Forum Estudante 355 Novembro 2023

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Entrevista a Tcherno Baldé, vencedor do Prémio António Brandão de Vasconcelos 2023

Revista Forum Estudante | Novembro de 2023 | Edição n.º 355 | Mensal | Diretor: Gonçalo Gil · Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

Música Viaja pelos 40 anos de rap em Portugal

Quando os jovens “lutam pelo futuro”

IEFP Um Portugal de excelência no EuroSkills

James Arthur em entrevista

Falámos com ativistas para saber mais sobre o movimento climático.

“Espero que se sintam inspirados pelo meu caminho”



06.03

09.03

IN THE ERA OF ARTIFICIAL I N T E L L I GE N C E , B E H U M A N Estamos na era da inteligência artificial e isso é incontornável. Te m e t e r á c a d a v e z m a i s i m p a c t o n a e d u c a ç ã o , n o m e r c a d o de trabalho e nos restantes aspetos da vida. Crianças e jovens vão crescer com esta realidade que para eles será a nova normalidade. Como é que se faz para integrar de forma orgânica com o lado humano? Como é que integramos de forma a não perdermos a humanidade, o sentido critico e curiosidade, a empatia com os outros?


4 | Forum Estudante | nov’23 /Passatempos

PASSATEMPOS

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Estes passatempos decorrem até 30 de dezembro de 2023, salvo indicação em contrário no próprio passatempo. Apenas serão atribuídos prémios a residentes em Portugal e somente um prémio por pessoa e morada em cada passatempo. Só será aceite, de cada concorrente, uma participação por dia. O não preenchimento correto do formulário de participação em www.forum.pt/passatempos, leva à desclassificação do participante. Aos vencedores, os prémios serão enviados via CTT. Após notificação, os vencedores têm um prazo de 15 dias para reclamar o prémio. Os prémios devolvidos não serão reenviados. A idade máxima de participação é de 25 anos, inclusive, a confirmar por documento de identificação. NOTA: as cores e modelos apresentados podem não corresponder às imagens apresentadas.

www.forum.pt

Vai ao Instagram da FORUM para participar!

Telefone 218 854 730 E-mail geral@forum.pt

/forumestudante/ Ganha uma garrafa reutilizável!

DIREÇÃO Gonçalo Gil goncalo.gil@forum.pt DESIGN Miguel Rocha miguel.rocha@forum.pt FOTOGRAFIA Fábio Rodrigues, José Piteira, Freepik, depositphotos

Há uma nova adição ao kit escolar Amber Cyle: uma garrafa de água reutilizável. A Forum Estudante e a Ambar têm quatro para oferecer, ligadas aos vários elementos naturais – terra, água, fogo e ar. Sabe como participar no Instagram da Forum Estudante. Participa no Instagram da Forum Estudante!

REDAÇÃO Fábio Rodrigues - Editor fabio.rodrigues@forum.pt José Piteira jose.piteira@forum.pt Margarida Machado margarida.machado@forum.pt Colaboração: Rúben Fernandes ASSINATURAS Paula Ribeiro Tel.: (218 854 730) pribeiro@forum.pt Anuidade: 10,00€

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PUBLICIDADE Félix Edgar felix.edgar@forum.pt COMUNICAÇÃO&DISTRIBUIÇÃO Vítor Silva vitor.silva@forum.pt PRODUÇÃO Monterreina www.monterreina.com Tiragem: 25 mil exemplares Propriedade e Edição de: Press Forum, Comunicação Social, Lda. Capital Social: 17.000,00€ NIF: 502 981 512 Composição do Capital da Entidade Proprietária: Detentores de 5% ou mais do capital social: Rui Manuel Pereira Marques 29,9%; Roberto Artur Da Luz Carneiro 26,7%; Maria Francisca Castelo Branco de Assis Teixeira 21,7%; Gonçalo Nuno Cavaca Gil 5,8%; Félix Edgar Alves Pinéu 5,8% Periodicidade Mensal Depósito Legal n.º 510787/91 Nº ERC: 114179 Sede da Redação e do Editor Tv. das Pedras Negras, nº 1 - 4.º 1100-404 Lisboa Tel.: 218 854 730 Estatuto Editorial Disponível em www.forum.pt

Gerência Rui Marques Gonçalo Gil Félix Pinéu

Entrevista a Tcherno Baldé, vencedor do Prémio António Brandão de Vasconcelos 2023

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SUMÁRIO

#22 Os jovens e o movimento climático

O romance de Laura Nowlin é um fenómeno do TikTok e agora pode ser teu. A Forum e a Editorial Presença têm 3 exemplares para te oferecer. Descobre como participar no Instagram da Forum Estudante. Participa no Instagram da Forum Estudante!

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Revista Forum Estudante | Novembro de 2023 | Edição n.º 355 | Mensal | Diretor: Gonçalo Gil · Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

Música Viaja pelos 40 anos de rap em Portugal

Quando os jovens “lutam pelo futuro” Falámos com ativistas para saber mais sobre o movimento climático.

IEFP Um Portugal de excelência no EuroSkills

James Arthur em entrevista

“Espero que se sintam inspirados pelo meu caminho”

06 Escolas Ubuntu Celebrar a comunidade 08 Internet Segura Lê antes e clica depois! 10 Gaming Quatro novos lançamentos 12 Entrevista A vida de Tcherno 14 Cinema Novidades para novembro 16 Fama James Arthur à conversa com a FORUM 19 Música Quatro décadas de rap 24 IEFP A participação nacional no EuroSkills 30 Desporto Modalidades para o inverno 31 HorosCópos Olha a previsão quentinha!

O movimento climático tem vindo a ganhar destaque, sendo uma presença repetida nos meios noticiosos. A FORUM apresenta-te os pontos de vista de duas jovens ativistas que pertencem à Greve Climática Estudantil.

Revista Forum Estudante #355 // Nov 2023 // e-mail: geral@forum.pt // www.forum.pt


As férias de Natal estão a chegar! O 1.º período termina a 15 de dezembro, com o regresso às aulas marcado para 3 de janeiro de 2024. ©CM Coimbra

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5 | Forum Estudante | nov’2023 /Escolas

Teach for Portugal em Castro Marim Como incentivo à redução das desigualdades ao nível da educação, o Município de Castro Marim, em colaboração com a Verdelago e a Associação Teach For Portugal, assinou um protocolo que marca o início do programa de Desenvolvimento de Liderança Teach for Portugal, em Castro Marim. Esta iniciativa de

Durante o ano letivo 2022/2023, a Guarda Nacional Republicana registou

140

©CM Sines

dois anos procura auxiliar e organizar atividades pedagógicas para os alunos do 2.º e 3.º ciclo da Escola de Castro Marim. Esta tarefa ficará a cargo de um mentor que irá explorar “áreas como a gestão emocional, a liderança, a metacognição e a consciência do eu”.

crimes de bullying e ciberbullying em escolas. A GNR realizou

1.285

TUMO: o novo projeto de ensino em Portugal que nasce em Coimbra A cidade de Coimbra recebeu um novo programa educativo complementar ao ensino regular e totalmente gratuito. TUMO, o primeiro centro de tecnologias criativas na península ibérica, procura revolucionar o método de aprendizagem dos alunos através do incentivo à sua autonomia. A partir de outubro, cerca de mais de mil alunos terão a oportunidade de explorar os seus interesses e conhecer oito áreas diferentes.

ações de sensibilização durante o mesmo período. As iniciativas da GNR envolveram

52.652 crianças, jovens e adultos em contexto escolar.

Escolas de Sines e Município recebem o Galardão Eco-Escolas

Fonte: GNR

Na comemoração “Dia Bandeiras Verdes | Galardão Eco-Escolas”, que ocorreu em Braga, no dia 13 de outubro, o Município de Sines, a Escola Vasco da Gama e a Escola Secundária Poeta Al Berto foram contemplados com o Galardão Eco-Escolas. Este prémio surge como forma de distinção pela responsabilidade crescente na adoção de práticas sustentáveis durante o ano letivo 2022/2023.

Sabe mais aqui!

SCAN

Queres divulgar alguma atividade da tua escola? Envia-nos um email para geral@forum.pt!

“A Hora dos SuperQuinas” promove a prática desportiva nas escolas Para incentivar a prática de exercício físico e contrariar o sedentarismo, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) levou o programa “A Hora dos SuperQuinas” a 300 escolas em Portugal. A parceria entre as escolas, os municípios e as associações distritais e regionais de futebol fez chegar este desafio a um público de crianças entre os 6 e os 10 anos, convidadas a praticar desporto durante as suas atividades extracurriculares. A Federação Portuguesa de Futebol acrescenta ainda que o seu objetivo para 2030 “passa por alcançar 400.000 praticantes de futebol, futsal e futebol de praia em Portugal”.


