Okinawa - a cultura nas mãos delas

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Okinawa

A cultura nas m達os delas


Em uma cultura conhecida por ser rígida e hierárquica a figura feminina se destaca não apenas de maneira imagética, mas também no desenvolvimento e realização de práticas culturais. A Associação Okinawa de Campo GrandeMS é o principal reduto e escola da cultura japonesa original da ilha de Okinawa no estado. São anos de cultivo e fomento às tradições e costumes, passados de geração em geração através da família e amigos. O atual presidente Niton Kiyoshi Shirado lamenta que culturalmente muita coisa tenha se perdido, mas afirma que os esforços atuais para resgatar e retransmitir a cultura é motivo de orgulho pessoal, ressaltando o papel importante dos associados, principalmente o das mulheres, que são a maioria ativa na associação segundo Vera Shirado, atual primeira-dama. “O interesse é estimulado, mas nada aqui é obrigação, os mais velhos se oferecem para ensinar (sensei) e os jovens estão abertos e interessados em aprender. As mulheres são claramente maioria em todas as atividades e níveis hierárquicos. Não é a toa que a associação possui uma departamento de senhoras. As mulheres são as que mais se envolvem”, explica Vera. As atividades são desenvolvidas em encontros, aulas e ensaios, na maioria das vezes semanais e que envolvem dança, música e demais atividades culturais típicas. Os eventos internos e externos são estímulos para a preparação de apresentações especiais, como o centenário da imigração japonesa em Campo Grande, que acontece este ano.

*Este trabalho foi produzido em junho de 2014 pela acadêmica Carla Scarpellini, para a disciplina Prática em Reportagem Fotográfica do curso de Comunicação Social - Hab. Jornalismo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob a orientação do professor Silvio da Costa Pereira.


O Departamento das senhoras se reune toda segunda-feira durante a tarde. Crochê, tricô e bordado são os trabalhos mais realizados, mas o origami e a colagem de tecido, tradicionais da cultura, também tem espaço.

Todos os artesanatos são expostos e comercializados em eventos e encontros da associação. O dinheiro é utilizado para reposição de materiais.


Aos domingos, algumas senhoras associadas se reunem para ensaiar m煤sicas antigas que unem espiritualidade e hist贸ria de seus antepassados.


Este ano a associação e seus membros estão se preparando para o centenário da imigração japonesa em Campo Grande, que acontece em agosto. Os testes de cabelo, maquiagem e figurino, que serão utilizados nas apresentações de danças e músicas, já começaram, assim como os ensaios,


A dança é a atividade que mais proporciona contato e troca entre velhas e rações. Não existem escolas oficiais que ensinem as danças típicas, assim a ma de aprendizagem é o repasse dos conhecimentos de uma pessoa para outra. tece de forma natural entre a sensei e as alunas, e entre alunas experientes e

novas geúnica forIsto aconiniciantes.


Nas danças típicas todos os acessórios utilizados, como o leque e a sombrinha, e os posicionamentos de membros e cabeça carregam um significado. Por conta disso os movimentos são exaustivamente repetidos e ensaiados.


As músicas típicas de Okinawa são, em sua maioria, centenárias. Uma das músicas mais ensaiadas tem aproximadamente 700 anos.


Yumi nasceu no por treze anos. ação, por meio só no Brasil e

Brasil, mas antes de completar um ano se mudou para Okinawa, onde viveu Ao voltar para país se sentiu isolada culturalmente, até conhecer a associde amigos. Ela aprendeu a tocar os intrumentos típicos da cultura Okinawa hoje repassa seu conhecimento para outros associados que se interessem.


No Taiko, assim como na dança, cada movimento corporal, alÊm das batidas dos tamborres, carrega um significado. As mulheres estão presentes nos grandes e pequenos tambores.


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