PARTICIPAÇÃO NA ECONOMIA
O cálculo de participação do Turismo na economia busca mensurar a representatividade do Turismo na atividade econômica brasileira, outro indicador previsto nas Contas Satélites de Turismo - CST. A forma de calcular pode ser simplificada pela razão entre a Receita do Turismo e a Receita da economia como um todo.
Em vários estudos visitados no referencial teórico foram encontradas estimativas de participação na economia calculadas entre variáveis diferentes, como receita (ou Valor Bruto da Produção) e PIB ou receita e Valor Adicionado. Esse tipo de confronto está em desacordo com o Sistema de Contas Nacionais, definido pelo IBGE, uma vez que se compara indicadores diferentes, com pesos diferentes no PIB, chegando a resultados indevidos e, por conseguinte, conclusões equivocadas.
Neste estudo, o cálculo da Receita da economia com um todo se limitou ao somatório das atividades econômicas do setor privado, a saber: agropecuária, indústria, construção, comércio e serviços. O objetivo foi comparar o setor de turismo com o conjunto de atividades que também geram receita. Foi excluído do cálculo, portanto, o VBP do setor de Administração Pública, que é não mercantil, espelhando apenas seus custos de produção.
Para o Brasil e Unidades da federação, os dados de receita do setor privado foram aglutinados das pesquisas Contas Regionais e Contas Nacionais do IBGE. Para os municípios, diante da falta de informações oficiais, as receitas do setor privado foram estimadas a partir dos dados de receita do setor privado dos estados, ponderado pelo peso do valor adicionado dos setores nos municípios, segundo a pesquisa PIB dos Municípios, do IBGE
O cálculo da receita do setor privado para o Brasil foi possível até o ano de 2024, pela disponibilidade de informações nas Contas Trimestrais do IBGE. Já para estados e municípios o cálculo foi limitado ao ano de 2021, pela falta de informações para os anos recentes.
Diante dessa falta de informações e recordando de que os anos de 2020 e 2021 foram marcados pela pandemia de Covid-19, que impactou severamente a atividade econômica como um todo, as análises de participação do Turismo na economia nesse estudo serão focadas no ano de 2019, o último pré-pandemia.
Quando da divulgação pelo IBGE dos dados de PIB dos municípios e Contas Regionais para os anos de 2022 e 2023, prevista para o final de 2025, os indicadores serão calculados e análise focada no ano mais recente de dados disponível.
1.34 IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA
Esse estudo focou sua análise de Receita de turismo nas 70 Atividades Características do Turismo – ACT, que representam o consumo direto do turismo. Mas pode-se pensar também a atividade de turismo conjuntamente a seus desdobramentos na economia, seja a priori ou a posteriori ao consumo. A estimativa de cadeia produtiva do turismo pode incluir as atividades impactadas de forma indireta, como por exemplo, as compras junto a fornecedores e investimentos realizados no setor, bem como as atividades induzidas, diante dos gastos realizados por empreendedores e empregados a partir da renda gerada na atividade principal, seja no comércio de supermercados, em gastos com educação ou saúde, bem como em serviços e consumos diversos. O somatório dos gastos diretos, com os indiretos e os induzidos representam o impacto potencial do turismo na economia, desenvolvendo assim os mais diversos setores, da indústria à construção, da agropecuária ao comércio e todas as atividades de serviço.

O cálculo do impacto potencial parte dois indicadores: a receita de turismo e o multiplicador econômico. O multiplicador econômico vai mensurar justamente o impacto a maior que o setor de turismo pode gerar na economia, além da atividade direta. Nesse estudo, foi utilizado o fator 1,59 como multiplicador econômico, calculado para o setor de turismo pela CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em 2024. Isso significa que cada R$ 1,00 de receita de turismo tem o potencial de gerar R$ 1,59 de impacto na economia.
Notadamente, esse fator está passível a mudanças ao longo do tempo, seja por variações na estrutura produtiva local ou no peso das ACT na receita do Turismo. Pela escassez de cálculo de indicadores dessa natureza, a análise de impacto potencial na economia utilizará exclusivamente este fator de 1,59 e se limitará ao ano de 2019, último ano com informações disponíveis para o cálculo de Participação na economia, como explicado no tópico anterior.
1.35 CONTAS SATÉLITES DE TURISMO
O cálculo das Contas Satélites de Turismo – CST, como preconizado pela UN TourismOrganização Mundial das Nações Unidas para o Turismo, vai além da estimativa de sua participação na economia em valor. Deve-se buscar também medir o impacto econômico do turismo na economia através de outras variáveis, como geração de emprego e renda, pessoal ocupado, número de empresas, entre outros.
Nesse estudo, algumas dessas variáveis também foram pesquisadas e calculadas, a saber: geração de empregos, pessoal ocupado, número de estabelecimentos e número de MEIMicroempreendedores individuais. A análise desse conjunto de informações junto aos indicadores de receita e participação na economia permite uma melhor compreensão da importância e impactos do setor de turismo na economia.
As fontes de dados foram as mais diversas, destacando-se a RAIS – Relação Anual de Informações Sociais, o Novo CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – do Ministério do Trabalho e a Receita Federal para MEI.
