copas, deixando em segundo plano o campeonato dos pontos corridos (como fazia no Grêmio), o Flamengo ainda pode sonhar com o tricampeonato seguido, que só o São Paulo de Muricy Ramalho tem (2006/07/08).

O Palmeiras de Abel Ferreira andou tropeçando onde não devia, mas tem força para embalar numa reta final. E Cuca precisa se esquivar daquela nuvenzinha negra que algumas vezes pairou sobre sua cabeça. Numa ordem de probabilidades hoje eu colocaria Atlético, Flamengo e Palmeiras. Mas a luta vai ser dura até o final e qualquer inversão deve ser considerada natural. Lá embaixo, parece inevitável a queda de Chapecoense e Sport Recife, mas a maior ameaça recai sobre o gigante Grêmio, que tem um bom time no papel, um dos maiores treinadores do mundo — Felipão — mas que joga um futebol indigente, que não merece a permanência na elite do futebol brasileiro. Porém, assim como lá no alto, aqui também é possível acreditar numa arrancada de quem já foi, um dia, rei da América e campeão mundial. Num próximo papo a gente fala dos gigantes que nadam contra a corrente na Série B para tentar chegar à praia sãos e salvos.

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Convidado especial

epois de acompanhar no estádio San Paolo a ArgenD tina, surpreendentemente, desbancar da final da Copa do Mundo a anfitriã Itália, Carlos Alberto Torres e eu

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BAMBAMBÃ

MÁRCIO BERNARDES Márcio Antônio Bernardes nasceu em 04/12/1954, em Ribeirão Preto (SP), onde também formou-se em Jornalismo, pela Universidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (Unaerp/SP). Chegou a estudar Ciências Jurídicas e Sociais na mesma instituição, mas não concluiu o curso. Também atua como publicitário. Foi repórter e apresentador de diversas emissoras de rádio em Ribeirão Preto e São Paulo. Atualmente é o âncora do programa Debate Bola da Rede Transamérica de rádio.

Divulgação/Arquivo Pessoal

viajámos pela aprazível rodovia que liga Napoli a Roma. O capitão do tri recebe uma ligação no celular alugado, aparelho inédito para nós, caipiras brasileiros. Quando terminou a ligação ele me disse convicto: "você vai ter de torcer na final pela Alemanha, porque estamos convidados para a festa de comemoração do título, se houver".

Fiquei surpreso e curioso com a observação. Capita, com um largo sorriso esclarece: "quem me ligou agora foi o Beckenbauer". Liguei as pontas e me lembrei que os dois eram amigos e jogaram juntos no Cosmos. Lembrei também que uma vez fui à Nova York e fiquei alguns dias passeando pela cidade ao lado de alguns craques daquele time: Chinaglia, Oscar Bernardi, Carlos Alberto, Beckenbauer... Ah... também vinha conosco um tal de Pelé.

No domingo a Alemanha foi campeã, vencendo a Argentina por um a zero, gol de um pênalti duvidoso, no estádio Olímpico e eu participei da cobertura da falecida Rádio Globo, ao lado de Oscar Ulisses, Tim Teixeira e Silvio Filho.

Depois dos trabalhos fui para meu hotel e às 23:00 parti com Carlos Alberto para o resort onde estava concentrada a Alemanha. Ficava nos arredores de Roma e nós, sem GPS, que não existia, demoramos uma hora para chegar.

Na porta do hotel estavam dezenas de jornalistas de várias partes do mundo. Observei alguns caminhões de reportagem da RAI, Televisión, RDK e outras emissoras.

Achei que não conseguiríamos entrar. O Capita, sem hesitar, desceu do carro, foi à portaria, se apresentou e depois de poucos minutos a cancela se abriu para o meu carro.

Entrei e deixei muitos colegas para trás, antevendo que faria um extraordinário trabalho exclusivo. A festa estava começando com jogadores, dirigentes e suas famílias. Eu não acreditava. Olhava para os lados, respirava fundo e curtia ótimas comidas e bebidas alemãs. Cruzava, falava e convivia naturalmente com Brehme, Berthold, Littbarski, Völler, entre outros.

A admiração dos alemães por Carlos Alberto Torres também chamou a minha atenção. Cartolas, jogadores, seus filhos, queriam fotos com o capitão do tri. Lá pelas 4 da madrugada, depois de muita alegria, bebida e comida, fui chamado para um setor mais tranquilo dentro do hotel.

Lá estavam sentados Beckenbauer e Carlos Alberto Torres.

Com a maior naturalidade, serenamente, Beckenbauer me disse: "Pode ligar o gravador. Estou a sua disposição".

A gravação exclusiva durou mais de 45 minutos e foi ao ar no outro dia no programa Globo Esportivo, uma espécie de Jornal Nacional dos Esportes da Rádio Globo. Depois, correspondentes e jornais do mundo inteiro repercutiram a entrevista do recém técnico campeão do mundo.

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Carlos Alberto Torres, Márcio Bernardes e Franz Beckenbauer.

MÁRCIO BERNARDES

Sandra Nassar é jornalista desde 1982, com graduação em Comunicação Social pela PUC-PR. Trabalhou em diversos veículos de comunicação nas funções de repórter e editora em Curitiba e Brasília, entre eles O Estado do Paraná, Folha de Londrina, Jornal do Estado, Rede Manchete, Rede Globo de Televisão e Diário do Grande ABC. Atuou também como assessora de comunicação da Prefeitura de Curitiba e do Governo do Paraná.

