Felipe Ramos de Oliveira TCC 1 - Universidade de Mogi das Cruzes - Arquitetura e Urbanismo

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES FELIPE RAMOS DE OLIVEIRA

RGM11151102401

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I CLÍNICA DE ONCOLOGIA INFANTIL

Mogi das Cruzes, SP 2019


UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES FELIPE RAMOS DE OLIVEIRA

RGM11151102401

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I CLÍNICA DE ONCOLOGIA INFANTIL

Trabalho

de

conclusão

de

curso

apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para avaliação da banca.

Professor orientador: Celso Ledo Martins

Mogi das Cruzes, SP 2019


FELIPE RAMOS DE OLIVEIRA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CLÍNICA DE ONCOLOGIA INFANTIL

Trabalho

de

conclusão

de

curso

apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para avaliação da banca.

Aprovado em: ________________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Professor Orientador Arquiteto Celso Ledo Martins Universidade de Mogi das Cruzes

____________________________________ Professor Convidado Universidade de Mogi das Cruzes

____________________________________ Arquiteto convidado


Dedico esse trabalho a minha esposa Silvia Carolina, que me auxiliou e apoiou em todas as fases deste trabalho.


Agradeรงo Aos meus pais, familiares, professores, amigos e todos aqueles que acreditaram no meu potencial.


“A arquitetura é um estado de espirito, não uma profissão” (Le Corbusier)


RESUMO A implantação do Centro de Oncologia Infantil na cidade de Mogi das Cruzes, busca o amparo e atendimento das crianças e adolescentes com câncer. O número de crianças e adolescentes tem crescido e com isso se torna necessários centros de tratamentos específicos para atender essa parcela da população. O projeto destaca a questão da humanização e do lúdico neste tipo de tratamento, para tentar minimizar ao máximo o desconforto causado pelo tratamento que na maioria das vezes é bem doloroso. Por meio dos estudos de caso e das visitas técnicas, foi possível nortear esse estudo visando melhorar o atendimento a esse tipo de paciente da melhor forma possível, projetando espaços específicos para que o corpo clinico tenha uma melhor eficiência e o tratamento se torne menos traumático aos pacientes e familiares. Palavras-chave: Oncologia; Mogi das Cruzes; Humanização; Lúdico; Tratamento.


ABSTRACT The implantation of the Children's Oncology Center in the city of Mogi das Cruzes, seeks the support and care of children and adolescents with cancer. The number of children and adolescents has grown and therefore specific treatment centers are needed to serve this portion of the population. The project highlights the issue of humanization and playfulness in this type of treatment, to try to minimize as much as possible the discomfort caused by the treatment, which in most cases is very painful. Through the case studies and technical visits, it was possible to guide this study in order to improve care for this type of patient in the best possible way, designing specific spaces so that the clinical body has a better efficiency and the treatment becomes less traumatic to the patients. patients and family members. Keywords: Oncology; Mogi das Cruzes; Humanization; Ludic; Treatment.


LISTA DE FIGURAS Figura 1: Iatreion Grécia antiga ................................................................................. 18 Figura 2: Planta de um Valetudinarium ..................................................................... 19 Figura 3: Santa Casa de Misericórdia de Santos ...................................................... 20 Figura 4: Tomógrafo do Hospital Municipal Jesus – RJ ............................................ 21 Figura 5: Doutores da Alegria em “atendimento" ...................................................... 21 Figura 6: Classificação de atendimento hospitalar .................................................... 28 Figura 7: Fluxograma genérico de uma clínica de oncologia .................................... 29 Figura 8: Dimensões referenciais de deslocamento.................................................. 30 Figura 9: Dimensões referenciais de deslocamento.................................................. 31 Figura 10: Dimensões do módulo de referencia ........................................................ 31 Figura 11: largura para deslocamento em linha reta ................................................. 32 Figura 12: Mobiliário adaptado .................................................................................. 32 Figura 13: Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento ................... 33 Figura 14: Área para manobra de cadeira de rodas com deslocamento ................... 34 Figura 15: Proteção contra queda ao longo de rotas acessíveis ............................... 35 Figura 16: Arranjo geométrico dos pontos em Braille................................................ 39 Figura 17: Formato do relevo do ponto em Braille .................................................... 40 Figura 18: Símbolo internacional de acesso – Forma A ............................................ 41 Figura 19: Símbolo internacional de acesso – Forma B ............................................ 41 Figura 20: Sanitários feminino e masculino ............................................................... 42 Figura 21: Sinalização de portas e passagens – Faixa de alcance acessível ........... 43 Figura 22: Sinalização de estacionamento para pessoas com deficiência ................ 44 Figura 23: Tratamento de desníveis .......................................................................... 46 Figura 24: Área reservada para cadeiras de rodas em área de resgate ................... 47 Figura 25: Dimensionamento de rampas .................................................................. 48 Figura 26: Rampa em curva ...................................................................................... 49 Figura 27: Layout de enfermaria para crianças ........................................................ 51 Figura 28: Layout de enfermaria para adolescentes ................................................. 51 Figura 29: Layout da área de serviços de enfermagem ............................................ 52 Figura 30: Layout do posto de enfermagem e prescrição médica ............................. 52 Figura 31: Layout da sala de aula ............................................................................. 53 Figura 32: Layout da sala de comando de tomografia .............................................. 53 Figura 33: Layout da sala tomografia ........................................................................ 54 Figura 34: Layout da sala de exames e curativos ..................................................... 54 Figura 35: Layout da sala de indução anestésica e recuperação de exames. .......... 55 Figura 36: Layout da sala de ultrassonografia........................................................... 55 Figura 37: Layout da sala de exames odontológicos ................................................ 56 Figura 38: Layout da sala de preparação de quimioterápicos ................................... 56 Figura 39: Layout da sala de aplicação de quimioterápicos ...................................... 57 Figura 40: Layout da sala de comando da radioterapia ............................................ 57 Figura 41: Layout da sala de radioterapia – Acelerador Linear ................................. 58 Figura 42: Layout da sala de radioterapia – Braquiterapia de media taxa de dose ... 59 Figura 43: Layout da sala de comando da Ressonância ........................................... 60 Figura 44: Layout da sala de Ressonância ............................................................... 61


Figura 45: Zoneamento do terreno ............................................................................ 63 Figura 46: Índices urbanísticos do terreno ................................................................ 64 Figura 47: Fachada do Nemours Children’s Hospital ................................................ 65 Figura 48: Sala de espera do Nemours ..................................................................... 66 Figura 49: Planta primeiro andar do Nemours........................................................... 67 Figura 50: Planta segundo andar do Nemours .......................................................... 67 Figura 51: Planta quarto andar do Nemours ............................................................. 68 Figura 52: Implantação do Nemours ......................................................................... 68 Figura 53: Fachada do Centro de Oncologia Infantil Princess Máxima ..................... 69 Figura 54: Ponte de ligação entre o Centro Oncologico e o Hospital ........................ 70 Figura 55: Vista externa do Centro Oncológico Princess Máxima............................. 70 Figura 56: Vista externa do Centro Oncológico Princess Máxima............................. 71 Figura 57: Planta térreo – Princess Máxima.............................................................. 71 Figura 58: Planta segundo pavimento – Princess Máxima ........................................ 72 Figura 59: Planta terceiro pavimento – Princess Máxima ......................................... 72 Figura 60: Fachada do Hospital A.C. Camargo ......................................................... 73 Figura 61: Sala de quimioterapia............................................................................... 74 Figura 62: Fachada Hospital Santana ....................................................................... 76 Figura 63: Sala de espera da pediatria ..................................................................... 77 Figura 64 Portas dos consultórios ............................................................................. 77 Figura 65: Consultório indiferenciado, pediatria. ....................................................... 78 Figura 66: Comprovação da visita técnica ................................................................ 78 Figura 67: Construção do prédio ............................................................................... 79 Figura 68: Fachada da Santa Casa Atualmente........................................................ 80 Figura 69: Sala de atendimento pediátrico ................................................................ 80 Figura 70: Comprovação da visita técnica ................................................................ 80 Figura 71: Fachada Sepaco ...................................................................................... 81 Figura 72: Sala de espera pediatria .......................................................................... 81 Figura 73: Sala de atendimento pediátrico ................................................................ 82 Figura 74: Comprovação da visita técnica ................................................................ 82 Figura 75: Mapa de localização de Mogi das Cruzes ................................................ 83 Figura 76: Mapa dos ventos em Mogi das Cruzes .................................................... 84 Figura 77: Localização do terreno ............................................................................. 85 Figura 78: Terreno..................................................................................................... 85 Figura 79: Gabarito de altura..................................................................................... 86 Figura 80: Cheios e vazios ........................................................................................ 86 Figura 81: Localização e transporte publico .............................................................. 87 Figura 82: Vidro eletrocrômico .................................................................................. 89 Figura 83: Organograma ........................................................................................... 90 Figura 84: Fluxograma .............................................................................................. 91


LISTA DE TABELAS Tabela 1: Aplicação e formas de informação e sinalização ....................................... 38 Tabela 2: Dimensionamento de rampas .................................................................... 48 Tabela 3: Dimensionamento de rampas para situações excepcionais ...................... 49 Tabela 4: Ficha técnica Nemours Children’s Hospital ............................................... 65 Tabela 5: Analise de swot – Nemours Children’s Hospital ........................................ 69 Tabela 6: Ficha técnica Princess Máxima ................................................................. 69 Tabela 7: Analise de swot – Princess Máxima .......................................................... 73 Tabela 8: Ficha técnica A.C. Camargo ...................................................................... 73 Tabela 9: Analise de swot – A.C Camargo Câncer Center ....................................... 74 Tabela 10: Tabela síntese de análise swot ............................................................... 75 Tabela 11: Ficha técnica do Hospital Santana .......................................................... 76 Tabela 12: Ficha técnica da Santa Casa de Mogi das Cruzes .................................. 79 Tabela 13: Histórico de temperaturas mensais em Mogi das Cruzes ....................... 84 Tabela 14: Agenciamento ......................................................................................... 92 Tabela 15: Programa de necessidades ..................................................................... 93


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

COMPHAP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes GRAACC - Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INCA – Instituto Nacional de Câncer LEED - Leadership in Energy and Environmental Design - Liderança em Energia e Design Ambiental NBR – Norma Brasileira PNH - Política Nacional de Humanização PNHAH - Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar SOMASUS - Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde SUS – Sistema Único de Saúde


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16 1

REVISÃO HISTÓRICA SOBRE O TEMA ..................................................... 18

1.1

História dos hospitais.................................................................................... 18

1.2

O hospital moderno ...................................................................................... 20

1.3

Doutores da Alegria ...................................................................................... 21

2

EXPLORAÇÃO TEÓRICA DO TEMA ........................................................... 22

2.1

O câncer no contexto infantil ........................................................................ 22

2.2

Tipos de câncer infantil ................................................................................. 22

2.3

Tipos de tratamentos .................................................................................... 23

2.4

O ambiente hospitalar pediátrico .................................................................. 24

2.5

Humanização hospitalar ............................................................................... 25

2.6

Conforto Ambiental ....................................................................................... 25

2.6.1

Conforto térmico ........................................................................................... 26

2.6.2

Conforto luminoso......................................................................................... 26

2.6.3

Conforto acústico .......................................................................................... 26

2.6.4

O uso das cores no ambiente hospitalar ...................................................... 27

2.6.5

O lúdico no hospital ...................................................................................... 27

3

ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DE UM HOSPITAL 28

4

LEGISLAÇÃO ............................................................................................... 30

4.1

NBR 9050 (2015) – Acessibilidade ............................................................... 30

4.2

Somasus - Layout dos ambientes................................................................. 51

4.2.1

Enfermaria para crianças.............................................................................. 51

4.2.2

Enfermaria para adolescentes ...................................................................... 51

4.2.3

Área de serviços de enfermagem ................................................................. 52

4.2.4

Posto de enfermagem e prescrição médica ................................................. 52

4.2.5

Sala de aula .................................................................................................. 53

4.2.6

Sala de comando de tomografia ................................................................... 53

4.2.7

Sala de tomografia........................................................................................ 54

4.2.8

Sala de exames e curativos .......................................................................... 54

4.2.9

Sala de indução anestésica e recuperação de exames................................ 55

4.2.10 Sala de ultrassonografia ............................................................................... 55 4.2.11 Sala de exames odontológicos ..................................................................... 56


4.2.12 Sala de preparação de quimioterápicos ....................................................... 56 4.2.13 Sala de aplicação de quimioterápicos .......................................................... 57 4.2.14 Sala de comando da radioterapia ................................................................. 57 4.2.15 Sala de radioterapia – Acelerador linear....................................................... 58 4.2.16 Sala de radioterapia – Braquiterapia de média taxa de dose ....................... 59 4.2.17 Sala de comando da Ressonância ............................................................... 60 4.2.18 Sala de Ressonância .................................................................................... 61 4.3

Estatuto da Criança e do adolescente .......................................................... 62

4.4

Código de obras e edificações de Mogi das Cruzes ..................................... 62

4.5

Legislação de Uso e Ocupação do Solo ....................................................... 63

5

ESTUDOS DE CASO ................................................................................... 65

5.1

Nemours Children’s Hospital ........................................................................ 65

5.2

Centro de Oncologia Infantil Princess Máxima ............................................. 69

5.3

Hospital A.C. Camargo ................................................................................. 73

6

VISITAS TÉCNICAS ..................................................................................... 76

6.1

Hospital Santana (Ala pediátrica) ................................................................. 76

6.2

Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes (ala pediátrica) ................ 79

6.3

Sepaco (Ala Pediátrica) ................................................................................ 81

6.4

Conclusão das visitas ................................................................................... 82

7

LOCAL DE INTERVENÇÃO ......................................................................... 83

7.1

Mogi das Cruzes ........................................................................................... 83

7.1.1

Clima ............................................................................................................ 84

7.2

Local de implantação .................................................................................... 85

8

PERFIL DOS USUÁRIOS ............................................................................. 88

8.1

Perfil dos funcionários .................................................................................. 88

8.2

Perfil dos pacientes ...................................................................................... 88

8.3

Perfil dos familiares dos pacientes ............................................................... 88

9

ESQUEMAS ESTRUTURANTES ................................................................. 89

9.1

Conceito do projeto....................................................................................... 89

9.2

Partido Arquitetônico .................................................................................... 89

9.3

Sustentabilidade ........................................................................................... 89

9.3.1

Vidros eletrocrômicos ................................................................................... 89

