O nosso planeta, o nosso futuro!

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O nosso planeta, o nosso futuro Juntos na luta contra as alterações climáticas

Ação Climática

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As alterações climáticas são atualmente uma das maiores ameaças que a humanidade tem pela frente. Não é um problema que possa ser adiado para pensarmos nele quando tivermos mais tempo ou mais dinheiro. Todos temos o dever de atuar para impedir que o clima piore. As ações que tomamos agora vão determinar o estado do mundo em que vivemos daqui a 10, 20 ou 50 anos. E serão necessários enormes esforços de todos nós, dos governos, das empresas, das escolas e de outras organizações, para juntos conseguirmos um clima melhor e um futuro melhor.» Miguel Arias Cañete, comissário europeu para a Ação Climática e a Energia

COMO OBTER PUBLICAÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA Publicações gratuitas: • um exemplar: via EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu); • mais do que um exemplar/cartazes/mapas: nas representações da União Europeia (http://ec.europa.eu/represent_pt.htm), nas delegações em países fora da UE (http://eeas.europa.eu/delegations/index_pt.htm), contactando a rede Europe Direct (http://europa.eu/europedirect/index_pt.htm) ou pelo telefone 00 800 6 7 8 9 10 11 (gratuito em toda a UE) (*). (*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a maior parte das chamadas, embora alguns operadores, cabinas telefónicas ou hotéis as possam cobrar.

Encontram-se mais informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu) Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2015 Print PDF ISBN 978-92-79-42892-0 ISBN 978-92-79-42868-5 doi:10.2834/23232 doi:10.2834/93088 ML-06-14-050-PT-C ML-06-14-050-PT-N © União Europeia, 2015 Reutilização autorizada Reprodução autorizada mediante indicação da fonte Direitos de autor: Capa, Comissão Europeia; p. 2, Comissão Europeia; p. 2-3, Sergoua, iStock, Thinkstock; p. 5: BenGoode, iStock, Thinkstock; p. 6: A-R-T-U-R, iStock, Thinkstock; Wesley Jenkins, iStock, Thinkstock; NASA, p. 7: Jan Wil, iStock, Thinkstock; p. 8: Gilitukha, iStock, Thinkstock, p. 9: de fun, iStock, Thinkstock; p. 10: tolokonov, iStock, Thinkstock; p. 11: GvendalFournier, iStock, Thinkstock e John Pitcher, iStock, Thinkstock; p. 12: Siebe Swart/ Hollandse Hoogte/ Photo News e gkuna, iStock, Thinkstock e Heiko Küverling, iStock, Thinkstock e Ocean Fishing, iStock, Thinkstock; p. 13: Monia33, iStock, Thinkstock e Eugène Sergeev, Shutterstock; p. 15: taraki, iStock, Thinkstock e flickr.com/photos/euclimateaction/8075522079/, p. 16-17: IG_Royal, iStock, Thinkstock e omada, iStock, Thinkstock, dell640, iStock, Thinkstock; p. 18-19: Ursula Bach; p. 18: Loatzin, iStock, Thinkstock; SerrNovik, iStock, Thinkstock; p. 19: ESN; p. 20 Vilkmar Wagner, iStock, Thinkstock, p. 21: scyther5, iStock, Thinkstock, CC BY-SA 3.0; p. 22-23 lakovKalinin, iStock, Thinkstock; p. 22: flickr.com/photos/codereddnow/7369943350/; p. 24-25: narlocj-liberra, iStock, Thinkstock; p. 24: Organização das Nações Unidas; p 26: Comissão Europeia; christingasner, iStock, Thinkstock; Hermera Technologies, Photos.com, Thinskstock; p. 27-29: Comissão Europeia

Printed in Belgium Impresso em papel reciclado que obteve o rótulo ecológico europeu para papel gráfico (www.ecolabel.eu)

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Índice

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24 3 A ferver 4 Um pouco de ciência 8 Um mundo em mudança 14 Fazer a diferença 24 Lutar contra as alterações climáticas em todo o mundo 26 É a tua vez!

ec.europa.eu/clima

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tamente O que é exdae estufa? o efeito a página 4

Descobre n

Como é que mundial soo acordo alteraçõe bre as de 2015 vsaclimáticas i ajudar? Fica a

Fica a saber por que razão as alterações climáticas podem trazer novos insetos para o teu país Tudo na página 9

Olá, segue-me para saberes mais sobre as alterações e como te adaptares às mudanças que causam

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ágina 24

s nos O que é que as pessoa fazer Países Baixos estão aca s para salvar as suas sa das cheias? Vê na página 12

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A ferver P

or que razão toda a gente fala sobre as alterações climáticas? Bem, provavelmente porque é um dos desafios mais graves que o nosso mundo enfrenta hoje. O nosso planeta está a sofrer alterações climáticas importantes e cada vez mais rápidas, que tiveram início há um século. A maioria dos cientistas concorda que o planeta está a aquecer mais rápido do que nunca devido à grande quantidade de gases com efeito de estufa que são lançados para a atmosfera em resultado das ações dos seres humanos. Isto inclui atividades como a combustão de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), utilização de automóveis e abate de florestas. Muitos de nós já presenciaram ― e sofreram ― os efeitos das alterações climáticas. Mas não se trata apenas de condições climáticas extremas, como cheias, secas e furações. As alterações no nosso clima têm o potencial para alterar completamente a forma como vivemos. A boa notícia é que a União Europeia (UE) e, em todo o mundo, governos, empresas e pessoas estão a trabalhar no sentido de combater as suas causas e nos adaptarmos às mudanças que acarreta. Todos temos aqui um papel a desempenhar porque as alterações climáticas são um problema global que pode afetar cada um de nós. Todos partilhamos um planeta e as alterações que fazemos num lugar podem afetar outras pessoas muito longe. Podemos dizer que o nosso comportamento deixa uma impressão duradoura, como uma pegada. Assim, através das nossas ações e escolhas, cada um de nós pode tomar medidas para deixar pegadas mais pequenas e ajudar a combater as alterações climáticas.

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Um pouco de

ciĂŞncia

O calor entra‌

e nĂŁo pode sair!

O

clima da Terra sempre mudou ao longo da histĂłria, ďŹ cando gradualmente mais quente ou mais frio durante E EU TAMBÉM NĂƒO‌ longos perĂ­odos de tempo. Nos Ăşltimos milhĂľes de anos existiram cerca de dez perĂ­odos glaciais, com perĂ­odos muito mais quentes entre eles. Estas alteraçþes resultaram de causas naturais, como mudanças na curvatura do planeta, atividade solar e correntes oceânicas. Mas as alteraçþes a que assistimos hoje sĂŁo diferentes ― e somos responsĂĄveis por elas! Ao libertar cada vez mais gases que ÂŤaprisionamÂť o calor na atmosfera, estamos a fazer com que a temperatura na Terra aumente a uma velocidade extraordinĂĄria.

O efeito de estufa Quando a luz solar bate na superfĂ­cie da Terra, uma parte da mesma ĂŠ absorvida e aquece o solo, enquanto outra parte ĂŠ reetida de volta para o espaço. O calor absorvido acaba por ser libertado novamente para o ar. Ă€ medida que se desloca para cima na direção do espaço, alguns gases na atmosfera, nomeadamente o vapor de ĂĄgua, o diĂłxido de carbono, o metano e o Ăłxido nitroso, aprisionam o calor e atuam como um vidro numa estufa ― mantendo o interior quente. Este ÂŤefeito de estufaÂť ĂŠ o que normalmente mantĂŠm o nosso planeta a uma temperatura confortĂĄvel. Mas as atividades humanas estĂŁo a criar grandes quantidades de gases com efeito de estufa, que se estĂŁo a acumular na atmosfera e a tornar o efeito de estufa muito mais forte.

quantidades de gases com efeito de estufa Ă queles naturalmente presentes na atmosfera. Isto estĂĄ a aumentar o efeito de estufa e o aquecimento global.

O que estĂĄ a causar as alteraçþes climĂĄticas? A energia ĂŠ essencial para a nossa vida diĂĄria. Temos de aquecer e iluminar as nossas casas e escolas, fornecer eletricidade Ă s nossas empresas, fĂĄbricas e centrais elĂŠtricas, e fazer circular os transportes que utilizamos ― automĂłveis, autocarros, comboios, etc. Mas queimar combustĂ­veis fĂłsseis para produzir esta energia, assim como outras atividades humanas, como o abate de orestas tropicais e a criação de gado, adicionam grandes

Tempo vs. clima O tempo e o clima sĂŁo coisas diferentes, mas estĂŁo relacionadas. O tempo descreve as condiçþes diĂĄrias num determinado lugar ― por exemplo, num dia pode estar nublado e chover e no dia seguinte fazer sol. O clima sĂŁo as condiçþes mĂŠdias do estado do tempo num lugar durante perĂ­odos de tempo relativamente longos. Os desertos, por exemplo, apresentam um clima quente e seco, enquanto as regiĂľes do Ă rtico e da AntĂĄrtida sĂŁo frias e secas.