2. RESULTADOS
2.1
RECEITA DE TURISMO - BRASIL
No Brasil, a remuneração total do trabalho em 2024, decorrente das 70 Atividades Características do Turismo – ACT, ficou concentrada no grupo de Serviços à Famílias (64,0%), onde se destacaram as CNAE de Restaurantes e similares (29,2%), Lanchonetes, casas de chá, sucos e similares (14,5%) e Hotéis (12,1%) Em conjunto essas três atividades econômicas responderam por 56% do total da remuneração no país
ATIVIDADES CARACTERÍTICAS DO TURISMO – TOP 20 - BRASIL –
2024
Na sequência, o grupo de Transportes (25,6%) foi impulsionado pelas CNAE de Transporte aéreo de passageiros regular (7,0%) e Locação de automóveis sem condutor (4,6%). Por fim, no grupo de Cultura e Lazer (10,5%) sobressaíram as CNAE de Clubes sociais, esportivos e similares (5,8%) e Parques de diversão e parques temáticos (0,8%). O somatório das 20 ACT com maior volume de remuneração respondeu por 95% do total movimentado em 2024, sinal da alta concentração da economia do turismo em poucas atividades no Brasil.
A receita do turismo no Brasil bateu recorde em 2024, ao alcançar R$ 1,11 trilhão. Esse valor foi praticamente o dobro do observado em 2010 (R$ 583 bilhões), descontada a inflação do período. Em 2006, início da série histórica, o faturamento do setor se limitava a R$ 439 bilhões, em valores atuais.
RECEITA DE TURISMO – BRASIL – R$ BILHÕES DE 2024
Em relação a 2023, a receita de turismo cresceu 4,8%, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação – medida pelo IPCA de serviços. Em relação a 2019, período prépandemia, a alta foi ainda maior, de 45,4%. Em 2020, auge da pandemia, o setor sofreu a maior queda (-31,2%) da sua série histórica – iniciada em 2006. A receita do setor regrediu mais de uma década, registrando em 2020 (R$ 524 bilhões) o mesmo patamar de 2009 (R$ 526 bilhões). Todavia, sua recuperação foi rápida e consistente, com anos consecutivos de crescimento com taxas superiores a dois dígitos em 2021 (+24,9%), 2022 (+36,0%) e 2023 (+18,8%)
RECEITA DE TURISMO – TAXA REAL DE CRESCIMENTO ANUAL - BRASIL – %
Em toda série histórica, a receita de turismo no Brasil só registrou outros dois anos de queda, em 2015 (-6,5%) e 2016 (-2,9%), que coincidem com anos de retração do PIB nacional (-3,5% em 2015 e -3,3% em 2016), o que demonstra como a dinâmica da economia doméstica é fundamental para o desempenho do setor.
Entre 2006 e 2014, o setor observou seu período de maior crescimento econômico (+76,5%), impulsionado pelo desempenho da economia brasileira (+31,3%) e pela
realização de grandes eventos esportivos no país, como os Jogos Pan-Americanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares de 2011 e a Copa do Mundo de 2014.
RECEITA DE TURISMO – TAXA REAL DE CRESCIMENTO ACUMULADO - BRASIL – %
2.2 RECEITA DE TURISMO - RIO GRANDE DO NORTE
No Rio Grande do Norte, a remuneração total do trabalho em 2024, decorrente das 70 Atividades Características do Turismo – ACT, ficou concentrada no grupo de Serviços à Famílias (81,9%), onde se destacaram as CNAE de Restaurantes e similares (36,6%), Hotéis (23,8%) e Lanchonetes, casas de chá, sucos e similares (10,7%). Em conjunto essas três atividades econômicas responderam por 71% do total da remuneração no estado Importante destacar que no estado potiguar o peso do grupo Serviços às Famílias supera a média nacional (64,0%) em mais de 15 pontos percentuais, principalmente pela participação da atividade de hotelaria, que tem praticamente o dobro do peso. Sinal de que o estado está preparado para receber confortavelmente seus turistas.
ATIVIDADES CARACTERÍTICAS DO TURISMO
Na sequência, o grupo de Transportes (11,4%) foi impulsionado pelas CNAE de Locação de automóveis sem condutor (4,9%) e Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e internacional (1,8%). Esse grupo no estado potiguar apresentou participação inferior à metade da média nacional (25,6%), sobretudo pelo menor peso da CNAE Transporte aéreo de passageiros regular (1,2%). Sinal de que o estado precisa buscar ampliar sua malha aérea e o número de aeroportos, com vistas a ampliar o fluxo de turistas nacionais e internacionais.
Por fim, no grupo de Cultura e Lazer (6,7%) sobressaíram as CNAE de Clubes sociais, esportivos e similares (1,1%) e Outras atividades esportivas não especificadas anteriormente (0,8%). O menor peso desse setor em nível estadual, quando comparado à
média brasileira (10,5%) reflete a reduzida oferta de atrativos culturais e de lazer para os turistas no estado.
O somatório das 20 ACT com maior volume de remuneração respondeu por 95% do total movimentado em 2024, sinal da alta concentração da economia do turismo em poucas atividades no Rio Grande do Norte, assim como na média brasileira.
O Rio Grande do Norte apresentou dinâmica semelhante ao Brasil em termos de receita de turismo ao longo dos últimos anos, mas com algumas particularidades. A receita do turismo no Rio Grande do Norte bateu recorde em 2024, ao alcançar R$ 11,3 bilhões. Esse valor foi praticamente o dobro do observado em 2009 (R$ 5,7 bilhões), descontada a inflação do período. Em 2006, início da série histórica, o faturamento do setor se limitava a R$ 4,3 bilhões, em valores atuais.
RECEITA DE TURISMO – RIO GRANDE DO NORTE – R$ BILHÕES DE 2024
Em relação a 2023, cresceu 5,9%, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação –medida pelo IPCA de serviços. O crescimento no último ano no setor potiguar superou a média brasileira (+4,8%). Em relação a 2019, período pré-pandemia, a alta foi ainda maior, de 57,4%. Em 2020, o setor sofreu a maior queda (-31,9%) da sua série histórica – iniciada em 2006. A receita do setor regrediu mais de uma década, registrando em 2020 (R$ 4,9 bilhões) o mesmo patamar de 2007.
