Espaços Dormentes: Requalificação do Parque Linear do Rincão

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Trabalho Final de Graduação Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL Arquitetura e Urbanismo    

    

 

Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura

e

Urbanismo

da

Universidade Cruzeiro do Sul, em cumprimento

aos

requisitos

necessários para a obtenção do grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação do Prof. Marlon Paiva.

Anderson Figueredo Brito    

São Paulo, 2007.


Uma grande

cidade nada mais ĂŠ do que um retrato dela mesma,

e mesmo quando tudo estĂĄ dito e feito, o seu arsenal de cenas e imagens sĂŁo parte de um profundo plano em

movimento.


Mark Helprin

Figura 1 – Perspectiva Centro de São Paulo (2017) Fonte: http://www.jundiaqui.com.br/


Figura 2 – Pascal Campion (2014) Fonte: https://br.pinterest.com/


Ao alicerce da minha vida Minha famĂ­lia, dedico.


AGRADEÇO A DEUS, supremo e majestoso, meu amigo que no íntimo do meu coração em nossas conversas sempre me guiou e incentivou a seguir em frente, acreditar sempre na minha capacidade de lutar e conquistar meus objetivos. Aos meus pais, Jesuina Figueredo e Argemiro Brito pela compreensão, confiança e orações ao longo de toda minha vida. Aos meus familiares, que sempre acreditaram na minha determinação e depositaram toda a confiança. Por cada palavra de incentivo externada, por cada oração, pela preocupação e vibração em cada etapa vencida ao longo desses cinco anos, meu muito obrigado! Minha vitória, também é de vocês. As famílias de: Edna Brito, Marlene Araújo e Claudete Bomfim/Cida Gonsalez pela fraternidade, acolhimento e apoio. Em especial Claudia Bomfim e Sávio. A Gisélia Araújo, que no primeiro dia de aula pisou em sincronia comigo no primeiro degrau da escada da faculdade e a partir de então se tornou muito mais que uma colega de sala, é amiga, irmã, companheira de bons vinhos e conselheira. A Gabriela Gianoni, minha magrela, que entre tapas e beijos ao longo do curso se tornou peça fundamental na minha vida, que me ensinou a acreditar mais nas minhas capacidades e a não fraquejar. Aprendemos a ser espelho e reflexo um do outro e a subir cada degrau de mãos dadas.


Aos amigos que conquistei ao longo do curso e que compartilhamos diversas histórias e momentos que levarei para a vida. Em especial ao Jeff Santos, Lucas Galvani, Gabriela Medeiros e Ingrid Salles. De forma especial agradeço pela irmandade que se tornou o grupo de trabalho “A mão” (Anjelu Gagi – Anderson, Jeff, Lucas, Gabriela, Gisélia), pelo companheirismo e compartilhamento dos melhores e piores momentos vividos na faculdade. Ao meu orientador Marlon Paiva, pelo conhecimento transmitido, por ter apoiado e acreditado em meu trabalho. As meus professores da Unicsul que contribuíram para minha formação acadêmica em especial a Kathia Dias e Tarsila Miyazato. Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho.

Figura 3 – Bicycle (2013) Fonte: www.bicyclecards.com/


RESUMO O espaço considerado vazio urbano pode ser oriundo a partir de uma série de fenômenos produzidos através de uma situação jurídica da propriedade, pelo tipo de solo, da localização, entre outros. Sendo assim, é fundamental a compreensão dos critérios que contribuíram para sua formação para posterior identificação das potencialidades de usos desses locais. O vazio urbano nesse trabalho refere-se a lote e/ou gleba que não foi concebido como espaço público livre e que está localizado no meio urbano sem ocupação/uso, e que devido sua improdutividade ou segregação na malha urbana possui caráter expectante para futura intervenção. O termo subutilizado é atribuído aos espaços que possuem edificações que apresentam uso e/ou ocupação, porém de forma temporária ou parcial, tornando parte desse espaço ocioso ou sem a exploração do seu real potencial. A partir de uma delimitação conceitual foram desenvolvidas categorias de análises para estudo desses distintos espaços, bem como selecionada a área subutilizada localizada na Zona Leste de SP entre as estações de metrô Penha e Vila Matilde para desenvolvimento de proposta projetual de requalificação do referido espaço. PALAVRAS-CHAVE: Espaço, Vazios urbanos, Lotes, Subutilizado, Revitalização, Requalificação.

ABSTRACT The space considered empty urban can originate from a series of phenomena produced through a juridical situation of the property, by the type of soil, of the location, among others. Therefore, it is fundamental to understand the criteria that contributed to their formation for later identification of the potential uses of these sites. The urban void in this work refers to a lot and / or farmland that was not conceived as a free public space and that is located in the urban environment without occupation / use, and due to its unproductivity or segregation in the urban network, it has an expectant character for future intervention . The term underutilized is attributed to spaces that have buildings that present use and / or occupation, but temporarily or partially, making part of this space idle or without the exploitation of its real potential. From a conceptual delimitation, categories of analysis were developed to study these distinct spaces, as well as the underutilized area located in the East Zone of SP between the subway stations Penha and Vila Matilde were developed to develop a design proposal to requalify the space. KEYWORDS: Space, Urban Void, Lots, Underutilized, Revitalization, Requalification.


Figura 4 – Cidades (2014) Fonte: : https://br.pinterest.com/


LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Perspectiva Centro de São Paulo (2017) ...........................................................................................................................................04 Figura 2 – Pascal Campion (2014) ........................................................................................................................................................................ 05 Figura 3 – Bicycle (2013) ........................................................................................................................................................................................ 08 Figura 4 – Cidades (2014) ......................................................................................................................................................................................... 10 Figura 5 – Casa Música (2009) ................................................................................................................................................................................ 11 Figura 6 – Vilareijo (2015) ........................................................................................................................................................................................ 14 Figura 7 – Marta Orlowska (2010) .......................................................................................................................................................................... 16 Figura 8 – Paris (2015) .............................................................................................................................................................................................. 17 Figura 9 – Projeto Urbanismo Caminhável (2016) .............................................................................................................................................. 19 Figura 10 – Metrópole (2014) ................................................................................................................................................................................... 21 Figura 11 – Arquitetura da Gentrificação (2015) ................................................................................................................................................. 24 Figura 12 – Vista panorâmica cidade de São Paulo (2016) ............................................................................................................................. 25 Figura 13 – Migração (2014) ................................................................................................................................................................................... 30 Figura 14 – Levantamento de Vazios Urbanos (2017) ........................................................................................................................................ 31 Figura 15 – O caminho (2015) .................................................................................................................................................................................. 34 Figura 16 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (1930) ............................................................................................................ 38 Figura 17 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (1954) ............................................................................................................. 38 Figura 18 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (2004) ........................................................................................................... 38 Figura 19 – Arquiteto Nuno Portas (2016) ...........................................................................................................................................................40 Figura 20 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Nuno Portas (2017) ............................................................................40 Figura 21 - Arquiteto Flávio Villaça (2012) ............................................................................................................................................................ 41 Figura 22 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Flávio Villaça (2017) ............................................................................ 41 Figura 23 – Arquiteto Joel Campolina (2012) ..................................................................................................................................................... 42 Figura 24 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Joel Campolina (2017) ....................................................................... 42 Figura 25 – Mosaico Vale do Anhangabaú e Região Central de São Paulo, SP (2013) ............................................................................ 46 Figura 26 – Parklets, SP (2015) .............................................................................................................................................................................. 49 Figura 27 - Largo da Batata, SP (2015) ................................................................................................................................................................. 49 Figura 28 – Parking Day, Dallas (2015) ................................................................................................................................................................. 49 Figura 29 – Up Beer Garden – Louisville, Kentucky, EUA (2015) .................................................................................................................... 49 Figura 30 – City (2000) ............................................................................................................................................................................................56 Figura 31 – Experiência humana na construção da arquitetura (2015) ....................................................................................................... 57 Figura 4 – Cidades (2014) Fonte: : https://br.pinterest.com/


Figura 32 – 01 - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) ........................................................................................................................................58 Figura 33 – Imagens - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015)............................................................................................................................59 Figura 34 – Planta baixa - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) .................................................................................................................... 60 Figura 35 – Planta baixa I / II / Corte AA - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) ...................................................................................... 61 Figura 36 – Imagem I - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) .......................................................................................... 63 Figura 37 – Imagens II - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) ........................................................................................ 66 Figura 38 – Imagem I – Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007) ................................... 67 Figura 39 – Perspectiva da Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007)............................ 73 Figura 40 – Pranchas de Arquitetura – Concurso Parque da Tamarineira – IAB/PE (2011) ................................................................. 76 Figura 41 – Área de intervenção – Projeto Nova Luz (2013) ........................................................................................................................... 78 Figura 42 – Tipificação e destinação de lotes e edificações (2011) ............................................................................................................... 79 Figura 43 – Manifestação contrária à Nova luz durante audiência pública (2011) ................................................................................... 80 Figura 44 – Mosaico – estudos de caso – imagens Archdaily (2017) ...........................................................................................................82 Figura 45 – Macro Mural Pachuca (2015).............................................................................................................................................................84 Figura 46 – Morro da Penha – Vista do viaduto Aricanduva (1986) .............................................................................................................85 Figura 47 – Adaptado. Área de intervenção (2017) ........................................................................................................................................... 86 Figura 48 – Adaptado. Mapa político administrativo (2017) ............................................................................................................................ 87 Figura 49 – Adaptado. Mapa Topográfico (2017) ............................................................................................................................................... 88 Figura 50 – Cortes 01 (2017)................................................................................................................................................................................... 89 Figura 51 – Cortes 02 (2017) ................................................................................................................................................................................... 89 Figura 52 – Mapa Topográfico Localização de Cortes (2017) ........................................................................................................................ 89 Figura 53 – Cortes 03 (2017) ................................................................................................................................................................................. 90 Figura 54 – Adaptado. Mapa Densidade Demográfica (2017 ............................................................................................................................ 91 Figura 55 – Adaptado. Mapa Hidrográfico (2017) ...............................................................................................................................................92 Figura 56 – Córrego Rincão canalizado (2017)...................................................................................................................................................92 Figura 57 – Canal trapezoidal (2017) .....................................................................................................................................................................92 Figura 58 – Adaptado. Mapa Estruturação Urbana (2017).............................................................................................................................. 93 Figura 59 – Eixo de Estruturação Urbana – Área de influência (2017) ....................................................................................................... 94 Figura 60 – Situação Urbana Ilustrativa (2017) ................................................................................................................................................ 94 Figura 61 – Adaptado. Mapa de Zoneamento (2017) ...........................................................................................................................................95 Figura 62 – Adaptado. Mapa de Outorga Onerosa e Eixos Viários (2017) ................................................................................................... 96


Figura 63 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos Cultura e Lazer (2017) ....................................................................................... 97 Figura 64 – Clube Esportivo Comunitário Penha (2017) ................................................................................................................................... 97 Figura 65 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos – Educação e Saúde (2017) ............................................................................. 98 Figura 66 – Residências Com Alguns Comércios no Térreo (2017) ............................................................................................................ 100 Figura 67 – Terminal Intermodal Penha (2017)................................................................................................................................................. 100 Figura 68 – Etec Prof Aprígio Gonzaga (2017) .................................................................................................................................................. 100 Figura 69 – Uso e Ocupação do Solo (2017) ...................................................................................................................................................... 100 Figura 70 – Rua Demini (2017)............................................................................................................................................................................... 102 Figura 71 – Rua Alvinópolis (2017)......................................................................................................................................................................... 102 Figura 72 – Rua Mirandinha (2017) ....................................................................................................................................................................... 102 Figura 73 – Av. Dr. Orêncio Vidigal I (2017) ....................................................................................................................................................... 102 Figura 74 – Av. Dr. Orêncio Vidigal II (2017) ...................................................................................................................................................... 102 Figura 75 – Cruzamento Rua Antônio Lamana (2017) ..................................................................................................................................... 102 Figura 76 – Sistema Viário (2017) ........................................................................................................................................................................ 102 Figura 77 – Gabarito de altura (2017) ................................................................................................................................................................. 103 Figuras 78, 79, 80 e 81 – Gabarito de altura das construções no entorno da área de intervenção (2017) .................................... 104 Figura 82 – Cheios, Vazios e Áreas Verdes (2017) .......................................................................................................................................... 105 Figuras 83 à 89 – Vegetação existente na área de intervenção (2017) ................................................................................................. 106 Figura 90 – Planta Tipificação (2017) ...................................................................................................................................................................107 Figura 91 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial I (2013) ............................................................................................................... 108 Figura 92 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial II (2013) .............................................................................................................. 108 Figura 93 – Mapa de Sensações (2017) .............................................................................................................................................................. 103 Figura 94 - Mosaico - Olhar Externo e Interno (2017) .....................................................................................................................................113 Figura 95 – Sujeira / mau cheiro (2017) ............................................................................................................................................................110 Figura 96 – Muros (2017) ........................................................................................................................................................................................110 Figura 97 – Mapa programa de necessidades (2017) .................................................................................................................................... 120 Figura 98 – Pesquisa (2005).................................................................................................................................................................................122 Figura 99 – Croqui de estudo para área de intervenção (2017) ................................................................................................................ 126 Figura 100 – Croqui de implantação para área de intervenção (2017) ..................................................................................................... 128 Figura 101 – Croqui de proposta para projeto de intervenção – Área I (2017) ....................................................................................... 132 Figura 102 – Croqui de implantação – Área I (2017) ...................................................................................................................................... 134


Figura 103 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área II (2017) ........................................................................................... 135 Figura 104 – Croqui de implantação - Área II (2017) ...................................................................................................................................... 138 Figura 105 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área III (2017) .......................................................................................... 140 Figura 106 – Croqui de implantação - Área III (2017) .....................................................................................................................................142 Figura 107 – Carta solar da área de intervenção (2017) ............................................................................................................................... 144 Figura 108 – Rosa dos ventos da área de intervenção (2017) ....................................................................................................................... 144 Figura 109 – Fluxograma - área de intervenção (2017) ................................................................................................................................ 144 Figura 110 – Organograma - área de intervenção (2017) ............................................................................................................................. 144 Figura 111 – Ópio do Trivial (2016) .........................................................................................................................................................................145 Figura 112 – A construção (2016) .......................................................................................................................................................................... 147 Figura 113 – Livros empilhados (2017) ................................................................................................................................................................ 148

Figura 6 – Vilareijo (2015) Fonte: : https://br.pinterest.co m/


LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Esquemático Conceitual e Característico, Por Autor ................................................................................................................. 36 TABELA 2 - Esquemático De Tipologias – Vazios Urbanos ............................................................................................................................. 39 TABELA 3 – Projeto Nova Luz – Uso Do Solo) .................................................................................................................................................... 80 TABELA 4 – Síntese De Estudos De Caso ............................................................................................................................................................... 81 TABELA 5 – Distritos Da Prefeitura Regional Penha ........................................................................................................................................ 87 TABELA 6 – Zoneamento ........................................................................................................................................................................................... 99 Figura 7 – Marta Orlowska (2010) .......................................................................................................................................................................... 16 Figura 8 – Paris (2015) .............................................................................................................................................................................................. 17

LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Esquemático de Categorização (2010) .......................................................................................................................................... 37 GRÁFICO 2 – Aspectos Norteadores (2010) ........................................................................................................................................................ 45 GRÁFICO 3 – Etapas da Gentrificação de Um Espaço (2010) ......................................................................................................................... 47 GRÁFICO 4 – Espaço Público E Suas Qualidades Fundamentais (2017)......................................................................................................... 49 GRÁFICO 5 – Diagrama De Avaliação Do Espaço Público (2017) .................................................................................................................. 50 GRÁFICO 6 – Programa Córrego Limpo ................................................................................................................................................................ 52 Gráfico 7 - Linha do tempo intervenções e propostas urbanas para Córrego e Piscinão Rincão (2017) .......................................... 57 GRÁFICO 8 – Dados Censitários Penha (2010) .................................................................................................................................................... 91


Figura 7 – Marta Orlowska (2010) Fonte: : https://br.pinterest.com/


Figura 8 – Paris (2015) Fonte: : https://br.pinterest.com/


LISTA DE SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AC – Área Construída CA – Coeficiente de Aproveitamento CIAM – Congresso internacional de Arquitetura Moderna TO – Taxa de Ocupação CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica EEU – Eixo de Estruturação Urbana EMEI – Escola Municipal de Educação Infantil ENCAC – Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído ETEC - Escola Técnica Estadual de São Paulo IAB-PE - Instituto de Arquitetos do Brasil de Pernambuco IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional PDE – Plano Diretor Estratégico PUE – Projeto Urbanístico Específico SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo UNICSUL – Universidade Cruzeiro do Sul USP – Universidade de São Paulo ZEU – Zona de Estruturação Urbana


Recorte Conceitual Pg. 33 Revitalização e Requalificação Pg. 44

Gentrificação x Placemaking Pg. 48

Córrego e Reservatório de Amortecimento Rincão Pg. 52

Linha do Tempo – Intervenções e Propostas Pg. 54

Capítulo

1

2

Elucidando o objeto de estudo Pg. 21 Apresentação Pg. 24 Justificativa Pg. 26 Objetivo Pg. 30 Metodologias Pg. 32

Figura 9 – Projeto Uurbanismo Caminhável (2016) Fonte: http://www.jundiaqui.com.br/

Capítulo

4


Intervenções Urbanas – Estudos de Caso Pg. 55 Estudo Referencial Urbanístico Pg. 57

Estudo I Pg. 58

Estudo III Pg. 67

Campos Corporativo Coyoacán Pg. 58

Praça Victor Civita Pg. 67

Estudo IV Pg. 75 Estudo II Pg. 63

Parque Municipal da Tamarineira Pg. 75

Parque Red Ribbon Pg. 63

Estudo V Pg. 78 Projeto Nova Luz Pg. 78

4

Ensaio Projetual Pg. 83 Área de implantação Pg. 86 Mapas Temáticos Pg. 88 Problemas e Potencialidades Pg. 112 Conclusão Pg. 116 Programa de Necessidades Pg. 117 Diretrizes Projetuais Pg. 124

3 5 Capítulo

O Projeto Pg. 145 Considerações Finais Pg. 156

Referências Bibliográficas Pg. 160

Capítulo

SUMÁRIO


Capítulo

1

Figura 10– Especulação imobiliária (2015) Fonte: http://portal.aprendiz.uol.com.br/

ELUCIDANDO O OBJETO DE ESTUDO


Figura 10 – Metrópole (2014) Fonte: www.pinterest.com


____________________________________________________________ _ Diante desse panorama, os arquitetos têm se Conhecer a dinâmica inerente ao ambiente urbano é imprescindível para a execução de

mostrado mais comprometidos e inseridos nessa

planejamento e gestão do território, uma vez que tais

realidade,

ações

interferências/operações urbanas e do desenvolvimento

salientam

os

impactos

antrópicos

nos

ecossistemas naturais, além de promover e garantir a sustentabilidade ecológica nos espaços urbanizados.

23

contribuindo

através

de

de uma arquitetura cada vez mais sustentável. O crescimento exacerbado da cidade de São

Diante da necessidade de buscar o equilíbrio

Paulo têm provocado drásticas mudanças em seu perfil

entre o meio urbano e natural, diversos ambientalistas,

urbano; decorrente da falta de planejamento eficiente e

geógrafos, arquitetos, antropólogos têm aprofundado em

fiscalização assídua, os bairros periféricos em suma, se

estudos e mitigado ações que possam colaborar para o

consolidam informalmente provocando uma série de

amadurecimento social, bem como promover diretrizes e

agravantes socioambientais, além de contribuir para o

tecnologias que beneficiem e auxiliem na qualificação e

surgimento de grandes áreas ociosas, fragmentando

revitalização dos espaços. O termo “revitalização”,

assim o tecido urbano e constituindo os chamados

conforme Luis Valentim (2005) compreende,

“vazios urbanos”. É fundamental considerar que a terra urbana

Práticas vinculadas à renovação seletiva de áreas deterioradas, desenvolvimento de áreas desocupadas, preservação de interesse histórico e cultural, reciclagem cuidadosa de usos em imóveis históricos, promoção de novos usos e recuperação ambiental. (VALENTIM, 2005, p 92)

constitui-se como vetor determinante na produção do espaço urbano e tende a tornar-se capital de disputa pelos agentes interessados que na maioria das vezes são motivados por interesses diversos e conflitantes.


