Folha Independente Nº42

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Sexta-feira, 13 de junho de 2014

Entrevista

“SC é referência em inovação e empreendedorismo” Guilherme Zigelli, Diretor Superintendente do Sebrae/SC Desde novembro de 2000, Guilherme Zigelli está à frente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae/SC). Formado em Direito, foi coordenador das atividades administrativas do Juiz da 1ª Vara Civil da Comarca de Florianópolis e também coordenou as atividades administrativas de implantação do Juizado de Pequenas Causas em Santa Catarina. Advogado credenciado junto à Procuradoria Geral do Estado e advogado da extinta empresa Telesc, ocupou diversos cargos na diretoria da empresa, chegando até mesmo a presidir interinamente a Telesc na ausência do presidente e do vice-presidente. Nos anos de 1999 e 2000 foi diretor financeiro da Brasil Telecom S/A, em Brasília. Nesta entrevista concedida à Coluna Pelo Estado, da Associação de Diários do Interior (ADI/ SC), Zigelli comenta sobre a Feira do Empreendedor, que será realizada em julho, e sobre o cenário econômico para as micro e pequenas empresas de Santa Catarina.

Como estão os preparativos para a Feira do Empreendedor? Eles começaram no final do ano passado com a organização dos comitês de trabalho e a mobilização de toda a equipe do Sebrae/SC, que vem trabalhando unida para promover mais esse grande evento. A Feira será entre os dias 17 e 20 de julho, no Centrosul, em Florianópolis, e é baseada em três pilares: capacitação, atendimento/consultoria e oportunidades de negócios. Quais os objetivos e diferenciais desta edição? Este ano a feira tem o foco em inovação, portanto teremos ações inéditas. Destaco as parcerias com Facebook, Mercado Livre e Google. Além disso, teremos atrações voltadas para o Microempreendedor Individual. Outra ação inovadora é que a renda obtida pelo aluguel dos espaços será revertida para duas escolas públicas de Florianópolis, no Morro do Horácio e na Costeira do Pirajubaé. Na feira, também teremos rodadas de negócios, o Centro Sebrae de Sustentabilidade e ações ecológicas, como o uso de copos retornáveis. Qual a expectativa de participação de expositores, público e geração de negócios? Teremos 53 expositores e a estimativa é de 20 mil visitantes. A Feira não gera vendas, apenas

oportunidades de negócios. Os visitantes vão conhecer os produtos e serviços oferecidos e negociar parcerias.

para abrir novos mercados e ampliar oportunidades aos pequenos negócios. Mas, muito antes de aproximar compradores e vendedores, oferecemos cursos de capacitação para os empresários de pequenos negócios, para que eles estejam preparados para atender as demandas das grandes empresas. Dessa forma, estimulamos a competitividade das empresas e capacitamos para que elas atendam às necessidades do segmento e lucrem com isso.

Comparando com outros estados, como é a Feira catarinense? Somos pioneiros em Feira do Empreendedor. A primeira foi realizada em 1994, em Blumenau. Portanto, temos 20 anos de experiência e em mais de uma ocasião ficamos entre os premiados do concurso do Sebrae Nacional como a Melhor Feira do Brasil. Como está, atualmente, a participação do micro e pequeno empreendimento na economia de SC? O estado possui mais de 440 mil micro e pequenas empresas, responsáveis por 23% do PIB catarinense e que representam 98% da economia do Estado, gerando emprego, renda e a dinamização econômica. Existem projetos de lei parados na Assembleia Legislativa ou no Congresso Nacional e que podem impactar positivamente o segmento? Recentemente, duas conquistas importantes refletiram positivamente no segmento: o Estatuto da Microempresa, aprovado na Assembleia Legislativa, e a revisão do Simples Nacional, na Câmara dos Deputados. Em território catarinense, a aprovação do Projeto de Lei Complementar 3, de 2014, que institui o Estatuto Estadual das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e dos Microempreendedores Individuais (MEIs), amplia os benefícios concedidos aos pequenos negócios, como a participação do setor nas compras governamentais, o acesso ao crédito e o estímulo à inovação e à educação empreendedora. Já a aprovação dos deputados federais do texto base do projeto de revisão do Simples Nacional permite a inclusão de 140 atividades econômicas de micro ou pequena empresa no regime de tributação. Apesar de ainda conservador, com pouca redução tributária imediata aos novos contemplados, o texto estende o benefício a advogados, médicos, publicitários, jornalistas, entre outros profissionais, desburocratizando o pagamento de impostos, que passam a se concentrar em uma única guia, e com alíquotas menores. As alterações na Lei Geral estão entre os maiores avanços para o setor da micro e pequena empresa desde a promulgação da lei, em 2006.

Santa Catarina é o estado onde as micro e pequenas empresas têm a maior longevidade do país. Qual o reflexo disso? Com a aprovação, cerca de 500 mil micro e pequenas empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano serão incluídas no regime de tributação. Outra alteração importante é a garantia de entrada única e processo integrado para simplificar a abertura e fechamento de empresas. O sistema informatizado vai garantir a execução de processo único de registro e legalização, pelo qual as empresas de qualquer porte poderão obter, em prazo reduzido, a permissão da prefeitura para exercício de suas atividades. Também fica criado um mecanismo facilitador para a abertura e o fechamento de micro e pequenas empresas via internet. De que forma os grandes negócios que estão se instalando em SC, a exemplo da BMW, repercutem entre as MPEs? Estamos atentos a essa e outras oportunidades para que os pequenos negócios sejam fornecedores dessas empresas de grande porte. Promovemos encontros entre pequenas empresas fornecedoras e grandes empresas compradoras

Como estão os índices de formalização, endividamento e mortalidade das MPEs no estado? Santa Catarina é o estado onde as micro e pequenas empresas têm a maior longevidade do país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2012. Enquanto quase metade das empresas brasileiras fecha antes do terceiro ano de vida, em Santa Catarina 82% das empresas sobrevivem a esse período inicial. Como está o ritmo de formalização com base nos benefícios do microempreendedor individual? Temos mais de 132 mil microempreendedores individuais trabalhando legalmente no estado, é a nona melhor marca do país, apesar de o nosso estado ser um dos menores em área territorial. Além dos benefícios concedidos em todo o país, como nota fiscal, direito a aposentadoria, entre outros, os microempreendedores individuais de Santa Catarina contam com o Programa Juro Zero, que empresta até R$ 3 mil para MEIs, sem juros. Quais os reflexos de programas públicos de incentivo às MPEs? Além de ser um importante polo produtor e exportador, Santa Catarina é referência em inovação e empreendedorismo e isso é resultado do cenário favorável para o crescimento e desenvolvimento de pequenos negócios. Santa Catarina foi o primeiro estado brasileiro a ter a Lei Geral da MPE implementada em 100% das cidades, beneficiando os pequenos negócios nas compras governamentais. Juntos, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, e o Sebrae/SC também desenvolvem programas de apoio aos empreendedores, como o Sinapse da Inovação, o Startup SC e muitos outros projetos dentro do Programa Nova Economia. Dessa forma, são criadas oportunidades para o surgimento de novos negócios e para o fortalecimento dos já existentes, impactando positivamente em toda a economia catarinense.

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