Quando os deuses do futebol pediram aposentadoria erta vez, lá se vão quase três décadas, surgiu um Camigos, convite durante um bate-papo descontraído entre todos colegas de profissão, sobre Fórmula 1, es-

SANDRA NASSAR

SANDRA NASSAR Para esquentar a polêmica, lembremos que Messi foi eleito seis vezes o melhor do mundo. Numa rápida retrospectiva, em 17 temporadas pelo Barcelona levantou 35 troféus, dos quais quatro da Champions League e 10 de La Liga. Balançou as redes 672 vezes, em 778 partidas pelo clube. É o maior artilheiro da história do Barça e o único a fazer mais de 40 gols numa só temporada. Aliás, repetiu essa performance por 10 temporadas seguidas. Dito isso, vamos ao CR7, de quem não tiro méritos nem nego seus grandiosos resultados em campo. Confesso até estar bem feliz com seu início de temporada no Manchester United — quem não gostaria de ter Cristiano Ronaldo no time que torce?

Porém, na disputa de quem é melhor, o argentino ganha do português.

Porque Messi é genial naturalmente. Nele, vejo o divino. Em CR7, muito de fabricado, resultado de trabalho excessivo e obsessão pela perfeição. Realmente é uma máquina de fazer gols, um atleta exemplar.

Mas falta emoção, magia, o que sobra no outro. O que Messi faz no gramado é de outra dimensão. Quem não fica de queixo caído quando "la pulga" dribla um, dois, três, quatro, cinco e marca? E a cobrança de falta perfeita, que nos faz rever o lance infinitas vezes antes de acreditarmos no que vimos? Foi num desses momentos que os deuses do futebol se entreolharam e disseram em uníssono: "eis a criação perfeita, agora já podemos descansar".

Dviulgação/FIFA.

porte que acompanhei até 1993, com afinco, porém nem de perto com a devoção dedicada ao futebol, que está no sangue, nas vísceras e na alma desde sempre. O tal convite foi feito por um na época editor de esportes de um jornal de Curitiba, que hoje só circula em formato digital. Ele fez uma provocação a mim e a outro amigo, para que cada um escrevesse um artigo para a próxima edição do periódico: ele teria de expor seus argumentos em defesa da superioridade de Nelson Piquet nas pistas; eu, da de Ayrton Senna, para mim o maior de todos, ao lado de Niki Lauda.

Desafio aceito, lá fui eu, com todo meu espírito de atleticana fanática, mostrar como Senna sempre foi melhor que Piquet. E não se tratava apenas de comparar a capacidade de cada um como mecânico, construtor de carro, atleta em sua melhor condição física ou o mais habilidoso em ultrapassagens e curvas perigosas. Fui além. Abordei a disciplina, determinação, o talento e a dedicação de Senna, além das inesquecíveis vitórias debaixo de chuva, com a Lotus, e as voltas finais de um circuito com apenas duas marchas. Então cheguei no que Senna mais nos proporcionou: emoção, pele arrepiada, respiração suspensa, coração batendo errado, risos e lágrimas. Piquet foi um bom piloto. Ponto.

Toda essa ladainha serviu para chegar ao tema desse artigo. Voltemos a falar de emoção, de pele arrepiada, de coração acelerado, mas desta vez foquemos no maior de todos os esportes, o futebol, o único capaz de unir todos os povos num só grito: GOLLLLLL! E aqui falo dele, aquele apelidado de E.T., o escolhido dos deuses, que proporciona aos verdadeiros amantes do futebol momentos que de tão mágicos e geniais nos tiram o fôlego. Salve, Lionel Messi! Com ele, surge outro duelo de titãs: Messi ou Cristiano Ronaldo? A questão é polêmica e já provocou muita discussão em almoço de família, mesa de bar ou em bancada de programa esportivo.

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Josias Lacour é jornalista desde 1973. Iniciou carreira em rádio, com 14 anos de idade. Formado em Comunicação Social pela UFPR em 1982, trabalhou em diversos jornais de Curitiba. Na TV, atuou como repórter, produtor, narrador e âncora. Pós-graduado (MBA) em Administração Esportiva pela FGV, foi o 1º agente de atletas credenciado pela FIFA no Paraná. É editor-chefe da FuteGol.

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JOSIAS LACOUR

Abaixo a mordaça parte daquela época. Tinha total liberdade para circular em busca da notícia e da entrevista exclusiva. A informalidade prevalecia.

A relação entre os profissionais do futebol e da imprensa no Brasil deixou de ser direta, clara, interpessoal. Com o advento das assessorias, esse relacionamento passou a ser indireto, frio e extremamente formal.

Hoje em dia há um outro obstáculo: o medo dos dirigentes quanto às posições e opiniões dos profissionais do futebol. A tal ponto que as pautas encaminhadas aos jogadores da maioria dos clubes só são atendidas se passarem pelo crivo de algum de seus cartolas.

Uma entrevista exclusiva como a que fiz com Zico, na casa do craque, logo após a eliminação da Seleção Brasileira na Copa do México, seria impossível nos padrões atuais.

Uma espécie de lei da mordaça entrou em vigor. Isso não chega ao conhecimento do público. Ou melhor, não chegava. Agora chegou. A FuteGol está aqui para jogar limpo com o seu leitor. Não escondemos nada. Nem comungamos com esse tipo de relação.

Abaixo a mordaça!

Reprodução/Vagner Nascimento.

oi-se o tempo em que jogadores e jornalistas conviFmentos, viam diretamente nos vestiários em dias de treinanas concentrações e nos jogos. Felizmente eu fiz

Parceria promissora pr omissora o início deste ano, N Coritiba e Flamengo firmaram uma parceria

Khauan na Taça Guanabara sub-15.