6 | Forum Estudante | nov’23 /Escolas Ubuntu

Ubuntu Fest Gaia. Celebrar pontes e fortalecer a comunidade Nos dias 6 e 7 de outubro realizou-se mais uma edição do Ubuntu Fest Gaia, uma iniciativa enquadrada no projeto Ubuntu no Bairro, do Instituto Padre António Vieira (IPAV) e no programa Meu Bairro, Minha Rua, da Câmara Municipal de Gaia. Foram dois dias de celebração, com 20 horas repletas de programação, dez atividades diversas para a comunidade e 25 palestrantes convidados de oito nacionalidades diferentes!

A partir da inspiração e energia Ubuntu, esta edição do Ubuntu Fest Gaia celebrou as pontes e fortaleceu o espírito da comunidade gaiense e Ubuntu. O evento trabalhou as quatro dimensões do projeto Ubuntu no Bairro (Escolas, Empresas, Famílias e Comunidade) com atividades pensadas e desenhadas especificamente para cada público. Nas Escolas Ubuntu, o mote foi dado a 3 de outubro, a partir da campanha de promoção de sorrisos. A equipa do IPAV distribuiu caixas de correio Ubuntu pelas Escolas com um objetivo: espalhar a magia Ubuntu, desafiando toda a comunidade escolar a experimentar e conhecer a alegria de ser Ubuntu. Todos os interessados deviam

escrever palavras amigas e de ânimo a quem mais precisa e, posteriormente, deixar o seu postal na caixa. Todas estas mensagens coloriram as paredes do Auditório Manuel Menezes de Figueiredo durante o Ubuntu Fest Gaia e agora serão entregues em lares, hospitais ou associações.

Um dia para debater os ecossistemas relacionais

A primeira manhã do Ubuntu Fest Gaia foi dedicada à conferência internacional “Da Escola Ubuntu ao Bairro Ubuntu, como construir um ecossistema relacional”, para debater o papel e as tipologias de relação entre os diversos atores sociais na construção de uma sociedade mais coesa e uma

democracia mais participada. Esta conferência trouxe como oradores um painel de convidados nacionais e internacionais que partilharam as suas visões sobre a construção de comunidades relacionais a partir de diferentes disciplinas e latitudes. Destaque para convidados como Lyndon Rego (CoMetta EUA), Godwin Khosa (África do Sul), Fernando Pinto (Vereador da Câmara Municipal da Praia, Cabo Verde), Luis Roldan (ALU México), José Carlos Mota (Universidade de Aveiro), António Cunha (FEDAPAGAIA) e Dário Silva (Vereador da Câmara Municipal de Gaia). À tarde, o Solar Condes de Resende foi preenchido com um ciclo de workshops Ubuntu. Estes momentos

Sabe mais sobre a ALU em academialideresubuntu.org


7 | Forum Estudante | nov’23 /Escolas Ubuntu

formativos foram pensados para desenvolver competências relacionais a partir de diferentes abordagens. Os participantes puderam, por exemplo, conhecer o projeto “Ubuntu Round Table”, um programa focado na promoção de relações de proximidade entre os jovens e a polícia em Londres, para diminuir a criminalidade juvenil e melhorar os serviços prestados pela polícia. Mohamed Al Nasser e Perla Tannous, delegados do Ubuntu United Nations, trouxeram uma conversa sobre a realidade dos seus países (Jordânia e Líbano) e qual tem sido o contributo do Ubuntu nas suas missões de promoção da dignidade Humana. O dia terminou com um momento repleto de inspiração! Um grupo de

educadoras Ubuntu, depois de dois fins de semana imersivos a trabalhar a sua história de vida e de propósito enquanto profissionais, partilharam no Seminário Vidas Ubuntu as suas histórias. O Bairro esteve em festa! O último dia do Ubuntu Fest Gaia reuniu a comunidade no jardim Soares dos Reis, para uma tarde repleta de festa! Houve música, hora do conto, tertúlia, exercício físico, concerto dos Disco Voador, partilha de Vidas Ubuntu, atividades para miúdos e graúdos e até porco no espeto. Na Escola Secundária António Sérgio, os pequenos grandes Líderes Ubuntu trouxeram a sua sabedoria e alegria até ao Ubuntu Fest! No primeiro

Congresso ALU Júnior, pais, educadores e crianças falaram do impacto e resultados do projeto verificados no desenvolvimento socioemocional, no clima da escola e nas relações entre todos os intervenientes.

Podes saber mais sobre as Escolas Ubuntu aqui:


8 | Forum Estudante | nov’23 /Centro Internet Segura Publirreportagem

Centro Nacional Centro Nacional de Cibersegurança de Cibersegurança PORTUGAL PORTUGAL

Arranque da 2.ª fase da campanha

#LerAntesClicarDepois No dia 30 de outubro, no âmbito do Fórum das Competências Digitais, que decorreu no Porto, foi apresentada a 2.ª fase de #LerAntesClicarDepois e exibido um vídeo sobre Phishing, o primeiro de 10 vídeos curtos de animação, que abordam temas variados. A iniciativa do Secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa, Mário Campolargo, e do Centro Nacional de Cibersegurança, à qual o Centro Internet Segura também se associa pretende reforçar, junto de todas as pessoas e organizações,

a informação sobre o bom uso do ciberespaço. A 1.ª fase da campanha decorreu durante o mês de maio, em parceria com a RTP, o Centro Internet Segura, Instituições de Ensino Superior, municípios, empresas, tais como os CTT, o Metro de Lisboa, a Microsoft e a TAP, bem como organismos de Administração Pública. Chegar a todas as pessoas, independentemente do seu nível de literacia digital, através de meios de comunicação como a imprensa e as redes sociais esteve na base da campanha pedagógica

e multiplataforma, fruto de um trabalho conjunto com o Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço. Através de uma brochura informativa, cartões com mensagens de alerta e um kit de vídeos curtos em formato de animação, que abordam o phishing, o smishing, o vishing, a extorsão sexual, o cyberbulling, as compras online, as redes sociais, entre outros, #LerAntesClicarDepois quer ter expressão nacional e chegar a pessoas de todas as idades, alertando-as para os perigos e as ameaças associadas ao mundo digital.

SCA N

Vê os vídeos:

Lê a brochura:


9 | Forum Estudante | nov’23 /Deco Jovem Publirreportagem

O O OSitestar.pt Sitestar.pt Sitestar.ptestá está estáde de devolta! volta! volta! O concurso da DECOJovem que te dá oportunidade de criar um site numa área do teu interesse está de volta. Mostra a tua criatividade e ganha prémios! Sabe tudo aqui.

Que escalões existem no Sitestar? Escalão 1 – Alunos com idades compreendidas entre os 12 e 14 anos e/ou a frequentar o 7.ª, 8.º e 9.º ano letivos. Escalão 2 – Alunos com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos e/ou a frequentar o ensino secundário regular, profissional e de aprendizagem.

PRÉMIOS 1.º lugar – Trotinete elétrica para cada elemento da equipa 2.º lugar – Drone para cada elemento da equipa 3.º lugar – Coluna de som para cada elemento da equipa O Sitestar.pt, uma iniciativa DECOJovem com a parceria do .PT, dá a oportunidade aos jovens para criarem sites com conteúdos digitais nas suas áreas de interesse, utilizando a Internet de uma forma criativa, inovadora e segura. O Sitestar.pt é uma excelente oportunidade para os jovens serem autores, criarem os seus próprios conteúdos e divulgarem ideias, atividades e projetos em que estão envolvidos. Por outro lado, as escolas também podem dar a conhecer o seu trabalho!

Quem pode participar?

O Sitestar.pt está aberto a todos estabelecimentos de ensino públicos e privados portugueses, bem como organizações ou entidades que desenvolvam projetos em contexto de

educação informal que envolvam os jovens. Está também aberto aos alunos das 25 escolas portuguesas no estrangeiro. Existem vários escalões em que podes concorrer (ver caixa) e diferentes categorias a concurso. Os participantes da Categoria 1 “Escola mais digital” podem criar sites de projetos educativos das escolas, sobre áreas de conhecimento ou de cidadania e atividades específicas na escola que envolvam estudantes. Alguns exemplos são sites de trabalhos e projetos das disciplinas, sites de clubes escolares ou sites de jornais, rádios ou canais de televisão da escola, por exemplo. Já na Categoria 2 “Com Talento faz a diferença”, os participantes podem ciar sites sobre as várias atividades em que participem, seja a partir da escola ou da sua comunidade. Sites

sobre grupos de teatro, pintura, bandas de música, atividades desportivas ou sustentabilidade ambiental são apenas alguns dos exemplos.

Atenção aos prazos!

Numa primeira fase, a inscrição da equipa e apresentação da proposta de site pode ser feita até dia 15 de dezembro de 2023. A lista das propostas selecionadas, que irão receber o voucher 3 em 1 (ferramentas para construção do site) será divulgada a 12 de janeiro de 2024. As equipas terão até 12 de abril para construir e apresentar os sites nomeados nas diferentes categorias.

