4 minute read

Principais achados

Na primeira versão deste levantamento, identificou-se que países cuja reabertura foi considerada satisfatória promoveram o retorno às aulas quando a curva de contágio estava decrescente ou estável em níveis não elevados. Nesta versão, foi possível confirmar que, com a reabertura das escolas a tendência do número de casos foi mantida*. Isso significa que não se identificou correlação entre a reabertura das escolas e um eventual aumento nos índices de transmissão comunitária. Para se ter uma ideia, dos 21 países analisados, nove tiveram retorno considerado satisfatório (Áf rica do Sul, Alemanha, China, Dinamarca, França, Nova Zelândia, Portugal, Singapura e Suécia), indicando que mesmo com a reabertura de todas as escolas, não foi registrada evolução na curva de contágio nos dois meses subsequentes. Não foi identificada uma correlação clara sobre a obrigatoriedade do retorno. Em oito países, o retorno aconteceu de forma voluntária (Áf rica do Sul, Canadá, Chile, Dinamarca, estados de Georgia e Indiana nos Estados Unidos, Índia e Itália) e em cinco países o retorno foi obrigatório (Alemanha, estados de Mississippi e Tennessee nos Estados Unidos, Nova Zelândia, Singapura e Suécia). Em quatro países o retorno começou voluntário e com o tempo tornou-se obrigatório (França, Portugal, Reino Unido e Uruguai). Países que performam bem no PISA mantiveram as escolas fechadas por menos dias, sugerindo uma valorização da agenda educacional. Além disso, essa evidência corrobora com um dos achados da primeira versão deste documento, segundo qual países com boas notas no PISA abriram as escolas antes ou junto com o comércio.

* A média da variação percentual semanal do mês anterior à reabertura das escolas foi no máximo 5% menor à média da variação percentual semanal do segundo mês de retorno às aulas.

Principais achados

As medidas sanitárias e de distanciamento social implementadas com bons resultados (agosto/2020)

permaneceram sendo adotadas ou foram intensificadas pelos governos, inclusive com investimento em financiamento para melhorar a inf raestrutura das escolas, a fim de garantir segurança aos estudantes e profissionais da educação, como foi o caso do Chile.

O uso de máscaras duplas - prática de colocar uma máscara de tecido sobre uma máscara cirúrgica

descartável -, aparece como destaque nas recomendações de saúde. Em fevereiro/2021, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA publicou estudo que demonstra que essa prática reduz em até 95% a exposição dos indivíduos às partículas aerossol que espalham o vírus.

A maior parte dos países analisados estabeleceu critérios específicos para o consumo de merenda escolar.

Dos 14 países que abordam a merenda escolar em seus protocolos, 12 estabeleceram critérios e recomendações específicas para a sua realização. Apenas dois países (Nova Zelândia e Suécia) não tiveram novas regras durante a pandemia para consumo da merenda. Monitoramento e contenção de casos isolados foi uma das principais estratégias adotadas por países cuja reabertura foi considerada satisfatória na primeira versão deste levantamento. Essa tendência foi confirmada nesta versão, sendo que agora restou comprovado que mesmo em países com reaberturas satisfatórias, houve o registro de fechamentos pontuais de escolas e isolamento de estudantes e professores. Nesses casos, o sucesso pode ser atribuído à consistência da política de monitoramento e da qualidade dos planos

de contingência, bem como do alinhamento entre os órgãos de educação e saúde.

Principais achados

A maioria dos países (17) implementou algum tipo de monitoramento para contatos próximos de pessoas positivadas com a Covid-19. De acordo com o país, essas pessoas poderiam ser rastreadas, isoladas e testadas; apenas rastreadas e isoladas; ou ainda, somente indivíduos sintomáticos e suspeitos seriam testados e isolados.

Na primeira versão deste levantamento, identificou-se que todos os países classificados com reabertura satisfatória apresentaram uma comunicação clara e efetiva com a população, ainda que a reabertura possa ter sido impopular no início do processo. Nesta versão, essa tendência se confirmou, e países que colocaram o

retorno presencial como prioridade na agenda pública, tem investido cada vez mais em protocolos de

comunicação e transparência. Na Argentina, por exemplo, o Ministro da Educação tem viajado pelas 24 províncias do país, buscando dialogar com governos locais e representantes sindicais. Dentre os países analisados, apenas cinco países (Argentina, estados de Indiana e Mississipi nos Estados Unidos, França, Reino Unido e Uruguai) incluíram os professores na lista prioritária para vacinação contra a Covid-19. A maioria dos países tem apresentado medidas mais cautelosas em razão das novas variantes do vírus. Na Dinamarca e na Alemanha, por exemplo, a volta às aulas após o recesso de fim de ano foi adiada.

Alguns países tiveram que lidar com múltiplas aberturas e fechamentos de escolas, e ainda assim essa

situação aparenta ser melhor do que permanecer muitos meses com as escolas totalmente fechadas. A Unesco acredita que esse comportamento de abrir e fechar várias vezes as escolas é algo esperado para os próximos anos, e que a população deve aprender a lidar com isso.

1. Processo de reabertura das escolas

Há meses trabalhamos para que todos os alunos possam retornar à escola. É uma prioridade absoluta do governo, porque é uma prioridade para todo o país.

Lucia Azzolina, Ministra da Educação da Itália

This article is from: