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Meus Quartos é uma série de autorretratos que discute corpo e moradia, um recorte de imagens que mostra a interação entre a fotógrafa, seu corpo e cada um dos locais em que ela habitou durante a produção do ensaio. Tathy, nos conte sobre seu começo na fotografia. Comecei aos 16 anos, quando comprei minha primeira câmera. Uma Pentax MZ-M. Nunca tive aulas, brinco que tive anjos, pessoas que passaram pelo meu caminho me indicando direções. Fotógrafos, ou apenas interessados em fotografia apareceram para me auxiliar em algum aspecto: uma amiga dos meus pais me ajudou na compra da câmera, um amigo imprimiu informações técnicas sobre fotografia da internet, e eu ia fotografando e aprendendo ao mesmo tempo. Mais tarde, um fotógrafo para quem eu costumava posar, me emprestou seu estúdio para eu começar do outro lado da câmera! E assim foi. A era digital veio, passei a fotografar amigos do teatro tanto no palco, como fora dele. Considero o teatro minha escola de fotografia: organizar elementos e movimentos no espaço é o mesmo que

criar um quadro. Abri um pequeno estúdio, fui morar fora, voltei a fotografar com equipamento analógico, mudei de casa e meu estúdio veio junto. Ainda fotografo atores, mas hoje meu foco está nos meus projetos pessoais. Como surgiu o ensaio Meus Quartos? Estava viajando pela Turquia e meu ex-namorado sugeriu que eu me fotografasse por lá. Não tinha me empolgado tanto até chegar num quarto escavado numa montanha de pedra na Capadócia. Lá fiz os primeiros retratos e só quando revelei o filme e percebi a potência que pode ter uma imagem de um corpo em relação à um espaço carregado de história, é que decidi que viraria uma série. Passei a me fotografar em todos os quartos pelos quais passava. E desde 2012 sigo fazendo o mesmo: ou viciei, ou é uma série sem fim!


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