Divulgação/Arquivo Pessoal.

Josias e Zico, na casa do craque.

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envolvendo o atleta sub15 Khauan Schlickmann. O clube paranaense cedeu 50% dos direitos federativos de seu atleta ao Flamengo por 200 mil reais.

O fato provocou diversas reações nas redes sociais.

Inconformados, os torcedores do Coxa criticaram os dirigentes de seu clube por se desfazer de uma jovem promessa tão precocemente e por um valor financeiro baixo. Contudo, a direção do clube alviverde agiu pensando na valorização de vitrine que o Flamengo oportunizou ao jogador.

Khauan é meia-esquerda. Filho do ex-atacante Calmon. Tem um porte físico privilegiado e muita habilidade. Num clube como o Flamengo, está mais perto de ser convocado para a Seleção Brasileira e a partir daí vai receber uma super valorização mercadológica.

Bom negócio para todos os lados envolvidos, sem sombra de dúvida.

JOSIAS LACOUR

NEY LEPREVOST Mudanças propostas já causam polêmica

Divulgação/Athletico.

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Torcida do Club Athletico Paranaense.

Analisando item por item, vejamos. A divisão em dois tempos de 30 minutos, com o árbitro paralisando o cronômetro a cada interrupção, assegurará um maior tempo de bola rolando em todos os jogos. Atualmente há muitos jogos que não chegam a esse tempo todo de bola rolando, devido às muitas faltas praticadas e às famosas "ceras técs mais recentes propostas de mudanças nas regras nicas" promovidas pela equipe que está na frente do placar. do esporte mais popular do planeta, o nosso velho e bom futebol, provocaram (e seguem provocando) polêmiModernizar é preciso cas entre os torcedores nas redes sociais do mundo todo.

No Brasil, a maioria se manifesta contrariamente a O fim do limite de substituições também será bemtais mudanças. O argumento principal é que o futebol se -vindo. Basta lembrar que antes do advento da pandetransforme numa espécie de futsal com campo ampliado. mia do COVID-19, ele era de apenas duas. Passou a ser Ora, se isso acontecer até que será muito bom. Afinal, o de cinco. Isso não comprometeu a qualidade técnica do futebol de salão ganhou mais mobilidade e maior dinâmi- espetáculo. Ao contrário, permitiu ampliar a participação ca ao se transforar em futsal. Eu que gosto de ambas as dos atletas que compõem os elencos dos clubes. modalidades desde criança, sou favorável às novas proA cobrança de laterais com os pés também é bem inpostas de mudança da FIFA para o futebol de campo. teressante. Ela proporcionará que times bem treinados gaA entidade que congrega o futebol mundial demorou nhem uma alternativa a mais para chegar ao gol adversário. décadas para promover mudanças. Somente a partir de Por fim, a suspensão imediata por cartão amarelo fará com 2019, começou a se beneficiar da tecnologia para corrigir que os atletas evitem cometer faltas desnecessárias como fifalhas de arbitragem ao lançar o VAR. Permitiu que as sa- car agarrando o adversário pela camisa, ou pelo pescoço. ídas de bola sejam feitas a partir da pequena área. Passou a advertir os treinadores com cartões. Foram então os priFalta punir o anti-jogo meiros sinais de modernização no seu conselho técnico.

Outra contribuição que a FIFA deveria adotar nesse O que deve mudar processo de mudanças é o limite de número de faltas.

Isso já ocorre no futsal e no basquete. O futebol de campo O que está em estudos agora (e já vem sendo testado é o único esporte coletivo que ainda libera a prática de na Taça do Futuro do Futebol com a participação do PSV, lances faltosos sem limite algum. No meu ponto de vista, AZ, RB Leipzig e Brugge), são as seguintes alterações: esse é um dos trunfos das equipes de menor gabarito no • Dividir os jogos em dois tempos de 30 minutos pa- confronto com aquelas tecnicamente mais qualificadas. A ralisando o relógio a cada interrupção (faltas, late- reiterada prática de faltas tem contribuído demais para a ral), semelhante ao futsal e ao basquetebol. Assim caracterização do anti-jogo no futebol de campo. teremos a garantia de bola rolando por 1h; • Fim do limite de substituições durante partidas; Ney Leprevost é cronista esportivo desde a idade • Possibilidade de cobrar lateral com os pés, o que de 13 anos. Criador da Lei de Incentivo ao Esporte em permitiria a criação de jogadas de perigo; Curitiba e no Paraná, foi Vereador da capital parana• Cartão amarelo suspenderia o jogador por cinco ense e Deputado Estadual. Atualmente é Secretário minutos e deixaria o time com um jogador a mede Estado no Governo do Paraná e Deputado Federal nos durante esse período. licenciado.

A

NEY LEPREVOST

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Mas é verdade que não dá pra se encostar na sombra das vitórias sem fazer disso um balanço de responsabilidade. Há quase 20 anos, o ex-presidente do clube Domingos Moro já dizia que "o Coritiba não pode ser um eterno recomeçar". A frase traz reflexões profundas para os dias de hoje. É agora um recomeçar que precisa trazer maturidade e garra para a busca de uma estabilidade maior — e que se mantenha lá em cima!

A bela campanha de 2021 traz o gosto do alívio depois do desempenho péssimo do ano passado, quando o Coxa perdeu a decisão do estadual nos acréscimos para o maior rival. Também foi uma campanha muito ruim no Brasileirão, com várias trocas de técnico e a amarga posição de vice-lanterna.