A aquecer A temperatura mÊdia à superfície da Terra aumentou em 0,85°C desde o próximo sÊculo. Pode não parecer muito, mas vê isto: k

grande parte deste aquecimento aconteceu nas Ăşltimas dĂŠcadas, por isso o aumento da temperatura estĂĄ a acelerar;

. Sabias que..

O) de carbono (C 2 o id x iĂł d e d is Os nĂ­ve dos hoje sĂŁo mais eleva ra e f s o m t a nos na r outra altura e u lq a u q m e e do qu 0 anos. Ăşltimos 800 00

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14 dos 15 anos mais quentes registados ocorreram neste sĂŠculo; k

não te esqueças de que isto Ê um aumento mÊdio: alguns lugares tornaram-se muito mais quentes e outros mais frios; " # $ % &

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O ciclo do carbono: sempre em movimento O carbono está em todo o lado e em todas as coisas vivas ― incluindo tu! Mas o carbono não fica sempre no mesmo lugar ― está em movimento constante de uma parte do planeta para outra e muda de forma. Por exemplo, o carbono existe no ar essencialmente como gás (dióxido de carbono) que é absorvido pelas plantas, incluindo as árvores, e os oceanos. Em terra, os animais, incluindo nós, ingerem carbono quando comem plantas e expiram-no durante a respiração. Quando as plantas e os animais morrem, os seus restos apodrecem e decompõem-se criando carbono que é absorvido de volta à terra. O ciclo do carbono tem mantido a proporção de gás na atmosfera mais ou menos estável. No entanto, este equilíbrio delicado está a ser perturbado pelas atividades humanas que tanto libertam CO2 a uma velocidade mais rápida do que aquela a que pode ser removido naturalmente, como reduzem os reservatórios naturais de carbono através, por exemplo, da desflorestação das florestas tropicais.

O buraco na camada de ozono é responsável pelas alterações climáticas? Não! O ozono é um gás muito útil que existe lá no cimo da atmosfera da Terra e que absorve a radiação ultravioleta prejudicial do Sol. Quando os cientistas se aperceberam de que os gases produzidos pelo homem utilizados nos frigoríficos e nos aerossóis estavam a causar um buraco na camada de ozono, a comunidade internacional decidiu eliminá-los gradualmente. Foi redigido um acordo, chamado Protocolo de Montreal, para reduzir gradualmente a utilização destas substâncias perigosas denominadas clorofluorcarbonetos (CFC). Os esforços tiveram tanto sucesso que a camada de ozono está no bom caminho para recuperar até meados do século XXI. Infelizmente, os CFC ― e as suas substâncias sucessoras ― acabaram por ser substituídos por gases fluorados, conhecidos como gases F. Estes não têm efeito na camada de ozono mas são gases com efeito de estufa poderosos. A União Europeia está a liderar a comunidade mundial no que toca à restrição da sua utilização e a encontrar alternativas aos mesmos. Até 2030, as emissões da UE de gases F será reduzida em dois terços em comparação com os níveis atuais.

ue... q s a i b a S a média mperatur

te estufa, a rios -18°C em vez e d o it e f uito f — Sem o e ia de uns m ue apresenta hoje r e s a r r e is, °C q da T e os anima rtáveis 15 dos confo rio para as plantas viver! f re demasiado nós, poderem sob o d incluin

Os combustíveis fósseis — como o carvão — são os restos de plantas e animais antigos enterrados nas profundezes do solo durante milhões de anos e que se tornaram em substâncias que podem ser utilizadas como combustíveis.

outros gases com efeito m co a ar mp co se CO o e Como é qu 2 a atmosfera? de estufa libertados para

Sabias que... O carbono assume muitas formas, # " diamantes, que são carbon o puro. Cerca de 20% do nosso co rpo é carbono.

Contribuição para o aquecimento global

Tempo de vida

Poder de armazenamento de calor

Dióxido de carbono (CO2)

55%

50-500 anos

/

12 anos

28 x CO2

Metano Óxido nitroso (N2O) Hidrocarbonetos halogenados e # *

32% 6%

120 anos

265 x CO2

7%

de dias a milhares de anos

1-10 000 x CO2

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Medir as alterações A nossa pegada de carbono mede o impacto que temos no planeta em termos de quantidade de gases com efeito de estufa que produzimos nas nossas vidas diárias, por exemplo, quanto combustível e eletricidade utilizamos ou é necessário para produzir as coisas que utilizamos. Vê na página 26 algumas dicas para tornar a tua pegada de carbono mais pequena.

As amostras de gelo retiradas das profundezas da Antártida contêm bolhas de ar de há 650 000 anos. Estas amostras dizem-nos como eram os níveis de gases com efeito de estufa no passado e revelam que as concentrações de CO2 e de metano na atmosfera eram muito inferiores às de hoje. Três anéis representam o registo de crescimento de um ano. Os cientistas estudam os anéis em árvores muito antigas para saber como o clima mudou ao longo do tempo. Por exemplo, os anéis são mais finos quando o tempo é frio ou seco. O Observatório Mauna Loa, no Havai, Estados Unidos, mede os níveis de CO2 na atmosfera desde 1958. As medições feitas neste local remoto, onde o ar não é perturbado, são um bom indicador dos níveis globais de CO2. As imagens de satélite mostram-nos a diferença na calota de gelo do mar Ártico durante um período de tempo.

O objetivo abaixo dos 2°C

Pôr a ciência em dia

Os governos chegaram a acordo que para evitar os impactos mais graves das alterações climáticas, o aumento da temperatura global deve ser limitado a menos de 2°C em comparação com o nível na era pré-industrial (antes da Revolução Industrial). Isto porque os cientistas acreditam que para além deste ponto o risco de alterações a grande escala irreversíveis aumenta dramaticamente. O objetivo abaixo dos 2°C foi acordado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC) ― o acordo internacional relativo às alterações climáticas.

A cada seis ou sete anos, um importante organismo científico chamado Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (PIAC) divulga um relatório sobre evidências científicas relativas às alterações climáticas. Os climatologistas mais influentes e respeitados do mundo contribuem para este documento. Avaliam dezenas de milhares de ensaios científicos para atualizar o mundo sobre o estado do clima fornecendo também opções para combater o aquecimento global e as mudanças que implica. O último Relatório de Avaliação do PIAC (RA5), publicado em 2013 e 2014, envolveu milhares de autores e editores de mais de 80 países e revela que existe pelo menos 95% de certeza de que as atividades humanas são a causa principal das alterações climáticas. O documento afirma que não é muito tarde para evitar alterações climáticas perigosas, mas o mundo tem de agir rapidamente para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

MELHOR DICA Pede aos teus pais para verificarem a etiqueta quando compram um novo frigorífico em ou ar condicionado para ter tes ien efic a certeza de que são não que e em termos energético ada cam a a são prejudiciais par de ozono.

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Pergunta Ă cie

Sabias que...

$ # + < limåticas as Alteraçþes C idente dos e o ex-vice-pres e, recebem AL Gor Estados Unidos, Êmio Nobel da em conjunto o pr lo seu trabalho Paz em 2007 pe às alteraçþes relativamente climåticas.

QUAL É A DIFEREN

ÇA?. O aquecimento glob al descreve o aumento atual da temperatura da Terra. É apenas uma caract erĂ­stica das alteraçþes climĂĄtic as. As alteraçþes climĂĄt icas referem-se a muitos efeito s diferentes do aquecimento glob al no sistema climĂĄtico da Terra . Estes incluem a elevação dos nĂ­ve is da ĂĄgua do mar, o degelo dos glacia res, a mudança dos padrĂľes da precipit ação, o aumento da frequĂŞncia de co ndiçþes climĂĄticas extremas (como cheias repentinas e ondas de calor), a mudança na duraçã o das estaçþes e alteraçþes no rend imento das culturas.

ntista

Dr Jolene Cook climatologista As alteraçþes climĂĄticas sĂŁo muito graves? O nosso planeta estĂĄ a aquecer rĂĄpido. As atividades do ser humano estĂŁo a causar esta mudança, e estamos a começar a ver as consequĂŞncias em todo o mundo. Quanto mais perturbamos o clima, maiores sĂŁo os riscos de alteraçþes perigosas e mais difĂ­cil e dispendioso serĂĄ limitar as futuras alteraçþes e adaptar-nos aos impactos inevitĂĄveis. A temperatura mĂŠdia da superfĂ­cie da Terra pode aumentar em 4°C ou mais antes do ďŹ m deste sĂŠculo se nĂŁo tomarmos medidas urgentes para reduzir as emissĂľes dos gases com efeito de estufa.

