A (S) SOMBRA AÇÃO
abutre circunda o topo da árvore a espera dos filhotes demônios dos cantos obscuros da alma


com um movimento simbólico giratório abre-se ou fecha-se guarda-se o mais íntimo o constrangimento do fora, expande-se uma nova realidade de dentro expõe-se o que estava fechado no devaneio.






pouco mais de 2m2 quadrados e profundos túnel vertical três portas uma parede escuro a luz se apagou sem interruptor encolhida no centro como pino de relógio gira sobre ossos fincados no chão roda a menina no tempo sem porto de desembarque










nem água nem cogumelos
paira vazio tingido de calor gelo negro não se derrete e esfola onde estão os fungos atravessadores da eternidade não há tique-taque só barulho surdo
água que não molha
segura o tempo com as unhas agarradas na superfície dura arranha as palmas das mãos pequenas gotas de sangue tingem o buraco negro cega o olhar em busca do distante que já chegou a água seca apenas espelho reflete
















espectro da ausência sombra breu a morte que se avizinha, não chega virá sorrateira em tempos inesperados esperados demais sob a soleira a sombra aponta, desponta nos vãos, não vão, não em vão



encolhidinha fica ali à espera do que está por vir no porvir