A mudança na diretoria do clube em dezembro de 2020, já na fase final dessa competição, foi uma virada de página. A eleição do presidente Renato Follador trouxe novos ares e esperanças. A contratação do técnico paraguaio Gustavo Morínigo, que já foi finalista da Libertadores pelo Nacional e estava no Libertad, foi um feito.

O G-6 da diretoria do Coritiba implantou uma polítiá muitos anos o torcedor coxa-branca não sentia ca de manter no elenco ídolos como o goleiro Wilson e o tanto orgulho em sair às ruas com a camisa do time. atacante Rafinha e trouxe jogadores identificados com o A campanha no Brasileirão 2021, na série B, traz recorda- clube, como o meia Robinho, o volante William Farias, o ções de anos memoráveis, como 2007 e 2010, quando o zagueiro Henrique. Trouxe o goleador Léo Gamalho, artitime enfrentava situações parecidas e retornou à série lheiro na série B e Copa do Brasil pelo Criciúma em 2019 e principal em grande categoria.

CRB em 2020.

A categoria de base foi campeã da Copa do Brasil Sub20. Revelou jogadores que estão no time principal, como os laterais Guilherme Biro e Natanael.

Apesar da péssima campanha no estadual de 2021, eliminado na primeira fase, o time fez alguns bons jogos, goleou Paraná Clube por 5-0 e Toledo por 5-1 e a diretoria manteve o técnico Morínigo. Aí esteve o maior acerto do ano. Com um trabalho de paciência, o Coritiba alcançou a liderança entre os 20 clubes da série B. É reconfortante ver a bela campanha do Coxa no mesmo ano em que perdemos o presidente Renato Follador para a COVID-19. Cada vitória é uma homenagem ao gesPresidente tor que acreditou na força da camisa alviverde e plantou a Renato Follador semente da imagem que o clube (re)conquistou.

Jr. (1954—2021) A volta do público ao estádio Couto Pereira em 25/09 com a vitória por 1-0 contra o Guarani foi simbólica, trouxe sabor de troféu.

Mas não é hora de relaxar. É fundamental manter o foco para as últimas rodadas. E torçamos para que seja mantido o técnico e essa base sólida para a série A de 2022. Que não seja somente mais um recomeçar.

PÁGINA DE

ADRIANE WERNER

H

Orgulho de ser coxa-branca

Divulgação/Coritiba.

Divulgação/Coritiba.

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Adriane Werner já nasceu coxa-branca, em 1972.

Incentivada pelo pai e pelos irmãos, sempre torceu pelo time. É jornalista e atuou em TV por mais de 15 anos. Atualmente, dedica-se a treinamentos em Comunicação — Oratória e temas afins. É professora em cursos de pós-graduação nas áreas de Marketing e Comunicação. Autora de quatro livros, está com outros a caminho.

ADRIANE WERNER

Paulo Mosimann da Silva é popularmente conhecido por Foguetinho, codinome que lhe foi dado em início de carreira na crônica esportiva por seu tutor profissional, Dirceu Graeser. Foguetinho tem 48 anos de atuação em emissoras de rádio, televisão e redação de jornais em Curitiba. Foi Diretor de Marketing do Coritiba nos anos 1990. Agora é Coordenador de Comunicação do seu clube de coração.

PÁGINA DO

FOGUETINHO

PAULO MOSIMANN

Com amor e afeto ao nosso Glorioso!

urto uma vida inteira de emoções no Alto da Glória. Com certeza, o Alto da Glória é a minha segunda casa.

Cparticipo No momento em que respondo pela Coordenação de Relações Públicas e Imprensa do Glorioso, acompanho (e com muito orgulho) intensamente da gestão do presidente Juarez Moraes e de sua diretoria.

Tudo teve início com o trabalho do amigo Renato Follador, que infelizmente nos deixou ao ser mais uma vítima da terrível pandemia.

Antes, tivemos o imenso prazer de uma participação efetiva na campanha do "Coritiba Ideal", onde ajudamos, com muito prazer, na conquista dos mais de 75 por cento dos votos dos associados, na mais expressiva vitória de uma chapa na história política do clube.

Muitas lembranças nesta vida toda dedicada ao nosso Coxa. Inclusive a inesquecível oportunidade de ter sido Vice Presidente de Marketing, nos anos 90, do saudoso Evangelino da Costa Neves. Passado e presente se misturam, sempre com a disposição renovada de cooperar e servir ao meu clube do coração.

Reprodução/GE.

Uma vida dedicada ao Coritiba Foot Ball Club.

PAULO MOSIMANN

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PÁGINA DO DR.

CELSO CAJURU

Direito de imagem é fraude à legislação a nossa Constituição Federal como direito de todos os N cidadãos, no seu artigo 5.º, incisos X e XXVIII, existe um artigo específico que resguarda todo cidadão brasileiro

Reprodução/Web.

e residente estrangeiro do direito de proteger sua imagem.

No esporte existe ainda uma legislação à parte, que complementa a constituição brasileira: a Lei nº 9.615/98, popularmente conhecida como "Lei Pelé".

Em seu artigo 87-A, a Lei Pelé prescreve que: "O direito ao uso da imagem do atleta pode ser por ele cedido ou explorado, mediante ajuste contratual de natureza civil e com fixação de direitos, deveres e condições inconfundíveis com o contrato especial de trabalho desportivo."

Na verdade, o direito de personalidade protegido pela Lei Pelé é justamente a exploração econômica do nome e imagem do jogador fora do campo de futebol, em benefício da entidade desportiva e/ou de seus patrocinadores.

