01 02
FORTISSIMO Nยบ 13 / 2019
Allegro
Vivace
MinistĂŠrio da Cidadania e Governo de Minas Gerais A P R E S E N TA M
Allegro
01/08
Vivace
02/08
FA B I O M E C H E T T I , R E G E N T E ARNALDO COHEN, PIANO
PROGRAMA
CLAUDIO SANTORO Frevo
WOLFGANG AMADEUS MOZART Concerto para piano nº 17 em Sol maior, K. 453
Allegro
Andante
Allegretto
GEORGE GERSHWIN / Ferde Grofé Rhapsody in Blue I N T E R VA L O
GEORGE GERSHWIN / Robert Russel Bennett Porgy e Bess: Um retrato sinfônico
CAROS AMIGOS E AMIGAS, É sempre com grande alegria que
O programa é concluído com um
recebemos a visita de um dos
retrato sinfônico daquela que talvez
maiores pianistas brasileiros de
seja a primeira grande ópera norte-
todos os tempos: Arnaldo Cohen.
-americana, rica em elementos da
O pianista carioca nos brindará com
música popular dos Estados Unidos,
duas obras extremamente contrastan-
elevados a um grau de maturidade
tes: a vivacidade exuberante de um
artística por aquele que veio a ser,
dos concertos mais alegres de Mozart
por muito tempo, sinônimo da música
em contraponto com a famosíssima
daquele país.
Rhapsody in Blue do norte-americano George Gershwin.
Um concerto vibrante, que certamente marcará a memória de todos vocês.
A celebração dos 100 anos de Claudio Santoro continua, desta vez com o
Muito obrigado.
seu efervescente Frevo, uma obra célebre da fase nacionalista do com-
FOTO: RAFAEL MOTTA
positor amazonense.
FA B I O M E C H E T T I
FABIO MECHETTI DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Diretor Artístico e Regente Titular
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
da Orquestra Filarmônica de Minas
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Gerais desde sua criação, em 2008,
Jersey. Continua dirigindo inúmeras
Fabio Mechetti posicionou a orques-
orquestras norte-americanas e é
tra mineira no cenário mundial da
convidado frequente dos festivais
música erudita. Além dos prêmios
de verão norte-americanos, entre
conquistados, levou a Filarmônica
eles os de Grant Park em Chicago
a quinze capitais brasileiras, a uma
e Chautauqua em Nova York.
turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de nove álbuns,
Igualmente aclamado como regente
sendo quatro para o selo interna-
de ópera, estreou nos Estados Unidos
cional Naxos. Natural de São Paulo,
dirigindo a Ópera de Washington. No
Mechetti serviu recentemente como
seu repertório destacam-se produções
Regente Principal da Filarmônica
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
da Malásia, tornando-se o primeiro
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
regente brasileiro a ser titular de
Madame Butterfly, O barbeiro de
uma orquestra asiática.
Sevilha, La Traviata e Otello.
Nos Estados Unidos, Mechetti
Suas apresentações se estendem
esteve quatorze anos à frente da
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Orquestra Sinfônica de Jacksonville
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
e, atualmente, é seu Regente Titular
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Emérito. Foi também Regente Titular
Suécia e Venezuela. No Brasil,
das sin-fônicas de Syracuse e de
regeu todas as importantes orques-
Spokane, da qual hoje é Regente Emé-
tras brasileiras.
rito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Fabio Mechetti é Mestre em Regência
Nacional de Washington, com ela
e em Composição pela Juilliard
dirigiu concertos no Kennedy Center
School de Nova York e vencedor do
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Concurso Internacional de Regência
Diego, foi Regente Residente. Fez
Nicolai Malko, da Dinamarca.
