Novembro de 2019 | Presto e Veloce 11

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28 29 NOV Presto

Veloce

FORTISSIMO Nยบ 22 / 2019


Ministério da Cidadania, Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N T A M

Presto

28/11

Veloce

29/11

MARCOS ARAKAKI, REGENTE PA C H O F L O R E S , T R O M P E T E


PROGRAMA

JOSEPH HAYDN Concerto para trompete em Mi bemol maior, Hob. VIIe:1

Allegro

Andante

Finale: Allegro

CHRISTIAN LINDBERG Akbank Bunka

Akolebank

Japabunka

Turkjazz

I N T E R VA L O

DMITRI SHOSTAKOVICH Sinfonia nยบ 6 em si menor, op. 54

Largo

Allegro

Presto


CAROS AMIGOS E AMIGAS, Um dos maiores trompetistas da

das mais intensas sinfonias de Dmitri

atualidade junta-se à Filarmônica

Shostakovich, a Sexta. Ao ouvi-la,

numa noite espetacular em que

podemos experimentar a constante

elegância e virtuosismo caminham

luta íntima que o compositor tra-

lado a lado. O venezuelano Pacho

vava dentro do regime soviético:

Flores nos brinda com o famoso

expressar sentimentos profundos,

Concerto de Haydn e nos surpre-

mas segundo os limites ditados

ende, com toda a sua técnica e mu-

pelo regime stalinista. Essa dico-

sicalidade, com uma peça escrita

tomia característica da música de

especialmente para ele pelo sueco

Shostakovich se evidencia por com-

Christian Lindberg, este também

pleto nesta importante Sinfonia.

exímio trombonista. A todos, então, um bom concerto. Completando o programa, dirigido pelo nosso Regente Associado,

FOTO: EUGÊNIO SÁVIO

Marcos Arakaki, apresentamos uma

FA B I O M E C H E T T I


FABIO MECHETTI DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Diretor Artístico e Regente Titular

sua estreia no Carnegie Hall de Nova

da Orquestra Filarmônica de Minas

York conduzindo a Sinfônica de Nova

Gerais desde sua criação, em 2008,

Jersey. Continua dirigindo inúme-

Fabio Mechetti posicionou a orques-

ras orquestras norte-americanas e

tra mineira no cenário mundial da

é convidado frequente dos festivais

música erudita. Além dos prêmios

de verão norte-americanos, entre

conquistados, levou a Filarmônica

eles os de Grant Park em Chicago e

a quinze capitais brasileiras, a uma

Chautauqua em Nova York.

turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de nove álbuns,

Igualmente aclamado como regente

sendo quatro para o selo interna-

de ópera, estreou nos Estados Unidos

cional Naxos. Ao ser convidado,

dirigindo a Ópera de Washington. No

em 2014, para o cargo de Regente

seu repertório destacam-se produções

Principal da Filarmônica da Malásia,

de Tosca, Turandot, Carmem, Don

Fabio Mechetti tornou-se o primeiro

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

regente brasileiro a ser titular de

Madame Butterfly, O barbeiro de

uma orquestra asiática.

Sevilha, La Traviata e Otello.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve

Suas apresentações se estendem

quatorze anos à frente da Orquestra

ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,

Sinfônica de Jacksonville e, atual-

Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-

mente, é seu Regente Titular Emérito.

lia, Japão, México, Nova Zelândia,

Foi também Regente Titular das

Suécia e Venezuela. No Brasil,

sinfônicas de Syracuse e de Spokane,

regeu todas as importantes orques-

da qual hoje é Regente Emérito.

tras brasileiras.

Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,

Nacional de Washington, com ela

é Mestre em Regência e em Composição

dirigiu concertos no Kennedy Center

pela Juilliard School de Nova York e

e no Capitólio. Da Sinfônica de San

vencedor do Concurso Internacional de

Diego, foi Regente Residente. Fez

Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.


MARCOS ARAKAKI

Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Pinchas Zukerman, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Fílip, Victor JulienLaferrière, Günter Klaus, Eddie Daniels, David Gérrier e Yamandu Costa.

