Revista EBS 22ª Edição - Diversidade & Inclusão no segmento MICE

Page 1

22a Edição - Ano VI - 2019 - R$ 30,00

Diversidade ~ &Inclusao

NO SEGMENTO MICE MERCADO

A importância das leis de incentivo

GESTÃO

Gestão remota no futuro do trabalho

PERFORMANCE

Componentes de uma carreira de sucesso


Compromisso de gerar relacionamentos e oportunidades de negócios. EXPOSIÇÃORODADADENEGÓCIOSCONTEÚDOMÍDIAEXPERIENCE

www.eventofacil.com.br


Expediente

Editorial

A Revista EBS – Evento Business Show é uma publicação de periodicidade trimestral, focada nos segmentos MICE e T&D, destina-se a promover a divulgação de informações aos profissionais atuantes nesses mercados.

Prezadx,

Av. Brigadeiro Faria Lima, 1713 | Cj. 63 6o andar | 01452-001 - São Paulo - SP (11) 3812-7363 www.eventofacil.com.br contato@revistaebs.com.br Especificações: Distribuição: Nacional Periodicidade: Trimestral Edição: 22 Título: Revista EBS www.revistaebs.com.br

Diretor e Editor Chefe Marcello Baranowsky Criação e Diagramação Wamberto Vanzo Marketing Daiana Moura EBS Buyers Club Flavia Iura Geovanna Ribeiro Colaboradores Alexis Pagliarini Lígia Rocha Marcelo Pimenta Sandra Turchi Lucas Berti jornalista Luciana Lima jornalista Priscila Palacio jornalista - MTB: 77117/SP

Revista EBS - Evento Business Show é marca registrada junto ao INPI, em nome da EBS Feiras & Editora Ltda. Todos os direitos reservados.

Você tem em suas mãos a 22ª edição da Revista EBS - Evento Business Show, com apresentação de conteúdos inéditos e relevantes a profissionais que atuam nos segmentos MICE e T&D. Nesta publicação, trazemos a cobertura completa da Feira EBS 2019, que em sua 17ª edição apresentou novidades do setor com apresentações de cases de sucesso e participações de renomados players do mercado. O evento contou com 36 palestras nas Arenas Experience. Simultaneamente, o Speed Meeting aproximava compradores e fornecedores durante as três rodadas de negócios voltadas a esfera de eventos corporativos. Alcançamos o número de 13.008 reuniões realizadas nos dois dias de feira. O Congresso MICE Brasil deste ano levantou debates sobre “O Futuro, Encantamento e Gestão”, acompanhe alguns destaques dessa edição. Nossa matéria de capa aborda o tema da diversidade e inclusão, entrevistamos importantes nomes para promover uma discussão acerca desse tema. Compreender a grandiosidade dessa discussão e levá-la para além das páginas desta publicação, é fundamental para todos. O valor humano nos negócios foi tratado na sessão RH, quando abordamos a importância do desenvolvimento de espaços para debates dentro das corporações. Destaque para a matéria “A importância das leis de incentivo para o mercado cultural”, na qual ampliamos o debate sobre Leis de Incentivos apresentando em um dos painéis do Congresso MICE 2019. Na sessão Mercado, você poderá acompanhar o tema da resiliência e produtividade, passando pela famosa síndrome do burnout, trouxemos o depoimento de líderes do setor sobre motivação e fontes de criatividade. A gestão remota também está sendo visitada nessa edição, um modelo que vem sendo adotado por algumas empresas, mas que requer cuidados especiais para que seja de sucesso. Nessa edição, tivemos alguns colaboradores especiais para os artigos: Alexis Pagliarini, com a cobertura do Cannes Lions 2019, Sandra Turchi, falando sobre marketing digital em eventos, e Marcelo Pimenta, com o artigo “Design da Mentalidade Inovadora”, um passo a passo para reprogramar o cérebro e pensar diferente. Todos os conteúdos foram cuidadosamente pensados especialmente para trazer a você um ambiente de reflexão e conhecimento, espero que goste.

Boa leitura!

Os produtos e anúncios apresentados são de responsabilidade integral dos anunciantes. Divulgação Foto Capa: ivanovgood / Pixabay

Marcello Baranowsky Diretor/Editor Chefe


Revista EBS . 22a edição . 2019 . www.revistaebs.com.br

06, 16, 48 Cobertura Congresso MICE Brasil, Feira EBS, Speed Meeting EBS, Cannes Lions 2019

26 Segmento MICE

Diversidade e Inclusão no segmento MICE

34 RH

Funcionário engajado, empresa produtiva

36, 41, 54 Artigo

Uma explanação sobre a presença feminina no MICE Marketing digital no segmento de eventos Design da Mentalidade Inovadora

Sumário 38 Mercado

Foto: Alexandre St-Louis / Unsplash

A importância das leis de incentivo para o mercado cultural Divulgação

16

Foto: ivanovgood / Pixabay

26

42 Comunicação

Comunicação não-violenta

38

44 Performance

Ideias no papel e cabeça no lugar, os componentes de uma carreira de sucesso

50 Gestão

Foto: Annie Spratt / Unsplash

34

Foto: Jfreepik.com

Desafios da Gestão Remota no futuro do trabalho

56 EBS Buyers Club

50

Lista de fornecedores associados

58 Feiras e Eventos

Principais eventos que acontecem no Brasil

Anunciantes 2a Capa Grupo EventoFacil 05 Centro de Convenções Rebouças 14-15 Rota MICE 19 Hoffmann

33 Consuma Eventos 37 Costa Cruzeiros 47 Gráfica Mundo

53 Forental 3a Capa Speed Meeting 4a Capa Feira EBS 2020



COBERTURA

FUTURO, ENCANTAMENTO E GESTÃO NO SEGMENTO MICE Em sua 4ª edição, o Congresso MICE Brasil recebeu importantes nomes para os debates e apresentações

O

Congresso MICE Brasil 2019 foi realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, nos dias 05 e 06 de junho. Os congressistas, profissionais do segmento MICE (meetings, incentives, conferences and exhibitions), se reuniram para assistir a palestras e debates de temas relacionados ao mercado, em um evento com 32 horas de programação. O tema escolhido para esse ano foi "Futuro, encantamento e gestão no segmento MICE", com temáticas sobre as transformações no mundo MICE, o futuro da criatividade, inteligência artificial, além de cases sobre experiência e tecnologia, os painéis passaram ainda pelo futuro das leis de incentivo, diversidade e inclusão em eventos, cases de encantamento, até a gestão de crises. 6

www.revistaebs.com.br | 22a edição

Durante os dias de evento, a proposta foi promover discussões tendo como plano de fundo o papel de cada um dos setores atuantes, suas perspectivas e transformações a partir do cenário atual. "Vivemos rodeados de tecnologias e facilidades para acessar informação a partir de qualquer lugar, basta ter acesso a internet, porém é fundamental, para qualquer profissional, manter o contato ao vivo, e essa é a proposta do Congresso MICE Brasil, que promove o compartilhamento do conhecimento. Chegamos à realização do 4º ano do Congresso com um evento consolidado por sua importância para o mercado e a seriedade na curadoria de conteúdo apresentado, o mercado cobra novidades e relevância e, nós entregamos", destacou Marcello Baranowsky, CEO do Grupo EventoFacil.


Divulgação

Encontro Távola Redonda MICE 2019, realizado no Royal Palm Hall

Paulo Octavio Pereira de Almeida, da Reed Exhibitions; Símon Szacher, do Pixel Show; Tatiane Ferreira, da Aqia Química; Valéria Franco de Oliveira, da Attach Live; Vanessa Martins, da Lorenzetti; Vanise Kalil, da Blossow; Wilson Ferreira Junior, da Agência Etna; e Daiana Moura, do Grupo EventoFacil. O encontro gerou valiosos apontamentos a respeito do futuro da atuação no MICE, que serviram de pano de fundo para o primeiro debate. Alguns dos tópicos abordados durante o encontro foram razão x emoção, valores humanos x tecnologia, big data x privacidade, ensino/educação x conhecimento, engajamento político/social x patrulhamento, realidade x fantasia, ter x usar, mobilidade humana, energia, saúde monitorada/expectativa de vida aumentada, sustentabilidade, monopólios, entre outros. OS INSIGHTS "Mais do que tentar imaginar salas de eventos voadoras ou avatares virtuais ou outros tipos de exercícios futuristas, a dinâmica levou os grupos a reflexões mais filosóficas, conceituais e comportamentais. No final, foram selecionados 12 insights", compartilha o mediador do grupo Alexis Pagliarini, diretor da consultoria ATP, especializada em design thinking e processos de geração de ideias e insights. Entre os participantes, foi unânime a proposta de que a criatividade é o elemento mais importante para a sobrevivência e relevância do segmento de eventos no futuro – é a "Eureca". De nada adianta termos todas as tecnologias à disposição se não houver o diferencial da criatividade humana, o desenvolvimento do humano continua sendo a chave do sucesso.

Acompanhe na próxima página os insights levantados durante o encontro da Ordem da Távola Redonda MICE. FUTURANDO NO MICE O primeiro dia de Congresso começou com um discurso de boas vindas do CEO do Grupo EventoFacil, Marcello Baranowsky. Beia Carvalho, palestrante futurista e presidente da Five Years From Now, foi convidada para ser a keynote speaker do Congresso MICE 2019. Em sua apresentação, ela inspirou a plateia a viajar para o futuro com o tema "Futurar para Faturar", abordando cenários que já estamos vivendo atualmente e apontando como devemos agir para acompanhar essa nova era que está chegando. "Estamos vivendo em uma nova Era operada por símbolos. Uma Era em que usamos a imaginação, uma era colaborativa. Mas ela não é colaborativa porque é uma Era boazinha, mas porque vivemos uma Era de problemas complexos que precisam de colaboração para serem resolvidos.", ressaltou Beia. Em sua apresentação, a futurista também pontuou o maior desafio do século 21. "Nosso maior desafio é

Divulgação

O PRÉ-EVENTO: ENCONTRO DA TÁVOLA REDONDA MICE Seguindo a tradição de movimentar os principais players do segmento MICE em torno de discussões para melhorias do setor, o Grupo EventoFacil proporcioncionou mais uma atividade inovadora, relacionada ao Congresso MICE Brasil 2019. Depois de realizar sessões de Design Thinking (2016 e 2017) e efetivar uma grande pesquisa setorial (2018), nesse ano o Grupo promoveu o Think Tank MICE Brasil – O futuro do MICE. Dentro do princípio de think tank, o grupo formado por líderes do segmento MICE, conduzido por Alexis Pagliarini, se reuniu em Campinas/SP, no Centro de Convenções Royal Palm Hall, no dia 25 de maio, para um dia inteiro de reflexões com o objetivo de gerar reflexões sobre o futuro da sua atividade. Realizado de forma totalmente compartilhada, a proposta desses encontros é gerar conclusões concretas, a partir do pensamento colaborativo de todos os participantes. Para fazer parte desse grupo foram convidados profissionais representantes de agências de live marketing e incentivos, promotores de feiras e grandes eventos, gestores de espaços, provedores de tecnologia e fornecedores, além de clientes finais. O time de elite selecionado para esse encontro foi composto por: Aldirlene Freire de Mendonça, da empresa Hartmann Bace Healthcare; Aline Montanher, da Merz; Camila Ienne, da Rockwell Automation do Brasil; Carlos Schwartzmann, da Costa Brava; Charles Kim, da Doosan; Cida Matos, da Cristália; Daniela Pierini Longo, d’O Estado de S. Paulo; Débora Regina Talá, da Roche Diagnóstica Brasil; Elaine Costa, da Smith&Nephew; Elisa Gomes, da Clarion Events; Elisangela Rosa, da Unisys Brasil; Fernando Elimelek, da Playcorp; Hermano Pinto, da Informa Markets; Janaina Oliveira , da Sogesp; Janaina Procópio, do Grupo Eurofarma; João de Nagy, ITC-Paris/WTC São Paulo; José Paulo Hernandes, da New Sense; Juliana Bianchi, do Grupo Royal Palm; Luís Fernando Pascon, da Beato; Luiz Arruda, da Avantgarde Brasil; Marcel Ito, da Shift; Marcello Baranowsky, do Grupo EventoFacil, Marcia Diniz, da VitalFlex; Maria Luiza Sevieri, da Emme Brasil; Maria Olinda Ramos, da Hypera Pharma; Melina Waiteman, da Blau Farmacêutica; Pamela Sereno, do Grupo Royal Palm; Paola Sanches, da Agis;

Beia Carvalho

22a edição | www.revistaebs.com.br

7


COBERTURA

Insights Távola Redonda MICE:

O futuro é... F.O.M.O. X J.O.M.O. EQUILÍBRIO Equilíbrio entre tecnologia e valores humanos; Entre o virtual e presencial; Entre individualidade e coletividade; Equilíbrio nas relações Cliente – Agência – Stakeholders.

EDUCAÇÃO Handicap brasileiro; O Brasil conseguirá recuperar o atraso? Educação holística: não só o conhecimento, mas também o respeito.

UNIÃO Mais interação e sinergia entre instituições; Mais ações conjuntas; Mais União entre poder público + iniciativa privada; Iniciamos uma Era de cooperação e compartilhamento.

ELÍPTICO Valores do futuro resgatando e retrofitando valores do passado; A moda que vai e volta; O pêndulo (tudo o que vai, volta); Back to basics.

8

www.revistaebs.com.br | 22a edição

(Fear of Missing Out X Joy of Missing Out – Receio de perder algo X Prazer em perder algo) Discernimento para saber o que realmente importa; Conhecimento é prata; Curadoria é ouro! O ponto-chave é a relevância.

RESPEITO Respeito à diversidade; Respeito à opinião contrária (Lovers X Haters); Relações mais respeitosas entre quem contrata e quem presta serviços; Mais transparência nas relações.

RACIONALIZAÇÃO EUREKA! Uso sustentável de materiais; Atuação sustentável de Profissionais; Tecnologia a serviço do homem – e não o contrário.

NETWORKING Pessoas mais disponíveis e interessadas em networking; Não basta o networking virtual; É preciso o “olho no olho”; Interação + Cooperação + Interdependência.

EXPERIÊNCIA Experiências sensoriais potencializadas. 5 sentidos estimulados; Customização; Possibilidades aumentadas com tecnologia (VR, AR, IA...).

A melhor solução estará sempre na Criatividade; Efeito Wow! A vida é uma eterna descoberta.

ESPERANÇA De que o Brasil do futuro vire o país do presente (educação é ponto-chave); Sustentabilidade; Acessibilidade; O futuro já chegou, só está mal distribuído (William Gibson).

CORAÇÃO Sístole/ Diástole; Símbolo maior da vida e da individualidade; Amor e emoção!


Painel Futuro do MICE

sadas em trabalhar nisso". Se o organizador chama seu público para ajudar a construir um evento ele vem com total interesse em fazer parte da construção daquele projeto. Raíces entende o evento como uma ferramenta de educação. "Vemos que as empresas estão mandando seus colaboradores mais jovens para participar dos eventos, isso mostra a preocupação das empresas em educar seus colaboradores". O retorno às práticas do passado também foi abordado por Raíces, quando pensamos que há uma maior participação do evento com a sociedade local como fazíamos no passado. O local da realização do evento passa a ser uma preocupação dos participantes, pensando em qual será o legado deixado por esse evento após a sua realização. Silvana Torres confessou que se sente privilegiada por estar vivendo na época atual. Segundo ela, vivemos a "revolução do conhecimento". Esse momento está levando a todos para um novo mundo, no qual a tecnologia é uma ferramenta necessária, mas que nunca substituirá o ser humano. "A tecnologia só veio para valorizar o ser humano, para tocar a alma do ser humano, para resgatar valores do ser humano. Ela pode fazer muitas coisas por nós, pode nos livrar de diversos trabalhos, mas tem uma coisa que a tecnologia não vai conseguir substituir jamais: o insight, o sentimento, a criatividade, o efeito whow". Encerrando sua participação, a CEO da Mark Up disse que quando colo-

camos paixão em todos os momentos de nosso trabalho, o retorno vem naturalmente. "É através de tocar a alma, de verdadeiramente querer se interessar pelo outro, de querer resolver o problema do outro, é o que faz com que todos os nossos insights sejam bem sucedidos", compartilhou Torres. BASTA DE ASSÉDIO MORAL CORPORATIVO Em um tom de uma conversa reflexiva, Maurício Magalhães, sócio empreendedor na Mundo Real e VP da Ampro, trouxe para o evento, um tema de extrema importância para o mercado: o assédio que existe nas relações entre empresas. Trata-se de uma situação bastante cotidiana, porém perigosa e que pode gerar diversos efeitos colaterais. Diversos são os exemplos desse comportamento cotidiano. "É justa a concorrência entre dez pessoas e você assinar um termo dizendo

Divulgação

GRANDES NOMES, IMPORTANTES INSIGHTS O diretor da ATP atuou como mediador do primeiro painel do MICE Brasil desse ano. Como o tema "E o futuro do MICE?" o painel contou com a participação de Silvana Torres, presidente da Mark Up, Carlos Raices, diretor de projetos e eventos do Grupo de Publicações Globo e Wilson Ferreira Jr., presidente da AMPRO e CEO na Agência Etna. Os painelistas foram convidados a comentar alguns pontos dos insights apresentados por Alexis Pagliarini no painel anterior. Wilson Ferreira Jr iniciou seus comentários falando sobre o Equilíbrio, um tema cada vez mais abordado atualmente devido a carga de funções e excessos vividos no dia a dia. "É aconselhável que cada vez mais as pessoas se voltem ao seu aspecto humano e interior. Há a necessidade das pessoas se equilibrarem em todos os aspectos, para conseguirem sair para batalha do dia a dia". A tecnologia não pode ser deixada de lado, porém ela deve ser encarada como um meio somente, é preciso ter uma pessoa capaz de saber as funções para colocar a tecnologia em funcionamento. Outro ponto investido por Wilson foi a necessidade urgente de termos a diversidade no mercado, com mulheres em cargos de liderança e diversidade racial, por exemplo. O tema networking ficou com Carlos Raíces. "O conteúdo nos eventos continua sendo muito importante, mas o networking é cada vez mais cobrado. Um novo formato de networking, aquele que nasce a partir da colaboração na construção de um evento. As pessoas estão cada vez mais interes-

Divulgação

inovar e engajar. Para resolver quaisquer problemas corriqueiros teremos as máquinas, para resolver as questões não-óbvias precisaremos ter a criatividade ativa". O profissional do futuro precisa aprender novas habilidades, usar a criatividade, para acompanhar as novas gerações e, mais ainda, sobreviver. Alexis Pagliarini, diretor da consultoria ATP, foi o segundo a subir ao palco, apresentando os insights levantados durante o 3º Encontro da Távola Redonda MICE (apontados em destaque na página ao lado). "O Futuro do MICE é de criação, trazer soluções baseadas em criatividade", explicou Pagliarini.

Maurício Magalhães

22a edição | www.revistaebs.com.br

9


COBERTURA

Vinicius Soares

de filmes, Vinícius Soares questionou a opinião daqueles que dizem que IAs não são capazes de criar. Se formos buscar no dicionário a definição da palavra criatividade – teremos a seguinte resposta: capacidade de criar, produzir ou inventar coisas novas. "Muitas vezes o que parece criativo para nós, foi só a repetição de um padrão adaptado para uma nova realidade", argumenta Soares. Mas então o que é o novo? Não existe o novo? "O novo, muitas vezes, é somente uma combinação inédita de várias coisas que já existem", disse. Segundo Vinícius, quando a IA faz a combinação de aproveitar os erros e as tentativas, detecta as emoções, gera emoções e a utiliza-se da aleatoriedade, é possível a criação de uma máquina capaz de manipular o ser humano. Esse risco existe, porém, ao aplicar a IA no seu cotidiano o ser humano se tornou mais inteligente.

Divulgação

TECNOLOGIA: A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VAI SUBSTITUIR A IMAGINAÇÃO? Vinicius Soares, um especialista em inteligência artificial para negócios e fundador do AiNews e da Mais a.i., veio para compartilhar seu conhecimento com os participantes do congresso. "A evolução tecnológica tem o propósito de facilitar nossas vidas, mais do que atrapalhar nossos trabalhos. Apesar dos pesares que possam (e irão) acontecer no meio do caminho", disse Soares. As aplicações de Inteligência Artificial se multiplicam nos mais diferentes segmentos. Mas quando falamos sobre imaginação e criatividade, as opiniões se dividem. Uma discussão intensa nesse tema, segundo Soares, é a capacidade da IA de ser criativa, de desenvolver conteúdo próprio, de criar. Apresentando alguns cases de autoria de Inteligência Artificial como criação de personagens, composições de músicas, pinturas de quadros, direção de automóvel, criação de trailer

"Usando inteligência artificial nós vamos repensar o que chamamos de criatividade hoje! Serão criados novos padrões e novas barreiras.", completa Vinícius.

Divulgação

que a propriedade intelectual daquele projeto é propriedade do cliente?", questionou Magalhães a plateia. Mas a pergunta que ficou para todos os presentes foi "Por que nos submetemos a isso?". Magalhães convidou a todos a refletirem, aconselhando às agências que busquem o apoio das associações que os representam e, mais ainda, que cada líder possa fazer uma escolha individual e exigir seus direitos nas relações comerciais.

Painel Leis de Incentivo

10 www.revistaebs.com.br | 22a edição

LEIS DE INCENTIVO NO PALCO: EXPLANAÇÃO E DEBATE Felipe da Veiga, sócio-fundador da Incentivarte Consultoria, fez uma breve explanação sobre as Leis de Incentivo à Cultura. Principal ferramenta de fomento à Cultura do Brasil, a Lei de Incentivo à Cultura contribui para que milhares de projetos culturais aconteçam, todos os anos, em todas as regiões do país. Por meio dela é possível patrocinar diversos eventos. As figuras envolvidas na Lei de Incentivo à Cultura são o proponente (idealizador do projeto e responsável pela prestação de contas), o governo (responsável por dizer se o projeto atende as exigências da lei) e o patrocinador (responsável por escolher qual projeto deve receber os recursos). Exemplificando com alguns cases da música popular brasileira, Felipe da Veiga, disse que a aprovação de um projeto não quer dizer que ele recebeu o recurso, é necessário que um patrocinador tenha interesse por aquele projeto para que o valor seja recebido. "As pessoas destorcem as coisas. O governo não repassa dinheiro para ninguém, o governo diz se o projeto atende à lei ou não", pontuou. Para debater esse tema, Felipe da Veiga moderou um debate com a participação de Fernando Elimelek, CEO da Playcorp, Símon Szacher, diretor geral do Festival Pixel Show, Luiz Serafim, head de marketing da 3M. "Entendo a importância da Lei de Incentivo. Todos os projetos que captamos os clientes questionam sobre a possibilidade do projeto ser incentivado. Os eventos públicos vivem de Leis de Incentivos. Acredito que as mudanças nas Leis não foram tão impactantes para que houvesse alterações em nosso plano comercial de venda de projetos", compartilhou Elimelek. Símon Szacher disse que a cada reunião com seus clientes é difícil que eles tenham a iniciativa de disponibilizar uma verba para investir em um projeto. Ele disse que o cliente sempre pergunta se o projeto se enquadra em alguma lei de incentivo. "Existem outras Leis de Incentivo, a estadual que é o ProAC aqui em São Paulo, e a municipal que é


DESAFIOS DA DIVERSIDADE O Congresso MICE Brasil 2019 abriu suas portas para o 2º Encontro R.I.T.O.S. (Representatividade e Inclusão na Transformação Organizacional e Social) o tema para esse encontro foi "A inclusão e a diversidade no mercado de eventos". Felipe Oliveira, consultor da ID_BR -

eventos, mas também no departamento de recursos humanos, quando falamos do início do processo, do recrutamento e seleção dos candidatos. "Existe um grande desafio que começa na educação no Brasil.", disse Alinne Rosa. Além disso, Rosa apontou as organizações também como responsáveis em abrir o caminho do mercado, dar suporte à educação mais qualificada. Em comparação com outros países, o Brasil ainda está distante da diversidade. Flavio Andrade compartilhou com os participantes a sua experiência profissional de ter atuado nos EUA, onde conheceu uma realidade bastante diferente quando se trata de diversidade. "Lá, cada empresa multinacional, tem um departamento de diversidade, que foca em treinar e preparar tecnicamente as pessoas para que elas possam fazer a diferença". O pré-julgamento é vivenciado diariamente por muitas pessoas, o racismo não permite que a pessoa seja alcançada para uma posição de emprego ou mesmo para que possa ser um potencial parceiro de negócios. "Eu, como mulher de negócios, que chego a frente de reuniões com homens e, geralmente, de uma maioria branca. Tenho que chegar me impondo, para ser ouvida e ser acreditada", disse Saraiva. A diversidade ainda é um tabu mesmo dentro das empresas. "Temos medo de abordar essas conversas de diversidade, devemos ter comitês de discussão", defendeu Rosa.