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Atualmente, a maioria dos clubes brasileiros de futebol profissional, ao contratar o atleta utilizam da exploração do direito de imagem. O contratado passa a auferir renda por duas maneiras: o salário, recebido pela pessoa física por meio da CLT; e a contraprestação pela exploração dos direitos de imagem do jogador, recebida por meio da pessoa jurídica.

Na maioria dos contratos, o valor recebido pelo direito de imagem constitui 70 a 80% de sua remuneração. Nos dois modelos há formas diferentes de tributação. No caso dos rendimentos salariais recebidos diretamente pela pessoa física, o Imposto de Renda chega até a alíquota progressiva de 27,5% sobre o total auferido. Já no caso dos rendimentos por exploração da imagem recebidos pela pessoa jurídica, o Imposto de Renda pode ser recolhido no regime do Lucro Presumido, o que equivale a uma carga aproximada de 14,53% do total, sendo permitido então que a pessoa jurídica repasse os rendimentos para a pessoa física na forma de lucros e dividendos, que são isentos do Imposto de Renda da Pessoa Física, o que acaba sendo benéfico para as duas partes, atletas e clubes.

Decisões da Justiça Trabalhista Nossos tribunais têm decidido que o contrato de exploração da imagem é perfeitamente possível, desde que não represente fraude ao pacto laboral firmado entre as partes. Para ser considerado válido o contrato de imagem deve comprovar a participação do atleta em "eventos promocionais e a utilização da imagem em eventos publicitários, comerciais, produtos licenciados, assim como em websites, vídeos, vinhetas, fotografias, álbum de figurinhas, entre outras".

Se o clube não utiliza dessa participação do atleta, o contrato de imagem é nulo, e a parcela percebida pelo atleta a título de direito de imagem tem natureza salarial.

Se formos analisar à luz do direito, a maioria dos contratos de imagem realizados atualmente devem ser considerados como fraude à legislação trabalhista, pois são poucos os jogadores que participam de eventos promocionais dos clubes que os contratam.

Conforme se extrai de cediça jurisprudência da justiça trabalhista, a parcela auferida pelo atleta profissional pelo uso comercial de sua imagem pelo clube que o emprega decorre diretamente do trabalho desenvolvido pelo empregado., segundo a qual, a verba paga pela entidade desportiva ao atleta a título de cessão do uso do direito de imagem não pode ser excluída da definição de salário.

Por conseguinte, o direito de imagem tem natureza salarial devendo integrar o salário do atleta para todos os fins (13º salário, férias + 1/3 e FGTS).

Dr. Celso Antonio Paschoalato é advogado. Pós-graduado em Direito Previdenciário pela EPD; pós-graduado em Direito Processual Trabalhista pela ESA e Síndico Profissional. No futebol, atuou como goleiro de diversas equipes no Brasil e em Portugal. Era chamado de Celso Cajuru, numa alusão à sua cidade natal.

CELSO PASCHOALATO

Início arrasador

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Em sua primeira competição oficial, no ano de 1990, foi semifinalista do Campeonato Paranaense. No segundo semestre desse ano conseguiu o acesso à Série B do Brasileirão. Cheguei ao clube durante a competição nacional. E já dava para sentir que coisas boas viriam. Comando forte da comissão técnica, liderada pelo Professor Rubens Minelli. Um elenco se formando aos poucos, mas já com uma base sólida e jogadores de alta categoria, como Servílio, Adoílson, Marquinhos Ferreira e tantos outros.

Veio 1991, e chegaram reforços de muita qualidade, como Saulo, Balu e João Antonio. E foi-se lapidando o time histórico do Tricolor. O acesso para a Série A escapou por um triz, mas no segundo semestre o título do Paranaense coroou o ano. Já sob o comando de Otacílio Gonçalves, nosso eterno "Mestre Chapinha" a equipe deslanchou e celebrou no Couto Pereira, junto a uma enlouquecida e vibrante torcida, o primeiro título de sua história.

Na temporada 1992 a consagração definitiva. Juntaram-se ao elenco Carlinhos Sabiá, Dirceu e outros feras, ezembro de 1991, em um Couto Pereira repleto de e com isso veio o título nacional. Em uma Fonte Nova torcedores tricolores, o Paraná Clube conquistava abarrotada vencemos o Vitória por 1 a 0 e conquistamos seu primeiro título — Campeão Paranaense — e mostrava o primeiro título nacional do clube. Foi o cartão de visitas que vinha para ficar. de que um Gigante estava chegando.

Setembro de 2021, exatos 30 anos depois, o Tricolor escreve a página mais triste de sua história: rebaixado para Sé2021, o ano da desconstrução rie D do Brasileirão de 2022. Um contraste impressionante.

O início da trajetória do Paraná Clube foi espetacular. Já A temporada 2021 levou o Paraná Clube ao lugar mais em 1990, seu primeiro ano de disputas, conseguiu acesso baixo de sua história: a Série D do Brasileirão. Foi uma à Série B do Brasileirão. No ano seguinte por muito pouco campanha pífia, com pouquíssimos momentos de lucidez. não conseguiu o acesso à Série A, mas se consagrou ven- Comentar os jogos do Tricolor (fiz vários, pela Rádio Bancendo o Estadual (primeiro e único por pontos corridos). da B) nessa Série C foi um exercício de paciência e resiliênE ainda construiu um elenco fortíssimo, mantido para a cia. Nos jogos na Vila Capanema, em especial, frente aos temporada de 1992, que culminou com a conquista do tão meus olhos aconteciam lances de baixíssimo nível técnisonhado acesso à elite do futebol brasileiro. co, e ao mesmo tempo, na memória, passavam imagens Três décadas passadas, a temporada 2021 traz só lem- de lances e gols geniais, que vivi ali dentro do gramado. branças infelizes aos paranistas. O time sequer chegou Isso chegava a doer. entre os quatro primeiros no Paranaense; eliminado na Lamento muito pelo clube, e principalmente pelos primeira rodada da Copa do Brasil; uma pífia campanha torcedores, que se entristecem como eu. Esse descenso na Série C do Brasileirão é rebaixado para a Série D, posi- é fruto de muita coisa, mas em especial, do comando (ou ção que jamais ocupou em sua história. Aliado a tudo isso, falta de) fraco que o clube teve, principalmente após o reo clube fechou boa parte de suas categorias de base e vive torno à Série A em 2017. Creio que nesses 4 anos mais de uma crise financeira quase que insolúvel.