Todavia, sua recuperação foi rápida e consistente, com anos consecutivos de crescimento com taxas superiores a dois dígitos em 2021 (+40,3%), 2022 (+28,9%) e 2023 (+20,7%). Em todos esses anos e no acumulado do período pós-pandemia, o desempenho do Turismo em território potiguar foi superior à média brasileira, refletindo o melhor aproveitamento do estado do momento de forte recuperação do setor.
RECEITA DE TURISMO – TAXA REAL DE CRESCIMENTO ANUAL – RIO GRANDE DO NORTE – %
Em toda série histórica, a receita do turismo no Rio Grande do Norte só registrou outros três anos de queda, em 2015 (-8,2%), 2016 (-4,9%) e 2017 (-4,1%), cujos primeiros resultados coincidem com anos de retração do PIB nacional (-3,5% em 2015 e -3,3% em 2016), mas de maneira mais intensa, o que demonstra como a dinâmica da economia doméstica é fundamental para o desempenho do setor e como o estado perdeu dinamismo no período pós-Copa do Mundo.
Entre 2006 e 2014, o setor observou seu período de maior crescimento econômico no Rio Grande do Norte (+99,3%), acima da média nacional (+76,5%), impulsionado pelo desempenho da economia brasileira e pelo estado ter sido uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
RECEITA DE TURISMO – TAXA REAL DE CRESCIMENTO ACUMULADO – BRASIL E RIO GRANDE DO NORTE – %
Outrossim, o ano de 2014 foi o de maior peso do Rio Grande do Norte na receita de turismo nacional (1,09%). Essa participação se deteriorou nos anos seguintes ao grande
evento esportivo, acompanhando a queda na receita de turismo local, e só voltou a se recuperar no pós-pandemia, quando o estado registrou desempenho superior à média brasileira.
RECEITA DE TURISMO - PARTICIPAÇÃO NO BRASIL – RIO GRANDE DO NORTE – %
Em 2024, a participação potiguar no total de Receita de Turismo do Brasil foi de 1,02%. Comparado às outras unidades da federação, o Rio Grande do Norte ocupou a 17ª colocação nacional em participação na receita de turismo do Brasil em 2024. Na região Nordeste, ficou na 5ª posição, atrás de Bahia (4,25%), Pernambuco (3,02%), Ceará (2,22%) e Alagoas (1,07%). Lembrar que os três primeiros estados nordestinos ranqueados são hubs aéreos regionais.
RECEITA DE TURISMO E PARTICIPAÇÃO NO BRASIL – UNIDADES DA FEDERAÇÃO -
2024
A análise por região de planejamento do estado do Rio Grande do Norte revela uma grande concentração da receita de turismo no Litoral Oriental (80,83%) em 2024. Essa
região concentra 26 municípios, se estendendo de Baía Formosa a Rio do Fogo, e compreendendo a capital potiguar, Tibau do Sul, onde está localizado o destino turístico de Pipa, e São Gonçalo do Amarante, onde se localiza o aeroporto internacional do estado. Em conjunto com a região do Litoral Norte, que se estende de Touros a Galinhos e compreende o destino turístico de São Miguel do Gostoso, a concentração do turismo no litoral Noroeste alcança 85%, refletindo a predominância do turismo de sol de praia no estado potiguar.
RECEITA DE TURISMO E PARTICIPAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE – REGIÕES DE PLANEJAMENTO RN – 2024
2.3 RECEITA DE TURISMO – NATAL / RN
Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, a remuneração total do trabalho em 2024, decorrente das 70 Atividades Características do Turismo – ACT, ficou concentrada no grupo de Serviços à Famílias (86,0%), onde se destacaram as CNAE de Restaurantes e similares (36,5%), Hotéis (26,1%) e Lanchonetes, casas de chá, sucos e similares (10,6%). Em conjunto essas três atividades econômicas responderam por 73% do total da remuneração na cidade Importante destacar que em Natal o peso do grupo Serviços às Famílias supera a média estadual (81,9%), principalmente pela maior participação da atividade de hotelaria. Sinal de que a capital do estado está preparada para receber confortavelmente seus turistas.
ATIVIDADES CARACTERÍTICAS DO TURISMO – TOP 20 – NATAL / RN –REMUNERAÇÃO - 2024
Na sequência, o grupo de Cultura e Lazer (7,8%) foi impulsionado pelas CNAE de Outras atividades esportivas não especificadas anteriormente (1,3%) e Produção e Promoção de eventos esportivos (1,3%). Esse grupo na capital potiguar apresentou participação superior à média do estado (6,7%) e superou o grupo de Transportes na capital (6,3%), sobretudo pelo fato do aeroporto ficar localizado fora da capital
Por fim, no grupo de Transporte sobressaíram as CNAE de Locação de automóveis sem condutor (3,8%) e Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e internacional (0,8%) A menor participação da primeira atividade em relação à média estadual (4,9%) pode estar relacionada ao maior peso da CNAE Agências de viagens (4,6%) na capital em relação ao estado (3,1%). Reflexo da grande utilização de serviços de transfer agenciados em Natal.
O somatório das 20 ACT com maior volume de remuneração respondeu por 98% do total movimentado em 2024, sinal da alta concentração da economia do turismo em poucas atividades em Natal. Essa concentração, por sua vez, ligeiramente superior à média brasileira e estadual (95%) é natural da limitação geográfica para oferta de atividades econômicas no território.