FOTO: EUGÊNIO SÁVIO
ARNALDO COHEN
Royal Festival Hall, Barbican Center e Royal Albert Hall. Foi solista em mais de
Após uma das apresentações de Arnaldo
quatro mil concertos com orquestras
Cohen em Nova York, Shirley Fleming,
como as filarmônicas de Londres e
do The New York Post, assinalou: “[...]
de Los Angeles, Royal Philharmonic,
A avalanche de notas escrita por Liszt
Philharmonia Orchestra, orquestras de
não chegou a ameaçar Cohen”. Sobre
Cleveland e da Filadélfia. Apresenta-se
a gravação das Variações sobre um
com a Filarmônica de Minas Gerais
Tema de Haendel, de Brahms (Vox),
desde a primeira temporada. Entre
Harold Schonberg, do The New York
outros, colaborou com os regentes Kurt
Times, escreveu: “não conheço nenhuma
Masur, Wolgang Sawallish e Yehudi
gravação moderna que se aproxime
Menuhin. Para Menuhin, “Arnaldo Cohen
desta”. Para a Fanfare Magazine, a
é um dos mais extraordinários pianistas
interpretação de Cohen se encontrava
que já ouvi”.
“no mesmo nível de Rudolf Serkin”. A Gramophone incluiu a gravação de
Depois de vinte anos em Londres, mudou-
obras de Liszt (Bis) na Escolha do Edi-
-se para os Estados Unidos e assumiu
tor e justificou: “Sua interpretação não
uma cátedra vitalícia na Universidade de
fica nada a dever à famosa gravação
Indiana. Na Inglaterra, lecionou na Royal
de Horowitz. Sua maturidade musical
Academy of Music e no Royal Northern
e virtuosidade o colocam na mesma
College of Music. Mantém uma intensa
categoria de Richter”.
agenda de masterclasses em todo o mundo.
Arnaldo Cohen graduou-se com grau máximo em Piano e Violino pela UFRJ. No Brasil, estudou com Jacques Klein; em Viena, com Bruno Seidlhofer e Dieter Weber. Aos 24 anos conquistou, por unanimidade, o Primeiro Prêmio do Concurso Internacional de Piano Busoni. Desde então, cumpre uma carreira internacional em teatros como o Scala de Milão, Concertgebouw, Symphony -Elysées, Gewandhaus, Teatro La Fenice,
FOTO: DIVULGAÇÃO
Hall de Chicago, Théâtre des Champs-
Claudio
SANTORO M A N AU S , B R A S I L , 1 9 1 9
BRASÍLIA, BRASIL, 1989
Compositor prolífico e talentoso, distinto violinista e maestro, Claudio Franco de Sá Santoro, ou Claudio Santoro, é um dos mais destacados compositores brasileiros. Vieram do berço os dons da sua arte: a mãe, brasileira, era formada em piano e pintura; o pai, italiano, dotado de bom ouvido musical, tocava piano e cantava. Ele, o pai, I N S T R U M E N TA Ç Ã O
se chamava Giotto Michelangelo — provável homenagem
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, piano, cordas.