Instituto Identidade do Brasil foi o convidado para abrir o tema em uma explanação sobre os desafios da diversidade racial. Felipe apresentou números reais do mercado de eventos e do mercado publicitário, mostrando que ainda estamos longes de sermos da diversidade. "No Brasil, onde 54% das pessoas são autodeclaradas negras, a questão da diversidade racial não é incentivada", disse Felipe Oliveira. Para debater esse tema, Felipe Oliveira moderou um painel que contou com a participação de Alinne Rosa, VP de RH da Reed Exhibitions, Silvana Saraiva, presidente da Ecowas Chamber of Commerce Brazil, do Instituto Internacional FEAFRO e da FEAFRO International Business Fair, e Flavio Andrade, diretor da All In One. Silvana Saraiva falou sobre as dificuldades de contratação de fornecedores negros preparados para atender as suas demandas. "Sinto que ainda falta um pouco de preparo não só profissional, mas também técnico de fornecedores dentro da cadeia de feiras e eventos". A executiva mencionou também a questão de não termos os números dos profissionais negros representados dentro das associações, por exemplo. "Esses profissionais não estão inseridos dentro dessas instituições. Deve haver fomento e divulgação para que haja a inserção desse grupo fornecedor dentro das entidades para termos acesso". O preparo técnico como impeditivo é um fator não somente da cadeia de

Divulgação

o Pro-Mac, todos os estados têm as suas leis", explicou Szacher. O diretor do Pixel Show acredita que o uso de verba incentivada é um vício por parte das empresas. "As Leis de Incentivo são extremamente importantes para o fomento da cultura, da indústria com todo seu impacto econômico e social. A empresa criou uma diretriz para dizer o que apoiamos, e não de uma forma oportunista", disse Luiz Serafim. Para exemplificar, Serafim contou que o primeiro projeto apoiado pela 3M foi a republicação da autobiografia do Santos Dumont, um ícone da inovação, da criatividade, do empreendedorismo. "As verbas de projetos incentivados não substituem as verbas de marketing", concluiu Serafim. De acordo com o executivo da 3M, as verbas de marketing são destinadas a construção de uma marca. O corte dessa verba se dá, muitas vezes, por questões econômicas e estratégicas de cada empresa, e não por conta do aporte de um projeto via Lei de Incentivo. Para encerrar o debate, Felipe da Veiga provocou os convidados questionando sobre a extinção de alguns impostos, no caso da aprovação através da reforma tributária, o que colocaria em risco as Leis de Incentivos. "O proponente terá mais dinheiro, o patrocinador terá mais verba de marketing ou o mercado cultural vai quebrar?". "Não consigo ver um futuro, pelo menos não tão próximo, no qual o estado aceite somente a existência da Lei de Incentivo Federal, e que não existirá a Lei de Incentivo Estadual. Sou a favor do imposto único para facilitar a vida de todos, porém se a Lei do ProAC for extinta, isso vai possivelmente causar um buraco no mercado cultural", relatou Símon Szacher. Luiz Serafim acredita que caso aconteça essa alteração nas tributações, as empresas não terão ainda mais verba de marketing disponível para projetos culturais. "O desenvolvimento da cultura não é a prerrogativa principal das empresas, será necessário criar um outro meio", pontuou.

Painel 2o Encontro Ritos: Diversidade e Inclusão

22a edição | www.revistaebs.com.br 11


Divulgação

Divulgação

Divulgação

COBERTURA

Painel Lições do Encantamento (esq.) e Marcelo Politi (acima)

ENCANTAMENTO NO MICE A fuga do lugar comum é muito mais complicada do que manter o padrão. Alguns podem considerar um caminho desnecessário, mas após a apresentação da sócia-fundadora da Umbigo do Mundo, Marina Pechlivanis, possivelmente as opiniões mudaram. Em sua apresentação "Gestão de encantamento: dicas mágicas para surpreender no universo MICE", Marina deu uma verdadeira aula de gestão de encantamento, quando os participantes descobriram que o segredo do sucesso pode não estar na tecnologia mais avançada, mas sim no relacionamento e nos pequenos (ou grandes) detalhes. Pechlivanis não foi a única a chamar a atenção dos congressistas. A programação do segundo dia do Congresso trouxe ainda a apresentação de três cases que encantam: Casa TPM, Senna Day e Cambia Festival. Os trabalhos de sucesso foram apresentados por Regina Trama, gerente de projetos especiais e eventos na Trip; Paola Santilli, gerente executiva de branding Ayrton Senna e Senninha no Instituto Ayrton Senna, Claudio Miranda, multi-instrumentista, fundador do Instituto Favela da Paz e Monica Noda, co-criadora do Cambia Festival, respectivamente. "Aqui, temos ângulos distintos para se abordar a questão do encanto: o modelo corporativo, o modelo social, o modelo patrocinado e apoiado, o modelo em que o patrocínio é a vontade de cada indivíduo. O que encanta individualmente cada um de vocês com os projetos que vocês nos apresentaram?", perguntou Marina aos convidados. Paola Santilli disse que o seu encantamento vem do fato de conseguir trabalhar a emoção dos participantes de todos os eventos através da pessoa 12 www.revistaebs.com.br | 22a edição

que foi Ayrton Senna. "A mescla de trabalhar uma marca, mas que tem uma causa social por trás e conseguir, depois de 25 anos, manter a emoção dentro das pessoas é o grande desafio", contou Santilli. "O que mais encanta na Casa TPM é a conexão com a audiência que está ávida por uma experiência única. É essa conexão ao vivo que faz com que o evento seja inesquecível", compartilhou Regina Trama. "No Cambia Festival o que me encanta é a procura das pessoas por co-criar algo novo, de estar junto na busca por trocar e experimentar algo diferente. A disposição das pessoas de quererem participar e colaborar", ressaltou Monica Noda. Claudio Miranda confessou que o encantamento para ele vem das pessoas. "Estar com pessoas para mim é algo muito importante. Criar um espaço em um evento onde as pessoas possam buscar sua própria essência, onde possam mudar de dentro para fora, isso é muito importante". A questão da sustentabilidade também foi abordada nesse debate. Os painelistas compartilharam algumas experiências de seus eventos. Entretanto, foi consenso entre todos que muita ainda pode ser feito no sentido de reaproveitar, reutilizar, a fim de promover ações realmente sustentáveis. "Ainda estamos engatinhando. A palavra sustentabilidade precisa ser entendida melhor", disse Paola Santilli. CASE FYRE FESTIVAL Mudando um pouco o tom do discurso, o segundo bloco de apresentações foi iniciado por Marcelo Politi, CEO do Grupo Tudo Sobre Eventos e marketeiro digital. Ele foi o responsável

por apresentar alguns insights do case "Fyre Festival", o evento milionário no paraíso que acabou virando um inferno. O festival é considerado um grande fiasco, um case de como não-fazer! "A estratégia de divulgação do festival foi sensacional. Quando falamos em marketing de uma maneira geral, temos a 'promessa' para vender algo, e depois tem a entrega", apontou Politi. O problema desse festival foi não fazer o planejamento para ter a entrega como haviam prometido a todos que compraram a ideia. O case "Fyre Festival" virou documentário e está disponível no Netflix. COMO LIDERAR EM MOMENTOS DE CRISE Explorar formatos, lugares e experiências fora dos roteiros convencionais é mais difícil do que parece e foi exatamente isso o que levou ao Ernesto Abud, um estrategista, a fazer, em 2015, a primeira FuckUp Night no Brasil - Uma noite de fracassos e cerveja. No Congresso MICE Brasil, Ernesto falou sobre a nossa ignorância e inaptidão para controlar momentos de crise. "Gostamos de estar no controle. Vivemos em nosso planejamento, como se tudo estivesse estruturado no previsível. Porém estamos totalmente despreparados para os momentos de crise", ressaltou Abud. Para Abud, a razão principal dos fracassos, problemas e conflitos vividos, é que nós silenciamos, escondemos e fugimos do que tem que ser falado. Fazendo referência ao painel anterior, do Fyre Festival, "O mais importante do fracasso desse festival é um erro muito comum nas empresas: as prioridades da liderança não têm nada a ver com as prioridades da companhia. Existe uma


Divulgação

Divulgação

Ernesto Abud (acima) e painel Nocauteando crises (dir.)

total desconexão disso no meio corporativo", contou o estrategista.

Divulgação

IMPREVISTOS NO MICE Marcelo Politi retornou ao palco para moderar o painel "Nocauteando crises: Como lidar com imprevistos no MICE". Para participar desse painel foram convidados Gisele Cruz, gerente de marketing da FTD Educação, Bernardo Dinardi, sócio-fundador na The HUBi e TM1 Live Mkt, Luiz Bellini, diretor de Eventos da Reed Exhibitions e criador do New Mobility, e Fábio Almeida, Coordenador de Marketing da Brasil Game Show. Nesse debate ouvimos o plano de ação desses importantes profissionais. Eles compartilharam suas experiências em grandes eventos e como contornaram situações que saíram do controle. Quando a equipe não está preparada para lidar com grandes crises o evento todo pode ser prejudicado. "O treinamento de campo e controle de liderança de todo o time são importantes para correr menos riscos em eventos", disse

Bernardo Dinardi. A preocupação com o encantamento promovido pelo resultado não pode deixar de lado a preocupação com o gerenciamento de possíveis crises. "A nossa história ensinou que nesses dez anos de trabalho, se não tivéssemos sempre um plano bem determinado pré-evento, teríamos tido soluções não confortáveis na entrega dos eventos", completou Dinardi. "A falta de transparência pode gerar o caos em um evento. Todos os envolvidos, que são o cliente, a agência e os fornecedores, fazem parte de uma mesma equipe. Esses envolvidos devem trabalhar juntos para evitar crises maiores", opinou Gisele Cruz. A comunicação clara, mesmo que seja de um problema, deve chegar a todos os envolvidos para juntos trabalharem em busca de uma solução. "Bombeiro apaga incêndio, o mágico faz coisas inacreditáveis, o santo faz milagre. Nós, profissionais de eventos, fazemos tudo isso!", disse Fábio Almeida. Manter uma parceria com o

Jair de Aguiar Neto, presidente do Visite BH e Gilberto Castro, presidente da Belotur

local onde o evento será realizado para conhecer cada detalhe e prever alguma situação, é a estratégia utilizada pelo coordenador de marketing da Brasil Game Show e sua equipe. Luiz Bellini contou sua experiência à frente do Salão do Automóvel. "O que pode dar errado, principalmente no nosso caso, é a falta de planejamento", contou. OS PATROCINADORES A infraestrutura e as peculiaridades de Belo Horizonte puderam ser conhecidas durante o Congresso MICE Brasil e a Feira EBS 2019. Por meio da logomarca "Visite Belo Horizonte", a capital mineira utilizou a plataforma do evento para mostrar a cidade. "Mostrar uma nova e surpreendente Belo Horizonte, cidade pronta para todo e qualquer evento, bem como da realização de eventos em espaços inovadores, a concessão para a iniciativa privada do Expominas BH, e marcos desta BH Reinventada", afirmou Jair de Aguiar Neto, presidente do Visite BH. "Nossa meta é colocar Belo Horizonte como forte opção para a realização dos grandes eventos brasileiros.", conclui. A realização do evento também contou com o patrocínio da Hoffmann, especializada em soluções audiovisuais para eventos, foi responsável por toda a infraestrutura audiovisual do Congresso MICE Brasil e da Feira EBS 2019. Outro patrocinador dessa edição foi a Consuma Gastronomia, responsável pelo almoço servido aos congressistas. Com mais de 27 anos no mercado de refeições coletivas e a experiência de ter implantado serviços de alimentação em empresas. em todo território nacional. O almoço teve preparação da equipe da Consuma e do Chef Alê Martinez. 22a edição | www.revistaebs.com.br 13


14 www.revistaebs.com.br | 22a edição


22a edição | www.revistaebs.com.br 15


COBERTURA

Feira EBS 2019: Networking e negócios Evento completou 17 anos trazendo novidades para os segmentos MICE e T&D

A

Feira EBS – Evento Business é destino certo para os profissionais que atuam nos segmentos de eventos corporativos e treinamentos. Em sua 17ª edição, o mais importante evento do segmento MICE no país, apresentou diversas novidades e atrativos. Durante os dias 5 e 6 de junho, gestores atuantes nos segmentos de eventos corporativos, incentivos, feiras, rh e treinamentos, estiveram presentes no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, a fim de prospectar novos fornecedores para seus projetos, trocar experiências e atender às palestras dos mais diversos assuntos. O evento é uma das maiores oportunidades para os profissionais que atuam no segmento MICE. Nessa edição, a feira recebeu 2.397 mil profissionais do setor, gestores de áreas como eventos, marketing, compras, rh/treinamentos. 16 www.revistaebs.com.br | 22a edição

A área de exposição foi ampliada, com mais de 90 empresas expositoras, entre elas fornecedores de produtos e serviços como locação de equipamentos, softwares e tecnologia para eventos, brindes corporativos, arenas multiuso, brigada, cartão de premiação, companhia aérea, comunicação visual, consultoria em educação corporativa, credenciamento e controle de acesso, displays portáteis, documentação para eventos, experiências vivenciais, gastronomia para eventos, gráfica, infraestrutura para eventos, jogos corporativos, locação de equipamentos audiovisuais, locação de mobiliário, mobilidade corporativa, montadora de estandes, cenografia, limpeza e segurança, self storage, streaming de áudio e vídeo, tecnologia para eventos, treinamentos corporativos, espaço alternativo, cruzeiros, auditório e centro de convenções, destinos nacionais e internacionais.


Divulgação

A parte de conteúdo ficou por conta das Arenas Experience. Esse ano com uma novidade, mais uma arena foi montada na área de exposição, com isso a grade de palestras teve 36 apresentações, totalizando 27 horas de conteúdo, nos dois dias de evento. Os mais diversos temas foram abordados pelos speakers, desde inovação, criatividade, futuro dos eventos, premiação e incentivos, desenvolvimento profissional, equilíbrio, atitude empreendedora, place branding, assédio moral e sexual em eventos, destinos e suas infraestruturas para eventos, gestão remota, o futuro do mercado de trabalho, resiliência, técnicas de vendas, gestão comportamental, marketing de marcas vencedoras, cases de sucesso, segurança em grandes eventos, empreendedorismo digital, transformação digital, gestão de conflitos, ambiente de trabalho 4.0, uso do SEO em eventos, espaços para eventos, hashtag e live,

ampliação e mensuração de resultados, marketing digital, comunicação não-violenta, experiência e gastronomia em eventos. Os temas foram conduzidos por profissionais qualificados que agregaram ainda mais valor intelectual ao evento. Paralelo à exposição, o Speed Meeting foi novamente um dos pontos altos da feira. A maior rodada de negócios do mercado promoveu o encontro entre compradores e fornecedores dos segmentos M.I.C.E (eventos corporativos, incentivos, congressos e feiras) e T&D (treinamento e desenvolvimento) a fim de gerar novos negócios. Nessa ação estiveram presentes 262 profissionais representando empresas compradoras de soluções desses setores, foram realizadas 13.008 reuniões, nos dias 5 e 6 de junho. A atração das rodadas de negócios desse ano, foi a realização do Speed Meeting MICE Global, primeiro Speed

Meeting MICE Internacional, com a realização de 368 reuniões entre os compradores e fornecedores de soluções para eventos corporativos, feiras, incentivos, realizados fora do território brasileiro. MARCAS EXPOSITORAS PARTICIPANTES EM 2019 Ábacos, Actuall Convention Hotel, Alice Vitória Hotel, Aruba, Ágora Entertraining, Aruba, Asga Brindes, BH Airport, Balneário Camboriú, Belotur, Visite BH, Bento Gonçalves CVB, Caderno Inteligente, Secretaria de Turismo de Campinas, Canetas Crown, Casa Grande Hotel Resort & Spa, Centro de Eventos de Ceará, Centro de Convenções Rebouças, Cinemark, Club Med Brasil, Colonial Plaza Pindamonhangaba, Consuma Eventos, Costa Cruzeiros, Cross Host, Cruce Andino, Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, Centro de Convenções Vitória, Delphin 22a edição | www.revistaebs.com.br 17


Divulgação

Divulgação

Divulgação

COBERTURA

Destinos MICE

Speed Meeting EBS

Hotel, Dexpo, Grupo Divicenter, Elo Brindes, Agência Nacional de Turismo Da Itália, Enotel Hotel & Resorts, Espaço de Eventos Comendadeira Helena Lundgren, Escape 60, Espaço Fit Eventos, Secretaria de Turismo de Espírito Santo, Eventmobi, Expansão – Experiências de Aprendizagem, Expo Center Norte, Expominas BH, Facility Doc, Fantastic Brindes, Five Transportes, Floripa CVB, Fogo de Chão, Forental, Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu, GAV - Grupo Atual Victória, GJP Hotels, GL Events, Gráfica Mundo, Grafstock, Grupo Bisutti, Grupo Forte, Grupo Neffa, Grupo R1, GS1 Brasil, Hard Rock Hotel, HB Hotels, Hebraica de São Paulo, Hoffmann, Ideal Incentive, Interativa, Jaguar Bombeiros, La Compagnie, Latam, Maria Honos Gastronomia, Malai Manso Resort, Mineirão, Natal CVB, Ótima Gráfica, Palladium Hotel Group, Pará 2000, Pecege, Porto De Galinha CVB, Pro Magno, Recife CVB, Revista EBS, Roar, Royal Palm Plaza Resort, Santos CVB, Santur, Servgela, Setur – Florianópolis, SS Self Storage, Sun Global Transportation, Triart, Transamerica Hospitality Group, Um2 Brindes, Velle Representações, Villa Roma Pizzaria, Viva! Experiências, Windsor Hotéis.

abriu a Arena 1 com o tema "Design da Mentalidade Inovadora", quando apresentou dicas para o desenvolvimento de uma nova visão para a realidade, através do reconhecimento de descobertas recentes da neurociência que nos ajudam a alcançar os resultados desejados para a era digital. Na sequência, Fernando Elimelek, CEO da Playcorp, veio falar sobre "Eventos: Ontem, Hoje e Amanhã", uma explanação sobre o setor dos eventos, desde os anos 60 até um futuro projetando a próxima década. Fernando abordou a evolução na utilização das mais diversas tecnologias que dão suporte para reter a atenção do público e criar experiências memoráveis em eventos, feiras, convenções e ações promocionais. Ricardo Alves, diretor executivo da Velle Representações, subiu ao palco para apresentar o tema "Inovação em premiação de incentivos corporativos", como os roteiros podem ser explorados pelo mercado MICE, nas premiações upscale para grupos individuais e fretamentos. A apresentação do case "O mistério de Vera Carriere", ficou por conta de Wilson Ferreira Jr, diretor da Agência Spice. Ele contou como um evento de captação de matrículas em cursos universitários foi transformado em um game de mis-

tério e ação que mobilizou estudantes em todo o Brasil. O objetivo do jogo é facilitar a escolha da carreira por parte dos estudantes e estimulá-los a matricularem-se num curso universitário. Utilizando uma mistura inteligente de meios físicos e digitais, e envolvendo o público numa espécie de game de mistério, a Agência Spice tornou o "Giro de Profissões" muito mais efetivo, motivador e divertido. As Arenas tiveram a presença de destinos e suas infraestruturas para receber eventos corporativos, incentivos, feiras e congressos. Estiveram nos palcos da Feira EBS os destinos: Ceará, apresentado por Lívia Holanda, gerente geral no Centro de Eventos do Ceará; Espírito Santo, por Luciano Andrade, supervisor técnico na Gerência de Marketing na Secretaria de Estado do Turismo do Espírito Santo, José Olavo Medici Macedo, vice-presidente do Espírito Santo CVB e Geiza Risso, superintendente e captação de eventos nacionais e internacionais em congressos e eventos em geral pelo Espírito Santo CVB. O destaque dos destinos ficou com as duas apresentações do Visite Belo Horizonte, patrocinador da Feira EBS e do Congresso MICE Brasil 2019, que apresentou o destino como um pólo turístico de negócios e eventos. A presença de uma capital plane-

18 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Divulgação

ARENA EXPERIENCE A novidade das Arenas Experience, dessa edição, ficou por conta do terceiro palco. Em 2019, as palestras foram apresentadas em três palcos espalhados pela área de exposição – as Arenas Experience, trouxeram temas relevantes e atuais aos visitantes. Os assuntos abordados provocaram e inspiraram aqueles que visitaram o evento e puderam assistir às apresentações que aconteciam simultaneamente durante os dois dias de evento. O primeiro dia teve a participação de grandes nomes, entre eles Marcelo Pimenta, especialista em descomplicar a inovação e docente da ESPM. Pimenta

Divulgação

Exposição EBS

Arena Experience

Wilson Ferreira Jr


22a edição | www.revistaebs.com.br 19


Divulgação Divulgação

Divulgação

COBERTURA

Ainda sobre trabalho e profissões, Alessandra Lippel, Diretora Criativa e empresária, assumiu o tema "O futuro é limão ou limonada?". A expert em futuro do trabalho, traçou uma perspectiva sobre modelos de negócios, profissões e habilidades do profissional do futuro. Abordou o impacto da tecnologia no comportamento das pessoas, Lifelong learning, as habilidades do profissional do futuro e a ressignificação do trabalho, passando ainda por propósito e impacto positivo. Dani Rudz, a empreendedora e influenciadora digital, com o tema "Virando a Chave: de Executiva de Saúde à Empreendedora Digital", contou como virou à mesa, deixou uma carreira sólida como executiva do ramo de saúde e se tornou uma empreendedora digital, apostando em diversidade, sororidade e empoderamento feminino. O assunto das hashtags e lives foi o mote de Priscila Ramires, jornalista, especialista em marketing digital e fundadora da agência Ramires Comunicação Digital. Ramires apontou a importância do uso da hashtag como estratégia para a divulgação de uma marca ou evento. "Pode até parecer que não, mas o uso desse singelo símbolo # nas divulgações

pode aumentar muito seu engajamento nas redes sociais! A LIVE é outra forma de alcançar um público maior, pois gera bastante envolvimento dos seguidores e desperta curiosidade no seu público alvo", disse. Quando falamos sobre "Transformação digital na indústria de eventos", o palco ficou com Samantha Millais, consultora de desenvolvimento de Vendas LATAM na EventMobi. Falando sobre bem-estar, Ricardo Portela, subiu ao palco da Arena 2 com a missão de falar sobre "Equilíbrio", ele discorreu sobre Performance, Resultados, Carreira, Corpo, Mente e Espírito. Como a harmonia leva ao melhor caminho para gerar resultados e a presença de uma pessoa equilibrada nas dimensões faz a diferença em qualquer grupo. Através do apoio da Ampro - Associação de Marketing Promocional, a Feira EBS 2019 recebeu Dra. Isabela Del Monde, advogada e sócia do Tini e Guimarães Advogados, para falar sobre o tema "Assédio moral e sexual no segmento de eventos". Fernanda Teruya, especialista em estratégia de marketing digital online e offline, trouxe para a sua apresentação

Divulgação Divulgação

Divulgação

jada e sempre na vanguarda, que se destaca no turismo de lazer, de entretenimento e de negócios e eventos. Inovações e novos olhares tecnológicos fazem participantes satisfeitos, superando expectativas. As áreas de treinamentos e recursos humanos também tiveram seus espaços nos palcos. Fernanda Dutra, sócia-diretora da Flyfow, trouxe o tema "Outdoor training – desenvolvimento profissional e pessoal ao ar livre", quando os presentes puderam entender um pouco mais sobre treinamento corporativo vivencial para o desenvolvimento de equipes. E para falar sobre gestão comportamental como uma forma de conhecer os colaboradores e auxiliar na criação de times mais estratégicos e produtivos, Mônica Hauck, especialista em gestão comportamental e people analytics, apresentou o tema "O impacto do valor humano na qualidade dos serviços". Na Arena 3, Miranda Lopes, diretora de RH na ACI Worldwide, apresentou "Gestão remota: como gerenciar de forma efetiva, criar e manter relações significativos", uma realidade em que a cada vez mais a prática do trabalho remoto é aderida.