Natal apresentou dinâmica semelhante ao Rio Grande do Norte em termos de receita de turismo ao longo dos últimos anos, mas com algumas particularidades. A receita do turismo na capital potiguar bateu recorde em 2024, ao alcançar R$ 6,6 bilhões. Esse valor foi o dobro do observado em 2009 (R$ 3,3 bilhões), descontada a inflação do período. Em 2006, início da série histórica, o faturamento do setor se limitava a R$ 2,9 bilhões, em valores atuais.
RECEITA DE TURISMO – NATAL / RN – R$ BILHÕES DE 2024
Em relação a 2023, cresceu 6,5%, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação –medida pelo IPCA de serviços. O crescimento no último ano no setor natalense superou as médias estadual (+5,9%) e brasileira (+4,8%). Em relação a 2019, período pré-pandemia, a alta foi ainda maior, de 52,1%. Em 2020, o setor sofreu a maior queda (-33,7%) da sua série histórica – iniciada em 2006. A receita do setor regrediu mais de uma década, registrando em 2020 (R$ 2,9 bilhões) o mesmo patamar do início da série, em 2006.
Todavia, sua recuperação foi rápida e consistente, com anos consecutivos de crescimento com taxas superiores a dois dígitos em 2021 (+38,2%), 2022 (+31,9%) e 2023 (+18,3%). No acumulado do período pós-pandemia, o desempenho do Turismo em território natalense foi superior à média brasileira (45,4%), mas abaixo da média potiguar (57,4%), refletindo o melhor aproveitamento da capital, mas também de outros destinos turísticos do estado, no momento de forte recuperação do setor.



Em toda série histórica, a receita do turismo de Natal só registrou outros cinco anos de queda, em 2008 (-0,5%), em 2015 (-8,2%), 2016 (-3,1%), 2018 (-0,3%) e 2019 (-0,4%). O primeiro resultado coincide com a redução significativa dos voos charters para o Rio Grande do Norte, da crise financeira na Europa e de uma epidemia de dengue em 2008. As quedas nos anos de 2015 e 2016, por sua vez, coincidem com anos de retração do PIB nacional (-3,5% em 2015 e -3,3% em 2016). Por fim, as quedas nos anos de 2018 e 2019 ocorreram exclusivamente na capital, não tendo sido observadas nem no estado nem no país, motivadas, sobretudo, pela queda na receita do setor de alojamento. Cabe notar que no mesmo período foi observada redução na movimentação de passageiros no Aeroporto Internacional de Natal, registrando em ambos os anos (2,39 milhões em 2018 e 2,28 milhões em 2019) volume inferior a 2015 (2,53 milhões). Notadamente, a capital potiguar perdeu dinamismo no período pós-Copa do Mundo.



Entre 2006 e 2014, o setor observou seu período de maior crescimento econômico em Natal (+69,6%), acima da média nacional (+76,5%), mas abaixo da média estadual (+99,3%). O resultado positivo foi impulsionado pelo crescimento econômico nacional e pela cidade ter sido uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
RECEITA DE TURISMO – TAXA REAL DE CRESCIMENTO ACUMULADO – BRASIL, RIO GRANDE DO NORTE E NATAL / RN – %
O ano de 2007 foi o de maior peso de Natal na receita de turismo nacional (0,67%). Essa participação se deteriorou nos anos seguintes, até 2020 (0,55%), refletindo um menor dinamismo local comparado à média nacional. A participação da capital potiguar no turismo brasileiro só voltou a crescer no pós-pandemia, quando Natal registrou desempenho superior à média brasileira. Em 2024, a participação natalense no total de Receita de Turismo do Brasil foi de 0,59%.
RECEITA DE TURISMO - PARTICIPAÇÃO NO BRASIL – NATAL / RN – %
Comparado às outras capitais, Natal ocupou a 14ª colocação nacional em participação na receita de turismo do Brasil em 2024 Na região Nordeste, ficou na 4ª posição, atrás apenas de Salvador/ BA (1,56%), Recife/ PE (1,55%) e Fortaleza/ CE (1,39%). Lembrar que essas três capitais nordestinas ranqueados são hubs aéreos regionais. Importante destacar que a capital potiguar ficou à frente da capital alagoana (0,57%), fato que não se verificou na comparação entre estados.
RECEITA DE TURISMO E PARTICIPAÇÃO NO BRASIL – CAPITAIS - 2024
Desempenho semelhante se observou na representatividade da receita de turismo da capital dentro do estado do Rio Grande do Norte, que teve seu auge em 2006 (66,94%), início da série, e com o desenvolvimento de outros destinos turísticos em território potiguar a capital foi perdendo representatividade. Ainda assim, Natal continua respondendo por mais da metade da receita do turismo estadual, com uma participação de 58,14% em 2014. O que evidencia ainda grande concentração do turismo na capital do estado.
RECEITA DE TURISMO - PARTICIPAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE – NATAL / RN –
%
A análise por municípios do estado do Rio Grande do Norte revela uma grande concentração da receita de turismo não só na capital (58,14%), mas em apenas 10 municípios (89,0%) em 2024. Dentre estes, sete localizados no litoral noroeste do estado e três no interior, a saber: Mossoró, capital do oeste potiguar; São Gonçalo do Amarante, localidade do aeroporto de Natal, e Caicó, principal cidade da região do Seridó potiguar.
