3. ATENDIMENTO A CRIANÇAS DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
Para o atendimento culturalmente adequado e qualificado de crianças pertencentes a Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs), deve ser respeitada a identidade social e cultural dos povos e comunidades em questão. Assim, antes de realizar o atendimento às crianças, o profissional do SUAS deve ter conhecimento das especificidades dos PCTs e ter atitude respeitosa para com a sua cultura, tradições, relações sociais e familiares, crenças, costumes e línguas. Para trabalhar com crianças de um determinado povo ou comunidade tradicional é imprescindível entender como esse povo pensa o que é ser criança, bem como o lugar que as crianças ocupam naquela sociedade. Vale ressaltar que essas crianças têm o direito de ter sua formação dentro da cultura do povo a que pertencem. É possível fazer um exercício para compreender melhor essa questão! Em vez de pensar em “crianças indígenas” pode-se pensar em “indígenas crianças”. Assim, percebe-se que a qualidade de ser indígena é fundamental para entender quem são e como vivem essas crianças. O mesmo pode ser feito para “quilombolas crianças”, “ciganas crianças” e crianças pertencentes aos demais Povos e Comunidades Tradicionais. Como já foi abordado em outras seções, as crianças têm direito ao convívio familiar e comunitário. Para Povos e Comunidades Tradicionais, a convivência encontra expressão no pertencimento às famílias, na reciprocidade de afetos, cuidado e valores, mas também, e especialmente, na construção da cultura e da coletividade. Vale lembrar que a PNAS reconhece que as famílias têm arranjos e valores que variam conforme contextos econômicos e socioculturais, tendo composições distintas e dinâmicas próprias. O conceito de “família” para Povos e Comunidades Tradicionais pode variar muito. Entende-se que tanto a família como a comunidade podem funcionar como elementos estruturantes da organização social e do convívio co-
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