SCAN

Sabe tudo sobre o Sitestar.pt aqui!

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10 | Forum Estudante | nov’23 /Gaming

4 novos jogos na tua wishlist A quadra natalícia é habitualmente estratégica para a indústria dos videojogos, que procura ver os seus títulos mais recentes embrulhados em papel de presente, mesmo que seja digital. Conhece alguns dos principais lançamentos do último trimestre do ano que podem entrar na tua lista de desejos.

Lords of The Fallen

Assassin’s Creed Mirage

Os leitores e leitoras que acompanhem de perto o universo gaming podem pensar: “Mas o Lords of the Fallen não é um jogo de 2014?”. Sim, é verdade – e não é todos os dias que um jogo é lançado com o mesmo nome de um título anterior. Contudo, a versão de 2023 é muito diferente do videojogo lançado há 9 anos. Enquanto o jogo original não apostou na inovação, limitando-se a tentar aproveitar o sucesso dos títulos Dark Souls, a versão de 2023 acrescenta a essa base soulslike mecânicas de jogo adicionais e um maior número de classes que resulta em diferentes estilos de jogo, por exemplo.

Assasin’s Creed Mirage foi anunciado como um regresso às origens desta série criada em 2007 pela Ubisoft. Para além de se tratar de regresso geográfico ao Médio Oriente – com o jogo a ter lugar em Bagdade – Mirage trazia também consigo a promessa de dar protagonismo às mecânicas de stealth que popularizam esta série. O jogador ocupa o papel de Basim, um ladrão de rua que viveu em Bagdade durante o século IX. O parkour é outro dos elementos que está de regresso, levando a Ubisoft a descrever o título como “um tributo ao jogo original”.

Alan Wake 2

Avatar: Frontiers of Pandora

O título Alan Wake 2 dá continuidade à história iniciada em 2010 com um título que ofereceu aos jogadores uma viagem pelo universo do thriller psicológico. Alan Wake conta a história de um escritor com um bloqueio criativo que decide viajar com a esposa até uma pequena localidade e que tem de lidar com elementos sobrenaturais como humanos, animais e objetos possuídos por uma “escuridão”. A sequela acrescenta a esta base de ação e aventura uma dinâmica de survival horror e mistério, com os jogadores a poderem controlar também a agente do FBI Saga Anderson.

Os fãs da série Avatar têm agora a possibilidade de viver como um Na’vi que habita uma região do planeta Pandora. O jogo assumese como pertencendo ao género ação-aventura na primeira pessoa, sendo que o enredo não tem nenhuma ligação aos filmes. Com um grande foco nas mecânicas de shooter, Avatar: Frontiers of Pandora cruza elementos das duas civilizações – humanos e Na’vi – para diversificar a sua dinâmica de combate, merecendo comparações com as séries Far Cry e The Division.



12 | Forum Estudante | nov’23 /Entrevista

TCHE Tcherno Amadu Baldé

vencedor do Prémio António Brandão de Vasconcelos 2023

«Sou um produto de um projeto de família, de um esforço coletivo»

Tcherno Amadu Baldé nasceu e cumpriu o seu percurso escolar na Guiné-Bissau. Veio para Portugal para estudar no ensino superior e aí teve o primeiro contacto com a Academia de Líderes Ubuntu. Agora, com o Prémio António Brandão de Vasconcelos (ver caixa), vai cumprir um sonho e prosseguir os estudos, seguindo um doutoramento. Em conversa com a FORUM, Tcherno partilhou o impacto da filosofia Ubuntu na sua vida, contou-nos sobre o seu percurso e falou dos seus objetivos. Como te sentes depois de vencer o prémio António Brandão Vasconcelos? Sinto-me bem. Agora melhor, inclusive já comecei o doutoramento, que tem estado a corresponder às minhas expectativas. Estou muito feliz por ter recebido o prémio que me permite ter a possibilidade de concretizar este sonho.

da Universidade Nova de Lisboa. Nessa altura, conheci alguns jovens guineenses, pessoas que procurava como referência para obter dicas e ajudar na minha integração, que estavam a participar na Academia de Líderes Ubuntu (ALU) e me falaram dos fins de semana de formação, e partilharam as suas experiências.

O valor do prémio vai ajudar-te nessa concretização? Certo. Vai ajudar a financiar o doutoramento que é um projeto de vida. O impacto deste prémio não será só sentido agora, mas também posteriormente.

“Sou um produto de um projeto de família, de um esforço coletivo. Todos se aplicaram e contribuíram à sua maneira, com a parte motivacional e financeira”

Quando é que a Academia de Líderes Ubuntu (ALU) entrou na tua vida? A Academia Ubuntu entrou na minha vida a partir da faculdade. Sou da Guiné-Bissau. Entrei para licenciatura em 2012, em Ciência Política e Relações Internacionais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH)

Foi assim que fui tendo conhecimento. Eram pessoas que falavam com grande entusiasmo, quis conhecer e

saber mais e fui à procura, entrando na quarta edição da academia. O que te levou a juntar à ALU? Era a oportunidade de poder estar com outras pessoas, mas não só isso. Pelo impacto, valores de que falavam e eram transmitidos na Academia, pelas figuras de referência que tinha – como Nelson Mandela ou Martin Luther King Jr. – e pelas origens da filosofia “Eu sou, porque tu és”. Tudo isso fez com que quisesse descobrir mais. Sentes que juntares-te à ALU ajudou no teu processo de integração em Portugal? Ajudou porque tínhamos a possibilidade de conhecer outros jovens de origem migrante. Era um lugar de encontro, onde podíamos encontrar pessoas de backgrounds diferentes. Depois, reuníamos em grandes ou pequenos grupos de trabalho e isso obviamente que


13 | Forum Estudante | nov’23 /Entrevista

ERNO “Ver o impacto das Academias de Líderes Ubuntu nas escolas é gratificante”

ajudou no processo de integração, conhecer pessoas, não só de Lisboa, mas de vários pontos do país.

educação convencional, a educação religiosa muçulmana também esteve muito presente na minha vida

Que impacto sentes que teve na tua vida? Acho que veio reforçar algumas convicções, na forma como tinha de ver o mundo como espaço para todos e onde todos possam ter lugar. Como um espaço de construção de pontes. Deume ferramentas e inspiração através da metodologia, conteúdos e pessoas. Uma vez que a academia valoriza muito o poder das histórias de vida, tínhamos oportunidade de conhecer histórias de vida incríveis em termos de superação pessoal, o que nos inspira. Posso dizer que me assumi como embaixador do projeto. Fui um grande divulgador e incentivei outros jovens a entrar na Academia e a fazer a formação. Ver o impacto da academia nas escolas é mesmo gratificante. Acaba por ser uma vivência.

O esforço coletivo da tua família inspirou-te ao longo do teu percurso educativo? Correto. Sou um produto desse projeto de família, desse esforço coletivo. Todos se aplicaram e contribuíram à sua maneira, com a parte motivacional e financeira.

Fala-nos um pouco do teu percurso até vires para Portugal. Nasci e cresci na Guiné-Bissau. No seio de uma família grande, sou o mais novo de 9 irmãos. Tive a sorte de estudar em boas escolas da Guiné do 1º ao 12º. Os esforços financeiros da família, como eu era o mais novo, foram concentrados em mim. A par da

Como eras enquanto aluno? Do 1º ano até ao 6º ano fui um bom aluno. Depois, houve um período entre o 7º e 8º ano mais complicado. Era uma pessoa mais introvertida e não era fácil com as mudanças. Demorei-me a adaptar a uma nova realidade, passei de uma escola para um liceu e havia um medo dessa realidade. Desviei-me dos meus objetivos, faltando às aulas, discutindo com professores… Foi um período marcante. Que serviu de viragem e ganhei consciência dos esforços da minha mãe. Quais os teus planos para o futuro? A curto prazo, é mesmo concluir o doutoramento e continuar a trabalhar com a ALU. São estes os objetivos a curto-prazo. A longo prazo, gostava muito de voltar à Guiné-Bissau.

Tcherno Amadú Baldé venceu Prémio António Brandão Vasconcelos 2023

Depois de Fatu Banora ter, em 2022, sido a primeira laureada do Prémio António Brandão Vasconcelos, em 2023, Tcherno Amadú Baldé foi o vencedor da segunda edição. O galardão criado pelo Instituto Padre António Vieira (IPAV) e pela Academia de Líderes Ubuntu (ALU) tem como objetivo promover a educação superior de jovens líderes Ubuntu, incluindo um apoio no valor de 5 mil euros para dar continuidade aos estudos. A entrega do prémio realizou-se no dia 20 de setembro, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.