Como Ê que a ciência ajuda na luta contra as alteraçþes climåticas? A ciência Ê onde tudo começa. Ajuda-nos a compreender as alteraçþes pelas quais estamos a passar atualmente e aquelas que podem acontecer no futuro e que dependem das nossas açþes hoje e nas próximas dÊcadas. A ciência fornece evidências sólidas que orientam os decisores políticos e permitem-lhes tomar decisþes informadas sobre o melhor curso de ação.

O que podemos fazer sobre as alteraçþes climåticas? Infelizmente, vão existir alguns impactos das alteraçþes climåticas que não conseguiremos evitar e teremos de nos adaptar a eles, mas, mesmo assim, Ê importante limitar a escala dos impactos futuros. A boa notícia Ê que existem muitas coisas que podemos fazer. Não basta os políticos tomarem medidas. Todos podemos fazer a nossa parte optando por escolhas inteligentes, como comer menos carne e mais frutas e vegetais produzidos localmente, poupar eletricidade, e andar de bicicleta ou a pÊ em vez de nos deslocarmos de automóvel (especialmente nos percursos curtos). A vantagem Ê que muitas destas açþes tambÊm são boas para a nossa saúde e as nossas carteiras.

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Um mundo em

a ç n a d u m

O

s efeitos das alterações climáticas estão a sentir-se em todos os continentes do mundo e prevê-se que se tornem mais frequentes e mais intensos nas próximas décadas. Diferentes países e regiões enfrentam diferentes problemas. Estas alterações têm o poder de transformar o nosso mundo, afetando os recursos alimentares e hídricos e a nossa saúde. Quanto maiores forem os problemas, mais difícil e dispendioso será resolvê-los ― razão pela qual tomar medidas atempadas para lidar com as alterações climáticas é a melhor opção.

ssoas morreram Cerca de 50 000 pe as em França) (quase 15 000 apen calor na durante uma onda de de 2003, tendo Europa, em agosto staram as muitos países regi altas de sempre. temperaturas mais

Sentir o calor

Para refletir

O mundo tem cada vez mais dias quentes e menos dias frios, prevendo-se que as ondas de calor se tornem mais frequentes e durem mais tempo. Os períodos longos de tempo excecionalmente quente podem ser perigosos, causando problemas de saúde, como insolações e mesmo a morte. Um planeta mais quente pode também ter como consequência a escassez de água e secas. Já estamos a sentir isto na Europa, em particular nas zonas a sul. E a falta de chuva significa que as árvores e outras plantas ficam muito secas e incendeiam-se facilmente, resultando em incêndios incontroláveis devastadores.

O calor abrasador e a escassez de água são uma combinação desastrosa para as culturas e para os recursos alimentares mundiais. As plantas precisam de água para sobreviver, e sem plantas para comer, os animais, como o gado, também passam fome. Quando a camada superior do solo do campo de uma quinta seca torna-se poeirenta e voa com o vento, levando consigo nutrientes vitais que as plantas necessitam. O resultado é menos alimentos, o que é um grande problema porque a população mundial deverá aumentar de 7 mil milhões para 9 mil milhões até 2050, por isso vamos precisar de mais alimentos, não de menos. Os nossos recursos alimentares também estão ameaçados pelo efeito das alterações climáticas nas abelhas e outros polinizadores. Alguns cientistas acreditam que as primaveras mais quentes encorajam as abelhas a deixar os seus ninhos de inverno muito cedo, antes das plantas com que se alimentam e polinizam terem florescido.

Sabias que... A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura estima que dos cerca de 100 tipos de culturas que fornecem 90% dos alimentos de todo o mundo, 71 sejam polinizados por abelhas!

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Exemplos de condições climáticas extremas em 2013

Cheias intensas assolaram a Europa Central

Rajadas de vento gelado do Ártico atingiram os Estados Unidos

Partes da Rússia sofreram as piores cheias de há 120 anos

Seca severa no sul da China

Tufão mais vigoroso (Haiyan) alguma vez observado assolou as Filipinas

Queda de neve sem precedentes em Israel, Jordânia e Síria Tornado mais violento alguma vez observado atingiu El Reno, Oklahoma

Onde de calor recorde na Austrália Piores secas no sul da África em 30 anos

Ciclone Phailin assolou a Índia

Nordeste do Brasil — pior seca em 50 anos

Tempestades violentas O aquecimento global está a ser associado a tempestades cada vez mais violentas e destruidoras. Furações, tufões e ciclones são nomes diferentes para as tempestades violentas que se formam sobre as massas quentes de água, como o oceano Pacífico ou o mar das Caraíbas, quando há muito calor e ar húmido na atmosfera. Em terra, os ventos rápidos e em espiral podem arrancar árvores, destruir edifícios e levantar veículos. Em 2013, o tufão Haiyan, que alcançou velocidades de vento superiores a 300 km por hora, matou mais de 5 700 pessoas nas Filipinas. O mapa acima mostra alguns exemplos de condições climáticas extremas em 2013. No futuro, podemos esperar que este tipo de fenómenos aconteça com mais frequência em resultado das alterações climáticas.

Sabias que... Em junho de 2013, as cheias na Europa Central causaram danos estimados em cerca de 12 mil milhões de euros.

Alerta de cheia! As chuvas fortes causam cheias quando correm pela terra e inundam rios e represas fazendo com que saiam das suas margens. O impacto pode ser extremo nas cidades, onde a água não pode ser absorvida pelo betão e o asfalto. Depois das águas da cheia terem descido, o trabalho de limpeza é demorado e dispendioso.

Vida selvagem em movimento Muitas espécies terrestres e marinhas já se deslocaram para novos locais. Algumas ficarão em risco mais elevado de extinção se não forem tomadas medidas para limitar as alterações climáticas. As alterações no clima significam também que alguns insetos, que antes viviam numa região, estejam agora a invadir novos lugares. Alguns mosquitos transmitem doenças quando picam, como a febre-amarela, febre dengue, chikungunya e malária. Originalmente, estes insetos viviam apenas nas zonas tropicais, mas alguns vivem e reproduzemse agora na Europa do Sul porque o clima é mais quente.

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Sabias que... Os cientistas acreditam que os oceanos > " K W que em qualquer outra altura nos últimos 300 milhões de anos.

Oceanos mais quentes As alterações climáticas estão também a ter um grande impacto nos oceanos do mundo. Os oceanos absorveram mais de 90% do calor adicional resultante das alterações atmosféricas causadas pelas nossas atividades durante os últimos 40 anos. Apesar de isto significar que a atmosfera não está a aquecer tanto quanto poderia, está a aquecer os oceanos. Águas mais quentes reduzem o número de peixes e de crustáceos e faz com que as espécies migrem. Por exemplo, os pequenos camarões tipo krill, que são fonte de alimento de peixes e baleias, respiram melhor em águas frias. As águas quentes significam menos krill e menos peixes. Os recifes de corais, que albergam mais de 25% de toda a vida marinha e onde muitos peixes se reproduzem, também lutam pela sobrevivência quando a água aquece demasiado. Os oceanos absorvem cerca de um quarto do dióxido de carbono que libertamos todos os anos, e o aumento dos níveis de CO2 significa que quantidades maiores de gases são armazenadas nos mares. Isto ajuda a regular o clima mas está a alterar o equilíbrio químico nos oceanos. As águas estão a tornar-se mais ácidas, o que é prejudicial para a vida marinha, em particular para os seres vivos marinhos com carapaça, como as lagostas, ostras e corais.

Sabias que...

rvem Os oceanos abso por O C cerca de 4 kg de 2 pessoa por dia.

Consegues imaginar como seria saberes que um dia a tua casa pode ser submersa por água? As ilhas Marshall, no norte do oceano < = > @ $ "$ com grande parte da terra a apenas três metros acima no nível do & + =$ apenas 80 cm pode submergir dois terços de terra.

Níveis do mar a aumentar Entre 1901 e 2010, o nível médio do mar no mundo aumentou em 19 cm. Existem duas razões principais para isto: a primeira é que à medida que a água fica mais quente expandese e ocupa mais espaço. A segunda é que o aquecimento global está a fazer com que os glaciares e os gigantes lençóis de gelo na Gronelândia e na Antártida derretam mais rapidamente, acrescentando mais água aos oceanos. A subida dos níveis do mar que daí resulta causa cheias nas linhas costeiras

baixas e está a ameaçar submergir completamente algumas ilhas. Níveis do mar mais elevados podem também prejudicar importantes ecossistemas costeiros, como os mangues, que são refúgios para os peixes jovens e outra vida selvagem, protegendo-os das tempestades que assolam as costas. E quando a água salgada é absorvida pela terra, arruína os recursos de água potável e estraga os solos, fazendo com que o crescimento de culturas seja impossível.