aos gênios da Renascença italiana Giotto di Bondone e Michelangelo Buonarroti. Não é de se admirar que Claudio Santoro também se dedicasse amadoristicamente à pintura. Foi nos saraus, realizados na casa em que nasceu, na capital amazonense, que o jovem Claudio estreou ao violino acompanhado pela mãe ao piano. Tinha apenas
EDITORA
dez anos e iniciava ali, modestamente, uma longa car-
Academia Brasileira de Música
reira dedicada à música. O reconhecimento logo veio, e
PA R A O U V I R
CD Claudio Santoro – Sinfonias 4 e 9; Ponteio; Frevo – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – John Neschling, regente – Bis/Biscoito Fino – 2006 PA R A A S S I S T I R
Orquestra Sinfônica Brasileira – Roberto Minczuk, regente (a partir de 5min37seg) Acesse: fil.mg/sfrevo
Santoro percorreu os palcos do Brasil como violinista e, após completar vinte anos, como auspicioso compositor, estimulado pelos mestres Nadile de Barros, Francisco Braga e Hans-Joachim Koellreutter. Embora tenha recebido inúmeras premiações e convites de instituições internacionais, Claudio Santoro teve uma vida nômade e repleta de vicissitudes. A década de 1950 foi uma das mais turbulentas: após estudar em Paris e assumir, no Brasil, a fazenda de seu sogro, atuou como spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro. Posteriormente, trabalhou como compositor-arranjador na gravadora Odeon, na Rádio
PA R A L E R
Vasco Mariz – Cláudio Santoro – Civilização Brasileira – 1994
Primeira apresentação com a Filarmônica
Frevo 1982
3 MINUTOS
Clube do Brasil e na Multifilmes, esta
o movimento final de seu Concerto
última em São Paulo. As trilhas de
para piano nº 1. Em agosto de 1953,
cinema compostas por Santoro na
na capital paulista, compôs o Frevo
Multifilmes renderam-lhe diversas
para piano solo, peça curta e vigo-
premiações, dentre elas a Medalha
rosa, dedicada ao pianista Oriano
de Ouro da Associação de Críticos
de Almeida e estreada somente em
de Cinema do Rio de Janeiro. Nesse
1961 por Iris Bianchi. Em 1978, o
período, iniciou a primeira etapa de
Frevo foi arranjado para dois pianos
sua fase nacionalista, caracterizada
e, em novembro de 1982, transcrito
pela pesquisa do idioma folclórico
para piano, cordas e percussão; no
brasileiro. A nova orientação esté-
mesmo ano, foi ampliado para grande
tica, fruto da inquietude pessoal do
orquestra. Nessa época, Santoro resi-
compositor — em termos filosóficos,
dia em Brasília, embora demitido
emocionais e políticos — o fez retor-
da Orquestra do Teatro Nacional de
nar à linguagem mais simplificada e
Brasília — que hoje leva o seu nome.
incorporar à sua música expressões
A versão sinfônica do Frevo demonstra
da cultura popular, como o baião, o
suas qualidades como orquestrador,
maracatu e o frevo.
a exuberância da escrita para percussão e metais e a pujança de seu
O vocábulo frevo nasceu da pronúncia
estilo nacionalista.
errada do verbo ferver. Assim, na primeira década do século XX, da frevança da folia nascia a principal dança coreográfica de rua do Carna-
MARCELO
val recifense. Diversos compositores
CORRÊA
se encantaram pela energia meló-
pela Universidade Federal de Minas
dica e o poder rítmico dessa dança.
Gerais, professor na Universidade do
Santoro, em 1951, denominou Frevo
Estado de Minas Gerais.
Pianista, Mestre em Piano
Wolfgang Amadeus
MOZART SA L Z BU RG O , ÁUST R I A , 1 75 6
V I E N A , ÁUST R I A , 1 79 1
Dos cerca de quarenta concertos compostos por Mozart para quase todos os instrumentos, vinte e três têm o piano como solista. Os aspectos que mais impressionam no conjunto desses concertos são a diversidade e riqueza de caráter, de inspiração e os meios utilizados que fazem deles uma coleção de obras tanto ou mais I N S T R U M E N TA Ç Ã O
importantes que as sinfonias.
Flauta, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, cordas.
O ano de 1784 foi particularmente rico para esse acervo,
EDITORA
Kalmus
e igualmente rico para o conjunto de obras-primas mozartianas em todos os gêneros, nos últimos sete anos de sua vida. Após um doloroso 1782, em que Mozart, com
PA R A O U V I R
Constance, visitou o pai e a irmã em Salzbugo — visita
CD Mozart – ClavierConcerte 6 & 17 – Anima Eterna – Jos van Imerseel, piano – Channel Classics CCS1891 – 1991
malsucedida —, em 1784, sentindo-se definitivamente
PA R A A S S I S T I R
Ingressando na Maçonaria, Wolfgang conviveu ali com
Wiener Philharmoniker – Leonard Bernstein, regente e piano Acesse: fil.mg/mpiano17
Johann Pezzl — citado por Olívio Tavares de Araújo no
PA R A L E R
Jean e Brigitte Massin – Wolfgang Amadeus Mozart – Fayard – 1970
senhor de sua vida, decidiu nunca mais voltar a Salzburgo. A sociedade de Viena o considerava o artista da moda, tinha alguns alunos, tocava quase diariamente em academias e saraus.