Marcos Arakaki teve seu talento reconhecido a partir de 2001, quando ven-

Desenvolve atividades como coorde-

ceu o I Concurso Nacional Eleazar

nador pedagógico, professor e pales-

de Carvalho para Jovens Regentes,

trante em projetos culturais, univer-

promovido pela Orquestra Petrobras

sidades e conservatórios. Professor

Sinfônica. Desde então, tem dirigido as

visitante da Universidade Federal

principais orquestras brasileiras, além

da Paraíba por dois anos, contribuiu

da Filarmônica de Buenos Aires, de

para a consolidação da recém-criada

Karkhiv na Ucrânia, a Boshlav Martinu

Orquestra Sinfônica da UFPB, assu-

na República Tcheca, a Sinfônica de

mindo o cargo de Regente Titular da

Xalapa e da Universidade Autônoma

orquestra a partir de novembro.

do México. Concluiu bacharelado em Música pela Universidade Estadual

Marcos Arakaki é Regente Associado

Paulista (Unesp) e mestrado em

da Filarmônica de Minas Gerais e cola-

Regência Orquestral pela University

bora com a Orquestra desde 2011, com

of Massachusetts. No Aspen Music

destacada atuação nos concertos para

Festival and School, Estados Unidos,

formação de público. É autor do livro

recebeu orientações de David Zinman,

A História da Música Clássica Através

Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville

da Linha do Tempo, lançado em 2019.

Marriner. Atuou como regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Como regente titular, promoveu uma elogiada reestruturação na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. Recebeu o Prêmio Camargo Guarnieri, concedido pelo Festival Internacional de Campos do Jordão, e gravou com a OSB a trilha do filme Nosso Lar, composta por Philip Glass. Arakaki tem acompanhado importantero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitiskaya,

FOTO: RAFAEL MOTTA

tes artistas, tais como Gabriela Mon-


PACHO FLORES

Frübeck de Burgos, Eduardo Marturet e Gustavo Dudamel. É diretor fundador da Academia Latino-Americana de Trompete, na Venezuela.

Pacho Flores obteve primeiro lugar

Pacho Flores dedica-se à promoção

em três importantes competições

da música contemporânea. Enco-

internacionais: prêmios Maurice

mendou e estreou obras de Roger

André – o mais relevante do mun-

Boutry, Efraín Oscher, Giancarlo

do para trompete –, Philip Jones e

Castro, Santiago Báez, Juan Carlos

Cittá di Porcia. Formado no Sistema

Nuñez y Sergio Bernal. Realizou turnê

de Orquestras Juvenis e Infantis da

com a Arctic Philharmonic sob re-

Venezuela, é reconhecido por suas

gência de Christian Lindberg inter-

atuações como solista, recitalista e

pretando seu concerto Akbank Bunka.

por suas gravações. Artista da Casa Stomvi, toca instruFlores transita com desenvoltura

mentos fabricados exclusivamente

entre o clássico e o popular, em

para ele. Pacho Flores é artista ex-

interpretações cativantes cheias

clusivo da Deutsche Grammophon,

de energia e cor. Como solista,

selo com o qual produziu os álbuns

atuou com a Filarmônica de Kiev,

Cantar, com a Konzerthaus Orchester

Camerata de São Petersburgo,

Berlin e Christian Vásquez; Entropía,

Ensamble Orchestral de Paris,

Medalha de Ouro no Global Music

Orchestre de la Garde Républicaine,

Awards 2017; e Fractales, com a Arctic

sinfônicas Simón Bolívar, de Tóquio

Philharmonic e Christian Lindberg.

e de Dusseldorf, Orquestra NHK, Filarmônica de Osaka e Arctic Philharmonic. Apresentou-se em recitais no Carnegie Hall, Sala Pleyel e Opera City. Membro fundador do Quinteto de Metais Simón Bolívar, realizou turnês pela Europa, América do Sul, Estados Unidos e Japão. Experimentado músico de orquestra, foi Trompete Principal das sinfônicas Simón Bolívar, Saito Kinen e de Miami. Trabalhou com maestros coSeiji Ozawa, Giuseppe Sinopoli, Rafael

FOTO: JUAN MARTÍNEZ

mo Claudio Abbado, Sir Simon Rattle,


Joseph

HAYDN RO H R AU , ÁUST R I A , 1 73 2

V I E N A , ÁUST R I A , 1 8 0 9

Oriundo de uma família modesta, Haydn viveu uma infância e juventude de muitas privações. Dotado de I N S T R U M E N TA Ç Ã O