_____________________________________________________________ APRESENTAÇÃO Geralmente, esses referidos agentes são os grupos_ Sendo, o mercado residencial privado no Brasil empresariais que defendem os interesses privados,

uma realidade ainda pouco acessível à população mais

órgãos públicos e a própria população que luta pelo

carente, torna-se evidente que os vazios urbanos nas

direito à moradia e infraestrutura eficiente.

cidades brasileiras são decorrentes principalmente da

As disputas pelo uso do solo urbano e seus

valorização e especulação imobiliária e econômica do

mecanismos que agregam valorização aos espaços

país; essa mesma condição analítica se aplica à cidade de

direcionam as pessoas a se estabelecerem em diferentes

São Paulo, foco para o desenvolvimento deste trabalho. Borde conceitua vazios urbanos como,

favorecida economicamente, tende a aglomerar e se estabelecer nas áreas adjacentes desprovidas de planejamento e/ou condições mínimas de sobrevivência como, por exemplo: terrenos com perfil topográfico inadequado, muitas vezes sujeito a alagamentos, entre outros aspectos. Essa

realidade

evidenciada

acima

é

caracterizada como segregação urbana que segundo Ferrari é o “processo de caráter dissociativo que leva indivíduos ou grupos a se isolarem, física e socialmente, de outros grupos ou indivíduos, em virtude de diferenças econômicas e sociais, como é o caso das pessoas que procuram moradias em condomínios fechados” (FERRARI, 2004).

24 [...] aqueles terrenos localizados em áreas providas de infra-estrutura que não realizam plenamente a sua função social e econômica, seja porque estão ocupados por uma estrutura sem uso ou atividade, seja porque estão de fato desocupados, vazios (BORDE, 2003, p.4).

Sendo assim, os vazios urbanos existentes podem ser originários a depender de vários fatores como: localização geográfica, perfil topográfico, leis de zoneamentos, uso e ocupação do solo, situação jurídica da propriedade, entre outros. Portanto, torna-se premissa o conhecimento dos fatores que contribuíram para sua formação, para posterior estudo das Figura 11 – Arquitetura da Gentrificação (2015) Fonte: Adaptado de_ https://www.catarse.me/ag

localidades dentro da cidade. Todavia, a população menos


potencialidades que o local de interesse pode oferecer. De forma mais objetiva e tecnicista, a ABNT NBR 14653-2:2014, define Gleba Urbanizável como: “terreno

espaços que contemplem a continuidade da malha urbana existente de forma mais sustentável e garanta a melhoria da qualidade de vida da população.

passível de receber obras de infraestrutura urbana,

Com base nessas primeiras indagações, o

visando seu aproveitamento eficiente, através de

escopo desse trabalho é identificar e caracterizar os

loteamento, desmembramento ou implantação de

vazios urbanos e subutilizados mais relevantes

empreendimento”.

localizados nas proximidades da malha ferroviária da

25

A escolha da Zona Leste como área de estudo,

Zona Leste de São Paulo.

se deve à complexidade e magnitude da região. Com aproximadamente 4 milhões de habitantes (INFOCIDADE, 2010), é a região mais populosa da cidade de São Paulo. Por se desenvolver demasiadamente pouco recebeu investimentos

em

infraestrutura,

ocasionando

crescimento disperso e difuso, com espaços vazios na malha urbana, lotes e galpões/fábricas subutilizados, além do surgimento de diversas favelas com ruas sem pavimentação ou em condições precárias, falta de saneamento básico, energia elétrica entre outros fatores. Esse cenário caótico facilmente identificado na Zona Leste de São Paulo, por sua vez, infere no meio ambiente e urbano, constituindo uma paisagem deficiente e desordenada. É importante salientar que a cidade de São Paulo tem intensificado em projetos de reorganização e restruturação urbana, com base principalmente nas diretrizes e premissas inseridas nas leis da Constituição brasileira como: o Estatuto da Cidade (LEI Nº 10.257) e o Plano Diretor Estratégico do Munícipio de São Paulo (LEI nº 16.050). Portanto, o desenvolvimento de projetos de intervenção urbana para esses espaços configura-se como

grande

oportunidade

de

melhoramento

promovendo a reflexão sobre propostas que se opõe ao atual modelo de desenvolvimento que desqualifica a cidade em seus aspectos socioeconômico-ambientais. Incitando, assim, intervenções projetuais urbanas de revitalização e requalificação, visando desenvolver

Figura 12 – Vista panorâmica cidade de São Paulo (2016) Fonte: Adaptado de_ http://www.lopes.com.br/


_____________________________________________________________ JUSTIFICATIVA _ A historiadora Françoise Choay em seu livro “O O processo de industrialização, como fenômeno

tipicamente urbano no período da Revolução Industrial,

urbanismo” reúne e revisa de forma crítica a obra de 37

impulsionou a urbanização principalmente na Europa,

autores que de forma sintetizada discorre sobre um

através da expansão das cidades. Na segunda metade do

largo ensaio sobre o urbanismo em questão. A autora

século XIX, a industrialização e a urbanização ganham

divide as obras em duas categorias: O “pré-urbanismo”

visibilidade mundial e consequentemente surgem os

compreendendo

debates inerentes aos problemas urbanos advindos dos

(historiadores, economistas ou políticos) e o “urbanismo”

países industrializados, devido à qualidade de vida da

propriamente dito abrangendo a teoria e prática de

população não ter se desenvolvimento paralelo ao

especialistas, com foco aos arquitetos. Para Choay

aceleramento urbano.

(2013), “Ainda que o pré-urbanism o tenha estado ligado

Nesse sentido, surgiram diversos precursores na defesa sobre a questão urbana e formuladores de

os

pensadores

generalistas

a opções políticas ao longo de toda a sua história, o urbanismo é despolitizado”.

teorias urbanísticas progressistas e reformistas, no

O exemplo mais ilustrativo de intervenção

entanto a intervenção urbana teve sua origem também a

urbana ocorrido a partir da segunda metade do século

partir de uma ótica conservadora, através das “soluções

XIX foi o projeto de remodelação de Paris, com o

paliativas” impostas pelo Estado para o combate à

desenvolvimento de largas avenidas, chamadas de

miséria, as questões sanitaristas e a diminuição das

“bulevares”, solicitado pelo prefeito Haussmann.

disparidades socioeconômicas.

O arquiteto Camilo Sitte, um precursor do

26


27

urbanismo, sempre defendeu a importância do espaço

arquitetônico foram marcados pelo funcionalismo e

público em promoção da qualidade de vida do homem

racionalismo (prático).

urbano. “Na vida pública a Idade Média e da Renascença

O primeiro grande evento de introdução dessas

houve uma valorização intensa e prática das praças da

novas técnicas em decorrência da vida moderna foi à

cidade e uma harmonização entre elas e os edifícios

fundação da Escola Bauhaus de Arquitetura, em 1919, por

públicos adjacentes” (SITTE, 1992, p.30). Com ideias

Walter Gropius, na Alemanha, onde além de se aplicar

humanísticas e posicionamento culturalista, serviu de

experiências funcionalistas desenvolvidas na Bauhaus, os

inspiração para diversos projetos no mundo inteiro,

ensinamentos estendiam-se também à escultura e a

inclusive no Brasil, com destaque nas cidades de São

pintura. Com o encerramento das atividades da escola,

Paulo, Santos e Rio de Janeiro, no início do século XX.

após a década de 30, Gropius passou a residir nos

Na Inglaterra, o modelo projetual urbano conhecido

como

cidades-jardins

(garden cities) é notório na paisagem

1 Carta de Atenas – Tratase de um manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), realizado em Atenas em 1933. Nota de aula tomada em discussão levantada pela Profª Priscila Henning na disciplina: História da Arquitetura e do Urbanismo – modernismo.

até os dias atuais. As habitações foram projetadas com amplos espaços verdes separando-as, além do planejamento de jardins entre as edificações e as ruas como também eixo intermediário entre os núcleos

2 Técnico-científicoinformacional Corresponde a evolução dos processos de produção e reprodução do meio geográfico. O tema é aprofundado na obra do Geógrafo Milton Santos “A Natureza do Espaço: Técnica e tempo, razão e emoção”.

Estados Unidos, onde deu continuidade às suas práticas. O segundo marco no urbanismo do século XX, foi à criação dos Ciam (Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna), que produziram seus princípios racionalistas a partir do documento conhecido como Carta de Atenas1. Seu movimento influenciou diversas obras arquitetônicas e urbanas em vários países, no Brasil, pode-se destacar a cidade de Brasília, projetada no final da década de 50 por Lucio Costa e Oscar

urbanos, chamados de “espaço rural

Niemayer, como exemplo de influencia do urbanismo

público”. Este modelo inglês, também

racionalista, além de peculiares princípios arquitetônicos

foi adotado nos Estados Unidos, obtendo assim, a interação do urbano com a natureza. Mesmo que essa ideia de planejamento tenha ocorrido apenas no inicio do século XX, elas são originarias do urbanismo culturalista do final do século XIX.

modernos da época. É evidente que o planejamento urbano do século XX não se restringiu apenas as tendências do urbanismo racionalista, mesmo esta, tendo sido tão bem difundida mundialmente. Hoje em dia, as grandes cidades apresentam um panorama bastante diferente das cidades industriais do Século XIX e início do século XX, pois atualmente se identificam principalmente pelas funções

No século XX, novas possibilidades no âmbito arquitetônico

foram

descobertas,

como

o

ligadas ao setor terciário, ao período técnico-científicoinformacional2 e pelas questões sustentáveis.

desenvolvimento de novos materiais (concreto armado,

A cidade de São Paulo está entre as maiores

ferro e o aço), que introduzidos às obras arquitetônicas

metrópoles do mundo, e sua magnitude sintetiza a

oportunizaram o surgimento de novas instalações

dimensão dos desafios do planejamento metropolitano.

urbanas como, por exemplo, o arranha-céu gerando

Desse modo, as condicionantes para o desenvolvimento

assim, o crescimento verticalizado e ampliação do

da cidade de São Paulo, especialmente da Zona Leste, é

adensamento populacional. Ainda na primeira metade do

marcado pela vulnerabilidade do seu crescimento

século XX, o planejamento urbano e o projeto

heterogêneo, onde alguns espaços são ocupados e outros


deixam de ser no decorrer desse processo. Esse

O Distrito da Penha faz parte da subprefeitura

fenômeno contínuo faz parte do método dialético da

homônima, juntamente com a Vila Matilde, Artur Alvim e

construção e desconstrução do tecido urbano, que nesta

Cangaiba. Segundo o IBGE (2010), o distrito da Penha é

dinâmica, fragmenta-se e gera os chamados “vazios”.

composto por 35 bairros e compreende uma área de

É importante salientar que nem todos os

aproximadamente 11,3 km², faz parte da região

“vazios” são considerados um problema. Podem ser um

administrativa “Leste 1”. Seus limites fronteiriços

espaço cívico, uma praça ou até mesmo um “respiro”

configuram-se: Guarulhos e Cangaíba a norte, Ponte Rasa

urbano, e neste sentido para a arquitetura, esses

e Artur Alvim a leste, Vila Matilde ao Sul e Tatuapé e Vila

espaços foram intencionais. Porém, quando os vazios,

Maria a oeste. 28

edificados ou não, são frutos de abandono ou

A região da Penha atualmente já possui uma

especulação imobiliária, se transformam em espaços

malha urbana estruturante com a linha 03 vermelha do

sem ocupação ou em situação subutilizada; constituindo

metrô paulistano com estação homônima, com saída para

assim, áreas ociosas no ponto de vista socioeconômico-

a Radial Leste e para o terminal intermunicipal, além de

ambiental. De acordo Sánchez (2001), “[...] o abandono é

diversos equipamentos urbanos disponíveis. No entanto o

ambientalmente perigoso, socialmente injusto, e,

grande problema da área de intervenção está

economicamente, pode representar um desperdício de

relacionado à intermitência existente na malha viária, que

recursos”.

dificulta o trafego principalmente no sentido norte/sul da

Aos olhos leigos da maioria da população frente às paisagens transformadas, esse cenário pode não parecer ofensivo, no entanto, esses espaços territoriais ociosos podem provocar sérios problemas urbanos, uma vez que muitos destes vazios não estão disponibilizados para a demanda do crescimento, devido condições legais e/ou privativas; além de restringirem o desenvolvimento da cidade, provoca bloqueios que fragmentam a continuidade da malha urbana, dificultando o direito de ir

região seja de pedestres ou motoristas. Outro fator relevante é o aspecto de subutilização da área que não usufrui de seu potencial de utilização. A área de estudo está localizada numa Zona Mista de Alta Densidade e possui Eixos de Estruturação Urbana (EEU) e Zonas de Estruturação Urbana (ZEU) que permitem coeficientes de aproveitamento mais altos ao longo de vias de transporte rápido. Esta zona oportuniza transformações importantes para a região ao longo dos seus eixos supracitados. Portanto, foi com base nos aspectos

e vir das pessoas; incentiva o crescimento horizontal e a ocupação ilegal pela população menos favorecida economicamente. A escola da Vila Carlos de Campos, localizada no Distrito da Penha, Zona Leste de São Paulo, para o desenvolvimento do projeto de intervenção urbana, devese em decorrência da forma na qual se concebeu sua existência, e nos dias atuais se configura como uma área que está inserida numa malha urbana já consolidada, porém representa um bloqueio na continuidade do tecido urbano e trata-se de uma área com grande potencial urbano, mas que é utilizado de forma subaproveitada.

mencionados anteriormente e na complexidade dos vazios urbanos, que o tema “Espaços Dormentes: Requalificação de vazios urbanos e seus entrelaces” foi desenvolvido. O presente trabalho seguirá uma temática peculiar e bastante explorada atualmente pelos diversos seguimentos, sendo estes também o público alvo a quem se destina este trabalho, seja educacional (cursos de arquitetura e urbanismo, geografia, entre outros) e/ou órgãos público-privados e indivíduos com interesses afins.


_________________________________________________________ _ A cidade de São Paulo enfrenta atualmente graves problemas de infraestrutura urbana e

29

verticalização dos edifícios entre outras ações; são as chamadas “operações urbanas”.

principalmente no âmbito ambiental decorrentes do

Dessa forma, faz-se necessário prover novas

acelerado crescimento da cidade que desde sua origem

possibilidades de ocupação urbana e melhoramento das

têm desconsiderado os aspectos ambientais em

áreas existentes embasado no Plano Diretor Estratégico

detrimento de seu desenvolvimento.

do Município de São Paulo, considerando todas as

O crescimento desordenado do município em

proposições inerentes ao comprometimento com o meio

potencial sem planejamento, sem a elaboração de

natural e urbano capaz de minimizar e/ou reverter o

parâmetros norteadores capazes de qualificar o

impacto ambiental e potencializar a qualidade de vida dos

território, permitiu que grandes massas arbóreas

habitantes, visando o desenvolvimento de uma sociedade

fossem devastadas em seus limites adjacentes sem

mais sustentável, a partir do estreitamento entre

considerar

as

condicionantes

e

naturais,

comprometendo

3 Bairros-dormitórios – Local onde a maioria dos moradores geralmente passam o dia fora de casa, seja trabalhando e/ou estudando (devido falta de infraestrutura no bairro) e retornam para a casa “apenas para dormir”. Nota de aula tomada em debate realizado pelo Prof. Marlon Paiva na disciplina: Planejamento Urbano e Regional II.

limitações

assim,

cidadão-cidade. O objetivo deste trabalho é propor um conjunto

a

de diretrizes urbanísticas e ambientais para as áreas

qualidade de vida na área urbana

pré-selecionadas, consideradas atualmente como vazios

consequência da falta de áreas

urbanos ou lotes subutilizados. As referidas áreas de

verdes,

estudo estão situadas geograficamente dentro do

impermeabilidade

agravante do solo, ocupação de

perímetro

várzeas e encostas, bem como

equipamentos, porém cada espaço possui peculiaridades

precárias

de

que determinarão as diferentes necessidades de

sanitário,

intervenção (todas as considerações realizadas neste

contaminação do solo, poluição

texto serão mais bem exploradas e fundamentadas nos

ambiental,

próximos capítulos).

esgotamento

condições

superlotação

no

urbano

e

possuem

importantes

trânsito, distribuição desequilibrada de equipamentos

A necessidade de projetar de modo a minimizar

urbanos que têm contribuído para a segregação da

a desigualdade sócio funcional, também se estreita no

cidade e quantificado a existência de bairros-

tocante à mobilidade urbana, no qual, o deslocamento

3

dormitórios .

pendular4 dos bairros-dormitório para o centro

Visando intensificar o controle politico-

expandido gera a saturação do sistema viário e de

administrativo do município de forma mais efetiva, a

transporte coletivo. Por esse motivo, o projeto de

cidade divide-se em zonas. A Zona Leste de São Paulo é

intervenção urbana prevê a priorização do pedestre,

uma região diversificada, tanto comercial, quanto

ampliação e melhoramento dos diversos modais de

residencial, que está em desenvolvimento contínuo e

mobilização, além de equilibrar oferta de emprego a

passa atualmente por um processo de urbanização e

partir do desenvolvimento de micro zonas de interesse

regularização de áreas de risco (favelas e comunidades

econômico,

carentes), canalização de diversos córregos da região,

empreendimentos mistos que combinados a outros

qualificação da malha estrutural existente, além da

promoção

de

espaços

livres

e


_____________________________________________________________ OBJETIVO _ vetores urbanísticos tornarão a região mais atrativa e menos migratória. Como ponto de partida, buscou-se análise crítica referente às ações incidentes sobre o espaço urbano, com base nas políticas públicas existentes, com objetivo de determinar o principio de atuação do poder público, compilando as diretrizes contribuintes para a

4 Pendular – Trata-se de “migração pendular”, ou seja, refere-se ao ir e vir diário das pessoas na cidade. O tema é aprofundado no artigo do Prof. Pesquisador Fausto Brito “A Urbanização Recente No Brasil e as Aglomerações Metropolitanas”.

reversão do quadro de precariedade e valorização das potencialidades das áreas de intervenções.

Figura 13 – Migração (2014) Fonte: http://geografandoemfoco.blogspot.com.br

30


_________________________________________________________ _ A primeira etapa se consolidou com a pesquisa de

desenvolvimento de pesquisas realizadas na região leste

gabinete,

da cidade de São Paulo em busca de identificar alguns

bibliográficos

espaços urbanos vazios localizados nas mediações de

compreensão do tema abordado; além de oportunizar a

importantes vias arteriais e linha de metrô/trem da

caracterização e conceituação do objeto de estudo, isto

região; além de caracterizar seus tipos de usos e

é, os “vazios urbanos”.

potencialidades

de

acordo

com

os

agentes

ou

documental,

socioeconômicos que os produziram.

seja, que

através

de

contribuíram

levantamentos para

melhor

A segunda etapa se deu através da pesquisa realizando

levantamento

de

dados

os

censitários e informações inerentes às áreas vazias da

resultados acima destacados, foi imprescindível a

zona leste de SP, considerando os critérios já

realização de leitura de diversos teóricos a cerca da

mencionados. Tal pesquisa foi realizada nas principais

temática, estes serão mencionados e criticados no

plataformas digitais dos órgãos públicos como IBGE,

Como

embasamento

para

alcançar

próximo capítulo. No entanto, para melhor estruturação e concretização do trabalho, foi necessária a divisão de etapas, a saber:

Figura14 – Levantamento de Vazios Urbanos Fonte: Elaboração própria (2017)

31

O presente trabalho constituiu-se a partir do


____________________________________________________________ ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS _ GEOSAMPA, portal da prefeitura de São Paulo entre

Por fim, na quarta etapa houve a compilação de

outros. Essa fase do trabalho já oportunizou o

todas as informações, a partir do uso de fontes citadas

mapeamento de glebas/vazios urbanizáveis e lotes

e/ou criação própria de tabelas, gráficos, cartografia

subutilizados; além da seleção das áreas para estudo e

pertinente ao tema; seguido do desenvolvimento escrito

possível intervenção.

do trabalho. Os principais recursos utilizados em todas

A terceira etapa compreendeu a visita in loco

as etapas foram: Livros, plataformas online, prancheta,

dos espaços pré-selecionados para maior compreensão

folhas para croqui, máquina fotográfica, notebook

dos fatores de sua produção. Para este momento, foram

(Photoshop, AutoCad, Sketchup entre outros).

desenvolvidas fichas técnicas, estudo visual e registro fotográfico da área de intervenção e seu entorno imediato.