Visite Belo Horizonte (esq.) e Alessandra Lippel (acima).

20 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Prscila Ramires (esq.) e Gabriela Cardozo (acima).


Divulgação

Divulgação

"Você sabe com quem está falando?", a promoção de eventos para comunidades se traduz em engajamento e construção de autoridade. Nem todo conflito é ruim e aprender a diferenciá-los é importante. Esse foi o mote da apresentação de Rosânia Dela Bruna, palestrante, coach e mestre de cerimônia. Através de diversos exemplos, Rosânia atestou que muitos conflitos podem ser enriquecedores, que ampliam nosso campo de visão para suas causas, permitindo a implementação de mudanças e melhorias. Sobre "Place Branding e os lugares como marca" falou Caio Esteves, arquiteto e MBA Branding. Entendendo o place branding como algo muito além das identidades visuais ou das campanhas de marketing, algo que contribui para o fortalecimento dos lugares e a resiliência das cidades através da identificação das vocações, fortalecimento das identidades e participação popular. Flavio Ferrari, consultor de comunicação, inovação e transformação digital, diz que não é a tecnologia que determina os rumos da sociedade (embora pareça que é assim). Ao contrário, são as demandas sociais que definem o sucesso das novas tecnolo-

gias, mesmo que o atendimento dessas demandas possa transformar a sociedade e gerar novas demandas. Quando o assunto é transformação digital, o foco deve estar mais na transformação (de atitudes, principalmente) do que na tecnologia digital. Nossa constante é o ser humano, o Homo Sapiens, que segue em sua versão 1.0. Em sua palestra, "Atitude Digital – Homo Sapiens Sapiens 1.0.4", Ferrari apresentou aos participantes a compreensão do novo cenário tecnológico e seu impacto na sociedade, motivador para profissionais identificarem e desenvolverem atitudes construtivas para sua evolução pessoal e profissional nesse contexto. "Case Scania: Como tecnologia, experiência e relacionamento geraram resultado no mais longo evento de lançamento da América Latina", esse foi o tema de Silvana Torres, presidente da Mark Up, na Feira EBS 2019. Silvana compartilhou com o público o case de um evento que teve início em Agosto de 2018 e foi encerrado em Dezembro de 2018. Foram convidadas mais de 3.000 pessoas entre clientes da América Latina e Brasil, funcionários e imprensa para o lançamento da

nova linha completa dos caminhões da mesma marca. O evento foi chamado de "The Journey" pois foram mais de 10 anos investidos pela marca no desenvolvimento até o dia do lançamento. Gabriela Cardozo, CEO do Grupo GAV, compartilhou sua experiência e conhecimento no setor de feiras e eventos, com o tema "Segurança em Grandes Eventos - Desafios na busca da Excelência". A palestra de Diogo Gandra, mananging diretor na TM1, abriu a rodada no segundo dia de evento na Arena 3. Gandra falou sobre "Como criar experiências memoráveis", com a apresentação de cases extraordinários que construíram valor de branding através de experiências incríveis. Novamente nos palcos da Feira EBS, Gabriel Rossi, um dos principais formadores de opinião sobre marketing da América Latina, teve como mote "Os segredos das marcas vencedoras". Para Gabriel, a marca é um atalho na mente e no coração do público de interesse. O mundo está com excesso de informação e as pessoas sofrem com a falta de tempo. As marcas têm o papel de facilitar escolhas e encantar. "Uma marca verdadeiramente forte é

Flavio Ferrari (acima) e Silvana Torres (dir).

Divulgação

Divulgação

Rosânia Dela Bruna (acima) e Gabriel Rossi (dir).

22a edição | www.revistaebs.com.br 21


Divulgação

COBERTURA

Ralph Peticov

o principal ativo de qualquer projeto e evento!", disse. Ralph Peticov, co-fundador e experience designer na Hacktown, foi responsável pelo tema "Saindo da zona de conforto - Como pensar fora da caixa e quebrar regras". A ideia de que as transformações de negócios, tecnológicas e sociais estão acontecendo de forma cada vez mais veloz já virou até um clichê. Mas isso não significa que as pessoas saibam lidar com isso, sobretudo no contexto do trabalho. Em um talk provocativo, Peticov chamou o público para um despertar dessa realidade e apresentou exemplos concretos de como esses novos paradigmas já estão dando contorno para a o mundo hoje. Na sequência, Alexandre Correa Lima, palestrante corporativo e CEO da Mind Pesquisas, tratou de um tema cada vez mais abordado a resiliência, em sua palestra "Criatividade e resiliência: porque

cair e levantar tecem a mágica de criar". Bruno Strunz, especialista em treinamentos corporativos, abordou pontos chaves para uma boa negociação, como a importância da preparação nas negociações estratégicas, o 3º lado de toda a negociação, o princípio da Ancoragem, entre outros. Tudo isso na palestra "A negociação que todos buscam: O Ganha-Ganha!". Licia Egger, diretora da Intra Consultoria Empresarial, discorreu sobre "Porque temos que ser educados num ambiente de trabalho 4.0". Falou sobre a importância de se conectar com outras pessoas através da empatia e boa educação. Esses são fundamentais em qualquer esfera da vida, mas especialmente no trabalho. Em sua palestra, Egger explicou o que descobriu na sua pesquisa sobre o poder do bom comportamento sobre a saúde, os laços colaborativos e a capacidade de geração de lucros nos relacionamentos profissionais.

PANORAMA FEIRA EBS 2019

2 32 36 +90

dias de evento horas de conteúdo (Congresso MICE + Arena Experience)

temas de palestra nas Arenas Experience expositores na Feira EBS

262 500 2.397 13.008

22 www.revistaebs.com.br | 22a edição

compradores presentes no Speed Meeting congressistas no Congresso MICE Brasil visitantes presentes na Feira EBS reuniões nas rodadas de negócios

O uso do SEO foi tema de Marcella Merigo, head de SEO da Neil Patel Brasil. Ela explicou de forma simples o que é SEO (Search Engine Optimization), porque empresas precisam trabalhar o SEO de seus sites e como usar as técnicas de SEO para alavancar seus eventos corporativos. Para encerrar o segundo dia das apresentações na Arena 2, Luiz Arruda subiu ao palco. O diretor-geral da Avantgarde Brasil, agência de criatividade global especializada em criar experiências entre marcas e consumidores, falou sobre "Metodologias para ampliação e mensuração de resultados". Ainda no segundo dia de evento, a Arena 3 teve nomes importantes como Sandra Turchi, especialista em marketing digital, fundadora da Digitalente e eleita uma das 20 profissionais de marketing mais influentes do mundo nas redes sociais. O Fera, Alexis Pagliarini, diretor da consultoria ATP, especializada em design thinking e processos de geração de ideias e insights, também esteve na Feira EBS 2019. Com o tema "Relax & Creative-se – se tudo está mais complicado conte com a Criatividade para resolver". Pagliarini compartilhou algumas soluções criativas ganhadoras do prêmio Cannes Lions, o maior prêmio de criatividade do mundo. Wanda Quadra, sócio-diretora e co-fundadora da Be Coaching Brasil, falou sobre "Comunicação Não-Violenta - o futuro das relações pessoais e profissionais". A Hoffman, empresa referência em audiovisual para eventos e líder no setor na América Latina, patrocinou a Feira EBS 2019. A empresa também foi destaque na feira, quando subiu ao palco das Arenas Experiencia para falar sobre tecnologia e inovação. Quando o assunto foi gastronomia, o palco ficou com Chef Alê Martinez, Chef Executivo do Hotel Transamérica, Cacau Show, Consuma Gastronomia e Eco Fresh e consultor no segmento de eventos corporativos. Em sua palestra "Experiência e Gastronomia", o Chef compartilhou com os presentes a sua experiência no segmento gastronômico em eventos. A Feira EBS – Evento Business Show 2020 já tem data marcada: dias 3 e 4 de junho, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. A 18ª edição do evento promete surpreender ainda mais os visitantes e proporcionar novas oportunidades de negócios.


22a edição | www.revistaebs.com.br 23


Divulgação

COBERTURA

Compradores e fornecedores frente a frente no Speed Meeting EBS 2019

SPEED MEETING NA FEIRA EBS 2019 Enquanto as palestras estavam sendo apresentadas nas Arenas Experience e os expositores recebiam os visitantes em seus estandes, em uma sala ao lado, ali no Centro de Convenções Rebouças, era realizada a maior rodada de negócios dirigida a profissionais que atuam nos segmentos de eventos corporativos, incentivos e rh/treinamentos: o Speed Meeting EBS. Esse formato de evento promove uma série de reuniões de negócios rápidas entre compradores e fornecedores de soluções para os setores de eventos corporativos e incentivos. O Speed Meeting é um evento objetivo que tem como proposta otimizar o tempo de ambas as partes na prospecção e captação de leads. Nesse ano, o Speed Meeting EBS teve a participação de 262 compradores e mais de 90 fornecedores, expositores da Feira EBS 2019. Foram realizadas 12.640 reuniões em cinco horas de evento, duas horas e meia em cada dia. Cada empresa fornecedora teve três minutos para se apresentar a cada uma das empresas compradoras. 24 www.revistaebs.com.br | 22a edição

DEPOIMENTOS "Considero importante, pois esta oportunidade possibilita o contato e a troca de ideias com diferentes fornecedores de diversos segmentos.", contou Ana Carolina Pampolha, da Brasilprev. "Excelente para trazer novas ideias, ampliar networking e fechar novos negócios", avaliou Paula Silva, da RFS World. "Conheci novos fornecedores e fui surpreendida com novidades de fornecedores já conhecidos.", contou Aline Maciel, da IMDEPA. "O evento abriu o leque de possibilidades de destino para eventos e aumentou meu pool de fornecedores", Simone Justinio, da Econocom Brasil. "Imensa importância para atualização e conhecer novos fornecedores", Marina Verano, da Zum Brazil Eventos. Entre os compradores convidados estavam gestores responsáveis por eventos corporativos e treinamentos, organizadores de feiras, congressos e eventos técnicos/científicos, agências de eventos, live marketing e viagens corporativas. Algumas empresas compradoras participantes: 3Z Realty Incorpora-

dora, A.C. Camargo, Ability, Abradi, Abrahy, Agência Theam, Agência Tupiniq,in Comunicação, Agência V3A, Alliance Consultoria, ANAHP, ANBIMA, Apsen Farmacêutica, Assobens, AT2D, Assodeere, Ateliê de Eventos, Atento do Brasil, Attach Live Marketing, Banco Santander, Beato Marketing, Beckman Coulter do Brasil, Bem +, Bloom Marketing, Blossow Eventos & Marketing, Bonina Eventos Corporativos, Brasildental, Brasilprev Brastrafo do Brasil, BRF S.A., Bússola Eventos, Caloi, Cargill, Carta Capital, Cellera Farma, Ceva Logistics, Ciagroup, Clarion Events, Clark Empilhadeiras do Brasil, CNU, Comexport, Comparex Brasil, Creata, CSN, Cushman & Wakefield, Dell, EMC, Dezo Eventos, DHL Brasil, Dinâmica Produções, DSM, Ebanx, Econocom, Fhox, Elsever Institute, Embracon, Emme Brasil, Epson Brasil, Estadão, Expertise Group, Famesp, FIESP, For Results, FTD Educação, Galpão d’Eventos, Game Brasil Show, Global Cynergies, Go Together, GPA, Grupo Hinode, Grupo IN, Grupo Legrand, Grupo Nimage, Grupo Omint, Grupo SC - Santa Cruz, Hospital Olhos, H3 Design & Comunicação, Haitong, Hartmann,


Divulgação

Divulgação

Networking e oportunidades de negócios em dois dias de evento

Divulgação

Hospital 9 de Julho, Hubee Produções, Huesker Brasil, HV Medical, IAA Brasil, Ihara, Imagem Geosistemas e Comércio, Imdepa, Infracommerce, Interfile Ite Group plc, Janssen-Cilag Farmacêutica, JDE Organização de Eventos, Johnson Controls do Brasil, Kawan Marketing e Eventos, Knorr Bremse, Kumon, Laboratório Daudt, Layout Eventos, Leadec, Lefosse Advogados, Liq Corp S.A., Live Team Brasil, Livraria Saraiva, Lord Brasil, Malu Losso Eventos, Mark Messe, Mccain do Brasil, Medtronic, Mega Brasil Comunicação, Megaplay Promoção e Eventos, Metallum Congressos Técnicos e Científicos, Mezzo Dermocosméticos, MJV Technology & Innovation, MSC Mediterranean Shipping do Brasil, Myralis Pharma, Neoway, Nissan Brasil, Okena Serviços Ambientais, Omiexperience S.A., Philip Morris Brasil, Piovan do Brasil, Pleme7, Promedon Brasil, Promovisão, Prosegur Brasil, Radical Fitness Brasil, Ramo Sistemas Digitais, Re/Max Brasil, RFS World, Reed Exhibitions, Roche Brasil, Sanchez Cano, Fini Guloseimas, Sascar,

Speed Meeting MICE Global São Paulo

SB Eventos, SBIS, SBMN, Siamfesp, Sicoob, Central Crediminas, Sistema Poliedro, Smith & Nephew, Sodexo, Sonova do Brasil, Soul Fitness, SPR, Stoller do Brasil, Synchro, Takeda do Brasil, Telefonica Brasil, The One Eventos, Tok&Stok, Topdesk Brasil, Tracylocke Brasil, Unitedhealth Group – Amil, Verte, Vulkan do Brasil, Wurth do Brasil, XYZ Live, Zum Brazil Eventos. "Em um período no qual as pessoas têm cada vez menos tempo disponível, porém precisam de um retorno rápido, o Speed Meeting cumpre um excelente papel, dinamizando uma parte importante do processo de organização de um evento", afirma Marcello Baranowsky, CEO do Grupo EventoFacil e idealizador do Speed Meeting. BOAS NOVAS: SPEED MEETING MICE GLOBAL A novidade deste ano, foi apresentada no primeiro dia de evento, quando a Feira EBS 2019 promoveu o primeiro Speed Meeting MICE Global – a rodada

de negócios dirigida a eventos internacionais. Organizações como a hoteleira Hard Rock, Las Vegas Convention Visitors Authrority, Grand Hotel Palladium, a empresa de marketing e comunicação em turismo GVA - Global Vision Access, além de Aruba, Costa Cruzeiros, Enit/Itália, GHS – Global Hospitality Services, Cruce Andino, On Request, Sun Transportation, Velle Representações, Barceló Hotels & Resorts, Enjoy Casino & Resort - Punta del Este Resort & Casino, Voe Gol, New York & Company, estiveram frente a frente com os compradores interessados em conhecer fornecedores de soluções que possam atender somente demandas internacionais. Essa ação proporcionou 368 reuniões, fruto do encontro das 23 empresas compradoras convidadas com as 16 empresas fornecedoras participantes. "O evento como um todo é muito importante para o setor! Acompanho há alguns anos e pude constatar o quanto melhorou e evoluiu.", Elisangela Rosa, executiva de marketing da Unisys Latam. PÉ NA ESTRADA O Speed Meeting pega a estrada no segundo semestre de 2019, levando na mala os segmentos MICE, MICE Global, RH e T&D. As rodadas de negócios regionais já estão agendadas para nas cidades do Rio de Janeiro, em Agosto, Campinas, em Setembro, Curitiba e Belo Horizonte, em Outubro e Porto Alegre e São Paulo, em Novembro, para encerrar o ano de 2019. O Grupo EventoFacil comemora os 17 anos de trabalho dedicados ao segmento MICE, e se prepara para 2020. "Entregamos a Feira EBS 2019 cientes de que estamos realizando um importante trabalho para o setor. Promovemos um evento completo, que começa na curadoria cuidadosa do conteúdo apresentados tanto no Congresso MICE Brasil e quanto nas Arenas Experience, o acesso à maior exposição no país totalmente dedicada ao segmento, com mais de 90 empresas entre elas destinos nacionais e internacionais, espaços para eventos e um mix de fornecedores para atender as mais exigentes demandas em eventos corporativos e incentivos; e para concluir o nosso trabalho tivemos os três Speed Meetings que permitiram aos expositores potencializar ainda mais seus negócios", comemora Marcello Baranowsky. 22a edição | www.revistaebs.com.br 25


SEGMENTO MICE

Diversidade ~ &Inclusao

melhoram a Performance das empresas Foto: ivanovgood / Pixabay

Compreender a importância de formar uma equipe diversa é fundamental para o crescimento de uma corporação

Por Priscila Palacio By Priscila Palacio

A

necessidade de promover um ambiente propício à diversidade e inclusão nas empresas, começou a ganhar força, sobretudo, com as discussões sobre equidade de gênero. Algumas mudanças foram conquistadas, mas ainda longe de representar um cenário ideal, abrem espaço para a necessidade iminente de formar e integrar equipes que representem a diversidade da população formada por diferentes gerações, raças, gênero, etnias, orientação sexual, classes sociais e pessoas com deficiência. No entanto, mais importante do que formar uma equipe com diferentes perfis, é fundamental garantir que todos tenham espaço e sejam respeitados dentro de sua singularidade. 26 www.revistaebs.com.br | 22a edição

DIVERSITY & INCLUSION IMPROVE BUSINESS PERFORMANCE Understanding the importance of forming a diverse team is vital a company growth

The need to promote a favorable environment to diversity and inclusion in companies has begun to acquire strength, especially with discussions about gender equity. Some changes have been achieved, but still far from being an ideal scenario, they make room for the imminent need to form and integrate teams that represent the diversity of the population of different generations, races, gender, ethnicities, sexual orientation, social classes and people with disabilities. However, more important than forming a team with different profiles, it is crucial to ensure that everyone has space and is respected within their uniqueness.


RH: AGENTE DE MUDANÇA NA CULTURA ORGANIZACIONAL As empresas precisam agir de forma sistêmica para aproveitar as oportunidades que uma equipe diversa representa. O processo de diversidade e inclusão deve ser feito de forma estruturada para não gerar desconforto entre colaboradores. Empresas já vêm trabalhando no viés inconsciente, elemento fundamental para obter resultados concretos e duradouros nesse processo. Líderes e gestores precisam saber ouvir e ter disposição em aprender como lidar com cada indivíduo, para que todos os profissionais estejam motivados e sintam-se parte do negócio. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou um aumento na população que se autodeclara negra. Comparado com os últimos seis anos, essa população aumentou em 4,7 milhões. O maior aumento em pontos percentuais também é da proporção da população preta, que saiu de 7,4% em 2012 para 9,3% seis anos depois. Os pardos foram de 45,3% para 46,5%. Apesar de os negros serem a maioria da população, no mercado de trabalho, ainda são a minoria. Empresas que já têm programas de diversidade e

inclusão consolidados, agora começam a criar ações específicas para preencher também essa lacuna. A seguradora AIG, possui 70 anos de operação no país, e é uma das empresas mais atuantes do seu segmento na questão da diversidade. Patrocinadora da 23ª Parada do Orgulho LGBTQ+ de São Paulo, atualmente possui três grupos internos de diversidade formados por colaboradores: o Women@ Work (WOW) Mulheres e Aliados (primeiro grupo criado na AIG), Diversitas LGBT e Aliados e o DÆRC Diversidade Étnico-Racial Consciente. Com o envolvimento de lideranças e diretoria executiva, esses grupos reforçam sua atuação externa e interna na promoção e apoio de programas de inclusão. "Tivemos avanço em relação às mulheres e LGBTQ+. Queremos que isso aconteça também com os profissionais negros. Desejamos atrair mais profissionais negros, mas queremos que tenham uma visibilidade dentro da empresa, além de ocuparem mais posições de lideranças também. Isso faz parte de um processo de mudanças da organização", comenta Nélia Soares, diretora de recursos humanos para a AIG Brasil, América Latina e Caribe. Em todos os processos seletivos, principalmente para posições em nível de liderança, a empresa procura garantir que haja pelo menos um candidato que represente um perfil diverso. "Diversidade e inclusão fazem parte da estratégia de negócios da empresa. Trabalhamos com seguros, por isso, para ter uma melhor avaliação dos riscos e poder orientar de forma adequada os clientes, precisamos de perspectivas diferentes. Isso gera engajamento com profissionais e clientes. Os colaboradores que estão nos grupos conhecem os desafios e as necessidades específicas de cada uma das regiões e operações que devem ser priorizadas e trabalhadas pela organização. Apesar de não ter sido um processo simples, gerou resultados, principalmente pela maneira como foi conduzido. Afim de não criar um efeito contrário, foi iniciado para agregar as pessoas e não afastá-las. Trabalhar a educação, sensibilização e empatia é um processo importante de

Divulgação

O desafio das empresas e profissionais de RH é descobrir, dentro da política e essência de cada companhia, como atrair, reter, incluir e engajar profissionais diversos e encontrar um caminho próprio para promover políticas de inclusão e gestão que realmente contemplem a diversidade. Estudos apontam que equipes formadas por diferentes perfis são mais inovadoras. A empresa que valoriza e desenvolve essa cultura, chama a atenção de clientes, demonstra a força da marca, destaca-se em relação aos concorrentes, atrai profissionais de diferentes formações e, sobretudo, melhora os resultados financeiros. Um relatório divulgado pela empresa de consultoria americana MCKinsey analisou dados de 366 empresas de capital aberto, de vários setores, no Canadá, América Latina, Reino Unido e Estados Unidos. Os números revelam que companhias com diversidade de gênero, estão 15% mais propensas a terem performance financeira superior e empresas com diversidade étnica, 35% mais propensas a terem resultado financeiro superior, em relação as que não valorizam e/ou adotam a diversidade.

Nélia Soares, AIG Brasil, América Latina e Caribe

The challenge for companies and HR professionals is to find out, within each company's policy and essence, how to attract, retain, include and engage diverse professionals, and find their own way to promote inclusion and manage policies that truly embrace diversity. Studies show that teams formed by different profiles are more innovative. The company that values and develops this culture, draws the attention of customers, demonstrates brand strength, stands out from competitors, attracts professionals from different backgrounds and, above all, improves financial results. A report released by US consulting firm MCKinsey analyzed data from 366 publicly traded companies from various sectors in Canada, Latin America, the United Kingdom, and the United States. The figures show that companies with gender diversity are 15% more likely to outperform financially and companies with ethnic diversity, 35% more likely to outperform those who do not value and / or embrace diversity. HR: THE CHANGE AGENT IN THE ORGANIZATIONAL CULTURE Companies need to act systemically to seize the opportunities that a diverse team represents. The process of diversity and inclusion must be structured so as not to promote discomfort among employees. Companies are already working on the unconscious bias, which is a fundamental element for obtaining concrete and lasting results in this process. Leaders and managers need to know how to listen and be willing to learn how to deal with each individual so that all professionals are motivated and feel part of the corporation. The latest National Continuous Household Sample Survey (PNAD) released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) revealed an increase in the self-declared black population. Compared to the last six years, this population has increased by 4.7 million. The largest increase in percentage points is also in the proportion of the black population, which went from 7.4% in 2012 to 9.3% six years later. The browns went from 45.3% to 46.5%. Although blacks are the majority of the population, in the labor market they are still the minority. Companies that already have consolidated diversity and inclusion programs are now starting to create specific actions to fill this gap as well. The insurance company AIG has 70 years of operation in the country, and is one of the most active companies in its segment when it comes to diversity. As an sponsor of the 23rd São Paulo LGBTQ + Pride Parade, it currently has three internal employee diversity groups. "We have made progress on women and LGBTQ+. We want this to happen to black professionals as well. We want to attract more black professionals, but we want them to have visibility within the company, and to occupy more leadership positions as well. This is part of an organization change process", comments Nélia Soares, human resources director for AIG Brazil, Latin America and the Caribbean. In all selection processes, especially for leadership positions, the company seeks to ensure that there is at least one candidate representing a diverse profile. "Diversity and inclusion are part of the company's business strategy. We work with insurance, so in order to have a better risk assessment and to properly target clients, we need different perspectives.