RECEITA DE TURISMO E PARTICIPAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE – MUNICÍPIOS / RN - TOP 15 - 2024
De forma complementar, importante destacar que apenas 34 municípios potiguares registraram receita de turismo média superior a R$ 1 milhão por mês em 2024 e outros 58
municípios não tiveram registros de atividade, revelando a alta concentração do turismo em poucas cidades do estado do Rio Grande do Norte, que conta com 167 municípios.
No comparativo com os 5.570 municípios brasileiros, Natal ocupou a 20ª posição nacional em receita de Turismo em 2024 e o TOP 4 da região Nordeste, superada pelas mesmas capitais supracitadas. Importante observar que o TOP 20 municípios concentram mais da metade da receita de turismo do Brasil (50,13%), refletindo enorme concentração nacional. Do total de municípios do Brasil, apenas 151 possuem receita de turismo superior a R$ 1 bilhão por ano, e menos da metade dos municípios (2.122) registraram receita média superior a R$ 1 milhão por mês. Outros 1.026 municípios brasileiros não tiveram registros de atividade turística em 2024.
RECEITA DE TURISMO E PARTICIPAÇÃO NO BRASIL – MUNICÍPIOS - TOP 20 - 2024
2.4RECEITA
DE TURISMO – MOSSORÓ
Em Mossoró, capital do oeste potiguar, a remuneração total do trabalho em 2024, decorrente das 70 Atividades Características do Turismo – ACT, ficou concentrada no grupo de Serviços à Famílias (75,9%), onde se destacaram as CNAE de Restaurantes e similares (40,3%), Lanchonetes, casas de chá, sucos e similares (17,2%) e Hotéis (11,5%). Em conjunto essas três atividades econômicas responderam por 69% do total da remuneração na cidade. Importante destacar que em Mossoró o peso do grupo Serviços às Famílias ficou inferior à média estadual (81,9%), principalmente pela menor participação da atividade de hotelaria. Sinal de que a capital do oeste apresenta oportunidades para se desenvolver no setor de alojamento
ATIVIDADES CARACTERÍTICAS DO TURISMO – TOP 20 – MOSSORÓ / RN –REMUNERAÇÃO - 2024
Na sequência, o grupo de Transportes (17,6%) foi impulsionado pelas CNAE de Locação de automóveis sem condutor (8,2%), Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e internacional (3,1%) e Operação de aeroportos e campos de aterrisagem (2,1%). Esse grupo na capital do oeste potiguar apresentou participação superior à média do estado (11,4%), sobretudo pelo fato do município possuir um aeroporto, que até março de 2025 operava voos comerciais
Por fim, o grupo de Cultura e Lazer (6,6%) foi impulsionado pelas CNAE de Parques de diversão e parques temáticos (2,0%) e Gestão de espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas (1,5%). Esse grupo no oeste potiguar apresentou participação similar à média estadual (6,7%).
O somatório das 20 ACT com maior volume de remuneração respondeu por 99% do total movimentado em 2024, sinal da alta concentração da economia do turismo em poucas atividades em Natal. Essa concentração, por sua vez, ligeiramente superior à média brasileira e estadual (95%), é natural da limitação geográfica para oferta de atividades econômicas no território.
Mossoró apresentou dinâmica semelhante ao Rio Grande do Norte em termos de receita de turismo ao longo dos últimos anos, mas com algumas particularidades. A receita do turismo na capital do oeste potiguar bateu recorde em 2024, ao alcançar R$ 928,1 milhões
Esse valor foi o dobro do observado em 2007 (R$ 425,0 milhões), descontada a inflação do período. Em 2006, início da série histórica, o faturamento do setor se limitava a R$ 340,6 milhões, em valores atuais.
RECEITA DE TURISMO – MOSSORÓ / RN – R$ BILHÕES DE 2024
Em relação a 2023, a receita caiu 2,8%, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação –medida pelo IPCA de serviços. A queda no último ano no setor mossoroense foi na contramão das médias estadual (+5,9%) e brasileira (+4,8%), direcionada pela redução nas atividades de alimentação e lazer.
Em relação a 2019, período pré-pandemia, entretanto, Mossoró cresceu (+58,0%) mais que a média estadual (57,4%) e brasileira (45,4%), refletindo o melhor aproveitamento da capital do oeste no momento de forte recuperação do setor. Ademais, importante destacar no período a retomada dos investimentos na atividade de exploração de petróleo em terra, grande indutora da economia local.
Em 2020, o setor sofreu a maior queda (-32,4%) da sua série histórica – iniciada em 2006, por conta da pandemia A receita do setor regrediu mais de uma década, registrando em 2020 (R$ 396,8 milhões) patamar superior apenas ao verificado no início da série, em 2006 (340,6 milhões). Todavia, sua recuperação foi rápida e consistente, com anos consecutivos de crescimento com taxas superiores a dois dígitos em 2021 (+39,5%), 2022 (+21,4%) e 2023 (+42,1%).
RECEITA DE TURISMO – TAXA REAL DE CRESCIMENTO ANUAL – MOSSORÓ / RN – %
Mas antes da pandemia, a receita de turismo em Mossoró já vinha registrando consecutivos anos de queda de 2016 a 2020. Esses foram anos em que a economia do município sofreu com os desinvestimentos e paralisação de parte significativa das atividades de produção de petróleo em terra. O impacto foi sentido em todos os setores econômicos, inclusive nas principais ACT, como hotelaria, aluguel de veículos e alimentação.
Entre 2006 e 2014, o setor observou seu período de maior crescimento econômico em Mossoró (+138,2%), ou seja, a receita de turismo mais que dobrou no município. Essa taxa de crescimento superou a média nacional (+76,5%) e a média estadual (+99,3%). O resultado positivo foi impulsionado pelo crescimento econômico nacional e pela expansão das atividades de produção de petróleo, grande impulsionadora da economia local.