32


2 Capítulo

RECORTE CONCEITUAL


Figura15 – O caminho (2015) Fonte: www.pinterest.com


_____________________________________________________________ _

35

Devido à pluralidade de conceito inerente ao

Outro aspecto relevante a destacar é o tipo de

“vazio urbano”, o estudo desse termo torna-se complexo,

aproveitamento do espaço, que pode ser considerado

pois é muito comum atribuí-lo à área fundiária sem

baixo, equiparado à qualidade exploratória da área. Para

ocupação primária, como também relacioná-lo a situação

Nuno Portas (2000, p.1) vazio urbano é uma expressão

de vacância, no qual o uso ou a ocupação por edificação

imprecisa, “até porque a terra pode não estar

se perdeu ao longo do tempo por esvaziamento. A notória

literalmente vazia, mas encontra-se simplesmente

ambivalência de expressão promove conotações muitas

desvalorizada com potencialidade de reutilização para

vezes conflituosas nos estudos urbanos, tornando-se,

outros destinos, mais ou menos cheios”. Para Magalhães

portanto, fundamental a delimitação da utilização do

(2005), “o conceito de vazio urbano é bastante amplo,

termo que será referido durante o desenvolvimento

envolvendo termos como terrenos vagos, terras

desse trabalho.

especulativas,

terras

devolutas,

terrenos

Não será estudado bibliograficamente, nem

subaproveitados, relacionando-se com a propriedade

tampouco serão consideradas como objeto empírico, as

urbana, regular ou irregular, ao tamanho e á localização”.

diversas manifestações designadas ao vazio urbano

Ainda de acordo Borde (2006, p.14), os vazios

constante na literatura como: terras improdutivas, os

urbanos também podem ser considerados os “terrenos

baixios de viadutos, interstícios, terrenos baldios, ruínas

localizados em áreas providas de infraestrutura que não

entre outras tantas atribuições aos vazios no espaço

realizam plenamente a sua função social e econômica,

urbano.

seja porque estão ocupados por uma estrutura sem uso Visando minimizar as imprecisões conceituais

ou atividade, seja porque estão de fato desocupados,

em torno da quantidade de termos que a palavra “vazio”

vazios”. Com base nesse panorama, a Constituição

recebeu com o passar do tempo, delimita-se aqui a

Federal Brasileira (1988) no parágrafo 2º do artigo 182

diferenciação que se estabelecerá no decorrer do

garante que “A propriedade urbana cumpre sua função

trabalho. O vazio urbano, nesta análise, compreende ao

social quando atende às exigências fundamentais de

espaço fundiário, não atribuído como espaço público

ordenação da cidade expressas no plano diretor”.

livre, desprovido de construção.

Já o Estatuto da Cidade (2008), regulamenta os

Já o termo subutilizado, corresponde aos lotes

artigos 182 e 183 da Constituição Federal (1988),

parcialmente utilizados. Porém, é pertinente frisar que

estabelecendo normas de ordem pública e social que

em ambas as categorias – vazio e subutilizado, também

regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem

podem receber conotação de atual improdutividade e

estar dos cidadãos coletivamente e da segurança,

imprevisibilidade relativo ao futuro. De acordo JANEIRO

norteado ainda através de diretrizes sobre o uso dos

(2007) “os vazios urbanos são bolsas vazias na cidade,

vazios urbanos e a própria subutilização do solo

áreas destituídas, ausentes, silenciosas, onde aquilo que

“ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar

lá acontecia, não mais acontece, ou onde lá nunca nada

(...) a retenção especulativa de imóvel urbano, que

aconteceu... são espaços dormentes”.

resulte na sua subutilização e não utilização”.


_____________________________________________________________ VAZIOS URBANOS _ Os vazios urbanos também podem ser originados a partir de outro fator bastante comum da

5 Revolução Industrial – Foi um processo de grandes transformações sócio- econômicas oriundas da Inglaterra no séc. XVIII. A principal característica dessa revolução foi à substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. O tema é aprofundado no livro do arquiteto “Arquitetura e tecnologias de informação: Da revolução industrial à revolução digital”.

5

cidade após a Revolução Industrial . Para Medeiros (2007), “o vazio urbano é um fenômeno típico da sociedade pós-industrial, podendo ser resultante de espaços residuais, zonas industriais obsoletas, de corredores e pátios ferroviários esquecidos, dos movimentos de especulação imobiliária, de catástrofes

36

ou mesmo de edifícios centrais abandonados”.

armazéns e depósitos industriais desocupados, edifícios centrais abandonados ou corredores e pátios ferroviários desativados (BRASIL, 2008 p. 142).

O Manual de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais (2008) corrobora a afirmação citada acima através da seguinte definição para vazios urbanos: (...) consistem em espaços abandonados ou subutilizados localizados dentro da malha urbana consolidada, em uma área caracterizada por grande diversidade de espaços edificados, que podem ser zonas industriais subutilizadas,

A partir dos termos e conceitos referidos acima, é possível desenvolver um esquemático utilizando as principais palavras que compõem a formação conceitual inerente aos vazios urbanos e caracterizá-las conforme a intencionalidade do autor:

TABELA 1 – ESQUEMÁTICO CONCEITUAL E CARACTERÍSTICO, POR AUTOR VAZIOS URBANOS AUTOR

PALAVRAS

CARACTERÍSTICAS

Nuno Portas (2000)

terra reutilização

vazio / desvalorização mais ou menos cheio

Magalhães (2005)

terra terreno propriedade

especulação / devolutas vazio / subaproveitado regular / irregular

Borde (2006)

terreno

ocupado / desocupado

Medeiros (2007)

espaço zona

residual obsoleta

Janeiro (2007)

bolsas áreas espaço

vazio destituição / ausência dormência

Solo

Especulação / subutilização

Espaço área zona

abandono diversificação subutilização

Estatuto da Cidade (2008) Manual Reab. de Áreas Urbanas Centrais (2008)

Fonte: Elaboração própria (2017) com base em Nuno (2000), Magalhães (2005), Borde (2006), Medeiros (2007), Janeiro (2007), Estatuto da Cidade (2008), Manual de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais (2008).


Com base nos atributos inerentes aos vazios

definições bastante peculiares, no entanto, é notória a

urbanos frequentes nas classificações estudadas,

percepção de vazios urbanos como sendo “espaços

desenvolveu-se um arranjo que distingue as categorias

vazios e/ou subutilizados” com base nas características

de análise a partir do espaço a ser identificado. Dentro

atribuídas. É evidente que a “subutilização” supracitada,

dessas categorias, será possível identificar lotes com

relacionado

ou

tipologias diversas que atendam aos atributos

subocupados, está subentendido, pois uma vez que o

mencionados, ou que, mesmo não atendendo todas as

terreno possui potencial construtivo para ampliação, as

especificidades, tenham a característica incutida de

chances de usufruir desse espaço são maiores; porém, é

improdutividade no espaço urbano.

aos

imóveis

subaproveitados

fundamental considerar para efeito de caracterização

O quadro 2 apresenta as categorias entre

como subutilizado, o imóvel no estado vigente, ou seja,

espaços subutilizados e vazios urbanos encontrados no

em que se encontra atualmente e não pelo potencial de

objeto empírico de estudo.

construção ou de ampliação futura. GRÁFICO 1 – ESQUEMÁTICO

________________________________________ D C ____________________ E

ATEGORIZAÇÃO

ESPAÇO SUBUTILIZADO

VAZIOS URBANOS

LOTE

LOTE

Ocupado parcialmente Subaproveitado

Não ocupado Desocupado vago

Na categoria dos espaços subutilizados,

crescimento informal das cidades, respectivamente. Em

encontram-se os lotes parcialmente utilizados, ou seja,

geral, o “esvaziamento” é decorrente de uma série de

com visível subaproveitamento relacionado à ocupação,

acontecimentos que seguem a mesma lógica, devido

onde consequentemente, o uso é desenvolvido em uma

ausência de intervenção/recuperação.

parte do lote. É o caso de lotes ocupados por pequenas

É possível atribuir à categoria dos “lotes não

bancas de jornal, estacionamentos e/ou campos de

ocupados”, além dos que já se encontram vagos em sua

futebol improvisados, feiras ambulantes ilegais a céu

totalidade, aqueles que possuem alicerces de

aberto entre outros.

construções abandonados, pois com a falta de projeção

Quanto aos vazios urbanos, classificam-se aqui

da edificação, não existe, consequentemente, taxa de

os lotes que se encontram atualmente sem uso

ocupação. São espaços improdutivos, devido à falta de

decorrente de esvaziamento ou abandono ou até mesmo

uso, função, ocupação. Por esses motivos, podem ser

os que nunca foram ocupados. Como exemplo, podem-se

categorizados como “vazios urbanos” dentro de uma

destacar antigas pedreiras, lixões aterrados e os

variação tipológica de lotes “não ocupados”.

espaços provenientes de recorte urbano devido o

Fonte: Elaboração própria (2017).

37

É importante notar que os autores buscaram


Para caracterizar um espaço urbano em

desses espaços vazios não é fixa, e cabe ao observador e

condição de “vacância” e conseguir identificar a tipologia

seus instrumentos desenvolverem ações ativas na coleta,

que melhor se adequa ao lote é preciso aprofundamento técnico e cientifico. Gil (2008) “Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a essa conhecimento”. O método em linhas gerais é o caminho percorrido para chegar a um determinado fim; já o método científico “é um conjunto de procedimentos

Figura 16 –eTrecho Radial Leste entre Penha e (Gil, Vila Matilde (1930) análise interpretação dos dados 2008). Fonte: GEOSAMPA (2017)

intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento” Gil, (2008, p.8). É preciso

por

generalizar

tanto, a

sistematizar

informação

e

e

suas

representações tornando-a um meio de análise e ação. O conhecer é uma relação que se gera entre o sujeito e o objeto (FACHIN, 2003). Dessa forma, no direcionamento

Figura 17 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (1954) Fonte: GEOSAMPA (2017)

metodológico são segregados os métodos e técnicas de pesquisa, o objeto de estudo e sua área de abrangência. Neste trabalho, após entendimento conceitual, o método como plano de ação foi escolhido decorrente as contínuas transformações que a cidade (como objeto) e o urbano (enquanto convívio e comportamento) sofrem. Dessa maneira, é fundamental compreender seus aspectos, relações e conexões para contemplação de uma visão dialética que permeia os estudos em questão.

Figura 18 – Trecho Radial Leste entre Penha e Vila Matilde (2004) Fonte: GEOSAMPA (2017)

A referida pesquisa é de natureza aplicada, ou seja, gera conhecimentos para uso prático com ênfase na

Devido à abrangência do termo vazio urbano,

problemática dos vazios urbanos. Metodologicamente,

após a definição por categoria, faz-se necessário

com relação aos seus objetivos (Santos 2002); trata-se

também caracterizar esses espaços de acordo a

de uma pesquisa exploratória, no qual se espera alcançar

tipologia, ou seja, através de questões físicas, pelo

maior afinidade com o problema, propiciando uma visão

esvaziamento de uso ou até mesmo pelos dois fatores.

global do fato a ser pesquisado e oportunizando estudos

Abaixo, no quadro 3 estão definidos os três termos:

futuros. No entanto, é preciso considerar também o

remanescente urbano, áreas ociosas e espaços

método de pesquisa-ação, tendo em vista que a realidade

residuais:


TABELA 2 – ESQUEMÁTICO DE TIPOLOGIAS – VAZIOS URBANOS

VAZIO URBANO termo abrangente para se definir o que sejam áreas desocupadas em meio a malha urbana

7 Não-Lugares – Tratase de espaços de ocupação provisória/temporária sem identidade. O tema é aprofundado no livro do Antropólogo Marc Augé “Não-lugares: Introdução a uma Antropologia da supermodernidade”.

 antigas áreas portuárias

VAZIO DE USO

REMANESCENTE URBANO

Espaço abandonado "antigo uso hoje inexistente"

Descontinuidades e rupturas remanescente de reconfigurações urbanas espaço em mutação.

 antigas áreas portuárias

 antigas áreas ferroviárias  antigas áreas de rodovias  antigas área de mineração

 espaços não parcelados

8 Terrain Vague – Termo francês que significa “terreno vago” atribuído a lugares esquecidos, obsoletos. O tema é aprofundado no texto de Gustavo Gili (2002) “Territórios”.

VAZIO FÍSICO

ÁREA OCIOSA

Espaço subutilizado "em compasso de espera"

Elemento físico (com possível medição) associado a elevadas quantidades de terras

(glebas) frutos da especulação imobiliária  loteamentos não

ocupados

 orlas rodoviárias  orlas ferroviárias

VAZIO FÍSICO E DE USO

ESPAÇO RESIDUAL

Espaço intersticial "sobras"

 espaços de servidão de

Espaço desocupado ou subutilizado "

linhas de alta tensão

 orlas de rios  áreas junto aos viadutos  miolos de quadras

Fonte: Elaborado com base em ABASCAL (2004), BRISSAC (2000), EBNER (1007), SOLÁ-MORALES (1995), SOUZA (2002), VILLAÇA (1983), apud DITTMAR (2006, p.69).

Conforme verificação do quadro esquemático

São

resultantes

do

processo

de

acima percebe-se que o vazio urbano possui um termo

desindustrialização, desorganizando o tecido urbano e

bastante amplo decorrente principalmente das múltiplas

criando áreas vazias de uso. São espaços indefinidos e

questões inerente ao termo e suas diferentes tipologias.

incertos, remanescentes de diversas operações de

O remanescente urbano deve ser compreendido

reconfigurações urbanas (BRISSAC, 2000).

como fenômeno instantâneo a partir das transformações

São nesses tipos de espaços supracitados que

intrínsecas entre o espaço e tempo urbanos e que

as políticas urbanas de renovação e recuperação são

consequentemente

e

aplicadas. Contudo, é com base na mutação desses

descontinuidade dos lugares da cidade. Para Carlos

espaços urbanos remanescentes, que as transformações

(2007) esses espaços se configuram “sob a forma de

tecnológicas esvaziam funções que eram exclusivas de

rupturas de ritmo, da realização desigual do poder, das

alguns locais (estações ferroviárias, portuárias etc.), não

relações entre classes diferenciadas, que se traduzem

fazendo mais parte da cidade que todos usam e vivem no

em movimentos de construção e transformação, lidas na

dia-a-dia (DUARTE, 2003). Portanto, os referidos espaços

morfologia urbana e passíveis a serem aprendidas na

não somem, eles recebem outras funções e significado,

vida cotidiana”.

decorrente da aplicabilidade de nova infraestrutura

provocam

a

continuidade

tecnológica que elucida novas espacialidades.


NUNO PORTAS, 2000. “São, muitas vezes o resultado de antiga atividade industrial ou de sítios de velhas infra-estruturas de transporte sem uso, ferroviárias ou portuárias, denotando áreas encravadas na cidade consolidada”.

Figura 19 – Arquiteto Nuno Portas (2016) Fonte: https://sigarra.up.pt

Figura 20 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Nuno Portas (2017) Fonte: Elaboração própria

40


41

Na década de 80, o foco no Brasil eram as

Levando em consideração as definições

áreas ociosas (vazios físicos) quanto tipologia de espaço

mencionadas, constata-se que as politicas de aplicação

a ser “aproveitado”. Conforme Villaça (1983), áreas

urbana voltam-se de fato para a ociosidade desses

ociosas são um elemento físico, sendo possível sua

espaços, devido à capacidade de promoção do

medição, associando-se a elevada quantidade de terras.

desiquilíbrio da estrutura física e socioeconômica da

Alvarez (1994) também define áreas ociosas como “áreas

cidade, e podem ser embasadas através da utilização

reservadas pelos proprietários para a especulação

irracional dos investimentos públicos associados

imobiliária, onde o processo de produção e reprodução

principalmente ao interesse imobiliário.

das parcelas da cidade não estão sendo utilizadas”.

FLÁVIO VILLAÇA, 1983. “áreas ociosas são um elemento físico, sendo possível sua medição, associando-se a elevada quantidade de terras.”

Figura 22 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Flávio Villaça (2017) Fonte: Elaboração própria

Figura 21 – Arquiteto Flávio Villaça (2012) Fonte: http://www.usp.com.br/


Quanto ao espaço residual físico e de uso; terrain vague (origem francesa); esses espaços são

depois que uma área foi desprovida da vida comunitária e memória histórica (BRISSAC, 2000).

aqueles desocupados ou subutilizados, caracterizados

Por fim, a partir de todos os recortes

como sobras do crescimento da cidade (FERRARA, 2000;

conceituais realizados ao longo desse texto, foi possível

PORTAS, 2000 apud DITTMAR 2006).

compreender a dinâmica a cerca da complexidade que

Podem ser denominados espaços intersticiais,

paira sobre os vazios urbanos e subutilizados da cidade e

muitas vezes imperceptíveis, representando o que restou

definir a linha de raciocínio utilizada para o desenvolvimento dos estudos aqui delimitados.

42

JOEL CAMPOLINA, 1992. “são, na maior parte das vezes, sobras típicas ou imprevistas de terrenos públicos, constituído fragmentos, localizados em setores valorizados, como vazios sob pontes, viadutos, orlas rodoviárias e ferroviárias, áreas junto às estações de trem ou metrô; espaços de servidão relativos à linha de alta tensão, dentre outros”.

Figura 24 – Croqui de estudo a partir do conceito do arquiteto Joel Campolina (2017) Fonte: Elaboração própria

Figura 23 – Arquiteto Joel Campolina (2012) Fonte: http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/


___________________________________________________________ _ ENTRELACES DO CONCEITO

43

Em linhas gerais a intervenção urbana está

Dessa forma, surge à necessidade de

associada a ações e medidas que possam agregar valor

compreensão crítica inerente ao tipo de intervenção

ao espaço, propiciando vida econômica e social. No

urbana que esses espaços têm sido expostos. As

entanto, a paisagem urbana é complexa e passível a

interferências urbanas devem objetivar a restauração da

variadas formas de intervenções, de maneira bastante

identidade dos espaços, além de promover funcionalidade

peculiar. Por esse motivo, faz-se necessário restringir a

e melhoria na qualidade de vida das pessoas.

compreensão do que de fato possa infligir à paisagem. Nos últimos anos tem ocorrido um fenômeno

O Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, em 1933 já relatava a necessidade de

global relacionado à revalorização das áreas urbanas

transformação dos aspectos da cidade em prol coletivo.

levando em consideração principalmente; “o uso da água,

“Serão consideradas as necessidades vitais do indivíduo

desenvolvimento sustentável, ocupação de áreas vazias,

e não o interesse ou o lucro de um grupo particular. O

requalificação dos espaços, otimização da mobilidade

urbanismo deve assegurar a liberdade individual e, ao

urbana destacando as potencialidades paisagísticas,

mesmo tempo, favorecer e se aproveitar dos benefícios

logísticas e imobiliárias” (GROSSO, 2008, p.22).

da ação coletiva” (Carta de Atenas, 1933).