9.4

Organograma ............................................................................................... 90

9.5

Fluxograma ................................................................................................... 91

9.6

Agenciamento ............................................................................................... 92


9.7

Programa de necessidades .......................................................................... 93

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 97 REFERENCIAS ......................................................................................................... 98


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INTRODUÇÃO A arquitetura hospitalar ao longo dos anos vem passando por um processo de transformação em virtude da preocupação emergente com o bem-estar dos pacientes. Fato que culminou em mudanças nas instalações e nos tratamentos de saúde. Atualmente a evidência está na qualidade do ambiente hospitalar e na inquietação em apartar o aspecto hostil e institucional que sempre prevaleceu neste tipo de edificação, principalmente quando se trata de crianças em situação de desvio de saúde. A hospitalização pode afetar o desenvolvimento normal da criança com câncer, devido ao rompimento de sua rotina anterior e ao processo de ajustamento à nova realidade (rotina hospitalar: exames, procedimentos dolorosos, horários, visitas, etc.), podendo ocasionar alterações físicas e mentais.(VOLPINI, 2007) Observa-se que, além dos problemas que a própria doença traz, as condições de hospitalização podem afetar a totalidade da criança, de forma que o seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual fique comprometido.(IBIDEM) O câncer pediátrico atribui à criança aflição e expectativas variadas que transformam sua vida, gerando expressões de pena e de pesar decorrentes do medo e mitos da doença. Desta forma, surge a vertente da humanização dos ambientes hospitalares, em que se prepondera essencial o bem-estar físico e psicológico do paciente. A humanização é capaz de aproximar o ambiente físico dos valores humanos, visando o homem como foco principal do projeto. O uso de cores adequadas, o domínio da iluminação, o contato com a natureza, a condição de orientação e personalização dos espaços, faz com que o ambiente hospitalar apanhe um valor mais humano, aproximando-se da vida do paciente e distanciando-se da vertente exclusivamente institucional. (CHAGAS E SAMPAIO, 2010) A integração interior/exterior apresenta-se com peça fundamental para a humanização do espaço arquitetônico por agrupar uma imensa variedade de estímulos provenientes do ambiente externo que provocam reações no corpo humano, como por exemplo, sons, aromas, texturas, ventilação e intensidade luminosa diferenciada, além de cores e formas diversas. (IBIDEM) Evidencias cientificas revelam que projetos arquitetônicos sem nenhuma propriedade ambiental excitante para o corpo humano, atuam contra o bem-estar dos pacientes e têm efeitos negativos nos indicativos fisiológicos. (IBIDEM) Neste contexto este estudo justifica-se na medida em que ao verificar o cenário atual, a cidade de Mogi das Cruzes encontra-se em crescente desenvolvimento em diversos setores, tornando-se um polo para toda a região do Alto Tiete principalmente no quesito saúde. A cidade além de atender a sua população auxilia no atendimento das cidades vizinhas. Percebe-se em Mogi das Cruzes uma carência de serviços de atenção a criança com câncer, na especialidade de oncologia infantil, temos somente o CECAN que atende um número pequenos de crianças, ocasionando um déficit no atendimento dos mesmos. Sendo assim as crianças são encaminhadas para a capital São Paulo. A fim de contribuir para o preenchimento desta lacuna, propõe-se a elaboração de projeto arquitetônico de uma clínica pediátrica especializada em oncologia infantil para


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a cidade de Mogi das Cruzes tendo como foco a desconstrução do ambiente hospitalar, propondo um ambiente voltado para o público de crianças de 0 a 17 anos, lúdico, agradável e confortável. Este estudo apresenta a criação de um espaço humanizado e projetado com base em um conceito lúdico e confortável, através de estudo de cores, iluminação, ventilação e acessibilidade, isso melhoraria o atendimento o atendimento da área de oncologia pediátrica na cidade de Mogi das Cruzes e região, acelerando o processo de cura dos pacientes e evitando o deslocamento dos mesmos para outros municípios. Para a elaboração desse estudo foram analisados os projetos Neumors Children’s Hospital, Centro de Oncologia Princess Máxima e o Hospital A.C. Camargo, além das visitas ao Hospital Santana, Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes e o Centro Médico Sepaco. Objetivo geral Elaborar o projeto arquitetônico de uma clínica de pediatria especializada em oncologia para a cidade de Mogi das Cruzes, proporcionando às crianças um espaço lúdico e confortável, através da aplicação do estudo de cores, iluminação, ventilação e acessibilidade adequados.


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1 REVISÃO HISTÓRICA SOBRE O TEMA 1.1 História dos hospitais A palavra hospital vem do latim hospitalis. Deriva de hospes, que significa hóspedes, já que, antigamente, as casas de assistência recebiam peregrinos, pobres e enfermos. (REVISTA ARCO, 2015) O primeiro “sistema hospitalar” que se tem registros ocorreu na Grécia antiga entre 1.200-400 a.C., com clinicas chamadas de Esculápio que prestavam atendimento individuais aos cidadãos, o tratamento era feito por meio de ervas, repouso, rituais religiosos e banhos térmicos, nessas construções haviam locais chamados de Iatreion (lugar dos médicos), geralmente ficavam nos centros das cidades, e possuíam ambientes com camas e banheiros que tinham boa iluminação e ventilação, para os enfermos.(IBIDEM) Figura 1: Iatreion Grécia antiga

Fonte: www.timetoast.com

Na época de 160 a.C. na China que era dominada pela dinastia Han, já se tinha nessa a ideia do hospital ser um serviço público, haviam alguns hospitais e os médicos que atendiam a corte também realizavam atendimentos e exames nos moradores do palácio. (IBIDEM) Entre 27 a.C. a 476 d.C. em Roma existiam os valetudinarium que significa boa saúde, era um tipo de hospital militar onde os feridos das guerras travadas na época eram atendidos, tinham normalmente forma retangular com um pátio no centro. Na cidade de Pompéia que foi totalmente destruída por uma erupção do Vulcão Vesúvio, foi descoberto por arqueólogos um local chamado de Casa dos Cirurgiões, onde foram encontrados cerca de 40 instrumentos de uso cirúrgico. (IBIDEM)


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Figura 2: Planta de um Valetudinarium

Fonte: www. arachne.uni-koeln.de

Com o início da era cristã, surge Jesus Cristo que era conhecido na época como um tipo de curandeiro por conta de seus milagres, assim a população da época ficava na expectativa de serem curados através da fé, nessa época também há um grande crescente de atendimentos médicos por conta de novos princípios éticos de caridade. Em 370 d.C. depois da proclamação do Édito de Milão que foi um documento que dizia que o Império Romano ficaria neutro quanto ao credo religioso, isso acabou oficialmente com as perseguições religiosas. Foi fundado o primeiro hospital na cidade de Cesareia em Israel. (IBIDEM) Já no século XV o edifício do hospital medieval foi separado em duas partes, uma parte foi destinada para cuidas dos enfermos e outra parte para acolhimento de órfãos e abrigo pra os mais pobres e viajantes.(IBIDEM) Na época do Quattrocento Italiano que se refere a eventos artísticos e culturais que eram analisados em conjunto, nessa época houve o fim da Idade Média e o começo do Renascimento e com isso um novo tipo de arquitetura surge e com isso também surge um novo conceito de hospital. (IBIDEM) Em 1498 em Portugal foi criada a Primeira Santa Casa de Misericórdia, e pouco tempo depois da colonização, já no Brasil surge a primeira Santa Casa de Misericórdia no ano de 1543 em Santos, mesmo com esse edifício não tinham muitos médicos dispostos a vir para o Brasil e então o atendimento e cuidados aos enfermos eram feitos pelos religiosos da Igreja Católica. (IBIDEM).


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Figura 3: Santa Casa de Misericórdia de Santos

Fonte: http://www.novomilenio.inf.br

No século XIX a emergência pré-hospitalar surge para atender e recuperar os combatentes das guerras que aconteciam na época, Dominique-Jean Larrey (17661842) usa o termo “triagem” para classificar os soldados feridos nas guerras, nessa época também surge o transporte dos enfermos por veículos denominados Ambulância. (IBIDEM) 1.2 O hospital moderno O edifício hospitalar sofreu várias transformações durantes os séculos, nessas transformações, deixaram de ser um lugar onde os enfermos eram confinados e passou a ser um ambiente feito para curar os doentes. Temos hoje em dia o SOMASUS que auxilia os arquitetos ao projetarem edifícios voltados a saúde. Tendo a recuperação dos pacientes como um foco, percebe-se que quanto mais humanizado os ambientes melhores são os resultados dos tratamentos ministrados. Indo ao encontro com o tema deste trabalho segundo o site Radiologia RJ (2012) o Hospital Municipal Jesus – RJ que é exclusivamente para atendimento infantil, inaugurou em 2012 um tomógrafo todo pensado na humanização do ambiente, como podemos observar na figura abaixo.


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Figura 4: Tomógrafo do Hospital Municipal Jesus – RJ

Fonte - http://www.radiologiarj.com.br

1.3 Doutores da Alegria Segundo o site próprio dos Doutores da Alegria, tiveram início no ano de 1991, fundado por Wellington Nogueira. Já realizaram quase dois milhões de visitas a crianças internadas, seus familiares e profissionais de saúde, essas visitas são feitas geralmente semanalmente. Essas visitas não têm custo nenhum as unidades de saúde, é mantido através de doações de pessoas e empresas. Hoje os Doutores da Alegria contam com 65 profissionais que atuam de forma permanente além de alguns artistas voluntários que ajudam de vez em quando. Figura 5: Doutores da Alegria em “atendimento"

Fonte: www.doutoresdaalegria.org.br


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2 EXPLORAÇÃO TEÓRICA DO TEMA 2.1 O câncer no contexto infantil Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA -, o câncer infantil corresponde a um grupo de várias patologias que tem em comum a proliferação desordenada de células anormais que podem vir a aparecer em qualquer local do organismo, compreende-se ainda que, do ponto de vista clínico, os tumores pediátricos exibem menores períodos de latência, em geral se desenvolvem rapidamente e são mais invasivos, entretanto respondem melhor ao tratamento e são considerados de prognóstico favorável. De tal modo, os tumores pediátricos diferem acentuadamente das enfermidades malignas dos adultos em relação ao prognóstico, aos aspectos histológicos e a localização do tumor, ou seja, a Leucemia linfoblástica aguda, tumores cerebrais, linfomas, sarcomas de partes moles e ósseas preponderam nas crianças e nos adolescentes, contradizendo os padrões daqueles encontrados nos adultos, onde as taxas de câncer que por habitual alargam rápido com o aumento da idade, existe uma variabilidade ampla de idade no transcorrer do desenvolvimento, com dois picos, no início da infância e na adolescência.(IBIDEM) Os cânceres na criança e no adolescente são considerados relevantes, embora possuam menores incidências quando correlacionados com neoplasias malignas dos adultos. O câncer infantil corresponde de 2% a 3% de todos os tumores no Brasil e, na América Latina, representam de 0,5% a 3% do total de todas as neoplasias malignas. No período entre 2012 e 2013, as avaliações de incidências perspectivadas pelo INCA apontavam a ocorrência de 11.530 novos casos de câncer em crianças e adolescentes no país, em ressalva dos tumores de pele não melanoma. 2.2 Tipos de câncer infantil Segundo o GRAAC, os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes são os listados abaixo: Leucemia – É uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Tumor no sistema nervoso central - O cérebro e a medula espinhal formam o Sistema Nervoso Central (SNC). Os tumores do SNC devem-se ao crescimento de células anormais nos tecidos dessas localizações. O câncer do SNC representa de 1,4 a 1,8% de todos tumores malignos no mundo. Cerca de 88% dos tumores de SNC são no cérebro. Linfoma não Hodgkin - O linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada. Existem mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. Neuroblastoma - Surge em geral nas glândulas adrenais, localizadas na parte superior do rim e leva normalmente ao aumento do tamanho do abdome. Pode surgir em outras localizações, como por exemplo, na região para vertebral podendo causar fraquezas em membros.


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Tumor de Wilms - O Tumor de Wilms (também conhecido como Nefroblastoma) é um tumor maligno originado no rim. É o tipo de tumor renal mais comum na infância e pode acometer um ou ambos os rins. Sarcomas de partes moles – São tumores que podem ocorrer em músculos, gordura e articulações, existe inchaço no local do tumor, e em geral, há dor e a pele pode ficar avermelhada. Tumores ósseos – Esses tumores são mais comuns em adolescentes, geralmente se descobre quando há uma batida no local e a dor não passa, o local mais comum é logo acima ou abaixo do joelho, a pele pode ficar vermelha e quente, a medida que o tumor cresce é possível ver um inchaço no local. Retinoblastoma - O retinoblastoma é um tumor maligno originário das células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão, afetando um ou ambos os olhos. Geralmente ocorre antes dos 5 anos de idade. Doença de Hodgkin – É um tumor que acomete gânglios e baço, é mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos começa com adenomegalias “ínguas” que vão crescendo no pescoço, nas axilas ou na região inguinal, podendo dar febre e provocar perda de peso. Tumores germinativos – São tumores no ovário ou testículos.

Além desses tipos de câncer, temos a Histiocitose, que apesar de não ser câncer é uma doença tratada por oncologistas, pois muitas vezes é preciso o uso de quimioterapia para ser curada. (INCA) 2.3 Tipos de tratamentos Segundo o Instituto Oncoguia após o diagnóstico da doença, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento, que dependerão do tipo e estágio do câncer, localização (no caso de tumores), estado de saúde geral do paciente e dos possíveis efeitos colaterais. Cirurgia – É o tipo de tratamento mais antigo contra o câncer, é o principal tratamento contra vários tipos de câncer e pode curar o paciente caso a doença seja diagnosticada em estágio inicial, hoje em dia existem tipos de bisturi a laser que são capazes de “queimar” apenas as células cancerosas. Quimioterapia – Este tratamento utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais, por ser um tratamento sistêmico, não atinge somente as células cancerosas mas também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns medicamentos quimioterápicos possam ser administrados via oral e pode ser feita aplicando um ou mais tipos do medicamento. O ponto negativo deste tipo de tratamento são os efeitos colaterais que são na maioria das vezes fortes. Radioterapia – É o uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerosas, existem vários tipos de radiação, as mais utilizadas são as eletromagnéticas (raios gama ou x) e os elétrons (disponíveis em aceleradores lineares de alta energia). Neste tipo de tratamento as células sadias também são afetadas pela radiação, porém essas células geralmente conseguem se reparar, o que não acontece com as células cancerosas. Hormonioterapia - Modalidade terapêutica que tem como objetivo impedir a ação dos hormônios nas células, algumas células tumorais possuem receptores específicos para hormônios, e em alguns tipos de câncer como os


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de mama e próstata, esses hormônios são responsáveis pelo crescimento e proliferação das células malignas. Terapia Alvo – É um tratamento sistêmico que utiliza medicamentos alvo moleculares que atacam especificamente determinados elementos encontrados na superfície ou interior das células cancerosas, cada tipo de terapia alvo funciona de maneira diferente dependendo do tipo de câncer. Imunoterapia – É um tratamento biológico, seu objetivo é potencializar o sistema imunológico, utilizando anticorpos produzidos pelo próprio paciente ou em laboratório. Transplante de medula óssea – A medula óssea é encontrada no interior dos ossos, e contêm as células tronco, responsáveis pela formação dos componentes do sangue. O transplante é a coleta da medula óssea do próprio paciente ou de um doador compatível, para o tratamento de alguns tipos de câncer como a Leucemia. É usado após o paciente receber altas doses de quimioterapia, associada ou não a radioterapia, o paciente recebe a medula por meio de uma transfusão.