14 | Forum Estudante | nov’23 /Cinema

Regresso a universos familiares no grande ecrã O mês de novembro fica marcado pela estreia de As Marvels e de The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes, do mundo dos Jogos da Fome, que estreiam a 9 e 16 de novembro, respetivamente. As Marvels

A capitã Marvel está de regresso ao grande ecrã e não vem sozinha. Acompanhada por Kamala Khan (Iman Vellani) e pela Capitã Monica Rambeau (Teyonah Parris), Carol Danvers, a Capitã Marvel, tem uma nova ameaça pela frente. Esta equipa improvável vai ter de defrontar Dar-Benn, uma

guerreira da civilização Kree que está a tentar recuperar o seu planeta-natal depois deste passar por uma guerra civil.

Contudo, há um problema para o trio. Enquanto explorava um wormhole associado aos Kree, os poderes de Monica Rambeau ficam interligados aos de Carol Danvers e da Ms. Marvel, Kamala Khan. Nenhuma pode usar os seus poderes sem trocar de lugar fisicamente com a outra. Para as (tentar) ajudar, surge o velho aliado Nick Fury (Samuel L. Jackson). Fury que agora comanda a estação espacial S.A.B.E.R, operada pelas raças humanas e Skrull, de forma

a proteger a humanidade de ameaças intergalácticas. Mas será que Fury tem a chave para impedir este jogo de trocas entre as três protagonistas? Este é mais uma adição ao vasto Universo Cinematográfico Marvel, juntando as histórias de três séries (Wandavision, Ms. Marvel e Invasão Secreta) e de um filme (Capitão Marvel). Estreia no dia 9 de novembro nos cinemas e tem a realização de Nia DaCosta (Candyman).

Antes de Katniss

Corialanus Snow antes deste chegar à presidência dos fragmentados EUA, depois de uma sucessão de conflitos e desastres ecológicos levar ao colapso da civilização. Agora, os estados estão divididos em distritos e respondem ao Capitólio, potência nuclear e vencedor de uma

Na semana seguinte, dia 16, passamos de aventuras interdimensionais e intergalácticas para o planeta Terra, mas numa versão que não iríamos reconhecer. The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes leva-nos de volta a Panem, agora antes de Katniss Everdeen nascer e incitar a revolta. Desta vez, vamos acompanhar um jovem

longa guerra que levou à submissão dos restantes distritos ao seu poder. Francis Lawrence, realizador de três filmes da saga original (Em Chamas e A Revolta Partes I e II), regressa para dirigir a longametragem e o filme conta ainda com as participações de Peter Dinklage (Game of Thrones) e Viola Davis (Vedações e A Mulher Rei).



16 | Forum Estudante | nov’23 /Fama

Entrevista a James Arthur

«O que mais aprendi nos últimos anos é o quão resiliente sou»

Nascido em Middlesbrough, no norte de Inglaterra, James considera-se um homem normal. Gosta de ver desporto no seu tempo livre e consumir entretenimento, tem também uma sala de gaming onde já fez streaming e joga sobretudo FIFA.


17 | Forum Estudante | nov’23 /Fama

Enquanto artista, desde que lançou as suas primeiras canções em plataformas online e venceu a edição Britânica do X Factor, James diz ter crescido, com a indústria musical a mostrar-lhe o quão resiliente é. Em conversa com a Forum falou sobre o que mudou nesta década de carreira, o que lhe reserva o futuro, as inspirações para este álbum, deixou um conselho para os nossos leitores e abordou uma das suas maiores preocupações: a saúde mental. Passaram quase 11 anos desde a vitória no X Factor. O que mudou no James enquanto pessoa e artista desde então? O que mudou em mim desde há 11 anos? Claro, como toda a gente, experiência de vida no trabalho. Ganhei maturidade. Esta indústria ensinou-me muito sobre a minha personalidade e resiliência, e o quanto eu consigo aguentar. Penso que aquilo que mais aprendi nos últimos anos é o quão resiliente sou. Houve alguns momentos em que poderia ter feito uma longa pausa e eu nunca fiz, continuei a trabalhar. Estou orgulhoso disso. Porque agora consigo ver e sinto que está a dar frutos, e estou a conseguir o respeito que nunca pensei vir a ter. Espero que aqueles que têm acompanhado a minha jornada se sintam inspirados pelo meu caminho e sintam que, no final, trabalhar no duro é recompensado.

Em entrevistas, referiste como o álbum anterior “It all makes sense in the end” era um conjunto de coisas que dirias a ti mesmo quando eras mais novo. O que podem os teus fãs esperar do teu próximo álbum? Este é um álbum sobre desgosto e amor. É sobre todas as maneiras de amor, como gostar de ti, da tua família, da tua comunidade. Tornou-se neste tipo de obra porque queria fazer o clássico álbum cantor/compositor, porque o álbum anterior, em termos de som, foi mais experimental devido ao isolamento da pandemia. Aqui, pude voltar a fazer um som mais orgânico, mais cru e o desgosto é algo que vem facilmente até mim. “Bitter Sweet Love” é sobre o doce e o amargo da vida. Uma versão acústica do tema “Blindside” já está disponível em todas as plataformas. Podes falar-nos do que te inspirou para o escrever? Novamente, foi o desgosto. Adoro músicas tristes mas que têm letras que te fazem sentir feliz e queres dançar ao som delas. Foi esse tipo de melodia que inspirou a letra. Como é que é o teu processo de escrita? Depende. Penso que 70% das vezes a melodia vem primeiro, se acho que a melodia é boa, penso que posso meter as palavras e as emoções

certas. Começa com acordes no piano ou noutro instrumento. Sigo o sentimento primeiro e as palavras vêm depois. Pelo menos para mim. Por exemplo, posso estar a ver um filme e apanho uma palavra ou uma frase que me fica na cabeça. No caso de “Blindside”, foi uma frase e achei “isto é uma frase bonita para fazer uma canção acerca da mesma”. Tens momentos onde estás na tua vida diária e de repente te surge uma ideia? Sempre. Já aconteceu estar num voo de 12 horas e começo a trautear uma melodia. Gosto disso acerca do meu cérebro (risos). Como é atuar em Portugal? Ontem foi uma noite quente para atuar em Portugal (atuação de James nos Globos de Ouro). Estava muito calor. Portugal é um país bonito, cheio de pessoas bonitas. É sempre inspirador e tem um bom ambiente para fazer espetáculos. Os públicos são sempre ótimos. Adoro. Sinto Portugal quase como uma segunda casa. Quando não estás a tocar / compor, quais são os teus hobbies? Sou um homem típico. Vejo muito futebol. É a típica resposta. Muito desporto, futebol, boxe, artes marciais. Adoro comédia, filmes. Consumo muito entretenimento.

«(…) quando era criança, a saúde mental era um tema que não se abordava muito e falar sobre os teus sentimentos era visto como uma fraqueza. É bom ser-se forte e resiliente, mas falar sobre as tuas fragilidades demonstra muita bravura»

THE IMPOSSIBLE


18 | Forum Estudante | nov’23 /Fama

Numa entrevista em 2021 com o James Corden, estavas na tua sala de gaming. Podemos assumir que também és um gamer? Sobretudo FIFA. Durante o isolamento, fiz muitas streams enquanto jogava FIFA. Comecei a jogar de novo recentemente, agora que sou pai não posso jogar tanto. Não joguei durante cerca de 18 meses e agora quando a minha filha vai para a cama cedo, dorme a noite toda e assim já tenho tempo para jogar (sorri). Também preciso de voltar a jogar Call of Duty, sinto que estou a ficar para trás nos outros jogos. Tens falado da importância da saúde mental dos artistas e do acompanhamento dos mesmos devido ao stress da indústria musical. Achas que estão a ser feitos progressos nesse sentido? Sim. Acredito que quanto mais as pessoas falarem acerca desses problemas, sobre a sua saúde mental, o estigma que está associado vai desvanecer. Essencialmente, quando era criança, a saúde mental era um tema que não se abordava muito e falar sobre os teus sentimentos era visto como uma fraqueza. É bom ser-se forte e resiliente, mas falar sobre as tuas fragilidades demonstra muita coragem. Parece que já é mais aceite. Penso que ainda há um grande

caminho a percorrer para toda a gente compreender. Pessoas que não compreendem coisas como depressão não podem dizer só “tens de seguir em frente”. É muito fácil para alguém que nunca passou por isso dizê-lo. O que vem a seguir a Bitter Sweet Love? Já tens algo pensado? Quais são as tuas expectativas para o futuro? Vou escrever o próximo álbum este ano. Vou terminá-lo ainda antes de dezembro. Vou escrever durante só dois meses, fazer um projeto. Não sei sobre o que vai ser, mas tenho muitas ideias que vou transpor para o papel e gravar. O ímpeto irá continuar e vou fazer uma tour mundial a partir do próximo ano, mas quero ter o próximo álbum gravado no final do próximo ano ou no início de 2025. Tens algum conselho para jovens que querem seguir música ou para os estudantes que nos leem? É tão complicado dar conselhos para além daqueles clichês. Confia nos teus instintos, para mim, [o melhor conselho] foi sempre seguir a minha intuição. Se és alguém que gostas do que fazes e te sentes bem quando o estás a fazer, é o que deves seguir. No que toca a arte, a mesma a coisa, tens de te saber ouvir. É tornares o sentimento na melhor versão daquilo que consegues fazer.

