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Sabores e tradição: todo dia é dia de feira em Curitiba

Desenhistas e roteiristas de Curitiba passarão a noite no Cemitério Municipal para criar HQs

Nesta última sexta-feira do mês (28/7), cerca de 40 desenhistas e roteiristas da cidade passarão a noite no Cemitério São Francisco de Paula, o Cemitério Municipal do bairro São Francisco, para "dar vida" às histórias de mortos famosos e anônimos.

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Organizado pela Gibiteca da Fundação Cultural de Curitiba, em parceira com o Departamento de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a revista Calafrio, o resultado dessa imersão criativa será uma revista de HQ especial, prevista para ser lançada em outubro, no Halloween.

A proposta dos organizadores é trazer à tona o talento dos artistas locais e, ao mesmo tempo, contribuir com a memória histórica do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, que é um museu a céu aberto.

O roteiro especial começa às 19h com uma visita guiada pelo cemitério, conduzida pela diretora de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Clarissa Grassi, renomada pesquisadora cemiterial.

Durante a visita, que terá duração de cerca de duas horas, os artistas serão apresentados às histórias de personagens históricos e populares que encontram sua "morada eterna" nos jazigos do cemitério municipal de Curitiba. Em seguida, o grupo se dirigirá a uma sala dentro do cemitério para desenvolver as histórias.

Todo dia é dia de feira em Curitiba. A cidade mantém a deliciosa tradição desde que imigrantes de poloneses e italianos começaram a comercializar suas produções de frutas e hortaliças em carroças, no Centro da cidade, no século 19. O tempo foi passando e as feiras ficando cada vez maiores e diversificadas.

Hoje fazer compras em uma das Feiras Livres da Prefeitura também significa passear com a família para comer o tradicional pastel, além de encontrar vizinhos e ter aquela boa conversa com o feirante que se tornou amigo.

PASSEIO AGRADÁVEL

A dona de casa Marilene Pontirolli, 57 anos, frequenta a Feira do Bigorrilho. “O pessoal das bancas é demais, todos se tornaram verdadeiros amigos pelo tempo que frequento aqui. É um passeio que eu gosto”, diz ela.

É o caso também da aposentada Maristela Cristina Rodrigues, 59 anos, que afirma preferir comprar suas verduras e hortaliças sempre em uma feira. “Os produtos são mais frescos, bonitos e de confiança”, destaca.

A feirante Wiviane Cavilio Tulio, 42 anos, está na feira do Bigorrilho há 21 anos e conta que é preciso muita dedicação em um trabalho que envolve toda a família. “A feira abre para o público na quarta-feira pela manhã, mas os preparativos começam às 2h da madrugada, quando chegamos para montar. É cansativo, mas a gente faz com amor”, afirma.

Atividade Escolar

Em uma atividade diferente fora da sala de aula nesta quarta-feira (26/7), alunos do Centro de Educação Infantil Gaia foram até a Feira do Bigorrilho com uma missão: comprar verduras e legumes para uma receita elaborada por eles.

A professora e nutricionista Laís Queiroz, 35 anos, explica que o objetivo da atividade é fazer as crianças conhecerem os diferentes tipos de verduras e hortaliças. “Nós trabalhamos todo o ciclo do alimento, desde a plantação na nossa horta. Nas feiras eles aprendem a fazer compras e depois cozinham”, sa- lienta Laís.

CONHEÇA AS FEIRAS DE CURITIBA

Feiras Diurnas

De terça-feira a domingo, Curitiba ganha vida com 37 feiras livres espalhadas pela cidade. Além das frutas e verduras frescas, os visitantes cereais, carnes, doces caseiros, lanches, conservas e muito mais. Um passeio imperdível para quem busca produtos frescos e um gostinho especial de Curitiba.

Feiras Noturnas

Quando o sol se põe, as 18 feiras noturnas da cidade ganham vida com uma atmosfera animada e aromas irresistíveis. Frutas, verduras, frios, e pescados dividem espaço com alimentos prontos para o consumo, como focaccias, pastéis e sanduíches.

Feiras Livres - Gastronômicas

Às segundas, quintas e sábados, Curitiba reserva três pontos da cidade exclusivamente para feiras gastronômicas. Aqui, os visitantes podem saborear uma ampla seleção de pratos prontos para consumo, como focaccias, pastéis, pierogi, hambúrgueres e porções.