2 flautas, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.

uma voz encantadora, separou-se de sua família aos seis anos de idade para estudar música e nunca mais voltou a morar na casa dos pais. Viveu, dos seis aos dezessete, juntamente com outros meninos, em casas de professores de música e maestros de coros. Como

EDITORA

Universal Edition PA R A O U V I R

CD Haydn; Hummel – Trumpet Concertos – Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen – Alison Balsom, trompete – EMI – 2008 PA R A A S S I S T I R

The Arctic Philharmonic Orchestra – Christian Lindberg, regente – Pacho Flores, trompete Acesse: fil.mg/htrompete

seus professores não se preocupavam tanto com o bem-estar dos garotos, não foram poucas as ocasiões em que passou fome, sofreu humilhações e punições físicas. Demitido por volta dos dezessete anos pelo diretor do coro da Catedral de Santo Estêvão, em Viena, quando sua voz já estava totalmente modificada, Haydn foi literalmente colocado no olho da rua. Sem dinheiro e sem um lugar para viver, ele aceitou todo tipo de ocupação até finalmente, por volta dos vinte e cinco anos, conseguir seu primeiro emprego estável, como mestre de capela no palácio do Conde Morzin, na cidade de Dolní Lukavice, (atualmente na República Tcheca). Alguns anos mais tarde ele seria empregado na corte do Príncipe Paul Anton Esterházy. Nos quase trinta anos em que trabalhou para a família

PA R A L E R

H. C. Robbins Landon; David Wyn Jones – Haydn: his life and music – Thames and Hudson – 1988

Esterházy, ele produziria uma quantidade significativa de obras musicais para as mais diversas formações. Quando Haydn compôs o Concerto para trompete, já era um compositor renomado. Suas duas viagens a

H. C. Robbins Landon – Haydn: chronicle and works – Thames and Hudson – 1995 (5 vols)

Londres (1791/1792 e 1794/1795) haviam feito dele um


Concerto para trompete em Mi bemol maior, Hob. VIIe:1 1 7 96

Primeira apresentação com a Filarmônica

13 MINUTOS

compositor rico e de fama interna-

Concerto para trompete em Mi bemol

cional. Suas obras eram editadas em

maior permanece, hoje, como o mais

diversos países, e sua música ouvida

amado dos concertos para trompete

nos quatro cantos da Europa. Era

de todos os tempos. Haydn o compôs

uma época em que Haydn passava

para o trompetista vienense Anton

a maior parte do ano em Viena e

Weindinger, que havia construído um

só esporadicamente ia ao castelo

instrumento com chaves capaz de

dos Esterházy, no campo.

tocar praticamente todas as notas. O trompete, no tempo de Haydn, era

O Concerto para trompete foi escrito

conhecido como trompete natural,

em três movimentos. No primeiro

ou seja, um simples tubo de metal

(Allegro), logo após uma breve intro-

enrolado que era soprado em uma

dução orquestral, solista e orquestra

ponta e cujo som saía na outra. Por

travam um diálogo de rara beleza. O

não possuir pistons, chaves ou quais-

segundo movimento (Andante) é doce

quer orifícios (como os instrumentos

e sereno, em que o solista apresenta

de sopro atuais), ele era capaz de

temas de um lirismo ímpar. O terceiro

produzir apenas algumas poucas

(Allegro), assim como o primeiro,

notas, alcançadas graças à força do

é extremamente virtuosístico. Nele

ar e à pressão labial. Aparentemen-

podemos ouvir o som do trompete

te, o Concerto foi estreado em 1800,

em toda sua vivacidade característica.

em Viena, pelo próprio Weindinger.

Talvez por apresentar o trompete

GUILHERME

como um instrumento lírico, doce e

NASCIMENTO

refinado, uma maneira diferente da

em Música pela Unicamp, professor na

usual nos tempos de Haydn, quando

Escola de Música da UEMG, autor dos

o trompete era sempre associado

livros Os sapatos floridos não voam

a fanfarras e bandas militares, o

e Música menor.