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Sabias que... Veneza afundou mais de &

Cidade a afundar-se Os pilares de madeira sobre os quais Veneza estĂĄ construĂ­da estĂŁo a desaparecer no lodo da lagoa pouco profunda no mar AdriĂĄtico. Com as ĂĄguas da lagoa a aumentar cerca de 2 mm por ano, o efeito combinado ĂŠ de um aumento de 4 mm por ano do nĂ­vel do mar. As cheias frequentes daniďŹ cam os edifĂ­cios histĂłricos, cobrem passagens e afetam o turismo. Contudo, estĂĄ em curso um plano para instalar 78 portas de aço de grande dimensĂŁo para deter as cheias.

Ameaça alimentar polar Os maiores predadores polares, como as focas-leopardo e os ursos polares, precisam de pequenas algas que crescem na parte inferior do gelo para sobreviverem. Estas algas são o início de quase todas as cadeias alimentares polares. O plâncton come as algas, os peixes pequenos, o krill e outros seres vivos comem o plâncton, e assim por diante na cadeia alimentar atÊ chegarmos aos peixes, pinguins e focas. Com cada vez menos gelo marinho na Antårtida e no à rtico, estas cadeias alimentares estão a desintegrar-se.

e... Sabias qu a Terra

n % da ågua Apenas 2,5 åvel. Destes, Ê ågua pot rços estão is te mais de do glaciares e nas s nos . congelado gelo polar calotas de a ågua sa Por isso, u ção! a d com mo er

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Mudar com o clima Quer gostemos ou não, as alterações climáticas fazem parte das nossas vidas. Mesmo se pudéssemos eliminar amanhã todas as nossas emissões, o planeta teria, mesmo assim, de recuperar dos gases com efeito de estufa que já se encontram na atmosfera. Isto significa que temos de nos adaptar às alterações que estão a acontecer agora e planear o futuro para evitar ou limitar os danos que as alterações climáticas podem causar.

Adaptação à elevação das águas Casas flutuantes: em Maasbommel, nos Países Baixos, país de baixa elevação, alguns residentes estão a preparar-se para cheias mais frequentes vivendo em casas anfíbias que estão ancoradas na terra mas que são concebidas para levantarem quando a água subir. Construção de barreiras: a construção de diques e paredes artificiais ajuda a manter a água fora da terra, assim como as dunas de areia. Nestas, podem ser plantadas gramíneas resistentes cujas raízes impedem o desaparecimento das dunas. Esponjas verdes: as planícies aluviais (áreas naturais que drenam para os rios) podem atuar como esponjas, absorvendo o excesso de água das chuvas. Os países ao longo do rio Danúbio e do rio Elba estão a restaurar as planícies originais dando mais espaço aos rios.

Poupar água Conservação da água: algumas pessoas estão a encontrar novas formas de poupar água, por exemplo, instalando sistemas de «águas cinzentas» nas habitações e empresas (como hotéis) que reutilizam a água das lavagens e das casas de banho. E os agricultores inovadores estão a utilizar a irrigação gota-a-gota à noite para que as plantas obtenham água diretamente nas raízes sem que evapore com o calor do dia.

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Tomar medidas para evitar cheias pode poupar vidas e dinheiro: cada euro gasto na proteção contra cheias pode poupar seis euros com custos de reparação!

Lidar com o calor Plantação inteligente: alguns agricultores estão a plantar mais culturas entre as árvores para obter sombra e lidar com o clima mais quente e seco. Nas cidades, os paisagistas estão a introduzir flores tolerantes a secas e arbustos nos parques e ao longo das estradas, que conseguem lidar com condições quentes e secas. Paredes e telhados verdes: várias cidades estão a plantar plantas nas paredes e telhados para absorver o calor e ajudar a controlar a temperatura dentro dos edifícios quando está quente. Também absorvem água e reduzem o escoamento da mesma durante tempestades.

Planos para combater as alterações climáticas Muitos países da União Europeia já prepararam planos nacionais para lidar com os problemas causados pelas alterações climáticas. Como regiões diferentes vão enfrentar problemas diferentes, estes planos têm de ser adaptados aos contextos regionais e locais. Nas zonas agrícolas, por exemplo, isto pode incluir o investimento em instalações de armazenamento para regar as culturas em situação de seca, enquanto nas cidades pode significar a criação de mais parques para manter as pessoas frescas durante as ondas de calor.

Copenhaga: em preparação para condições climatéricas extremas Em julho de 2011, choveu em Copenhaga... mas não foi uma chuva qualquer. Caíram cerca de 15 cm de chuva em apenas duas horas. Os sistemas de drenagem não conseguiram lidar com o volume de água e os edifícios e estradas ficaram inundados. Dois dos principais hospitais de Copenhaga estiveram em risco de fechar devido a inundação e cortes de eletricidade. O acontecimento levou os responsáveis pela cidade a considerar a elaboração de um plano para proteger a cidade de futuros fenómenos meteorológicos extremos. Assim, foi desenvolvido um Plano de Gestão de Chuvas Diluvianas, que não só vai ajudar a gerir melhor as águas da chuva no futuro, como também melhorar a qualidade de vida na cidade. O plano inclui mesmo propostas para desenvolver novas ciclovias que também servem como canais para águas pluviais.

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Fazer a

a ç n e r e f i d

O

desafio mais importante que enfrentamos hoje é impedir que as alterações climáticas piorem. Há muitas coisas que podemos ― e devemos ― fazer para que o nosso mundo consuma menos energia e seja mais amigo do clima. Isto significa encontrar soluções que nos ajudem a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Para além de ser bom para o clima, é também bom para a nossa saúde (menos poluição), a segurança dos nossos recursos energéticos e cria mais empregos, ajudando a economia a crescer.

Energias renováveis

Novas ideias no horizonte

Uma forma de reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa é utilizar mais energias renováveis, como a eólica e solar. Estas proporcionam um abastecimento interminável de energia, ao contrário dos combustíveis fósseis, que um dia acabarão. E ao contrário da combustão dos combustíveis fósseis nas centrais elétricas, a geração de eletricidade a partir das renováveis produz poucos ou nenhuns gases com efeito de estufa.

Encontrar soluções sustentáveis para lidar com as alterações climáticas exige novas investigações e descobertas científicas. O Horizonte 2020, o programa de investigação e inovação da União Europeia mais extenso de sempre, tem disponíveis quase 80 mil milhões de euros para financiamento entre 2014 e 2020 destinados a ajudar os investigadores e os inventores a desenvolver ideias que possam ser aplicadas no mundo real. A UE também apoia o desenvolvimento de centrais elétricas de baixo carbono inovadoras (ver as páginas 20-21).

A União Europeia lidera a nível mundial as tecnologias das energias renováveis, e muitos países da UE já estão a gerar muita da sua eletricidade a partir das renováveis. Obter mais da nossa energia a partir de fontes renováveis não só reduz as emissões, como também significa gastar menos com a importação de carvão, petróleo e gás de fora da União. Atualmente, cerca de 15% da energia da UE tem origem nas energias renováveis. O plano é aumentar para 20% até 2020 e, pelo menos, para 27% até 2030.

Sabias que...

oas milhões de pess Pelo menos 4,2 a trabalham na União Europei da UE. no setor verde

Sabias que... A União Europeia importa mais de metade da sua energia — a um custo de mais de mil milhões de euros por dia!

Fenomenal A energia geotérmica é algo fenomenal! Alguns países podem usar a energia armazenada abaixo da superfície da Terra para aquecer tubagens que, por sua vez, aquecem as casas e a água, ou para alimentar um gerador para produzir eletricidade. Muitas termas na Hungria usam a energia geotérmica para aquecer a água para atividades de lazer, e a União Europeia também apoia projetos de energia geotérmica inovadores neste país.

Os países da União Europeia já estão a empreender muitos esforços para reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa e cumprir os objetivos de redução: -20% até 2020 e pelo menos -40% até 2030, o que nos mantém no bom caminho da meta a longo prazo de pelo menos -80% até 2050.

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Uma escola alimentada pelo sol

Ciclovia solar

A Escola Gedved, em Horsens, Dinamarca, obtém 75% da sua energia a partir do Sol, permitindo à escola poupar 30 000 euros por ano. Esta verba pode agora ser utilizada para a educação. A mudança para a energia solar não só reduziu as emissões de CO2 em 90 toneladas, como está também a ajudar a educar os alunos sobre as alterações climáticas.

Sabias que... Entre 2014 e 2020, 20% do orçamento da União Europeia (ou 180 mil milhões de euros) será despendido em ações relacionadas com o clima.