250 atletas passaram pelo clube (a maioria contratados sem critérios explicáveis), afundando completamente o Tricolor em dívidas.

Cabe agora torcer para que a gestão do novo presidente, Rubens Ferreira Silva, reconstrua o Paraná, que já foi Gigante.

CABEÇÃO

SERGIO PRESTES

Da euforia à desilusão em 30 anos

D

Foto Arquivo/James Skroch.

Escrete paranista campeão brasileiro da Série B em 1992.

SERGIO PRESTES

Sergio Prestes da Silva, no meio esportivo chamado de Serginho Cabeção, é um ex-atleta profissional do futebol. Iniciou carreira no E.C. Pinheiros (antecessor do Paraná Clube), atuou profissionalmente no Coritiba, Paraná Clube, Clube de Futebol Os Belenenses (de Portugal), Grêmio F.B.P.A., Fluminense F.C., Athletico Paranaense, Pachuca Club de Fútbol (do México) Londrina E.C., entre outros. Atualmente é comentarista da Equipe Esportiva da Rádio Banda B de Curitiba.

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OUROBOROS COM

WILLIAM CAMICCIA Manifesto por um futebol humano e democrático!

eu time é inimigo de seu torcedor. Há não muito M tempo, me levou a mais uma final agoniante, em um jogo que mais parecia uma agressão da ansiedade ao meu

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William Camiccia é Mestrando em Filosofia na PUC-PR, onde é pesquisador na área de marxismo anticolonial. É co-criador do blog e podcast Aqui Há Dragões, além de maoista convicto e palmeirense no maior cansaço da alma.

Stephen Higgins.

ente — pois não se chutava a gol e tudo parecia encaminhar-se para os pênaltis. Mas aos 53 minutos do segundo tempo, um herói inesperado levanta-se mais alto que as pernas cansadas do marcador e cabeceia fazendo o goleiro desacreditar da bola — um roteiro fabuloso. Essa angústia que o futebol traz, uma paixão realmente vívida, nos faz entender que o futebol é nosso — do povo —, mas que de alguma forma está também distinto dele — e por isso vamos nos perguntar: o que é um futebol genuinamente popular?

Para responder isso temos que eliminar algumas falsidades do debate. A primeira delas é o que chamaremos de desvio à direita, pois é uma percepção metafísica do futebol.

O jogo torna-se algo unicamente de "Deuses", totalmente deslocado das massas e um fim muito difícil de ser alcançado.

Nesse sentido, criam-se mitos como a ideia do "futebol arte", associada a uma racialização problemática do imaginário brasileiro. Através dessa percepção, objetiva-se o jogador e ele torna-se não mais um ser — de condição igual e mundana —, mas um ídolo — destoado e cultuado de tal forma que o único outro capaz de contrapô-lo é o próprio mercado, que o transforma em propaganda, preço e polêmica. O jogador deixa seu modo de ser social para tornar-se um modo de ser inumano. Essa percepção deve ser rejeitada aqui. O jogador ainda, apesar de tudo isso, é um ser do mesmo — que nós —, e sua possibilidade está atrelada à materialidade social. Através disso devemos pensar o futebol não como algo destoante, mas como uma prática em que todos os elementos envolvidos criam o espetáculo! Nossa própria Tragédia Grega!

A segunda falsidade é o desvio à esquerda, que cria uma percepção de que o futebol latino-americano é alguma forma de resistência anti-imperialista — pois ainda não se tornou majoritariamente dominado por clubes-empresa.

Nesse sentido, combatemos o que em minha percepção pode ser taxado de delírio, pois não sei quando algum cartola da mafiosa organização que nos cerca — que objetiva os jogadores, massacra e restringe suas possibilidades, os

vende enquanto corpos cheios de preconceitos associados a um suposto "futebol arte" — realizou de alguma forma uma ação anti-imperialista. Não chego a compreender como o debate chegou nesse ponto, porém reconheço que exista e renego essa tese com a seguinte argumentação: os clubes não têm esse caráter popular há muito tempo, embora de fato as torcidas latino-americanas tenham uma paixão e entrega invejável. Todavia os clubes referidos são distintos a isso e utilizam da boa vontade do torcedor para não dar o mínimo de respeito tanto futebolístico como organizacional aos próprios clubes. No fim, os defensores desse delírio são somente romanistas da miséria e mediocridade.

Entretanto, é importante frisar que não devemos defender os clubes-empresa também, pois são outro atentado ao futebol, o engessam e o transformam num espetáculo da técnica — distante do homem e da paixão, mas próximo dos lucros bilionários que a grife produzida ali traz.

