Folha do Sul Gaúcho Ed. 1221 (06/05/2014)

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TERÇA-FEIRA 6 de maio de 2014

GERAL

Acidente em 2010 revoltou Carlos Acosta, uruguaio que vive em Bagé há dez anos

Um acidente ocorrido em 2010, levou Carlos Acosta, uruguaio que há 40 anos vive no Brasil, na cidade de Bagé há dez, a recorrer à Justiça para ser ressarcido dos prejuízos que sofreu. O causador do acidente foi um buraco, o qual Acosta acabou caindo dentro, com sua motocicleta. Acosta, na época, procurou a Prefeitura para reclamar os danos que obteve, tanto físicos como materiais. Ele conta que foi atendido por dois secretários, mas não foi ouvido. “Mandaram eu procurar meus direitos na Justiça. Eu fiquei indignado com o descaso. Achei uma falta de respeito. Se eu que sou estrangeiro sou tratado assim, imagina quem é

daqui?”, lembra. Entretanto, após procurar a Defensoria Pública, em 2010, Acosta entrou com um recurso contra a Prefeitura, pedindo o retorno dos valores gastos e reclamando da negligência com o cidadão. No processo, o juiz Rodrigo Granato relatou que “é incrível que uma cidade que está prestes a comemorar os 200 anos, não tenha tido tempo de causar adequadamente suas vias públicas, fato ensejador de inúmeros acidentes, afetando a integridade corporal de seus cidadãos”. O ganho da causa, em última instância, saiu para Acosta, e só então o buraco foi fechado. Cristiano Lameira

Divulgação/FS

Morador de Bagé vai à Câmara reclamar do descaso da prefeitura com população

Buraco onde Acosta sofreu acidente foi fechado dois anos após o acidente

Acosta aponta falta de respeito das políticas públicas com a população

Mesmo após o ganho na causa e o fechamento do buraco, Acosta segue tentando contato com os políticos da cidade, para mostrar que a realidade das ruas não é condizente com a quantidade de taxas e impostos pagos pelos cidadãos. “É uma falta de respeito. Essa cidade é atrasada. Eu pedi este espaço para poder falar diretamente com as pessoas que viram as costas para mim,

e que devem virar para todo mundo”, destaca. O descontentamento do morador vai além dos buracos espalhados pela cidade, nos quais ele mesmo já se acidentou. “Têm muitas coisas erradas aqui. Por que que quando cometemos uma infração somos multados e quando a prefeitura comete um ato ilegal eles não respondem por isso? Como os tachões, por exemplo”, reclama.

Acosta irá falar na Câmara de Vereadores. Diz que irá expor todos os problemas pelo qual passou, e reclamar da precariedade da cidade. “Eu quero tornar isto público, pois é um direito das pessoas. Não deveria ser necessário que o Ministério Público interviesse na Prefeitura para proteger o povo. Nós temos que procurar nossos direitos”, declara.


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