Os Países Baixos, o famoso país das bicicletas, construíram um troço de ciclovia de 70 metros em Krommenie, a norte de Amesterdão, com células solares incorporadas que convertem a energia da luz solar em eletricidade. A ciclovia está a ser usada para testar a tecnologia pioneira e será alargada para 100 metros em 2016. Espera-se que o projeto-piloto gere eletricidade suficiente para alimentar três habitações.

e... u q s a i b m Sa fornece

eis renováv m quinto s ia g r e n eu As e te mais d atualmen icidade mundial. da eletr

O setor verde: empregos relacionados com a proteção e a preservação do ambiente, por exemplo, na gestão de recursos hídricos e de resíduos, reciclagem e energias renováveis.

Sabias que.. .

As emissões d e gases com efeito de est ufa na União Europeia fora m re em 19% entre 19 duzidas 90 e 2013. 15

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Conduzir a mudança Que tipos de transportes utilizas? Automóveis, comboios, autocarros, barcos e aviões, que queimam combustíveis à base de petróleo, são responsáveis por cerca de 25% das emissões de gases com efeito de estufa da União Europeia. Felizmente, as novas tecnologias estão a ajudar a tornar os transportes mais amigos do clima. Ao reduzir o trânsito e a poluição, estão também a tornar as nossas cidades mais limpas.

As emissões com origem no setor mundial dos transportes marítimos totalizam cerca de 1 mil milhão de toneladas por ano, representando 3% das emissões totais mundiais de gases com efeito de estufa. A UE adotou legislação para monitorizar as emissões de navios de grandes dimensões que utilizam os portos da União Europeia.

Sabias q ue... As emissõ

e resultant s mundiais de CO e transpor s da aviação e do2 tes marít s imo elevadas do que as s são mais emitidas todo o co por ntinente africano !

Rumo a transportes mais limpos Mais de dois terços das emissões dos transportes têm origem nos transportes rodoviário, mas graças às normas relativas às emissões de culos CO2 da União Europeia, os veículos estão a tornar-se menos poluentes. Por exemplo, um novo automóvel produzido na UE emite 20% menos CO2 hoje do que em 2007. A União Europeia possui algumas das normas mais rígidas do mundo e trabalha de forma contínua para as reforçar. Muitos países, como o Japão, os Estados Unidos, o Canadá e a China também introduziram normas relativas ao CO2.

OOs automóveis t ó i híbridos híb iidd possuem um motor a combustível para viagens longas e a velocidade mais elevadas, e um motor elétrico alimentado por uma bateria que é utilizado nas deslocações curtas, com muitos «pára-arranca». Os elétricos emitem, indiretamente, CO2 devido à eletricidade que utilizam, a não ser que sejam alimentados por energias renováveis e, neste caso, não emitem nenhuma, mas as emissões por passageiro/quilómetro são, mesmo assim, menos de metade das de um automóvel pequeno.

Sabias que... O óleo alimentar, a casca das s frutas e os restos de vegetai em podem ser convertidos combustível automóvel.

A aviação é uma das fontes em maior crescimento de emissões de gases com efeito de estufa. A União Europeia tem legislação em vigor para reduzir as emissões le da aviação em todos os voos dentro da Europa e está a trabalhar com a comunidade E internacional para desenvolver medidas que abranjam todo o mundo. 16

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As alterações climáticas e a cidade

Sabias que... A UE pretende reduzir as emissões de carbono com origem nos transportes em 60% até 2050.

As cidades contribuem muito para as alterações climáticas ― o que não é surpreendente, uma vez que é aí que vive atualmente 75% dos europeus. Como centro de atividade, são uma fonte relevante de emissões de carbono. As áreas urbanas totalizam 60%-80% da utilização mundial de energia e cerca da mesma proporção em emissões de CO2, por isso têm uma pegada de carbono grande. Mas tal como são parte do problema, as cidades podem também ser parte da solução. As cidades na União Europeia estão a mudar para melhor, graças à inovação e à visão dos líderes locais que estão a ajudar a reduzir as emissões através do planeamento inteligente e de planos astuciosos.

Cidades acessíveis

MELHOR DICA

Os novos autom óveis vendidos nos países da União Europeia possue m uma etiqueta qu e apresenta a su a ef iciência em te rmos de combu stível e de emissões de CO , aj família a escolh 2 udando a tua er um automóv el com baixo cons umo de combustível .

Os dias sem automóveis são uma forma ideal de fazer com que as pessoas explorem formas alternativas de se deslocarem na cidade. Este é um dos eventos que acontece em muitas cidades durante a Semana Europeia da Mobilidade, uma campanha apoiada pela Comissão Europeia que é organizada sempre em setembro. Em 2014, participaram mais de 2000 cidades de 44 países. E apesar do nome, também participaram cidades exteriores à UE ― incluindo no Japão, Brasil e Equador. A Semana da Mobilidade permite que as pessoas experimentem formas alternativas de transporte e encorajam as cidades a introduzir medidas práticas. Graças à campanha, foram introduzidas mais de 8 000 medidas permanentes, como esquemas de boleias e de partilha de bicicletas.

Sabias que... As cidades abrangem cerca de 2% da superfície da Terra mas albergam mais de metade da população mundial.

Autarcas com uma missão Mais de 6000 cidades na União Europeia assumiram um compromisso voluntário para tomar medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Para isso, aderiram ao Pacto de Autarcas, uma iniciativa da Comissão Europeia para encorajar as cidades a reduzirem as emissões aumentando a eficiência energética e a utilização das fontes de energia renováveis. O sucesso tem sido tanto que foi implementada uma segunda iniciativa, chamada «Mayors Adapt». Esta centra-se nas ações para antecipar os efeitos adversos das alterações climáticas nas cidades e em tomar medidas para evitar ou minimizar os danos. A tua cidade faz parte destas iniciativas?

Sabias que... 90% dos europeus consideram as alterações climáticas um problema grave.

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Poupa energia, poupa dinheiro Edifícios e aparelhos mais eficientes podem permitir poupar grandes quantidades de energia, emissões e dinheiro. Uma grande quantidade da energia utilizada pelos agregados familiares na União Europeia destina-se a aquecer as casas. Janelas com vidro triplo para não deixar sair o calor, bom isolamento e telhados cobertos com plantas que armazenam a água da chuva e ajudam a manter os edifícios frios, são apenas algumas das formas para reduzir a pegada de carbono nas nossas casas, escolas e escritórios. Até 2020, os aparelhos mais eficientes, como frigoríficos e máquinas de lavar roupa, permitirão aos agregados familiares europeus poupar cerca de 465 euros por ano nas suas contas de eletricidade.

A União Europeia comprometeu-se em melhorar X # em 20% até 2020 e em pelo menos 27% até 2030.

Sabias que ...

Z edifícios na $ União de ser edifíc Europeia terão ios co quase nulo d m consumo e energia.

Capitais verdes da Europa O prémio «Capital verde da Europa» é atribuído a cidades que estão comprometidas em ser mais sustentáveis. Bristol, no sudoeste da Inglaterra, ganhou o prémio em 2015. Liubliana, na Eslovénia, vai assumir o título em 2016. O objetivo é que as cidades se inspirem umas nas outras e partilhem ideias e experiências. as. Liubliana

Bristol

Sustentável:: ca cappaz de garantir que te mos, e continuamos a ter, os re cursos básicos necessários para sobrev iver, como água, # & Y

"$ # tomar conta do planeta e viver dentro dos limites daquilo que pode fornecer .

18 Copenhaga (Capital Verde da Europa 2014)

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Pensa no que deitas fora Da próxima vez que atirares algo para o caixote de lixo, pensa nisso. Em média, cada uma dos 500 milhões de pessoas que vivem na União Europeia deita fora cerca de meia tonelada de lixo doméstico todos os anos! Apesar da quantidade de lixo que é reciclado estar a aumentar, uma grande parte ainda acaba em aterros sanitários. À medida que o lixo apodrece, liberta para o ar elevadas quantidades de metano ― um poderoso gás com efeito de estufa ― contribuindo para as alterações climáticas. Atualmente, uma melhor gestão dos resíduos significa que mais energia é recuperada, e a legislação da UE sobre deposição em aterros está a fazer uma grande diferença. Evitar o desperdício é cada vez mais importante à medida que a população mundial aumenta e delapidamos o nosso fornecimento finito de recursos naturais.

Que desperdício!

Sabias que...

ifícios utilizam Hoje, os novos ed am gia que utilizav metade da ener nos anos 80.