livro Procurar Mozart: “Quando da estreia de uma ópera ou peça teatral, o estardalhaço das carruagens, o eco das patas dos cavalos e a gritaria dos cocheiros ao cruzarem o Graben e o Kohlmarkt criam um concerto infernal”. Entende-se com esse comentário por que razão, durante a Quaresma, os teatros da católica Áustria não abriam para espetáculos de ópera e teatro. Multiplicavam-se, por outro lado, os concertos e diferentes formas de fazer
Olívio Tavares de Araújo – Procurar Mozart – Síntese – 1991
Concerto para piano nº 17 em Sol maior, K. 453 1784
Primeira apresentação com a Filarmônica
30 MINUTOS
e escutar música, menos festivas.
tintas e a calma, porém com paixão
Estimulado, Mozart viveu então, na
sempre subjacente.
Quaresma de 1784, um excepcional período de impulso criativo.
O Andante (“não Adagio!” recomenda Wolfgang) não oferece oposição ou
De maneira geral, os concertos de
forte contraste ao primeiro movi-
piano eram escritos por Mozart para
mento; o tema que se apresenta na
sua própria execução, quando obtinha
orquestra, sem introdução, é de uma
extraordinário sucesso pelo brilho
expressividade das mais profundas,
de seu virtuosismo. Porém, dos seis
com grande unidade de concepção,
concertos daquela Quaresma, dois
e surge como uma continuação do
foram escritos para sua talentosa
espírito do primeiro movimento.
aluna Babette Ployer, dos quais o em Sol, único concerto composto
No Allegretto final Mozart abandona
por Mozart nessa tonalidade.
a forma rondó e utiliza o tema com variações. É curioso como o tema
O Concerto K. 453 traz estados de
reproduz o canto de um passari-
alma bem diferentes dos concertos
nho, fato comentado numa anotação
anteriores: mais serenidade, caráter
de Mozart que, encantado com um
às vezes pastoral, menos brilho e um
estorninho, comprou o pássaro. As
virtuosismo moderado, nada exte-
variações são bem distribuídas entre
rior. O tema inicial se apresenta em
orquestra e solista, terminando com
ritmo de marcha leve pelas cordas,
um Finale: presto.
pontuada pelas madeiras. Todo o desenvolvimento do Allegro, como o constante diálogo piano-orquestra, se faz com sabedoria tipicamente
BERENICE MENEGALE
mozartiana, e não propõe contras-
Pianista, fundadora e diretora da
tes acentuados, preferindo as meias
Fundação de Educação Artística
George
GERSHWIN
N O VA Y O R K , E S TA D O S U N I D O S , 1 8 9 8
H O L LY W O O D , E S TA D O S U N I D O S , 1 9 3 7
George Gershwin era filho de emigrantes russos, vindos para a jovem nação americana que então despontava como I N S T R U M E N TA Ç Ã O
2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 2 saxofones soprano, saxofone tenor, 3 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, banjo, cordas. EDITORA
Belwin
potência expansionista e imperialista. Deveria chamar-se Jacob Gerchovitz, mas os pais, compreensivelmente, americanizaram seu nome. A família passou por diversos bairros de Nova York – até completar dezoito anos, George mudou de endereço 25 vezes! –, entre os quais o Harlem, precisamente quando o jazz começava a ser conhecido. Não havendo ainda uma tradição americana de música de concerto, o talento precoce do compositor orientou-se no sentido da canção popular,
PA R A O U V I R
do ragtime e do jazz. Logo conseguiu emprego como
CD George Gershwin – Rhapsody in Blue; Piano Concerto in F (versão para dois pianos) – Katia & Marielle Labeque, pianos – Philips, 1981/1990 – Polygram do Brasil, 1988