RECEITA DE TURISMO – TAXA REAL DE CRESCIMENTO ACUMULADO – MOSSORÓ / RN – %
O ano de 2015 foi o de maior peso de Mossoró na receita de turismo estadual (10,92%). Essa participação se deteriorou nos anos seguintes, até 2022 (7,60%), refletindo um menor dinamismo local comparado ao estado. A participação da capital do oeste potiguar no
turismo brasileiro só voltou a crescer no pós-pandemia, quando Mossoró registrou desempenho superior à média brasileira. Em 2024, a participação mossoroense no total de Receita de Turismo do Rio Grande do Norte foi de 8,21%.
RECEITA DE TURISMO - PARTICIPAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE – MOSSORÓ /
RN – %
2.5
PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA – BRASIL
O Turismo registrou participação recorde na economia brasileira em 2024 (5,63%), superando o patamar de 2014 (5,39%), ano da Copa do Mundo no Brasil. No póspandemia, o setor de Turismo cresceu mais que a média da economia brasileira em todos os anos, sinal da força do setor e das mudanças provocadas pela pandemia nas preferências de gastos dos brasileiros. Entre 2019 e 2024, a receita de turismo cresceu (45,4%) o quádruplo da economia brasileira (11,4%), em termos reais. Em 2006, início da série histórica, a participação do turismo se restringia a 3,86% da economia brasileira.
Lembrando que, como citado no capítulo de metodologia, o cálculo de participação sobre a economia brasileira se restringe à comparação com as atividades produtivas, excluindo assim do cálculo o setor de Administração Pública.
PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – BRASIL - %
Tomando como referência o ano de 2019, a participação do turismo na economia brasileira foi de 5,31%. No comparativo com outras atividades econômicas, a receita de turismo foi equivalente à da Agropecuária ou de Construção (aqui incluídos construção de edifícios, infraestrutura e serviços especializados) e 50% maior que da Indústria Extrativa brasileira (incluindo mineração, petróleo e gás, sal e insumos para construção). Notadamente, o setor de Turismo tem grande importância para economia brasileira.
2.6
PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA – RIO GRANDE DO NORTE
O Turismo registrou participação recorde na economia potiguar em 2014 (7,50%), que coincide com o ano da Copa do Mundo no Brasil, em que o estado do Rio Grande do Norte foi sede da competição Em 2022, último ano com dado disponível para Unidades da Federação, a participação foi de 6,34%, maior que nos anos anteriores, em que a pandemia impactou severamente a atividade turística. Em 2006, início da série histórica, a participação do turismo se restringia a 4,95% da economia potiguar
PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – RIO GRANDE DO NORTE - %
Tomando como referência o ano de 2019, a participação do turismo na economia potiguar (6,62%) foi maior que a média brasileira (5,31%), refletindo a importância que essa atividade tem para a economia local. No comparativo com outras atividades econômicas, a receita de Turismo foi 30% superior à da Indústria extrativa (incluindo mineração, petróleo e gás, sal e insumos para construção), 40% maior que da Agropecuária e 60% maior que das Atividades Financeiras do estado do Rio Grande do Norte. Notadamente, o setor de Turismo tem grande importância para economia potiguar
Comparado às outras unidades da federação, o Rio Grande do Norte ocupou a 4ª colocação nacional em participação do Turismo na economia local em 2019. Na região Nordeste, ficou na vice-liderança, atrás apenas de Alagoas (7,34%). Lembrando que em volume de receita o estado potiguar também ficava atrás de Bahia, Pernambuco e Ceará, estados em que, apesar do maior faturamento, o Turismo tem menor peso na economia.
RECEITA E PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – BRASIL, REGIÕES E UNIDADES DA FEDERAÇÃO – 2019
A análise por região de planejamento do estado do Rio Grande do Norte revela que o Litoral Oriental foi a única região com participação do turismo na economia (10,22%) acima da média estadual (6,62%) e nacional (5,31%). Notadamente, a concentração da atividade de turismo nessa região foi determinante para sua maior relevância. A região de Currais Novos se destacou na vice-liderança estadual, puxada pelo município de São Tomé, onde o Turismo registrou participação de 18,05% na economia, impulsionado pelo ecoturismo em sua região serrana.
RECEITA E PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – BRASIL, NORDESTE, RIO GRANDE DO NORTE E REGIÕES DE PLANEJAMENTO RN – 2019
2.7
PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA – NATAL / RN
O turismo registrou participação recorde na economia natalense em 2019 (11,84%), que coincide com o último ano de dados disponíveis pré-pandemia. Em 2021, último ano com dado disponível para municípios, a participação foi de 11,17%, ainda sob impacto da pandemia no setor. Em 2006, início da série histórica, a participação do turismo se restringia a 10,54% da economia natalense.
PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – NATAL / RN - %
Tomando como referência o ano de 2019, a participação do turismo na economia de Natal (11,84%) foi maior que a média potiguar (6,62%) e mais que o dobro da média brasileira (5,31%), refletindo a importância que essa atividade tem para a economia local. No comparativo com outras atividades econômicas, a receita de Turismo foi similar à Indústria de Transformação (que inclui a fabricação de alimentos, vestuário e têxtil, gráfica, entre outras) e às Atividades Financeiras e maior que o setor de Energia, Gás, Saneamento e gestão de resíduos. Notadamente, o setor de Turismo tem grande importância para economia da capital potiguar.