Compositor, Doutor


Christian

LINDBERG DA N D E RY D , S U É C I A , 1 9 5 8

A história do naipe de metais e a das obras de concerto convergem, no século XX, para a figura do trombonista, compositor e regente Christian Lindberg. Responsável quase que individualmente por elevar o trombone à estatura de solista, Lindberg foi o primeiro trombonista a solar com as prestigiosas filarmônicas de Berlim e de Chicago. Aos dezessete anos conheceu a música de Jack Teagarden, descoberta que o estimulou a criar um grupo de Dixieland em sua escola, no qual era o trombonista. Posteriormente, estudou na Academia Real de I N S T R U M E N TA Ç Ã O

Piccolo, flauta, oboé, corne inglês, clarinete, clarone, fagote, contrafagote, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, percussão, cordas. EDITORA

Tarrodi

Música da Suécia e, aos dezoito anos, passou a integrar a Orquestra da Ópera Real da Suécia. O desconforto com a posição secundária reservada aos metais no conjunto orquestral despertou seu desejo de seguir uma carreira solo. Assim, aos vinte anos, deixou a orquestra para dedicar-se integralmente a essa carreira. Entre 1979 e 1980 estudou no Royal College of Music, em Londres. Em 1981, conquistou o Concurso Bienal dos Solistas Nórdicos. Em 1983 trabalhou com Ralph

PA R A O U V I R

Sauer e Roger Bobo, em Los Angeles, e, finalmente,

Pacho Flores – Fractales – Arctic Philharmonic Orchestra – Christian Lindberg, regente – Pacho Flores, trompete – Deutsche Grammophon – Download 00028948177059 – 2018

em 1984, assinou um contrato com a BIS Records para a gravação de três CDs. Mais de sessenta álbuns se seguiram àqueles três primeiros. Músico singular, Lindberg – que é o dedicatário de 82 obras – estreou, em 2017, o centésimo concerto para trombone. O consagrado solista lançou-se como compositor ape-

PA R A A S S I S T I R

nas em 1998, quando, estimulado por Jan Sandström,

Israel NK Orchestra – Christian Lindberg, regente – Pacho Flores, trompete Acesse: fil.mg/lakbank

escreveu o concerto para trombone e cordas Arabenne,


Primeira apresentação com a Filarmônica

Akbank Bunka 2004

15 MINUTOS

para uma turnê com o grupo Musica

rápidas do movimento relacionam-

Vitae. O sucesso da obra levou a no-

-se com um convite para tocar com

vas encomendas de orquestras, como

uma orquestra turca. A proposta o

Filarmônica de Chicago, Sinfônica

levou a imaginar-se pelas ruas de

Giuseppe Verdi e Filarmônica de

Istambul, e dessa fantasia nasceram

Roterdã. Sua estética musical refle-

os episódios mais virtuosísticos.

te um gosto diversificado, moldado

Japabunka é fruto do exercício de

por influências que se estendem

imaginação daquilo que o público

dos Beatles, John Coltrane e Jack

japonês gostaria de ouvir de um so-

Teagarden a Luciano Berio, Mstislav

lista e orquestra nórdicos. À época

Rostropovich e Jussi Björling.

de sua composição, Lindberg planejava uma turnê pelo Japão, com

O concerto para trompete e orquestra

Antonsen e sua nova orquestra. A

Akbank Bunka foi encomendado pelo

fusão do jazz com as melodias mo-

trompetista norueguês Ole Edvard

dais turcas do Turkjazz decorre de

Antonsen para uma turnê com a

uma ligação telefônica de Antonsen

Orquestra de Câmara Escocesa.

para Lindberg em que o trompetis-

Em três movimentos, o concerto é

ta comunicava ao compositor não

o resultado de uma série de coin-

apenas sua animação em relação

cidências. Seu título funde o nome

ao material de caráter oriental do

do banco turco Akbank com a pala-

segundo movimento, mas também

vra japonesa para cultura, bunka. A

sua alegria com o trabalho de co-

excêntrica fusão sintetiza as prin-

laboração com um grupo de jazz.

cipais linguagens exploradas na obra. Akolebank reúne passagens

IGOR REYNER

líricas e quase infantis, inspiradas

Pianista, Mestre em Música pela

nas peças fáceis, mas de profun-

Universidade Federal de Minas Gerais

da beleza, que Antonsen compôs

e Doutor em Literatura pelo King’s

para seu filho. As passagens mais

College London.