Feiras Livres – Orgânicas Com 14 edições semanais, sendo duas noturnas, as Feiras Orgânicas de Curitiba têm um papel fundamental na promoção de produtos livres de agrotóxicos e na expansão da agricultura sustentável. Realizadas em ruas, praças e parques, essas feiras oferecem aos visitantes a oportunidade de adquirir alimentos frescos e saudáveis diretamente de produtores comprometidos com o meio ambiente e a saúde da população.

Feira das Cooperativas: Tradição e Cooperação

Uma vez por semana, no Centro, os integrantes de cooperativas da agricultura familiar da Região Metropolitana de Curitiba comercializam seus produtos. É uma oportunidade de comprar diretamente dos agricultores.

PROGRAMA NOSSA

FEIRA: ALIMENTOS ACESSÍVEIS PARA TODOS

Com seis pontos estrategicamente espalhados pela cidade, o Programa Nossa Feira busca levar frutas e verduras a preços únicos e acessíveis para regiões que enfrentam dificuldades no abastecimento. Realizada quatro vezes por semana, a feira também oferece pastéis, frios e peixes, garantindo que a população tenha acesso a alimentos frescos e de qualidade.

PROGRAMA DIRETO

DA ROÇA: LIGANDO PRODUTORES E CONSUMIDORES

O Programa Direto da Roça permite que produtores rurais da região metropolitana comercializem diretamente seus produtos em 3 locais da cidade, duas vezes por semana. Essa iniciativa fortalece os laços entre produtores e consumidores, garantin- do que os alimentos cheguem à mesa dos curitibanos com qualidade e procedência garantida.

FEIRA DO LITORAL:

OS SABORES DO MAR

NA CAPITAL

Aos sábados, a Feira do Litoral traz para Curitiba o frescor e os sabores típicos da região litorânea paranaense. Além das frutas e verduras da agricultura familiar, a feira oferece uma gama de produtos como chips de banana, palmito in natura, sucos naturais, farinhas e balas de banana.

PONTOS DE PESCADO

- QUALIDADE E BOA

PROCEDÊNCIA

Seja para uma tradicional moqueca ou um delicioso ceviche, os consumidores podem contar com produtos de qualidade e procedência nos Pontos de Pescado de Curitiba. Os espaços se destacam como uma opção diferenciada para os amantes de frutos do mar com uma variedade de camarões, peixes inteiros e filetados, tudo isso com a garantia de um manuseio cuidadoso e armazenamento adequado. Para isso, os feirantes são devidamente capacitados por meio de cursos de boas práticas de manipulação de alimentos. Funcionam em dois endereços - Praça Divina Pastora, no bairro Mercês, às sextas-feiras e sábados, e na Rua da Cidadania do Boa Vista, no bairro Boa Vista, às quintas-feiras e sábados.

"Ano passado fizemos algo parecido dentro da Gibiteca de Curitiba e foi uma experiência incrível, agora vamos aplicar a mesma ideia dentro do Cemitério Municipal, que é um lugar riquíssimo em histórias, e elas virão à tona por meio das habilidades artísticas dos participantes", destaca Fúlvio Pacheco, coordenador da Gibiteca de Curitiba.

DESENTERRANDO HISTÓRIAS

Fundado em 1854, o Cemitério Municipal São Francisco de Paula recebeu sua primeira moradora quase um ano depois. Num domingo, dia 30 de setembro de 1855, foi sepultada lá Delfina Antoneres Sampaio, 82 anos, que segundo as pesquisas da historiadora cemiterial faleceu de “moléstias internas”.

Quase 170 anos depois, o Municipal tem sido local de descanso de diversas personalidades ligadas à história de Curitiba e do estado do Paraná, como também de ilustres desconhecidos. São quase seis mil sepulturas que, segundo Clarissa, oferecem verdadeiras aulas sobre a cidade em seus diferentes aspectos: econômico, social, político, arquitetônico entre outros temas.

Para falar sobre o ciclo econômico mais importante do estado, por exemplo, Clarissa faz visitas guiadas mostrando as sepulturas das famílias dos barões da erva-mate como João Gualberto, Hauer, Miró, e outros sobrenomes conhecidos de placas de ruas e avenidas.

Mas o local é morada também de figuras populares que conquistaram fama após suas mortes. O exemplo mais conhecido é Maria Bueno, vítima de feminicídio em 1893, ela se tornou milagreira anos depois de ser enterrada no Cemitério Municipal de Curitiba.

Por abrigar tanto patrimônio cultural num único local, desde 2017 a Prefeitura de Curitiba por meio do Departamento de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente realiza visitas guiadas pelo Cemitério Municipal. Até aqui foram mais de sete mil pessoas que passaram pelos tours cemiterial.

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