22a edição | www.revistaebs.com.br 27


28 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Renata Maiorino, Mattos Filho

requer atenção, cuidado e sensibilidade para que seja sustentável. Não é um tema exclusivo de RH, e sim de todos. As empresas precisam reconhecer que o viés inconsciente existe e afeta o profissional. Depois criar mecanismos internos para reduzir ou até eliminar esses vieses, construindo e fortalecendo uma cultura organizacional cada vez mais inclusiva", enfatiza Maiorino. SUPORTE NOS PROCESSOS DE MUDANÇA Existem no país diversas instituições e consultorias com a missão de corroborar com empresas e sociedade nesse processo de compreensão e transformação de uma realidade estabelecida. O Instituto Identidades do Brasil (ID_ BR), é uma organização comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial. A campanha "Sim à Igualdade Racial", desenvolve ações em diferentes formatos para conscientizar e engajar organizações e sociedade na redução da desigualdade racial no mercado de trabalho. Atualmente, o instituto divide seu pilar em três atuações principais: Empregabilidade, que abrange o Selo SIM à Igualdade Racial; onde certifica empresas que atuam ao longo do ano em prol da igualdade racial. Educação, oferecendo bolsas de estudos e programas de capacitação, focados em profissionais negros e periféricos. E, o pilar de Eventos, onde atua com iniciativas para pautar assuntos com relevância racial, tanto em eventos próprios, quanto auxiliando na curadoria de outros. Para Luana Génot, fundadora do instituto, com vasta experiência em curadoria e produção de eventos, as empresas não podem ter medo de pautar a questão racial nos temas apresentados. "Temos de promover painéis que discutam diretamente esta questão, além de incentivar palestrantes a abordarem

Divulgação

crescimento e envolve muitas etapas. Assim que são contratados, os profissionais que tiverem interesse ou afinidade com algum dos grupos, já podem se associar", destaca Nélia Soares. No ano passado, a AIG realizou internamente um Censo da Diversidade, com questionamentos de autodeclaração. Entre as perguntas estavam: se as pessoas consideram-se profissionais negros, pardos, qual a orientação sexual e aspectos de gênero. Segundo a gestora os resultados foram positivos, pois permitiu que os colaboradores estivessem confortáveis para definirem como se enxergam. "Tivemos uma grande adesão e a partir disso, começamos a medir efetivamente o quanto as pessoas se sentem à vontade. As pesquisas de satisfação interna, feedback com os próprios grupos, a mudança de comportamento e atitude tornaram o ambiente muito mais saudável", avalia Nélia. Com unidades em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Londres e Nova York, o escritório de advocacia Mattos Filho emprega mais de mil pessoas. Apesar de atuar em um meio ainda bastante conservador, a empresa posiciona-se como aberta e democrática. "Nós vivemos em uma sociedade na qual o preconceito ainda é presente. Faz parte da nossa cultura a preocupação com diversidade e inclusão. Por isso, temos os nossos grupos de afinidade que foram surgindo no escritório conforme os profissionais foram identificando a necessidade", destaca Renata Maiorino, diretora de desenvolvimento humano do escritório. A empresa possui quatro grupos que realizam reuniões periódicas com a participação de sócios, sócias e demais colaboradores: o 4Women, discute questões de gênero, o Mfriendly, questões da comunidade LGBTQ+, o SOMA, voltado à discussão da diversidade e equidade raciais e o eMFrente, para pessoas com deficiência. "Acredito que hoje as empresas estão muito ativas na diversidade, mas o desafio da inclusão é diário e ainda temos muito a fazer e aprender", avalia Maiorino. Para a diretora, as leis atuais ainda não são suficientes para garantir a diversidade e inclusão nas empresas. "Apesar de ser um bom início, a lei nos leva até uma primeira página que diz respeito ao seu cumprimento de forma racional. Quando trata-se de diversidade e inclusão, falamos dos próximos passos que humanizam as relações nas organizações. É um trabalho diário, que

Divulgação

SEGMENTO MICE

Luana Génot, ID_BR

That promotes engagement with professionals and clients. Employees in the groups know the specific challenges and needs of each regions and operations wich must be prioritized and addressed by the organization. Once hired, professionals who have interest or affinity with any of the groups can already become part", highlights Nélia Soares. Last year, AIG internally conducted a Diversity Census, with self-declaration questions. "We had a lot of support and from that, we started to effectively measure how comfortable people feel. Surveys of internal satisfaction, feedback from their own groups, change in behavior and attitude made the environment much healthier", says Nélia. With offices in Brasilia, São Paulo, Rio de Janeiro, London and New York, the law firm Mattos Filho employs over 1,000 people. Despite operating in a still very conservative environment, the company is positioned as opened and democratic. "We live in a society in which prejudice is still present. It is part of our culture the concern upon diversity and inclusion. Therefore, we have our affinity groups which were emerging in the office as employees were identifying the need", says Renata Maiorino, director of human development at the office. The company has four groups that hold periodic meetings with the participation of partners other employees. "I believe nowadays companies are very active in diversity, but the challenge of inclusion is daily and we still have a lot to do and learn about it", says Maiorino. In her opinion, current laws are not enough to guarantee diversity and inclusion in companies. "Although it is a good start, the law takes us to the front page with respect to its compliance in a rational way. When it comes to diversity and inclusion, we talk about the next steps that humanize relationships in organizations. It's a daily task, which requires attention, care and sensitivity to be sustainable. It is not an exclusive HR issue, but for everyone. Companies need to recognize that unconscious bias exists and affect the professional. Then creating internal mechanisms to reduce or even eliminate these biases, builds and strengthes an increasingly inclusive organizational culture", she emphasizes. SUPPORT FOR CHANGE PROCESSES There are several institutions and consultancies in the country with the mission of corroborating companies and society in this process of understanding and transforming an established reality. The Identities Institute of Brazil (ID_BR) is an organization committed to accelerating the promotion of racial equality. The "Yes to Racial Equality" campaign develops actions in different formats to raise awareness and engage organizations and society in reducing racial inequality in the labor market. Currently, the institute divides its pillar into three main activities: Employability, which covers the SIM Seal to Racial Equality; where it certifies companies that act throughout the year in favor of racial equality. Education, offering scholarships and training programs focused on black and peripheral professionals. And, the Events pillar, where it acts with initiatives to guide issues of racial relevance, both in its own events, as well as helping in the curatorship of others. For Luana Génot, companies can not be afraid to address the racial issue in the configurations of events. "We have to promote panels that directly discuss this issue, and


Divulgação

Cristina Kerr, CKZ Diversidade

um processo de transição, de transformação, que requer muito cuidado e demanda acima de tudo a valorização, o engajamento e o respeito por todas as pessoas", explica Cristina Kerr. Mariana Deperon, sócia-fundadora da Tree Diversidade, avalia que de um modo geral, as empresas brasileiras ainda estão aprendendo a lidar com o tema da diversidade e da inclusão em todas as dimensões. "Quando se fala em diversidade e inclusão, inicialmente pode-se pensar em políticas assistencialistas, mas essa visão já está bastante ultrapassada. Diversidade e inclusão são temas relacionados a pessoas, ética, governança corporativa, responsabilidade social, inovação e lucro", afirma. Em comum entre as empresas acompanhadas pela consultoria, Mariana identifica que a primeira grande necessidade é o real comprometimento e engajamento da liderança, por meio da compreensão da dimensão desse tema para os negócios. "Tornar o tema parte da cultura da empresa, compreender as oportunidades e desafios, fazer um planejamento com ações de curto, médio e longo prazo e gerir a diversidade. Como as empresas são feitas de pessoas, e as pessoas têm muitos vieses implícitos, a maior barreira da diversidade e inclusão é trabalhá-los", comenta Deperon. Em sua opinião, é imprescindível discutir sobre esses vieses implícitos e como rompê-los para alcançar a eficiência em projetos de diversidade e inclusão. "As empresas devem levar em consideração o contexto e a diversidade já existente, para compreender bem os próximos passos e realizar ações em prol dela. Insistimos muito para que o tema comece a ser debatido. É importante iniciar o diálogo, e plantar as sementes. Trabalhar diversidade e inclusão efetivamente é o grande desafio", enfatiza Mariana Deperon. Divulgação

a temática nos demais painéis da programação. A organização pode optar por 'racializar' os fornecedores sempre que possível, como forma de oferecer oportunidades de exposição para esses empreendedores, além de agregar freelancers, promotores e outros funcionários fixos, em diferentes níveis hierárquicos, que fomentem o debate racial", defende Luana Génot. Cristina Kerr fundou há 12 anos, a CKZ Diversidade para dar voz para a diversidade e a inclusão. Ela acredita que houve avanços nesse período, principalmente nas empresas multinacionais, onde a matriz percebe os benefícios de ter um time diverso, especialmente quando resulta na melhora em performance financeira, inovação e clima organizacional. No entanto, avalia que as empresas brasileiras ainda não compreenderam que o tema é prioritário para qualquer empresa do século 21. "No Brasil, as empresas ainda estão trabalhando de forma tímida. Os motivos são diversos, entre eles a falta de apoio do CEO e da alta liderança, o que dificulta a continuidade. Como não está na agenda estratégica, não tem verba destinada para investir em programas de diversidade e na contratação de consultorias especializadas", avalia Cristina Kerr. Segundo a consultora, há grupos que são mais aceitos no ambiente corporativo. "Mulheres brancas e pessoas com deficiência, muito mais pela Lei de Cotas do que pela eficiência, capacidade e experiência. Percebo que a maior dificuldade está na contratação dos profissionais negros e LGBTQ+, com maior preocupação para os trans, que ainda são muito marginalizados", comenta. Para mudar este panorama, a consultora defende a criação de comitês de diversidade nas empresas com a participação dos líderes. "É importante que o grupo participe do treinamento de viés inconsciente e que os participantes possam compartilhar histórias pessoais e profissionais para sensibilizar a equipe. É fundamental investir tempo em criar um ambiente de confiança, envolvendo os participantes do comitê para que todos possam atuar de forma colaborativa. Outro ponto importante é trabalhar a diversidade de maneira interseccional, pois temos a tendência de criar e separar os grupos por caixas: gênero, geração, raça, LGBTQ+ e PcD. Como fazemos quando temos uma mulher negra e lésbica, que faria parte de três destas caixinhas? Criar um ambiente diverso com uma cultura inclusiva é

Mariana Deperon, Tree Diversidade

encourage speakers to address the issue in the other programming panels. The organization can choose to 'racialize' suppliers whenever possible as a means of providing exposure opportunities for these entrepreneurs, in addition to aggregating freelancers, promoters and other permanent employees, at different hierarchical levels that foster racial debate", defends Luana Génot. Cristina Kerr founded CKZ Diversity 12 years ago to give voice to diversity and inclusion. She says that there have been advances in this period, especially in multinational companies, where the head office realizes the benefits of having a diverse team, especially when improving financial performance, innovation and organizational climate. However, she believes that Brazilian companies still do not understand that the topic is a priority for any 21st century company. "In Brazil, companies are still working shortly. There are several reasons, including the lack of support from the CEO and leadership, which makes continuity difficult. As it is not on the strategic agenda, it does not have the money to invest in diversity programs and hiring specialized consultancies", she says. According to Kerr, there are groups more accepted in the corporate environment. "White women and people with disabilities, much more by the Quota Law than by efficiency, capacity and experience. I realize that the biggest difficulty is in hiring black and LGBTQ+ professionals, with greater concern for trans, who are still really marginalized", she comments. To change this scenario, the Kerr advocates the creation of diversity committees in companies with the participation of leaders. “It is important that the group participate in unconscious bias training and that participants can share personal and professional stories to sensitize the team. It is critical to invest time in creating a trusting environment involving committee members so that everyone can act in collaborative manner. Another important point is to work diversity in an intersectional way, as we tend to create and separate groups by boxes: gender, generation, race, LGBTQ+ and desabled people. As we do, when we have a black and lesbian woman who would be part of creating a diverse environment with an inclusive culture is a process of transition, transformation, which requires great care and demands above all the appreciation, engagement and respect of all people", explains Cristina Kerr. Mariana Deperon, founding partner of Tree Diversidade, believes that, in general, Brazilian companies are still learning to deal with the issue of diversity and inclusion in all dimensions. "When it comes to diversity and inclusion, one can initially think of welfare policies, but this view is already quite outdated. Diversity and inclusion are themes related to people, ethics, corporate governance, social responsibility, innovation and profit", she says. In her opinion, it is essential to discuss these implicit biases and how to break them to achieve efficiency in diversity and inclusion projects. INCLUSION OF PWDS: LACKS KNOWLEDGE AND PREPARATION People with disabilities represent about 23.9% of the population, according to the 2010 Census. The equivalent of approximately 45.6 million people in absolute numbers of the Brazilian population. The Quota Law was created to ensure their integration into the labor market. The law states that every company with 100 or more employees must have between 2%

22a edição | www.revistaebs.com.br 29


INCLUSÃO DE PCDS: FALTA CONHECIMENTO E PREPARO As pessoas com deficiência representam cerca de 23,9% da população, segundo o Censo 2010. O equivalente a 45,6 milhões de pessoas, aproximadamente, em número absoluto da população brasileira. A Lei de Cotas foi criada para garantir a integração dessas pessoas no mercado de trabalho. A lei determina que toda empresa com 100 ou mais funcionários, deve ter entre 2% e 5% do seu quadro composto por pessoas com deficiência. Em 2015 houve um avanço e foi instituída A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. "Baseando-se na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência adotada pela ONU em dezembro de 2006, a lei veio para nortear a garantia e a defesa de direitos das pessoas com deficiência. É um recurso muito importante, porém a aplicação na prática está ocorrendo de forma morosa. Embora alguns artigos tenham sido regulamentados, ainda é pouco conhecida, tanto por parte das pessoas com deficiência, como por outros atores sociais. Se faz necessária uma ampla divulgação com diferentes canais de comunicação e recursos para que se torne popular", comenta Conceição Monteiro, especialista em acessibilidade e inclusão na Accessible Consullting. Para a consultora a lei inova quando estabelece que a deficiência não é um problema do indivíduo, mas da sociedade. "A deficiência não é mais tratada como uma condição só da pessoa, mas sim como resultado da interação da pessoa com o meio ambiente na qual ela vive e trabalha. O primeiro grande desafio das pessoas com deficiência é conseguir o trabalho. Depois, conseguir ir até o trabalho, por questões de dificuldade de mobilidade urbana. E, ainda existe uma quantidade enorme de preconceitos a serem vencidos dentro das empresas. A pessoa com deficiência pode e deve ser incluída como qualquer outra pessoa, ser desafiada com os projetos do cotidiano de suas áreas", pontua Conceição Monteiro. Os maiores desafios para as empresas são o preconceito e a quebra de paradigmas referentes à falta de pessoas com deficiência qualificadas para funções de qualquer nível, bem como a ideia que deverá fazer altos investimentos para adaptações e adequações. Hoje há vários sites e plataformas de emprego para ajudar pessoas com deficiência e empresas a se conectarem. 30 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Divulgação

SEGMENTO MICE

Conceição Monteiro, Accessible Consullting

"Este cenário ocorre em função da falta de conhecimento sobre legislação, tecnologias assistivas - inclusive algumas gratuitas, adaptações razoáveis, etc. O profissional com deficiência deve ser contratado pela competência, formação e preparo como qualquer outro. Como as diferenças devem ser respeitadas, a acessibilidade vem como recurso para o processo de recrutamento, seleção, contratação e retenção. O ambiente deve estar preparado para receber todas as pessoas, garantir que os funcionários possam chegar e circular ao posto de trabalho e nos demais ambientes da empresa, se comunicar com os colegas e desempenhar sua função com autonomia e segurança", afirma Conceição Monteiro. Para as empresas que têm o objetivo de atrair profissionais com deficiência e contribuir para seu desenvolvimento, Conceição Monteiro orienta: Tenha um programa acessível de comunicação e ou divulgação de vagas que chegue às pessoas com deficiência; Ofereça acesso aos programas de desenvolvimento e carreira e salários compatíveis com a função; Aprofunde o conhecimento nas tecnologias assistivas. Este segmento tem apresentado soluções inovadoras que favorecem a acessibilidade em todas as dimensões; Consulte os candidatos e colaboradores com deficiência sobre tecnologias e novas ferramentas de seu conhecimento; Solicite a colaboração do profissional com deficiência para o programa de acessibilidade e inclusão.

SEGMENTO MICE ACOMPANHA AS TENDÊNCIAS Recentemente, a RSA Conference, maior encontro da indústria de segurança da informação, sentiu na pele a diferença entre discurso e prática. Na conferência realizada em 2018, em São Francisco (EUA), a organização di-

and 5% of its staff composed by people with disabilities. In 2015. there was a breakthrough and the Brazilian Law for the Inclusion of People with Disabilities was instituted. "Building on the UN Convention on the Rights of Persons with Disabilities adopted in December 2006, the law came to guide the rights and in defense of the people with disabilities. It is a very important tool, but its application in practice is still far too long. Although some articles have been regulated, it is still poorly known, both by people with disabilities and by other social parties, and a wide dissemination with different communication channels and resources is required to make it popular", comments Conceição Monteiro, accessibility and inclusion specialist at Accessible Consullting. For Monteiro, the law innovates when it states that disability is not an individual problem, but a society’s. "Disability is no longer treated as a person-only condition, but as a result of people's interaction with the environment in which they live and work. The first major challenge for people with disabilities is to get to the work, because of the difficulties they face in urban mobility. And there are still a huge amount of prejudice to overcome within companies. They can and should be included like anyone else, be challenged with everyday life projects", she points out. The biggest challenges for companies are prejudice and breaking paradigms regarding the lack of people with disabilities qualified for functions of any level, as well as the idea that they should make high investments for adaptations and adaptations. Nowadays, there are many websites and job platforms to help people with disabilities and businesses connections. "This scenario is due to a lack of knowledge about legislation, assistive technologies including some free technologies, reasonable adaptations. The environment must be prepared to receive all people, ensure that employees can reach and move to the workplace and other company environments, communicate with colleagues and to safely and autonomously perform their tasks", says Conceição Monteiro. MICE SEGMENT FOLLOWS TRENDS Recently, the RSA Conference, the largest gathering in the information security industry, felt the difference between speech and practice. At the 2018 conference, in San Francisco (USA), the organization released a preliminary list of speakers for the event and in the relationship there was only one woman. The negative repercussions changed the strategy for this year. The event held in May, included some elements that were refined and others created from complaints. The conference went from 25% female speakers in 2018 to 46% in 2019. A code of conduct was also created to emphasize support for an inclusive and respectful environment during the conference. Inserted in a market that grows about 14% per year in the country, companies in the MICE segment (Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions) are aware of the movement towards diversity and have been developing practical actions in the application of diversity and inclusion in the configuration of events’ companies. Reed Exhibitions Alcântara Machado has some initiatives focused on diversity and inclusion in the event market, such as the


Divulgação

Alinne Rosa, Reed Exhibitions

cesso de maturação da sociedade e está surtindo efeito, mesmo que seja, por enquanto, mais visível em grandes empresas e multinacionais", avalia Alinne. A profissional defende que o departamento de recursos humanos é essencial para apoiar na resolução de conflitos, demonstrar os benefícios da diversidade e promover grupos de discussão sobre o tema. "O RH deve criar políticas e práticas que garantam acesso dos profissionais, em especial, por meio de recrutamento e seleção. O maior benefício que a representatividade pode proporcionar para marcas e empresas é a alta performance, gerada por meio de diferentes perspectivas. Acredito na conscientização contínua das pessoas e no RH orientando, quando inconscientemente aparecem potenciais situações que mostram resistência, precisamos falar sobre isso. Se fingirmos que todos vão entender e aceitar, ou pior, que temos de investir nesta frente por que está na moda, levará a estratégia ao fracasso", enfatiza Alinne Rosa. Outro exemplo de ações práticas adotadas no segmento vem das feiras da Informa Markets realizadas no Expo Center Norte, para as quais contratam recepcionistas portadores de síndrome de Down. A ação busca promover a inclusão desses profissionais no mercado de trabalho e no ambiente social, além de dar visibilidade à causa. Também organizada pela empresa, a High Design Expo, terá atendimento exclusivo em libras para deficientes auditivos. A inclusão da linguagem de sinais ajudará os visitantes a se localizarem e aproveitarem o que há de melhor na feira. Adriana Souza, vice-presidente de Recursos Humanos da Informa Markets, acredita que o segmento de feiras está percebendo esse movimento pela diversidade há alguns anos e o papel social das empresas como motor pro-

Divulgação

vulgou uma lista preliminar de palestrantes para o evento e na relação havia apenas uma mulher. Com a repercussão negativa, mudou a estratégia para este ano. O evento realizado em maio, incluiu alguns elementos que foram aprimorados e outros criados a partir das queixas. A conferência passou de 25% de mulheres palestrantes em 2018 para 46% em 2019. Também foi criado um código de conduta para ressaltar o apoio a um ambiente inclusivo e respeitoso durante a conferência. Inseridas em um mercado que cresce cerca de 14% ao ano no país, empresas do segmento MICE (Eventos Corporativos, Incentivos, Congressos e Feiras), estão atentas ao movimento pela diversidade e vêm desenvolvendo ações práticas na aplicação da diversidade e inclusão na configuração dos eventos. A Reed Exhibitions Alcântara Machado possui iniciativas voltadas à diversidade e inclusão como a parceria com o P.A.E. (Programa Atendentes Especiais). A entidade forma profissionais com Síndrome de Down para trabalhar nos eventos realizados em São Paulo. "A cada evento, vemos que eles estão mais preparados para exercer plenamente seu trabalho. Os atendentes são acompanhados por uma equipe de coordenação que, junto com o staff da Reed, treina a equipe para execução das funções ao longo do evento, fazem rodízio de atividades e identificam como aproveitar o melhor potencial de cada um", destaca Alinne Rosa, vice-presidente de recursos humanos da Reed Exhibitions. Outra novidade foi a troca do serviço terceirizado de quick massage para colaboradores da Reed, pela contratação de uma colaboradora com deficiência visual (em regime CLT) que trabalha todos os dias, faz parte da equipe e também está no pavilhão de eventos para fazer "quicks" nas estações de trabalho. Com o objetivo de fomentar a discussão sobre diversidade e trazer mais conscientização sobre o assunto para o setor, a empresa lançou em março deste ano, o movimento R.I.T.O.S. - Representatividade e Inclusão na Transformação Organizacional e Social. "Criado em parceria com outras empresas e profissionais do setor que querem contribuir para a evolução do tema no mercado, já realizamos dois encontros neste ano com profissionais do segmento MICE para trazer conteúdo e discussões relevantes. Isso mostra que estamos sim, abertos e interessados em discutir o tema. Conscientizar faz parte do pro-