2.4 O ambiente hospitalar pediátrico O ambiente voltado para o cuidado de crianças e adolescentes deve atender às demandas dos mesmos, da família, bem como dos trabalhadores de saúde. Portanto, é função do arquiteto conceber um ambiente que minimize o desconforto, promova o bem-estar e auxilie no processo de cura do paciente. De acordo com Chagas e Sampaio (2010), vários estudos tem mostrado a relação direta do ambiente hospitalar com os resultados dos pacientes, uma vez que ambientes agradáveis diminuem a ansiedade e a dor, interferindo positivamente na cura. Além de proporcionar bem-estar aos pacientes, também é necessário que o ambiente hospitalar possa estimular a equipe de trabalhadores, melhorando as relações interpessoais e consequentemente disseminando um atendimento de boa qualidade. Para Carmo (2008), o brincar transforma o ambiente hospitalar e preenche uma lacuna entre a criança, sua família e a equipe médica, aliviando o estresse e a ansiedade do paciente, e apresentando-se como uma forma de superar sentimentos dolorosos. Essa preocupação com a individualidade do paciente, no caso criança ou adolescente, causa uma transformação na atenção à saúde, pois o paciente passa a ser enxergado por completo, havendo um cuidado não só com o físico, mas também do mental, social dentre outros. A criança hospitalizada tem necessidades que vão além daquelas de um paciente adulto, muitas vezes ultrapassando questões médicas, porém de igual relevância. Quando uma criança é hospitalizada ela se distancia de tudo o que lhe é familiar, como sua casa, amigos, escola. De acordo com Carmo (2008), ela se depara, então, com um ambiente hospitalar asséptico, que se apresenta como sendo estranho e ameaçador. Sendo assim, é importante que o arquiteto use de instrumentos para aliviar essa tensão causada pelo ambiente hospitalar, como cores, forma e espaços que atraiam os olhares dos pacientes infantis, tornando o espaço lúdico e agradável. Além disso, a família é uma importante ferramenta no processo de humanização da assistência à saúde infantil, pois ela é responsável pelo suporte para o enfrentamento


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da hospitalização, por isso, a permanência dos pais foi assegurada como direito no Estatuto da Criança e do Adolescente. 2.5 Humanização hospitalar Com a revolução industrial, e toda a sua corrida por eficiência, praticidade e produção em série, o ambiente hospitalar foi caracterizado como um espaço de racionalização e centralização de funções, cercado de frieza e impessoalidade. A humanização surge como uma resposta à essa objetividade advinda do avanço cientifico e tecnológico. O arquiteto deve estar atento a esse contexto e ser mediador entre funcionalidade e conforto. (IBIDEM) A assistência direcionada ao paciente, bem como a criação de ambientes humanizados que sejam acolhedores e atores no processo de recuperação do paciente, surge como resposta à crise da saúde percebida nos últimos anos. Em 2001, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), que propõe traduzir princípios e modos de operar no conjunto das relações entre profissionais e usuários, entre os diferentes profissionais, entre as diversas unidades e serviços de saúde e entre as instâncias que constituem o SUS. Já em 2004 o PNHAH foi convertido na Política Nacional de Humanização (PNH), também conhecido como humaniza SUS (Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS), desde então o Ministério da Saúde vem inserindo a humanização como política pública do SUS. O principal foco do PNH é promover a requalificação do setor de saúde, valorizando a questão subjetiva humana durante todo o atendimento. O manual do Ministério da Saúde além de sugerir parâmetros para o atendimento, para as relações interpessoais, para as condições de tratamento e relação ao paciente, aponta também questões relacionadas à arquitetura quando trata do espaço no qual todas essas relações ocorrem. Na arquitetura podemos entender a humanização como um aspecto que está diretamente ligado ao conforto ambiental, integrando a valorização do ambiente, uma das diretrizes do PNH. (IBIDEM) 2.6 Conforto Ambiental Os arquitetos buscam continuamente em seus projetos, o conforto, seja ele estético, acústico, luminoso, dentre outros. Porém para melhor entender todos esses ramos é necessário, uma compreensão mais aprofundada do conceito de conforto. O conceito de conforto ambiental relaciona-se com o projeto a partir da seleção de efeitos quanto a percepção das consequências das variáveis do meio ambiente sobre a edificação, obtendo assim para a obtenção de espaços adequados ao ser humano na temperatura, luminosidade e acústica. Podemos então subdividir o conceito de conforto em: térmico, relacionado temperatura, ventilação e umidade, luminoso englobando iluminação natural e artificial, acústico que é referente ao controle de ruídos no ambiente. Como este projeto destina-se ao público infantil, para a clínica pediátrica de oncologia acrescentaremos a esta divisão o lúdico e o estudo das cores, elementos contribuintes para o bem-estar e recuperação da criança. (IBIDEM)


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2.6.1 Conforto térmico Os eventos relacionados ao clima devem ser cuidadosamente analisados pelo arquiteto na elaboração de um projeto, pois fatores inerentes ao loco da implantação do projeto como clima, incidência de ventos e insolação podem resultar em diferentes propostas de projeto, visando sempre o conforto de seus usuários. Em lugares com clima quente, o projeto deve contribuir par minimizar a diferença entre as temperaturas externas e internas do ar, a ventilação natural deve ser priorizada, e em particular nas edificações hospitalares, pois esta contribui para o combate de infecções, por evitar espaços ou ambientes enclausurados. Entretanto, existem alguns ambientes hospitalares em que a ventilação artificial através do uso de ar-condicionado, tornase essencial, em espaços nos quais não seja possível, apenas com ventilação natural, proporcionar conforto térmico aos pacientes. Mesmo assim, o arquiteto deve lançar propostas que auxiliem na redução da utilização de equipamentos de refrigeração o menos no que se refere a potência dos mesmos, favorecendo a edificação no consumo racional de energia. (IBIDEM) 2.6.2 Conforto luminoso A incidência de luz natural, além de reduzir o consumo de energia, contribui para diminuir a impressão de confinamento do paciente. A iluminação adequada se dá com soluções projetuais que aumentem a área de superfícies transparentes, como janelas, aberturas zenitais ou pele de vidro. Vale salientar que quando essa solução não é viável, busca-se uma iluminação artificial que seja semelhante a luz natural. Assim todos poderão ser beneficiados, gerando uma sensação de bem-estar tanto para pacientes como para trabalhadores de saúde. A luz solar pode ser usada como terapêutica para pacientes internados, funcionando como parte do processo de recuperação do mesmo. Logo, antes de conferir a um projeto arquitetônico hospitalar, espaços ou elementos construtivos integrados com o meio exterior, é necessário conhecer a incidência solar local para que estes não interfiram negativamente no conforto ambiental, e que, por conseguinte interajam com a humanização do ambiente hospitalar. (IBIDEM) 2.6.3 Conforto acústico O conforto acústico relaciona-se com a qualidade do som disposto no ambiente, ou seja, avalia-se a relação entre o interlocutor e o receptor é satisfatória e a mensagem é entendida ou não, e se existem ruídos que atrapalhem ou perturbem os indivíduos presentes no local. O conforto acústico está atrelado à compreensão dos ruídos e seus impactos na saúde e bem-estar do paciente. Os ambientes hospitalares têm buscado resguardar a privacidade de seus pacientes, impedindo que os ruídos consequentes das atividades laborais da assistência à saúde não interfiram no tratamento dos usuários e nem gere desconforto aos mesmos. Também deve ser considerado no projeto abertura de porta e janelas para ventilação e iluminação naturais e sua relação com a propagação de ruídos. Alguns aspectos devem ser seguidos na concepção de projetos destinados ao setor de saúde no que se refere a


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acústica como a considerações do entorno e fontes geradoras de ruído, ordenação do espaço quanto as suas funções silenciosas ou não, dispor de recursos e materiais que possam reduzir a transmissão de ruídos e melhorar a qualidade acústica do ambiente. (IBIDEM) 2.6.4 O uso das cores no ambiente hospitalar As cores causam uma grande influência no espaço, pode transforma-lo, causando sensações distintas nos indivíduos. A todo momento estamos em contato com as cores e suas sensações, a força da influência da harmonia entre as cores e consequente equilíbrio visual levam o paciente a exprimir sentimentos, comportamentos à sua percepção do ambiente. O uso das cores funciona como elemento compositivo no ambiente, incorporando as sensações e sentimentos. O projeto deve associar aspectos de iluminação e posicionamento da edificação ao uso de cores e texturas, pois estes fatores estão diretamente ligados e influenciam no tratamento e processo de cura do paciente. Também temos a cromoterapia que pode ser usada como uma técnica paliativa no tratamento do câncer infantil, pois essa técnica pode reduzir a ansiedade, medo e proporcionar bem-estar ao paciente. (IBIDEM) 2.6.5 O lúdico no hospital Hospitalizar uma criança é diferente do que um adulto, pois as crianças tem necessidades diferentes, portanto os ambientes projetados também devem seguir essa diferenciação. A utilização de recursos lúdicos na arquitetura surge como um instrumento de intervenção no tratamento e processo de cura do paciente, o lúdico dá suporte à criança para a mesma enfrentar a doença, fortalecendo-a e reduzindo suas angustias. Para o tratamento de crianças com câncer essa percepção proporcionada pelo lúdico torna-se fundamental no enfrentamento da doença, pois a criança tem necessidades que precisam ser supridas, e priorizadas com relevância frente à doença. A visão geral do paciente infantil contribui para seu tratamento, englobando a multidisciplinaridade de profissionais, dentre eles o arquiteto, que é responsável por criar ambientes que sejam atraentes, divertidos e confortáveis através do uso de cores, forma e volumes. (IBIDEM)


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3 ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DE UM HOSPITAL O atendimento de um hospital começa pela recepção, onde o paciente se identifica e da entrada em sua ficha de atendimento, após isso o paciente é levado a triagem, onde são feitos alguns exames básicos como aferição da pressão arterial e de temperatura, geralmente após isso os pacientes são classificados de acordo com o grau de sua enfermidade, conforme imagem abaixo. Figura 6: Classificação de atendimento hospitalar

Fonte: http://www.hospitalstacruz.com.br

Após essa triagem os pacientes são direcionados aos consultórios médicos, sendo atendidos de acordo com os resultados da triagem, geralmente são identificados por pulseiras da cor referente ao seu grau de enfermidade.


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Figura 7: Fluxograma genérico de uma clínica de oncologia

Fonte: BEZERRA (2018)


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4 LEGISLAÇÃO 4.1 NBR 9050 (2015) – Acessibilidade De acordo com o capítulo 4 da NBR 9050: [...] 4.Parâmetros antropométricos Para a determinação das dimensões referenciais, foram consideradas as medidas entre 5 % a 95 % da população brasileira, ou seja, os extremos correspondentes a mulheres de baixa estatura e homens de estatura elevada. 4.1 Pessoas em pé A Figura 8 apresenta dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé.

Figura 8: Dimensões referenciais de deslocamento

Fonte: NBR 9050 (2015)


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4.2

Pessoas em cadeira de rodas (P.C.R.)

4.2.1 Cadeira de rodas A Figura 9 apresenta dimensões referenciais para cadeiras de rodas manuais ou motorizadas, sem scooter (reboque). A largura mínima frontal das cadeiras esportivas ou cambadas é de 1,00 m.

Figura 9: Dimensões referenciais de deslocamento.

Fonte: NBR 9050 (2015) 4.2.2 Módulo de referência (M.R.) Considera-se o módulo de referência a projeção de 0,80 m por 1,20 m no piso, ocupada por uma pessoa utilizando cadeira de rodas motorizadas ou não, conforme Figura 10.

Figura 10: Dimensões do módulo de referencia

Fonte: NBR 9050 (2015) 4.3 Área de circulação e manobra Os parâmetros apresentados nesta subseção também se aplicam às crianças em cadeiras de rodas infantis. 4.3.1 Largura para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas A Figura 11 mostra dimensões referenciais para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeiras de rodas.


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Figura 11: largura para deslocamento em linha reta

Fonte: NBR 9050 (2015) 4.3.3 Mobiliários na rota acessível Mobiliários com altura entre 0,60 m até 2,10 m do piso podem representar riscos para pessoas com deficiências visuais, caso tenham saliências com mais de 0,10 m de profundidade. Quando da impossibilidade de um mobiliário ser instalado fora da rota acessível, ele deve ser projetado com diferença mínima em valor de reflexão da luz (LRV) de 30 pontos, em relação ao plano de fundo, conforme definido em 5.2.9.1.1, e ser detectável com bengala longa ou atender ao descrito em 5.4.6.3. A Figura 12 apresenta possibilidades que dispensam a instalação de sinalização tátil e visual de alerta.