«Bitter Sweet Love é sobre o doce e o amargo da vida. Pude voltar a fazer um som mais orgânico, mais cru e desgosto é algo que vem facilmente até mim”

«Espero que aqueles que têm acompanhado a minha jornada, se sintam inspirados pelo meu caminho e sintam que, no final, trabalhar no duro é recompensado»


19 | Forum Estudante | nov’23 /Música

Hip-Hop, it don’t s top! 40 anos de rap em Portugal Ricardo Farinha, jornalista e fã da cultura hip-hop, editou o livro Hip-Hop Tuga: Quatro décadas de rap em Portugal. Nele, conta-nos as histórias dos vários intervenientes que, de 1983 até ao presente, fizeram desta cultura aquilo que ela é hoje. De um início humilde, em bairros da periferia, até ao domínio dos charts mundiais, a jornada da cultura hip-hop e a sua afirmação são um interessante caso de estudo. A FORUM procurou ir falar com o autor deste livro, bem como com alguns intervenientes diretos na cultura, para que pudéssemos perceber melhor o trajeto desta cultura até ao topo.


20 | Forum Estudante | nov’23 /Música

O hip-hop chega a Portugal em duas fases. A primeira, por volta de 1984, dá-se pela mão do breakdance. Por conta do lançamento de filmes com o Beat Street, Portugal foi contagiado pela febre mundial à volta do breaking. Contudo, não havia ainda a noção de que este estilo de dança fazia parte de uma cultura mais abrangente.

Djamal

A moda foi passageira. Mas serviu para plantar a semente que fez de Portugal um terreno mais fértil para a chegada do hip-hop em grande força pouco tempo depois. No final dos anos 80, o movimento chega mais a sério a Portugal, ainda que informalmente. “1994 é o ano dos primeiros discos”, começa por contar à FORUM Ricardo Farinha. “Mas eu quis também contar a história que os antecede para percebermos melhor como é que chegámos a esses álbuns em 1994”, acrescenta.

Black Company

Essa história anterior a 1994 é a de uma geração de jovens adultos e adolescentes, muitos descendentes das antigas colónias, que, numa primeira fase, se mobilizava para fazer rap em zonas como o Miratejo, em Corroios. De um modo informal, foram surgindo grupos que faziam música juntos e gravavam algumas maquetes, mas ainda sem acesso a grande material de estúdio. Mais tarde, os jovens rappers da capital reuniam-se nas festas do Trópico, um armazém nas traseiras da estação de comboios de Santos e por lá faziam rap, sendo o público composto maioritariamente por outros rappers. Com o beatbox a servir, muitas vezes, de instrumental (por falta de acesso a melhores condições), estas festas, organizadas por um jovem Boss AC, foram um importante marco na história da nossa cultura e acabaram por ser o ponto de partida para a compilação Rapública, que levou o rap a um público mais alargado. Com o selo da Sony, esta compilação foi lançada em 1994 e juntava muitos dos nomes que atuavam nas festas em Santos. Deste álbum, surge o primeiro hit de rap nacional: Nadar, faixa do grupo Black Company. O rap tinha aqui o seu primeiro pico de popularidade em Portugal.

Rap como intervenção Apesar de um hit da dimensão de Nadar ter feito maravilhas pela popularidade do rap, para muitos,

esta faixa ter sido o destaque do disco causou alguma amargura, por considerarem que não representava a verdadeira essência da cultura. Por esta altura, em Portugal, o rap era, para além de género musical, um importante veículo para intervenção política na sociedade. Muitos dos primeiros rappers portugueses foram fortemente influenciados por grupos como os Public Enemy e pelas suas mensagens. Ainda assim, não deixa de ser curioso que a Nadar tenha ganho uma forte conotação política. O seu refrão foi utilizado como slogan político para salvar as gravuras de Foz Côa e o termo “não sabe nadar” foi até utilizado pelo então presidente da República, Mário Soares, num dos seus discursos.

Intervenção e festa

Membro dos Black Company, Bambino é uma das grandes figuras da cultura hip-hop portuguesa. Começou a rimar no Miratejo, participou nas festas no Trópico e teve uma visão privilegiada dos primeiros passos mais firmes do rap em Portugal, para os quais também deu um importante contributo. A questão da intervenção social versus festa aparece muitas vezes associada ao hip-hop. Mas, para Bambino, as duas coisas não têm que estar em confronto. Para ele, “o hip-hop sempre teve as duas partes”. “Se o pessoal ouvir o Geração Rasca, percebe que é um misto de consciência, de intervenção e festa”, começa por destacar. “Da minha parte e da minha experiência, eu vejo essas duas coisas como paralelas e eu vim destes dois paralelos”, conclui. Na nossa conversa com Bambino, pudemos perceber não só as dificuldades enfrentadas por esta geração de pioneiros em Portugal, mas também a forma como as venceram e fizeram o hip-hop ultrapassar barreiras.


21 | Forum Estudante | nov’23 /Música

Bambino, onde se rimava na rua e se dava concertos com instrumentais de beatbox, a essência dessa época permanece: “O teu objetivo deve ser focares-te na arte e não no retorno que ela te traz”, conta à FORUM, antes de acrescentar: “Para mim, o ‘viver disto’ é poder ter tempo e disponibilidade para continuar a fazer rap. Fazer dinheiro suficiente para não ter que fazer mais nada, não é viver disto, é prosperar”.

no rap, reconheceu a sua existência apesar de não terem feito parte da sua experiência numa fase inicial. “Aqui no Algarve nunca senti nenhuma barreira. Sempre me senti em família e fui muito bem acolhida”, começa por contar à FORUM. Contudo, mais tarde, quando ganhou uma maior noção daquilo que é a indústria da música apercebeu-se que, muitas vezes, essas barreiras

Bob da Rage Sense

Acima de tudo, o rap foi crescendo de forma orgânica, com uma geração de rappers a influenciar as seguintes pelas suas mensagens e forma de ver o mundo. Foi este o caso das outras duas pessoas com quem falámos para este artigo, Tom e Lady N, dois rappers fortemente influenciados, de forma mais direta ou indireta, por esta geração de pioneiros. Tom nasceu em 1994, o ano de lançamento do Rapública. Este rapper almadense cresceu numa época completamente diferente no que ao rap diz respeito. Confessa que apenas mais recentemente descobriu a sério o trabalho do Bambino e de Black Company, mas é fácil perceber o impacto da mensagem e forma de estar do grupo na sua própria forma de pensar a cultura hip-hop. Ter crescido em Almada, um dos primeiros focos do movimento em Portugal, conta Tom, permitiu-lhe ter referências fortes no que toca ao rap. Apesar de ter nascido numa era mais profissionalizada, principalmente se compararmos com a era do

Tom e Bambino

Criar oportunidades

Lady N é uma rapper algarvia com 20 anos de rimas e muitos mais de cultura. Atraída pela sua mensagem, despertou para o hip-hop enquanto ouvinte bastante cedo. Cresceu fã de Black Company e foi inspirada pelas suas músicas que começou a escrever as suas próprias letras ainda na escola. No movimento do Algarve em que cresceu, Lady N era a única rapariga a gravar músicas e a ser parte ativa no movimento. Quando questionada sobre possíveis barreiras para uma mulher

existiam. “Quando se entra num estúdio não olham para ti, em primeiro lugar, como artista de música”, explica, acrescentando: “A tua aparência e o teu corpo também contam”.

©Ithaka

Manter a essência

Boss AC em 2005

Mind da Gap e Dealema no estúdio nos anos 90

Apesar do longo caminho percorrido, para Lady N, ainda há mudanças a fazer. E a mudança está a ser feita pelas próprias mulheres. Projetos como o coletivo Hellas servem para que as intervenientes no movimento se possam apoiar mutuamente, criando mais oportunidades para todas. “Sem esta ajuda, não seríamos chamadas para muitos dos recintos ou festivais”, conclui.


