Workshow de Dave Lombardo em Salvador

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SALVADOR SÁBADO 23/8/2014

ROCK Dave Lombardo ensina sua técnica em misto de aula e apresentação no Sitorne

Rapidez, habilidade e agressividade são características que definem bem o modo em que Dave Lombardo assume a bateria nos shows. Considerado o padrinho da técnica do bumbo duplo pela revista Drummerworld, o músico ministra série de workshows no Brasil durante duas semanas, estreando hoje na capital baiana, às 17 horas, no Café Teatro Sitorne (Rio Vermelho). O baterista de origem cubana contou em entrevista ao A TARDE que estava ansioso para vir ao Brasil, depois de ter realizado pequenas clínicas na Europa no começo do ano e ter outra série planejada para novembro.

Viagem pelo Brasil

A apresentação em Salvador será a única no Nordeste, com

abertura do baixista soteropolitano Joel Moncorvo (Slow). Na ocasião, haverá sorteio de brindes e um meet and greet (espécie de sessão de autógrafos e bate-papo com o artista). Durante os workshows, Dave irá executar composições da época no Slayer e as da atual banda, Philm, além de tirar dúvidas e aplicar didaticamente suas principais técnicas.

Carreira e vida pessoal

Para os que não estão familiarizados com o nome, Dave Lombardo foi integrante da banda americana de thrash metal Slayer desde o começo, em 1981. Com idas e vindas na história do grupo, como sua saída em 1986 e em 1992, o músico foi demitido em 2013, devido a conflitos internos. A primeira saída ocorreu para acompanhar o nascimento do

O baterista vai executar composições, tirar dúvidas e aplicar didaticamente suas principais técnicas

primogênito e pouco tempo depois retornou às atividades. Questionado sobre desistir da carreira para passar mais tempo com a família, o músico diz que “de forma alguma, todos a minha volta sabem como sou quando o assunto é música”, revela. No começo da carreira, os pais deram suporte para que fosse Divulgação

SÉRIE

Novo Doctor Who estreia com tom mais sarcástico VITOR MORENO Folhapress, São Paulo

Com um novo ator vivendo o protagonista, a série Doctor Who volta – literalmente – de cara nova na oitava temporada (desde que foi retomada em 2005), que estreia hoje. O escolhido para interpretar a 12ª encarnação do personagem foi o escocês Peter Capaldi, que esteve no Brasil nesta semana para divulgar a produção, a mais longeva de ficção científica da televisão. "Sempre fui fã da série, desde criança”, afirmou o ator, que já havia feito uma participação especial na produção em 2008. “Nunca pensei que viraria o Doctor Who. Foi uma surpresa”. Sobre as especificidades de sua versão do personagem, ele comentou: “Ele é mais rude, impaciente e sarcástico, mas cheio de entusiasmo”. Capaldi diz não ter uma versão preferida do personagem e que hoje é mais fácil estar no

O ator escocês Peter Capaldi será o novo protagonista

Como o personagem é um alienígena que muda de corpo de tempos em tempos, a mudança não foi um grande problema para a produção papel. “Nem sempre a série teve tanto dinheiro. Alguns desses caras trabalharam com mais dificuldades do que eu”, explica. A mudança ocorreu a pedido do ator Matt Smith, último intérprete do personagem, que pediu para deixar a série. Como o personagem é um alienígena que muda de corpo de tempos em tempos durante

um processo chamado de “regeneração”, não foi um grande problema para a produção. Segundo o produtor-executivo Steven Moffat, a seleção de Capaldi foi relativamente rápida: “Ele claramente havia nascido para aquilo”. Quem tem mais dificuldades para lidar com a mudança é a companheira de aventuras Cla-

ra, vivida pela atriz Jenna Coleman, que permaneceu no elenco. "Ela acha bem estranho ele se transformar em outra pessoa”, conta a atriz. “Eles têm momentos bons, mas a imprevisibilidade dele a faz achar que não o conhece tão bem. É uma montanha russa”.