Adriana Souza, Informa Markets

partnership with P.A.E. (Special Attendants Program). The entity trains professionals with Down Syndrome to work at events held in São Paulo. "At each event, we see that they are better prepared to fully perform their work. The attendants are accompanied by a coordinating team that, together with Reed staff, trains the team to perform their duties throughout the event, rotate their work activities and identify how to harness each other's best potential", said Alinne Rosa, vice president of human resources at Reed Exhibitions. Another new feature was the exchange of Reed's outsourced quick massage service for Reed employees, by hiring a visually impaired employee (CLT) who works every day, is part of the team and is also in the event pavilion for the massages at the workstations. Aiming to foster discussion about diversity and bring more awareness about the subject to the sector, the company launched in March this year, the movement R.I.T.O.S. - Representativeness and Inclusion in Organizational and Social Transformation. "Created in partnership with other companies and industry professionals who want to contribute to the evolution of the topic in the market, we have already held two meetings this year with professionals from the MICE industry to bring relevant content and discussions. This shows that we are opened and interested in raising awareness, which is part of the process of maturation of the society and is having an effect, even if it is, for now, more visible in large companies and multinationals", she says. Alinne Rosa argues that the human resources department is essential to support conflict resolution, it demonstrates the benefits of diversity and promote discussion groups on the topic. "HR must create policies and practices that ensure access for professionals, especially through recruitment and selection. The biggest benefit that representativeness can provide for brands and companies is the high performance generated from different perspectives. I believe in continuous awareness of people and HR guiding, when unconsciously potential resistance situations arise, we need to talk about it. If we just pretend that everyone will understand and accept, or worse, that we have to invest on this because it is fashionable, it will lead to failure", emphasizes Alinne. Another example of practical actions taken in this segment comes from Informa Markets trade fairs held at Expo Center Norte, for which they hire Down syndrome receptionists. Also organized by the company, High Design Expo, will have exclusive service in pounds for the hearing impaired. The inclusion of sign language will help visitors locate and enjoy the best of the fair. Adriana Souza, vice president of Human Resources at Informa Markets, believes that the trade show industry has been seeing this movement for diversity for some years now and the social role of companies as the driving force behind society's transformation has become increasingly evident. "There are many work fronts, but the segment is consolidating its initiatives. Informa Markets has a corporate culture focused on diversity. Therefore, our leaders, engaged in the theme, actively work to bring to the events, not only speakers, but several initiatives that address the issue of diversity. In Brazil, about 70% of Informa's employees are women and in leadership roles, which is still a big taboo for many companies, here we have a very balanced scenario, with

22a edição | www.revistaebs.com.br 31


pulsor de transformação da sociedade tem ficado cada vez mais evidente. "São muitas frentes de trabalho, mas o segmento está consolidando suas iniciativas. A Informa Markets possui uma cultura corporativa voltada para a diversidade. Dessa forma, nossas lideranças, engajadas com o tema, trabalham ativamente para levar aos eventos, não apenas palestrantes, mas diversas iniciativas que tratem do tema diversidade. No Brasil, cerca de 70% do quadro de colaboradores da Informa é composto por mulheres e nas funções de liderança, o que ainda é um grande tabu para muitas empresas, aqui temos um cenário bastante equilibrado, com mulheres à frente de 54% dos cargos", afirma Adriana Souza. Além de programas locais onde grupos de trabalho debatem e propõem iniciativas, globalmente, a empresa promove o AllInforma, grupo de apoio à cultura da diversidade e inclusão na empresa. No Brasil, o projeto Informa One atua junto ao público interno e aos stakeholders. "Como uma empresa que se posiciona no mercado como market maker, acreditamos ser um dever promover a diversidade, da mesma forma que promovemos a questão internamente. Esse compromisso também é refletido em nossos eventos e, cada vez mais, tem sido percebido também no restante da cadeia", destaca Adriana Souza. Para que a diversidade e inclusão tenham representatividade nos negócios do setor, ela defende que engajar as lideranças e ampliar o olhar sobre o tema são ações importantes. "Faz parte do compromisso da Informa com seus acionistas, educar nossos stakeholders em relação à diversidade e outras questões consideradas importantes para a empresa. Sabemos que cada companhia tem um processo particular de amadurecimento, mas nos sentimos honrados de sermos embaixadores destas frentes nos mercados em que atuamos. Não tenho dúvidas de que a estratégia que traçamos já se reflete de forma positiva no sucesso dos nossos eventos", afirma Adriana Souza. IBM: UM CASE DE SUCESSO A IBM é uma das pioneiras em iniciativas de inclusão. Em 1935, nos EUA, a empresa abriu a primeira escola de treinamento para mulheres. Em 1914, contratou o primeiro funcionário com deficiência visual. No ano de 1943, uma mulher ocupou o cargo de vice-presi32 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Divulgação

SEGMENTO MICE

Adriana Ferreira, IBM

dente. Em 1946, ano em que os direitos civis para os negros ainda eram negados pelo governo norte-americano, foi a primeira empresa a contratar um vendedor negro. No Brasil, em 2004, a empresa adotou o programa Domestic Partner, iniciativa que oferece direitos aos casais homoafetivos de incluir companheiros de mesmo sexo no plano de saúde. "A Diversidade e a Inclusão fazem parte do DNA da IBM. Nossas iniciativas são muito importantes e necessárias para que seja possível construir uma força de trabalho com oportunidades igualitárias, onde nossos colaboradores possam atingir seus potenciais", afirma Adriana Ferreira, líder de diversidade e inclusão da IBM para a América Latina. A IBM Brasil conquistou o primeiro lugar na edição de 2018 do Prêmio Melhores Empresas para Trabalhadores com Deficiência, promovido pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) do Governo do Estado de São Paulo. A premiação busca identificar e destacar as melhores práticas de inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência. A companhia possui também grupos como o BRGs (Business Resource Groups) ou Grupo de Afinidades (LGBT, afro, mulheres e PcDs). Além de Comitê de diversidade, conta com outras iniciativas: criação do banheiro neutro, acolhimento de funcionários trans e respeito ao uso do nome social, canal de denúncias para reportar quebras no código de conduta, programa de aleitamento materno e parcerias com a EmpregueAfro e Transempregos para realização de eventos, networking e contratação de pessoas. "Aqui na IBM, acreditamos que diversidade gera inovação – e esse é um dos nossos valores. Sabemos que quando as pessoas se sentem acolhidas, suas ideias e seus ideais são valorizados, a produtividade e engajamento naturalmente aumentam. Pessoas que se engajam com a empresa também a referenciam para amigos e parentes e isso aumenta nossa possibilidade de atrair talentos diversos, gerando mais valor para a construção de times colaborativos e inovadores." complementa Adriana Ferreira.

women ahead of 54% of the positions", says Adriana Souza. In addition to local programs where working groups debate and propose initiatives, the company promotes All Informa - a group that supports the culture of diversity and inclusion in the company. In Brazil, the Informa One - project works with the internal public and stakeholders. "As a company that positions itself in the market as a market maker, we believe it is a duty to promote diversity, just as we promote the issue internally. This commitment is also reflected in our events and, increasingly, has also been perceived in the rest. of the chain", highlights. For diversity and inclusion to be representative in the sector's business, she comments that engaging leaders and broadening their eyes on the topic are important actions. "It is part of Informa's commitment to its shareholders to educate our stakeholders on diversity and other issues considered important to the company. We know that each company has a particular process of maturity, but we are honored to be ambassadors of these fronts in the markets in I have no doubt that the strategy we have outlined is already positively reflected in the success of our events", argues Adriana Souza. IBM: A SUCCESSFUL CASE IBM is a pioneer in inclusion initiatives. In 1935, in the USA, the company opened the first women's training school. In 1914, he hired the first employee with visual impairment. In 1943, a woman held the position of vice president. In 1946, the year when civil rights for blacks were still denied by the US government, it was the first company to hire a black salesman. In Brazil, in 2004, the company adopted the Domestic Partner program, an initiative that offers homosexual couples the right to include same-sex partners in the health insurance. "Diversity and Inclusion are part of IBM's DNA. Our initiatives are very important and necessary in order to build a workforce with equal opportunities where our employees can reach their potential", said Adriana Ferreira, diversity leader and inclusion of IBM for Latin America. IBM Brasil won the first place in the 2018 edition of the Best Companies for Disabled Workers Award, promoted by the State Secretariat for the Rights of Persons with Disabilities (SEDPcD) of the São Paulo State Government. The award seeks to identify and highlight best practices for inclusion and accessibility for people with disabilities. The company also has groups such as the BRGs (Business Resource Groups) or Affinity Group (LGBT, Afro, Women and PwDs). In addition to the Diversity Committee, it has other initiatives: creation of the neutral toilet, reception of trans employees and respect for the use of the social name, reporting channel to report breaches of the code of conduct, breastfeeding program and partnerships with EmpregueAfro e Transempregos for events, networking and hiring people. "Here at IBM, we believe that diversity breeds innovation - and that is one of our values. We know that when people feel welcomed, their ideas and ideals are valued, productivity and engagement naturally increase. People who engage with the company also refer it to friends and relatives and this increases our ability to attract diverse talent, creating more value for building innovative and collaborative teams.", complements Adriana Ferreira.



Foto: freepik.com

RH

Funcionário engajado, empresa produtiva Segundo especialistas, cuidado com valor humano nos negócios diminui danos à saúde mental e pode ser diferença entre lucro e prejuízo Por Lucas Berti

D

esempenho, efetividade e lucratividade. Não é nenhuma novidade que esses três pilares sustentem a economia e os negócios desde que o mundo é mundo – seja no mercado de bens ou de serviços. O primeiro item do tripé, no entanto, vem ganhando destaque em um universo cada vez mais interessado em saber: de que forma o trabalho é feito? Por mais que soe piegas ou que se 34 www.revistaebs.com.br | 22a edição

confunda com um trecho retirado de um livro de autoajuda, o conceito de trabalho sustentável, atrelado à gestão comportamental, leva em conta o impacto do valor humano na qualidade e entrega dos negócios. E essa tendência não dá indícios de ser passageira. Hoje em dia, inclusive, esse aspecto cultural já não mais é encarado como um mero diferencial de uma empresa; passou a ser ingrediente indispensável de um negócio de sucesso.

Falando em tempo presente, vai além de ser apenas um componente vital. Chega a ser "essencial para a otimização dos recursos", conta a Especialista em Gestão Comportamental e People Analytics, Mônica Hauck. Para a consultora, os ganhos desse método são sentidos tanto nas finanças quanto na qualidade do serviço. "De cada cinco demissões, três estão ligadas ao comportamento. O Brasil perde R$ 180 bilhões por ano por contratações inadequadas. Uma boa gestão comportamental é crucial; pode significar a diferença entre o lucro e prejuízo na operação". Com essas pequenas práticas, que geram um rescaldo positivo e com imenso custo benefício às corporações, a cultura organizacional tende a mudar. E pode ser aos poucos: os termos "funcionário" e "empregado", pouco a pouco,


Mônica Hauck, especialista em Gestão Comportamental e People Analytics

PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES MUDANÇAS É comum que se associe grandes logos à fama de "empresa modelo", com escritórios modernos, mesas de ping-pong em plena sala de reuniões, geladeiras de cerveja artesanal e um flextime de dar inveja. Mas pensar em um bom ambiente e iniciativas para melhorar o clima não deve ser uma prática exclusiva das mega-companhias. Afinal, se o trabalho envolve gente, necessariamente carece de uma boa gestão de pessoas. Em empresas médias ou familiares,

ADMIRÁVEL DILEMA NOVO Se a tecnologia torna o profissional cada vez mais refém do hábito mecânico, de atualizações sem fim e do consumo acelerado, cabe às próprias vítimas dessa distopia tech achar uma solução. E, claro, do respaldo da empresa. Para não bancar o Chaplin em "Tempos Modernos", entender o avanço

Ivan Petry, especialista em Coaching e Facilitação de Grupos e co-fundador da Pyx Network

tecnológico como uma ferramenta de trabalho significa vencer essa disputa. A especialista em tecnologia e professora no Mackenzie, Pollyana Notargiacomo, destaca os dois lados da questão. "Ainda que haja a facilidade de usar ferramentas de comunicação instantânea para compartilhar informações e documentos, há a dissolução das fronteiras entre o profissional e o pessoal". Em um tempo de overworking e estresse no trabalho, uma boa solução, por exemplo, é definir horários e políticas de utilização que viabilizem o serviço, sem comprometer quem trabalha. "Alguns profissionais chegam a ter dois números de celular separados, um pessoal e outro profissional, para poder separar e gerenciar as demandas". Sempre é bom lembrar que por trás de uma pessoa, há uma vida comum.

Divulgação

com orçamentos mais curtos, pequenas campanhas podem fazer a diferença. Para o especialista em Coaching e Facilitação de Grupos e co-fundador da Pyx Network, Ivan Petry, não são necessárias grandes diligências, mas sim ações simples de proximidade: "Quando se fala em gestão comportamental, falamos no âmbito das relações, uma pequena parte do que é a organização". Para Petry, a criação de um espaço saudável, que renda boa fluidez para a comunicação, pode ser feita ao estilo "tudo em casa". Dessa forma, gestores e supervisores podem enxergar uma oportunidade de progresso interno que não demande novos custos e nem manobras exorbitantes. "Estamos falando do desenvolvimento de espaços de escuta e fala, onde as pessoas se sintam à vontade para dizer o que pensam e para ouvir o que a empresa tem a dizer. Isso é a criação de comunidade. E para isso não se requer necessariamente recursos materiais novos ou o recrutamento de alguém de fora", pontua. Para o especialista, companhias devem aplicar conhecimento estratégico sobre seus próprios times, como feedbacks frequentes, treinamentos internos e até mesmo usar pessoas antigas da própria empresa para entrevistar colaboradores, ampliando a visão de cada um sobre a organização. "Algo que transpareça e mostre onde a empresa e os profissionais dela querem chegar", completa. No final das contas (literalmente), não é só ao oferecer massagem laboral e aumentos no vale-refeição que uma empresa detecta a satisfação geral e o faturamento crescendo lado a lado no final do mês. Para começar, vale olhar com cuidado para o próprio umbigo.

Divulgação

Divulgação

devem sumir de informativos e e-mails. No lugar, entra em cena o "colaborador". Mesmo com a mesma função na prática, um simples tratamento diferenciado pode ser a porta de entrada para desenvolver uma relação menos rígida e que faça o profissional se sentir parte de uma grande rede, não só mais um nome no crachá. Para Hauck, quem absorve essa contrapartida da empresa tende a produzir mais, estabelecendo uma relação "positiva e engajada com o trabalho" que desempenha. Apostar no valor humano dentro dos escritórios também não acontece por acaso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão se encaminha para ser o segundo motivo que mais leva profissionais ao afastamento da função. O Brasil se destaca em um índice similar: a queda de produtividade associada a quadros debilitados de saúde mental faz o país ocupar a vice-liderança entre países do mundo. A especialista comenta que o padecimento dos colaboradores em função de doenças psicossomáticas é cada vez mais comum. Aos CEOs e gestores, surge o desafio de pensar cada vez mais no bem-estar coletivo. "Numa era em que tudo está sendo automatizado, as soft skills [recursos humanos de uma empresa] viram a exceção. A habilidade do ser humano de se relacionar não vai ser automatizada. Ter um ambiente saudável que cuida dos colaboradores e desenvolve o potencial humano vai definir quem a empresa é enquanto marca", completa.

Pollyana Notargiacomo, especialista em tecnologia e professora no Mackenzie

Por outro lado, o ponto positivo de um ambiente corporativo multiconectado – de forma a eliminar ruídos na comunicação interna – é a facilitação do processo de desburocratização de uma empresa. Com um sistema que realmente interconecte os profissionais, o complicado se descomplica. E quanto menos barreiras, mais limpo está o terreno para que um colaborador desenvolva seu trabalho, apresente iniciativas e faça parte do todo. Para Pollyana, o lado benéfico da tecnologia pode gerar "relações mais transversais do que hierárquicas", fazendo com que aquela longa e tediosa reunião se transforme em uma descontraída e objetiva troca de mensagens pelo chat. Sai de cena o frio na barriga ao bater na porta do chefe com uma nova ideia e entra a possibilidade de um dia a dia mais orgânico e com um clima bom. Pensando assim, a modernidade é mais do que bem-vinda. No fim, tudo passa por uma boa gestão comportamental. Quem é chefiado se engaja, rende mais e reaquece aquele estímulo para criar sem chegar em casa esgotado e vazio. Consequentemente, quem chefia administra menos atritos além de trabalhar melhor. A empresa cresce, o negócio flui. Gerar valor é questão de tempo. 22a edição | www.revistaebs.com.br 35


ARTIGO

uma explanação sobre a PRESENÇA FEMININA NO MICE Por Lígia Rocha

A

VAMOS ENTENDER MELHOR O PANORAMA DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO? Segundo o IBGE, as mulheres são a maioria. Aproximadamente 107 milhões no Brasil. Nós vivemos mais: em média, 80 anos. Estudamos mais: somos 55,1% nas universidades e 53,5% nos cursos de pós-graduação. Entretanto, ocupamos só 44% das vagas de trabalho. Temos 29% a mais de desemprego que os homens, ocupamos cerca de 37,8% de cargos gerenciais e acima, porém representamos apenas 2,8% dos cargos mais altos. No mercado de trabalho ainda enfrentamos alguns dificultadores de carreira. Os três principais dificultadores são a equiparação salarial (recebemos 23,5% a menos e serão no mínimo 100 anos até a equiparação), a maternidade (a busca por congelamento de óvulos aumentou 89% nos últimos 5 anos e a procura por "demissão, estabilidade e licença maternidade" em sites de busca cresceu mais de 300% nos últimos 5 anos. As mulheres procuram pelo ‘momento ideal’ de estabilidade e segurança na carreira para gerar filhos, o que normalmente vem acompanhado pelo medo da uma demissão após o retorno de sua licença maternidade), assédio (42% das mulheres brasileiras já sofreram assédio sexual e 2,06% mais casos de denúncias em ambiente de trabalho. As denúncias no ministério público do trabalho foi de 165 em 2014, para 340 em 2018). MAIS PERTO DA NOSSA ÁREA DE ATUAÇÃO: O CENÁRIO NO SEGMENTO MICE. Segundo os dados da UFI Global – Association of the Exhibition Industry, as mulheres se destacam por serem mais comunicativas, multi-tasking, organizadas, empáticas, pacientes e flexíveis. Porém: 53% não se sentem tratadas com igualdade em relação ao salário; 52% sentem que não têm as mesmas oportunidades de carreira; 78% acreditam que licença maternidade impacta negativamente seu crescimento e 68% acreditam que a discriminação institucional impacta negativamente seu crescimento. NÓS PRECISAMOS DE MUDANÇAS. E PARA ONTEM! Não apenas porque os números da desigualdade de gênero são mais alarmantes no nosso segmento do que no mercado de trabalho em geral, mas também porque o segmento MICE tem em seu DNA o servir. E servir aos nossos clientes.

36 www.revistaebs.com.br | 22a edição

E OS NOSSOS CLIENTES ESTÃO MUDANDO! Dentro da Reed Exhibitions estamos ouvindo nossos clientes pedindo por eventos B2C que seja um ambiente respeitável para as famílias e nos eventos B2B, que os estandes estejam preparados com vendedores técnicos para atender ao público, e não mais promotoras mulheres com roupas provocativas. Muitas empresas já entenderam os diversos benefícios de uma liderança diversificada e estão adotando a diversidade de gênero e de minorias. São agora ambientes seguros, que buscam equidades e constantes transformações. O MERCADO DE EVENTOS SERVE AOS MERCADOS. Se não acompanharmos essas mudanças, vamos perder a relevância para as empresas. As soluções em prol da igualdade de gênero podem surgir de onde menos esperamos. Na prática, algumas ações básicas (e até mesmo óbvias) ajudam a encurtar essa jornada. Estimule diálogos abertos e honestos sobre igualdade de gênero, onde todos tenham espaço para errar, aprender, questionar e pedir ajuda. Talvez o mais importante seja percebermos que, todos nós, de alguma forma, ainda somos parte do problema. Ninguém está livre de ter algum tipo de viés, e estarmos atentos a isso já é um passo rumo à transformação. Vamos juntos! E você, o que vai fazer hoje para abraçar essa transformação?

Divulgação

través de uma breve pesquisa realizada, busquei entender melhor o cenário da participação feminina no Mercado de Eventos, e venho aqui compartilhar as descobertas. Estudos mostram que com pelo menos 30% das mulheres no papel de liderança em uma empresa, esta está 1,4 vezes mais propensa a ter um crescimento contínuo e lucrativo além de 15% a mais de rentabilidade. Embora ter tantas mulheres em cargos de liderança e alta liderança (boards administrativos das companhias) ainda pareça um objetivo de longo prazo, empresas em todo o mundo estão se dando conta de que abraçar a diversidade de gênero é relevante, e é preciso começar a agir agora. Segundo dados do Movimento Mulher 360°, ter mais mulheres nas organizações ajuda a aumentar a diversidade de opiniões e a falar com mais consumidores, o que acaba por beneficiar os negócios, aumentar o lucro e geram impactos concretos na: atração de novos talentos, retenção de funcionários, maior criatividade por conta das diferentes visões de mundo voltadas para a resolução de problemas, ampliação da capacidade de compreensão das necessidades do cliente resultando em retorno de imagem e reputação.

Lígia Rocha é Coordenadora de Insights de Clientes na Reed Exhibitions



MERCADO

Importância das leis de incentivo para o mercado cultural As isenções fiscais estimulam o crescimento de um setor e movimentam a economia

O

s impostos existem para garantir o desenvolvimento social e o financiamento de projetos voltados à população nas áreas de educação, saúde, segurança, cultura e tecnologia, por exemplo. No entanto, em um país com a carga tributária elevada e, ao mesmo tempo, com retorno que se mostra ineficaz para a sociedade, por meio das leis de incentivo fiscal, empresas e cidadãos têm a oportunidade de escolher a destinação que desejam dar aos seus tributos.

As leis de incentivo são baseadas no princípio da renúncia fiscal. O governo abre mão de uma porcentagem de um determinado imposto, para que esse valor seja atribuído a projetos sociais ou culturais. No âmbito federal, os tributos que abrangem as leis de incentivo fiscal são o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social Sobre o Lucro (CSSL). No âmbito estadual, é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); e no municipal, são o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto Sobre Serviços (ISS). As principais leis de isenção existentes no país são: Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), Lei do Audiovisual, Lei de Incentivo ao Esporte, Programa de Ação Cultural, Programa Nacional de Oncologia (Pronon), Programa Nacional de Acessibilidade (Pronas) e Fundos Municipais da Criança e do Idoso. 38 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Foto: Alexandre St-Louis / Unsplash

Por Priscila Palacio


Fernando Elimelek, CEO da Playcorp

POLÊMICAS X MUDANÇAS Denúncias envolvendo a Lei Rouanet vieram a público e permearam as redes sociais estimulando a indústria de notícias falsas (as famosas fake news) em torno do tema. As notícias envolviam principalmente artistas famosos que buscavam recursos para suas produções por meio da utilização da lei. Porém, o fato de um artista submeter o projeto não significa que ele conseguirá patrocínio. A primeira polêmica surgiu em 2006, quando o Cirque de Soleil conseguiu captar 9,4 milhões de reais para realizar no Brasil sua turnê Saltimbanco, que vendia ingressos no valor de até 370 reais. No entanto, não havia na lei um veto para isso. Houve até um pedido de abertura de CPI protocolado na Câmara dos Deputados, questionando os critérios utilizados na aprovação de projetos e o apoio a eventos de grande porte. O atual governo anunciou algumas mudanças na lei. Segundo a Secretaria de Cultura, o objetivo é distribuir melhor os recursos, que em sua maioria estão concentrados nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Além da mudança

do nome, que passou a ser Lei de Incentivo à Cultura, foram anunciadas outras medidas: o limite para captação de recursos pela lei vai baixar de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão por projeto. No caso de uma mesma empresa que apresentar várias propostas diferentes poderá receber, quando somados todos os eventos patrocinados, até R$ 10 milhões por ano. Anteriormente, o teto era de R$ 60 milhões. Mas esse teto possui uma série de exceções, principalmente quando se fala em projetos de Planos Anuais, museus e outros. "A reformulação da lei pode contribuir para acabar com essas polêmicas, hoje, as principais críticas são que a maior parte do dinheiro está concentrada no eixo Rio-São Paulo, em alguns proponentes e que 90% dos investimentos dos patrocinadores estão em projetos que mais parecem ações promocionais", analisa Felipe da Veiga, sócio-fundador da Incentivarte Consultoria, empresa de consultoria em projetos incentivados. No entanto, Felipe acredita que as mudanças promovidas pela nova normativa não resolvem o problema de distribuição fora do eixo Rio-São Paulo e afetam basicamente o setor de teatro quando estabelece um teto para produções do segmento. "A mudança necessária para uma melhor distribuição de recursos, só terá eficiência quando impactar o bolso do patrocinador. Se houver 90% de benefício fiscal no Maranhão, e 60 % em São Paulo, por exemplo, pode ser que mais projetos sejam executados no Maranhão. Por isso, eu vejo que para melhorar a distribuição há duas formas: alterando o benefício fiscal por estado ou criando uma legislação que atrele o percentual de benefício fiscal a características do projeto como local e preço de ingressos, por exemplo. Quanto mais democrático e menos comercial maior o benefício fiscal.", avalia Felipe.