Por fim, qual a solução? Para o futebol popular, trazê-lo para os anseios do povo. O desenvolvimento de seu espetáculo deve ser forjado e ampliado não como um produto de um mercado abstrato ou a partir dos interesses de um comprador russo, mas do espetáculo das massas a quem ele serve. Futebol é a expressão da paixão, a forma como o corpo e a prática se entregam a um movimento para que todos — narrador, comentarista, jogador e a torcida — estejam envolvidos. As lágrimas continuam reais e com elas os sorrisos, pois dentro dos 90 minutos só há entrega, e no futebol encontramos o que há de genuíno no gênero humano.

Entretanto, é importante falar que o futebol está embebido desses problemas que são centrados na velha cultura dos grandes. Logo é necessário que as massas — quando tomarem seu lugar e poder de fato — assumam o futebol e assimilem a quinta-essência democrática, arrancando-lhe da velha escória capitalista. Isso é sem dúvida necessário para o desenvolvimento de uma nova cultura do homem. Mas em caso nenhum devemos engolir seja o que for sem crítica e, através do julgamento correto, poder-se-á constituir o que mais há de verdadeiro: um futebol genuinamente humano.

Utras do Raja Casablanca no Grande Estádio de Marrakech.

WILLIAM CAMICCIA

NILTON ANSCHAU JR.

O Brasil é penta!

Buda Mendes/Getty Images.

FRACTAL COM

Nonato chuta para fazer o gol do título sobre a Argentina.

Dos 13 tentos marcados pelo Brasil, seis foram de Nonato — incluindo o gol do título. Ele só ficou atrás de Espinillo, da Argentina, que balançou as redes por sete vezes. O alvez você não tenha ficado sabendo, mas o Brasil é ouro conquistado no futebol de 5 foi o 22º do Brasil em Tópenta — e não estou falando sobre 2002. No último quio, passando os 21 de Londres 2012 e quebrando o recordia 4 de setembro, após vencer a Argentina por 1 a 0, a de de títulos brasileiros em uma edição das Paralimpíadas.

Seleção conquistou o pentacampeonato paralímpico de A mescla entre juventude e experiência no elenco canafutebol de 5. rinho rendeu bons frutos, e Tóquio 2020 se juntou a Atenas A modalidade se trata de uma adaptação do futebol 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016 na galeria de para atletas cegos ou deficientes visuais, e é dominada medalhas de ouro paralímpicas da Seleção. E que essa gapelo Brasil: desde a estreia do futebol de 5 nos Jogos Para- leria cresça mais e mais. Parabéns à Confederação Brasileilímpicos de 2004, em Atenas, conquistou todos os ouros. ra de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e ao Comitê E não se resume a apenas isso: além das Paralimpíadas, a Paralímpico Brasileiro (CPB) pela imensa conquista!

Seleção Brasileira ainda se destaca com o pentacampeInfelizmente um esporte tão vitorioso quanto o futebol onato mundial da modalidade, tendo vencido em 1998, de 5 ainda não tem o destaque merecido. Aqui na FuteGol 2000, 2010, 2014 e 2018. Poucas hegemonias no mundo buscaremos dar o devido reconhecimento à modalidade. do esporte se comparam a essa.

Dessa vez, a Seleção contou com a ajuda do artilheiro Nilton Anschau Junior é graduando em Engenharia Nonato, de Jeffinho, de Paraná e do ídolo Ricardinho — Mecânica na UFPR. Integra o Laboratório de Ergonomia eleito por três vezes o melhor do mundo na modalidade e Usabilidade (LABERG-UFPR), onde é pesquisador nas — para derrubar China, Japão e França na fase de grupos, áreas de Design Inclusivo e Tecnologia Assistiva. MarxisMarrocos na semifinal e Argentina na grande final. E não ta na política e gremista nos costumes, é co-criador do tão diferente do esperado, foram 5 vitórias em 5 jogos! — projeto Aqui Há Dragões. É apaixonado por Design GráAlém de 13 gols pró e zero contra! fico e Futebol, e por isso é o diretor de arte da FuteGol.

T

Buda Mendes/Getty Images.

Escrete canarinho posa para foto após conquista do pentacampeonato paralímpico de futebol de 5.

NILTON ANSCHAU JR.

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Maior goleada da 3.

Liga da CONCACAF. A Liga da CONCACAF é o se-

ABILIO BOTTEGA

Reprodução/Web.

NA GAVETA COM

Abilio Henrique Bottega é graduando em Jornalismo na UDC. Tem passagens por: Rádio Transamérica Foz, Rádio Grande Lago (SH/PR), Rádio FM del Este (CDE/ PY), Rádio Itaipu Foz e Foz TV. É co-criador da FuteGol. Carlo Costly no Olimpia (HON) em 2017.

Os clubes mais vencedores da América do Sul. 2.

Conheça os clubes de nosso continente com os maiores números de títulos oficiais (FIFA/CONMEBOL) — tanto nacionais quanto internacionais. Segue o ranking: Clubes sul-americanos de futebol — Títulos oficiais # 1 2 3 4 5 6 7 8

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Clube Nacional Peñarol (+CURCC) Boca Juniors River Plate Colo-Colo Olimpia Independiente Racing Club

País Total de títulos Uruguai 162 Uruguai 142 Argentina 70 Argentina 67 Chile 55 Paraguai 53 Argentina 45 Argentina 38

CONMEBOL confirmaram — para junho de 2022, em local a ser definido — a Supercopa, com confronto entre Argentina e Itália — campeãs, respectivamente, da Copa América 2021 e da EURO 2020.