Figura 12: Mobiliário adaptado

Fonte: NBR 9050 (2015)


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Legenda 1 – Borda ou saliência detectável com bengala longa, instalada na projeção de um mobiliário suspenso, desse que não seja necessária a aproximação de pessoas em cadeiras de rodas. 2A - instalada suspensa, a menos de 0,60 m acima do piso ou 2B - proteção lateral instalada desde o piso. 4.3.4 Área para manobra de cadeiras de rodas sem deslocamento As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento, conforme a Figura 15 são: – para rotação de 90º = 1,20m x1,20m; – para rotação de 180º = 1,50m x 1,50m; – para rotação de 360º = círculo com diâmetro de 1,50m. Figura 13: Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento

Fonte: NBR 9050 (2015)


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4.3.5 Manobra de cadeiras de rodas com deslocamento A Figura 14 exemplifica condições para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento. Figura 14: Área para manobra de cadeira de rodas com deslocamento

Fonte: NBR 9050 (2015) 4.3.7 Proteção contra queda ao longo de rotas acessíveis Devem ser previstas proteções laterais ao longo de rotas acessíveis, para impedir que pessoas sofram ferimentos em decorrência de quedas. Quando uma rota acessível, em nível ou inclinada, é delimitada em um ou ambos os lados por uma superfície que se incline para baixo com desnível igual ou inferior a 0,60 m, composta por plano inclinado com proporções de inclinação maior ou igual a 1:2, deve ser adotada uma das seguintes medidas de proteção:


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a) implantação de uma margem lateral plana com pelo menos 0,60 m de largura antes do início do trecho inclinado, com piso diferenciado quanto ao contraste tátil e visual de no mínimo 30 pontos, aferidos pelo valor da luz refletida (LRV), conforme 5.2.9.1.1 e conforme indicação A da Figura 15; ou  b) proteção vertical de no mínimo 0,15 m de altura, com a superfície de topo com contraste visual de no mínimo 30 pontos, medidos em LRV, conforme 5.2.9.1.1, em relação ao piso do caminho ou rota, conforme indicação B da Figura 15. Quando rotas acessíveis, rampas, terraços, caminhos elevados ou plataformas sem vedações laterais forem delimitados em um ou ambos os lados por superfície que se incline para baixo com desnível superior a 0,60 m, deve ser prevista a instalação de proteção lateral com no mínimo as características de guarda-corpo, conforme indicação C da Figura 15. Figura 15: Proteção contra queda ao longo de rotas acessíveis

Fonte: NBR 9050 (2015) Legenda Desnível igual ou inferior a 0,60 m e inclinação igual ou superior a 1:2 Lateral em nível com pelo menos 0,60 m de largura Contraste visual medido através do LRV (valor da luz refletida) de no mínimo 30 pontos em relação ao piso Proteção lateral – com no mínimo 0,15 m de altura e superfície de topo com contraste visual, conforme Seção 5 Proteção lateral – com guarda-corpo Desnível superior a 0,60 m e inclinação igual ou superior a 1:2


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4.4 Área de transferência 4.4.1 A área de transferência deve ter no mínimo as dimensões do M.R., conforme 4.2.2. 4.4.2. Devem ser garantidas as condições de deslocamento e manobra para o posicionamento do M.R. junto ao local de transferência. 4.4.3 A altura do assento do local para o qual for feita a transferência deve ser semelhante à do assento da cadeira de rodas. 4.4.4. Nos locais de transferência, devem ser instaladas barras de apoio, nas situações previstas nas Seções 7 a 10. 4.4.5. Para a realização da transferência, deve ser garantido um ângulo de alcance que permita a execução adequada das forças de tração e compressão (ver 4.6.4). 4.5 Área de aproximação Deve ser garantido o posicionamento frontal ou lateral da área definida pelo M.R. em relação ao objeto, avançando sob este entre 0,25 m e 0,50 m, em função da atividade a ser desenvolvida (ver 4.3 e 4.6). 4.6.6 Maçanetas, barras antipânico e puxadores Os elementos de acionamento para abertura de portas devem possuir formato de fácil pega, não exigindo firmeza, precisão ou torção do pulso para seu acionamento. 4.6.6.1. As maçanetas devem preferencialmente ser do tipo alavanca, possuir pelo menos 100 mm de comprimento e acabamento sem arestas e recurvado na extremidade, apresentando uma distância mínima de 40 mm da superfície da porta. Devem ser instaladas a uma altura que pode variar entre 0,80 m e 1,10 m do piso acabado. 4.6.6.2. Os puxadores verticais para portas devem ter diâmetro entre 25 mm e 45 mm, com afastamento de no mínimo 40 mm entre o puxador e a superfície da porta. O puxador vertical deve ter comprimento mínimo de 0,30 m. Devem ser instalados a uma altura que pode variar entre 0,80 m e 1,10 m do piso acabado. 4.6.6.3. Os puxadores horizontais para portas devem ter diâmetro entre 25 mm e 45 mm, com afastamento de no mínimo 40 mm. Devem ser instalados a uma altura que pode variar entre 0,80 m e 1,10 m do piso acabado. 4.6.6.4. As barras antipânico devem ser apropriadas ao tipo de porta em que são instaladas e devem atender integralmente ao disposto na ABNT NBR 11785. Se instaladas em portas corta-fogo, devem apresentar tempo requerido de resistência ao fogo compatível com a resistência ao fogo destas portas. Devem ser instaladas a uma altura de 0,90 m do piso acabado. 4.9 Parâmetro auditivo A percepção do som está relacionada a inúmeras variáveis que vão desde limitações físicas, sensoriais e cognitivas da pessoa até a qualidade do som emitido, quanto ao seu conteúdo, forma, modo de transmissão e contraste entre o som emitido e o ruído de fundo. Um som é caracterizado por três variáveis: frequência, intensidade e duração. O ouvido humano é capaz de perceber melhor os sons na frequência entre 20 Hz e 20 000 Hz, intensidade entre 20 dB a 120 dB e duração mínima de 1 s. Sons acima de 120 dB causam desconforto e sons acima de 140 dB podem causar sensação de dor.


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5 Informação e sinalização Esta Seção estabelece as condições de informação e sinalização para garantir uma adequada orientação aos usuários conforme o Anexo B. 5.1 Informação 5.1.3 Princípio dos dois sentidos A informação deve ocorrer através do uso de no mínimo dois sentidos: visual e tátil ou visual e sonoro. 5.2 Sinalização 5.2.1 Geral A sinalização deve ser autoexplicativa, perceptível e legível para todos, inclusive às pessoas com deficiência, e deve ser disposta conforme 5.2.8. Recomenda-se que as informações com textos sejam complementadas com os símbolos apresentados em 5.3. 5.2.2 Classificação Os sinais podem ser classificados como: sinais de localização, sinais de advertência e sinais de instrução, e podem ser utilizados individualmente ou combinados. Em situações de incêndio, pânico e evacuação, devem ser observadas as normas estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros. 5.2.2.1 Sinalização de localização São sinais que, independentemente de sua categoria, orientam para a localização de um determinado elemento em um espaço. Os sinais visuais, sonoros e vibratórios devem ser intermitentes com período de 1 ciclo por segundo, 10 %. 5.2.2.2 Sinalização de advertência São sinais que, independentemente de sua categoria, têm a propriedade de alerta prévio a uma instrução. Os sinais visuais, sonoros e vibratórios devem ser intermitentes com período de 5 ciclos por segundo, 10 %. 5.2.2.3 Sinalização de instrução São sinais que têm a propriedade de instruir uma ação de forma positiva e afirmativa. Quando utilizados em rotas de fuga ou situações de risco, devem preferencialmente ser não intermitentes, de forma contínua. 5.2.4.2. Direcional Sinalização utilizada para indicar direção de um percurso ou a distribuição de elementos de um espaço e de uma edificação. Na forma visual, associa setas indicativas de direção a textos, figuras ou símbolos. Na forma tátil, utiliza recursos como guia de balizamento ou piso tátil. Na forma sonora, utiliza recursos de áudio para explanação de direcionamentos e segurança, como em alarmes e rotas de fuga. 5.2.4.3 Emergência Sinalização utilizada para indicar as rotas de fuga e saídas de emergência das edificações, dos espaços e do ambiente urbano, ou ainda para alertar quando há um perigo, como especificado na ABNT NBR 13434 (todas as partes). 5.2.5.1 Permanente Sinalização utilizada nas áreas e espaços, cuja função já está definida. 5.2.6 Tipos Os tipos de sinalização podem ser visual, sonora e tátil.


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5.2.6.1 Sinalização visual É composta por mensagens de textos, contrastes, símbolos e figuras. 5.2.6.2 Sinalização sonora É composta por conjuntos de sons que permitem a compreensão pela audição. 5.2.6.3 Sinalização tátil É composta por informações em relevo, como textos, símbolos e Braille. 5.2.7 Informações essenciais As informações essenciais aos espaços nas edificações, no mobiliário e nos equipamentos urbanos devem ser utilizadas de forma visual, sonora ou tátil, de acordo com o princípio dos dois sentidos, e conforme Tabela 1. Tabela 1: Aplicação e formas de informação e sinalização

Fonte: NBR 9050 (2015) 5.2.9.2 Linguagem tátil 5.2.9.2.1 Contraste tátil Para textos e símbolos táteis, a altura do alto relevo deve estar entre 0,8 mm e 1,2 mm. Recomendam-se letras em caixa alta e caixa baixa para sentenças, e em caixa alta para frases curtas, evitando a utilização de textos na vertical. A medição de relevos táteis é bastante fácil de executar. Rugosímetros, paquímetros ou mesmo réguas simples permitem analisar e verificar se os relevos estão de acordo com as normas, e mesmo se a disposição entre eles está adequada. Em especial, os relevos para linguagem em Braille e pisos táteis requerem bom controle dimensional. Para pisos táteis e visuais, ver 5.4.6. 5.2.9.2.2 Letras e números táteis Os textos em relevo devem estar associados ao texto em Braille. Os caracteres em relevo devem atender às seguintes condições:


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a) tipos de fonte, conforme 5.2.9.1.3;  b) altura do relevo: 0,8 mm a 1,2 mm;  c) altura dos caracteres: 15 mm a 50 mm;  d) distância mínima entre caracteres: 1/5 da altura da letra (H);   e)

distância entre linhas: 8 mm.

5.2.9.2.3 Símbolos táteis Para a sinalização dos ambientes, a altura do símbolo deve ter a proporção de 1/200 da distância de visada com o mínimo de 80 mm. O desenho do símbolo deve atender às seguintes condições:  a) contornos fortes e bem definidos;  b) simplicidade nas formas e poucos detalhes;  c) estabilidade da forma;  d) altura dos símbolos: no mínimo 80 mm;  e) altura do relevo: 0,6 mm a 1,20 mm; f) distância entre o símbolo e o texto: 8 mm;  g) utilização de símbolos de padrão internacional. 5.2.9.2.4 Braille 5.2.9.2.4.1. As informações em Braille não dispensam a sinalização visual e tátil, com caracteres ou símbolos em relevo. Estas informações e devem estar posicionadas abaixo deles. 5.2.9.2.4.2. Quando a informação em Braille for destinada a impressos, dispensa-se o uso de textos e símbolos em relevo. 5.2.9.2.4.3. Para sentenças longas, deve-se utilizar o texto em Braille, alinhado à esquerda com o texto em relevo. 5.2.9.2.4.4 O ponto em Braille deve ter aresta arredondada na forma esférica. O arranjo de seis pontos, duas colunas e o espaçamento entre as celas em Braille devem ser conforme Figuras 16 e 17. Figura 16: Arranjo geométrico dos pontos em Braille

Fonte: NBR 9050 (2015)


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Figura 17: Formato do relevo do ponto em Braille

Fonte: NBR 9050 (2015) 5.2.9.3 Linguagem sonora Os conjuntos de sons devem ser compostos na forma de informações verbais ou não. Os sinais devem distinguir entre sinais de localização, advertência e instrução, conforme 5.2.2. 5.2.9.3.1 Contraste sonoro Os contrastes sonoros são percebidos pelo sentido da audição do aparelho auditivo. São especialmente importantes nas pessoas com deficiência visual que por meio das diferenças dos sons conseguem distinguir o ambiente com bastante clareza. As diferenças são fáceis de entender quando se associam diferentes sons, como sons de instrumentos diferentes de uma orquestra. As aplicações do contraste sonoro são especialmente importantes em casos de perigos, orientação e comunicação. Por ser de fácil concentração de informações, permitem uma decodificação rápida e precisa pelo cérebro, o que torna essa faculdade tão importante como a visão. A medição dos sons é relativamente fácil de executar. Um simples microfone capta a pressão sonora e pode informar as frequências e amplitudes geradas por meio de decibelímetros. 5.2.9.3.2 Sinais sonoros 5.2.9.3.2.1. Os sinais sonoros verbais devem ter as seguintes características: a) podem ser digitalizados ou sintetizados;  b) devem conter apenas uma sentença completa;  c) devem estar na forma ativa e imperativa. 5.2.9.3.2.2. Os sinais sonoros não verbais codificados devem ser apresentados nas frequências de 100 Hz, 1 000 Hz e 3 000 Hz para sinais de localização e advertência. Para sinais de instrução devem-se acrescentar outras frequências entre 100 Hz e 3 000 Hz. Os sinais sonoros não podem ultrapassar 3 000 Hz. 5.2.9.3.2.3. Os equipamentos e dispositivos sonoros devem ser capazes de medir automaticamente o ruído momentâneo ao redor do local monitorado, em decibel (A), para referência, e emitir sons com valores de 10 dBA acima do valor referenciado, conforme ABNT NBR 10152. 5.2.9.3.2.4. Nas salas de espetáculos, os equipamentos de informações sonoras e sistemas de tradução simultânea devem permitir o controle individual de volume e possuir recursos para evitar interferências.


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5.3 Símbolos 5.3.1 Gerais Símbolos são representações gráficas que, através de uma figura ou forma convencionada, estabelecem a analogia entre o objeto e a informação de sua representação e expressam alguma mensagem. Devem ser legíveis e de fácil compreensão, atendendo a pessoas estrangeiras, analfabetas e com baixa visão, ou cegas, quando em relevo. Os símbolos que correspondem à acessibilidade na edificação e prestação de serviços são relacionados em 5.3.2 a 5.3.5. 5.3.2 Símbolo internacional de acesso – SIA A indicação de acessibilidade nas edificações, no mobiliário, nos espaços e nos equipamentos urbanos deve ser feita por meio do símbolo internacional de acesso - SIA. A representação do símbolo internacional de acesso consiste em um pictograma branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925 C). Este símbolo pode, opcionalmente, ser representado em branco e preto (pictograma branco sobre fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco), e deve estar sempre voltado para o lado direito, conforme Figuras 19 ou, preferencialmente, Figura 20. Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a estes símbolos. Este símbolo é destinado a sinalizar os locais acessíveis. Figura 18: Símbolo internacional de acesso – Forma A

Fonte: NBR 9050 (2015)

Figura 19: Símbolo internacional de acesso – Forma B

Fonte: NBR 050 (2015) 5.3.2.1 Finalidade O símbolo internacional de acesso deve indicar a acessibilidade aos serviços e identificar espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos, onde existem elementos acessíveis ou utilizáveis por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.