Escritor, membro da Academia de Letras da Bahia

Esta não é a estação das baleias desarvoradas. Aquelas que se aproximam demais, se lanham nas pedras por onde o mar, sorrateiro, se insinua famélico em certas praias e agonizam. A última baleia de que ouvi falar envolvia episódio com Aparecida, idosa vizinha da nossa ilha. Da janela em que me havia debruçado para saudar o dia, avistei Aparecida. O mar parecia remansoso, exaurido como se acabasse de parir com dores. Parada, mão na boca, Aparecida era o instantâneo fotográfico de alguém colhido à beira do pânico – ou do pântano. Ia banhar-se na praia da Concha, sua preferida, quando avistou a mancha assustadora. Seria o dragão do mar? Logo, ela se recompôs. Algo gerado em monstruoso ventre

arribara à costa. Convinha ver de perto. Aparecida benzeu-se. Acaso seria o gigante Adamastor ou aquele sáurio que os escoceses divisam no Lago Ness? Eis, a cautelosa distância, o monstro inerme, em toda a sua colossal inteireza. Parece agora um reles lagarto. Sem cavalo branco, sem armadura, sequer uma lança, Aparecida soltou, então, um muxoxo de desdém. Pois é, até os gigantes se desagregam. “Ave, Cetus”, disse Aparecida, em voz alta. Porque havia naquele instante identificado o monstro vencido pelas marés rasas e rochedos cortantes. “De longe vieste, Hvalt, dos gelados mares nórdicos”, ela saudou com reverência. “Que teu espírito, Whale, retorne à Islândia, antes de te destroçarmos o dorso, que de óleo precisamos muito para as nossas candeias”. E ela própria, em golpe rápido do facão que sempre trazia, prevenida como era contra o Mal, abriu na pele alvacenta um rastro de sangue. Foi o sinal para que todos os ilhéus acu-

músico, contanto que tivesse responsabilidade. “Se não fosse por eles, eu não estaria onde estou. Eles nunca desejaram que eu fosse algo que eu não queria”. Considerado um dos melhores bateristas do mundo, Dave lista os seus favoritos, como John Bonham (Led Zeppelin), Bill Ward (Black Sabbath), Gin-

ger Baker (Cream) e Mitch Mitchel (Jim Hendrix). Os da atualidade são Eloy Casagrande (Sepultura) e Gabe Serbiam (Locust).

HOMENAGEM

EDITAL

Biografia da atriz baiana Chica Xavier será lançada hoje no Pelourinho

Sesc abre inscrições gratuitas para o projeto Residência Literária em Paraty

DA REDAÇÃO

DA REDAÇÃO

A biografia Chica Xavier, Mãe do Brasil, de Teresa Montero, será lançada hoje, às 15 horas, na Igreja N. Srª do Rosário dos Pretos. A obra (Editora El Dourado, R$ 29,90) traça a trajetória da atriz baiana que chega aos 57 anos de vida artística dedicada ao cinema, teatro e TV. Chica Xavier, que mora no Rio de Janeiro desde 1953, também será homenageada com a criação do Centro Cultural Atriz Chica Xavier, no bairro de Ramos, idealizado pelo ator e diretor Wal Schneider. Precursora e símbolo de gerações de atrizes e atores negros, ela recebeu o Troféu Palmares, em 2010, pelo trabalho de incentivo à cultura afro-brasileira.

Até o dia 14 de setembro estão abertas as inscrições para o projeto Residência Literária Sesc Paraty. Anunciado durante a Festa Literária de Paraty 2014, o objetivo do programa é selecionar um autor brasileiro ou estrangeiro, residente no país, para viver em Paraty durante três meses e desenvolver trabalho de escrita literária. Ao final, deverá apresentar ao Sesc a primeira versão do seu livro concluído. Além da hospedagem, o vencedor receberá um auxílio de alimentação de R$ 50 por dia durante a residência e auxílio de R$ 15 mil ao longo dos três meses do projeto. As despesas de transporte para Paraty e de retorno após a residência serão custeadas pelo Sesc. O edital completo pode ser conferido neste endereço: www.sesc.com.br/portal/cultura.