As múltiplas transformações que têm ocorrido

Na atualidade existem diversos termos

no espaço urbano abrangem não somente os vazios e/ou

específicos para os variados tipos de intervenções

lotes subutilizados, mas também centros históricos,

urbanas, porém dois serão utilizados como delimitação

áreas periféricas, entre outros; e todas essas

conceitual para melhor compreensão das dinâmicas que

intervenções devem ocorrer embasados nos projetos

pretendem ser aplicadas no desenvolvimento deste

urbanos que almejam a renovação desses referidos

trabalho: Revitalização e Requalificação Urbana; também

espaços.

será explanada a questão da Gentrificação e do O

cenário

capitalista

também

infere

Placemaking.

diretamente no processo de intervenção urbana a partir

De acordo SOTRATTI in IPHAN (2015), a

de produções culturais da cidade, com vista ao lucro, ou

revitalização urbana pode ser compreendida “como uma

seja, retorno financeiro, conforme destaca Arantes,

prática projetual ou um processo socioespacial liderado

Maricato e Vainer (2000).

estrategicamente por determinados grupos associados

Tais iniciativas, sejam elas grandes investimentos em equipamentos ou culturais de preservação e restauração de algo, é alcançado pelo status do patrimônio, constituindo, pois uma dimensão associada à primeira, na condição de isca ou imagem publicitária. [...] A medida que a cultura passa a ser o principal negócio das cidades, fica mais evidente para os envolvidos que a cultura passa a ser o principal negócio das cidades. (ARANTES, MARICATO, VAINER 2000, p.47)

ao planejamento urbano contemporâneo”. Os projetos urbanos tornam-se grandes aliados na estruturação da cidade contemporânea, uma vez que promovem não somente melhorias no espaço de intervenção, mas ampliam as conexões em escalas diversas muitas vezes regionais


_____________________________________________________________ REVITALIZAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO _ O valor estratégico de tais projetos está subordinado [...] à sua capacidade de provocar transformações significativas no espaço metropolitano, aumentando seu poder de atratividade e influência. Mais do que simplesmente melhorias urbanas pontuais e específicas, o planejamento urbano contemporâneo se revela, na intencionalidade de seus defensores, como um instrumento capaz de promover a agregação do território metropolitano e de organizar os fluxos que evitam a dispersão funcional e espacial. (MEYER, 2000 apud SOTRATTI 2015).

Bezerra et al (2014) defende que a revitalização urbana não compreende apenas áreas de preservação histórica, ela se faz sempre que é necessária a revitalização de uma área degradada, que apresenta uma subutilização ou começa a torna-se obsoleta. Nessa lógica, a cidade ao passar por uma reestruturação socioespacial, promove naturalmente a necessidade de desenvolver novas funcionalidades nos espaços urbanos degradados. A revitalização consiste na refuncionalização estratégica de áreas dotadas de patrimônio, ou seja, permaneceram

de objetos antigos

inalterados

no

processo

que de

transformação do espaço urbano, de forma a promover uma nova dinâmica urbana baseada na diversidade econômica e social (MOURA et al., 2006 apud SOTRATTI

ações de um planejamento urbano, como por exemplo, nas interferências voltadas a cultura, comércio, turismo e principalmente em empreendimentos habitacionais, devido a grande especulação imobiliária. É evidente que se a revitalização de uma determinada área não estiver pautada em um projeto urbanístico elaborado em conjunto principalmente entre profissionais e a população residente na região afetada, poderá acarretar sérios problemas socioeconômicos e interferir diretamente na vida das pessoas, pois a revitalização consiste em agregar valor a um determinado espaço e este fenômeno pode refletir diversos aspectos positivos e negativos (a exemplificação dos referidos aspectos serão organizados no gráfico 1 para facilitar a compreensão). O termo revitalização claramente sugere uma conotação de exclusão dos usos e de grupos sociais que ocupavam tais áreas antes da implantação dessa estratégia. (OLIVEIRA, 2002; ARANTES, 2000 apud SOTRATTI 2015, p.1) Já

o

termo

requalificação,

possui

intencionalidade oposta referente ao sentido excludente do termo revitalização; conforme SOTRATTI (2015) “a requalificação apresenta propostas alicerçadas na recuperação e valorização das origens e das verdadeiras representações sociais, humanizando e controlando o sistema de exclusão das cidades contemporâneas [...] e,

2015, p.1) É importante considerar que a revitalização não é um processo específico de áreas patrimoniais, mas

reinventando identidades baseadas em produções socioculturais locais”.

pode ser desenvolvido em qualquer área que esteja em

Para Bezerra et al (2014) as principais

situação de degradação, desvalorização, desuso,

concepções nos processos de requalificações urbanas

subutilização entre outros aspectos. O grande vetor de

têm aparecido em destaque para que se possa

preocupação inerente ao refuncionalismo dessas áreas

compreender toda essa dinâmica urbana contemporânea,

supracitadas são as ações dirigidas estrategicamente em

ainda mais em se preocupando em assimilar a essa

função do capitalismo incentivado indiretamente nas

dinâmica todo o valor histórico, cultural e social.

44


infraestrutura de tais áreas devem

O grande intuito no processo de requalificação

também

urbana é a promoção da integração principalmente da

ser

consideradas

nas

estratégias a serem empregadas na

população menos favorecida nos espaços revalorizados

requalificação. (SOLÁ-MORALES, 2001

estabelecendo assim, o convívio social por intermédio

apud SOTRATTI 2015, p.2)

das novas funções desenvolvidas no local. Solá-Morales (2001) in Sotratti (2015) evidencia as premissas a serem consideradas no processo de requalificação urbana:

Torna-se evidente a preocupação em torno da arquitetura já estabelecida em uma área de requalificação. Para Moura et al (2005) “as

45 Primeiramente, partir da análise da

requalificações urbanas [...] são, sobretudo, um

importância simbólica e arquitetônica

instrumento para a melhoria das condições de vida das

do patrimônio cultural, antes de se definir a política urbana ideal das

populações, promovendo a construção e recuperação de

intervenções. Apreciação da história,

equipamentos e infraestruturas e a valorização do

valor da memória e qualidade

espaço público com medidas de dinamização social e

estético-arquitetônico são alguns

econômica”.

elementos de análise ressaltados pelo autor. Da mesma forma, a potencialidade

econômica

e

a

A seguir o gráfico destaca os principais aspectos que norteiam o processo de revitalização e requalificação de uma determinada área.

__________________________________________ GRÁFICO 2 – A N ____________________ SPECTOS

ORTEADORES

Projetar

Organizar

Transformar

Agregar

Atrair

Influenciar

Integrar

Redefinir

Requalificação

Refuncionalizar

Revitalização

Planejar

Recuperar

Revalorizar

Controlar

Humanizar

Fonte: Elaboração própria (2017).

É preciso desenvolver critérios e ações que

existentes para que as ações aplicadas possam suprir a

possam caracterizar e delimitar as intensidades

carência urbanística e provocar de fato uma integração

intervencionistas

socioespacial, potencializando a melhoria na qualidade de

nesses

espaços, considerar

população e seu modo de viver, além dos equipamentos

a

vida das pessoas.


Figura 25 – Mosaico Vale do Anhangabaú e Região Central de São Paulo, SP. Fonte: Basumara / SMDU (2013)

c n cnx cn xnc nxnc xn cn xnx cn nc xn cn bbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb


____________________________________________________________ _ ELITIZAR REQUALIFICAR SEM sempre define o fenômeno da gentrificação como o

processo que envolve a revitalização ou até mesmo

processo de expulsão dos moradores pobres de

requalificação de uma determinada área, por mais

determinada região por consequência de um conjunto de

contraditório que pareça, pode gerar consequências

medidas

extremamente negativas na vida da população local. Esse

hipervaloriza os imóveis e encarece os custos. Nesse

efeito contingente está intrinsecamente ligado aos dois

mesmo sentido, para Siqueira (2014)

socioeconômicas

e

urbanísticas

é

um

processo

que

fenômenos que serão abordados a seguir: Placemaking e

Gentrificação

de

a gentrificação. Apesar de serem conceitualmente muito

redesenvolvimento urbano que leva a elitização social e expulsão de grupos

parecidos, os dois fenômenos possuem métodos e

vulneráveis. Por outro lado, ela é baseada

resultados bastante distintos.

no processo de criação destrutiva do

A expressão “gentrification” foi utilizada

espaço urbano para a promoção de um

inicialmente pela socióloga britânica Ruth Glass, em 1964,

novo arranjo socioespacial que privilegia

ao observar as mudanças no setor imobiliário em

usos e usuários ligados à economia neoliberal [..] baseados no consumo de

determinados distritos de Londres. No entanto, foi o

estilos de vida, desenhos urbanos e

geógrafo também britânico Neil Smith na década de 1980

projetos arquitetônicos apoiados em um

e 1990 que a partir de estudos mais detalhados

novo padrão sóciocultural pós-moderno

sistematizou diversos processos de gentrificação

(SIQUEIRA, 2014, p. 409)

É importante considerar que a gentrificação não

concluindo-o como um fenômeno social instaurado nas

provoca apenas a migração, mas também a precarização

cidades contemporâneas. A arquiteta e urbanista Raquel Rolnik em entrevistas e artigos relacionados às questões urbanas

da vida dos moradores. A seguir o gráfico convergente mostra as etapas que desenvolvem da gentrificação:

__________________________________________ ____________________ G U E

GRÁFICO 3 – ETAPAS DA

ENTRIFICAÇÃO DE

Especulação

M

Encarecimento

Expulsão

Estigmatização

Abandono

SPAÇO

Gentrificação

Comercialização

Fonte: Elaboração própria (2017).

47

Conforme já mencionado anteriormente, o


_____________________________________________________________ GENTRIFICAÇÃO X PLACEMAKING _ O inicio desse fenômeno está relacionado ao

Para contornar os efeitos supracitados, a ações

abandono e degradação de uma determinada área ou até

fomentadas no processo placemaking ganha destaque na

mesmo nos equipamentos urbanos que ofertam

atualidade por conter elementos bastante peculiares e

educação, saúde, esporte, lazer etc. A comunidade

divergir dos princípios norteadores do fenômeno da

inserida nesse cenário de descuido tende a diminuir a

gentrificação. O placemaking pode ser considerado como

sua qualidade de vida, bem como aumentar a margem de

um processo de planejamento qualitativo de espaços

pobreza e insegurança do local, que por sua vez, chama

públicos de forma a contribuir para o bem estar da

atenção da mídia que passa a intervir através de

população local. Para Heemann et al (2015) os

denuncia e exposição da realidade; esta é a etapa da

placemakings são espaços públicos que estimulam

estigmatização. Logo, grupos imobiliários começam especular imóveis e terrenos com potencial para o desenvolvimento

interações entre as pessoas em si e entre as pessoas e a cidade, promovendo

comunidades

mais

de empreendimentos e esse processo de desvalorização

saudáveis e felizes [...] abrange o

da região em paralelo à especulação imobiliária é

planejamento, o desenho, a gestão e a

gradativo e pode durar anos. Conforme as interferências

programação de espaços públicos. Mais

vão acontecendo, a revitalização tende a promover o

do que apenas criar melhores desenhos

encarecimento da região e consequentemente o aumento

no

custo

de

vida,

promovendo

urbanos

para

esses

espaços,

Placemaking facilita a criação de atividades

e conexões (culturais,

direta/indiretamente a expulsão dos moradores

econômicas, sociais, ambientais) que

originários por meio de acordos, à força ou até mesmo

definem um espaço e dão suporte para

por não conseguir manter-se no novo padrão de vida. Com a região revitalizada e o preço da propriedade já valorizado, surge a comercialização do “novo espaço”, atraindo novos olhares e promovendo um novo circuito cultural; este é o fenômeno da “gentrificação”. É importante salientar que a gentrificação pode ou não estar atrelada aos interesses do governo ou ser consequência de um projeto urbanístico mal elaborado. Muitas vezes, o fenômeno é espontâneo, guiado pelos interesses socioeconômicos inerentes no processo de valorização e desvalorização dos espaços urbanos ao longo do tempo. Outro elemento motivador é a migração da população de um bairro de classe alta para outros locais, devido, por exemplo, a saturação da região de origem.

a sua evolução. (HEEMANN et al 2015, p.10)

A idealização dos placemakings foi oriunda do escritor William Holly Whyte nos anos 1970 que consiste em promover ideias inovadoras sobre o desenvolvimento das cidades, focando na importância de espaços vivos e convidativos, primando sempre pela população residente do local e suas necessidades e aspirações. Heemann et al (2015) ainda ratifica a importância de saber olhar, ouvir e fazer perguntas para os moradores que vivem, trabalham e frequentam um determinado espaço; “a visão da comunidade é essencial para o processo de Placemaking, assim como a compreensão do espaço e das formas como ótimos lugares incentivam conexões sociais e iniciativas bem sucedidas”. Atualmente é cada vez mais necessário pensar em projetos urbanos que atendam não somente as

48


expectativas técnicas estruturantes da cidade, mas que promovam ações integradoras de socialização e interação homem-cidade. A ideia de desenvolvimento de

9 Project For Public Spaces – Conhecido como PPS, trata-se de uma organização sem fins lucrativos de Nova York, EUA. O tema é aprofundado pela Publicitária Jeniffer Heemann e a Marketeira Paola Santiago - no Guia do “Espaço Público Para Inspirar e Transformar”.

espaços públicos torna-se neste anseio uma excelente articulação para se alcançar tais objetivos. De acordo a Project For Public Spaces 9 in Heemann (2015) após realizar milhares de estudos concluiu que para o desenvolvimento de espaços públicos 49

são necessários o uso de quatro qualidades essenciais, a saber:

_________________________________________ ____________________ GRÁFICO 4 – E P S Q F SPAÇO

Pessoas de todas as idades e condições físicas devem conseguir chegar ao espaço e se locomover nele.

ÚBLICO E

UAS

UALIDADES

UNDAMENTAIS

O espaço deve ofertar diferentes atividades e permitir a realização de diversos usos

O espaço deve ser convidativo, possuir lugares para sentar, além de ter uma paisagem agradável

Ativo

Confortável

Acessível

Espaço onde as pessoas possam socializar, encontrar amigos ou até mesmo fazer novas amizades.

Sociável

Fonte: Elaboração própria (2017) com base em, Heemann (2015). Figura 26 – Parklets, SP Fonte: Guia do Espaço Público (2015)

Figura 27 – Largo da Batata, SP Fonte: Guia do Espaço Público (2015)

Figura 28 – Park(ing) Day, Dallas Fonte: Guia do Espaço Público (2015)

Figura 29 – Up Beer Garden – Louisville, Kentucky, EUA Fonte: Guia do Espaço Público (2015)


Evidente que os princípios que direcionam a

Espaço Público in Heemann (2015) estrutura os atributos

ideologia dos placemakings de fato são voltados à

norteadores para avaliar um espaço público de qualidade:

população. A seguir, o diagrama elaborado no Guia do

__________________________________________ ____________________ A E P

GRÁFICO 5 – DIAGRAMA DE

VALIAÇÃO DO

SPAÇO

ÚBLICO

50

Fonte: HEEMANN (2015)

Tomar decisões considerando a participação e

gentrificaçãofobia, segundo o crítico, “pode gerar um

opinião da comunidade é o que define o processo.

medo excessivo do progresso e atrasar projetos

Todavia, seja no projeto de revitalização, requalificação

necessários para comunidades. Avanços poderão

ou placemaking é preciso que o aprimoramento de locais

aumentar o valor dos terrenos, mas não precisam

(bairro, região etc) não veja visto como ameaça. O

desalojar os habitantes”. A forma de projetar bem como

urbanista Matthew Yglesias (2016) em um documentário

sua execução é que determinará os resultados.

Ponto de vista chama esse amedrontamento de


___________________________________________________________ _ O CÓRREGO

51

linha 11 da CPTM. Com o loteamento dos bairros da Penha

A cidade de São Paulo, fundada em 1554

iniciado na década de 30, a região começou a ser

incialmente era dotada de um vasto sistema de água

adensada, seguindo a tendência da Zona Leste, um

doce, formado de grandes áreas úmidas e de rios como o

adensamento residencial de classe baixa. Com o

Tietê e Tamanduateí, considerados eixos fluviais

adensamento populacional da Zona Leste se deslocando

estruturantes para a cidade.

para o centro de São Paulo, houve a necessidade de

Os rios em seu curso natural, tendem a

construção de vias arteriais que contribuíssem para a

direcionar o crescimento das cidades, assim como

fluidez do trânsito, por esse motivo a prefeitura de São

ocorreu em São Paulo, onde as primeiras edificações

Paulo construiu a Radial Leste ligando a Zona Leste ao

foram estabelecidas no triangulo da Rua Direita, Rua 15

centro da cidade, na década de 70.

de Novembro e Rua São Bento, na colina entre os rios

Como a Radial Leste não supria a demanda de

Tamanduateí e Anhangabaú. Nesse período, os rios

transporte da região, ainda na década de 70, teve inicio a

paulistanos tinham papel de configuração da paisagem da

implantação da linha 3 - vermelha do metrô, que só foi

cidade que se desenvolvia ao redor de suas várzeas.

concluída em 1986. Devido a esta obra, o córrego Rincão

No entanto, decorrente do crescimento urbano

foi canalizado e em muitos trechos foi soterrado.

ao longo dos anos, houve-se a necessidade de

Seguindo o Plano Diretor de Macrodrenagem da

estruturação da metrópole, interligando fluxos viários e

Bacia do Alto Tietê foram implantados três reservatórios

hídricos. Cronologicamente, esse processo é comandado

d’água para controle de enchentes, no trecho do córrego

pela implantação sucessiva de ramais ferroviários,

Rincão, na área de projeto deste trabalho, entre os

canalização de rios e córregos, ambos iniciados na

metrôs Penha e Vila Matilde, em 2002.

segunda metade do século XIX; pela implantação do

Como este córrego participa do projeto Córrego

sistema viário estrutural com a construção de marginais,

Limpo promovido pela SABESP em 2007, já está previsto

entre as décadas de 50 e 80; e pela aprovação de

para ele a ampliação e melhoria do sistema de coleta,

normas e regulamentações de uso e ocupação de terra

além de afastar por completo o esgoto da região do

que incidem diretamente sobre as várzeas, desde os

sistema fluvial.

anos 70 até os dias atuais.

O Plano Regional Estratégico da Subprefeitura

O Córrego Rincão, por estar inserido na área de

da Penha, em suas diretrizes para a rede estrutural

intervenção selecionada, faz parte do processo de

hídrica prevê para o local um caminho verde (Lei

análise e estudo in loco para entendimento de sua

13.885/04) com intuito de desenvolver formas de

importância e influência para a região. O referido

trabalhar a paisagem e a macro drenagem da região. A

córrego faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio

proposta projetual existente para o Córrego Rincão é a

Aricanduva que por muitos anos apresentou grandes

renaturalização das margens, que teria como

problemas de enchente, devido a região ter crescido

consequência um processo natural de purificação das

exacerbadamente, sem planejamento urbano.

águas, além de aumentar a área permeável do solo,

O córrego passou por diversos processos de

aumentando

consequentemente

o

potencial

de

intervenções urbanas, iniciando em 1886, com a

armazenamento dágua. Como o córrego segue lindeiro às

implantação da Estrada de Ferro São Paulo- Rio, atual

linhas de trem e metrô, um parque seria proposto ao


_____________________________________________________________ CÓRREGO E RESERVATÓRIO DE AMORTECIMENTO RINCÃO _ O monitoramento, limpeza e segurança dos piscinões é longo de todo córrego R prevendo áreas de interação INCÃO social e ambiental, percorrendo toda a extensão em

responsabilidade das prefeituras onde se localizam. O

paralelo desde o metrô Penha, onde o córrego deságua

município de São Paulo administra 20 piscinões (quatro

no rio Aricanduva, até o metrô Patriarca, de onde ele

construídos pelo DAEE, o Anhanguera, Jd. Maria Sampaio,

continuaria do outro lado da linha chegando até a sua

Sharp e Oratório).

nascente.