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5.3.2.2 Aplicação Esta sinalização deve ser afixada em local visível ao público, sendo utilizada principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis:  a) entradas;  b) áreas e vagas de estacionamento de veículos, conforme 5.5.2.3;  c) áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência;  d) sanitários;  e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência, conforme 5.5.2.1;  f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas, conforme 5.5.2.2;  g) equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com deficiência. Os acessos que não apresentam condições de acessibilidade devem possuir informação visual, indicando a localização do acesso mais próximo que atenda às condições estabelecidas nesta Norma. 5.3.5.3 Sanitário Todos os sanitários devem ser sinalizados com o símbolo representativo de sanitário, de acordo com cada situação, conforme figura 22. Figura 20: Sanitários feminino e masculino

Fonte: NBR 9050 (2015)


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5.4.1 Sinalização de portas e passagens Portas e passagens devem possuir informação visual, associada a sinalização tátil ou sonora, conforme Tabela 1. Devem ser sinalizadas com números e/ou letras e/ou pictogramas e ter sinais com texto em relevo, incluindo Braille. Essa sinalização deve considerar os seguintes aspectos:  a) a sinalização deve estar localizada na faixa de alcance entre 1,20 m e 1,60m em plano vertical, conforme Figura 23. Quando instalada entre 0,90 m e 1,20 m, deve estar na parede ao lado da maçaneta em plano inclinado entre 15° e 30° da linha horizontal e atender ao descrito em 5.4.6.5, quando exceder 0,10 m; b) a sinalização, quando instalada nas portas, deve ser centralizada, e não pode conter informações táteis. Para complementar a informação instalada na porta, deve existir informação tátil ou sonora, na parede adjacente a ela ou no batente, conforme a Figura 23;  c) em portas duplas, com maçaneta central, instalar ao lado da porta direita;  d) nas passagens a sinalização deve ser instalada na parede adjacente, conforme a Figura 23;  e) os elementos de sinalização devem ter formas que não agridam os usuários, evitando cantos vivos e arestas cortantes. Figura 21: Sinalização de portas e passagens – Faixa de alcance acessível

Fonte: NBR 9050 (2015) 5.4.6 Sinalização tátil e visual no piso 5.4.6.1 Geral A sinalização tátil e visual no piso pode ser de alerta e direcional, conforme critérios definidos em normas específicas. 5.4.6.2 Contraste tátil e visual A sinalização tátil e visual no piso deve ser detectável pelo contraste tátil e pelo contraste visual. O contraste de luminância com a superfície adjacente, em condições secas e molhadas, deve estar conforme 5.2.9.1.1 e Tabela 2. 5.5.2.3 Sinalização de vaga reservada para veículo 5.5.2.3.1. As vagas reservadas para veículo no estacionamento devem ser sinalizadas e demarcadas com o símbolo internacional de acesso ou a descrição de idoso, aplicado na vertical e horizontal. Deve atender ao estabelecido em 6.13.


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5.5.2.3.2 As vagas reservadas para idosos ou para pessoas com deficiência em vias e logradouros públicos devem ser sinalizadas, conforme normas específicas (ver Bibliografia [17], [18] e [19]) Nas vagas reservadas para pessoas com deficiência que não estejam localizadas em vias e logra-douros públicos, a sinalização vertical deve ser conforme a Figura 66. O símbolo internacional de acesso (SIA) que está na sinalização pode ser trocado pelo SIA . 5.5.2.3.3 A borda inferior das placas instaladas deve ficar a uma altura livre entre 2,10 m e 2,50 m em relação ao solo. Em estacionamentos com pédireito baixo, é permitida sinalização à altura de 1,50 m. Figura 22: Sinalização de estacionamento para pessoas com deficiência

Fonte: NBR 9050 (2015) 6.1 Rota acessível 6.1.1 Geral 6.1.1.1. As áreas de qualquer espaço ou edificação de uso público ou coletivo devem ser servidas de uma ou mais rotas acessíveis. As edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais necessitam ser acessíveis em suas áreas de uso comum. As unidades autônomas acessíveis devem estar conectadas às rotas acessíveis. Áreas de uso restrito, conforme definido em 3.1.38, como casas de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico e outros com funções similares, não necessitam atender às condições de acessibilidade desta Norma. 6.1.1.2 A rota acessível é um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes externos e internos de espaços e edificações, e que pode ser utilizada de forma autônoma e segura por todas as pessoas. A rota acessível externa incorpora estacionamentos, calçadas, faixas de travessias de pedestres (elevadas ou não), rampas, escadas, passarelas e outros elementos da circulação. A rota acessível interna incorpora corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores e outros elementos da circulação. 6.1.1.3 A rota acessível pode coincidir com a rota de fuga. 6.1.2 Iluminação Toda rota acessível deve ser provida de iluminação natural ou artificial com nível mínimo de iluminância de 150 lux medidos a 1,00 m do chão. São aceitos níveis inferiores de iluminância para ambientes específicos, como cinemas, teatros ou outros, conforme normas técnicas específicas. 6.2 Acessos – Condições gerais 6.2.1. Nas edificações e equipamentos urbanos, todas as entradas, bem como as rotas de interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis.


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6.2.2. Na adaptação de edificações e equipamentos urbanos existentes, todas as entradas devem ser acessíveis e, caso não seja possível, desde que comprovado tecnicamente, deve ser adaptado o maior número de acessos. Nestes casos a distância entre cada entrada acessível e as demais não pode ser superior a 50 m. A entrada predial principal, ou a entrada de acesso do maior número de pessoas, tem a obrigatoriedade de atender a todas as condições de acessibilidade. O acesso por entradas secundárias somente é aceito se esgotadas todas as possibilidades de adequação da entrada principal e se justificado tecnicamente. 6.2.3. Os acessos devem ser vinculados através de rota acessível à circulação principal e às circulações de emergência. Os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstáculos de forma permanente. 6.2.4 O percurso entre o estacionamento de veículos e os acessos deve compor uma rota acessível. Quando da impraticabilidade de se executar rota acessível entre o estacionamento e acessos, devem ser previstas, em outro local, vagas de estacionamento para pessoas com deficiência e para pessoas idosas, a uma distância máxima de 50 m até um acesso acessível. 6.2.5. Quando existirem dispositivos de segurança e para controle de acesso, do tipo catracas, cancelas, portas ou outros, pelo menos um deles em cada conjunto deve ser acessível, garantindo ao usuário o acesso, manobra, circulação e aproximação para o manuseio do equipamento com autonomia. 6.2.6 A instalação do dispositivo acessível para controle de acesso deve prever manobra de cadeira de rodas, conforme o disposto em 4.3.2, 4.3.4 e 4.3.5, e os eventuais comandos acionáveis por usuários devem estar posicionados à altura indicada em 4.6.9. 6.2.7. Quando existir porta giratória, deve ser prevista, junto a esta, outra entrada que garanta condições de acessibilidade. Portas giratórias devem ser evitadas, mas quando forem instaladas, as dimensões entre as pás devem ser compatíveis com as medidas necessárias para o deslocamento de uma pessoa em cadeira de rodas e devem ainda ser dotadas de sistema de segurança para rebatimento das pás em caso de sinistro. 6.2.8. Deve ser prevista a sinalização informativa e direcional da localização das entradas e saídas acessíveis, de acordo com o estabelecido na Seção 5. 6.3 Circulação – Piso A circulação pode ser horizontal e vertical. A circulação vertical pode ser realizada por escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é considerada acessível quando atender no mínimo a duas formas de deslocamento vertical. 6.3.1 Condições gerais Os pisos devem atender às características de revestimento, inclinação e desnível, conforme descrito em 6.3.2 a 6.3.8. 6.3.2 Revestimentos Os materiais de revestimento e acabamento devem ter superfície regular, firme, estável, não trepidante para dispositivos com rodas e antiderrapante, sob qualquer condição (seco ou molhado). Deve-se evitar a utilização de padronagem na superfície do piso que possa causar sensação de insegurança (por exemplo, estampas que pelo contraste de desenho ou cor possam causar a impressão de tridimensionalidade). 6.3.3 Inclinação A inclinação transversal da superfície deve ser de até 2 % para pisos internos e de até 3 % para pisos externos. A inclinação longitudinal da superfície deve


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ser inferior a 5 %. Inclinações iguais ou superiores a 5 % são consideradas rampas e, portanto, devem atender a 6.6. 6.3.4 Desníveis 6.3.4.1 Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais desníveis no piso de até 5 mm dispensam tratamento especial. Desníveis superiores a 5 mm até 20 mm devem possuir inclinação máxima de 1:2 (50 %), conforme Figura 25. Desníveis superiores a 20 mm, quando inevitáveis, devem ser considerados como degraus, conforme 6.7. Figura 23: Tratamento de desníveis

Fonte: NBR 9050 (2015) 6.3.4.3. Nas áreas de circulação, quando o desnível for lateral, observar o descrito em 4.3.7. 6.3.4.4. As soleiras das portas ou vãos de passagem que apresentem desníveis de até no máximo um degrau deve ter parte de sua extensão substituída por rampa com largura mínima de 0,90 m e com inclinação em função do desnível apresentado e atendendo aos parâmetros estabelecidos nas Tabelas 6 ou 7. Parte do desnível deve ser vencido com rampa, e o restante da extensão pode permanecer como degrau, desde que associado, no mínimo em um dos lados, a uma barra de apoio horizontal ou vertical, com comprimento mínimo de 0,30 m e com seu eixo posicionado a 0,75 m de altura do piso, sem avançar sobre a área de circulação pública. 6.4 Rotas de fuga – Condições gerais 6.4.1. As rotas de fuga devem atender ao disposto na ABNT NBR 9077 e outras regulamentações locais contra incêndio e pânico. As portas de corredores, acessos, áreas de resgate, escadas de emergência e descargas integrantes de rotas de fuga acessíveis devem ser dotadas de barras antipânico, conforme ABNT NBR 11785. 6.4.2. Quando em ambientes fechados, as rotas de fuga devem ser sinalizadas conforme o disposto na Seção 5 e iluminadas com dispositivos de balizamento de acordo com o estabelecido na ABNT NBR 10898. 6.4.3. Quando as rotas de fuga incorporarem escadas de emergência ou elevadores de emergência, devem ser previstas áreas de resgate (6.4.5) com espaço reservado e demarcado para o posicionamento de pessoas em cadeiras de rodas (5.5.2.2), dimensionadas de acordo com o M.R. 6.4.4. Nas áreas de resgate, deve ser previsto no mínimo um M.R. a cada 500 pessoas de lotação, por pavimento, sendo no mínimo um por pavimento e um para cada escada e elevador de emergência. Se a antecâmara das escadas e a dos elevadores de emergência forem comuns, o quantitativo de M.R. pode ser compartilhado. 6.4.5 A área de resgate deve:  a) estar localizada fora do fluxo principal de circulação;


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b) garantir área mínima de circulação e manobra para rotação de 180°, conforme 4.3.3, e, quando localizada em nichos, devem ser respeitados os parâmetros mínimos definidos em 4.3.6;  c) ser ventilada;  d) ser provida de dispositivo de emergência ou intercomunicador;  e) deve ter o M.R. sinalizado conforme 5.5.2.2. A Figura 26 representa alguns exemplos de área de resgate. Figura 24: Área reservada para cadeiras de rodas em área de resgate

Fonte: NBR 9050 (2015) 6.4.5.1 Em edificações existentes, em que seja impraticável a previsão da área de resgate, deve ser definido um plano de fuga em que constem os procedimentos de resgate para as pessoas com os diferentes tipos de deficiência. 6.5 Área de descanso Recomenda-se prever uma área de descanso, fora da faixa de circulação, a cada 50 m, para piso com até 3 % de inclinação, ou a cada 30 m, para piso de 3 % a 5 % de inclinação. Recomenda-se a instalação de bancos com encosto e braços. Para inclinações superiores a 5 %, deve ser atendido o descrito em 6.6. Estas áreas devem estar dimensionadas para permitir também a manobra de cadeiras de rodas. 6.6 Rampas 6.6.1 Gerais São consideradas rampas às superfícies de piso com declividade igual ou superior a 5 %. Os pisos das rampas devem atender às condições de 6.3. 6.6.2 Dimensionamento


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Para garantir que uma rampa seja acessível, são definidos os limites máximos de inclinação, os desníveis a serem vencidos e o número máximo de segmentos. A inclinação das rampas, conforme figura 27, deve ser calculada conforme a seguinte equação: I= h × 100 / C onde I - é a inclinação, expressa em porcentagem (%); H - é a altura do desnível; C - é o comprimento da projeção horizontal. Figura 25: Dimensionamento de rampas

Fonte: NBR 9050 (2015) 6.6.2.1. As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na Tabela 2. Para inclinação entre 6,25 % e 8,33 %, é recomendado criar áreas de descanso (6.5.) nos patamares, a cada 50 m de percurso. Excetuam-se deste requisito as rampas citadas em 10.4 (plateia e palcos), 10.12 (piscinas) e 10.14 (praias). Tabela 2: Dimensionamento de rampas

Fonte: NBR 9050 (2015)


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6.6.2.2. Em reformas, quando esgotadas as possibilidades de soluções que atendam integralmente a Tabela 6, podem ser utilizadas inclinações superiores a 8,33 % (1:12) até 12,5 % (1:8), conforme Tabela 3. Tabela 3: Dimensionamento de rampas para situações excepcionais

Fonte: NBR 9050 (2015) 6.6.2.3. Para rampas em curva, a inclinação máxima admissível é de 8,33 % (1:12) e o raio mínimo de 3,00 m, medido no perímetro interno à curva, conforme Figura 28. Figura 26: Rampa em curva

Fonte: NBR 9050 (2015) 6.6.2.4 A inclinação transversal não pode exceder 2 % em rampas internas e 3 % em rampas externas. 6.6.2.5 A largura das rampas (L) deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas. A largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m. 6.6.2.6 Toda rampa deve possuir corrimão de duas alturas em cada lado, conforme demonstrado na Figura 72. 4.2 Especificações gerais para ambientes de assistência a saúde Segundo o guia de orientação para estabelecimentos de saúde, elaborado pela prefeitura de São Paulo seguem abaixo, algumas especificações: 2.1. Requisitos Gerais • Manter o ambiente organizado e higienizado; • Manter a circulação livre em todas as áreas do estabelecimento; • Realizar a manutenção preventiva e periódica dos equipamentos conforme protocolos dos fabricantes; • Manter organizado e com fácil acesso a documentação que comprove a realização das manutenções acima;