Comparado às outras capitais, Natal ocupou a 5ª colocação nacional em participação do Turismo na economia local em 2019. No Nordeste, por sua vez, ocupou a liderança regional, puxando a média das capitais do Nordeste (10,32%). Notadamente, Natal respira turismo.
RECEITA E PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – BRASIL, REGIÕES E CAPITAIS – 2019
A análise por município potiguar revelou que Natal ocupou a 10ª colocação no estado com relação à participação do turismo na economia, cuja liderança ficou com o município de Tibau do Sul (58,46%), impulsionado pelo turismo de sol e praia no tradicional destino turístico de Pipa. No comparativo com todos os 5.570 municípios do Brasil, Natal ocupou a 180ª colocação nacional em participação do Turismo na economia local em 2019.
RECEITA E PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – BRASIL, NORDESTE, RIO GRANDE DO NORTE E MUNICÍPIOS / RN – 2019
Do Rio Grande do Norte, o destaque de participação do turismo na economia ficou com Tibau do Sul, no TOP 7 nacional. No Nordeste, o município potiguar ficou no TOP 3, atrás apenas de Fernando de Noronha/ PE (87,68%) e Jijoca de Jericoacoara/ CE (71,46%). Notadamente, Pipa respira turismo.
RECEITA E PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) –MUNICÍPIOS – TOP 20 – 2019
Em Tibau do Sul, a remuneração total do trabalho em 2024, decorrente das 70 Atividades Características do Turismo – ACT, ficou concentrada no grupo de Serviços à Famílias (97,2%), onde se destacaram as CNAE de Hotéis (46,5%), Restaurantes e similares (40,5%) e Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas, com entretenimento (3,1%). Em conjunto essas três atividades econômicas responderam por 90% do total da remuneração na cidade. Importante destacar que no território de Pipa, o peso do grupo Serviços às Famílias supera a média estadual (81,9%), principalmente pela maior participação da atividade de hotelaria. Sinal de que o município está preparado para receber confortavelmente seus visitantes.
ATIVIDADES CARACTERÍTICAS DO TURISMO – TOP 20 – TIBAU DO SUL / RN –REMUNERAÇÃO - 2024
Outro destaque em Tibau do Sul são os baixos pesos dos grupos de Transporte (1,9%) e Cultura e Lazer (1,0%). Em relação ao transporte, importante destacar que o município não tem aeroporto e que a principal CNAE é o Transporte aquaviário para passeios turísticos (1,5%). Em relação ao grupo de Cultura de Lazer, o destaque fica para a CNAE De bares com entretenimento, que apesar de pertencer ao grupo de Serviços às famílias, responde pela maior parte da atividade de lazer local.
2.8 PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA – MOSSORÓ / RN
O Turismo registrou participação recorde na economia mossoroense em 2016 (7,15%), ano seguinte ao auge da participação do município da receita de turismo do estado (2015). Nos anos seguintes, a participação do setor na economia local reduziu consecutivamente, até 2020 (3,54%). Em 2021, último ano com dado disponível para municípios, a participação foi de 4,30%, ainda sob impacto da pandemia no setor. Em 2006, início da série histórica, a participação do turismo se restringia a 2,58% da economia mossoroense
PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – MOSSORÓ / RN -
Tomando como referência o ano de 2019, a participação do turismo na economia de Mossoró (4,97%) foi inferior à média potiguar (6,62%) e à média brasileira (5,31%), refletindo o grande peso que a atividade extrativa de petróleo tem no município Ainda assim, no comparativo com outras atividades econômicas, a receita de Turismo foi similar às Atividades Financeiras e maior que o setor de Energia, Gás, Saneamento e gestão de resíduos e o setor de Informação e comunicação. Notadamente, o setor de Turismo tem sua importância para economia da capital do oeste potiguar.
2.9 IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA – BRASIL
A estimativa de impacto potencial do Turismo na economia brasileira em 2019 foi de 8,44%, ou seja, mais de 3 pontos percentuais do PIB acima da participação do turismo na economia (5,31%)
PARTICIPAÇÃO E IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – BRASIL – 2019 - %
Com base nesses dados, pode-se estimar que em 2024, a atividade de Turismo teve potencial para adicionar até R$ 1,76 trilhão à economia brasileira, com impacto no desenvolvimento dos mais diversos setores produtivos, como indústria, agropecuária, comércio e serviços. Parte desses recursos podem ter transbordado para outros países, através da importação de insumos e produtos finais, não produzidos ou mais caros no país. Importante estar atento às oportunidades que essa cadeia produtiva do turismo apresenta à economia local
A partir de um exercício de comparação do Valor Adicionado com o Valor Bruto da Produção nas Contas Nacionais do IBGE, conclui-se que, na média dos últimos quinze anos, o Valor Adicionado representou metade do Valor Bruto de Produção
RELAÇÃO VBP / VAB – PIB – BRASIL - SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS – IBGE
Aplicando essa razão ao resultado do impacto potencial do turismo na economia brasileira em 2024, de R$ 1,76 bilhão, chega-se ao resultado de R$ 881 bilhões. Este valor, proveniente do estudo da Fecomércio RN, ficou muito próximo do encontrado pela WTTC em suas estimativas de Valor Adicionado de forma direta, indireta e induzida do turismo à economia brasileira em 2024 (R$ 900 bilhões) – resultado da estimativa de US$ 167 bilhões multiplicada pelo câmbio médio de R$ 5,39.
2.10 IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA – RIO GRANDE DO NORTE
No Rio Grande do Norte, a estimativa de impacto potencial do Turismo na economia em 2019 foi de 10,52%, maior que a média brasileira (8,44%) e quase 4 pontos percentuais do PIB acima da participação do turismo na economia estadual (6,62%).