O Reservatório de Amortecimento Rincão, foi

Por fim, a proposta é satisfatória devido prevê

implantado no ano 2002 em caráter emergencial devido

diretrizes sustentáveis estabelecidas no PDE (Plano

as enchentes do Córrego Aricanduva, o que

Diretor Estratégico) que propõe um caminho verde,

descaracterizou a região que na ocasião era constituído

contribuindo para a melhoria ambiental e urbana da

de espaços esportivos e de lazer para os moradores. A

própria área e do seu entorno.

intervenção urbana efetuada sem dúvidas resolveu o

52

problema das enchentes e drenagens, no entanto, se não for realizadas intervenções de desassoreamento e

O RESERVATÓRIO DE AMORTECIMENTO

saneamento constante, o reservatório poderá sua eficiência de desempenho o que urbanisticamente

Visando primordialmente o combate às

representará um retrocesso.

enchentes na Região Metropolitana de São Paulo, por meio de uma abordagem integrada dos itens críticos em

A discussão sobre a implantação de atividades

todas as principais sub-bacias da bacia hidrográfica do

de lazer nestas áreas atravessa gestões governamentais

Alto Tietê, em 1998 foi elaborado o primeiro Plano Diretor

e sempre ficam barradas principalmente pela

de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, buscando

reclamação do risco de contaminação que estes espaços

complementar as necessárias obras de melhoria

podem gerar. Assim, o tempo passa e mais piscinões são

hidráulica dos rios Tietê e Tamanduateí com um conjunto

implantados e trancados por grades para evitar o

de soluções modulares, por sub-bacias, permitindo a

contato dos habitantes. O reservatório localizado na

execução das recomendações por etapas.

Penha segue o mesmo pressuposto de segregação

Com base nos estudos até então elaborados

urbana, apesar de possuir o parque linear ribeirinho e

pelo Governo do Estado, por meio do DAEE, a Região

ser usufruído pela população principalmente para

Metropolitana de São Paulo possui, atualmente, 51

caminhada, ainda apresenta vários problemas que

piscinões em operação e 2 em construção (um pelo DAEE

precisam ser sanados a partir de um projeto urbano

e outro pela Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos),

eficiente. Algumas propostas serão apresentadas nos

destinados ao armazenamento das águas das chuvas,

capítulos seguintes deste trabalho.

principalmente as pesadas chuvas do verão.

__________________________________________ C L (2012) ____________________

GRÁFICO 6 – PROGRAMA

ÓRREGO

IMPO

CÓRREGO

SUBPREFEITURA

POPULAÇÃO BENEFICIADA

Rincão

Penha

18.656

ÁREA (Km²) EXTENSÃO (Km) VAZÃO (L/s)

Zona Leste

0,97

0,32

0,22

Fonte: Elaboração própria

PROGRAMA CÓRREGO LIMPO


1998:início do Plano Diretor de Macrodrenagem

1930:Início do loteamento da Penha

1975:Início das obras do metrô

1986:Inauguração do metrô

1970:Construção da Radial Leste

Gráfico 7: Linha do tempo intervenções e propostas urbanas para Córrego e Piscinão Rincão Fonte: Elaboração própria (2017)


2008:Projeto corredor verde

2004:Início do Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Penha

2002:Costrução do Reservatório de amortecimento Rincão

2007:Início do projeto córrego limpo

INTERVENÇÕES E PROPOSTAS


3 Capítulo

INTERVENÇÕES URBANAS ESTUDOS DE CASO


Figura 30: City (2000) Fonte: www.pinterest.com


Estudo Referencial Urbanístico

Figura 30 – Adaptado. Dia Mundial da Arquitetura (2016) Fonte: http://www.au.pini.com.br

A realização de estudo de caso como premissa para o desenvolvimento de um projeto seja ele, de

respectivos

projetos

urbanísticos

que

estarão

organizados considerando as seguintes dimensões:

arquitetura ou de intervenção urbanística é uma 57

ferramenta de suma importância para a compreensão de

 Programática:

Trata-se

de

um

projeto

elementos básicos que devem ser observados como a

urbanístico/paisagístico

implantação, forma, função e estrutura utilizada.

Corporativo Coyoacán na Cidade do México –

Compreender as estratégias aplicadas pelo

no

Campus

México.

arquiteto, às soluções apresentadas e seu embasamento

 Linguagem/Plástica: Projeto referencial que

teórico; proporciona ao pesquisador/observador uma

atravessa o parque Qinhuangdao em Hebei –

análise crítica inerente à postura diante do

China.

desenvolvimento do projeto, bem como os resultados

 Tectônica: Projeto da Praça Victor Civita,

alcançados que podem ser ou não satisfatórios. Todo

localizado no bairro de Pinheiros, São Paulo –

esse repertório adquirido através do estudo de caso

Brasil.

agrega conhecimento, referência e serve de inspiração e partido para o projeto que se pretende desenvolver. A seguir, serão criticados cinco estudos de caso através de uma leitura aprofundada de seus

 Expressão Gráfica: Projeto Parque Municipal da Tamarineira. Projeto classificado 3º lugar no concurso nacional de projetos desenvolvido pela prefeitura de Recife / IAB-PE.  Crítica: Projeto Nova Luz, localizado no bairro Santa Ifigênia, São Paulo – Brasil.

____________________________________________________________ _ Figura 31 – Experiência humana na construção da arquitetura (2015) Fonte: http://www.vitruvius.com.br/


ESTUDO DE CASO I CAMPUS CORPORATIVO COYOACÁN

58

O Campus Corporativo Coyoacán se destaca

entre

muitos

outros

conjuntos corporativos e complexos de escritórios em diferentes áreas da cidade do México. O contexto e o estado original do edifício ditaram consideravelmente a vocação deste a possuir caráter horizontal e adaptarse à escala de caráter mais humana de construções e ruas do entorno. (CORONA et al., 2013 apud Pedrotti

Figura 32 -DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/

(2015)


59

O projeto destina-se a um complexo de

O projeto externo é formado por plataformas de

laboratórios farmacêuticos com oficinas no térreo. O

madeira que se transformam em muros baixos, rampas e

destaque projetual está no exterior do conjunto a partir

platôs que contém a vegetação desenhados e planejados

das articulações que se desenvolvem entre um edifício e

para dar flexibilidade aos espaços sem bloquear as

outro; essa relação intrínseca entre o interior e o

vistas, dando a sensação de profundidade aos exteriores

exterior se faz mais visível com o uso de elementos

e assim integrando toda a paisagem.

arquitetônicos tanto nos edifícios como na paisagem.

Planta baixa – Implantação / Acessos


Figura 33 – Imagens DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/

LEGENDA 1 - Circulação pessoas 2 - Circulação veículos 3 - Rampa estacionamento 4 - Edifícios 5 - Doca 6 - Áreas verdes Entrada principal Entrada/saída doca Entrada veículos Saída veículos


Figura 34 – Planta baixa - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/

61

A

Planta baixa - Recorte Acesso principal.

A

N


N

62

Planta baixa I – Recorte pátio intermediário.

N

Corte AA – Acesso principal

N

Figura 35 – Planta baixa I / II / Corte AA - DLC Arquitetos, Frank Lynen (2015) Fonte: www.archdaily.com.br/

Planta baixa II – Recorte pátio posterior.


ESTUDO DE CASO II

63

O Red Ribbon (fita vermelha) que atravessa o

O referido projeto torna-se inspirador quanto a

parque Qinhuangdao pode ser visto no contexto do

sua plástica devido à intencionalidade do escritório de

terreno natural e da vegetação, de cerca de 500 metros

arquitetura em respeitar a dinâmica natural já existente,

(547 jardas), integrando as funções de iluminação,

incorporando elementos integradores à paisagem natural

assentos, interpretação ambiental e orientação.

de forma a reorganizar o local que anteriormente era

Conservando o mais natural possível o corredor fluvial,

mal cuidado e inacessível. Todas as interferências

esse projeto demonstra como uma solução de design

realizadas ao longo do rio preservaram os habitats

minimalista pode alcançar uma melhoria dramática para

naturais, porém introduzindo ao espaço novas

a paisagem. (TURENSCAPE, 2007 apud MÁRQUEZ, 2013)

oportunidades de lazer e educação ambiental.

Figura 36 – Imagem I - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/

PARQUE RED RIBBON


Planta Implantação



Figura 37 – Imagens II - Parque Red Ribbon - Escritório Turenscape, (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/


ESTUDO DE CASO III PRAÇA VICTOR CIVITA O projeto representa exemplo do grande desafio urbanístico, social, político e cultural

que

as

grandes

(HELM, 2011)

metrópoles

No desenvolvimento do projeto, considerou-se

A Praça é um

como pré-requisito a sustentabilidade e a valorização da

presente à cidade que ganha não apenas uma área

cultura e necessidades da população local. A partir

recuperada da degradação e contaminação, como

dessa premissa foi elaborada diretriz e desenvolvida

também um Museu Vivo, onde a população tem a

ações para redução de entulho, reuso de água,

oportunidade de aprender e refletir sobre

manutenção da permeabilidade do solo, além de

processos de construção sustentáveis, economia

promover baixo consumo de energia, utilização de

contemporâneas enfrentam. 67

energética, e responsabilidade socioambiental.

materiais

reciclados, legalizados

e certificados.

Figura 38 – Imagem I – Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/


LEGENDA 1

Exposição de arte temporária

6

Camarins

11 Deck suspenso

16 Salas urbanas

2

Oficina das crianças

7

Arquibancada e banheiros

12 Ginástica

17 Deck de concreto leve - permeável

3

Área de show

8

Centro de exposições

13 Centro da terceira idade

18 Jardins existentes

4

Play ground

9

Jardineiras - Lab de plantas

14 Área interativa - blocos de xadrez

19 Núcleo CETESB

5

Jardim vertical

10 Sistema de filtragem e reciclagem de águas servidas

15 Irrigação por gravidade

20 Entrada principal


69

Corte longitudinal 1

Corte longitudinal 2

Corte transversal


70


CORTE TÍPICO DECK DE MADEIRA

AXONOMÉTRICA DECK DE MADEIRA

LEGENDA 1

Fundação aflorada - estacas metálicas

6

Viga metálica

2

Viga I metálica

7

Captação de águas pluviais para reuso

3

Estrutura mista de madeira e metal

8

Estrutura mista de madeira e metal

4

Réguas de madeira legalizada

9

Réguas de madeira legalizada

5

Muro contenção - jardineiras tec-garden

AXONOMÉTRICA JARDINEIRA COM SISTEMA DE AUTOIRRIGAÇÃO TEC-GARDEN

CORTE TÍPICO-JARDINEIRA

LEGENDA 1

Regularização do terreno (areia e brita)

6

Terras para plantio

2

Manta de borracha

7

Ralo esférico

3

Placa ardósia (60x60cm)

8

Boia para controle do nível da água

4

Pedestal piso elevado

9

Espera para rega

5

Divisórias de ardósia


SISTEMA DE AUTOIRRIGAÇÃO TEC-GARDEN

72

LEGENDA 1

Placa de tec-garden

2

Vegetação

3

Infiltração

4

Armazenamento

5

Rega por capilaridade


Jardins Os jardins foram plantados obre este sistema de Tec Garden, construído 60 cm acima do nível do solo. A água da chuva, armazenada entre a manta de borracha e a ardósia, é transportada por absorção pela fibra de coco para irrigar os vegetais.

73

02

Deck Uma estrutura de 350 toneladas de aço, recoberta com 160 m² de madeira legalizada de 1600 m² de placas de concreto foi construída para isolar o passeio das áreas degradadas. A uma distância de um metro do solo original, os usuários ficam protegidos e ainda ganham um percurso de mais de 600 m para caminhadas.

01


Espelho D’água A água da chuva e o esgoto do prédio do museu – previamente tratado – são transportados por canaletas até o sistema de alagados. Depois de passar por filtro de cascalho e plantas aquáticas, a água cai, por gravidade, no espelho d’água para ser reutilizada.

03

04

Solo As cinzas geradas no incinerador foram enterradas no terreno da praça. Isso contaminou o solo e as águas subterrâneas. A solução foi colocar uma camada de 50 cm de terra nova em toda a área. Foi 3500 m³ de terra limpa, o suficiente para encher duas piscinas olímpicas.

Figura 39 – Perspectiva da Praça Victor Vicita - Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch (2007) Fonte: www.archdaily.com.br/


ESTUDO DE CASO IV PARQUE MUNICIPAL DA TAMARINEIRA

O referido projeto faz parte do

em 3º lugar – trabalho nº 18 – Curitiba/PR; autoria de

concurso nacional de projetos para a

Guilherme Mendes.

implantação do Parque Municipal da

A

proposta

projetual

possui

o

titulo

Tamarineira – Recife – Pernambuco,

“Preservação e Requalificação do ‘Oásis Urbano’” e tem

desenvolvido pela Prefeitura Municipal de

trata-se de um espaço público de valor simbólico,

Recife / IAB-PE. O projeto foi classificado

composto basicamente pelo edifício do Hospital Ulysses Pernambucano e uma densa área verde, “Oásis Urbano”. O novo parque vem representar esse valor com ações simples de preservação, conectividade e infraestrutura. (MENDES, 2011 apud EDITORES, 2011).


Figura 40 – Pranchas de Arquitetura – Concurso Parque da Tamarineira – IAB/PE (2011) Fonte: https://concursosdeprojeto.org/


O projeto supracitado foi selecionado como

layout com uma moldura central e seis caixas

expressão gráfica, primeiramente pelo padrão visual que

subdivididas nas áreas adjacentes, superior e inferior da

através do uso de tons acinzentados propôs uma

folha.

composição bastante singular ao projeto. Outro fator

Por fim, na quarta prancha o layout da primeira

importante a ser considerado no desenvolvimento das

foi retomado, utilizando a planta de implantação com

pranchas foi à estratégia de diagramação e organização

tonalidade mais clara, como fundo da folha, destacando

dos espaços da folha que foi aproveitado de maneira

apenas a planta baixa do projeto. Os cortes foram

eficiente utilizando todo o espaço disponível.

alocados na base da prancha findando a leitura sistêmica

É possível perceber pela grade de diagramação

de todo o projeto. O carimbo foi disposto nas duas

da prancha que o autor preocupou-se em desenvolver

primeiras folhas na parte superior e nas duas últimas na

uma ordem sistemática de leitura e interpretação onde:

parte inferior.

Todas as pranchas possuem fundo preenchido com

Com base na análise da organização e

imagem com tons mais suaves. Na primeira prancha o

apresentação do projeto, conclui-se que todo o conteúdo

memorial foi disposto em duas colunas ocupando duas

foi acomodado obedecendo a uma lógica de ordenação

caixas/molduras e o restante do espaço foi ocupado com

através de uma modulação imaginária que definiu toda a

elevações e planta de localização; a mesma sequência foi

organização das pranchas, bem como conduziu a leitura e

considerada na segunda prancha. Já na terceira, o autor

interpretação da mesma.

desenvolveu um mosaico de imagens organizando o


ESTUDO DE CASO V PROJETO NOVA LUZ O projeto Nova Luz, trata-se de um Projeto

O projeto urbanístico Nova Luz, dentre as

Urbanístico Específico (PUE) de responsabilidade da

diversas propostas previa a criação de bulevares,

Secretaria Municipal de Planejamento e do consórcio de

ciclovias, prolongamento de calçadas, qualificação dos

empresas que prevê soluções urbanísticas para o espaço

sistemas modais, revitalização do patrimônio histórico

público. Basicamente o projeto propunha a revitalização

entre outros. Foram propostos eixos de articulação

da região popularmente conhecida como

destinados a entretenimento, tecnologia e ocupação

“Cracolândia”, localizada no centro da

residencial, com objetivo de quantificar a oferta de

cidade, entre as avenidas Duque de Caxias,

unidades habitacionais, comerciais e de serviços da

Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a Rua

região.

78

Figura 41 – Área de intervenção – Projeto Nova Luz (2013) Fonte: https:// www.jaimelerner.com

Mauá – no bairro da Santa Ifigênia.


No entanto o que torna o projeto Nova Luz ruim?

executantes de obras: Quer dizer, vamos conseguir uma coisa que é muito importante: a democratização do espaço urbano, revertendo, portanto, essa tendência de segregar, de fechar, de ter uma Cidade dos ricos, uma Cidade dos pobres. O que se quer é uma área nobre, uma área qualificada, uma área de excelência, equipada com serviços públicos, equipada com transporte coletivo, exatamente para permitir o acesso de toda a população, uma área nobre, aberta ao desfrute de toda a coletividade (Processo nº 01-87/2009, p. 52)

Desde o início de seu desenvolvimento, o Projeto Nova Luz foi alvo de diversas críticas com primazia principalmente pela falta de participação popular efetivamente. A falta de clareza inerente aos objetivos, princípios, diretrizes e instrumentos que seriam utilizados

projeto

preocupou

moradores

e

comerciantes da região. Na audiência pública de 14 de abril 2009, Antônio Donato (vereador) disse que a concessão da Nova Luz seria um “cheque em branco”, devido à votação

Em entrevista concedida a Folha de São Paulo, o

da lei que permitiria a intervenção por parte da iniciativa

profº da Faculdade de Arquitetura e Urbanimo da USP –

privada antes mesmo de saber quais seriam as

Lucio Gomes Machado, concluiu que as ações da

intervenções em si, propriamente ditas. Tal inquietação

Prefeitura de São Paulo atenderiam apenas ao mercado

por parte dos moradores e comerciantes foi devido à

imobiliário “a prefeitura vem se omitindo do papel de

apresentação do projeto de lei de forma bastante

planejamento físico-territorial da cidade e abrindo frente

genérica realizada pelo jurista Adilson Dallari, que

para o mercado imobiliário”. (MACHADO, 2010 apud

defendeu a intervenção do poder público e a sociedade

SPINELLI, 2010)

civil, atribuindo as empresas privadas como apenas

Figura 42 – Tipificação e destinação de lotes e edificações (2011) Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/

79

no


De acordo o PUE DA Nova Luz, os princípios do

serviços, comércios e institucional. Na tabela abaixo, é

uso do solo baseiam-se no uso misto com ênfase

possível concluir entre os diferentes tipos de uso do solo,

principalmente aos empreendimentos habitacionais,

de fato a primazia para o aproveitamento residencial

porém considerarão também áreas destinadas a

seguido do comércio.

