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Como estimular a criatividade das crianças nas férias

As férias de julho costumam ser assim: crianças reclamando de não ter o que fazer e pais se sentindo culpados por isso. Muita gente tem dificuldades para conciliar a folga do trabalho com o recesso escolar para viajar, passear ou brincar com as crianças. E tudo bem, dizem especialistas. É possível tirar proveito disso.

Ainda que a insatisfação das crianças em ficar em casa pareça algo negativo, o tédio e o ócio têm benefícios. No livro The Science of boredom (A ciência do tédio), a psicóloga britânica Sandi Mann explica como o tédio estimula o cérebro, ajuda na criatividade e desperta a imaginação.

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A psicopedagoga Daniela Jungles, professora de Psicologia e supervisora da clínica-escola do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, um dos maiores ecossistemas de ensino superior do país – vai além: se os pais não conseguiram planejar uma viagem ou não terão folgas para fazer passeios durante a semana, não há problemas. “Quem disse que o filho precisa exatamente disso para estar feliz?”

A primeira dica para os pais é trabalhar o sentimento de culpa. Se os pais estiverem seguros a respeito de suas possibilidades e decisões, vão transmitir essa segurança para os filhos. Depois, basta oferecer estímulos e condições para que a criança desenvolva suas próprias brincadeiras e atividades.

De acordo com a professora, os pais não precisam brincar com os filhos o tempo todo. “Com o tédio e o ócio as crianças aprendem a ser autossuficientes, desenvolvem sua individualidade e percebem que podem ser boas companhias para si mesmos.”

Daniela Jungles lembra ainda que os pais não precisam dar conta de tudo: trabalhar, limpar a casa, pagar as contas, entreter as crianças, ir a programas divertidos e fazer passeios. “A gente sonha com uma viagem legal, com atividades excepcionais, mas nem sempre é possível. A maioria dos pais está trabalhando nesta época do ano. É preciso, então, avaliar quais são os recursos disponíveis, contar com uma rede de apoio e saber que está tudo bem.” Os pais, continua a especialista, não têm a obrigação de entreter os filhos em tempo integral e as férias escolares servem justamente para descansar, brincar sozinhos e enfrentar o tédio. “As crianças podem sentir um pouco de tédio. Já já elas vão aprender a lidar com a situação e encontrar uma alternativa. Os pais não precisam interferir e oferecer atividades e passeios o tempo inteiro”, diz Daniela.

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