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• Realizar periodicamente a calibração periódica realizada por empresa credenciada pela RBC (Rede Brasileira de Calibração). Obs.: Não é permitida a utilização de qualquer espaço, tanto das salas, hall, escadas ou áreas de circulações horizontais e verticais, como depósito de materiais ou de equipamentos em desuso. 2.2. Especificações arquitetônicas Cada estabelecimento deverá ter ambientes com dimensões físicas compatíveis com o uso proposto, sendo que deverá ainda apresentar as seguintes características de acordo com a Resolução Anvisa RDC no . 50/2002: • acesso livre para retirada de pacientes em situações emergenciais; • o piso deverá ser liso, impermeável, lavável e resistente a saneantes; • as paredes das áreas como sala de esterilização de materiais, de procedimentos médicos/enfermagem, de exames, depósito de material, cozinha/copa, sanitários, deverão ser revestidos de material liso, resistente, impermeável e lavável. • nas salas para realização de procedimentos médico-cirúrgicos, esterilização de material, cozinha/copa e lavanderia, as janelas deverão ser providas de telas com trama milimétrica; • nas salas cirúrgicas não será permitido o uso de paredes divisórias móveis; • os sanitários, distintos para pacientes e funcionários, deverão conter lixeira com tampa e pedal, pia com água corrente, sabão líquido e toalha descartável – em bom estado de conservação, organização e limpeza; • os consultórios de ginecologia e obstetrícia, proctologia e urologia devem, obrigatoriamente, dispor de banheiro anexo para uso exclusivo de pacientes em exame; • deve existir lavatório exclusivo para lavagem das mãos da equipe de assistência. Caso exista um sanitário ou banheiro dentro do consultório/ sala, fica dispensada a existência de lavatório extra, exceto os consultórios referidos no item anterior; • deve existir pia exclusiva para limpeza e/ou descontaminação de artigos; • todas as áreas “molhadas” do estabelecimento assistencial de saúde devem ter ralos com fechos hídricos (sifões) e tampa com fechamento escamoteado. É proibida a existência de ralos nos ambientes onde os pacientes são examinados ou tratados


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4.2 Somasus - Layout dos ambientes 4.2.1 Enfermaria para crianças Segundo o Somasus as enfermarias para crianças devem ter no mínimo 5m² por leito, com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza e com portas revestidas com materiais laváveis com medidas mínimas de 1,10 x 2,10m com visor. Figura 27: Layout de enfermaria para crianças

Fonte: Somasus volume 2,2019. Org. pelo autor

4.2.2 Enfermaria para adolescentes As enfermarias para adolescentes devem ter no mínimo 6m² por leito, com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza e com portas revestidas com materiais laváveis e com medidas mínimas de 1,10 x 2,10m. (IBIDEM) Figura 28: Layout de enfermaria para adolescentes

Fonte: Somasus volume 2. Org. pelo autor


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4.2.3 Área de serviços de enfermagem As áreas de serviços de enfermagem necessitam de uma área mínima de 6m², com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza, nesse ambiente é necessária uma pia de lavagem das mãos. (IBIDEM) Figura 29: Layout da área de serviços de enfermagem

Fonte: Somasus volume 2. Org. pelo autor

4.2.4 Posto de enfermagem e prescrição médica Os postos de enfermagem e prescrição médica necessitam de uma área mínima de 6m², com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza, nesse ambiente também é necessária uma pia de lavagem das mãos. (IBIDEM) Figura 30: Layout do posto de enfermagem e prescrição médica

Fonte: Somasus volume 2. Org. pelo autor


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4.2.5 Sala de aula As salas de aula necessitam de 0,80m² por aluno, em média são 20 alunos que resulta numa área de 25,20m², os pisos, paredes, tetos e porta devem ser lisos e revestidos com materiais laváveis. (IBIDEM) Figura 31: Layout da sala de aula

Fonte: Somasus volume 2. Org. pelo autor

4.2.6 Sala de comando de tomografia Esses ambientes necessitam de no mínimo 6m², com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza, essa área necessita de sistema de ventilação e exaustão artificiais pois a temperatura ideal é de 21 a 24ºC. (IBIDEM) Figura 32: Layout da sala de comando de tomografia

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.2.7 Sala de tomografia As salas de tomografia têm em média 43,20m² dependendo do equipamento utilizado, com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza. Essas salas necessitam de blindagem que faça a proteção radiológica dos ambientes próximos, caso seja usado chumbo nessa proteção o mesmo deve ser coberto. (IBIDEM) Figura 33: Layout da sala tomografia

Fonte: Somasus volume 3.

Org. pelo autor

4.2.8 Sala de exames e curativos Esse ambiente necessita de no mínimo 7,50m² com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza. As portas devem ter o vão mínimo de 0,80 x 2,10m. Esta sala também necessita de uma pia para lavagem das mãos. (IBIDEM) Figura 34: Layout da sala de exames e curativos

Fonte: Somasus volume 2. Org. pelo autor


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4.2.9 Sala de indução anestésica e recuperação de exames Esses ambientes necessitam de que as distancias entre os leitos e parede sejam de 0,80m, exceto a cabeceira que necessita de 0,60m com pisos, paredes, bancadas e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza. (IBIDEM) Figura 35: Layout da sala de indução anestésica e recuperação de exames.

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor

4.2.10 Sala de ultrassonografia Esta sala necessita de no mínimo 4m² com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza. A porta precisa de um vão mínimo de 1,20 x 2,10m a depender do equipamento utilizado, esse ambiente também necessita de uma pia para lavagem das mãos. (IBIDEM) Figura 36: Layout da sala de ultrassonografia

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.2.11 Sala de exames odontológicos Esse ambiente necessita de no mínimo 4m² com dimensão mínima de 2m com pisos, paredes e tetos lisos e resistente aos processos de limpeza. Essa área necessita de sistema de ventilação e exaustão artificiais pois a temperatura ideal é de 21 a 24ºC. (IBIDEM) Figura 37: Layout da sala de exames odontológicos

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor

4.2.12 Sala de preparação de quimioterápicos Esse ambiente necessita de no mínimo 5m² com piso liso sem frestas e o material usado no revestimento não pode ter absorção de água superior a 4%, as paredes devem ser lisas e resistente aos processos de limpeza, o teto deve ser liso e continuo e resistente aos processos de limpeza, nesse ambiente é proibido o uso de forros removíveis. Também necessita de uma pia para lavagem das mãos. (IBIDEM) Figura 38: Layout da sala de preparação de quimioterápicos

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.2.13 Sala de aplicação de quimioterápicos Esse ambiente necessita de uma área média de 30,25m² com piso liso sem frestas e o material usado no revestimento não pode ter absorção de água superior a 4%, as paredes devem ser lisas e resistente aos processos de limpeza, o teto deve ser liso e continuo e resistente aos processos de limpeza, nesse ambiente é proibido o uso de forros removíveis. Também necessita de uma pia para lavagem das mãos. (IBIDEM) Figura 39: Layout da sala de aplicação de quimioterápicos

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor

4.2.14 Sala de comando da radioterapia Esse ambiente necessita de uma área mínima de 6m² com pisos, paredes e tetos lisos resistentes e de fácil higienização. (IBIDEM) Figura 40: Layout da sala de comando da radioterapia

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.2.15 Sala de radioterapia – Acelerador linear A área desse ambiente depende do equipamento utilizado, em média tem 72m², o piso deve ser liso resistente e de fácil higienização, as paredes são especiais de concreto com características e densidade para proteção radiológica, o teto devera ser rebaixado para embutir as instalações abaixo da laje de concreto, a porta deve ser de preferencia motorizada com blindagem radiológica e com dimensões mínimas de 1,20 x 2,10m. Necessita também de uma bancada com pia de lavagem. (IBIDEM) Figura 41: Layout da sala de radioterapia – Acelerador Linear

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.2.16 Sala de radioterapia – Braquiterapia de média taxa de dose A área desse ambiente depende do equipamento a ser utilizado, tem em média 32,40m², o piso deve ser liso e de fácil higienização, as paredes precisam ser lisas de fácil higienização, não é permitido o uso de divisórias, necessita de blindagem especial calculada de acordo com o equipamento instalado. O teto deve ser continuo e de fácil higienização, não pode ser utilizado forros removíveis. As portas devem ter medidas mínimas de 1,20 x 2,10m revestidas de material lavável e com blindagem adequada. (IBIDEM) Figura 42: Layout da sala de radioterapia – Braquiterapia de media taxa de dose

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.2.17 Sala de comando da Ressonância Essa sala necessita de área mínima de 6m² o piso, paredes e tetos devem ser lisos e resistentes aos processos de higienização. Necessita de climatização artificial e exaustão mecânica. (IBIDEM) Figura 43: Layout da sala de comando da Ressonância

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.2.18 Sala de Ressonância A área desse ambiente depende do equipamento a ser utilizado, em média é de 35,10m², os pisos, paredes e tetos devem ser resistentes aos processos de limpeza. A porta deve ter dimensão mínima de 1,20 x 2,10m. Necessita de climatização artificial e exaustão mecânica. (IBIDEM) Figura 44: Layout da sala de Ressonância

Fonte: Somasus volume 3. Org. pelo autor


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4.3 Estatuto da Criança e do adolescente Segundo o artigo 12 do estatuto da Criança e do adolescente toda criança e adolescente tem o direito de ter os seus acompanhantes, e os estabelecimentos de saúde devem proporcionar as condições para que isso aconteça. [...] Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.[...]

4.4 Código de obras e edificações de Mogi das Cruzes Seção V – Das Edificações Especiais e Socioinstitucionais Subseção I – Das edificações para Usos de Saúde Art.479. Consideram-se edificações para usos de saúde as destinadas à prestação de serviços de assistência à saúde em geral, inclusive veterinária, com ou sem internação. Art. 480. As edificações destinadas para uso de saúde e outros estabelecimentos afins deverão atender as normas do Ministério da Saúde, com base na legislação federal vigente, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, além das Normas Técnicas Oficiais, demais exigências desta lei complementar e disposições estabelecidas pela Vigilância Sanitária estadual e municipal, no que for pertinente. Art. 481. Os hospitais, casas de saúde, maternidades, prontos-socorros e similares que realizem procedimentos e atividades onde seja necessário o fornecimento contínuo de energia elétrica (cirurgias, unidade de terapia intensiva, etc.) deverão ser dotados de instalações de energia elétrica autônoma, gerador ou equivalente, com iluminação de emergência. Art. 482. As portas gerais de acesso ao público deverão estar de acordo com a legislação e Normas Técnicas Oficiais relativas às saídas de emergência e acessibilidade. Art. 483. As instalações prediais hidros sanitárias deverão estar em acordo com as exigências do órgão responsável pelo serviço de abastecimento de água, devendo também observar o disposto pelas Normas Técnicas Oficiais e pela Vigilância Sanitária estadual e municipal. Art. 484. OS sanitários deverão respeitar as proporções mínimas contidas no Anexo 04, que integra esta lei complementar, sem prejuízo das demais exigências pertinentes.


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4.5 Legislação de Uso e Ocupação do Solo Conforme o mapa de Uso e Ocupação do solo da cidade de Mogi das Cruzes o terreno se encontra na Zona Central – ZC. Figura 45: Zoneamento do terreno

Fonte: http://www.pmmc.com.br, 2019. Org. pelo autor

Conforme tabelas do anexo 6 e 8 da Lei de Uso e Ocupação do Solo – Louos da cidade de Mogi das Cruzes, o projeto poderá ocupar 70% da área do terreno, com coeficiente de aproveitamento em 3 e área de permeabilidade em 20% da área do terreno. Os recuos mínimos estabelecidos estão definidos em 5,00 metros de frente, e recuo de 2,00 metros de fundo, sem a exigência de recuo lateral. Área do terreno - 1.680,63m² TO 70% - fator 0,7 - 1.176,44m² CA 3 - 5.041,89m² T.P. 20% - fator de 0,2 - 336,13m²


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Figura 46: Ă?ndices urbanĂ­sticos do terreno

Fonte: http://www.pmmc.com.br,2019. Org. pelo autor


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5 ESTUDOS DE CASO 5.1 Nemours Children’s Hospital Tabela 4: Ficha técnica Nemours Children’s Hospital Arquitetos Stanley Beaman & Sears Localização Orlando, Flórida – EUA Área total 192000m² Ano do projeto 2012 Construtora Shildan Consultoria operacional Bowen & Briggs Paisagismo AECOM Engenharia civil Harris Civil Engineering Engenharia estrutural Simpsom Gumpertz & Heger Fonte: https://www.archdaily.com.br Figura 47: Fachada do Nemours Children’s Hospital

Fonte: Jonathan Hillyer (2012)

O Nemours Children’s Hospital é especializado no tratamento infantil, construído em Orlando, Flórida, mostra um novo conceito de projeto, funcionando como um “ambiente de cura”. Para Rebelo (2015) a edificação conta com uma estética moderna e simples, com ambientes animados pelo colorido e pela luz. O hospital possui 95 leitos e 76 salas de exame, emergência, uma central de energia e estacionamento. Os arquitetos do escritório Stanley Beaman & Sears, criaram no projeto um ambiente que confortasse os pais e extasiasse as crianças. O público alvo do hospital são crianças de todas as idades, algumas com problemas crônicos ou doenças em fase terminal. Portanto o maior enfoque do hospital, além de oferecer tratamento de qualidade, é de propiciar diversão e tranquilidade. A instituição Nemours (2016) afirma que os espaços internos do hospital são ricos em iluminação


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natural, com grandes vistas para o paisagismo exterior, retrata uma arquitetura madura, mas cheia de vida, que valoriza o papel da natureza no processo de cura do paciente. (ARCHDAILY, 2013) Figura 48: Sala de espera do Nemours

Fonte: Jonathan Hillyer (2012)