Imagina que regressas do supermercado e deitas fora um terço das tuas compras no caixote de lixo. Isto representa, aproximadamente, a proporção de alimentos produzidos em todo o mundo que são perdidos ou desperdiçados todos os anos. A Comissão Europeia está a trabalhar com os seus parceiros para ajudar a disseminar informações sobre como fazer compras de forma inteligente, o significado das datas nos rótulos dos alimentos e como utilizar os restos. Está também a tentar que seja mais fácil ― onde seja seguro fazê-lo ― que os excedentes de produtos alimentares sejam doados a bancos alimentares ou utilizados para alimentar animais. Vamos todos trabalhar juntos para reduzir as cerca de 100 milhões de toneladas de alimentas que são atualmente desperdiçados todos os anos na União Europeia!

Pensa duas vezes antes de mudar de aparelho Os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos ((REEE) são a categoria de resíduos que mais cresce na União Europeia. Os REEE estão cheios de plásticos n e metais, incluindo alguns prejudiciais, como o mercúrio, e outros valiosos, como o ouro utilizado nas placas d de circuitos. A UE definiu objetivos para a reciclagem de aparelhos eletrónicos para poupar recursos e limitar d o os materiais perigosos que os fabricantes podem inserir nos aparelhos eletrónicos, protegendo os operadores n d de reciclagem e o ambiente.

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Industrias mais limpas As fábricas que elaboram os produtos que utilizamos todos os dias e as centrais elétricas que produzem a eletricidade de que necessitamos para gerir as nossas casas, escolas e empresas, libertam grandes quantidades de CO2 e outros gases com efeito de estufa (GEE). Para ajudar a reduzir estas emissões, a União Europeia concebeu o sistema mais amplo, e primeiro do mundo, que limita a quantidade de GEE que podem ser emitidos e também obriga as empresas a pagar pelas emissões que libertam para a atmosfera. O Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia (RCLE-UE) define um limite para a quantidade anual de GEE que as empresas podem emitir. Esta quantidade geral é reduzida todos os anos, e porque as empresas têm de apresentar relatórios sobre as suas emissões, podemos ter a certeza de que as nossas indústrias estão a tornar-se menos poluentes. Quanto mais as empresas emitirem, mais têm de pagar, por isso é de seu interesse emitir o mínimo possível, por exemplo, investindo em tecnologias mais limpas que produzem menos CO2.

Apoiar as novas tecnologias O RCLE-UE foi lançado em 2005 e é uma parte crucial da política climática da União. Engloba atualmente mais de 11 000 centrais elétricas e unidades industriais em todos os países da UE e também inclui as emissões de voos na União Europeia. Hoje, existem sistemas similares em todo o mundo, por exemplo na China, Califórnia e Coreia do Sul. Mais países estão a seguir a União Europeia estabelecendo um preço para as emissões, para que, ao longo do tempo, as empresas na maioria dos países tenham de pagar se quiserem poluir. Para os setores que não estão incluídos no RCLE-UE, como o automóvel, construção, agricultura e resíduos, a responsabilidade para reduzir as emissões é partilhada entre os países da União Europeia os através de objetivos definidos a nível nacional.

Cimentar ações sobre as emissões de CO2 O betão é um material de construção essencial — utilizado para construir edifícios, estradas e pontes — mas a produção do seu ingrediente básico, o cimento, também gera grandes quantidades de CO2. A produção de uma tonelada de cimento liberta uma tonelada de CO2 porque a maioria do cimento é produzida através do aquecimento de calcário a altas temperaturas. A indústria cimenteira está agora a começar a produzir cimento mais sustentável investindo em tecnologias modernas e utilizando materiais que emitem menos CO2.

A União Europeia está a ajudar a financiar tecnologias revolucionárias de baixo carbono em toda a Europa através de um fundo especial financiado pelo RCLE-UE. Até ao momento, cerca de 2,1 mil milhões de euros de financiamento da UE foram utilizados para apoiar 38 projetos de energias renováveis, como turbinas eólicas no mar, energia geotérmica e biocombustíveis, assim como novas tecnologias que captam o carbono e o armazenam no subsolo. A União Europeia continuará no futuro a apoiar a investigação e o desenvolvimento de soluções amigas do clima. Os países europeus estão também a gastar vários mil milhões de euros angariados através de RCLE-UE para fazer face às alterações climáticas.

Empregos na forja Gostavas de ter uma carreira estimulante a trabalhar com as últimas tecnologias de ponta? Existem atualmente muitos empregos em áreas como as energias renováveis, que não existiam há dez anos. Alguns países da União Europeia implementaram centros de formação especiais para a operação e a manutenção de turbinas eólicas no mar. Imagina subir a torre de uma turbina eólica de 85 metros para reparar uma falha elétrica ou mudar o filtro do óleo ― muito longe da costa e a trabalhar em mares agitados e com ventos fortes!

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Corpos quentes Sabes quando ďŹ camos quentes ao caminhar de forma apressada? Engenheiros criativos instalaram sistemas de ventilação para capturar o calor corporal de 250 000 passageiros que percorrem a Estação Central de Estocolmo todos os dias. O calor aquece a ĂĄgua em depĂłsitos subterrâneos, que ĂŠ depois bombeada para um edifĂ­cio de escritĂłrios de 13 andares nas redondezas, onde ĂŠ utilizada para manter os trabalhadores quentes.

Armazenar carbono no subsolo O primeiro projeto a grande escala na Europa que materializa a tecnologia de captura e armazenamento de carbono terå # [ \ " $ []^@ \@& O projeto White Rose envolverå a extração de CO2 de uma nova central elÊtrica a carvão para as rochas debaixo do mar do Norte. O projeto, que se localizarå em Yorkshire, deverå capturar 90% das emissþes da nova central, em vez de serem w & { " # w de estufa numa quantidade equivalente a retirar mais de um milhão de automóveis da estrada. A captura e o armazenamento de carbono Ê uma tecnologia com um potencial importante de contribuição para a luta contra as alteraçþes climåticas, tanto na Europa como a nível mundial.

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A destruir muito mais do que apenas árvores

Sabias que... \ " * cerca do mesmo tamanho da Grécia é abatida todos os anos.

As florestas mundiais estão a ser abatidas a um ritmo alarmante: até 80% da desflorestação tropical é feita para desbravar terrenos para quintas, mas as árvores também são abatidas para o fabrico de produtos como madeira e papel, ou para a construção de estradas e minas. A desflorestação tem um impacto importante nos níveis de CO2. Quando existem menos árvores, menos CO2 é absorvido, e quando as árvores são abatidas ou queimadas libertam o CO2 que têm armazenado para a atmosfera. A desflorestação tem também outros impactos devastadores, como a destruição do habitat dos animais da floresta ― uma tragédia nas florestas tropicais, que albergam cerca de metade de todas as espécies conhecidas que vivem em terra ― assim como a alteração dos padrões de precipitação, causando secas. Então, qual é a solução? Os países podem proteger áreas florestais existentes e impedir as pessoas de venderem árvores que são abatidas ilegalmente. O regulamento da União Europeia sobre a madeira monitoriza a madeira desde as florestas até aos depósitos de madeira para garantir que apenas madeira extraída legalmente é importada para a UE. A lei abrange tanto a madeira produzida a nível interno como importada, assim como os seus produtos derivados, como o papel e a polpa, ou a madeira maciça e soalhos.

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Proteger as florestas do mundo

Solo: superarmazém de carbono

Um projeto chamado REDD+ (Reduzir as Emissões resultantes da Desflorestação e da Degradação da Floresta incluindo a conservação) ajuda os países tropicais a adotar abordagens mais sustentáveis. O mecanismo paga às pessoas nos países em desenvolvimento para preservarem as suas florestas calculando o valor do carbono que é impedido de entrar na atmosfera devido ao não abate das florestas, e convertendo isto em verbas para uma utilização dos terrenos florestais que pensa no clima. Os fundos do REDD+ têm sido utilizados

em mais de 40 países, focando-se, por exemplo, na monitorização das florestas (medindo as árvores), melhorando a resposta dos serviços de combate a incêndios florestais, e desenvolvendo a indústria agroflorestal (uma combinação de agricultura e silvicultura). Implica um exercício de equilíbrio cuidado entre a conservação e a proteção dos interesses das pessoas que vivem na floresta e dependem dela para a alimentação, água e outros recursos. A Comissão Europeia atribui cerca de 25 milhões de euros por ano às atividades do REDD+ na Ásia, África e América Latina.