Divulgação

QUEM PODE SOLICITAR Pessoas físicas que atuam na área cultural, como artistas, produtores e técnicos, e pessoas jurídicas, como autarquias e fundações, que tenham a cultura como foco de atuação. As propostas enviadas ao Ministério da Cultura - agora uma secretaria dentro do Ministério da Cidadania - podem abranger diversos segmentos culturais: espetáculos, musicais, peças de teatro, dança, circo, literatura, artes plásticas e gráficas, gra-

vuras, artesanato, museus, e audiovisual (programas de rádio e TV). Após a aprovação do órgão público, o projeto está apto a captar recursos que serão deduzidos do imposto de renda de pessoas físicas ou empresas, sendo os proponentes os responsáveis por buscar patrocinadores. "As leis de incentivo são de grande importância para o fomento da cultura no país, pois patrocínios para qualquer ação cultural, como apresentação de música clássica, shows, festivais culturais, musicais, e outros autorizados pelo Ministério da Cultura, são viabilizados na sua maioria pelas leis de incentivo, uma vez que recursos de marketing são hoje 100% dirigidos para ações de marketing e vendas nas empresas", avalia o CEO da PlayCorp, Fernando Elimelek, com uma experiência de mais de 50 anos no mercado de eventos do país, criador do Reveillon na Avenida Paulista, em São Paulo além de ser responsável pela organização de outros grandes eventos.

Divulgação

LEI DE INCENTIVO À CULTURA: PRINCIPAL FERRAMENTA DE FOMENTO À CULTURA NO PAÍS Criada em 1991, pelo diplomata e filósofo Sérgio Paulo Rouanet, então ministro do Governo Collor, surgiu com a missão de estimular o interesse pela cultura no país, em um período em que produções nacionais eram quase inexistentes. Segundo o Ministério da Cultura (MinC), desde o surgimento da lei foram realizados 53.368 projetos de teatro, dança, circo, cinema, literatura, artes visuais, música design, patrimônio cultural, festas populares e outros segmentos. Em média, são 1.976 projetos por ano, 164 por mês e 5 por dia. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizado pela primeira vez desde que a lei foi criada, mostrou que a cada R$ 1 investido por patrocinadores em 53.368 projetos culturais por meio da lei, R$ 1,59 retornaram para a sociedade por meio da movimentação financeira que abrange a cadeia produtiva necessária para a montagem de um evento. O estudo concluiu que o impacto econômico total da lei sobre a economia brasileira foi de R$ 49,8 bilhões. O valor diz respeito à soma do impacto econômico direto (R$ 31,2 bilhões referentes ao valor total dos patrocínios captados historicamente, corrigido pela inflação) e do impacto indireto (R$ 18,5 bilhões, referentes à cadeia produtiva movimentada pelos projetos). O índice de alavancagem (R$ 1,59) é obtido por meio da divisão do impacto total (R$ 49,8 bilhões) pelo impacto direto (R$ 31,2 bilhões). A FGV desenvolveu uma metodologia específica, que considera as seis áreas culturais contempladas pela Rouanet separadamente: Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Humanidades (setor editorial), Música e Patrimônio Cultural (museus e memória). Foram considerados os valores captados via Lei Rouanet, corrigidos pela inflação.

Felipe da Veiga, sócio-fundador da Incentivarte Consultoria

O mecanismo contribui anualmente para que milhares de projetos culturais aconteçam em todas as regiões do país. Mas os pequenos produtores ainda têm dificuldade em acessar os patrocina22a edição | www.revistaebs.com.br 39


INVESTIMENTO EM CULTURA BENEFICIA EMPRESAS E SOCIEDADE Uma pesquisa produzida pela Union+Webster International, empresa especializada em diagnósticos sobre marcas e hábitos de consumo, aponta que 87% dos brasileiros preferem comprar produtos ou serviços de empresas socialmente responsáveis e que o consumidor brasileiro não se importa de pagar de 5% a 10% a mais pela mercadoria dessas organizações. Neste sentido, as leis de incentivo também podem ser uma oportunidade para empresas reforçarem a imagem corporativa, posicionando-se como empresas socialmente responsáveis. Também é um meio de engajar o público-alvo com base em interesses e afinidades por meio de algo que contribua para a transformação social. A 3M patrocina vários projetos via lei de incentivo. Um deles é a Mostra 3M de Arte, maior projeto da companhia, está em sua nona edição e em 2019 acontecerá pela terceira vez no Largo da Batata, em São Paulo. A empresa 40 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Pixel Show 2018

Luiz Serafim, head de marketing da 3M do Brasil

busca apoiar principalmente projetos alinhados com sua marca. "Buscamos projetos conectados com inovação, criatividade, ciência, tecnologia e empreendedorismo, porque são temas que pertencem aos valores mais profundos da companhia, potencializando a marca e a cultura organizacional dentro de suas verdades. As leis de incentivo representam um mecanismo inteligente e precioso para o fomento da cultura no país. Contribuem para o desenvolvimento de uma sociedade mais informada, educada, sensível, diversa e criativa, impactando a formação de público, criadores e empreendedores, trazendo impacto econômico significativo com a geração de renda e empregos", afirma Luiz Serafim, head de marketing da 3M do Brasil. O Pixel Show, maior festival da América Latina, focado em criatividade 360 graus, completa 15 anos e é um dos apoiados pela 3M. Patrocinado via leis de incentivo, o projeto conta com 85% das atividades gratuitas disponíveis ao público. Símon Szacher, diretor-geral de captação de recursos do festival, orgulha-se do sucesso do festival financiado via lei de incentivo. "Na última edição, reunimos 51 mil pessoas no evento como um todo. Menos de 10% desse público acessou as atividades pagas que representaram 15% das atrações disponíveis, que são as palestras e workshops. É muito prazeroso saber que usamos a lei para o bem da população e que

Divulgação

Divulgação: Assessoria

Mostra 3M de Arte 2018

Divulgação

dores e conseguir investimento. Felipe acredita que se não criar ferramentas que permitam o pequeno produtor, de acessar esse dinheiro, ele sempre estará com quem tem acesso ao patrocinador. "Uma forma de criar acesso é promovendo encontros de patrocinadores e proponentes, outra maneira seria determinar que um percentual do dinheiro disponível, seja investido em projetos com valores abaixo de 200 mil reais", sugere. Outro projeto que gerou discussão foi um turnê da cantora Cláudia Leitte. Em 2013, a artista foi autorizada a captar quase R$ 6 milhões para fazer 12 shows nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Na época, a assessoria da cantora, alegou que o objetivo era levar os shows para lugares onde seria inviável ter um evento com o porte dos realizados por ela. A turnê acabou recebendo o apoio de R$ 1 milhão, no lugar dos R$ 6 milhões iniciais. A cantora Maria Bethânia também desistiu do projeto de um blog, com autorização para captação de R$ 1 milhão após receber muitas críticas. Houve até um pedido de abertura de CPI protocolado na Câmara dos Deputados, questionando os critérios utilizados na aprovação de projetos e o apoio a eventos de grande porte.

Divulgação: Assessoria

MERCADO

Símon Szacher, diretor-geral de captação de recursos do Festival Pixel Show

seguindo corretamente, cumprimos as entregas para governo, patrocinadores e, principalmente, para o público que visita o projeto cultural". Símon acredita que houve uma mudança no país em relação a percepção cultural e que as leis de incentivo tiveram papel importante nisso. "Até certo tempo cultura era relacionada somente a shows e megaeventos. A cultura de um povo deve ser entendida de uma forma muito mais ampla. Ela abrange livros, revistas, peças de circuito menor, trabalhos artesanais, entre outras ações. As leis de incentivo são de extrema importância, visto os custos de uma produção. É importante para que produtos culturais de qualidade sejam mantidos e surjam outros. A economia criativa é um mercado enorme que mantém muitas famílias. A revista Zupi, a mais antiga do Brasil focada no universo de arte e design, economia criativa, é um projeto que nasceu em 2006 e sobrevive apenas por conta da lei de incentivo", ressalta Símon.

E mais... Acesse a matéria completa e assista aos debates sobre leis de incentivo apresentados no Congresso MICE Brasil 2019. http://bit.ly/revistaebs-leis-de-incentivo


ARTIGO

Ilustração: freepik.com

Marketing digital NO SEGMENTO DE EVENTOS Por Sandra Turchi

N

no segmento de eventos. Contudo, para aproveitar de todos os benefícios, é fundamental se adequar às especificidades. Um dos erros mais comuns cometidos pelos organizadores de eventos é não criar um planejamento de presença online com diagnóstico, objetivos, metas, orçamento, plano de ações e métricas para análise de resultados. A definição da persona, ou seja, do público do evento, é de importância primordial, pois permite que as pessoas certas sejam impactadas no momento mais oportuno. Uma persona nada mais é que uma personagem criada para representar o participante ideal do evento. É construída com base em dados - e não em hipóteses. Ela tem nome, idade, profissão, escolaridade, interesses, sonhos e desafios fictícios. A persona é imprescindível para uma estratégia de marketing digital porque ajuda a compreender as necessidades e os desejos do público de modo mais substancial. No planejamento de presença online também precisa conter a estratégia de canais. Ou seja: os meios que deverão ser usados para alcançar o público e conquistar os objetivos do evento. Os mais comuns, no mercado brasileiro, ainda são sites e mídias sociais. Eles devem continuar sendo utilizados, tanto organicamente como através do impulsionamento de postagens. Mas, também recomendo uma integração com outros canais, desde anúncios pagos, até táticas de SEO e ações de inbound marketing. Os anúncios pagos, ou AdWords, têm o propósito de aumentar a exposição dentro dos resultados de busca

do Google. Proporciona alcance imediato, gerando mais tráfego para o site do evento e trazendo bons resultados no curto prazo. Já o SEO tem a finalidade de melhorar o posicionamento nos resultados orgânicos (gratuitos) dos mecanismos de busca. É uma tática de médio a longo prazos, ao contrário dos anúncios pagos - o intervalo mínimo para surtir efeito é de aproximadamente três meses. O inbound marketing, por sua vez, é um conjunto de ações de "educação" do público potencial do evento por meio de conteúdo: os usuários percorrem uma jornada de conhecimento que, ao final, os leva a entenderem que precisam comparecer ao evento que está sendo divulgado. O tema é rico e cheio de ramificações. Mas, a mensagem que quero reforçar é: acreditar que o público vai se inscrever naturalmente no evento é um erro. Investir em marketing digital é imprescindível. Há muito que compartilhar sobre o assunto. Aproveito a ocasião para te convidar a visitar a próxima edição da Feira EBS. Gostaria de continuar a conversa prazerosa que demos início neste ano, e retomamos aqui, neste artigo. Será maravilhoso nos conectarmos pessoalmente. Divulgação: Digitaltalents

o início de Junho, tive a honra de ministrar uma palestra na 17ª edição da Feira EBS sobre marketing digital no segmento de eventos. Na ocasião, expliquei sobre a evolução do conceito de marketing, sobre as diversas estratégias online indicadas para o setor e também como os profissionais da área de eventos podem se valer de táticas e ações digitais para gerar conversão e aumentar o envolvimento com os seus públicos de interesse. Neste artigo, a proposta é retomar a conversa prazerosa que os visitantes da Feira EBS e eu tivemos na tarde do dia 6 de Junho, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Lançar produtos, fortalecer marcas, promover um debate ou estreitar o relacionamento com clientes, funcionários ou fornecedores. Seja qual for a finalidade do evento, o marketing digital pode ajudar a conquistar os propósitos. Os principais benefícios são: alcance, ressonância, interatividade e maior segmentação do público-alvo, além da mensuração de resultados - e da possibilidade de correções de rota em tempo real. Essa última característica, aliás, é um dos grandes diferenciais em relação ao marketing tradicional. Afinal, quem não quer saber quanto está investindo e aferir os primeiros resultados, contornando problemas de operação iniciais (e prejuízos de longo prazo), e encontrando novas oportunidades a todo o momento? Na comparação com o offline, também posso ressaltar a possibilidade de investimentos mais baixos. Anunciar em televisão, rádio e mídia impressa custa muito caro. E, como se não bastasse o valor elevado, a capacidade de enxergar com clareza se o investimento faz sentido, no geral, ainda continua limitada. Não à toa, players dos mais variados tamanhos e mercados de atuação têm apostado em estratégias de marketing digital. Principalmente,

Sandra Turchi é diretora e fundadora da Digitalents, empresa de consultoria, treinamentos e headhunting ligada à Transformação Digital

22a edição | www.revistaebs.com.br 41


Divulgação: Vecteezy.com

COMUNICAÇÃO

Comunicando melhor A comunicação não-violenta trabalha a empatia e a escuta e traz ganhos para empresas e pessoas Por Luciana Lima

42 www.revistaebs.com.br | 22a edição

carregada de julgamentos. Muitas vezes não temos consciência do impacto que esse modelo causa e, por isso, repetimos. Contudo, a comunicação é uma via de mão dupla e por isso precisamos nos atentar para a forma que nos expressamos e ouvimos o outro”, afirma Wanda Quadra, fundadora da consultoria Be Coaching. Para melhorar a forma como nos comunicamos com o outro, em 1960 o psicólogo norte-americano Marshall B. Rosenberg criou o processo de comunicação não-violenta (CNV), que busca facilitar o diálogo entre as pessoas a partir da observação e da empatia. No âmbito corporativo, o objetivo é conse-

guir melhorias no clima organizacional e na produtividade da empresa, sem humilhações, ofensas, coações e ameaças a nenhum colaborador. “A comunicação não-violenta prevê uma forma de interagir com o outro que nos leva a utilizar palavras que nos tragam o mais positivo, ou seja, nos fortalecendo a continuar sendo humanos mesmo em

Divulgação

C

riar ambientes de trabalho colaborativos, nos quais as pessoas se relacionem de forma harmoniosa, é um desafio para qualquer organização. Principalmente em momentos de crise econômica e bastante pressão por resultados, é comum que os ânimos se exaltem e conflitos apareçam. A comunicação, fundamental para qualquer relacionamento e inata ao ser humano, pode ser a chave para criar um bom clima organizacional. Mas, mesmo que se comunicar seja imprescindível para todos nós, este exercício nem sempre é fácil. “Nós somos educados para reproduzirmos uma comunicação alienante,

Wanda Quadra, fundadora da consultoria Be Coaching


Mariza Baumbach, analista comportamental, gestora e pedagoga

POR QUE É TÃO DIFÍCIL PRATICAR A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA? Uma das maiores dificuldades em adotar a CNV é a ausência do autoconhecimento. Grande parte das pessoas não percebe quem é, onde está e por que está. E vive uma vida frenética. Sem olhar para si mesmo é muito difícil olhar para o outro e entender as suas necessidades. “Hoje em dia vivemos um analfabetismo emocional. Desde criança não somos estimulados a entender e diferenciar os nossos sentimentos, por isso não conseguimos nos apropriar das nossas emoções”, afirma Allessandra Canuto, especialista em gestão estratégica e de conflitos e sócia da AlleaoLado. Paralelo a isso, tendemos a associar mostrar sentimentos com vulnerabilidade e fraqueza. De acordo com Marshall, a natureza do ser humano é ser compassivo e a comunicação não-violenta é uma forma de resgatar essa capacidade. Por isso, para praticar a cnv, os indivíduos precisam exercitar a empatia: a capacidade de se colocar no lugar do outro. E, ao contrário do que aparenta, embora algumas pessoas sejam mais empáticas que outras, essa característica não é algo inata no ser humano. "Empatia é uma questão de se conscientizar, é uma escolha. Precisamos começar a perceber

1

OBSERVAÇÃO Olhar a situação de forma neutra, o que de fato acontece sem tecer julgamento ou avaliação. Dizendo o que nos agrada ou não naquilo que os outros fazem ou dizem, sem tentar apontar o certo ou errado;

2

SENTIMENTOS Avaliar o sentimento que surgiu na ação;

3

NECESSIDADE Identificar as necessidades que estão ligadas aos sentimentos que tivemos;

4

PEDIDO O que realmente queremos da outra pessoa de forma clara e objetiva para atender as necessidades advindas dos sentimentos gerados da ação inicial.

quando julgamos ou mesmo queremos 'ensinar' o outro, algo muito comum nas empresas, e não percebemos e respeitamos a forma como ele enxerga o mundo", afirma, Allesandra. TODOS GANHAM Os impactos de utilizar a comunicação não-violenta nas organizações são vários. Funcionários desmotivados, se tornam menos engajados e consequentemente produzem menos ou mesmo aumentam a rotatividade das companhias. "A comunicação não-violenta melhora o clima organizacional porque as pessoas enxergam que podem ser elas mesmas, se sentem consideradas", afirma Allessandra. Wanda reitera que quando as pessoas se sentem valorizadas elas também se tornam mais colaborativas e genuinamente querem contribuir para a empresa - além de evitar problemas de saúde e o consequentemente aumento

Divulgação

Divulgação

OS PILARES DA COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA Muitos acreditam que para praticar a uma comunicação positiva basta apenas retirar palavras ofensivas ou gestos bruscos do vocabulário. Contudo, a prática da comunicação não-violenta é algo que vai muito além disso. "Falar de forma educada e calma pode trazer um conteúdo bem recheado de ironias e cinismo, por exemplo. O sentido da CNV, contudo, está na expressão dos nossos sentimentos para a resolução de conflitos", completa Mariza. Por isso, a comunicação não-violenta é estruturada em quatro pilares fundamentais conforme quadro ao lado.

Pilares fundamentais da comunicação não-violenta

Allessandra Canuto, especialista em gestão estratégica e de conflitos e sócia da AlleaoLado

de absenteísmo. "Cuidar dos nossos relacionamentos é cuidar da nossa saúde. Um dos principais fatores de estresse no trabalho são os relacionamentos interpessoais. Algumas pessoas, inclusive, sofrem de burnout por conta de conflitos no trabalho. A CNV surge para quebrar esse ciclo, aumentar a colaboração, a confiança e o engajamento", diz Wanda. Os gestores também podem se valer da comunicação não-violenta para melhorar a forma como inspiram e lideram os times. "A necessidade é humana e universal, então quando um líder se expressa, ele se conecta e gera uma vontade por parte dos liderados em contribuir, além de aumentar a clareza para o time", afirma Wanda. No mundo de hoje, onde não há mais espaço para aquele perfil de líder autoritário, do tipo manda quem pode obedece quem tem juízo, a comunicação não violenta pode ser uma grande aliada também. "Muitas vezes temos relatos de chefes gritando com funcionários em público. Isso demonstra falta de inteligência emocional e expõe a própria empresa - além dele próprio - a prejuízos como denúncias de assédio moral. Um líder deve ser claro em suas colocações e mostrar que está junto para ajudar e orientar. Os liderados devem se sentir acolhidos e não com medo da liderança", diz Deborah Vasques, gestora de RH e advogada trabalhista.

Divulgação

situações de crise”, diz a analista comportamental Mariza Baumbach.

Deborah Vasques, gestora de RH e advogada trabalhista

Por fim, para conseguir ouvir e entender os sentimentos do outro é preciso inteligência emocional para entender a si próprio e reconhecer que a forma como nos comunicamos não é a mais adequada. "O principal fator é identificar que há necessidade de mudança, pois se auto avaliar e entender que a comunicação não está fluindo as vezes pode ser difícil. Uma vez identificado, trabalhar o lado emocional para iniciar uma melhor comunicação que os resultados fluirão", diz Deborah. Mesmo dolorido no começo, quando os ganhos de uma comunicação melhor começam a aparecer, você percebe que o esforço e experiência são positivas e isso gera um ciclo virtuoso. 22a edição | www.revistaebs.com.br 43


Ideias no papel e cabeça no lugar, os componentes de uma carreira de sucesso Para competir com o ritmo mecânico do mercado de hoje, só mesmo pensando fora da caixa; mas sem deixar a cabeça superaquecer Por Lucas Berti

N

o filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (2005), o pai do garoto Charlie Bucket perde o emprego em uma indústria de pasta de dente para um braço robótico, que faz o trabalho de tampar as bisnagas de forma muito mais rápida. O longa, relançado há 14 anos e carregado de metáforas, deixa uma série de lições necessárias e valiosas – ainda que não tão doces de engolir quanto os cenários de Tim Burton. Assim como o esforçado Senhor Bucket, às vezes ficamos para trás à medida que não acompanhamos o progresso da tecnologia, dos serviços ou mesmo de um mercado competitivo. E, de forma similar, também precisamos cavar fundo na cabeça para buscar soluções e voltar à competição. 44 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Para superar essa tal concorrência "mecanizada", contra adversários que não são necessariamente de lata, só mesmo pensando fora da caixa. Por mais industrial que seja o ritmo do mercado atual, com funcionários eficientes, mas limitados, quando há um empate no quesito eficiência, o vencedor se sobressai na capacidade de criar. E isso não se faz com braço biônicos ou com as repetições de sempre. O que nos difere de máquinas, animais – e do óbvio – é a capacidade de ir além, seja com rápidas sinapses em nossas tomadas de decisão, ou na elabo-

Foto: freepik.com

PERFORMANCE


Fabiano Souza, gerente nacional de Key Accounts da Under Armour

Segundo o executivo, conciliar esses elementos torna a ideia mais efetiva, o que evita que seja desperdiçada. E como esses lampejos inovadores não são fruto da mesmice e nem dos que trabalham ao estilo linha de produção, é essencial ser criativo, visto que o "o mercado já não aceita" quem não pensa assim, conta o gerente. "A criatividade profissional é muito importante. Lembro que comecei em outra grande empresa do ramo esportivo como assistente comercial, mas sempre gostei de fazer análises e entregar tudo mastigado para os gerentes, detectando o que estava ruim e poderia melhorar. Isso ninguém fazia. Hoje o mercado já não aceita falta de iniciativas. Precisamos de pessoas que pensam", diz. Caso uma ideia surja, o ideal é não

se acanhar. "Mostre para seu superior. Isso é fundamental, se você pensa em crescer na sua carreira, sendo gestor ou diretor, você precisa ter esse mindset – ou vai ficar estagnado na mesma posição, como um robô". Olho sempre no futuro, mas nada de se robotizar.

Divulgação

CONTINUE A NADAR (SÓ NÃO EXAGERE) A definição de resiliência é ampla e acompanhada de muita polêmica. De acordo com a coach de vida e carreira Cecilia Pavan, o termo pode ser resumido a "aprender a conviver com o 'cai levanta, cai levanta' que faz parte da vida", algo que torna nossa rotina mais feliz quando se "aprende a viver com isso".

