Mono flavia marques(issuu)

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geralmente nos acessos, onde a dissolução das escalas prepara e relaciona o individuo para o ambiente que se segue. Nesse raciocínio, se faz natural ver que as escadarias descritas não se encaixam, nem, contudo, se encaixariam nessas percepções do indivíduo, com ações reparatórias, apenas. O que agrava a questão é que, além da patologia do fragmento, a patologia da avenida de cota baixa como cenário urbano acaba por causar o efeito inverso da percepção do humano na cidade. Isso porque a falta de urbanidade dessa cota baixa, descrita mais a cima, faz com que o indivíduo se perceba extremamente individual num contexto de cidade, onde ele deveria estar em meio a um contingente coletivo. Quando essa percepção se individualiza a ponto de se aproximar de uma sensação solitária é que a insegurança vem à tona. Uma coisa é o individuo estar na sua exclusão em seu ambiente de morada, onde existe uma relação saudável intimista, outra situação é ficar em evidência e solitário em um ambiente de cidade. A relação de causa e conseqüência é tamanha que aqui pode surgir a dúvida da onde se deve começar a propor, intervir, debater. Se pelo olhar dessa cota baixa patológica ou dessas transposições que se encontram em mesma instabilidade urbana. Contudo, esse caminho, por um lado ou pelo o outro, é em si fragmentado. Optar por um foco ou por um começo tende a desconsiderar toda a discussão de unidade espacial que o tecido geográfico carrega em si, e com isso, desconsiderar a cidade como fonte escapa com facilidade. É preciso olhar para essa cota baixa da mesma maneira que se olha a diferença de cotas à transpor para a cota alta. Por outro lado também é preciso fragmentar, aproximar e desconsiderar possíveis considerações que se reduzem à mobilidade. É um processo. Algo que precisa ser incorporado como postura. Um incorporar que possa de tão absorvido pautar toda e qualquer estratégia de modo à invariavelmente ser condizente com ela. E para isso, a vivência se faz fundamental. Então, que continue o percurso da vivência...

A | 2. Galeria Prestes Maia Plano Prestes Maia, 1938-1945. Sendo essas percepções de escalas e proporções espaciais para com o indivíduo algo presente tanto em sua relação com a cidade como em sua relação com um lugar, desejava-se encontrar algum exemplo que combinasse a transposição entre cotas urbanas com o POSTURAS DOS PROCESSOS do fragmento à totalidade | do temporal ao espacial.

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