... Sabias que

A maioria de nós considera o solo abaixo dos nossos pés como apenas sujo, mas o solo tem um papel essencial na regulação do clima mundial. O solo armazena carbono, essencialmente na forma de matéria orgânica, e é o segundo maior reservatório de carbono da Terra, depois dos oceanos. A capacidade do solo para captar as grandes quantidades de carbono que armazena foi enfraquecida nas últimas décadas, em grande parte devido a práticas de gestão das terras insustentáveis e a alterações no uso da terra. No entanto, com quase metade do solo da Europa utilizado para atividades agrícolas e cerca de 40% coberto por florestas, a agricultura sustentável, as boas práticas florestais e a boa gestão das terras podem ajudar a manter, ou mesmo a aumentar, a quantidade de carbono captada no solo.

um rgam mais de Os solos albe ies c é das as esp quarto de to ra. vivas na Ter

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Lutar contra as

s a c i t á m i l c s e õ ç a r e t o l d n a u m o o d o t m e

O

s esforços globais para lutar contra as alterações climáticas tiveram início em 1992, quando países de todo o mundo aderiram a um tratado internacional com o objetivo de evitar alterações climáticas perigosas. O acordo chama-se Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC).

«

Como ator imito uma vida. Represento personagens fictícias que muitas vezes têm de resolver problemas fictícios. Acredito que a humanidade olhou para as alterações climáticas dessa mesma forma: como se fosse ficção, a acontecer no planeta de outros, como se fingir que as alterações climáticas não eram reais fizesse com que, de alguma forma, desaparecessem. Mas acho que somos capazes de fazer melhor. Todas as semanas assistimos a novos e inquestionáveis fenómenos climáticos, uma evidência de que as alterações climáticas são muitos reais.» Leonardo DiCaprio, mensageiro da Paz das Nações Unidas, 2014, a discursar para os líderes mundiais na Cimeira das Nações Unidas sobre Clima, em Nova Iorque

Alguns países, incluindo a União Europeia, chegaram a acordo sobre objetivos juridicamente vinculativos para limitar as suas emissões até 2020 no âmbito de um acordo chamado Protocolo de Quioto. Juntos, mais de 90 países de todo o mundo também se comprometeram a tomar medidas voluntárias até 2020. Mas estas promessas não serão suficientes para evitar alterações climáticas perigosas.

Rumo a um novo acordo global Graças à pressão da União Europeia e de outros países, estão em curso negociações na ONU para se alcançar um novo acordo climático juridicamente vinculativo que exija a ação de todos os países para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Os cidadãos e as empresas têm também um papel a desempenhar Os líderes mundiais vão reunir-se em Paris, em dezembro de 2015, para finalizar o acordo, que deve ser implementado em 2020.

Sabias que... Quase todos os país es do mundo são membro s da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alte rações Climáticas — ou seja , 195, incluindo todos os Es tadosMembros da UE indivi dualmente, assim como a União Europeia como organização.

Financiar a mudança As nações pobres e vulneráveis vão precisar de ajuda para reduzir as suas emissões e adaptaram-se aos impactos das alterações climáticas. A UE fornece a maior parcela de verbas públicas aos países em desenvolvimento para o financiamento de projetos climáticos. Em 2013, por exemplo, a União Europeia e os seus Estados-Membros forneceram, em conjunto, 9,5 mil milhões de euros para os ajudar a lidar com as alterações climáticas. Os EstadosMembros da UE também contribuíram com quase metade dos 10 mil milhões de euros prometidos para o novo Fundo Verde para o Clima das Nações Unidas, que também vai apoiar os países em desenvolvimento.

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Marcos 1988

€ < # $ Z % ] "  < Z]‚ K de cientistas para avaliar as evidências = % " e os seus impactos.

1992

Os países aderiram à Convenção-Quadro das Naçþes Unidas sobre as Alteraçþes Climåticas (CQNUAC), o principal tratado internacional para combater as alteraçþes climåticas.

1997

A CQNUAC adota o Protocolo de Quioto, o primeiro tratado mundial sobre as emissĂľes de gases com efeito de estufa.

2005

A UE lança o seu Regime de ComÊrcio de Licenças de Emissão da União Europeia (RCLE-UE) (consulta a pågina 20).

2007

A UE chega a acordo sobre o pacote relativo ao clima e Ă energia para 2020 com o objetivo de reduzir as emissĂľes de gases com efeitos de estufa da UE em 20% em relação aos nĂ­veis de 1990, aumentar a quota das renovĂĄveis para 20% da utilização energĂŠtica da UE, e melhorar X # Â…&

2009

A Conferência das Naçþes Unidas sobre o Clima, em Copenhaga, termina sem um acordo geral sobre reduçþes vinculativas.

2014

] = | $ a Cimeira das Naçþes Unidas sobre o Clima; o quinto } < Z] % " declara que o objetivo de manter o aumento da temperatura abaixo dos 2°C ainda pode ser alcançado; a União Europeia chega a acordo sobre o seu pacote relativo ao clima e à energia para 2030, incluindo um objetivo para reduzir as emissþes de gases com efeito de estufa na União Europeia em pelo menos 40%.

2015

Paris, França: novo acordo climåtico global para ser adotado.

Sabias que ...

A UniĂŁo Euro peia ĂŠ respo nsĂĄvel por 9% das emiss Ăľes mundiais , enquanto a China tota liza 25% e os Estados Unidos 11%.

A Marcha Global pelo Clima Em setembro de 2014, realizou-se | $ > sempre de lĂ­deres mundiais para debater as alteraçþes climĂĄticas. Em antecipação a esta Cimeira das Naçþes Unidas sobre o Clima, cerca de 400 000 pessoas foram para as ruas demonstrar o seu apoio Ă ação climĂĄtica. Esta foi a maior marcha K } & ~ | $ nĂŁo foi o Ăşnico lugar onde as pessoas defenderam o clima — realizaram-se mais de 2500 marchas em mais de 150 paĂ­ses. Na cimeira, governos, cidades, empresas e indivĂ­duos comprometeram-se a reduzir a sua utilização de combustĂ­veis fĂłsseis e a utilizarem alternativas mais limpas. Os lĂ­deres mundiais, que representaram quase metade da população mundial, > as emissĂľes de gases com efeito de estufa.

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tua

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vez!

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tu? Estás preocupado com as ameaças das alterações climáticas? Estás entusiasmado com a necessidade de reduzir as emissões de carbono? Um bom ponto de partida é começares a fazer mudanças nas tuas ações de todos os dias para reduzires a tua pegada de carbono. Todas as ações que tomares são importantes.

Faz escolhas inteligentes Uma forma de fazeres a diferença é optar por escolhas inteligentes quando vais às compras. Compra menos: compra melhor, gasta menos ― por exemplo, compra um bom par de sapatos em vez de comprares três pares baratos. Compra localmente: optar por frutas e vegetais locais da época em vez daqueles que são cultivados muito longe permite poupar a energia utilizada para o transporte (mas, lembra-te, local nem sempre é sinónimo de melhor gestão do carbono, por exemplo, quando o cultivo é feito em estufas aquecidas ou com fertilizantes fabricados com combustíveis fósseis).

Sê exigente com a embalagem: as embalagens de plástico aumentam a quantidade de resíduos e não são facilmente recicláveis.

Sabias que... A pegada de carbono média de um europeu é de 7 tone ladas de CO2 por ano.

Compra produtos em embalagens recicladas ou compostáveis e utiliza uma saca reutilizável para levares as compras para casa.

MELHOR

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ICAS Os apar e lh o s , como os e compu t t utilizam adores, deixad elevisores o e s le em stan tricidad totalme dby e, por is nte — is s o deslig to custos a a-os nuais co pode permitir poupar m a elet 1 0% nos r ic pode ga star com idade que a tua família k Red outras c uz o ter oisas. m o s tato em 300 kg 1°C — is a pegad so p a de carb que a tu o no da tu ode reduzir em a família a cas poupe 1 0% com a e permite de ener as conta gia. s k Fech a a torn dentes — eira enquanto lavas o isso p vários li ermite poupar s tros de água. k

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Compensação para o carbono

Faz ouvir a tua voz!

A compensação para o carbono é quando calculas a quantidade de carbono que uma atividade liberta, por exemplo, uma viagem de avião, e depois pagas a uma organização para reduzir as emissões noutro lugar ou, em alguns casos, para plantar árvores. Parece perfeito, mas algumas pessoas afirmam que é melhor tentar criar primeiro menos carbono. Qual é a tua opinião?

Por que não participas? Podes ter uma ideia que pode mudar o futuro!

Reutilizar, reparar e reciclar resíduos permite poupar os escassos recursos naturais, energia e emissões de CO2.

Jovens europeus assumem a liderança Quando Felix Finkbeiner, de Munique, Alemanha, tinha nove anos fez uma apresentação na escola sobre a crise climática. Inspirado na história de uma mulher queniana, Wangari Maathai, que iniciou uma campanha em prol da plantação de árvores, Felix definiu para si, e para os jovens estudantes de todo o mundo, um desafio ― plantar um milhão de árvores em cada país do mundo.

k Fala sobre os problemas com os teus amigos e família e envolve-os. Serás capaz de lhes explicar os assuntos de uma forma que realmente tem impacto ― e ao mostrar-lhes como te preocupas poderás fazer com que também se preocupem mais. k Encoraja a tua família a fazer mudanças em casa e nas suas vidas diárias. k Obtém informações sobre as ações climáticas realizadas pela tua escola. k Escreve aos autarcas, políticos e líderes empresariais para os encorajares a tomar medidas.