Cecilia Pavan, Coach

Obviamente, lidar com os baques da vida é algo inerente à existência humana, mas não estamos nesta vida só para sofrer. Para distinguir o que é resiliência da romantização do sufoco, segundo a especialista, precisamos "ter clareza no que queremos, principalmente em relação à vida profissional". "Quando temos essa clareza a nosso favor, não romantizamos o 'perrengue' e, dessa forma, podemos persistir. Ou mesmo recalcular a rota, algo que faz muito sentido dentro de uma carreira. Às vezes temos um sonho, mas vemos que ele muda. Dessa forma, estar aberto a mudanças faz parte da resiliência", completa. A solução está em uma palavra mágica: efetividade. Você conhece aqueles viciados em reuniões sem sentido? Pessoas assim são reféns de uma análise de desempenho que, vez ou outra, mostra números que não correspondem a performance, mas ao alto volume. É bom lembrar que, em alguns momentos, menos é mais. Da mesma forma que de nada serve um colaborador que se limita a viver o dia a dia sem estimular a criatividade, não adianta se matar no escritório achando que isso vai fazer de você um profissional exemplar. NO LIMITE Parece lógico, mas muita gente ainda

acha que o sinônimo de 'trabalhar bem' é 'trabalhar até chegar em casa feito um trapo'. Um dos argumentos contrários a isso é o aumento de casos de burnout (ou esgotamento profissional), que já entra no radar da Organização Mundial da Saúde (OMS) para integrar a nova Classificação Internacional de Doenças (CID). Segundo a psicóloga Leticia Innocencio, esse transtorno não atrapalha só a vida no expediente. "Não acarreta só em problemas no trabalho, como traz sintomas para a vida pessoal. Começa com desmotivação, insegurança, baixa energia, até compor um quadro depressivo. São coisas associadas", explica. Com o crescimento do estresse no trabalho, é essencial que o cuidado com a saúde mental entre em cena. O ideal não é só recorrer ao apoio de um psicólogo quando a situação estiver difícil, mas sim manter a vida em equilíbrio mesmo na época em que tudo parecer em ordem. "Fazer terapia é muito importante na construção de uma carreira de sucesso. Esse cuidado significa investir em um uma postura mais assertiva, segura e vai ajudar a superar dificuldades. Alcançar patamares altos não acontece sempre por um caminho tranquilo. Cuidar da mente vai sempre ajudar a tomar as melhores decisões nesse trajeto", explica. Se permitem a heresia do spoiler, o Senhor Bucket, preterido pela gerigonça de aço, termina o filme sendo recontratado pela empresa de pasta de dentes ao consertar justamente máquina que tomou seu cargo. Não é certo que em todos os nossos tropeços, retornaremos de forma triunfal como ele. Mas como moral da história, podemos entender que com paciência e atitudes efetivas, chegamos lá.

Divulgação

Divulgação

ração de ideias práticas, seja em uma campanha inteligente ou em uma melhoria que ninguém enxergou. E se essas habilidades humanas nos dão asas (sem mesmo precisar de energéticos entre as reuniões), também não nos eximem de ficar entre erros e acertos. O importante é se arriscar sempre. Para o gerente nacional de Key Accounts da Under Armour, Fabiano Souza, criar e ter uma atitude ousada podem ajudar a prever o rumo do negócio no curto prazo. Quando se perde a timidez e o "clique" é aplicado sem medo, é possível avaliar quão suscetível a mudanças está o seu serviço, evitando possíveis derrapagens e, claro, podendo gerar um efeito positivo. Funciona como um termômetro. "Claro que as grandes marcas estão sempre se reinventando e buscando tecnologias novas e um diferencial. Mas nós temos que fazer também uma boa análise de desempenho para buscar um possível gap, seja para detectar oportunidades como para prever problemas", conta. 'Tente outra vez', diria aquela velha canção. Mas para persistir com eficácia, o importante é levar em conta todos os fatores, equilibrando uma cartada de mestre e a hora certa de colocá-la no jogo.

Leticia Innocencio, Psicóloga

MARQUE NA AGENDA Pode parecer desanimador, mas não basta ter boas ideias e a mente bem cuidada para que o brainstorming se faça sozinho. Se você vive um fluxo de criatividade, comece a desenvolver pequenos hábitos no seu dia a dia que não deixem os devaneios valiosos 22a edição | www.revistaebs.com.br 45


PERFORMANCE

DICAS VALIOSAS

A

Tudo começa identificando o tamanho da ideia. Coisas muito ambiciosas podem parecer inalcançáveis no primeiro momento. Aposte em uma visão panorâmica.

B

Qual o esforço necessário e qual impacto minha ideia vai causar? Se for um esforço enorme para um impacto pequeno, a ideia não precisa ser priorizada – talvez não naquele momento. Mas quando a empreitada vale a pena (ou é necessária), o ideal é dividir sua grande ideia em pequenas partes. Fica mais fácil visualizar e entender como executar.

A partir disso, vale a pena seguir alguns passos e responder às perguntas:

1

Quais áreas serão necessárias?

2

Quem responde por essas áreas?

3

A ideia é atingível?

Como ações precisam ser aprovadas e há uma hierarquia a se respeitar, o ideal é montar uma apresentação ao estilo fluxograma com essas questões já respondidas, a fim de se antecipar. Mais importante do que isso, tente mostrar que a ideia partiu de você, mas pode motivar mais pessoas da própria empresa.

46 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Marcio Esher, diretor da Banco de Eventos

Marcio Esher acredita que uma cabeça criativa precisa de um leque de atividades rotineiras, como "lazer, viagem, busca pela cultura, família, esporte, diversão". "São momentos que trazem experiências e prazeres que sem dúvida alguma deixam o profissional 'arejado', pronto para fazer a diferença no seu trabalho". “IR A CAMPO É FUNDAMENTAL” O ato simples de sair do lugar do dia a dia já pode oferecer uma quebra de paradigmas, afastando o comodismo mental e revelando novas possibilidades. Com um bloquinho e uma caneta, é possível pinçar o que, lá na frente, pode virar matéria-prima para aquela ideia de ouro. O VP de Criação da ROCK Comunicação, Carlos Gurgel, defende o

contato com o universo existente fora da empresa: "Ir a campo é fundamental. Na Rock Comunicação, não apenas estimulamos como oferecemos a possibilidade para que nossos colaboradores estejam sempre em contato direto com os mais variados eventos e acontecimentos da área de live marketing, inovação e para o executivo, colocar a multidisciplinariedade em prática gera ganhos e agrega valor ao serviço: "Em termos criativos, é essencial que possamos aliar o desk research [levantamento/ apuração de dados e informações] à vivência in loco nos eventos para que se possa agregar valor às nossas entregas", aponta.

Divulgação

Mahya Baldacci, executiva de marketing da Johnson & Johnson

ALÉM DO EXPEDIENTE Buscar motivação também é algo que se faz da porta para fora. Quando em uma fase de seca criativa, o ideal é ir em busca de um certo tempero para aguçar as têmporas. Para o Diretor da Banco de Eventos, Marcio Esher, trabalhar motivado significa "acordar todo o dia com a missão de dar um 'show' ". Por isso, mexer o corpo é importante. Ou mesmo ir de encontro a algo que te faça dar um show. Ouvir o que outros profissionais têm a dizer é um bom investimento. Como o tempo é curto, una a necessidade à descontração e busque palestras, simpósios ou mesmo grupos de debate para arejar as ideias. Nem tudo precisa ser feito com uma gravata no pescoço. Para Esher, isso ajuda a manter o equilíbrio. Da mesma forma, é preciso estimular o pensamento respeitando os limites (muitas vezes exageradamente estreitos) entre vida e carreira. Quando fazemos isso com parcimônia, essas frentes se complementam: "A maneira mais fácil de planejar nossa trajetória é entender que a vida profissional e a pessoal são duas linhas paralelas que devem sempre estar em ascendência e nunca devem se cruzar, a fim de evitar um possível conflito", alerta.

Divulgação

Divulgação

desaparecerem. As dicas abaixo elaboradas pela executiva de marketing da Johnson & Johnson, Mahya Baldacci, são bastante práticas. "É importante estruturar seu pensamento. Use post-it, PowerPoint, colha opiniões de uma equipe multifuncional, envolva outras áreas. Se você traz outras pessoas para um projeto, elas sentem que são responsáveis por ele também", compartilha Baldacci.

Carlos Gurgel, VP de Criação da ROCK Comunicação

E qual o poder que isso rende ao profissional? Para Gurgel, a palavra é "vantagem competitiva", uma velha conhecida do mundo corporativo, que pode ser definida como a diminuição da concorrência por meio de um diferencial no serviço. Como profissionais são ativos da empresa, se eles ganham, a empresa ganha também. E se a empresa se fortalece – e aumenta benefícios e premiações – os colaboradores comemoram. Deve-se admitir que a troca é válida; e não custa nada bater perna por aí. "Acreditamos no poder da criatividade como vantagem competitiva em um mercado cada vez mais saturado. E o poder das ideias não pode se render ao comum. Além de participar de maneira passiva dos eventos, acredito que é também papel da agência propor o diálogo, trazendo novas discussões para o mercado", encerra. Com tudo isso - da ousadia criativa ao plano equilibrado de carreira e das sessões de terapia ao brainstorming pessoal - não é difícil perceber que o ponto primordial na construção de uma carreira sólida é não se acomodar. Mesmo na maré boa, precisamos remar aqui e ali para nunca sair da rota certa, ou mesmo buscar uma nova. Busque, inove, desafie-se e cuide de seu principal alicerce: você mesmo.



Foto: Alexis Pagliarini

COBERTURA

Sessentão ainda sexy Por Alexis Pagliarini

E

lá fui eu para mais um Cannes Lions Festival, o maior evento de criatividade do mundo. Esta foi a 66ª edição! E o festival sessentão continua atraindo criativos do mundo inteiro. Perto de 10.000 participantes, de mais de 90 países, correm para a Riviera Francesa na terceira semana de junho, em pleno verão em Cannes. Minha primeira vez foi 22 anos atrás. E, a cada edição, o mesmo deslumbramento e a sensação de estar reciclando os neurônios, provocando novas sinapses, se abrindo para a criatividade. Afinal, além das 27 categorias de premiação, o festival apresenta um conteúdo traduzido em palestras, workshops e seminários, feitas por mais de 300 speakers. Nos últimos 4 anos eu tenho ido a Cannes graças a uma parceria da Fenapro, instituição da qual 48 www.revistaebs.com.br | 22a edição

sou o Diretor Superintendente, com o Estadão, que é o representante do festival no Brasil. Neste ano, além da parceria com o Estadão, contamos ainda com o apoio da GettyImages. Além de fazer a cobertura geral do evento, eu tenho ainda a missão de fazer um resumão do que melhor acontece para, no retorno ao Brasil, realizar um roadshow, apresentando os cases vencedores e os insights gerados. No ano passado, realizei 14 apresentações pelo Brasil, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Mas este ano eu tenho uma missão adicional: a revista EBS me pediu uma visão exclusiva do festival, sob a ótica do evento em si. Então vamos lá. Começando pelo espaço principal do evento, o Palais des Festival et des Congrès. É um complexo enorme, de mais de 30.000 m², com 5 auditórios e mais

26 salas de tamanhos variados. É possível atender perto de 30.000 pessoas simultaneamente nos seus espaços. Fica à beira mar, ao lado do porto de Cannes, o que dá um charme especial ao local. O Cannes Lions ocupa praticamente todos os espaços do Palais. E tem ainda um monte de atividades paralelas, invadindo os espaços públicos da famosa Croisette (avenida à beira mar) e suas praias na semana de 15 a 19 de junho. Para onde você olha, tem atividade acontecendo, com uma profusão de marcas do universo de marketing e comunicação. Para facilitar o acompanhamento e participação, o festival dividiu a premiação e o conteúdo em 9 tracks: Communication (Comunicação), Craft (Qualidade de Produção), Experience (Experiência), Entertainment (Entretenimento), Good (Ações para o bem da


Foto: canneslions.com

Foto: canneslions.com

Foto: canneslions.com

30.000m2 de espaço com exposições, palestras, workshops, premiações, festas e muito mais.

à praia. E tem ainda aqueles que programam festas e atividades paralelas em iates e outros espaços alternativos. Ou seja: pensa num evento em que você vai dormir com a sensação de que perdeu um monte de atividade. Este evento é o Cannes Lions. É simplesmente impossível acompanhar tudo. Acabou a programação de palestras? Tem happy hours te esperando por todo o lado. Mas vá com calma porque todos os dias, a partir das 19h00, tem as cerimônias de premiação. O bom é que no verão de Cannes escurece muito tarde, lá pelas 22h00. Então dá para estender o dia e a noite. Bateu uma fome na madrugada? A DV – DoubleVerify oferece pizza de graça, das 23h00 às 4h00. CDFs, como eu, fogem dessas baladas porque na manhã seguinte tem muita ralação esperando desde cedo. Mas dá para curtir a gastronomia da Côte D'Azur e os passeios pela praia ou pelas charmosas ruas do Le Suquet, que foi

Principais atividades do Cannes Lions Festival Palestras

Cannes Lions School

Workshops

Roger Hatchuel Academy

Forum

Young Lions Academy

Premiações (todas as noites)

Projeto especial See it Be it

Coletivas de imprensa

participaçãodas mulheres nas áreas criativas das empresas e agências. Inclui palestras e debates específicos.)

(Um projeto voltado a ampliar a

Apresentações e debates paralelos (nos estandes fora do Palais)

Cannes Creative Leaders Programme CMO Accelerator Programme Cannes Lions Educators Summit

apelidado pelos brasileiros de Pelorãn (versão afrancesada de Pelourinho), pela semelhança com o nosso Pelorinho, de Salvador. E tem o comércio chique da Rue D'Antibes e até as lojas de descontos da Rue Meynadier, que eu apelidei de vingt-cinq de mars (Vinte e Cinco de Março afrancesada). Para você ter uma ideia da complexidade do evento, relacionei as principais atividades do evento. Veja o quadro abaixo. Além de abraçar causas e movimentos, com os de igualdade de gênero e de combate ao preconceito, o evento tem uma especial atenção com a sustentabilidade. O kit que você recebe no momento de credenciamento inclui uma credencial biodegradável, uma garrafa de água não descartável (para que você reabasteça ao longo do evento), uma sacola feita com material reciclado e o mínimo de papel. O programa não é mais impresso e só pode ser acessado pelo App. Mas o mais importante da participação num evento dessas dimensões e com tanto conteúdo é o que ele é capaz de mexer com a sua cabeça. "Ninguém volta igual de Cannes", dizia uma peça de divulgação do evento. E é verdade! O evento tira o sono e faz seu cérebro trabalhar conexões pouco usuais. É um exercício concentrado de desenvolvimento da capacidade criativa. Se você se interessa por criatividade, coloque o Cannes Lions no seu radar. As datas para 2020 já foram marcadas: 22 a 26 de junho. Espero ver você lá!

CLX-Connect, Learn, Experience (Um espaço que reuniu players mundiais das áreas de media e conteúdo, com estandes, palestras e matchmakings comerciais. As marcas presentes ao espaço CLX foram: Activision, Adobe, Amazon/Huge, Blizzard, Microsoft, NBCUniversal, Stitcher/Wondery/iHeartRadio and TikTok.)

Divulgação

humanidade), Health (Saúde), Impact (Impacto), Innovation (Inovação) e Reach (Alcance). Assim, os participantes podem seguir a trilha de maior interesse e diminuir a sensação de F.O.M.O. (medo de perder algo). As grandes marcas montam super espaços de ativação e conteúdo na praia mesmo, literalmente. Veja quem tem espaços próprios na praia: Google, Facebook, Spotify, Pinterest, Twitter, Verizon, Dentsu Aegis, RTL. E não são simples estandes de demonstração de produtos, são espaços vivos, com muita atividade acontecendo, tanto de conteúdo como de entretenimento para os frequentadores. Nos hotéis de frente para a Croisette, outras marcas ocupam foyers, salas e rooftops. Tudo para atrair potenciais clientes de todo o mundo. Para quem não tem essa bala toda, existe ainda a possibilidade de ficar com um dos espaços das "cabanas", espaços modulares, montados no calçadão junto

Alexis Pagliarini é Diretor Superintendente da Fenapro e cobre o Cannes Lions há 22 anos. É também colunista do PROPMARK (Coluna Beyond the Line)

22a edição | www.revistaebs.com.br 49


Foto: Annie Spratt / Unsplash

GESTÃO

Desafios da Gestão Remota no futuro do trabalho Modelo já adotado por algumas empresas, exige dedicação para obter melhor desempenho Por Priscila Palacio

O

mundo do trabalho vem mudando significativamente. Novas práticas e conceitos de gestão e relações de trabalho vêm sendo adotadas nas companhias. Assunto relativamente novo no Brasil, o modelo de trabalho remoto está crescendo cada vez mais e vem conquistando a preferência de empresas e colaboradores ao redor do mundo. Primeiramente é preciso esclarecer a diferença entre home office e gestão remota. O primeiro é uma forma de gestão remota. É uma flexibilização que as empresas oferecem aos colaboradores para trabalharem integralmente ou parcialmente de sua residência. A frequência é estabelecida pela empresa de acordo com a natureza da sua ativi50 www.revistaebs.com.br | 22a edição

dade. Na gestão remota, a equipe está fisicamente longe do gestor, podendo muitas vezes estar até em países diferentes. O trabalho pode ser feito de qualquer lugar, de casa, de um coworking, quando estiver em campo ou mesmo em outra cidade. MUDANÇA DE PARADIGMA Para as empresas, esse modelo pode significar redução de custos, aumento na produtividade, inclusão de funcionários, sustentabilidade, manter equipes em qualquer lugar do mundo, melhora nos índices de satisfação de clientes e maior satisfação do colaborador. Os gestores de equipes têm papel fundamental nessa transformação. O trabalho remoto também pode ser atrativo para colaboradores talentosos

que buscam por mais flexibilidade. Uma pesquisa realizada pelo Ibope Conecta, revela que existem quase 20% dos profissionais trabalhando remotamente no país. A pesquisa também apontou que 90% dos profissionais entrevistados, consideram que um ambiente de trabalho moderno influenciaria a sua decisão ao analisar uma proposta de emprego e 62% consideram que o ambiente de trabalho moderno não existe sem a chance de poder ter uma jornada de casa. A maioria também apontou que horários flexíveis e permissão para trabalhar em casa definem um ambiente de trabalho moderno e proporcionam mais qualidade de vida. Os setores que mais adotam essa prática é o setor de serviços e as indústrias (58,9% e 60,3%, respectivamente).


Divulgação

Simony Morais, gerente-geral de Gente & Gestão da Locaweb

TECNOLOGIA É ALIADA As sedes das empresas e escritórios não vão acabar, porém sendo o trabalho remoto uma tendência, as empresas precisam estar organizadas e trabalhar de forma inteligente. As versões móveis de ferramentas digitais estão ganhando cada vez mais investimentos. A utilização de ferramentas adequadas, além de reduzir o tempo e as despesas associadas ao trabalho em grupo, mantém a produtividade e conexão da equipe ao longo do dia. Segundo a consultoria Deloitte, 56% das empresas já estão reformulando seus processos de gestão de pessoas, transformando-os em digitais. O portal Transformação Digital realizou uma pesquisa com 740 profissionais de micro, pequenas, médias e grandes empresas de todas as regiões do país. Na pesquisa, 65,5% dos profissionais entrevistados, afirmaram que, nas empresas em que trabalham, o uso de dispositivos móveis para fins profissionais é amplamente difundido. Destes, 57,6% disseram que todos os funcionários estão o tempo todo conectados com a empresa, seja por e-mail, grupos de WhatsApp ou outros aplicativos, e 38,3% afirmaram que só alguns funcionários estão o tempo todo online. Apenas 4,1% disseram que ninguém está o tempo todo conectado. Com a ajuda de um sistema adequado é possível manter os membros da equipe alinhados, permitindo ao gestor comunicar de maneira mais assertiva as estratégias do negócio. Serviço de mensagens instantâneas (bate-papo), ferramentas de relatórios, software de gerenciamento de projetos, videoconferência, computação em nuvem, webinars, telefones em nuvem, compartilhamento de tela, são apenas alguns exemplos de ferramentas tecnológicas que podem auxiliar a gestão e otimizar a produtividade.

Divulgação

O Grupo Locaweb optou por adotar esse modelo de gestão em algumas funções e afirma que a experiência tem sido satisfatória para a empresa e colaboradores. "Temos funcionários que viajam muito, como no caso do departamento comercial, por exemplo. Por outro lado, é uma maneira de baratear os custos de operação em algumas cidades, como Curitiba. O modelo adotado tem se mostrado bastante eficaz. Os colaboradores se adaptaram bem ao novo formato, demonstrando produtividade e empenho, mesmo remotamente", afirma Simony Morais, gerente-geral de Gente & Gestão da Locaweb. As empresas que mais adotam este modelo são principalmente da área de tecnologia, e-commerce e comunicação, pois as atividades executadas apresentam a possibilidade de serem realizadas fora de um escritório convencional. No entanto, algumas empresas tradicionais estudam adotar um modelo híbrido, ou seja, concedendo esse benefício em um ou mais dias da semana. "Algumas posições, entretanto, ainda podem apresentar desafios muito grandes ou até mesmo impossíveis, no caso dos profissionais de saúde, pesquisadores de laboratório, operadores. Há de se considerar também o potencial investimento em ferramentas, que algumas vezes, inviabiliza o projeto. No entanto, essa condição é cada vez mais comum e mais desejada, o que deve levar a um maior número de empresas aderentes a essa modalidade. Na ACI Worldwide, também adepta do modelo, algumas posições não são elegíveis, independente de perfil. Para as demais, a iniciativa em geral é do funcionário e aí o gerente pode decidir ou não pela liberação. Outro fator importante e raramente considerado é o quanto o gestor está preparado para fazer a gestão remota, que é diferente de gerenciar um time local. Então, anualmente, a decisão é revista, bilateralmente. Se a contribuição e as entregas se mantiverem boas, e todos estiverem satisfeitos, a condição permanece. O papel do gestor é criar ferramentas de verificação e avaliar a performance muito mais de perto e constantemente. Também temos muitos funcionários que trabalham parcialmente de casa, até duas vezes na semana, e essa combinação é bastante interessante para a maioria dos funcionários", avalia Miranda Lopes diretora de RH da ACI Worldwide.