TABELA 3 – PROJETO NOVA LUZ – USO DO SOLO RENOVAR USO

MANTER AC (M²)

Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL

533.735 364.769 188.281 55.127 74.144 1.216.056

USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL

RENOVAR AC (M²) 504.665 190.096 144.921 51.559 40.719 931.960

USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL

PROPOSTO AC (M²) 29.070 174.673 43.360 3.568 33.425 284.096

USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL

CENÁRIO FUTURO AC (M²) 375.080 179.364 193.224 27.785 295.660 7.949 1.079.062

USO Residencial Comércio Escritório Institucional Estacionamento Entretenimento TOTAL

AC (M²) 879.745 369.460 338.145 79.344 336.379 7.949

2.011.022

Fonte: Elaboração própria (2011)

No entanto, quando o Estudo de Viabilidade

do Instituto Polis (Entrevista concedida ao Estadão, 2010)

Econômica, Mercadólógica e de Situação Fundiária para o

"É importante que esse projeto urbano evite a

projeto foi desenvolvido, observou-se que o ganho bruto

'espetacularização' da cidade, voltada somente para a

entre o que seria pago na desapropriação e o que seria

viabilização de negócios imobiliários."

cobrado dos novos empreendimentos da área seria

A ineficiência do projeto aos poucos passou a

bastante discrepante. O Estudo de Viabilidade (2011)

tornar-se desinteressante para o capital privado e as

apontou:

áreas já demolidas provocaram uma desordem Essa valorização delimita o público que terá condições de adquirir esses imóveis. (...) Estima-se que os imóveis HIS de 37 m2 serão acessíveis para famílias com renda mensal superior a 7 salários mínimos e, no caso dos imóveis HIS de 50 m2, serão acessíveis para famílias com renda mensal superior a 10 salários mínimos. Para alojar famílias de menor poder aquisitivo nessas áreas, necessariamente haverá a necessidade de transferências, que podem vir na forma de subsídio público (ESTUDO DE VIABILIDADE – PROJETO NOVA LUZ, 2011)

Através de um cenário duvidoso quanto às garantias em diversos pontos do projeto

Nova

Luz,

diversos

arquitetos

urbanistas externaram preocupação quanto ao desenvolvimento e contemplação da Operação Urbana Nova Luz, como também as ações que seriam tomadas em relação à população em situação de rua. Para o urbanista Kazuo Nakano,

Figura 43 – Manifestação contrária à Nova luz durante audiência pública (2011) Fonte: https://raquelrolnik.wordpress.com/

principalmente para o caos da chamada “Cracolândia”, que se deslocou para além do perímetro da Nova Luz, após intervenção da Policia Militar na região. Projetos mal planejados, pautados no interesse de capital e supervalorização de regiões, sem a participação efetiva da população, tendem a excluir os moradores, gerar uma desarmonia social e geográfica, provocando na maioria das vezes o processo de gentrificação da região e/ou “transferência de um problema social de uma região para outra”.

80


A seguir o quadro semântico sintetiza as principais características inerentes aos cinco estudos de caso supracitados: TABELA 4 – SÍNTESE DE ESTUDOS DE CASO ESTUDOS DE CASO PROJETO

DADOS

IMPLANTAÇÃO

● Localização: Bairro Coyoacán - Cidade do México / México

● Co ple o de la o ató ios farmacêuticos

● A uitetos: DLC Arquitectos

● Dese volvi e to de quatro edifícios

● A o do p ojeto:

● Dese volvi e to de pátios, plataformas e praças

Campus Corporativo Coyoacán

PROGRAMA ● Positivo: P ojeto fle ível, articula interior com o exterior de modo a promover vistas abertas ● Positivo: Utilizaç o de platôs em diferentes níveis dão sensação de profundidade e integra à paisagem. ● Negativo: T ata-se de u empreendimento particular que não se conecta com a comunidade

● Lo alizaç o: Cidade Qinhuangdao - Hebei / China

● O pa ue foi i pla tado no rio Tanghe na margem urbana central de Qinhuangdao

● A uitetos: Tu e s ape

● O local foi coberto por vegetações nativas, proporcionando habitats variados para diversas espécies; ● Impl a ntou-s e ci nco pa vi l hões a o l ongo da Fi ta

● A o do p ojeto:

7

● Á ea: . ● Tipo do p ojeto: Paisagístico

calçadão, iluminação, casa de chá e ciclovias

Vermel ha , a l ém de

● Impl a ntou-s e cruzamentos e passagens para animais de pequeno porte

● Localização: Bairro Pinheiros - São Paulo / Brasil

● Implantação: Praça

● A uitetos: Levisk Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch

● laboratório de plantas com espécies em pesquisa para produção de biocombustíveis, hidroponia, renovação de solos, fitoterapia e engenharia genética

● A o do p ojeto:

● Siste as o g i os pa a o reuso de águas pluviais e servidas

Praça Victor Civita

7

● Tipo do p ojeto: Urbanístico ● Ca a te ísti a espe il: Sustentável

SUSTENTABILIDADE

CONCLUSÃO

● Estilo: A uitetu a contemperânea

● Utilizaç o de ate iais de baixa manutenção e alta duração

● I teg aç o da a uitetu a com a paisagem

● Edifí ios: Utilizaç o de granito basáltico com acabamento rugoso nas paredes e pisos

● Forma: Geométrica com diferentes tamanhos e orientações

● Uso de vegetações endêmicas da Cidade do Méximo

● I te elaç o e t e diferentes áreas (interior e exterior)

● Edifí ios: Utilizaç o de tijolos vernacular

● A uitetu a ho izo tal

● E te o: Platafo madeira

LINGUAGEM as de

● O p ojeto da fita ve elha foi implantado considerando o curso fluvial natural do rio.

● Utilizaç o de adei a as passarelas, assentos

● O Red Ri o (Fita Vermelha) integra funções de iluminação, assentos, interpretação ambiental e orientação

● P ese vou-se os ha itats naturais ao longo do rio

● Utilizaç o de fe o a estrutura da casa de chá, luminárias

●O Red Ribbon foi concebido como um elemento vivo dentro de um ambiente de vegetação verde e água azul curvandose ao terreno.

● I se ç o de pla as de interpretação ambiental

● Positivo: Os pavilhões implantados fornecem proteção contra a luz solar intensa

● O p ojeto possui desig minimalista de forma a integrar a paisagem

● O p ojeto a te seus processos ecológicos e serviços naturais intactos

● Positivo: Área recuperada da degradação e contaminação

● Uso de de k de adei a certificada que pousa sobre o terreno, sustentada por estrutura metálica

● O de k se este de a diagonal do terreno, propondo um percurso que enfatiza a perspectiva natural do espaço e convida o usuário a percorrer os caminhos da Praça.

● P ojeto o t i ui pa a redução de entulho, baixo consumo de energia, reuso de água

● Uso de Pa alelepípedos e concreto

● O deck se desdobra do plano horizontal ao vertical com formas curvilíneas, criando ambientes que se delimitam pela tridimensionalidade da forma

● O p aça utiliza ate iais reciclados, legalizados e certificados

● Positivo: Toda a e te s o da Fita Vermelha possui fachos de luz no interior que brilha a noite, contribuindo para a iluminação do local.

● Positivo: A praça possui proposta educativa, que de maneira interativa conscientiza a população usuária inerente a soluções de recuperação e remediação de áreas contaminadas ● Positivo: A praça possui espaço para exposições temporárias e realização de cursos

● Arena coberta, revitalização do incinerador (atual museu de reabilitação), centro da terceira idade e Núcleo de

● A Fita Ve elha foi com fibra de vidro.

● Siste a te irrigação

iada

ológi o de

● Pa ue, pla g ou d

● De sa ea ve de "oasis urbano", biblioteca, restaurante e café

●Positivo: O pa ue é público e consiste em um excelente espaço de integração social

● Co eto utilizado as calçadas e estruturas e revestimentos préfabricados nos edifícios

● A o do o u so:

● Hospital Ul sses Pernambucano, centro de eventos

● Negativo: des ata e to de árvores existentes

● Utilizaç o de osai o português na área de lazer e comércio

● Tipo do p ojeto: Urbanístico

● Quios ues, ea esportiva, espaço de contemplação e lazer

Parque Municipal da Tamarineira e Me des

● O pa ue p o ove integração social, pois serve como espaço de encontros sociais.

● O pa ue possui ambientes convidativos e agradaveis como os quatro jardins de flores ornamentais perenes nas cores branco, amaelo, roxo e azul

● O projeto é considerado um "museu vivo" devido possibilitar a população aprender e refletir sobre processos de construção sustentável, economia energética e responsabilidade socioambiental ● O projeto busca usar o espaço como catalisador de desenvolvimento comunitário, cultural e educacional, a partir de parceria de instituições como Verdescola, CETESB, GTZ e MASP

● Ma ute ç o de permeabilidade do solo

● Utilizaç o de ate ial reciclado (canos) e naturais (Casca de côco) no sistema

● Pisos e i lovias de sai o, utilizando em suas bases "caco de tijolo"

● Auto : Guilhe

● Vegetaç o i teg ada arquitetura

● O Red Ri o (Fita Vermelha) atravessa o parque considerando o perfil natural topográfico e da vegetação

● Positivo: Dese volveu-se novas oportunidades de lazer e educação ambiental

●Positivo: O pa ue é totalmente aberto para a sociedade

● Localização: Recife Pernambuco / Brasil

● Utilizaç o do espaço externo pelos funcionários omo área alternativa para trabalho e reuniões informais.

● Edifí ios: Utilizaç o de estrutura mista (concreto e aço) ● Edifí ios: Utilizaç o de vidro nas fachadas

● Tipo do p ojeto: Arquitetura comercial

Parque Qinhuangdao

TECTÔNICA

● Racionamento energético alcançado com a utilização de placas solares

● O pa ue o o esposta de análise urbana e social propõe a recriação do ambiente natural, denominado de "afluente artificial" ● O pa ue possui característica delimitadora e de organização capaz de gerar permeabilidade visual com segurança para os usuários ● O talude i se ido a divisa do projeto tem objetivo de amenizar a sensação de parque x cidade

● Utilizaç o de adei a o eixo principal entre o centro de eventos e o estacionamento

● I se ç o da "infraestrutura verde" que funciona como bacia de contenção das águas pluviais ● Foi dese volvido o das no parque que coletam toda água excedente, além de vegetação que contribui para oxigenação da água ● Foi i pla tado u tu o coletor-extravasor que elimina água excedente por meio de gravidade

● O p ojeto visa o te pla ações básicas como: preservação, conectividade e infraestrutura

● As o e tu as s o símbolos que remetem as características climáticas locais, soltas como elementos leves que criam áreas sombreadas e bem ventiladas seguindo os princípios da sustentabilidade

● As vo es des atadas foram reaproveitadas nos edificios e áreas do parque

● Esta io a e to

Projeto Nova Luz

● Localização: Bairro Santa Ifigênia - São Paulo / Brasil

● Construção de bulevares e ciclovias

● Positivo: Criação de novos percursos com mais segurança e conforto aos pedestres

● A uitetos: Co essões urbanísticas

● P olo ga e to de calçadas e áreas arborizadas

● Positivo: Melhores conexões interno/extrerno atraves de avenidas e ciclovias

● A o do p ojeto:

● Dese volvi e to at aves de eixos: entretenimento, tecnologia e ocupação residencial

● Positivo: Melhores nos acessos ao transporte público metroviário, preservação de patrimônios e requalificação de edifícios

● Ilu i aç o e a igos de ônibus: alumínio e aço inoxidável

● Tipo do p ojeto: Urbanístico

● Qualifi aç o de ei os viários

● Negativo: Altos índies de demolição, assedio à imóveis por investidores e expulsão da população local

● Ba os: aço i o e concreto e lixeiras de chapa de aço galvanizado

● Negativo: Falta da participação efetiva da população no desenvolvimento do projeto e propostas de intervenção

● Golas de vo es: fe o fundido e concreto prémoldado

● Calçadas e uas: utilizaç o de granito e reuso de material de demolição no asfalto, além de blocos intertravado de concreto

● A i te ve ç o p oposta o projeto Nova Luz pretende resgatar a funcionalidade residencial da região, incorporando novos usos bem como ampliação e dinamização dos usos existentes

● O p ojeto possui u a aç o inclusiva com oportunidade para todos os grupos socioeconômicos, além da integração dos usos residenciais, comerciais, culturais, cívicos e educacionais

● Desenvolvimento de sistema integrado de água para qualificação de demanda de água na região

● Intensificação da gestão de mobilidade, fomento ao uso da bicicleta, aumento de áreas verdes através da criação de parques e praças

● I pla taç o de fo tes alternativas de água não potáel, como: aproveitamento de água da chuva e reuso ● Utilizaç o de d e age "bioretenção", através de jardins de chuva e instalação de sistema de energia solar

● O projeto Nova Luz apesar de possuir importantes vertentes de qualificação da região, torna-se insuficiente devido apresentar um desenho urbano excludente, principalmente da população local mais pobre.

● O odelo u a o apresentado, também carece de áreas potencializadas através da promoção de cultura voltados à prática cidadã local e do dia a dia.


Figura 44 – Mosaico – estudos de caso – imagens Archdaily (2017) Fonte: Elaboração própria


4

ENSAIO PROJETUAL


Figura 45 – Macro mural Pachuca (2015) Fonte: www.pinterest.com


_____________________________________________________________ _

85

Não diferente dos demais bairros de São Paulo,

Atualmente, apesar de o bairro ser considerado

a Penha surgiu a partir do aglomerado de famílias que

tipicamente residencial com a preservação de suas

viviam nas chácaras das redondezas, constituindo um

tradições, o mesmo vem atraindo o olhar da especulação

pequeno vilarejo. Com o processo de industrialização e

imobiliária principalmente nas áreas das intermediações

urbanização da cidade de São Paulo, a região tornou-se

das linhas de trem e metrô que cortam no sentido

uma

longitudinal praticamente toda a região leste de São

área

receptora

da

população

operária,

caracterizando o bairro até meados da década de 60

Figura 46 – Morro da Penha – Vista do viaduto Aricanduva (1986) Fonte: www.memorialdapenha/

como “bairro-dormitório”.

Paulo. O bairro da Penha possui um centro comercial

O desenvolvimento do bairro Penha inicia-se

que contribui para o desenvolvimento da região, além de

nos anos 70 timidamente através dos comércios locais;

possuir importantes vias/eixos viários estruturantes,

nesse período a região possuía poucas ruas

lojas de rua, o Mercado Municipal, Shopping Center e

pavimentadas, insuficiência no saneamento básico e

vários monumentos de sua história: famosa Basílica

equipamentos urbanos como saúde, educação e

Nossa Senhora da Penha, o Conservatório João Paulo II, a

transporte.

ladeira da Penha entre outros.

Em 1986, é inaugurada a estação Penha de

A proposta de estudo e desenvolvimento

Metrô que contribuiu consideravelmente para a

projetual deste trabalho está localizado em uma

modernização, promovendo o desenvolvimento de uma

complexa área entre as estações de metrô Penha e Vila

infraestrutura autossuficiente para a região com a

Matilde. Atualmente a área é subutilizada, agrega o

instalação de escolas particulares e públicas, aumento na

Piscinão Rincão, além de provocar a fragmentação da

frota de transporte coletivo, hospitais, bibliotecas e um

malha urbana existente, interferindo diretamente no

comércio bastante diverso.

deslocamento das pessoas.


_________________________________________________________ ÁREA DE IMPLANTAÇÃO _ INFORMAÇÕES GERAIS

Município: São Paulo – Zona Leste – SP Distrito: Penha Subprefeitura Regional: Penha Ruas: Av. Dr. Orêncio Vidigal (norte), Rua Alvinópolis (sul), Rua Mirandinha (leste) e Rua Cairo (oeste) Área de intervenção: 93.000 M² Bacia hidrográfica: Rio Aricanduva Córrego: Rincão (área de drenagem – reservatório de amortecimento) PDE – Lei 16.050/14: Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana

Figura 47 – Adaptado. Área de intervenção (2017) Fonte: https://www.google.com.br/maps

86


POLÍTICO ADMINISTRATIVO

Figura 48 – Adaptado. Mapa político administrativo (2017) Fonte: GEOSAMPA

Distritos

Distrito de intervenção

Divisa do município

Hidrografia

Área de intervenção

Logradouros

TABELA 5 – DISTRITOS DA PREFEITURA REGIONAL PENHA

Prefeitura Regional

Penha Fonte: Elaboração Própria. Dados: Infocidade (2017)

Distritos

Área (km²)

Artur Alvim

6,60

Cangaíba

16,00

Penha

11,30

Vila Matilde

8,90

TOTAL

42,80


TOPOGRAFIA

MAPAS TEMÁTICOS

Figura 49 – Adaptado. Mapa Topográfico (2017) Fonte: GEOSAMPA

Hidrografia

Curva de nível – Cota mestra

Área de intervenção

A topografia da região é bastante acidentada,

Córrego Rincão que funciona como receptor de afluentes

como é possível perceber no mapa topográfico acima. No

do Rio Aricanduva, além da construção do reservatório

entanto a área de intervenção está situada em um nível

de amortecimento que possui função de acumular

mais baixo em relação as áreas adjacentes.

temporariamente as águas pluviais para amortecimento

Essa baixa altitude na área de intervenção é decorrente principalmente devido a existência do

das vazões de cheias, bem como reduzir os riscos de inundações a jusante.


ESTUDO VOLUMÉTRICO Área de inserção do edifício

Área de inserção do edifício

Figura 50 – Cortes 01 Fonte: Elaboração própria (2017)

Rua Antônio Lamanna

Área de inserção do edifício

Calçada

Av. Dr. Orêncio Vidigal

Rua Antônio Lamanna

Córrego Rincão

Figura 52 – Mapa Topográfico Localização de Cortes Fonte: Elaboração própria (2017)

Figura 51 – Cortes 02 Fonte: Elaboração própria (2017)

CORTE 2


CORTE 1 Rua Mirandinha

25

0

Reservatório de Amortecimento / Parque Linear Ribeirinho

50

Córrego Rincão

CORTE 3

Reservatório de Amortecimento

Conforme imagem ao lado, a área de intervenção está evidenciada na coloração rosa, bem como demarcado a direção e posicionamento dos cortes volumétricos. A equidistância das curvas de nível é de 1 (um) metro. Por se tratar de um parque linear ribeirinho no entorno do Córrego Rincão e do Reservatório de Amortecimento Rincão, a área é desprovida de edificações; os espaços com potencial construtivo atualmente constituem vazios urbanos e subutilizados.

Para melhor compreensão das informações supracitadas foram elaborados 03 cortes volumétricos considerando toda a área de requalificação. A partir dos esquemáticos acima é possível verificar os lotes vazios que sofrerão intervenção direta construtiva e a relação desses espaços com as áreas que serão requalificadas mantendo suas atuais funções.

Figura 53 – Cortes 03 Fonte: Elaboração própria (2017)

Escala 1:1.800

Parque Linear Ribeirinho

Av Dr Orêncio Vidigal

200 m

100

Rua Alvinópolis


DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Figura 54 – Adaptado. Mapa Densidade Demográfica (2017) Fonte: GEOSAMPA

Dens. Demográfica (hab/ha) Até 92

146 - 207

351 – 30.346

92 - 146

207 - 351

Área de intervenção

GRÁFICO 8 – DADOS CENSITÁRIOS PENHA (2010) POPULAÇÃO

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

PENHA

PENHA

Com base no mapa acima, é possível identificar que a área de intervenção possui uma baixa densidade demográfica, principalmente se comparado aos arredores (predominantemente residencial). O espaço subutilizado proposto para requalificação, além de situar-se no eixo de

136.623

8539 (HAB/KM²)

estruturação urbana (consideravelmente comercial) está paralelo as linhas de trem/metrô, bem como vias arteriais que provocam diminuição

Fonte: Elaboração Própria. Dados: Infocidade (2017)

de população residente.


HIDROGRAFIA

Figura 55 – Adaptado. Mapa Hidrográfico (2017) Fonte: GEOSAMPA

Drenagem – Córrego Rincão

Bacia hidrográfica Aricanduva

Rio Aricanduva

Massa D’água Área de intervenção

Figura 56 – Córrego Rincão canalizado Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

Figura 57 – Canal trapezoidal Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

A área de intervenção está localizada na bacia hidrográfica do Rio Aricanduva, uma das principais bacias urbanas da cidade de São Paulo. Possui uma área de drenagem de 100,4 Km². Os cursos médio e inferior do Rio Aricanduva situam-se em áreas mais densamente ocupadas, que geram cheias de grande magnitude até o desemboque no Rio Tietê. Na década de 80, a Companhia de Metropolitano de São Paulo – Metrô efetuou a canalização do Córrego Rincão entre a sua foz e a estação Penha do metrô, por ocasião da Linha Leste. A Prefeitura de São Paulo deu continuidade à canalização do córrego no trecho sob a Radial Leste e entre as estações Penha e Vila Matilde, através da implantação de canal trapezoidal com revestimento de concreto, com incorporação de área de lazer lateralmente ao canal, na margem esquerda.