LANÇAMENTO DO LIVRO CHICA XAVIER, MÃE DO BRASIL / HOJE, ÀS 15H / IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS (LARGO DO

HOJE, ÀS 22H, NA BBC HD

Aparecida era do mar Hélio Pólvora

Christy Borgman / Divulgação

Dave Lombardo começa na Bahia um giro por 10 cidades do país

Ex-baterista do Slayer faz hoje workshow no Rio Vermelho FERNANDA SOARES

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PELOURINHO) / R$ R$ 29,90

WORKSHOW COM DAVE LOMBARDO / HOJE, 17H / TEATRO CAFÉ SITORNE - R. DEPUTADO CUNHA BUENO, 55, RIO VERMELHO / R$ 60 + 1 KG DE ALIMENTO NÃO PERECÍVEL (OPCIONAL) / VENDAS NA FOXTROT (PIEDADE E SHOPPING BELA VISTA)

CURTAS dissem, armados de acas, machados e macetes. Destruir monstros requer paciência e denodo, mesmo quando feridos. Cetus é mais difícil de desmanchar do que uma casa. Culpa do quê, culpa de quem? Se deu à praia foi porque tinha encomenda a entregar. Nada acontece à toa. Dizem que os botos devolvem náufragos à terra firme. Houve um poeta antigo, um aedo, que encantou os delfins com sua flauta melódica – e eles o salvaram. Há sempre um desígnio nos naufrágios. Serena, Aparecida acompanhou a limpeza completa de sua praia – aquela Praia da Concha, aconchegante e cálida como um abraço. Precisava curar o reumatismo, o banho de mar era receita encontrada em pergaminho egípcio. Aparecida tinha crescido sem prestarmos atenção, e envelhecido sem que lhe estranhássemos as rugas e os passos vagarosos. Jamais se unira a um homem, todos os pescadores a respeitavam e veneravam. Aparecida era do mar. Gostava de olhar o mar, de son-

dar-lhe as inconstâncias, os arrebóis e as torpezas; horas seguidas nós lhe víamos o vulto sobre uma pedra, ou na areia. Arrimada a um rochedo, ou sentada, a cabeça sobre os joelhos dobrados, Aparecida sobraçava a si mesma, na distância. À espera de outro cetáceo? Suponho que tirasse sabedoria de seus mudos diálogos com o mar – mas, nesse caso, o que esperaria que o mar afinal lhe segredasse? Porque se o mar nos escuta, coisa do que duvido, nada responde. Ele simplesmente existe, talvez tenha a idade da Terra e encha uma eternidade de monólogos. Sim. No máximo o mar lhe diria: “Não me pergunte. Nada sei. Apenas sei que sou e estou”. Aparecida voltava para casa pacificada, sempre com um leve sorriso nos lábios murchos. Ou o mar lhe dissera uma verdade, uma grande verdade imorredoura em linguagem inaudível, ou então a sabedoria estava nela, somente nela, e dependia somente de que uma onda a lambesse para saltar à tona.

Produções do Itaú Cultural em Salvador

Poesia e ficção são temas de debate

O Itaú Cultural realiza espetáculos e entrevistas na 8ª edição do Festival lnteração e Conectividade. Amanhã e no dia 28 , às 17h, o Discoreografia, programa da rádio web do instituto, grava entrevistas abertas com os coreógrafos Lia Rodrigues, Neto Machado e Raul Rachou, no café da Aliança Francesa. Já nos dias 28 e 29, às 20h, o Teatro do Icba é palco para as coreografias Fole; Buraco e Sobre Expectativas e Promessas, integrando etapa de difusão do programa Rumos Itaú Cultural Dança.

O Centro Cultural Plataforma, localizado no subúrbio ferroviário de Plataforma, será palco hoje, a partir das 10 horas, de um debate confrontando poesia e ficção. Com mediação de Laura Castro, o encontro pretende reunir representantes de ambos os gêneros literários, para tratar sobre o que se faz em poesia e ficção. Entre os autores, Perinho Santana, Paraíba da Viola, Orlando Pinho e Negro Davi. O evento integra a programação da 3ª Bienal da Bahia, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado.

Livraria realiza oficina musical para crianças A partir das 17h de hoje, a livraria Saraiva promove a Oficina de Música para Crianças no Shopping Paralela, com Gabriel Macedo ensinando a garotada a cantar, dançar e tocar instrumentos musicais. A proposta é

que a atividade estimule a percepção musical, atenção, concentração, coordenação motora, além do senso rítmico e corporal. NA próxima semana, , também às 17h, Tia Sol vai contar a história Os Gigantes.


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