Por conta do clima subtropical de Orlando, o Sol intenso e a umidade foram uma grande preocupação no projeto, tiveram estudos solares intensos que resultaram em espaços externos sombreados, e também ajudaram onde serem instalados os painéis solares. Nas fachadas foram utilizados sistemas pré-moldados de metal e painéis de vidro. A cor da iluminação dos quartos pode ser escolhida pelo paciente, criando um efeito muito bonito na fachada (figura47). Além disso os quartos contam acomodações para os pais dos enfermos e lavanderia para os mesmos, cada andar conta com um balcão de atendimento para guiar os pais pelo hospital. O Nemours e apenas mais dois hospitais que conseguiram o LEED Gold Certification, que é uma certificação para construções sustentáveis. (IBIDEM)


67

Figura 49: Planta primeiro andar do Nemours

Fonte: https://www.archdaily.com.br

Analisando o primeiro pavimento se encontram as áreas administrativas, um auditório e uma capela. Nesse pavimento não tem nenhuma área médica. Figura 50: Planta segundo andar do Nemours

Fonte: https://www.archdaily.com.br


68

Analisando o segundo pavimento, encontramos as áreas de cardiologia, gastrenterologia, urologia, audiologia, radiologia além da área cirúrgica. O terceiro pavimento abriga as áreas de terapia respiratória e a U.T.I. Unidade de Terapia Intensiva. (ADERLE, 2017) Figura 51: Planta quarto andar do Nemours

Fonte: https://www.archdaily.com.br

No quarto pavimento são encontradas as áreas de alergologia, pneumologia, reumatologia e endocrinologia. No quinto pavimento estão as áreas de neurologia, neurocirurgia, ortopedia e uma área para o tratamento de doenças infecciosas.(IBIDEM) Figura 52: Implantação do Nemours

Fonte: https://www.archdaily.com.br


69

Tabela 5: Analise de swot – Nemours Children’s Hospital Aspectos positivos

Aspectos negativos

Aplicação do lúdico

Iluminação em alguns pontos

Sustentabilidade Aspectos ameaças

Aspectos oportunidades

Manutenção jardins

Iluminação natural Ventilação natural Fonte: Do autor, 2019

5.2 Centro de Oncologia Infantil Princess Máxima Tabela 6: Ficha técnica Princess Máxima Arquitetos Arquitetos responsáveis Localização Área total Ano do projeto Construtora Paisagismo Engenharia técnica Engenharia estrutural

LIAG Architecys Arie Aalbers, Thomas Bögl, Erik Schotte, Maja Frakowiack, Meagan Kerr, Jordy Aarts, Tjarda Roeloffs-Valk, Martha de Geus , Harmen Landman, Nick Schat, Thomas Witteman and Erik Brummelhaus, Ifigenia Riga Heidelberglaan, Utrecht - Holanda 448330m² 2018 Pro Liberis Bureau B+B RHDHV / Halmos Zonnerveld ingenieurs Fonte: https://www.archdaily.com.br

Figura 53: Fachada do Centro de Oncologia Infantil Princess Máxima

Fonte : Ronald Tilleman (2018)


70

O Centro Princess Máxima está localizado junto ao Hospital de crianças Wilherlmina, no centro médico universitário de Utrecht, a conexão com o hospital dá-se através de uma ponte colorida que também foi projetada pelo mesmo escritório. Figura 54: Ponte de ligação entre o Centro Oncologico e o Hospital

Fonte: Ronald Tilleman (2018)

No desenvolvimento do projeto os arquitetos prestaram atenção a aspectos como a luz do dia, o ar e o layout geral, a fim de facilitar o processo de cura dos pacientes. Cada faixa etária dos pacientes tem seu espaço próprio, projetado de acordo com suas necessidades, estimulando assim o desenvolvimento social e emocional da melhor forma possível. Figura 55: Vista externa do Centro Oncológico Princess Máxima

Fonte: Ronald Tilleman (2018)


71

O espaço abaixo foi criado a fim de de que os pacientes e familiares tivessem a sensação de estar em casa nesse espaço se reúnem para conversar, além de sentir um contato mais direto com o clima local como sentir o clima e o ritmo da noite e do dia. Figura 56: Vista externa do Centro Oncológico Princess Máxima

Fonte: Ronald Tilleman (2018) Figura 57: Planta térreo – Princess Máxima

Fonte: https://www.archdaily.com.br


72

Figura 58: Planta segundo pavimento – Princess Máxima

Fonte: https://www.archdaily.com.br Figura 59: Planta terceiro pavimento – Princess Máxima

Fonte: https://www.archdaily.com.br


73

Tabela 7: Analise de swot – Princess Máxima Aspectos positivos

Aspectos negativos

Humanização

Alguns quartos não recebem sol

Sustentabilidade Aspectos ameaças

Aspectos oportunidades

Manutenção jardins

Iluminação natural

Manutenção revestimento madeira Fonte: Do autor, 2019

5.3 Hospital A.C. Camargo Tabela 8: Ficha técnica A.C. Camargo Arquiteto Rino Levi Localização Liberdade, SP Área total 12000m² Ano do projeto 1953 Fonte: https://www.accamargo.org.br

A rede A.C. Camargo, é referência internacional no quesito de combate ao câncer, de acordo com a instituição, trata-se de um centro integrado de diagnostico, tratamento, ensino e pesquisa do câncer. O hospital oferece assistência de alta complexidade, integrada, humanizada e centrada nas necessidades e segurança dos pacientes, advindos tanto do Sistema Único de Saúde (SUS), como da rede privada. Projetado pelo arquiteto modernista Rino Levi, filho de italianos formado em Roma e Milão. Desenhou a estrutura com o amplo mezanino, sobre o qual se apoiam 13 andares. Levi projetos janelas que afastassem o Sol e o ruído excessivo. Figura 60: Fachada do Hospital A.C. Camargo

Fonte: https://www.accamargo.org.br


74

A ala infantil abriga o que há de mais moderno para o diagnóstico e tratamento do câncer infantil, com ambientes funcionais e bem distribuídos, no entanto peca um pouco nos setores de quimioterapia e atendimento de urgência infantis pois o setor em si é um pouco “frio” não passando o lado lúdico que no caso seria muito interessante. Figura 61: Sala de quimioterapia

Fonte: https://www.accamargo.org.br Tabela 9: Analise de swot – A.C Camargo Câncer Center Aspectos positivos

Aspectos negativos

Localização

Ventilação natural Iluminação natural

Aspectos ameaças

Aspectos oportunidades

Manutenção vegetação da fachada

Ventilação natural

Fonte: Do autor, 2019


75

Tabela 10: Tabela síntese de análise swot TABELA SINTESE DE ANÁLISE SWOT PROJETOS NEMOURS CHILDREN`S HOSPITAL

ASPECTOS POSITIVOS Aplicação do lúdico Sustentabilidade Humanização

PRINCESS MÁXIMA HOSPITAL A.C CAMARGO

Sustentabilidade Localização Aplicação do lúdico

SÍNTESE

Sustentabilidade Humanização

Localização

ASPECTOS OPORTUNIDA DES Iluminação natural Iluminação em Manutenção jardins alguns pontos Ventilação natural Manutenção jardins Iluminação Manutenção Iluminação natural revestimento natural madeira Manutenção Ventilação Ventilação natural vegetação natural Iluminação natural ASPECTOS NEGATIVOS

ASPECTOS AMEAÇAS

Iluminação natural Manutenção jardins Ventilação natural Fonte: Do autor, 2019

Manutenção revestimento madeira

Iluminação natural Ventilação natural


76

6 VISITAS TÉCNICAS Tabela 11: Ficha técnica do Hospital Santana Localização Mogi das Cruzes - SP Ano do projeto 1957 Numero de pavimentos 2 pavimentos Fonte: www.hospitalsantana.com.b

6.1 Hospital Santana (Ala pediátrica) O Hospital Santana teve início em 1957 na cidade de Mogi das Cruzes-SP, é um dos principais hospitais da cidade e realiza vários tipos de procedimento de baixa até alta complexidade. Figura 62: Fachada Hospital Santana

Fonte: Do autor, 2019

Na visita fui ao setor de pediatria onde tive acesso a algumas salas de atendimento e recepção, e pude entender melhor como é o funcionamento do local. No setor pediátrico é muito bem usado a questão das cores e do lúdico para “entreter” as crianças antes, durante e depois do atendimento. A sala de espera conta com cadeiras coloridas, além de todas as portas terem os batentes coloridos e com adesivos com temas infantis nas portas dos consultórios.


77

Figura 63: Sala de espera da pediatria

Fonte: Do autor, 2019 Figura 64 Portas dos consultรณrios

Fonte: Do autor, 2019


78

Já no interior das salas de atendimento essa parte lúdica não é tão bem elaborada, na verdade é adaptada com adesivos colados nas pareces a fim de ter a mesma função. As salas são bem equipadas, aparentemente tudo dentro das normas, com pia para o médico realizar a higienização das mão entre os pacientes, as lixeiras são bem identificadas por cores e adesivos nas tampas, para que o lixo comum e o contaminado não se misturem. Figura 65: Consultório indiferenciado, pediatria.

Fonte: Do autor, 2019

Enfim o Hospital Santana tem uma boa funcionalidade, com alguns quesitos que poderiam ser melhores pensados como a parte interna dos consultórios, mas por se tratar de um prédio da década de 50 foi bem planejado, levando em conta de que da década de 50 até hoje alguns aspectos de atendimento e até mesmo algumas doenças mudaram. Figura 66: Comprovação da visita técnica

Fonte: Do autor,2019


79

6.2 Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes (ala pediátrica) Tabela 12: Ficha técnica da Santa Casa de Mogi das Cruzes Localização Ano do projeto Número de pavimentos Número de leitos

Mogi das Cruzes - SP 1.874 3 pavimentos 182 leitos (atualmente)

Atendimentos por dia 1.100 pacientes (aproximadamente) Fonte: http://www.santacasamc.com.br

A Santa Casa de Mogi das Cruzes tem 145 anos de existência, atualmente tem 182 leitos, seu corpo clinico tem 150 médicos e é referência da região do Alto Tietê em Ortopedia, Maternidade de alto risco, Oftalmologia e Neurologia. O atendimento do setor pediátrico vai desde o nascimento até o início da fase adulta. Figura 67: Construção do prédio

Fonte: http://www.santacasamc.com.br/sobre-o-hospital/nossa-historia

Diferentemente do estudo anterior a ala pediátrica não conta com nenhuma parte que tenha um espaço lúdico ou colorido para entreter os pacientes, o ambiente é frio com cores neutras e pouca iluminação natural e a iluminação artificial é feita com lâmpadas de cor fria, o que também ajuda a deixar o ambiente mais desestimulante. As salas de atendimento também são da mesma forma fria com cores neutras e com alguns equipamentos com um estado de conservação não muito bom. No dia da visita a Santa Casa estava com muitos pacientes então só fui autorizado a tirar foto de uma sala de atendimento pediátrico que estava vazia na hora.


80

Figura 68: Fachada da Santa Casa Atualmente

Fonte: Do autor, 2019 Figura 69: Sala de atendimento pediátrico

Fonte: Do Autor, 2019 Figura 70: Comprovação da visita técnica

Fonte: Do Autor, 2019


81

6.3 Sepaco (Ala Pediátrica) Essa unidade visitada da Sepaco começou a dar atendimento em Fevereiro de 2018, no mesmo ano iniciou o atendimento 24hrs de pronto atendimento incluindo o atendimento pediátrico. Figura 71: Fachada Sepaco

Fonte: Do autor, 2019

Na visita tive acesso a recepção e a uma sala de atendimento pediátrico, porém estando no hospital num dia movimentado pude perceber o fluxo dos pacientes e como é o funcionamento na prática. Na sala de espera da pediatria não tem paredes coloridas e também nada que “distraia” os pacientes antes do atendimento, conforme imagem abaixo, tem apenas um quadro na parede dando uma pequena “identidade” ao setor. Figura 72: Sala de espera pediatria

Fonte: Do autor, 2019

No interior da sala de atendimento o problema é o mesmo da recepção, sem cores nas paredes, tudo muito “frio” apenas com algumas adaptações, conforme imagem abaixo.


82

Figura 73: Sala de atendimento pediátrico

Fonte: Do autor, 2019 Figura 74: Comprovação da visita técnica

Fonte: Do autor, 2019

6.4 Conclusão das visitas Após as visitas realizadas pude constatar que com certeza o uso das cores e do lúdico em hospitais faz muita diferença, pois no Hospital Santana por exemplo, por todo o tempo que passei lá foi um ambiente mais leve, por ter o uso das cores e a iluminação na temperatura de cor correta. Já na Sepaco e na Santa Casa já não tive a mesma sensação pois os ambientes são muitos frios, sem cor e com a iluminação com uma temperatura de cor muito branca. Tudo isso servirá como um grande aprendizado para dar andamento neste projeto pois pude constatar pessoalmente a diferença que o uso das cores no ambiente hospitalar faz diferença e cria sensações diferentes nas pessoas.


83

7 LOCAL DE INTERVENÇÃO 7.1 Mogi das Cruzes Segundo o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes – COMPHAP -, antes da fundação do povoado de Mogi das Cruzes, Braz Cubas em 1560, havia adentrado as matas da região as margens do hoje Rio Tietê, à procura de ouro. O primeiro caminho de acesso da capital São Paulo foi aberto por Gaspar Vaz, daí deu-se início ao povoado que foi elevado a vila 17 de agosto de 1611, chamado na época de vila de Sant’Anna de Mogi Mirim, a oficialização aconteceu no dia 1º de setembro, dia em que se comemora o aniversário da cidade. O nome Mogi vem de M’Boigy, o que significa “Rio das Cobras”, como era chamado o trecho do Tietê que passa pela região pelos índios. Mogi é uma das cidades históricas do Brasil, por ainda ter um grande acervo de construções tombadas em boas condições. Segundo a prefeitura municipal, atualmente Mogi das Cruzes tem mais de 400 mil habitantes que é caracterizado em sua maioria por uma classe jovem.