EIXO DE ESTRUTURAÇÃO URBANA

Figura 58 – Adaptado. Mapa Estruturação Urbana (2017) Fonte: GEOSAMPA

Ortofoto 2004 - MDC

Eixos de Estruturação da Transformação Urbana

Área de intervenção

Os Eixos de Estruturação da Transformação

potencializar o aproveitamento do solo urbano ao longo

Urbana articulam mobilidade e desenvolvimento urbano

da rede de transporte coletivo de média e alta

com o objetivo de reverter o modelo de estruturação

capacidade, bem como buscar a integração territorial

urbana e ampliar o direito da população à cidade,

das políticas públicas de transporte, habitação, emprego

reequilibrando a distribuição entre moradia e emprego.

e equipamentos sociais. (Gestão Urbana São Paulo 2017)

Trata-se de uma estratégica clara de otimização da infraestrutura existente que visa


Estes eixos de estruturação da transformação urbana são definidos pelas quadras inseridas na faixa de 150 metros

Figura 59 – Eixo de Estruturação Urbana – Área de influência (2017) Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br

de cada lado dos corredores de ônibus, bem como no raio de 400m ao longo das estações de metro e trem.

     

Vantagens para o eixo!

O que a cidade ganha!

Incentivo a construção de habitações; Uso misto e institucional; Implantação de equipamentos; Ampliação dos espaços públicos; Incentivo a fachada ativa e fruição pública no térreo; Estabelecimento da Cota Máxima do Terreno.

 Tranquilidade para os bairros situados entre os eixos da rede;  A cidade passa a ter maior ocupação onde a infraestrutura existente já está instalada;  Os coeficientes de aproveitamento10 fora dos eixos urbanísticos passarão a ser no máximo 2.

10 Coeficiente de aproveitamento – Coeficiente de Aproveitamento é a relação entre a área edificada, excluída a área não computável, e a área do lote podendo ser:

a) básico, que resulta do potencial construtivo gratuito inerente aos lotes e glebas urbanos; b) máximo, que não pode ser ultrapassado; c) mínimo, abaixo do qual o imóvel poderá ser considerado subutilizado. Figura 60 – Situação Urbana Ilustrativa (2017) Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br


ZONEAMENTO

Figura 61 – Adaptado. Mapa de Zoneamento (2017) Fonte: GEOSAMPA

Área de intervenção

ZEUP

ZM

ZEU

ZEP

Praça canteiro

ZEIS-5

ZEIS-2

ZPR

ZEPAM

ZC

Zoneamento urbano é um instrumento utilizado

De acordo análise do mapa acima, percebe-se

nos planos diretores, através do qual a cidade é dividida

que a área de intervenção está localizada em uma Zona

em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas

Eixo de Estruturação da Transformação Urbana – ZEU; é

para o uso e a ocupação do solo, especialmente os

uma área organizada estrategicamente na cidade que

índices urbanísticos. (Ministério do Meio Ambiente 2017).

visa articular mobilidade e desenvolvimento urbano e aproximar emprego e moradia.


OUTORGA ONEROSA

Figura 62 – Adaptado. Mapa de Outorga Onerosa e Eixos Viários (2017) Fonte: GEOSAMPA

Área de intervenção

Ortofoto 2004 - MDC

Rede cicloviária

Linhas de Ônibus

Pontos de ônibus

Faixas exclusivas

Trem Metropolitano - Linha

Ferrovia

Outorga Onerosa A Outorga Onerosa é a contrapartida financeira paga para que um empreendimento possa construir além do coeficiente básico até o limite máximo. O Plano de Desenvolvimento Estratégico define as áreas dos eixos de transporte de média e alta capacidade, onde pode-se construir até 4x a área do terreno. Dessa forma, pretende-se induzir o adensamento construtivo e

habitacional ao longo dos eixos de transporte, preservando os miolos, conforme mapa acima, é possível identificar que a área de intervenção está localizada paralelo à via arterial Radial Leste, entre as estações Penha e Vila Matilde do metrô, no qual ambas possuem terminais de ônibus, respectivamente. Nesse mesmo trecho ainda consta faixa exclusiva de ônibus e ciclovia


CULTURA E ESPORTE EQUIPAMENTOS

Figura 63 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos Cultura e Lazer (2017) Fonte: GEOSAMPA

Ortofoto 2004 - MDC

Teatro/Cinema/Shows

Monumentos

Museus

Área de intervenção

Bibliotecas

Espaços Culturais

Clubes da Comunidade

Nota-se neste mapa que a região possui bastante carência de equipamentos culturais e de esporte. Na área de intervenção está localizado um clube esportivo comunitário, que no projeto de intervenção será restruturado, devido o mesmo ocupar atualmente um espaço subutilizado e pertencer a uma zona de estruturação urbana com potencialidade de exploração econômica e habitacional.

Figura 64 – Clube Esportivo Comunitário Penha Fonte: Arquivo Pessoal (2017)


EDUCAÇÃO E SAÚDE EQUIPAMENTOS

Figura 65 – Adaptado. Mapa de Equipamentos Urbanos – Educação e Saúde Fonte: GEOSAMPA (2017)

Ortofoto 2004 - MDC

CEU

Ensino técnico público

Área de intervenção

Rede Privada

Ensino Fundamental e Médio

Educação Infantil

Ambulatórios especializados

UBS/Posto/Centro de Saúde

Urgência / Emergência

Hospital

Senai / Sesi / Senac

De acordo o mapa supracitado é possível

distribuída pelo território atendendo assim aos raios de

concluir que a região possui elevada quantidade de

abrangência mínimos de oferta dos respectivos

equipamentos principalmente educacionais de forma

equipamentos.

Pronatec


USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

TABELA 6 – ZONEAMENTO TABELA DE ZONEAMENTO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO TIPO DE ZONA

ZEU

C.A MÍNIMO

C.A BÁSICO

0,5

1

TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA

C.A T.O LOTES MÁXIMO ATÉ 500 M² (M)

4

0,85

T.O LOTES IGUAL OU SUPERIOR A 500M²

0,70

GABARITO DE ALTURA MÁXIMA (METROS)

N/A

RECUOS MÍNIMOS (METROS)

FRENTE (i)

COTA PARTE MÁXIMA DE TERRENO POR UNIDADE (METROS²)

FUNDOS E LATERAIS ALTURA DA EDIFICAÇÃO MENOR OU IGUAL A 10m

ALTURA DA EDIFICAÇÃO SUPERIOR A 10m

N/A

3 (J)

N/A

20

Fonte: Adaptado. GEOSAMPA (2017)

( i )(Oirecuo será frontal facultatuvo quando o disposto nosquando artigos 67 ouatendido 69 da lei Nº 16.402. ) O frontal recuo seráatendido facultativo o disposto nos artigos 67 ou 69 da lei Nº 16.402. (J) Os recuos laterais de fundo para altura da edificação superior a 10m serão dispensados conforme disposições estabelecidas nos incisos II e III do artigo 66 da lei Nº16.402.

(J) Os recuos laterais de fundo para altura da edificação superior a 10m serão dispensados conforme disposições estabelecidas nos incisos II e III do artigo 66 da lei Nº16.402.

LEGENDA Área de intervenção

Comercial

Institucional

Industrial

Residencial

Serviços

Misto

Reservatório de amortecimento


Figura 66 – Residências com alguns comércios no térreo Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

Figura 67 – Terminal Intermodal Penha Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

Figura 68 – Etec Prof Aprígio Gonzaga Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

No sentido norte da área de intervenção a

trem/metrô, no entanto a Rua Alvinópolis conduz o

região possui uso predominantemente residencial entre 1

acesso a importantes serviços públicos como o terminal

e 2 pavimentos, com poucos comércios no térreo e

intermodal Penha, ao clube esportivo comunitário, área

alguns edifícios institucionais voltados a educação, como

de lazer no entorno do Rincão de amortecimento e ao

por exemplo a ETEC Prof. Aprígio Gonzaga localizada na

EMEI Nenê do Amanha (Escola Municipal de Educação

Av. Dr. Orêncio Vidigal.

Infantil).

100

Ao sul da área da intervenção existe um bloqueio urbano decorrente das linhas ferroviárias de

Córrego Rincão 0

25

50

100

200 m

Ciclovia Escala 1:1.800

Figura 69 – Uso e Ocupação do Solo Fonte: Elaborado pelo autor (2017)


SISTEMA VIÁRIO ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

101

A área de intervenção está localizada próximo

Ao sul, a Rua Alvinópolis torna-se um

ao eixo estruturante que articula com importantes vias

importante eixo viário, pois além de comunicar-se com o

da Região Leste. No entorno imediato, sentido norte a Av.

viaduto Carlos de Campos, recebe todo o tráfego de

Doutor Orêncio Vidigal apesar de ser uma via local

veículos das ruas locais (do sentido norte) em direção ao

funciona como receptora de diversas outras ruas locais

centro da cidade de São Paulo, além de comunicar-se

devido a região ser predominantemente residencial;

com a Radial Leste – Av. Conde Frontiin através do viaduto supracitado.

LEGENDA Área de intervenção Córrego Rincão

Via Arterial

Via Coletora

Ciclovia

Via Local


Figura 70 – Rua Demini Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 71 – Rua Alvinópolis Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 72 – Rua Mirandinha Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 73 – Av. Dr. Orêncio Vidigal I Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 74 – Av. Dr. Orêncio Vidigal II Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 75 – Cruzamento Rua Antônio Lamana Fonte: Arquivo pessoal (2017)

0

25

50

100

200 m

Escala 1:1.800

Figura 76 – Sistema Viário Fonte: Elaborado pelo autor (2017)


GABARITO DE ALTURA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

103

Conforme análise do mapa abaixo, o gabarito de

pavimentos, de forma bem dispersa é possível identificar

altura das edificações é predominantemente baixo,

alguns estabelecimentos comerciais no térreo. Todas as

devido o bairro ser tipicamente residencial. No entorno

informações supracitadas fazem referência ao norte da

imediato da área de intervenção existem apenas dois

área de intervenção, pois ao leste encontra-se a

condomínios residenciais com gabarito acima de 30m

continuidade do rincão de amortecimento, a oeste um

localizados na av Dr. Orêncio Vidigal e na Rua Demini,

vasto estacionamento pertencente à estação Penha e ao

respectivamente.

sul do entorno imediato não possuem edificações devido

As edificações residenciais possuem entre 1 e 2

a existência da linha férrea trem/metrô.

LEGENDA

Área de intervenção

6 metros

3 metros

7 a 12 metros

Figura 77 – Gabarito de altura Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

Acima de 30 metros Ciclovia

Córrego Rincão


Figuras 78, 79, 80 e 81 – Gabarito de altura das construções no entorno da área de intervenção Fonte: Arquivo pessoal (2017)

0

25

Escala 1:1.800

50

100

200 m


CHEIOS, VAZIOS E ÁREAS VERDES ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

105

Conforme análise abaixo, é possível identificar

No entorno do reservatório de amortecimento e

ao norte da área de intervenção um considerável

do Córrego Rincão existe uma grande massa arbórea,

preenchimento dos lotes com construções residenciais,

devido a existência de um parque linear ribeirinho ao

sendo estes considerados espaços cheios. Já ao sul do

longo do córrego e do canal que tem por objetivo

mapa, é possível perceber áreas mais vastas e vazias

proteger a zona ribeirinha contra ocupações irregulares,

devido as largas vias da Radial Leste, as linhas férreas

restauração das várzeas, proteção das margens contra

trem/metrô, além de calçadas mais largas devido

erosão, redução da velocidade de escoamento com a

abranger o eixo de estruturação da transformação

redução dos picos de cheias, área de lazer e incremento

urbana.

da área verde no meio urbano.

LEGENDA

Área de intervenção

Espaços Cheios

Áreas Verdes

Ciclovia

Calçada

Espaços Vazios

Avenidas

Córrego Rincão

Figura 82 – Cheios, Vazios e Áreas Verdes Fonte: Elaborado pelo autor (2017)


Figuras 83,84, 85, 86, 87, 88, 89 – Vegetação existente na área de intervenção. Fonte: Arquivo pessoal (2017)

0

25

Escala 1:1.800

50

100

200 m


TIPIFICAÇÃO E DESTINAÇÃO DE ÁREAS PLANTA DE INTERVENÇÃO

107

O projeto de intervenção abrange uma área

requalificação corresponde ao Parque Linear Ribeirinho

total de ≅ 93.000m², onde está previsto a renovação

onde a comunidade faz uso para caminhada e exercícios

(construção) de ≅ 23.000m², a requalificação de ≅

físicos e o clube de futebol comunitário que necessita de

34.000m². O Córrego Rincão e o Reservatório de

intervenção, pois atualmente encontra-se degradado e

Amortecimento será mantido sem intervenção direta,

com equipamentos insuficientes para atendimento a

destacando apenas diretrizes de preservação e

população. Todos os critérios previstos para aplicabilidade

manutenção. As áreas destinadas à renovação compreendem

na área de intervenção supracitada são embasados a

a um estacionamento abandonado e um campo de futebol

partir das premissas do Plano Diretor Estratégico do

subutilizado, respectivamente; já o espaço de

Município de São Paulo.

LEGENDA Área de intervenção

Calçadas

Renovar

Quadras

Ruas

Requalificar

Figura 90 – Planta Tipificação Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

Manter


0 25

Escala 1:1.800 50 100 200 m

Figura 92 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial II Fonte: IzeKampus (2013)

Figura 91 – Área de intervenção – Perspectiva Parcial I Fonte: IzeKampus (2013)


MAPA DE SENSAÇÕES PLANTA DE INTERVENÇÃO

109

O mapa de sensações reúne sentimentos e

Ao andar pela Rua Antônio Lamanna em direção

impressões presentes no dia da visita técnica. Ao

a Estação Penha o acúmulo de lixo e resíduos verdes

transitar pela Rua Alvinópolis o extenso muro da linha de

(vegetais) sobre a calçada provoca uma impressão de

trem CPTM e dos gradis provocam desconforto e

descuido e abandono. Dentro do Parque, a pista de

insegurança. Já na Rua Dr. Orêncio Vidigal a sensação é

caminhada além de estreita, também possui resíduos

de medo, pois tanto a rua quanto a calçada são estreitas

verdes; na área da academia ao ar livre existe pouca

e completamente sombreadas decorrente dos fustes

lixeira e consequentemente lixo espalhado pelo chão.

elevados das árvores e do gabarito mediano das residências.

LEGENDA Área de intervenção

Lixo / abandono

Desconforto / insegurança

Quadras / ruas

Medo / sombrio

Sujeira / mau cheiro

Figura 93 – Mapa de Sensações Fonte: Elaborado pelo autor (2017) Figura 85 – Planta Tipificação Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

Perigo / Risco de acidente


Outro fator a destacar é o mau cheiro em

perigosa, principalmente para as crianças que andam de

alguns pontos devido o esgoto a céu aberto do

bicicleta, pois as entradas supracitadas são declives

Reservatório de Amortecimento e do Córrego Rincão

acentuados que se findam diretamente dentro do esgoto

poluído. A falta de bloqueio aos acessos até o piscinão

e podem provocar acidentes graves.

para limpeza e manutenção torna a área altamente

110 Figura 94 – Sujeira / mau cheiro Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

Figura 96 – Desconforto / Insegurança Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

Figura 95 – Lixo / Abandono Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

Figura 97 – Medo / Sombrio Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

Figura 9 – Perigo / Risco de Acidente Fonte: Arquivo Pessoal (2017)

0

25

Escala 1:1.800

50

100

200 m


__________________________________________________________        

Pontos de ônibus degradados; Ausência de equipamentos culturais e de lazer; Academia de ginástica ao ar livre degradada; Fragmentação do tecido urbano decorrente das linhas estruturantes (trem/metrô) Ausência de comércio diversificado; Iluminação insuficiente decorrente da massa arbórea com fustes elevados que bloqueiam parte da luz; Calçadas estreitas e degradadas; Carência de lixeiras e bancos no entorno do Rincão;

Área bem equipada com equipamentos de saúde com ênfase aos ambulatórios especializados e UBS;

Área bem equipada com equipamentos de educação que variam desde o ensino infantil ao técnico profissionalizante;

Área no entorno de importantes eixos viários como: linha trem/metro, via arterial radial, ciclovias e faixas exclusivas de ônibus;

Bairro tipicamente residencial;

Área com potencial para desenvolvimento comercial;

Área com potencia arbóreo;

Área com potencial para lazer;

Córrego Rincão canalizado;

Existência de reservatório de amortecimento.


__________________________________________________________ PROBLEMAS E POTENCIALIDADES _ 

Área de intervenção paralela a radial possui calçadas e ciclovias com sinalização para pedestre e ciclistas;

Há uma diversidade de pontos de ônibus;

Existência de terminal de ônibus e estação de metrô;

Vias equipadas

Na área de intervenção sentido oeste, os pedestres não possuem leito apropriado para andar: calçadas estreitas, degradadas e interrompidas com árvores;

Necessidade de criação de pontes sobre o rincão para facilitar o deslocamento da população no sentido leste/oeste;

Córrego Rincão sem tratamento;

Reservatório de amortecimento sem tratamento;

Espaço de lazer deficiente;


Olhar

Foi realizada uma visita na área de estudo com objetivo de obter uma leitura adequada do local como um todo e compreender a dinâmica predominante in loco.

Externo

Estrategicamente a técnica de observação “de dentro para fora e de fora para dentro” contribuiu para o entendimento da relação existente entre a área de intervenção e seu entorno imediato. Todo o percurso tanto interno quanto externo foi registrado por imagens que contribuirão para o desenvolvimento projetual de novas infraestruturas urbanas, equipamentos, bem como na ordenação do território a partir de novos espaços de convívio/lazer e/ou requalificação dos existentes. O mosaico a seguir possibilita ao leitor a compreensão de como está configurado o espaço geográfico de intervenção e a qualidade de seus elementos existentes. 1.

01

Vazio urbano. Trata-se de um estacionamento abandonado.

2. Ruínas de uma passarela localizada na Rua Dr. Orêncio Vidgal. 3. Acesso principal ao Parque Linear Ribeirinho que circunda o Reservatório de Amortecimento Rincão. 4. Ponto de ônibus antigo, degradado e sem assento. 5. Calçadas mal cuidadas e com acúmulo de lixo.

01

03

03

04 07

Figura 113 – Mosaico - Olhar Externo e Interno Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

05

06


01

06

6. Córrego Rincão canalizado, porém com risco de acidente devido falta de proteção em suas margens. 7. Acumulo de dejetos, esgoto e lixo no Reservatório de Amortecimento. 8. Bebedouros sujos e com problemas de infiltração e rachaduras. 9. Academia ao ar livre. 10. Pista de caminhada. 11. Acumulo de dejetos, esgoto e lixo no Reservatório de Amortecimento. 12. Acesso para manutenção do Reservatório de Amortecimento. 13. Ponte sobre o Reservatório de Amortecimento.