pianista: primeiro, no Tin Pan Alley, bairro especializado em música ligeira; depois, em 1917, atuou na Broadway. O piano, mais que instrumento de trabalho, era o catalisador fundamental de suas ideias musicais, e a improvisação permaneceu inerente ao seu estilo de composição. A criação de uma música americana original, para além das
PA R A A S S I S T I R
fronteiras estilísticas, tornou-se um ideal mais concreto para
New York Philharmonic – Leonard Bernstein, regente e piano | Acesse: fil.mg/gblue
Gershwin depois de seu encontro com o maestro Paul Whi-
PA R A L E R
François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
teman, grande incentivador do que se convencionou chamar jazz sinfônico. Na verdade, o repertório ligeiro e superficial da orquestra de Whiteman estava longe do autêntico jazz; entretanto, coube-lhe o mérito da encomenda da Rhapsody in Blue. Em de janeiro de 1924, George jogava bilhar quando Ira, seu irmão e letrista, mostrou-lhe um anúncio do
Otto Maria Carpeaux – Uma nova história da música – Edições de Ouro – 1968
Rhapsody in Blue 1 9 24
Última apresentação: 4 de setembro / 2008 Fabio Mechetti, regente José Feghali, piano
16 MINUTOS
ORQUESTRAÇÃO DE FERDE GROFÉ
New York Tribune confirmando a
em Paris, poema sinfônico em que se
apresentação de nova criação de
ouvem buzinas de automóveis (os táxis
Gershwin, em concerto marcado para
parisienses), blues e um charleston.
18 de fevereiro no Aeolian Hall. De
Por fim, Porgy and Bess, saudada
fato, a encomenda havia sido feita,
como a primeira ópera verdadeira-
mas de maneira informal e sem prazo
mente americana (a cuja consagração
determinado. O compositor aceitou
mundial o autor não chegou a assistir),
o desafio e começou a esboçar a
com seus maravilhosos spirituals e
obra, escrevendo-a em três ou quatro
cenas corais inesquecíveis.
pautas, como uma partitura para dois pianos – a orquestração ficaria a cargo
Em 1928, Gershwin viajou para a
de Ferde Grofé, pianista e arranjador
Europa. Em Paris, quando tentou
de Whiteman. Até o dia previsto, os
convencer Ravel a dar-lhe lições, o
dois ainda faziam modificações na
compositor francês, sabiamente, per-
partitura e, na estreia, alguns trechos
guntou-lhe porque desejava tornar-se
pianísticos foram improvisados por
um Ravel de segunda classe quando
Gershwin. A Rapsódia abre-se com
já era um Gershwin de primeira. Em
um célebre glissando de clarinete,
Viena, Alban Berg também o incen-
revelando a fonte jazzística da obra
tivou a seguir seu caminho original.
cujo fascínio associou-se indelevelmente à vida pulsante da Nova York dos anos 1920.
PA U L O S É R G I O MALHEIROS DOS SANTOS
Na sequência do sucesso, Gershwin
Pianista, Doutor em Letras, professor na
aprofundou sua aprendizagem teórica
UEMG, autor dos livros Músico, doce
e passou a orquestrar suas próximas
músico e O grão perfumado – Mário
obras importantes: o Concerto para
de Andrade e a arte do inacabado.
piano em Fá maior, encomenda da
Apresenta o programa semanal Recitais
Orquestra de Nova York; Um americano
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
George
GERSHWIN
N O VA Y O R K , E S TA D O S U N I D O S , 1 8 9 8
H O L LY W O O D , E S TA D O S U N I D O S , 1 9 3 7
I N S T R U M E N TA Ç Ã O
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 2 saxofones soprano, saxofone tenor, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, banjo, cordas.