Justin Tallis/Reuters.

máxima do futebol sul-americano, estuda a possibilidade de aumentar o tempo do intervalo da final da Libertadores de 2021 — entre Palmeiras e Flamengo, no dia 27 de novembro, em Montevidéu, no Estádio Centenário. A ideia é alterar de 15 para 25 minutos — para que possa ocorrer um show artístico, no mesmo estilo do Super Bowl.

Getty Images.

notícias do mundo da bola para A quiquemvocêtemacompanha pressa.

Intervalo maior na Esquenta para o 1. final da "Liberta". 4. Mundial de 2022.

A CONMEBOL, entidade Em nova iniciativa, UEFA e

gundo torneio mais importante das Américas do Norte, Central e Caribe. No dia 14/09/2017, no Estádio Maracaná de Panamá, confrontaram-se — pela partida de ida da semifinal — Plaza Amador (Panamá) e Olimpia (Honduras). O placar terminou em um expressivo 7 a 1 para os visitantes. Ervin Zorrilla marcou o gol de honra dos donos da casa. Para os visitantes, os tentos foram de Michaell Chirinos (2), Roger Rojas (2), Alexander López, Carlo Costly e Marcelo Canales.

De olho no futuro.

5.

Nesta Data FIFA de outubro, em diversas seleções, houve jogadores convocados pela primeira vez para de-

fenderem seus países. Vale destacar a jovem promessa de 17 anos Gavi, do Barcelona: o volante espanhol foi chamado por Luis Enrique para defender La Furia. Confira a lista: Estreantes em seleções nacionais — Data FIFA Outubro/2021 # Jogador Seleção Clube 1 Gavi Espanha Barcelona 2 Yeremi Pino Espanha Villarreal 3 Noa Lang Holanda Club Brugge 4 Arthur Cabral Brasil FC Basel 5 Žan Kolmanič Eslovênia Austin FC 6 Edmund Addo Gana Sheriff 7 Calvin Bassey Nigéria Rangers 8 Abdou Harroui Marrocos Sassuolo 9 Sorba Thomas Gales Huddersfield 10 Philip Mayaka Quênia Colorado Springs 11 Dennis Johnsen Noruega Venezia ABILIO BOTTEGA

NOTA DO DIRETOR

ou um homem de várias "paixões". Entre aspas pois não quero que me entendam no sentido clichê, abstrato ou Scial. Duas metafísico. São partes de mim, forjadas materialmente ao longo de minha história e existência enquanto ser sodessas partes são o Design e o Futebol. O Futebol sempre esteve em mim, então escreverei sobre o Design.

Meu apreço pelo Design Gráfico teve início quando ainda era pirralho. Fazia por diversão. Baixava os softwares e gravava incríveis tutoriais (se você tiver sorte, talvez ainda encontre uns por aí) — afinal, o que seria da internet sem os tutoriais feitos por crianças?

Aos poucos esse apreço foi evoluindo. Fui dos blogs sobre jogos aos blogs sobre futebol — nos quais escrevia junto ao meu parceiro Abilio Henrique Bottega. Ali nascia a semente do que viria a ser a FuteGol. Depois de inúmeros projetos inacabados e esquecidos, resolvemos fazer algo grandioso. Foi em 2015 que finalmente tivemos a ideia de criar uma revista digital. À época formamos uma boa equipe, e eu naturalmente fiquei encarregado do Projeto Gráfico e do Design Editorial da antiga FuteGol. Para editar utilizei o saudoso Corel Photo Paint X5, que já conhecia por ter tido contato com o Corel Draw X5 em um curso profissionalizante. Lembro que foi algo de imenso orgulho ter editado nossas duas edições lançadas. Para mim, era o máximo. Chegamos a projetar uma terceira edição. Infelizmente, devido à diversos fatores — o maior deles chamado Ensino Médio —, nunca a lançamos.

O tempo passou e muita coisa mudou. Mas o Design sempre continuou presente em minha vida — em meus projetos profissionais, pessoais e acadêmicos. Até mesmo cursando Engenharia Mecânica encontrei uma forma de estudar Design — no caso, o maravilhoso Design Inclusivo.

Neste 2021, ainda vivenciando a pandemia de COVID-19, havia nenhum sinal do Universo que indicasse que a FuteGol voltaria. Eu e o Abilio já até havíamos conversado sobre isso, e pensávamos em algum dia voltar com a saudosa revista. Todavia era um projeto para anos, talvez décadas a frente. Eis que o acaso põe em nosso caminho o grande jornalista Josias Lacour. O acaso, sempre pregando suas peças: o renascimento da FuteGol foi uma delas.

Seis anos depois, estou novamente tendo a oportunidade de ser o Diretor de Arte de nosso magnífico projeto.

Agora com mais experiência e conhecimento, obviamente, e com softwares mais refinados (e devidamente licenciados, há de se constatar). Hoje, olho para trás e ainda sinto orgulho do que já fiz e do que estou fazendo. Sempre é bom enxergar o quanto evoluímos. É uma honra produzir a nova FuteGol para você, leitor(a). Mais vibrante, mais moderna e mais completa: nossa Revista é feita pensando em você! Espero que lê-la tenha sido uma experiência inesquecível.

Nilton Anschau Junior Diretor de Arte da FuteGol

tenção leitor(a): Você gostou da nossa edição de lançamento? Já estamos trabalhando na próxima ediA ção, programada para janeiro. A partir daí, você precisará pagar uma taxa para ter acesso às nossas matérias, entrevistas e colunas. Você poderá adquirir a FuteGol #02 através do nosso espaço na plataforma Hotmart.

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NOTA DO DIRETOR

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NFL, AÍ VAI O KANE!