22 | Forum Estudante | nov’23 /Saberes

Movimento Climático. Quando os jovens “lutam pelo seu futuro”

O movimento climático tem vindo a ganhar destaque nas últimas semanas. As ações dos grupos Climáximo e Greve Climática Estudantil são uma presença repetida nos meios noticiosos. A FORUM explica-te a presença deste movimento em Portugal e apresenta-te os pontos de vista de duas jovens ativistas que pertencem à Greve Climática Estudantil. A Greve Climática Estudantil chegou a Portugal corria o ano de 2019, inspirada no movimento #SchoolStrikeForClimate iniciado pela ativista sueca Greta Thunberg. Durante 251 semanas, Greta passou as sextasfeiras à porta do Parlamento Sueco, em protesto para que se tomassem ações mais decisivas no combate às alterações climáticas. A primeira greve climática estudantil em Portugal aconteceu a 15 de março de 2019, com concentrações à frente de câmaras municipais de várias capitais de distrito e uma marcha em Lisboa (ver QR Code). Desde então, já se registaram mais greves climáticas, ocupações a instituições de ensino (escolas e universidades) e edifícios governamentais (Ministério

da Economia) e, mais recentemente, o lançamento de tinta a membros do Governo – o Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e o Ministro das Finanças, Fernando Medina. Matilde Ventura tem 19 anos, estuda Antropologia e faz parte da Greve Climática Estudantil. Entrou em contacto com o movimento climático nos protestos organizados na refinaria de Sines, na altura em que se preparavam as primeiras ocupações. Para contextualizar o objetivo das ações que têm sido realizadas, a jovem ativista explica que a urgência climática que estamos atualmente a viver também é causa para o aumento das desigualdades sociais e que o colapso dos ecossistemas causado pelas indústrias fósseis torna a vida na

terra insustentável. “Deveríamos estar em pânico”, sublinha a estudante. Na sua ótica, “os nossos representantes estão a falhar miseravelmente na responsabilidade que lhes foi delegada” e, por essa razão, “[estas] ações são um travão de emergência que temos de puxar”, afirma. Para Matilde, as marchas estudantis perderam massa porque “as pessoas perdem esperança ao não ver os governantes a fazer nada”, o que leva à desmotivação. Nesse contexto, ações como ocupações, acrescenta, “dão esperança às pessoas”.

Margem “para fazer mais”

Catarina Ribeiro tem 19 anos, é estudante e membro da Greve


23 | Forum Estudante | nov’23 /Saberes

“(Os políticos) continuam a colocar a economia acima das pessoas quando estamos em plena crise climática”

“(Os jovens) têm de tomar a responsabilidade de lutar pelo seu futuro e garantir que este existe”

Climática Estudantil. Para Catarina, a mensagem que está a tentar ser passada é a de que “que estamos a estudar para um futuro que nos está a ser roubado”. A jovem juntou-se ao movimento climático por viver em “pânico desde que soube o que eram alterações climáticas” e se aperceber “que ninguém fazia nada sobre o assunto”. Com estes protestos, ocupações e outras ações – como aquelas que se verificaram com o Ministro do Ambiente e o Ministro das Finanças – os ativistas querem que todos aqueles que estão a ver se apercebam que há margem “para fazer mais” e para que se consigam fazer ouvir, explicam as estudantes. Apesar destes esforços, pensam que as suas atividades não estão a surtir efeito junto dos decisores políticos, que “continuam a colocar a economia acima das pessoas quando estamos em plena crise climática”. As estudantes acusam todos os governos de falhar miseravelmente na meta de reduzir as emissões de gases estufa em 50% até 2030 e de “promessas ocas” no que toca ao cumprimento destes objetivos

Catarina, acrescentando que reações como as que aconteceram em ações do grupo Climáximo não devem ser normalizadas. Em resposta a estas situações, Matilde deixa ainda um alerta: “A violência que tem acontecido agora não é nada comparada com a violência com que nos vamos deparar em muito pouco tempo devido à crise climática”. “Esta é a década mais decisiva que alguma vez vimos na história da humanidade” é uma ideia partilhada pelas estudantes, que acreditam que os jovens têm de “tomar a responsabilidade de lutar pelo seu futuro e garantir que este existe”. Como tal, prometem aumentar o número de ações a partir de dia 13 de novembro, com ocupações convocadas para escolas, faculdades, e prometendo ir diretamente até espaços do Governo. “Se eles não cumprirem [as promessas], vamos tomar o espaço de decisão pelas nossas próprias mãos”, conta Catarina. “Por isso, é que dia 24 de novembro vamos ocupar o Ministério do Ambiente”, revela. “Não vamos ser ignorados”, completa Matilde.

A reação da sociedade

Outra das preocupações é a reação da sociedade civil, em particular, os comportamentos violentos que foi possível observar durante algumas das ações e protestos. “É pior se a violência vier da sociedade civil, porque estamos a apelar para que eles se juntem a nós”, destaca

Lê a reportagem da Forum na primeira greve climática estudantil em Portugal

“os nossos representantes estão a falhar miseravelmente na responsabilidade que lhes foi delegada”

Deputados ouvem as preocupações ambientais de jovens alunos No passado dia 10 de outubro, o Auditório António de Almeida Santos, na Assembleia da República, recebeu uma audiência com os jovens da rede “Vamos Cuidar do Planeta” da ASPEA. Os trabalhos tiveram a duração de uma hora, tempo durante o qual foi possível ouvir propostas distintas de jovens de diferentes zonas do país. As propostas apresentadas pelos alunos centraram-se em temas como o “desperdício de água”, a “biodiversidade” propondo “coberturas verdes em paragens de transportes públicos”, os “resíduos sólidos urbanos”, as “beatas no chão”, e as “embalagens de uso único”.


24 | Forum Estudante | nov’23 /IEFP Publirreportagem

Uma equipa de excelência no Campeonato Europeu das Profissões

Jovens vindos de todo o país viajaram até Gdansk, na Polónia, para participar no Campeonato Europeu das Profissões – EuroSkills Gdansk 2023. Pela primeira vez, Portugal conquistou um desempenho de excelência enquanto equipa. Sabe tudo sobre esta participação. 18 jovens, de 15 profissões diferentes, com idades entre os 17 e os 22 anos. Foi com um “grito de guerra”, ensaiado repetidas vezes e entoado com garra, que a seleção nacional das profissões assinalou a sua chegada a Gdansk, na Polónia, no início do mês de setembro. A sua missão? Representar Portugal na 8.ª edição do Campeonato Europeu das Profissões, o EuroSkills Gdansk 2023. O resultado? Fizeram com que Portugal alcançasse, pela 1.ª vez, um

desempenho de excelência enquanto equipa. Depois de se terem sagrado vencedores/as no campeonato nacional, que decorreu em Portimão no mês de março, os/as concorrentes portugueses/ as mostraram as suas competências, juntando-se a mais 600 jovens de 32 países europeus, todos em competição pela possibilidade de se tornarem os Melhores da Europa nas suas profissões.

Esta seleção conquistou o 7.º lugar no ranking de países europeus e trouxe para Portugal 3 medalhas de prata, 2 medalhas de bronze e 6 medalhas de excelência, dignificando toda a equipa envolvida e comprovando a sua competência. Tudo isto graças ao empenhamento de concorrentes, jurados, preparadores e entidades formadoras. E que também demonstra a vitalidade da Formação Profissional no nosso país.


www.iefp.pt

Queres saber mais sobre a WorldSkills Portugal e os campeonatos das profissões? Site

Instagram

Conhece os campeonatos das profissões

O IEFP, IP / WorldSkills Portugal, responsável pela representação portuguesa e pelos estágios da equipa, sublinha a participação de excelência em Gdansk, mas, acima de tudo, aplaude o facto de cada concorrente ter cumprido com o grande objetivo traçado: ter prazer na participação e orgulho no seu desempenho. A próxima etapa, para esta equipa de excelência, é a participação no Campeonato do Mundo das Profissões, que se realiza em setembro de 2024, em França, na cidade de Lyon e, desde já, a WorldSkills Portugal tem uma certeza: “Onde há competência há um caminho”!

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Os campeonatos das profissões são competições dirigidas a jovens entre os 17 e os 25 anos, que concluíram ou se encontram a frequentar um percurso de qualificação, em modalidades de educação e formação profissional, e visam demonstrar o nível individual de competências, rigor e domínio de técnicas e de ferramentas para o exercício de cada profissão a concurso. O próximo Campeonato Nacional das Profissões vai realizar-se em Santa Maria da Feira, em novembro de 2024. A inscrições decorrem no mês de março de 2024, junto das entidades formadoras/ escolas e os vencedores, nas diversas profissões, poderão vir a representar Portugal no Campeonato Europeu de 2025, na Dinamarca e no Campeonato Mundial, na China, em 2026.

O que é o EuroSkills?

Realizado a cada dois anos e organizado pela WorldSkills Europa, em conjunto com os 32 países membros, as competições do EuroSkills reúnem centenas de jovens com menos de 25 anos para competir pela oportunidade de se tornarem os Melhores da Europa nas áreas de especialização profissional escolhidas. Cada concorrente representa o melhor dos seus pares e passa por uma seleção para competir no EuroSkills depois de participar em competições nacionais realizadas nos respetivos países. No EuroSkills, e ao longo de três dias, cada concorrente tem por desafio concluir uma prova ou uma série de tarefas e projetos dentro de prazos rigorosos e sob códigos rígidos de prática competitiva. Os projetos exigem conhecimentos e capacidades técnicas complexas que cada concorrente adquire por via da formação e do treino específico para a competição internacional.