A primeira árvore foi plantada na sua escola. Felix tem agora 17 anos, e hoje o seu movimento Plant-for-thePlanet envolve cerca de 100 000 de crianças que plantaram vários mil milhões de árvores em todo o planeta. O plano é plantar um bilião de árvores até 2020.

Diz-nos o que pensas sobre as alterações climáticas e o que estás a fazer para as combater em: ec.europa.eu/clima/citizens/youth/ Para mais dicas amigas do clima visita: ec.europa.eu/clima/citizens/tips/ Vê os nossos filmes mais recentes em: youtube.com/EUClimateAction

E lembra-se de três coisas:

1.

Prepara os teus argumentos e junta-te ao debate sobre as alterações climáticas na tua escola e em casa. E se estás realmente entusiasmado, por que não começar a defender a ação climática:

Não é demasiado tarde para estabilizar o clima

2. Podes fazer a diferença

3. Todas as ações que tomares são importantes 27

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Gabriela, 15, Espanha

Johannes, 13, Finlândia pado com as Estås preocu måticas? alteraçþes cli as o ao futuro. Se

pado em relaçã do Sim. Estou preocu inuarem a derreter, os níveis nt co serå destruída. calotas de gelo em ag lv se a id v a re o e de mar vão aumenta óxido de carbon r di de es sþ is em Acho que as o, devem se mo o óxido nitros estufa. co s, se ga os tr de ou reduzir o efeito minimizadas para

ara ajud O que fazes p

ar o clima?

muito la porque moro co es a ra pa pĂŠ rma Vou a que isso ĂŠ uma fo eito ho ac so is r po perto, com ef issĂľes de gases de diminuir as em ssĂ­vel, tentamos nĂŁo po de estufa. E, se tomĂłvel. au nos deslocar de

O que achas q ue tem de ser feito para parar as altera çþes climåticas? Sem dúvida que te mos de nos foca r renovåveis e pe nso que estamos nas energias a fazer um bom trabalho sobre is so investiu muito di na Europa. Sei que a Espanha nheiro na energi a so os Países Baixos estão a construi lar e eólica e que r muitas turbinas eólicas no mar.

Mudaste o teu estilo de vida devido às alteraçþes climåticas?

Tento não ir de fÊrias para fora do continente onde estou porq ue emissþes de CO . sei que os aviþes libertam muitas Tento não come r mu criação de gado2 produz metano e ita carne porque a ta $ mbÊm requer muito $ * para obter espa ço para as vacas e isso não Ê bom.

Kazuki, 1

6, JapĂŁo

Que imp acto das alte raçþes climåtic te preoc as upa ma i s ? Estou

pre e a mudan ocupado com a ele ç v alteraçþ a nos padrþes cli ação dos níveis e d m na vida s s das estaçþes, q åticos, assim com o mar elvagem u o com as e t êm um e a biodive rsidade d na biodiversidad grande impacto e geraçþe s futura eve ser conserv . Acredito que ad sp que se ap resenta ossam apreciar o a para que as hoje. mundo da forma

O que e stĂĄs a f azer pa as emis ra ajuda sĂľes? r a redu

zir Tento re d porque a uzir a utilização d m e causa e aioria dos plåstic e produtos de plå missþes de carbo os Ê produzida c stico om petró no. leo 28

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lia

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# % ara a agricultur

# p Z fĂŠrteis nos o it u m r e se ĂĄrido e m # ncia um clima mais e plantas. ĂŞ em consequ de vida selvag e eta? variedad r o plan a d u j a nos stĂĄs a s quando ia se a m , Como e is e v r Ăł is autom r o que acontece que as o d s o m a s ve TĂ­nh s de bemo-no decidimo es. mudĂĄmos emos um e aperce r muito diferent e s sĂł tivĂŠs as passaram a s e de autocarro o id nossas v andar de elĂŠtric o automĂłvel. r a Comecei o compramos out ĂŁ e ainda n

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George, 15, Reino Unido O que estå a fazer para co mbater as alteraçþe s climåticas? Am

inha família reci cla vidro, latas papel e cartão , , e garrafas de plåstico. TambÊm deslig amo são necessåria s as luzes quando não se porque utilizam não desperdiçamos ågua os Temos consciên um medidor de ågua. ci e pagamos a tax a da pegada de carbono a reduzir a noss às companhias aÊreas para a pegada quando voamos.

Vincent, xos 12, Países Bai tua geração O que Ê que a a lutar contra r a d ju a a r a p pode fazer climåticas? as alteraçþes s e temos

ar mai temos de recicl e qu a id v dĂş m de energia Se para as formas e as r ha ol te en m al de re ricos automĂłveis elĂŠt sseis amigas do renovĂĄveis, os fĂł s s combustĂ­vei sĂľes de CO2. alternativas ao reduzir as emis os am ss po e qu rque clima, para dade de gado, po ti an qu a ir z du E talvez re rande problema. o metano ĂŠ um g

dicas As melhores

do Vincent:

os tentar utilizar , ar cl ci re , es z Desligar as lu

isas que realmente importam. co sĂŁo as pequenas

Driti, 1 2, Indi a

Que im pactos da s a l teraçþ es tens o bserva climåticas do? Aumen

ta ondas d ram realmente e por iss calor devido os casos de o isto n a ĂŁo afet o aumento da afeta t s a ambĂŠm todas a apenas a vid temperatura s, a selva s pesso gem, Como as. es

tås a a judar a comb raçþes ater climåt Na esco icas? la, esta mo ca as alte

6 C 7 B 8 C 9 B 10 B 1 A 2 B 3 A 4 B 5 C

Respostas do questionĂĄrio:

ridade s a ap por che que ajuda as p oiar uma instit ia u e s com verbas ssoas que fo ição de r a a n m afeta garia sensibi das lizar so X & @ das durante bre as a desenv o lt podem f lvemos uma ta eraçþes climå b t a quando zer promessa ela de promess icas, por isso não nec s, como as. As p essitam es d delas. esligar as luze soas s

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És um especialista em alteraçþes climĂĄticas? 1 Com que percentagem a UniĂŁo Europeia se comprometeu a reduzir as emissĂľes de gases com efeito de estufa atĂŠ 2020? A 20% abaixo do nĂ­vel de 1990

B 12% abaixo do nĂ­vel de 1990

C 17% abaixo do nĂ­vel de 2005

2 Qual destes gases contribui para o aquecimento global? A OxigĂŠnio

B Metano

C Ă rgon

3 Qual dos seguintes aspetos estå a causar a elevação dos níveis do mar? A Oceanos quentes

B Navios pesados

C ErosĂŁo das praias

4 Se fosses visitar a tua famĂ­lia na outra ponta do paĂ­s, qual ĂŠ a forma ÂŤmais verdeÂť de viajares atĂŠ lĂĄ? A De automĂłvel

B De comboio

C De aviĂŁo

5 Qual das seguintes nĂŁo ĂŠ uma energia renovĂĄvel? A Energia geotĂŠrmica

B Energia solar

C Energia a carvĂŁo

6 AtravĂŠs de que instrumentos a UniĂŁo Europeia limita as emissĂľes de gases com efeito de estufa com origem nas centrais elĂŠtricas e unidades industriais de grande dimensĂŁo? A O Protocolo de Montreal

B O Regulamento da UniĂŁo Europeia sobre a madeira

C O Regime de ComÊrcio de Licenças de Emissão da União Europeia

7 Para evitar alteraçþes climåticas perigosas, a comunidade internacional chegou a acordo para manter o aumento da temperatura global abaixo de um determinado nível. Qual Ê esse nível? A 4°C acima da temperatura antes da [ $ >

B 2°C acima da temperatura antes da Revolução

C 2°C abaixo da temperatura quando Leonardo da Vinci nasceu

8 Qual das seguintes situaçþes não liberta dióxido de carbono para a atmosfera? A X *

B † * >

C Captura e armazenamento de carbono

9 Que proporção de alimentos produzidos mundialmente Ê desperdiçada todos os anos? A 1/4

B 1/3

C 1/5

10 ‡ # % $ ˆ A É demasiado tarde para estabilizar o clima

B Todos podem fazer a sua parte para ajudar a parar as alteraçþes climåticas

C As alteraçþes climåticas têm causas completamente naturais

(Respostas na pĂĄgina 29)

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