Por sua fusão de elementos sinfônicos europeus com o jazz americano, Porgy and Bess é uma ópera que transita entre o erudito e o popular. Em sua grande lista de apresentações, ela já foi montada como ópera, musical, teatro musicado e filme para televisão e cinema. Suas canções foram gravadas pelos grandes nomes da música popular americana, tais como Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Sarah Vaughan, Louis Armstrong, Miles
EDITORA
Davis, John Coltrane e Janis Joplin.
Schott PA R A O U V I R
CD George Gershwin – Porgy and Bess, a symphonic picture; Second Rhapsody; Concerto in F – London Symphony Orchestra – Andre Previn, regente – Cristina Ortiz, piano – EMI Classics – 2009
A história se passa na favela de Catfish Row, nas imediações de Charleston, Carolina do Sul. Bess é uma prostituta cujo amante, o estivador Crown, homem desonesto e violento, comete um assassinato e foge, deixando Bess entregue à própria sorte. Sportin’ Life, traficante de drogas, a convida para ir a Nova York, mas ela o rejeita. Sem casa, Bess bate de porta em porta pedindo ajuda, mas é rejeitada por todos, menos por Porgy, mendigo e deficiente físico que a recebe e lhe dá abrigo. Os dois se
PA R A A S S I S T I R
apaixonam. Um dia, indo a um piquenique na ilha Kittiwah
DVD George Gershwin – Porgy and Bess – Glyndebourne Opera – Sir Trevor Nunn, diretor – The London Philharmonic – Sir Simon Rattle, regente – Warner Classics – 2001 (ópera completa)
com toda a comunidade de sua favela, Bess deixa para trás Porgy, que não conseguira embarcar. Crown, que se escondia na ilha, surpreende Bess. A moça tenta escapar, mas acaba rendendo-se e permanece na ilha. Após alguns dias, muito doente, Bess retorna a Catfish Row. Porgy a recebe e a abriga. Crown reaparece, salva os pescadores de uma tempestade e exige a volta de Bess. Porgy o mata. Preso como suspeito de assassinato, é
PA R A L E R
William G. Hyland – George Gershwin: a new biography – Praeger Publishers – 2008
liberado na semana seguinte. Volta a Catfish Row, mas,
Porgy e Bess: Um retrato sinfônico 1935
Última apresentação: 13 de março / 2012 Fabio Mechetti, regente
24 M I N U T O S
ORQUESTRAÇÃO DE ROBERT RUSSEL BENNE T T
para sua tristeza, descobre que Bess
outros, com Irving Berlin e Cole Por-
fugira para Nova York com Sportin’
ter. Em 1937, último ano de vida de
Life. Porgy parte em busca de Bess
Gershwin, Bennett foi seu assistente
em sua carroça.
na orquestração da música para o musical de Hollywood Vamos dançar
A ópera teve sua estreia no Colonial
(Shall we dance), com Fred Astaire
Theatre, em Boston, em 30 de setem-
e Ginger Rogers. Em 1942, através
bro de 1935. Desde sua inauguração,
de uma encomenda de Fritz Reiner,
em 1900, o Colonial Theatre tem sido
regente da Orquestra Sinfônica de
um espaço em que os produtores da
Pittsburgh, Bennett criou uma versão
Broadway testam suas montagens,
de concerto da ópera de Gershwin,
geralmente por uma temporada de
intitulada Porgy and Bess: Um retrato
poucos dias, antes de levá-las a Nova
sinfônico. A versão de Bennett inclui a
York. Porgy and Bess teve também
maioria das canções da ópera, embora
uma montagem destinada à Broadway.
não exatamente na ordem em que
Sua estreia em Nova York se deu
aparecem na música cênica. Esta
em 10 de outubro de 1935, no Alvin
versão para concerto, que possui
Theater (hoje Neil Simon Theatre).