26 | Forum Estudante | nov’23 /IEFP Publirreportagem

Os participantes do Euroskills na primeira pessoa Sabe mais sobre esta equipa que participou no Campeonato Europeu das Profissões – Gdansk 2023, conhecendo as suas experiências e resultados.

MEDALHAS DE PRATA

«Emoção, adrenalina «Vale sempre a pena e gratidão» lutar pelos nossos Mário Ferreira, IEFP de Águeda, objetivos»

«Representar o meu país foi a realização de um sonho»

uben Maia, do CENFIM da Trofa R Profissão de Fresagem CNC

afael Ferreira, CENFIM de R Torres Vedras, Profissão de Mecatrónica Industrial (equipa com Vicente Antunes)

Profissão de Desenho Gráfico

Mário Ferreira conquistou, ainda, o prémio de Melhor da Nação, por ter sido o concorrente português com a pontuação mais alta.

"Participar no EuroSkills foi emoção, foi adrenalina, foi desafiante, mas acima de tudo foi gratidão por ver todo o trabalho diário e esforço recompensados. Acima de medalhas e pódios, o sentimento de dever cumprido e a evolução notória ao longo das semanas de preparação, fazem-nos acreditar que ainda há espaço para melhorar, e como se costuma dizer, às vezes não é o destino que é importante, e sim a caminhada."

"Foi uma das experiências mais marcantes que tive até aos dias de hoje. Poder ver múltiplos concorrentes de países diferentes a lutar pelo mesmo objetivo, com tanta garra e empenho, foi o que me mais deu prazer em competir. Sinceramente, não esperava conseguir a medalha de prata nesta competição devido à complexidade das provas, mas mesmo assim confiei no meu treino. O apoio que recebi de todos foi também um fator que me manteve focado durante a prova. No fim desta experiência, posso dizer que lutar pelos nossos objetivos até ao fim vale sempre a pena, pois independentemente do resultado, sabemos que demos o nosso melhor."

"Participar no Euroskills foi a realização de um sonho – representar o meu país! Focar-me para conquistar o melhor de mim. Ao participar nesta experiência conquistei, não só mais competências, mas também uma nova família, e tive a oportunidade de partilhar e experimentar novas culturas com colegas de outros países. Resta-me apenas agradecer a todos os que me ajudaram a alcançar uma outra dimensão e a dar o meu melhor, o melhor de mim!"


www.iefp.pt

MEDALHAS DE EXCELÊNCIA Tiago Costa, IEFP de Lisboa, Profissão de Receção Hoteleira Ricardo Silva, IEFP de Coimbra, Profissão de Refrigeração e Ar Condicionado Rafael Pina, CFPSA, Profissão de Serviço de Restaurante/Bar Guilherme Sousa, CENFIM de Ermesinde, Profissão de Soldadura Kyara Afonso e Constança Couto, Modatex Lisboa, Profissão de Tecnologias da Moda

MEDALHAS DE BRONZE imão Silva, CENFIM da Trofa, S Profissão de Controlo Industrial Ricardo Sousa, CENFIM de Ermesinde, Profissão de Desenho Industrial

«Uma oportunidade única que nunca irei esquecer» João Ribeiro, CEPRA Porto, Profissão de Mecatrónica Automóvel Participar no Campeonato Europeu foi uma jornada desafiadora e que me marcou profundamente. Os desafios que enfrentei foram formidáveis, conseguindo assim testar o meu conhecimento e até mesmo superá-lo. Mesmo não tendo um lugar no pódio, sendo isso uma conquista visível, consegui conquistas pessoais, ganhando confiança e experiência que moldarão o meu futuro. No final, participar no Euroskills não foi apenas baseado em competição, mas uma jornada de autoconhecimento e evolução. Foi uma oportunidade única e que nunca irei esquecer."

Os ganhos e as conquistas não se traduzem apenas em medalhas. Que o diga Joana Ripado, concorrente na profissão de Cabeleireiro:

«Foi um grande orgulho» Joana Ripado, Concorrente na Profissão de Cabeleireiro "Para mim participar no EuroSkills Gdansk 2023 foi uma grande conquista! Nunca acreditei que iria participar num campeonato nacional, quanto mais num europeu. Foram meses de muita dedicação, esforço, empenho, garra, que no final valeram cada segundo. Depois de terminar todas as minhas provas fiquei muito emocionada, ‘Como assim? Eu, Joana, representei Portugal na área de cabeleireiro!’ Foi um grande orgulho! Apesar de não ter conquistado nenhuma medalha, já fui uma

campeã por todo o esforço que tive, por ter dado o meu melhor e por ter participação no europeu, só isso, para mim, já é uma grande vitória. Foi uma semana cheia de emoções, temos uma equipa maravilhosa, com colegas incríveis sempre a apoiar uns aos outros. Com o pouco tempo de treino que tivemos, demos o nosso melhor e todos nós conseguimos brilhar. Só tenho a agradecer por toda esta experiência, foi incrível, somos e seremos sempre os melhores!"


28 | Forum Estudante | nov’23 /BP Segurança ao Segundo

Segurança na estrada? É com o BP Segurança ao Segundo O teu desafio criativo sobre segurança rodoviária começa agora! Vamos explicar-te tudo sobre esta iniciativa criada pela Forum Estudante e pela BP Portugal.

Os principais fatores de risco na estrada #1 Velocidade Excessiva

A velocidade excessiva continua a ser uma das maiores causas de acidentes no nosso país. Ao não respeitares as condições necessárias para a circulação, como por exemplo, o estado da via, do veículo ou as condições atmosféricas, estás a conduzir com uma velocidade excessiva!

#2 Condução sob o efeito de álcool ou drogas

Não deves conduzir sob influência de álcool ou drogas. Segundo o código da estrada, considera-se que circula sobre o efeito de álcool, um condutor com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5 gr/l.

#3 Não utilização de cinto de segurança

Ao não utilizares cinto de segurança podes correr o risco de, em caso de acidente, seres projetado para fora do veículo! Este dispositivo é essencial para reduzir a ocorrência de ferimentos. O BP Segurança ao Segundo é um desafio que procura alertar os jovens portugueses para a importância da prevenção e segurança rodoviária. Desde 2012, esta iniciativa tem contribuído para reduzir o número de acidentes nas nossas estradas, através de uma abordagem criativa sobre os perigos inerentes às principais causas de morte na estrada entre os jovens. A ideia é simples. Os estudantes devem formar equipas de 4 a 10 estudantes da mesma escola, coordenados por um/a professor/a, e produzir um vídeo ilustrativo desta temática. Podem participar todos os estudantes do 9.º ao 12.º ano de ensino regular ou profissional, residentes em Portugal. As equipas vencedoras terão direito a prémios, com os grandes vencedores a receberem passes para um festival de verão. Sabe mais em bpsegurancaaosegundo.pt!

EDUCAÇÃO

Sabes o que é uma condução defensiva? Prevenir, evitar e não provocar! Esta é a atitude correta para circular na estrada. Uma condução defensiva antecipa potenciais riscos para evitar acidentes. Isto quer dizer que deverás ter em atenção o teu estado físico e emocional, as condições do teu veículo, o comportamento dos outros condutores e peões e, ainda, todas as condições meteorológicas e de circulação na estrada.

#4 Uso de telemóvel durante a condução

O telemóvel é um dos principais fatores de distração na condução. Não penses que consegues fazer duas coisas ao mesmo tempo! A tua atenção deve estar centrada inteiramente na estrada.

#5 Condução em situação de fadiga ou cansaço

Tal como em qualquer atividade, também a condução pode ser condicionada pela fadiga. É fácil subestimar o cansaço ao volante, pelo que deverás prestar atenção a eventuais sintomas, como por exemplo a sensação de olhos pesados ou as reações mais lentas dos músculos.


29 | Forum Estudante | nov/23 /Justiça para Tod@s

Conhece a justiça ao raio-X O projeto Justiça para Tod@s dá-te a oportunidade de participar na simulação de um julgamento e saber tudo sobre o sistema judicial em Portugal. Vem testar os teus conhecimentos sobre Direito e Justiça! Através desta iniciativa, a Forum Estudante, em colaboração com a Abreu Advogados, convida as gerações mais jovens a pensar sobre a Lei, a Justiça e os Direitos Humanos mediante jogos de simulação em Tribunal com o apoio de um juiz verdadeiro. Se tens entre os 12 e os 18 anos, esta é a tua oportunidade!