Dmitri

SHOSTAKOV SÃO PE T E RS BU RG O , R Ú SS I A , 1 906

MOSCOU, RÚSSIA, 1975

Desde o início de sua trajetória, Shostakovitch pretendeu dar continuidade à tradição musical russa que admirava no realismo de Mussorgsky e nas orquestrações de Tchaikovsky. Mas buscava um novo idioma. Nos anos de 1920, a política de abertura cultural do governo de Lênin I N S T R U M E N TA Ç Ã O

permitia, ainda, a circulação das novidades ocidentais,

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, celesta, cordas.

e Shostakovich filiou-se à Associação para a Música Contemporânea. Suas quatro primeiras sinfonias refletem o desenvolvimento desse experimentalismo vanguardista. O advento do stalinismo impôs outros rumos para o compositor que, em 1936, foi declarado “inimigo do povo” e forçado a se retratar publicamente. As sinfonias seguintes

EDITORA

traduzem seu inevitável propósito — sincero ou simulado

DSCH – Kompositor Representante: Barry Editorial

— de se submeter aos ideais neoclássicos de inteligibi-

PA R A O U V I R

CD Shostakovich – Symphony No. 6; Symphony No. 12 – Concertgebouw Orchestra – Bernard Haitink, regente – Decca – 2000

lidade e simplicidade preconizados pelo Comitê Central. Mas também registram a consolidação de uma linguagem extremamente pessoal, pois, se Shostakovitch procura um idioma facilmente compreensível, enriquece-o com ousados procedimentos inéditos e aquisições contemporâneas. Ele assim atinge os limites extremos de um expressionismo ultrarromântico, de caráter frequentemente heroico e de grande apelo socializante. Em suas memórias, publicadas

PA R A A S S I S T I R

Wiener Philarmoniker – Leonard Bernstein, regente Acesse: fil.mg/ssinf6

postumamente, o compositor revela o drama de um homem submetido a fortes pressões oficiais – o dilema do artista inovador condicionado a um academismo inevitável.

PA R A L E R

A recepção da Sexta Sinfonia, escrita rapidamente no

Lauro Machado Coelho – Shostakovitch, vida, música, tempo – Editora Perspectiva – 2006

decorrer de 1939, foi apática. O próprio Shostakovich


VICH

Sinfonia nº 6 em si menor, op. 54 1939

Última apresentação: 25 de nov / 2012 Carlos Miguel Prieto, regente convidado

30 MINUTOS

criou uma falsa expectativa para a

No Allegro central, o caráter é de

obra, anunciada como uma grande

um scherzo. A escrita, clara e flui-

homenagem a Lênin, com solistas,

da, possui uma ironia mordaz, cruel,

coros e textos de Maiakovski. Quando

com suas síncopes e frequentes

a Sinfonia estreou, em novembro de

mudanças de ritmo. A orquestração,

1939, os ouvintes se surpreende-

extremamente virtuosística, torna-se

ram com uma peça relativamente

agressiva na aspereza dos timbres.

pequena, em três movimentos encadeados de forma não habitual –

O humor do Presto final contrasta

Largo, Allegro e Presto. O passar

inteiramente com o sarcasmo do

do tempo, entretanto, foi generoso

movimento anterior. Há espaço para

com essa Sinfonia que, cada vez

pequenas citações espirituosas,

mais, desperta o interesse por sua

referenciando obras de Mozart,

originalidade.

Rossini e Verdi. O episódio central privilegia o fagote, a flauta e o

O Largo inicial possui o clima tenso

piccolo, antes que o violino desen-

característico de muitos movimentos

volva um longo trecho e retome o

lentos do compositor. Ao naipe das

primeiro tema. O final evolui para

madeiras são destinados solos de

um clima de festa e alegria.

grande beleza melódica (que evidenciam a declarada influência de Tchaikovsky) e se alternam entre o

PA U L O S É R G I O

piccolo, o corne inglês, a flauta e o

MALHEIROS DOS SANTOS

oboé. Na segunda seção, a flauta

Pianista, Doutor em Letras, professor na

tece maravilhosos arabescos. Ao

UEMG, autor dos livros Músico, doce

final, antes da reexposição do pri-

músico e O grão perfumado – Mário

meiro tema, a trompa apresenta um

de Andrade e a arte do inacabado.

recitativo melancólico, sobre o fun-

Apresenta o programa semanal Recitais

do de trinados e acordes solenes.

Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.


tem p or ad a

20 20

ILUSTRAÇÃO: CAROLINA MORAES SANTANA

Filarmônica, nosso encontro na Música.

NEST E NATAL, D Ê UMA ASSINAT URA D E PRESENT E. Um ano inteiro de música para você e para quem você gosta.


cartĂŁo de acesso exclusivo com o nome do presenteado

um lugar na Sala Minas Gerais, mesmo em concertos esgotados

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A FILARMÔNICA AGRADECE A PARCERIA DO ITAÚ NAS SÉRIES PRESTO E VELOCE.


FOTO: RAFAEL MOTTA

Apresentador / Patrocinador Máster das séries Presto e Veloce


ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

Diretor Artístico e Regente Titular FABIO MECHETTI Regente Associado MARCOS ARAKAKI

PRIMEIROS VIOLINOS

VIOLONCELOS

FAGOTES

HARPA

Rommel Fernandes –

Philip Hansen *

Catherine Carignan *

Clémence Boinot *

Spalla associado

Robson Fonseca ***

Victor Morais ***

Ara Harutyunyan –

Camila Pacífico

Francisco Silva

Spalla assistente

Camilla Ribeiro

Ana Paula Schmidt

Eduardo Swerts

TROMPAS

Ana Zivkovic

Emília Neves

Alma Maria Liebrecht *

Arthur Vieira Terto

Lina Radovanovic

Evgueni Gerassimov ***

Joanna Bello

Lucas Barros

Gustavo Trindade

GERENTE

Laura von Atzingen

William Neres

José Francisco dos Santos

Jussan Fernandes

TECLADOS Ayumi Shigeta *

Luis Andrés Moncada

Lucas Filho

Roberta Arruda

CONTRABAIXOS

Rodrigo Bustamante

Nilson Bellotto *

Rodrigo M. Braga

André Geiger ***

TROMPETES

Rodrigo de Oliveira

Marcelo Cunha

Marlon Humphreys-Lima *

Wesley Prates

Marcos Lemes

Érico Fonseca **

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar

Fabio Ogata

INSPETORA Karolina Lima

Pablo Guiñez

Daniel Leal ***

SEGUNDOS VIOLINOS

Rossini Parucci

Tássio Furtado

Frank Haemmer *

Walace Mariano

ARQUIVISTA TROMBONES

Hyu-Kyung Jung ***

Ana Lúcia Kobayashi

Gideôni Loamir

FLAUTAS

Mark John Mulley *

Jovana Trifunovic

Cássia Lima *

Diego Ribeiro **

ASSISTENTES

Luka Milanovic

Renata Xavier ***

Wagner Mayer ***

Claudio Starlino

Martha Pacífico

Alexandre Braga

Renato Lisboa

Jônatas Reis

Matheus Braga

Elena Suchkova

TUBA

SUPERVISOR DE MONTAGEM

Radmila Bocev Rodolfo Toffolo

OBOÉS

Tiago Ellwanger

Alexandre Barros *

Valentina Gostilovitch

Públio Silva ***

TÍMPANOS

Israel Muniz

Daniel Lemos ***

VIOLAS

Eleilton Cruz *

Rodrigo Castro

Maria Fernanda Gonçalves

João Carlos Ferreira *

Hélio Sardinha

PERCUSSÃO

Jussan Meireles Klênio Carvalho

Roberto Papi ***

CLARINETES

Rafael Alberto *

Flávia Motta

Marcus Julius Lander *

Sérgio Aluotto

Gerry Varona

Jonatas Bueno ***

Werner Silveira

Gilberto Paganini

Ney Franco

Katarzyna Druzd

Alexandre Silva

Luciano Gatelli Marcelo Nébias Mikhail Bugaev Nathan Medina

* principal

** principal associado

MONTADORES

*** principal assistente


INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA CONSELHO ADMINISTRATIVO

Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Lei 14.870 / Dez 2003

OS — Organização Social Lei 23.081 / Ago 2018

EQUIPE TÉCNICA

Presidente Emérito

Gerente de Comunicação

Jacques Schwartzman

Merrina Godinho Delgado

Gonçalves Soares Filho

Conselheiros

Douglas Conrado

Jovem Aprendiz Sunamita Souza

SALA MINAS GERAIS

Gerente de Produção Musical

Gerente Contábil

Claudia da Silva

Graziela Coelho

Guimarães

Angela Gutierrez Arquimedes Brandão

Gerente Administrativofinanceira