uma orquestração muito próxima do original, foi um dos grandes esforços
A cultura dos teatros musicais ame-
para tornar a música de Gershwin
ricanos é baseada em trabalho de
conhecida do grande público.
equipe. Uma vez que a demanda por novos musicais sempre foi frenética, os compositores precisavam recorrer aos arranjadores, que orquestravam
GUILHERME NASCIMENTO
as músicas e as deixavam prontas
Compositor, Doutor em Música pela
para o palco. Robert Russell Bennett
Unicamp, professor na Escola de Música
era um arranjador da Broadway e
da UEMG, autor dos livros Os sapatos
de Hollywood que trabalhou, dentre
floridos não voam e Música menor.
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Diretor Artístico e Regente Titular FABIO MECHETTI Regente Associado MARCOS ARAKAKI
PRIMEIROS VIOLINOS
Marcelo Nébias
FAGOTES
PERCUSSÃO
Priscila Rato –
Mikhail Bugaev
Catherine Carignan *
Rafael Alberto *
Spalla convidada
Nathan Medina
Victor Morais ***
Daniel Lemos ***
Andrew Huntriss
Sérgio Aluotto
Francisco Silva
Werner Silveira
Rommel Fernandes – Spalla associado
VIOLONCELOS
Ara Harutyunyan –
Philip Hansen *
Spalla assistente
Robson Fonseca ***
SAXOFONES
HARPAS
Ana Paula Schmidt
Camila Pacífico
Douglas Braga****
Clémence Boinot *
Ana Zivkovic
Camilla Ribeiro
Paulo Rosa****
Marcelo Penido ****
Arthur Vieira Terto
Eduardo Swerts
Robson Saquett****
Joanna Bello
Emília Neves
Laura von Atzingen
Lina Radovanovic
TROMPAS
Luis Andrés Moncada
Lucas Barros
Alma Maria Liebrecht *
Roberta Arruda
William Neres
Evgueni Gerassimov ***
BANJO
Gustavo Garcia Trindade
Rogério Delayon ****
Rodrigo Bustamante
TECLADOS Ayumi Shigeta *
Rodrigo M. Braga
CONTRABAIXOS
José Francisco dos Santos
Rodrigo de Oliveira
Nilson Bellotto *
Lucas Filho
Wesley Prates
André Geiger ***
Fabio Ogata
GERENTE
Marcelo Cunha
Jussan Fernandes
SEGUNDOS VIOLINOS
Marcos Lemes
TROMPETES
Frank Haemmer *
Pablo Guiñez
Marlon Humphreys *
INSPETORA
Hyu-Kyung Jung ***
Rossini Parucci
Érico Fonseca **
Karolina Lima
Gideôni Loamir
Walace Mariano
Daniel Leal *** Tássio Furtado
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Cássia Lima *
TROMBONES
Risbleiz Aguiar
Renata Xavier ***
Mark John Mulley *
Matheus Braga
Alexandre Braga
Diego Ribeiro **
ARQUIVISTA
Radmila Bocev
Elena Suchkova
Wagner Mayer ***
Ana Lúcia Kobayashi
Jovana Trifunovic Luka Milanovic
FLAUTAS
Martha de Moura Pacífico
Rodolfo Toffolo
Renato Lisboa
Tiago Ellwanger
OBOÉS
Valentina Gostilovitch
Alexandre Barros *
TUBA
ASSISTENTES Claudio Starlino
Públio Silva ***
Eleilton Cruz *
Jônatas Reis
TÍMPANOS Patricio Hernández
SUPERVISOR DE MONTAGEM
Pradenas *
Rodrigo Castro
VIOLAS
Israel Muniz
João Carlos Ferreira *
Maria Fernanda Gonçalves
Roberto Papi *** Flávia Motta
CLARINETES
Gerry Varona
Marcus Julius Lander *
Gilberto Paganini
Jonatas Bueno ***
MONTADORES
Katarzyna Druzd
Ney Franco
Hélio Sardinha
Luciano Gatelli
Alexandre Silva
Klênio Carvalho
* principal
** principal associado
*** principal assistente
**** musicista convidado
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA CONSELHO ADMINISTRATIVO
Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social Lei 23.081 / Ago 2018
EQUIPE TÉCNICA
Presidente Emérito
Gerente de Comunicação
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
Roberto Mário
Conselheiros
Douglas Conrado
Jovem Aprendiz Sunamita Souza
SALA MINAS GERAIS
Gerente de Produção Musical
Gerente Contábil
Claudia da Silva
Graziela Coelho
Guimarães
Angela Gutierrez Arquimedes Brandão
Gerente Administrativofinanceira
Mensageiro
Ana Lúcia Carvalho
Presidente Gonçalves Soares Filho
EQUIPE ADMINISTRATIVA
Berenice Menegale
Assessora de Programação Musical
Bruno Volpini
Gabriela de Souza
Celina Szrvinsk
Gerente de Infraestrutura Renato Bretas
Gerente de Recursos Humanos
Gerente de Operações
Quézia Macedo Silva
Jorge Correia
Fernando de Almeida
Produtor
Analista Administrativo
Técnicos de Áudio e de Iluminação
Ítalo Gaetani
Luis Otávio Rezende
João Paulo de Oliveira
Daniel Hazan
Secretária Executiva
Cunha Castello Branco
Analistas de Comunicação
Mauricio Freire
Carolina Moraes Santana
Octávio Elísio
Fernando Dornas
Sérgio Pena
Lívia Aguiar
Assistente Administrativa
Renata Gibson
Cristiane Reis
Marco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da
DIRETORIA EXECUTIVA
Diano Carvalho
Analistas de Marketing
Diretor Administrativofinanceiro
Eventos — Lívia Brito
Assistente Operacional Rodrigo Brandão
Renata Romeiro
Diretor Presidente Diomar Silveira
Flaviana Mendes
FORTISSIMO Agosto nº 13 / 2019
Assistente de Recursos Humanos
ISSN 2357-7258
Jessica Nascimento
Godinho Delgado
Editora Merrina Edição de texto
Projetos — Lilian Sette
Recepcionistas
Berenice Menegale
Relacionamento —
Meire Gonçalves
Capa Detalhe de foto de
Joaquim Barreto
Itamara Kelly
Vivian Figueiredo
André Cros do ensaio da
Diretor de Comunicação
Assistente de Marketing e Relacionamento
Auxiliar Contábil
Henrique Campos
Auxiliar Administrativa
Assistente de Produção
Geovana Benicio
Rildo Lopez
Auxiliares de Serviços Gerais
Auxiliar de Produção
Ailda Conceição
ópera Porgy and Bess no
Agenor Carvalho
Diretora de Marketing e Projetos Zilka Caribé
Diretor de Operações Ivar Siewers
Jeferson Silva
Théâtre du Capitole, 1967
Pedro Almeida
Rose Mary de Castro
O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site. Este programa foi impresso em papel doado pela Resma Papéis.
NO CONCERTO Cuide da Sala Minas Gerais.
Seja pontual.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças menores de 8 anos.
PRÓXIMOS CONCERTOS Dias 8 e 9 ago, 20h30 Dia 13 ago, 20h30 Dia 18 ago, 11h
PRESTO E VELOCE FILARMÔNICA EM CÂMARA
C O N C E R T O S PA R A A J U V E N T U D E
Dias 22 e 23 ago, 20h30
A L L E G R O E V I VA C E
Dias 29 e 30 ago, 20h30
PRESTO E VELOCE
Dia 14 set, 18h
F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A , G U E R R A E PA Z
Restaurantes parceiros Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes
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COMU NI CA ÇÃO IC F / 20 19
Sala Minas Gerais