O passo a passo para o julgamento:

#1

Reunir uma equipa com professor/a coordenador/a e escolher um dos 14 casos eleitos para julgamento

#2

Visitar a página www.justicaparatodos.net e preencher o formulário de inscrição

#3

Escolher um advogadotutor. Existem várias opções: um advogado da comunidade, um aluno finalista de direito, um exaluno de direito, um encarregado de educação que exerça advocacia, etc… Em caso de dificuldades neste passo, poderá ser nomeado um advogado-tutor da Abreu Advogados. Contactar o Tribunal da tua Comarca. Este passo corresponde à seleção do juiz disponível para participar na simulação, como também das respetivas datas e horas livres. Podes encontrar um mapa atualizado de Comarcas em justicaparatodos.net.

#4

#5

Elaborar e preparar o caso. Esta tarefa requer trabalho de pesquisa, organização e compreensão das leis.

Justiça para Tod@s

O dia do julgamento final Chegou a hora do julgamento final! Estás seguro de que já conheces a Lei? Aqui, os diferentes elementos de cada turma serão personagens por um dia: advogado de acusação e defesa, arguido, testemunha e funcionários judiciais. Este é o momento para aplicares aquilo que aprendeste sobre justiça naquele que é um dos órgãos de soberania do nosso país, o Tribunal. Espera-se que esta seja uma oportunidade para desenvolveres competências como o poder de argumentação, a procura pela verdade, o sentido de justiça e a resolução de problemas. Além disso, deverás ser capaz de expor e defender as tuas ideias e crenças sobre a Lei e os Direitos Humanos. Agora que já sabes como funciona a justiça numa sociedade democrática, vais pensar duas vezes antes de julgar os teus colegas de turma?

Sabes porque não existe pena de morte em Portugal? O programa Justiça para Tod@s divulgou um conjunto de vídeos que falam sobre algumas das principais questões em torno da justiça e do direito. Aqui podes encontrar as respostas para as perguntas mais frequentes nesta área. Acede ao QR Code abaixo para ver estes vídeos!


30 | Forum Estudante | nov’23 /Desporto

6 desportos para fugir à chuva Chegou o outono. O vento, a chuva e o frio estão para chegar e isso faz com que surja alguma desmotivação para fazer exercício. A FORUM tomou a liberdade de fazer uma lista de desportos que podes fazer indoor evitando assim qualquer intempérie. Ah… e também ficas sem desculpas para não praticar desporto.

Padel

Natação

Futebol de 7 ou futsal

Escalada

Trampolins

Basquetebol 3x3

Equipa-te, pega na raquete, chama três amigos e vai jogar padel! Este desporto de pares é muito semelhante ao ténis, sendo jogado num campo mais pequeno em tamanho e com uma particularidade: está rodeado por uma superfície de vidro. Essa superfície pode ser utilizada durante a partida, o que causa imprevisibilidade, trazendo emoção ao jogo.

Porque não fazer escalada? Sim, tens a possibilidade de o fazer dentro de portas. Neste momento, em Portugal, há pelo menos uma opção em todas as regiões do país, incluindo Açores e Madeira. Fazer escalada traz diversos benefícios físicos, como o aumento da força e da resistência, e psicológicos, ajudando a aumentar a concentração e a reduzir o stress e a ansiedade.

Podes continuar a dar os teus mergulhos fora de época. Em vez de enfrentar um mar revolto, fá-lo na segurança de uma piscina municipal. Estes equipamentos estão abertos durante todo o ano e oferecem uma grande diversidade no que toca a aulas, com diferentes estilos de natação e até a opção de natação livre. Procura na tua área de residência e descobre a oferta que tens ao teu dispor.

Que tal agarrares em família ou amigos e ir saltar em trampolins? Em Portugal já existem alguns parques de trampolins que podes utilizar mediante um preço e esta é uma atividade física que beneficia a coordenação motora, ajuda a criar resistência e musculatura e, acima de tudo, proporciona momentos de muita diversão.

Gostar de jogar futebol mas não queres apanhar uma “molha” enquanto jogas com os teus amigos? Isso resolve-se com futebol de 7 ou futsal. Em conjunto com um grupo, podem dividir o aluguer de um campo ou de um pavilhão e tens assim uma opção para praticar duas modalidades que, por serem disputadas em campos com dimensões mais pequenas, envolvem uma maior intensidade.

Praticar o mais famoso desporto de pavilhão, mas em campo reduzido também é uma opção. Quem sabe se não tens a técnica do Michael Jordan ou a eficácia do Steph Curry da linha de 3 pontos. Tens assim a opção de alugar um recinto com amigos para lançar umas bolas e fazer um jogo de alta intensidade. Os pingos de chuva não são desculpa.


31 | Forum Estudante | nov’23 /HorosCÓPOS

A castanha é tão castanha como qualquer coisa castanha.

Tipo chocolate.

Professor Esótanga traz-te um cartuchinho de novidades “quentes e boas”. O tempo é de São Martinho, mas já há quem pense nos doces do Natal. Não se preocupem: dá para todos! Recentemente, comprei uma bola de cristal 4K que vinha com um cabo HDMI e consegui ligar a Netflix. Quanto às previsões, os nativos de Sagitário vão planear um assalto a um banco, comandados por um misterioso “Professor”… Esperem aí, há aqui qualquer coisa que não bate certo.

Sagitário (22/11 a 21/12)

Passei parte das minhas férias com os Kardashians, em Saint Tropez. A Kylie Jenner e o Timothée Chalamet até me disseram que eu estava com aspeto e tal. Serve esta história para ilustrar um ótimo conselho de novo ano letivo: não acreditem em tudo o que vos contam.

Capricórnio (22/12 a 19/1)

Os nativos de Capricórnio gostam mesmo é de castanhas… de chocolate. Para quem não sabe do que se trata, são coisas com 100% forma de castanha e 100% feitas de chocolate. “As castanhas são tão castanhas como outra coisa castanha”, vai ser a justificação preferida, durante este mês.

Aquário (20/01 a 18/02)

Tendo em conta a posição de Plutão, face à rotação de Andrómeda e à luminosidade vinda de Alpha-Centauri, será melhor que os nativos de Aquário apertem os atacadores antes do intervalo. Just sayin’

Peixes (19/02 a 20/3) Os nativos de Peixes são uns românticos do outono. Adoram descer a rua, olhar os novelos de fumo que saem dos assadores de castanhas e apertar mais um botão do

casaco, enquanto sorriem para si próprios. Só não vão contar com a chuvada que vai cair a seguir.

Carneiro (21/03 a 20/04)

Quantas castanhas conseguimos comer de uma só vez? Eis a pergunta intemporal a que os nativos de Carneiro tentarão responder, no magusto da escola. A resposta virá na forma de uma grande dor de barriga.

Touro (21/04 a 20/05)

Nativos e nativas de Touro, pela última vez, digam comigo, aprendam de uma vez por todas, para que nunca mais se enganem, mas estou a falar a sério, já ninguém percebe como chegámos a este ponto, digam comigo, agora e para sempre: o nome da bebida é “jeropiga” e não “jeropinga”.

Gémeos (21/05 a 20/06)

Para os nativos de Gémeos, trago uma reflexão que pode ser muito relevante: “o verão de São Martinho são três dias e mais um bocadinho”. Daqui concluímos, amigos e amigas, que é a altura de, infelizmente, aceitar a realidade e arrumar os calções na gaveta. A saúde agradece.

Caranguejo (21/06 a 22/07)

Os nativos de caranguejo vão ter uma tendência para o pensamento introspetivo, para a contemplação da natureza e para a procura interpretativa do significado metafísico das coisas deste Mundo. No final, vão ter vontade de comer um chocolate.

Leão (23/07 a 22/08)

Mais virados para a prática, os nativos e nativas de Leão vão levar a sério a máxima “se queres algo bem feito, faz tu”, esquecendo que, infelizmente, não sabem fazer trufas marinadas em molho de ostras (acompanhamento de soufflé de presunto). O resultado não será inspirador. Compra castanhas.

Virgem (23/08 a 22/09)

Não há fome que não dê em fartura, diz-se por aí, esquecendo-se que, muitas vezes, o contrário também é verdade. Depois de um verão inesquecível, os nativos de Virgem serão os mais reticentes em abraçar a nova estação. Ainda vamos ver alguns a fazer planos para ir à praia, no meio de um temporal.

Balança (23/09 a 22/10)

O ascendente de Balança está num movimento descendente, o que tem tanto de confuso como de preocupante. O resultado será uma propensão para uma narina direita entupida e uma leve comichão naquele ponto das costas que é muito difícil de coçar.

Escorpião (23/10 a 21/11)

Quando os astros distribuíram a sorte e a fortuna para este mês, os nativos de Escorpião estavam na fila para a casa de banho. Daqui resultarão algumas complicações graves, nomeadamente três queimaduras ligeiras e duas pisadelas em poças de água.


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