114

Olhar

10

07

Interno

08

09

10

11

12

13

13


___________________________________________________________ CONCLUSÃO _

A escolha da área de intervenção situada na região da Penha - SP se deu a partir de critérios voltados

a insuficiência de micro polos comerciais com habitação de interesse social.

ao meio urbano, uma vez que a área selecionada

O estudo dos mapas temáticos inerentes a

pertence a um importante eixo de estruturação urbana,

região de proposta projetual foi fundamental para

além de possuir áreas subutilizadas com grande

compreensão e conclusão dos meios eficientes a serem

potencial a ser desenvolvido.

aplicados na requalificação da área supracitada. diversos

Portanto, a partir do perfil socioeconômico,

equipamentos urbanos principalmente voltados a

cultural, bem como as carências urbanas identificadas, o

educação/saúde e importantes vias que interligam o

projeto proposto terá como objetivo a preservação da

centro expendido de São Paulo à regiões adjacentes, é

qualidade

visível a segregação causada pela linha de trem/metrô e

desenvolvimento de empreendimentos de uso misto, além

Apesar

da

região

possuir

urbana

e

ambiental

de aproximar emprego e moradia.

promovendo

o


Figura 115 – Lego (2016) Fonte: www.pinterest.com



O programa de necessidades proposto a seguir é resultado do estudo referencial realizado no capítulo anterior, no qual foram analisados diversos projetos arquitetônicos e urbanísticos que serviram de inspiração e embasamento para o desenvolvimento de um programa de necessidades que atenda aos requisitos que qualificação, preservação, ampliação de áreas verdes, espaços livres, oferta de serviços e equipamentos urbanos e sociais, com intuito de tornar a área de intervenção mais humana. O programa prevê a criação de dois eixos, sendo o primeiro uma micro centralidade polar a partir de um Campus Corporativo que atenda a função social da propriedade implementando a cota de solidariedade. O segundo, considerado uma centralidade linear, deve garantir a requalificação da área verde existente, desempenhando importante papel para biodiversidade, paisagem e práticas de lazer e sociabilidade em atendimento a toda população transeunte. Em cumprimento às premissas do PDE o Campus Corporativo também atende elementos como incentivo misto, fachada ativa e fruição pública, aproveitando a infraestrutura existente e comunicando-se diretamente ao Parque Linear Ribeirinho inserido na área de intervenção.

Figura 96 – Muros (2017) Fonte: http://www.pixaba.com.br


PROGRAMA DE NECESSIDADES PLAYGRAUND

54 M²

Será instalada uma área com

Será instalado uma área com equipamentos de lazer destinada às crianças. equipamentos de lazer

destinada às crianças.

BANHEIRO PÚBLICO

36 M²

O banheiro público será restaurado e sinalizado.

O banheiro público será restaurado e sinalizado.

ACADEMIA AO AR LIVRE

60 M²

A academia aoserá ar remanejada livre serápara um A academia ao ar livre espaço maior devido a proposta de ampliação remanejada para um espaço maise requalificação dos equipamentos. amplo e restaurado seus equipamentos.

PAVILHÃO

240 M²

Os pavilhões serão espaços a

Os pavilhões serão espaços destinados a descanso, alimentação, alimentação, leitura entre outras finalidades. descanso, leitura

entre outras finalidades.

PISTA DE CAMINHADA

4.720 M²

A pista de caminhada será mais

A pista de caminhada será mais larga, com coloração larga, epintada e com em lixeiras adequada lixeiras espalhadas sua extensão.

espalhadas em sua extensão.

p


MINHOCÃO

1.162 M²

O minhocao trata-se de um banco contínuo em formato O minhocão trata-se de um banco em orgânico que acompanha o perfil natural do terreno. Os formato orgânico será instalado usuários poderão usufruir que do equipamento que estará a pista circundando de caminhada paralelo paralelo a pista de caminhada todo o parque

circundando todo o parque.

JARDINS

TOTAL

31.487M²

PASSARELA

142 M²

2.073 M²

CONJUNTO CORPORATIVO 10.000 M²

Desenvolver o paisagismo no entorno do Rincão para Será desenvolvido o paisagismo tornar os percursos de caminhada mais agradaveis. A no entorno no Rincão na AvaDr. mesma proposta se aplica na calçadaeparalela Av. Dr. Orêncio Vidigal atualmente sombria e sem vida. Orêncio Vidigal para tornar os

Aumentar emprego e do Aumentar a ofertaadeoferta empregodee moradia a partir desenvolvimento de um Conjunto Corporativo com Cota moradia a partir do desenvolvimento de Solidariedade de um Conjunto Corporativo e com a

Promover a interação social a partir da instalação de Promover a interação social a partir microambientes tanto nas áreas livres do Conjunto da instalação de microambientes Corporativo quanto no Parque Linear Ribeirinho ao redor tanto nas áreas livres do edifício do Rincão.

Criar acesso pedestres através Criar acesso atravésaos de passarelas sobre o Córrego Rincãode interligando a Av. Dr. Orêncio Vidigal ao Parque passarelas sobre o Córrego Linear Ribeirinho. Rincão interligando a Av. Dr. Orêncio

Cota de Solidariedade.

quanto no Parque Linear.

Vidigal ao Parque Linear Ribeirinho.

percursos mais agradáveis.

PLACEMAKINGS

13.000 M²

b

0

25

Escala 1:1.800

50

100

200 m

Figura 97 – Mapa programa de necessidades (2017) Fonte: Elaboração própria



Figura 98 – Pesquisa (2005) Fonte: www.pinterest.com.br


__________________________________________________________ _ Com objetivo de desenvolver uma proposta de projeto que se adeque ao espaço de intervenção de maneira eficaz, será estudada a seguir através de croquis possibilidades de intervenções para a área supracitada, levando em consideração o contexto local e o referencial teórico já estudado nos capítulos anteriores,

123

DIAGNÓSTICO ÁREA DE INTERVENÇÃO

A área de estudo está dividida em dois setores,

de centenas de pessoas que contribuem para o comércio

sendo o primeiro correspondente aos espaços residuais,

local, além de dinamizar a região através das relações

decorrentes de antigos estacionamentos. Os dois lotes

interpessoais entre moradores e visitantes.

ociosos e subutilizados estão bem setorizados devido a

O segundo setor abrange toda a área do

aproximação com a estação de metrô Penha e

Reservatório de amortecimento Rincão e do Parque

interligação direta com importantes vias do eixo

Linear Ribeirinho, popularmente conhecido como

estruturante urbano. Os principais acessos aos referidos

“piscinão”. O parque é bastante utilizado pelos

vazios urbanos podem ocorrer pelas vias: Rua Dr.

moradores do bairro, devido possuir uma pista de

Orêncio Vidigal, Rua Antônio Lamanna, Rua Alvinópolis ou

caminhada e academia ao ar livre, porém alguns pontos

pela Estação de Metrô Penha, o que facilita a dinâmica

negativos podem ser destacados como: falta de acesso

urbana de transporte privado, público e dos pedestres.

ao parque pela Rua Dr. Orêncio Vidigal, mau cheiro

A

região

predominantemente

decorrente do esgoto sem tratamento no reservatório,

residencial possui poucos comércios instalados de forma

pista de caminhada estreita, falta de proteção (gradil) no

bastante

entorno do Córrego Rincão e do reservatório, pouca

distribuída,

por

no

ser

entanto

a

área

do

estacionamento da Estação Metrô Penha aos domingos é utilizada para feira livre o que promove a concentração

iluminação e falta de segurança a noite.


____________________________________________________ DIRETRIZES PROJETUAIS _ As análises ocorrerão em duas dimensões de observação: A escala macro, que abrange um recorte urbano mais amplo com finalidade de observar os componentes urbanos da região e sua correlação com a área específica de intervenção; e a escala micro, voltada para o detalhamento do local de requalificação, respectivamente.

124

PROPOSTA ÁREA DE INTERVENÇÃO

A área selecionada para o desenvolvimento do

Linear como um espaço de lazer ao ar livre que visa

projeto possui aproximadamente 93 mil m², dos quais

facilitar os fluxos de acessos dos pedestres por toda

serão aplicadas intervenções específicas afim de

extensão da área de intervenção. A paisagem verde da

requalificar

subutilizado,

massa arbórea em harmonia com jardins coloridos

valorizando as potencialidades existentes e repensando o

funcionam como um dispositivo estrutural que organiza o

espaço de modo a garantir melhoria na qualidade de vida

local anteriormente bastante mau cuidado e sem vida.

o

espaço

atualmente

da população residente nas proximidades, além de propor

A pista de caminhada será reformada

espaços livres, abertos que sejam agradáveis, seguros e

aumentando sua largura, bem como será necessário

convidativos.

ampliar os equipamentos urbanos como bebedouros,

A concepção do projeto busca inspiração nos

poste de iluminação, lixeiras entre outros. A proposta

partidos arquitetônicos estudados compilando as

paisagística também deverá abranger os espaços entre o

melhores soluções para o espaço como um todo,

Conjunto Corporativo, mantendo o térreo sempre livre

utilizando materiais sustentáveis e criando micro

para o vai e vem das pessoas.

ambientes para que as pessoas possam usufruir de

Por fim, as diretrizes estabelecidas nos estudos

maneira prazerosa e confortável, além de se tornar uma

a seguir foram traçadas a partir de conceitos e

excelente oportunidade para encontros sociais.

referências que orientam as intervenções urbanas nas

No setor A, a proposta do Conjunto Corporativo

diversas escalas, estabelecendo sempre a relação entre

com habitação de interesse social, visa criar um novo

as problemáticas identificados e suas soluções

micro polo comercial aproximando emprego e moradia.

projetuais.

Já no setor B, o segundo eixo corresponde ao Parque


ESTUDO PROJETUAL ÁREA DE INTERVENÇÃO

125 Córrego Rincão Ciclovia (existente) Proposta Conjunto Corporativo / HIS Estação Metrô Penha Acessos Limite da linha férrea CPTM Academia ao ar livre (local atual) Rua Alvinópolis Rua Dr. Orêncio Vidigal Av. Viaduto Carlos de Campos Radial Leste


Acesso principal (existente) Acesso por passarela (proposto) Acesso alternativo Acesso restrito (manutenção/limpeza do reservatório de amortecimento) Delimitação de áreas

126

Proposta de intervenção no clube esportivo Playground (proposto) Academia ao ar livre (proposto) Estacionamento e aos domingos feira livre Campos de futebol (atualmente) (proposto) Fluxo livre ao pedestre

Campo de futebol (espaços subutilizado) Clube esportivo comunitário (área de requalificação) Reservatório de Amortecimento Rincão

Figura 99 – Croqui de estudo para área de intervenção (2017) Fonte: Elaboração própria

Antigo estacionamento (vazio urbano)


IMPLANTAÇÃO ÁREA DE INTERVENÇÃO

127


Figura 100 – Croqui de implantação para área de intervenção (2017) Fonte: Elaboração própria

128

0 25

Escala 1:1.800 50 100 200 m


A seguir serão estudadas as micro áreas de cada eixo proposto, com finalidade de aplicar uma análise mais detalhada de cada ambiente a ser projetado. Para melhor organização do estudo, três espaços foram selecionados para realização de croquis representativos das principais ideias a serem projetadas neste trabalho; abaixo serão apresentadas as justificativas:

ÁREA I

129

CONJUNTO CORPORATIVO

O Conjunto Corporativo idealizado trata-se de um complexo de salas comerciais divididos em dois

inserido numa área com grande vetor de crescimento econômico.

grandes volumes que se interligam através de um eixo

Outro ponto relevante a observar é a forma

elevado sobre a Rua Antônio Lamanna. O térreo será

como será disposto o paisagismo externo, que fará um

totalmente livre para que as pessoas possam transitar

papel de transição articulando uma torre com a outra

com mais facilidade entre os diferentes sentidos que o

através da criação de uma série de pátios e plataformas

local oportuniza direcionar.

que se entrelaçam ao longo do conjunto.

Para

assegurar

o

direito

à

moradia

Os micros ambientes espalhados no térreo

principalmente para a população com renda de até três

deverão ser espaços convidativos e aconchegantes para

salários mínimos (conforme diretrizes estabelecidas no

descanso, realização de estudos ou até mesmo área

plano diretor da cidade de São Paulo), o empreendimento

alternativa para reuniões informais, seja pelos

destinará no mínimo o correspondente à 10% de sua área

funcionários, moradores ou simplesmente a população

construída para HIS – Habitação de Interesse Social. Esta

transeunte em seu dia a dia. É importante considerar que

ação visa diminuir o déficit habitacional, além de garantir

essa mesma linguagem será replicada na área do Parque

melhoria na qualidade de vida dos moradores devido a

Linear Rincão.

oferta de emprego e a localização do conjunto que será


ÁREA II PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO

A área II abrange atualmente o clube

O extremo oeste do parque linear receberá

comunitário de futebol, que notoriamente foi constituído

todas as propostas de requalificação supracitadas no

sem prévio planejamento, improvisando a implantação

capítulo anterior inerente ao programa de necessidades,

dos campos e consequentemente tornando o lote

No croqui a seguir, será possível identificar a disposição

subutilizado, sem equipamentos suficientes tanto para os

de um dos pavilhões que estará suspenso a partir do

usuários treinantes quanto para os visitantes. Como

nível da pista de caminhada. Para facilitar o acesso de

proposta,

pedestres nessa área, será projetado a criação de

os

campos

serão

redimensionados

paralelamente um ao outro, para que possam ser

passarela sobre o Córrego Rincão.

inseridas arquibancadas, como também será planejado área para banheiros e espaço de convivência.

ÁREA III PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO

A área III corresponde a porção leste do parque, na qual está instalada atualmente a academia ao ar livre.

ao lado será destinado à instalação de um playground para lazer das crianças.

Como proposta de requalificação, a academia será

O parque possui apenas um banheiro publico e

remanejada para uma porção maior do terreno e

dois bebedouros que se encontram degradados e por não

ampliado o número de oferta de equipamentos; o espaço

suprir a demanda dos usuários, novas instalações serão projetadas.

130


ÁREA I CONJUNTO CORPORATIVO / HIS

131


132

Proposta Conjunto Corporativo / HIS Limites – micro ambientes externos (proposto) Pavilhões (proposto) Parklets (proposto) Córrego Rincão Paisagismo (proposto) Estacionamento / Feira livre aos domingos (existente) Estação de metrô Penha

Figura 101 – Croqui de proposta para projeto de intervenção – Área I (2017) Fonte: Elaboração própria

Fluxos pedestres


IMPLANTAÇÃO CONJUNTO CORPORATIVO


Escala 1:350

Figura 102 – Croqui de implantação – Área I (2017) Fonte: Elaboração própria

134


ÁREA II Córrego Rincão

CLUBE ESPORTIVO COMUNITÁRIO

Quadras de futebol (layout proposto) Tratamento paisagístico (proposto) Banheiro público / Administrativo (proposto) Arquibancadas Área de convivência / alimentação (proposto)

Figura 103 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área II (2017) Fonte: Elaboração própria

Acessos (proposto)


136


IMPLANTAÇÃO CLUBE ESPORTIVO COMUNITÁRIO


Escala 1:450

Figura 104 – Croqui de implantação - Área II (2017) Fonte: Elaboração própria

138


ÁREA III PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO

Acesso por passarela (proposto) Pista de caminhada mais larga (requalificação) Reservatório de Amortecimento Rincão Córrego Rincão Parklets (proposto) Pavilhão (proposto)


Tratamento paisagístico (proposto) Banheiro público (existente) Academia ao ar livre (proposto) Academia ao ar livre (atualmente) Playground (proposto)

140

Acessos Acesso pela Rua Dr. Orêncio Vidigal (proposto) Acesso leste (existente)

Figura 105 – Croqui proposta para projeto de intervenção - Área III (2017) Fonte: Elaboração própria

Acesso restrito manutenção/limpeza (existente)


IMPLANTAÇÃO PARQUE LINEAR RIBEIRINHO RINCÃO

141


Escala 1:350

Figura 106 – Croqui de implantação - Área III (2017) Fonte: Elaboração própria

142


PARTIDO ARQUITETÔNICO A idealização da proposta projetual apresentada neste capítulo foi consequência de uma série de análises e estudos realizados a partir do levantamento de dados e modelos de intervenções urbanas concretizadas e de forma bem sucedidas. Ao compreender a dinâmica existente na área de intervenção, bem como identificar seus problemas e potencialidades foi possível extrair o partido urbanístico que melhor se adequa. Diante da complexidade exigida ao propor uma intervenção urbana, alguns fatores foram levados em consideração 143

como premissas na escolha dos principais elementos que compilados pudessem influenciar diretamente na proposta de projeto.

o Vazio Urbano: A área de intervenção selecionada é constituída por espaços residuais e subutilizados que se repensados de maneira projetada podem requalificar o espaço geográfico e promover melhoria urbana para a população. o Condicionantes Urbanísticas: Por estar inserida numa Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana – ZEU, à área representa uma excelente condição de aproximar a população do transporte público, devido a aproximação com a estação de metro Penha, corredor de ônibus, terminal intermodal e ciclovia. Essa condicionante oportuniza a priorização do transporte publico, além de promover emprego e moradia de qualidade.

o Fator ambiental: o projeto se insere numa área constituída pelo Parque Linear Ribeirinho devido a existência do Córrego e do Reservatório de Amortecimento Rincão. A vegetação que intencionalmente deve proteger as margens da erosão do solo entre outros fatores intempéries, também proporciona espaço de lazer para os moradores. A requalificação proposta visa conciliar no mesmo espaço o homem de maneira harmônica com a natureza e seus elementos.

o Fator climático: A massa arbórea existente na área do projeto já contribui para amenização das ilhas de calor e inversões térmicas decorrentes da urbanização. As sombras projetadas pelos fustes elevados das árvores tornam um fator positivo para implementação de espaços abertos e agradáveis. A proposta de projeto deve atender as expectativas de conforto ambiental tanto no edifício a ser edificado quanto nas áreas externas. A carta solar e a Rosa dos ventos são instrumentos que auxiliam no desenvolvimento desses espaços adequados a cada necessidade, fornecendo conforto e atendendo a dinâmica climática local.

Portanto, o partido arquitetônico deste projeto visa contemplar a requalificação da área do Rincão localizado na Zona Leste de São Paulo, em atendimento as necessidades pré-estabelecidas na Lei de Zoneamento em vigor, embasadas no PDE-SP , respeitando a fluidez urbana e o meio natural.


144 Figura 108 – Rosa dos ventos da área de intervenção (2017) Fonte: SOL-AR

Figura 107 – Carta solar da área de intervenção (2017) Fonte: SOL-AR

FLUXOGRAMA

Figura XX – Fluxograma - área de intervenção Fonte: : Elaboração própria (2017) Figura 109 – Fluxograma - área de intervenção (2017) Fonte: : Elaboração própria

ORGANOGRAMA PROPOSTO

Conjunto Corporativo Clube Esportivo Comunitário

Figura 110 – Organograma - área de intervenção (2017) Fonte: : Elaboração própria

Parque Linear Ribeirinho Rincão Banheiro Público

Academia ao ar livre Playground


5 Capítulo

O PROJETO


Figura 111 – Ópio do Trivial (2016) Fonte: www.pinterest.com/

CONSIDERAÇÕES FINAIS Figura 112 – A construção (2016) Fonte: www.pinterest.com/
















Figura 112 – A construção (2016) Fonte: www.pinterest.com/


CONSIDERAÇÕES FINAIS A cidade de São Paulo é sem dúvidas um emblemático

Paulo, entre as estações de metrô Penha e Vila Matilde.

espaço urbano constituído através das mais variadas

Consequência do crescimento da massa urbana

formas de intervenção, seja ela planejada ou não. Por se

descontrolada, trata-se de uma área lindeira às linhas de

tratar de uma de metrópole dinâmica, o processo de

trem e metrô que sofreu intensas intervenções ao longo

articulação e desarticulação estrutural constantemente

dos anos, com a canalização do Córrego Rincão, a

estabelece ações que conectam e desconectam de forma

criação do Reservatório de Amortecimento para controle

desordenada o tecido urbano.

de enchentes, terrenos residuais decorrentes de

A área selecionada para o desenvolvimento deste trabalho está localizada na Zona Leste de São

abandono e subutilização. A partir dos estudos realizados, foi possível traçar diretrizes de intervenção de modo a promover a inter-relação entre o meio urbano e natural buscando o equilíbrio necessário para contemplação da melhoria da qualidade de vida dos moradores, trazendo a sustentabilidade como principio norteador.

158


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Figura 113 – Livros empilhados (2017) Fonte: www.pinterest.com/


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