Mensageiro

Ana Lúcia Carvalho

Presidente Roberto Mário

EQUIPE ADMINISTRATIVA

Berenice Menegale

Assessora de Programação Musical

Bruno Volpini

Gabriela de Souza

Celina Szrvinsk

Gerente de Infraestrutura Renato Bretas

Gerente de Recursos Humanos

Gerente de Operações

Quézia Macedo Silva

Jorge Correia

Fernando de Almeida

Produtor

Analistas Administrativos

Técnicos de Áudio e de Iluminação

Frederico César

Luis Otávio Rezende

João Paulo de Oliveira

Daniel Hazan

Letícia Cabral

Diano Carvalho

Ítalo Gaetani

Analistas de Comunicação

Secretária Executiva

Assistente Operacional

Marco Antônio Pepino

Carolina Moraes Santana

Flaviana Mendes

Rodrigo Brandão

Mauricio Freire

Fernando Dornas

Octávio Elísio

Lívia Aguiar

Sérgio Pena

Renata Romeiro

Assistente Administrativa

FORTISSIMO

Cristiane Reis

Novembro nº 22 / 2019

Silva Melo Iran Almeida Pordeus

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente

Analistas de Marketing

Diomar Silveira

Diretor Administrativofinanceiro

ISSN 2357-7258

Editora Merrina

Eventos — Lívia Brito

Assistente de Recursos Humanos

Relacionamento —

Jessica Nascimento

Edição de texto

Itamara Kelly

Godinho Delgado Berenice Menegale

Recepcionistas

Capa Trumpet-Player

Assistente de Marketing e Relacionamento

Meire Gonçalves

in front of a Banquet,

Vivian Figueiredo

pintura de Gerrit Dou

Diretor de Comunicação

Henrique Campos

Auxiliar Contábil

Agenor Carvalho

Assistente de Produção

Diretora de Marketing e Projetos

Rildo Lopez

Zilka Caribé

Auxiliar de Produção

O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.

Diretor de Operações

Jeferson Silva

Joaquim Barreto

Ivar Siewers

Pedro Almeida

Auxiliar Administrativa Geovana Benicio

Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro

Este programa foi impresso em papel doado pela Resma Papéis.


Uma viagem na França ... sem pagar a passagem!

O legítimo bistrô francês da capital A maior oferta de vinhos em taça -15% na conta com o seu ingresso da noite 9(5 2 &$5' 3,2

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FOTO: ALEXANDRE REZENDE


NO CONCERTO Cuide da Sala Minas Gerais.

Seja pontual.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante.

Não coma ou beba.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Se puder, devolva seu programa de concerto.

Faça silêncio e evite tossir.

Evite trazer crianças menores de 8 anos.

PRÓXIMOS CONCERTOS 5 e 6 dez, 20h30

A L L E G R O E V I VA C E

12 e 13 dez, 20h30

PRESTO E VELOCE

18 e 19 dez, 20h30

C O N C E R T O S D E N ATA L

Restaurantes parceiros Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes

R. Rio de Janeiro, 2076

Rua Pium-í, 229

R. Rio Grande do Sul, 1236

Lourdes

Cruzeiro

Santo Agostinho

Tel: 3292-6221

Tel: 3227-7764

Tel: 2515-6092


MANTENEDOR

PAT R O C Í N I O M Á S T E R

PAT R O C Í N I O

A P O I O C U LT U R A L

DIVULGAÇÃO

BMPI REALIZAÇÃO

www.filarmonica.art.br / FILARMONICAMG

RUA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1. 090 — BA R RO PR E TO C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0

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T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9. 9 0 0 0

BELO HORIZONTE – MG |

FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9. 9 0 3 0

COMU NI CA ÇÃO IC F / 20 19

Sala Minas Gerais


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