Miranda Lopes, diretora de RH da ACI Worldwide

"Sem a tecnologia não seria possível optar por esse modelo de trabalho nem acompanhar o andamento dos processos de trabalho. Aplicações em nuvem, por exemplo, são uma ferramenta essencial para equipes que trabalham remotamente", avalia Simony Morais. "Além de ferramentas de gestão, sobretudo aquelas com time tracking integrado e comunicação organizada, softwares de reuniões virtuais são fundamentais. Não dependa de planilhas e e-mails para fazer gestão remota, porque será uma confusão", observa Laura Lopes, gerente de Marketing e Customer Experience do Runrun.it. "É necessário que a empresa ofereça ferramentas para isso, começando por notebooks com acesso remoto (e sistemas de segurança), ferramentas de comunicação como ramal móvel, videoconferência e chat que facilitam muito a proximidade", opina Miranda Lopes. MOTIVAÇÃO Como uma tendência cada vez mais próxima para muitas empresas, os gestores têm o desafio de liderar, motivar e engajar uma equipe à distância, fazendo com que eles se sintam parte do negócio. A comunicação assertiva é fundamental para o engajamento do colaborador remoto. Segundo relatório da Towers Watson, empresas que investem em comunicação obtém um retorno do investimento (ROI) até 47% superior que outras empresas. "Procuramos remediar isso com contatos frequentes, por telefone, teleconferência e outros meios e promovendo encontros – mesmo que não seja com o gerente, mas com a organização. O cuidado dos gestores também deve ser maior, estar mais próximo, para evitar esse 'descolamento'. Anualmente fazemos um encontro para falar sobre a estratégia corporativa e, mesmo que os funcionários remotos tenham a sua própria reunião por videoconferência, são convidados a participar no escritório mais próximo, sempre que possível. Os gestores devem ser preparados e treinados para manterem uma cadência e um relacionamento positivo e efetivo com os funcionários remotos. Se as conversas forem apenas ocasionais, a equipe tende a ser engajada apenas ocasionalmente. A ideia é manter uma interação que crie um relacionamento significativo do gestor com a equipe e da equipe com a empresa. Eu falo com a minha chefe, por telefone, no mínimo 22a edição | www.revistaebs.com.br 51


DESEMPENHO Acompanhar e avaliar o desempenho dos profissionais deve ser uma prática constante para quem lidera uma equipe a distância. Estabelecer metas, prazos e utilizar ferramentas para acompanhar o desempenho desses profissionais são fundamentais para o bom desempenho das equipes remotas. "Além dos desafios operacionais comuns no Brasil, como baixa qualidade de conexão de internet, o gestor precisa ser mais organizado e mais disciplinado na condução das atividades. O funcionário, idem, porque não vai ter ninguém olhando o tempo todo. Além disso, o gestor deve criar e manter 52 www.revistaebs.com.br | 22a edição

Laura Lopes, gerente de Marketing e Customer Experience do Runrun.it

uma cadência, ter disciplina de acompanhar mais de perto a sua equipe, com check points, reuniões individuais e acompanhamento mais constante, além de criar espaços para compartilhamento de ideias e decisões conjuntas", pontua Miranda Lopes. O gestor deve ter suas métricas operacionais para saber se a equipe está desempenhando um bom trabalho e o processo está acontecendo sem falhas. "Ferramentas de gestão são muito indicadas para o trabalho remoto, porque ajudam a controlar o tempo dedicado às tarefas, o fluxo de trabalho e o custo dos projetos. Dependendo do tipo de contrato, será necessário fornecer computadores, softwares e até internet. Por fim, é preciso se certificar de que o local de trabalho é compatível com as atividades do colaborador" comenta Laura Lopes. "Estabelecer reuniões com periodicidade, avaliar e acompanhar o desempenho por tarefas realizadas e não por tempo. A entrega das metas no prazo definido é uma das maneiras mais eficazes para medir o desempenho dos colaboradores. Confiar e estar alinhado com a equipe, seja ela presencial ou remota, é uma questão importante. E para que os processos rendam bons resultados, é indispensável que o gestor defina e comunique de forma clara, quais são as expectativas e as metas a serem alcançadas", afirma Simony Morais. DESAFIOS Ao optar pela gestão remota a empresa precisa fazer uma autoavaliação para elucidar se está preparada para lidar com os desafios e as exigências necessárias que a nova prática vai ocasionar. O departamento de recursos humanos precisa ter os critérios de seleção muito bem definidos para

Divulgação

uma vez por semana. Mas estamos sempre em contato, por chat, e-mail e até WhatsApp. Faço o mesmo com o meu time. A informação e a comunicação constante e de qualidade são absolutamente vitais para manter os funcionários engajados, identificados com a cultura corporativa e com senso de pertencimento", afirma Miranda Lopes. "É fundamental estar presente, realizar feedbacks, fazer reuniões frequentes, assim como se faz na gestão tradicional. Além disso, existem alguns estudos que mostram que o profissional que trabalha em casa se sente apartado das oportunidades que acontecem na empresa, já que ele não está no dia a dia das decisões. Ou seja, é necessário trabalhar ainda mais sua inclusão e motivação. Ainda mais grave são aqueles que não conseguem balancear o pessoal e o profissional, trabalhando muitas horas por dia e chegando a graves quadros de solidão", comenta Laura Lopes. Marcelo Braga, CEO e fundador da Reachr defende que com as ferramentas de comunicação disponíveis, a distância é um fator relativo. "Hoje em dia é comum a gente interagir com uma pessoa do nosso lado por WhatsApp ou e-mail, sem conversar de fato. Os meios de comunicação aproximaram muito as pessoas. Manter a comunicação, ter instrumentos para, se necessário, fazer uma videoconferência ou um call de imediato é fundamental", afirma. Para Simony Morais, as ferramentas tecnológicas online para marcar reuniões e verificar o andamento do trabalho também são válidas, assim como uma boa e velha chamada telefônica. "O gestor também deve estar sempre disponível e acessível aos colaboradores, ajudando-os na integração com a empresa e a equipe", observa.

Divulgação

GESTÃO

Marcelo Braga, CEO e fundador da Reachr

selecionar o profissional que esteja apto para trabalhar remotamente. "Uma empresa com equipes remotas, tem menos custo com aluguel, manutenção, infraestrutura e benefícios como VT e outros. Mas é necessário ficar atento à legislação trabalhista que rege o trabalho remoto (ou teletrabalho) em cada país ou região em que o funcionário reside. Apesar da economia, não é isso que vai fazer a empresa obter mais ou menos sucesso, mesmo porque a gestão remota inclui novas formas de supervisão e autonomia às quais nem sempre os funcionários se adaptam. É necessário ter as ferramentas corretas para controlar prazos e entregas para não escorregar", alerta Laura Lopes. Marcelo Braga afirma que o home office exige responsabilidade por parte do funcionário, pois a tentação do "sofá" é grande. Para ele pessoas responsáveis, disciplinadas e independentes terão melhores resultados em atuar neste formato pois o modelo de gestão remota depende muito do perfil da equipe que será gerida remotamente. "Há casos nos quais há a necessidade de ter controles de pontos remotos, verificando o tempo que a pessoa está com o computador ligado e em produção. Em outros, quando há maior confiança e a entrega do resultado já é suficiente. O RH deve conhecer bem seu público para estabelecer que tipo de controle deseja ter sobre a equipe remota. O principal aspecto é a mudança cultural. O início não é tão simples. Precisa criar uma rotina, lidar com as adversidades e depois atuar como se estivesse na própria empresa, sem pensar que há uma distância física que o impede", avalia. À empresa cabe avaliar a capacidade de delegar, acompanhar o andamento do trabalho de forma remota, integrar os colaboradores aos seus valores, promovendo integração entre as equipes. Apesar de diferentes, o grande desafio é compreender que, este modelo requer a mesma dedicação e atenção que o trabalho interno na empresa. "Quando mal administrado, também pode dificultar o entendimento da cultura da empresa e gerar um isolamento da equipe. Formalizar horário de trabalho, forma e pagamentos também são importantes. Todos têm o potencial de adaptação para esse modelo, desde que seja organizado e haja atenção a prazos, processos, políticas da empresa e se tenha a infraestrutura necessária", afirma Simony Morais.



ARTIGO

Design da Mentalidade Inovadora Dez passos para você reprogramar seu cérebro a pensar diferente Por Marcelo Pimenta

Você pode pensar que inovar é um dom. Mas estará enganado. Inovar é uma prática.

1

É muito importante entender que a realidade se dá através da percepção. A forma como você lê este texto, ou escuta algo é que vai determinar como você vai compreender. Se você tem uma atenção total a determinado assunto, sua compreensão será muito diferente da que você tem se estiver fazendo mais de uma atividade ao mesmo tempo. Ou seja a percepção da informação se torna diferente. Da mesma forma é na mente que acontecem os pensamentos. E são eles que geram as emoções, que fazem com que tomemos as decisões. Por isso, é fundamental identificar e entender que muitas vezes uma raiva, uma euforia, um entusiasmo, umatristeza têm um significado, mas trata-se de algo passageiro. Você precisa entender que você não é nem seus pensamentos, nem suas emoções. As emoções podem e precisam ser percebidas, processadas, mas elas não são você. São passageiras.

E

neste artigo vamos focar em um dos pontos mais importantes para a inovação – o design da mentalidade inovadora. Em outras palavras, como treinar, desenhar, formatar nosso jeito de pensar de forma proativa para a inovação. A mentalidade inovadora é a capacidade de ver cada dificuldade como uma oportunidade.

SOBRE OS 10 PASSOS

Nem o pior dos inimigos pode fazer tanto mal quanto seus próprios pensamentos. Buda

Foto: Gerd Altmann / Pixabay

O cérebro funciona de forma anárquica, na maioria das vezes de forma inconsciente. Portanto, seria uma insanidade achar que esses passos são lineares, cartesianos – da mesma forma são infinitas as maneiras de estimular e programar a mente para a inovação. Porém, esses 10 passos, organizados em uma sequência lógica, tenho certeza que podem servir como inspiração ou como um mapa para a jornada de quem deseja começar ou mesmo aprimorar o pensar diferente.

Tudo começa na mente. E você não é seus pensamentos nem suas emoções.

54 www.revistaebs.com.br | 22a edição


3

4

5

Faça exercícios físicos

Um dos maiores mitos é achar que mente e corpo são coisas diferentes. A mente está contida no corpo. Inclusive pesquisadores como Candace Pert chegam a afirmar que a mente está em todas as células do nosso corpo, não só no cérebro. Ela se tornou famosa no documentário “Quem somos nós” e é autora do best-seller Moléculas das Emoções, em que explica suas pesquisas e os resultados que vem obtendo. De qualquer forma, 100% dos neurocientistas concordam: nosso cérebro precisa de exercício físico para conseguir desempenhar com eficiência suas funções.

6

7

Estimule o pensamento divergente

8

Experimente

9

Mude, ajuste, faça as mudanças que precisam ser feitas

Entenda mindset fixo e de crescimento

Tendo conhecimento que tudo começa pela mente, recomendo a leitura do livro Mindset: a Nova Psicologia do Sucesso, da Professora de Psicologia de Stanford, Carol S. Dweck, em que ela aborda a diferença entre o que ela denomina Pensamento Fixo e Pensamento de Crescimento. Em qualquer situação existem esses dois tipos de mindset. Ou seja, diante das dificuldades você pode se justificar e lamentar, ou então ver aquilo como uma oportunidade de crescimento. Entendendo esses dois modos de pensar você percebe que, muitas vezes nos pegamos tendo um mindset fixo, porque isso está no nosso DNA. Nossos ancestrais também tiveram um mindset fixo como forma de proteção para sobreviver. Como somos uma evolução da espécie, continuamos carregando esse pensamento. Mas em outros momentos você também se percebe tendo um mindset de crescimento. Ou seja, não significa que sempre você vai ter a mesma reação frente aos acontecimentos.

Observe, afie o olhar turista

Significa ver as coisas pela primeira vez. Se você acostuma a ver as coisas como sempre foram feitas, não enxerga possibilidades de fazer diferente. Quando visita alguma cidade ou país diferente, ou visita um museu, ou vai num restaurante temático incrível, você tem aquela sensação de Uau. Essa sensação de ver algo pela primeira vez precisa ser recuperada para o cotidiano. Isso é fundamental para ter um mindset inovador.

Quem quer atender a todos não atende ninguém Por isso, é importante se conectar com um tipo de cliente. Com um mindset inovador, tentar atender todos os tipos de pessoa, torna-se uma tarefa muito difícil. Veja as dores, as questões não atendidas, as expectativas. A partir do momento em que você entender esses pontos, vai poder analisar se faz sentido para outros públicos. Ps – Isso vale também para a vida pessoal. Seu cliente pode ser sua mãe. Você não precisa agradar todas as mães do mundo, mas você pode fazer com que a sua mãe tenha orgulho de você. Assim no casamento, no relacionamento com os colegas, na educação dos filhos.

Cuide de sua alimentação

Você é o que você come. Essa frase nunca foi tão necessária. Os primeiros sapiens comiam de 2,5 dias em 2,5 dias. Essa história de alimentação de 3 em 3 horas é papo de quem quer vender alimentos processados como biscoito, iogurte industrializado, barras de cereais, leite, doces, chocolates... Com o mundo moderno, se você tem que comer de 3 em 3 horas, você precisa lançar mão dessas guloseimas. Mas isso não faz bem para seu corpo. Práticas como o jejum intermitente já são reconhecidas como benéficas, inclusive foi com as pesquisas decorrentes desta prática que Yoshiunori Ohsumi foi o vencedor do Prêmio Nobel de Medicina em 2016. Mas para ter o mindset inovador você não precisa já começar o jejum. Mas eu sugiro que adote uma dieta baseada em comida de verdade, evitando alimentos processados, conservantes e corantes. Já vai fazer uma grande diferença.

Conecte-se de forma singular e única

Este é um conceito desenvolvido pelo Professor Roger Martin, que identificou que o pensamento divergente é que gera novas possibilidades. Quando cria-se um ambiente que proporciona a divergência, você amplia as visões frente a uma realidade e as respostas para um problema. Essa é a razão pela qual as empresas realizam o brainstorming, em que não é permitido criticar a opinião do outro para não bloquear a expressão de ideias divergentes. Esse conceito também se baseia no fato de que nem sempre a primeira ideia é a melhor. Além de ampliar opiniões de várias pessoas, amplie também as suas próprias opções de escolha. Experimentar é o novo planejar. Não adianta ficar planejando por muito tempo de forma detalhada, porque a realidade muda muito rápido. Crie um protótipo, apresente a solução para que seus clientes testem. Assim você terá um feedback muito mais instantâneo que possibilita correções imediatas. Planeje seu melhor. Execute. Erre rápido. Aprenda rápido.Corrija rápido.

Não se apaixone pela ideia original. É preciso se apaixonar pela solução do problema. Com a experiência realizada pelo cliente, pode ser que precise fazer grandes mudanças. Por isso, desapegue do que já foi testado e constatado que não funciona. Somos frutos da nossa evolução, da adaptação.

10

Siga o fluxo

Se você está dando o seu melhor, em equilíbrio com você mesmo, focado no seu propósito, vá em frente! Você vai chegar onde você quer. Siga o fluxo do seu trabalho. Às vezes as coisas demoram muito tempo para acontecer, mas é preciso paciência. Existe um conceito chamado biomimética que nos ajuda a buscar soluções inovadoras tendo a natureza como fonte de inspiração. Por exemplo: Se você olhar o mato, ele cresce de forma muito rápida, mas também é algo frágil. Já o bambu, demora um longo tempo só para fortalecer suas raízes e dar base sólida para crescer e permanecer forte. Tudo tem seu ciclo, seu tempo. Não deixe que fatores externos atrapalhem sua paz. Siga o fluxo.

E mais... Para ter outras referências como livros, vídeos e podcasts, acesse o artigo completo no site da Revista EBS. http://bit.ly/revistaebs-marcelo-pimenta

Divulgação

2

Marcelo Pimenta é especialista em descomplicar a inovação e é docente ESPM

22a edição | www.revistaebs.com.br 55


EBS BUYERS CLUB

Associados Fornecedores FORNECEDORES PARA EVENTOS E TREINAMENTOS Ágora Entertraining

(47) 3346-6306

www.agoraentert.com.br

All In Eventos

(11) 2361-5144

www.allineventos.com.br

Asga Brindes

(11) 3972-9282

https://asgabrindes.com.br

BH Airport

(31) 3689-6800

www.bh-airport.com.br

Caderno Inteligente

(11) 3565-0360

www.cadernointeligente.com.br

Circuito Netas

(11) 3368-4110

www.circuitonetas.com.br

Consuma Eventos

(11) 3215-7000

www.consumaeventos.com.br

Cross Host

(11) 4332-6142

www.crosshost.com.br

Crown

(11) 3665-1010

www.crownbrindes.com.br

Dexpo

(11) 4133-1920

www.dexpo.com.br

Elite Facility

(11) 4191-9650

www.elitefacility.com.br

Elo Brindes

(11) 2262-9811

www.elobrindes.com.br

Escape 60

(11) 5102-2728

www.escape60.com.br

Eventmobi

(11) 4933-1600

www.eventmobi.com

Expansão

(11) 3564-8900

www.expansao.com.br

Facilitydoc

(11) 5811-0788

www.facilitydoc.com.br

Fantastic Brindes

(11) 3901-5526

www.fantasticbrindes.com.br

Five Transportes

(11) 2338-3483

www.fivetransportes.com.br

Gol

0300-115-2121

www.voegol.com.br

Gráfica Mundo

(19) 3026-8000

www.graficamundo.com.br

Grafstock

(11) 2372-2004

www.grafstock.com.br

Grupo Atual Victória

(11) 99932-6910

www.atualseguranca.com.br

Grupo Divicenter

(11) 4991-4141

www.divicenter.com

Grupo Forte Locação e Eventos

(11) 2221-9524

www.grupofortele.com.br

Hoffmann

(11) 3813-7000

www.hoffmann.com

Ideal Incentive

(11) 2539-0525

www.idealincentive.com.br

Impacta

(11) 3254-2200

www.impacta.com.br

Interativa

(11) 5696-5300

www.interativa.io

Jaguar Bombeiros

(11) 4307-1929

www.jaguarbombeiros.com.br

La Compagnie

(11) 3652-6378

www.lacompagnie.com.br

Latam Airlines

(11) 5582-8665

www.latam.com/pt_br

LG Lugar de Gente

(11) 3841–2244

www.lg.com.br

Maria Honos Gastronomia

(27) 3254-6409

www.mariahonos.com.br

Mitte Tecnologia

(11) 3484-8724

www.mittetecnologia.com.br

Ótima Gráfica

(41) 3661-2844

www.otimagrafica.com.br

Pecege

(19) 3377-0937

www.pecege.com

R1 Audiovisual

(11) 5585-2241

www.r1audiovisual.com.br

Roar Material Promocional

(11) 3666-9392

www.roar.com.br

Self Storage

(11) 5541-9478

www.selfstorage.com.br

Servgela

(11) 3933-2530

www.servgela.com.br

Sun Global Transportation

(21) 4063-3446

www.suntransportationservice.com

Triart Estandes e Eventos

(11) 3123-3772

www.triart.com.br

Um2 Brindes

(11) 2950-2926

www.um2.com.br

Viva! Experiência

(11) 5525-3270

www.vivaexperiencias.com.br

Actuall Convention Hotel

(31) 2104-4000

www.actuallhotel.com.br

Atlantica Hotels

(41) 3340-4024

www.atlanticahotels.com.br

Bourbon Hotéis & Resorts

(11) 5095-9750

www.bourbon.com.br

Casa Grande Hotel Resort & Spa

(13) 3389-4000

www.casagrandehotel.com.br

ESPAÇOS PARA EVENTOS

56 www.revistaebs.com.br | 22a edição


EBS Buyers Club

www.ebsbuyersclub.com.br ESPAÇOS PARA EVENTOS Centro de Convenções Rebouças

(11) 3898-7850

www.convencoesreboucas.com.br

Centro de Convenções de Vitória

(27) 3335-4600

www.centrodeconvencoesvitoria.com.br

Centro de Eventos do Ceará

(85) 3195-0331

https://centrodeeventos.ce.gov.br

Cinemark

(11) 5180-2077

www.cinemark.com.br

Club Med

(11) 2126-9600

www.clubmed.com

Colonial Plaza Hotel Pindamonhangaba

(12) 3644-3644

www.colonialplazapinda.com.br

Costa Cruzeiros

(11) 2123-3696

www.costacruzeiros.com

Cruce Andino

(11) 3266-4215

www.cruceandino.com

Delphin Hotel

(13) 3797-6000

www.delphinhotel.com.br

Enotel Hotéis e Resorts

(81) 3552-5523

www.enotel.com.br

Espaço Fit Eventos

(11) 3262-0938

www.espacofiteventos.com.br

Espaço para Eventos Helena Lundgren

(11) 5843-5000

www.ucchl.com.br

Expo Center Norte

(11) 2224-5959

www.expocenternorte.com.br

Expo Minas BH

(31) 3332-2744

www.expominasbh.com.br

Fogo de Chão

(11) 5095-8999

www.fogodechao.com.br/eventos

Forental

(11) 4130-9600

www.forental.com.br

GJP Hotels

(11) 3730-4000

www.gjphotels.com

GL Events Brasil

(11) 5067-1770

www.gleventsbrasil.com.br

Global Hospitality Services

(11) 3564-2481

www.g-h-s.com

GS1 Brasil

(11) 3068-6200

www.gs1br.org

Hard Rock Hotels

(11) 99839-1083

www.rcdhotels.com

HB Hotels

(11) 3674-3040

www.hbhotels.com.br

Hebraica de São Paulo

(11) 3818-8808

www.ahebraica.org.br

Iberostar Hotels & Resorts

(11) 3842-1050

www.iberostar.com

Malai Manso Resort Iate Golf Convention & Spa

(65) 3054-4001

www.malaimansoresort.com.br

Jurerê

(48) 3331-7200

www.jurere.com.br

Mineirão

(31) 3499-4300

www.estadiomineirao.com.br

Palladium Hotel Group

(11) 4306-4882

www.palladiumhotelgroup.com

Pará 2000

(91) 3212-5525

www.para2000.com.br

Pro Magno

(11) 4010-5100

www.promagno.com.br

Royal Palm Hotels & Resorts

(19) 2117-8056

www.royalpalm.com.br

Transamerica Hospitality Group

(11) 5547-1166

www.transamerica.com.br

Velle Representações

(11) 3285-4437

www.velle.tur.br

Villa Roma Pizzaria

(11) 3060-9556

www.villaromapizzaria.com.br

Windsor Hotéis

(21) 2195-5500

www.windsorhoteis.com

Aruba

(11) 2768-2111

www.vitrineglobal.com

Belo Horizonte CVB

(31) 3261-2547

www.bhcvb.com.br

Bento Gonçalves CVB

(54) 3452-3297

www.bentoconvention.com.br

Enit / Itália

(11) 2148-7268

www.enit.it

Floripa CVB

(48) 3952-7004

www.floripaconvention.com.br

Instituto Municipal de Turismo Curitiba

(41) 3250-7700

www.turismo.curitiba.pr.gov.br

Natal CVB

(84) 3219-2000

www.natalcvb.com.br

Porto de Galinhas CVB

(81) 3552-1205

www.portodegalinhas.org.br

Recife CVB

(81) 3328-8300

www.recifecvb.com.br

Santos CVB

(13) 3232-5080

www.visiteacosta.com.br

Secretaria de Turismo de Espírito Santo

(27) 3636-8026

www.setur.es.gov.br

Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu

(45) 2105-8140

www.fozdoiguacudestinodomundo.com.br

Secretaria de Turismo de Santa Catarina

(48) 3212-6300

www.turismo.sc.gov.br

DESTINOS MICE

22a edição | www.revistaebs.com.br 57


FEIRAS & EVENTOS

Agenda Fique por dentro dos principais eventos que acontecem nos próximos meses.

06—08/08

13—15/08

27/08

Brazil Promotion

Conarh 2019

IBM Think Summit

São Paulo, Brasil www.brazilpromotion.com.br

São Paulo, Brasil www.conarh.org.br

São Paulo, Brasil www.ibm.com

28/08

28—29/08

05—08/09

Speed Meeting Rio de Janeiro RH / T&D / MICE

Expo Digitalks

Hacktown

São Paulo, Brasil https://digitalks.com.br/expo/

Santa Rita do Sapucaí, MG, Brasil https://hacktown.com.br/

09—13/09

10/09

10—12/09

Social Media Week

Speed Meeting Campinas RH / T&D / MICE

IMEX America

Rio de Janeiro, Brasil www.speedmeeting.com.br

São Paulo, Brasil https://smwsp.com.br

Campinas, Brasil www.speedmeeting.com.br

Las Vegas, EUA www.imexamerica.com

12—14/09

25—27/09

27/09—06/10

FIRE Festival

Abav Expo – Feira de Turismo das Américas

Rock in Rio

Belo Horizonte, Brasil www.hotmart.com/fire/pt/

São Paulo, Brasil www.abavexpo.com.br

Rio de Janeiro, Brasil www.rockinrio.com

02/10

09—10/10

09—13/10

Speed Meeting MICE Curitiba

Congresso COGEA

Brasil Game Show

Curitiba, Brasil www.speedmeeting.com.br

São Paulo, Brasil www.cogea.com.br

São Paulo, Brasil www.brasilgameshow.com.br

16/10

16—17/10

30/10

Speed Meeting São Paulo RH / T&D

IT Forum Expo

Speed Meeting MICE Belo Horizonte

São Paulo, Brasil www.speedmeeting.com.br

58 www.revistaebs.com.br | 22a edição

São Paulo, Brasil www.itforumexpo.com.br

Belo Horizonte, Brasil www.speedmeeting.com.br


Participe das rodadas de negócios regionais do 2o semestre de 2019. MICE

RH

REGIONAL

REGIONAL

Rio de Janeiro Campinas

Agosto

Rio de Janeiro

Agosto

Setembro

Campinas

Setembro

Curitiba

Outubro

São Paulo

Outubro

Belo Horizonte

Outubro

T&D

São Paulo

Novembro

Porto Alegre

Novembro

Rio de Janeiro

MICEGLOBAL

Campinas

Setembro

São Paulo

Outubro

REGIONAL

São Paulo

Novembro

www.speedmeeting.com.br - 11 3812-7363

REGIONAL

Agosto


3–4 junho

2020

Centro de Convenções Rebouças . São Paulo-SP

www.feiraebs.com.br

18 a

feira da indústria dos eventos corporativos, incentivos, congressos, feiras e Treinamentos & desenvolvimento

O maior

evento do Brasil dirigido aos segmentos MICE e T&D que proporciona networking qualificado, enriquecimento profissional e, principalmente, oportunidades de negócios.

E mais...

Organização e Promoção

Hosted Buyers

Conteúdo

Mídia Oficial

Aplicativo

Local


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.