Figura 75: Mapa de localização de Mogi das Cruzes

Fonte: Google, 2019. Org. pelo autor

Segundo o IBGE, seguem os dados populacionais e de saúde do município de Mogi das Cruzes. População estimada (2018) 440.769 pessoas População no último senso (2010) 387.779 pessoas Densidade demográfica (2010) 544,12 hab/km² Mortalidade infantil (2014) 14,18 óbitos a cada mil nascidos Estabelecimentos de saúde SUS (2009) 43 estabelecimentos


84

7.1.1 Clima O clima em Mogi das Cruzes é quente e temperado, ao longo do ano a precipitação é elevada mesmo nos meses mais secos, a temperatura média é de 17,5ºC e a média das precipitações é de 1.582mm. O mês historicamente mais quente é fevereiro com média de 20,8ºC e Julho é o mês mais frio com média de 14,1ºC. O mês mais seco do ano é Julho com precipitações de 43mm e o mais úmido é Janeiro com precipitação em média de 239mm. (CLIMATEDATA, online) Tabela 13: Histórico de temperaturas mensais em Mogi das Cruzes

Fonte: https://pt.climate-data.org

Segundo o site Meteoblue os ventos com maior incidência de Mogi das Cruzes são os Sudestes, com velocidades que chegam normalmente até 28 km/h , conforme imagem abaixo: Figura 76: Mapa dos ventos em Mogi das Cruzes

Fonte: https://www.meteoblue.com


85

7.2 Local de implantação O bairro Jardim Santista é localizado próximo ao centro da cidade de Mogi das Cruzes, tem fácil acesso por meio de transporte público, por ficar bem próximo do terminal central rodoviário e de uma das estações de Trem da cidade. O bairro tem poucos moradores, por se tratar de um local com muitos comércios e clínicas. Onde o terreno escolhido se encontra é na Rua Santana, que é conhecida entre os moradores por ter vários tipos de clinicas e consultórios, por isso a escolha dessa área para implantação do projeto. Figura 77: Localização do terreno

Fonte: Google Maps. Org. pelo autor. Figura 78: Terreno

Fonte: Google Maps. Org. pelo autor.


86

Figura 79: Gabarito de altura

Fonte: Google Maps. Org. pelo autor. Figura 80: Cheios e vazios

Fonte: Google Maps. Org. pelo autor.


87

O terreno se localiza na Rua Santana no bairro do Jardim Santista em Mogi das Cruzes, possui 37,50m de frente e área total de 1.680,63m², é um terreno plano com pouca vegetação. Esse local foi escolhido pois essa área da cidade é conhecida por ter várias clinicas, consultórios e um hospital próximo. Além de ficar em um local privilegiado na questão de transporte público, por ficar entre duas grandes avenidas da cidade a Av. Voluntário Fernando Pinheiro Franco, também conhecida como Av dos Bancos, e da Rua Ipiranga por onde passam as principais linhas de ônibus. O terreno também fica bem próximo do terminal central rodoviário e da estação de trem de Mogi. Figura 81: Localização e transporte publico

Fonte: Google Maps. Org. pelo autor.


88

8 PERFIL DOS USUÁRIOS 8.1 Perfil dos funcionários Os funcionários serão em sua maioria médicos e enfermeiros, além de seguranças e recepcionistas. Para médicos e enfermeiros será feito um setor especifico para descanso pois esses tipos de profissionais costumam trabalhar por várias horas direto. Para os seguranças e recepção será feito um setor para alimentação e descanso, além de vestiários. 8.2 Perfil dos pacientes Os pacientes para essa clínica são em sua maioria crianças e adolescentes entre 0 a 17 anos, com algumas exceções de adultos, nesse caso quando se inicia o tratamento ainda quando criança e o conclui depois de adulto já que alguns tipos de tratamento podem levar vários anos. Esses pacientes necessitam de uma edificação totalmente acessível pois muitos deles acabam perdendo algum membro ou algum sentido em função do tratamento. Além disso necessitam em sua maioria de atendimento psicológico e um acompanhamento médico muito próximo. Para diminuir esse desgaste do tratamento toda a clínica será voltada para o lado lúdico e colorido. 8.3 Perfil dos familiares dos pacientes Os familiares dos pacientes são os que irão acompanhar os mesmos nas consultas ou nos procedimentos, não tem um perfil especifico pois qualquer pessoa pode desenvolver essa doença, mas com certeza todas essas pessoas estarão na maior parte das vezes nervosas com o tratamento de seu ente querido, para tentar amenizar isso, será elaborada uma área de descanso e alimentação, além de cadeiras confortáveis para os acompanhamentos, pois nesse tipo de tratamento o período de permanência na clínica é grande, podendo chegar a um dia inteiro.


89

9 ESQUEMAS ESTRUTURANTES 9.1 Conceito do projeto O projeto será explorado através do conceito lúdico, partindo da utilização de cores, formas e volumes com criação de espaços divertidos e confortáveis. Sabe-se que o lúdico dá suporte ao paciente com câncer, podendo colaborar com o processo de cura da doença. Outro conceito que será adotado é o da humanização, que enfatiza a importância de projetar espaços que sejam acolhedores e confortáveis. O conceito lúdico permite aos pacientes infantis ao entrarem num ambiente colorido, com decorações com temas infantis vivenciem um ambiente de fantasia e por sua vez “esquecer” um pouco do seu problema de saúde. 9.2 Partido Arquitetônico O partido arquitetônico da clínica se caracteriza pelo uso de linhas retas, no desafio de conciliar um estabelecimento de saúde com a humanização e sustentabilidade. A sustentabilidade dá-se a instalação de painéis de vidro eletrocrômicos que diminuem o consumo de iluminação artificial. Para atender o conceito do lúdico será usada muita cor nesse projeto, uma parte delas virão dos vidros eletrocrômicos que mudam de cor e outra por conta do paisagismo que se dará por vegetações coloridas. 9.3 Sustentabilidade 9.3.1 Vidros eletrocrômicos O uso deliberado de “panos de vidro” em fachadas de prédios sem nenhum tipo de proteção solar causa muitos problemas e dois deles são calor excessivo e com isso aumento do uso de ar condicionado o que aumento e muito o uso de energia elétrica. O uso desse tipo de vidro pode gerar uma redução de mais de 25% no consumo de energia elétrica. (CARAM, SICHIERI, PAWLICKA, 2012) Além disso esse tipo de vidro tem proteção UV mesmo no modo transparente, a ainda tem um bloqueio de 99,4% da luz. (IBIDEM) Figura 82: Vidro eletrocrômico

Fonte: http://www.smartglass.net.br


90

9.4 Organograma Figura 83: Organograma

Fonte : Do autor, 2019


91

9.5 Fluxograma Figura 84: Fluxograma

Fonte: Do autor, 2019


92

9.6 Agenciamento Tabela 14: Agenciamento Setor

Recepção

Atividade

Setor

Recepção

Raio-X

Sala de espera

Tomografia

Sanitários

Ressonância

Brinquedoteca

Ultrassonografia

Triagem

Sala de laudos

Sala de aula

Diagnóstico

Secretaria

Administração

Farmácia

Quimioterapia

Posto de enfermagem Sala de coleta

Direção

Sala de indução anestésica

Sala de Reuniões

Sala de recuperação

Arquivo

Sala de espera

Copa

Assepsia

Sanitários

Sanitários

Atendimento

Acelerador linear

Estoque

Braquiterapia

Sanitários

Antecâmara

Oncologista

Consultórios

Atividade

Radioterapia

Sala de comando

Nutricionista

Sala de curativos

Psicólogo

Sala de repouso

Dentista

Sanitários

Assistente social

Sala de aplicação curta

Sanitários

Sala de aplicação longa

Sala de aplicação curta

Sala de aplicação individual

Quimioterapia

Sala de aplicação longa

Farmácia

Sala de aplicação individual

Posto de enfermagem

Farmácia

Sanitários

Posto de enfermagem

Vestiários

Sanitários

DML Geral - serviços

Lixo Gases Ar-condicionado Gerador

Fonte: Do autor, 2019


93

9.7 Programa de necessidades Tabela 15: Programa de necessidades

Recepção

Setor

Atividade

População Fixa Var.

Descrição

Requerimentos

Qtde

Área min. m²

Recepção

3

20

Atendimento ao público

Balcão de atendimento, cadeiras

1

25

Sala de espera

-

20

Área de espera prolongada

Cadeiras, sofás e poltronas

1

20

Sanitários

-

5

Necessidades fisiológicas

Lavatórios e sanitários

2

10

20

Área reservada para as crianças

Jogos, brinquedos e mesas para desenho

1

35

10

Primeiro atendimento da equipe médica ao paciente

Macas, biombos, lavatório e bancada

1

6

20

Explicação de tratamentos e cuidados com o paciente

Cadeiras e mesas

1

25,2

Brinquedoteca

Triagem

Sala de aula

-

2

-

Administração

Área total da recepção

121,2

Secretaria

4

10

Local adjacente à recepção, tesouraria, coordenação

Direção

1

2

Administração da Clínica de Oncologia Infantil

Mesas e cadeiras

1

12

Sala de Reunioes

-

10

Sala para reuniões Mesas e entre o corpo cadeiras médico e a direção

1

20

Arquivo

-

1

Depósito de históricos médicos dos pacientes

1

10

Copa

-

5

Área de preparo de Geladeira, pia, lanches e apoio as mesa, armário e reuniões micro-ondas

1

6

Sanitários

-

2

Necessidades fisiológicas

2

6

Mesas e cadeiras

1

32

Prateleiras e armários

Lavatórios e sanitários


94

Farmácia

Área total da administração

86

Atendimento

2

4

Balcão de atendimento e controle de medicamentos

Estoque

-

2

Armazenagem de medicamentos

Prateleiras, armário e geladeira

1

6

Sanitários

-

1

Necessidades fisiológicas

Lavatórios e sanitários

2

6

Balcão e cadeiras

1

4

Consultórios

Área total da farmácia

16

Oncologista

1

3

Consultório de atendimento de oncologia

Nutricionista

1

3

Consultório de atendimento de nutricionista

Psicólogo

1

3

Consultório de atendimento de Psicologia

Dentista

1

3

Consultório de atendimento odontológico

Assistente social

1

3

Consultório para acompanhamento familiar

Sanitários

-

1

Necessidades fisiológicas

Mesa, poltronas, mesa de exames, armários Mesa, poltronas, mesa de exames, armários Mesa, poltronas, mesa de exames, armários Mesa, poltronas, cadeira de exames, armários Mesa, poltronas, mesa de exames, armários Lavatórios e sanitários

3

7,5

1

7,5

1

7,5

1

7,5

1

7,5

2

6

Diagnóstico

Área total dos consultórios

43,5

Raio-X

1

2

Sala para exames de Raio-X

Equipamentos específicos

1

30

Tomografia

1

2

Sala para exames tomográficos

Equipamentos específicos

1

44

Ressonância

1

2

Sala para exame de ressonância magnética

Equipamentos específicos

1

35

Ultrassonografia

1

2

Sala para exames de ultrasson

Equipamentos específicos

1

4


95

Sala de laudos

1

2

Sala para análise de exames

Mesa e cadeira

1

6

Mesas e cadeiras

1

6

Posto de enfermagem

1

4

Espaço para a equipe médica, coordenação da equipe

Sala de coleta

1

4

Sala para coleta de Mesas, cadeiras sangue e liquor e banquetas

1

15

Sala de indução anestésica

1

2

Sala de aplicação de anestesia

Macas e camas

1

10

Camas

1

10

Sala de recuperação

1

2

Sala de recuperação após exames e anestesia

Sala de espera

-

6

Área de espera para os acompanhantes

Poltronas e cadeiras

1

30

Assepsia

-

2

Área de higienização

Chuveiro, lavatório e armários

1

4

Sanitários

-

2

Necessidades fisiológicas

Lavatórios e sanitários

2

6

Área total do setor de diagnósticos

Radioterapia

Acelerador linear

1

200

1

Sala de aplicação de radioterapia

Paredes blindadas, e equipamento especifico

1

72

Paredes blindadas, e equipamento especifico

1

33

Braquiterapia

1

1

Sala de aplicação de radioterapia

Antecâmara

-

-

Área de isolamento Portas duplas

2

4

Sala de comando

1

2

Controle do equipamento de radioterapia

Mesa, cadeiras e computadores

2

6

Sala de curativos

1

4

Atendimento após os procedimentos

Macas, armários e lavatório

1

30

Sala de repouso

1

4

Sala de recuperação após os procedimentos

Macas e armários

1

20

Sanitários

-

2

Necessidades fisiológicas

Lavatórios e sanitários

2

6

Área total do setor de radioterapia

171


Quimioterapia

96

Sala de aplicação curta

1

4

Sala de aplicação longa

1

4

Sala de aplicação individual

1

2

Farmácia

-

Sala para aplicação de quimioterapia de curta duração, coletiva Sala para aplicação de quimioterapia de longa duração, coletiva Sala de aplicação de quimioterapia individual, para pacientes especiais

Poltronas de reclinar

1

30

Macas (leito) e poltronas

1

30

Macas (leito)

2

6

1

Depósito e preparação dos medicamentos quimioterápicos

Armários e mesas de preparo

1

5

Mesas e cadeiras

1

6

Lavatórios e sanitários

2

6

Posto de enfermagem

1

4

Espaço para a equipe médica, coordenação da equipe

Sanitários

-

2

Necessidades fisiológicas

Área total do setor de quimoterapia

Geral - serviços

Vestiários

-

83

20

Para uso exclusivo dos funcionários

Chuveiro, banco, armários, lavatórios e sanitários Armários e prateleiras

1

6

2

30

DML

-

1

Depósito de materiais e equipamentos de limpeza

Lixo

-

1

Depósito e descarga de lixo

Acesso externo e ventilação

1

4

Equipamentos específicos, acesso externo e ventilação

1

10

Gases

-

1

Armazenamento de botijões e centrais de gases

Ar-condicionado

-

1

Instalações de climatização artificial

Equipamentos específicos

1

6

Gerador

-

1

Instalações elétricas

Equipamentos específicos e ventilação

1

6

Área total do setor se serviços

62

ÁREA TOTAL DA CLINICA

782,70 m² Fonte: Do autor, 2019


97

CONSIDERAÇÕES FINAIS Temos um grande déficit em clinicas especializadas no tratamento de câncer infantil, na cidade de Mogi das Cruzes onde esse projeto está sendo proposto, temos apenas uma pequena clínica o CECAN que atende essa população, para uma cidade com mais de 400 mil habitantes é muito pouco, com isso os pacientes necessitam procurar esse tipo de clínica em outras cidades. Temos algumas outras clinicas na cidade mas não focada em tratamento infantil, e como dito neste estudo as clinicas voltadas aos pacientes infantis com seu conceito trabalhado no lúdico e no uso das cores acabam não sendo somente um projeto arquitetônico mas sim uma parte muito importante do tratamento dessas crianças. Acredito que devemos começar a pensar mais no projeto arquitetônico não somente como um prédio mas sim como sendo uma extensão do que se passa dentro dele, como neste caso que acaba sendo uma extensão no tratamento dos pacientes, que aumentam as chances de cura dos mesmos.


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