

OCUPÇÃO OUVIDOR 63


A maior ocupação cultural da América Latina o espaço abriga mais de 100 residentes de múltiplos países. Entre brasileiros do norte, nordeste além de imigrantes de outros países.
O Ouvidor 63 existe desde 2014. Este edifício de 13 andares na Rua do Ouvidor,que antes estava ocioso, foi ocupado por diversos grupos artísticos, quepassaram a promover a função sócio-artística do espaço, tais como: o centro éum espaço de criação artística e de atividades culturais para residentes e visitantes, sempre no sentido Aberto ao público.
São Paulo – A Rua do Ouvidor pode ser uma rua pequena, mas é um local de muito trânsito no coração de São Paulo. A razão é que as ruas estreitas, algumas fechadas aos carros, estão ligadas às calçadas que levam ao Terminal Bandera, um dos maiores terminais rodoviários do centro de São Paulo. Apesar da vida agitada dos moradores de uma das maiores metrópoles do mundo, quem passa por ali é atraído pelo Edifício 63. Prédios coloridos, grafites nas fachadas, pessoas com instrumentos musicais ou apetrechos de circo.

Tal como grandes ocupações como Tacheles em Berlim e 59
Rivoli em Paris, 63 também funciona como incubadora cultural. Ao mesmo tempo que potencializa a troca de conhecimentos entre artistas de diversas areas e lhes dá espaço e alojamento para desenvolverem o seu trabalho, promove também oficinas semanais de dança, arte









Fundado essencialmente como uma ocupação clássica, o ouvidor passou por uma série de transformações ao longo do tempo. Com as diferentes tentativas realizadas pelo governo de reagregar o prédio à domínio estatal efetivo, muitas pessoas acabaram saindo do local em busca de algo mais sólido para seguir suas vidas. Restaram então, predominantemente artistas, até pela característica, aparentemente, sazonal da habitação, uma vez que para além de um local para residir, aquelas pessoas também buscavam um local para ocupar com suas artes.




Com o tempo, as paredes do antigo prédio da secretaria de cultura que antes eram beges, tornaram-se completamente coloridas, nem portas, janelas, corrimões e grades de proteção tiverem suas cores e formatações originais mantidas, tudo, atualmente é completamente tomado por artes!
Com uma gama artística extremamente plural, o ambiente é preenchido por manifestações culturais diversas, que incluem, poemas, murais, pinturas, esculturas, grafites e pichações,entre outros.









As obras que preenchem o espaço, naturalmente remetem à vida dos ocupantes, daqueles que às produziram; muitas vezes apresentam as reivindicações, origens as próprias bandeiras que estas pessoas defendem,de certa forma, como um espelho da vida daqueles ocupantes. De forma a praticamente moldarem-se à estrutura compacta e verticaldoprédio, as artes de forma geral se enquadram perfeitamente nos espaçosnosquais foram concebidas, é como se cada obra transcrevessesituações/sensações perfeitamente adequadas à seus locais; seja através deuma colorida kombi de viagem presente na área da garagem, sejam osolhares dos curiosos personagens que subsidiam no observador umaimpressão de movimento. Por sinal, a ideia de ponto de vista por aqui funciona de forma quase natural. Ao subir uma escada uma mesma obra gera efeitos distintos no observador, ou uma simples porta que gera uma percepção totalmente diferente da arte ao observá-la entreaberta ou fechada por completo.Tudo transpira arte de uma forma extremamente sinérgica e essa variação de percepção ao observar é sútil, mas impossível de passar despercebida.
ARTISTAS
· Rose Steinmetz, fotógrafa (Geórgia Soviética)
· Moara Brasil, artista plástica (Pará)
· Ana Silva, muralista (Venezuela)
· Paula Barreira, estudante (Colômbia)
· Flavia Redivo, jornalista (São Paulo)
· Alexa (Colômbia) e Paula Itida (Recife), artistas circenses
· Rebeca, sanfonista (Equador)
· Jessica, artista de rua (Bahia)







Ameaças vindas do poder público não são novidades para os residentes da Ouvidor 63, que está em processo de reintegração de posse – o imóvel pertence ao governo do estado.Lutando pelo futuro da ocupaçao, os moradores organizaram uma série de eventos em frente ao prédio até o próximo domingo. A programação inclui apresentações musicais, exibição de filmes e exposições de arte, tudo pensado para chamar a atenção para o problema habitacional da maior cidade do país, e o Ouvidor 63 tem o que há de melhor: a arte.
Os administradores do local entraram em negociações com o estado em 2019 para conceder o uso do prédio. Para tanto, formamos uma associação e recebemos o CNPJ em dezembro de 2019. As negociações permanecem abertas e o coletivo segue ativo na busca pelo reconhecimento do poder público para que o Ouvidor 63 possa desenvolver cada vez mais projetos e eventos artísticos e culturais na cidade de São Paulo de forma acessível, criativa, diversa, sustentável, coletiva e compartilhada.
https://asfalto.blogosfera.uol.com.br/2018/07/10/por-dentro-da-ouvidor63-a-maior-ocupacao-cultural-da-america-latina/ https://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/espaco/6559/ https://www.redebrasilatual.com.br/revistas/ouvidor-63-a-arte-como-ins trumento-de-inclusao-social-e-luta-por-moradia/