PARTICIPAÇÃO E IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) – RIO
GRANDE DO NORTE – 2019 - %
Com base nesses dados, pode-se estimar que em 2024, a atividade de Turismo teve potencial para adicionar R$ 18,0 bilhões à economia potiguar, com impacto no desenvolvimento dos mais diversos setores produtivos, como indústria, agropecuária, comércio e serviços. Parte desses recursos podem ter transbordado para outros estados ou países, através da importação de insumos e produtos finais, não produzidos ou mais caros localmente. Importante estar atento às oportunidades que essa cadeia produtiva do turismo apresenta à economia local.
2.11 IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA – NATAL / RN
Em Natal, a estimativa de impacto potencial do Turismo na economia em 2019 foi de 18,83%, maior que as médias estadual (10,52%) e brasileira (8,44%) e quase 7 pontos percentuais do PIB acima da participação do turismo na economia local (11,84%).
PARTICIPAÇÃO E IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO)
– NATAL /RN – 2019 - %
Com base nesses dados, pode-se estimar que em 2024, a atividade de Turismo teve potencial para adicionar R$ 10,4 bilhões à economia natalense, com impacto no desenvolvimento dos mais diversos setores produtivos, como indústria, agropecuária, comércio e serviços. Parte desses recursos, naturalmente, transbordaram para outras cidades, estados ou países, através da importação de mão de obra, insumos e produtos finais, não disponíveis ou mais caros localmente. Não dá para imaginar toda cidade com capacidade produtiva e de mão de obra para atender toda demanda do setor. Mas sempre importante estar atento às oportunidades que essa cadeia produtiva do turismo apresenta à economia local.
2.12 IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA – MOSSORÓ / RN
Em Mossoró, a estimativa de impacto potencial do Turismo na economia em 2019 foi de 7,90%, menor que as médias estadual (10,52%) e brasileira (8,44%), mas quase 3 pontos percentuais do PIB acima da participação do turismo na economia local (4,97%).
PARTICIPAÇÃO E IMPACTO POTENCIAL NA ECONOMIA (SETOR PRIVADO) –
MOSSORÓ /RN – 2019 - %
Com base nesses dados, pode-se estimar que em 2024, a atividade de Turismo teve potencial para adicionar R$ 1,5 bilhão à economia mossoroense, com impacto no desenvolvimento dos mais diversos setores produtivos, como indústria, agropecuária, comércio e serviços. Parte desses recursos, naturalmente, transbordaram para outras cidades, estados ou países, através da importação de mão de obra, insumos e produtos finais, não disponíveis ou mais caros localmente. Não dá para imaginar toda cidade com capacidade produtiva e de mão de obra para atender toda demanda do setor. Mas sempre importante estar atento às oportunidades que essa cadeia produtiva do turismo apresenta à economia local.
2.13 CONTAS SATÉLITES DE TURISMO – BRASIL
A metodologia de Contas Satélites de Turismo – CST da Organização Mundial das Nações Unidas para o Turismo –UN Tourism - preconiza que a mensuração do impacto das atividades do setor deve ir além dos dados de faturamento e contribuição para o PIB, ampliando o olhar para a geração de emprego, números de estabelecimentos e total de pessoas ocupadas. Nesse sentido, ampliamos o escopo desse estudo buscando capturar outros impactos positivos do Turismo na atividade econômica.
Em 2024, a economia do Turismo no Brasil garantiu o emprego direto a 2,5 milhões de trabalhadores formais, alocados em 352,5 mil estabelecimentos das 70 Atividades características do Turismo – ACT. Além desses, 1,59 milhão de microempreendedores individuais – MEI contribuíram para o desenvolvimento do setor. Entre 2020 e 2024, foram abertas 228,3 mil vagas de empregos com carteira assinada no setor de turismo brasileiro. Esse conjunto de mão de obra e empresas geraram R$ 1,11 trilhão em receita direta no Brasil, no último ano. A participação do turismo na economia local, segundo dados de 2019, últimos disponíveis pré-pandemia, alcançou 5,31%, com potencial de movimentar até R$ 1,76 trilhão na economia local, entre atividades diretas, indiretas e induzidas.
2.14
CONTAS SATÉLITES DE TURISMO - RIO GRANDE DO NORTE
Em 2024, a economia do Turismo no Rio Grande do Norte garantiu o emprego direto a 36,0 mil trabalhadores formais, alocados em 5,3 mil estabelecimentos das 70 Atividades características do Turismo – ACT. Além desses, 22,2 mil microempreendedores individuais – MEI contribuíram para o desenvolvimento do setor. Entre 2020 e 2024, foram abertas 5,8 mil vagas de emprego com carteira assinada no setor de turismo potiguar. Esse conjunto de mão de obra e empresas geraram R$ 11,3 bilhões em receita direta no Rio Grande do Norte. A participação do turismo na economia local, segundo dados de 2019, últimos disponíveis pré-pandemia, alcançou 6,62%, com potencial de movimentar até R$ 18,0 bilhões na economia local, entre atividades diretas, indiretas e induzidas.
Em termos relativos, a macroeconomia do turismo potiguar em 2024 respondeu por 1,42% do total de empregos formais do Brasil, 1,51% dos estabelecimentos, 1,39% dos MEI, 2,53% dos empregos gerados desde a pandemia e 1,02% da receita total do país
2.15 CONTAS SATÉLITES DE TURISMO - NATAL
Em 2024, a economia do Turismo em Natal garantiu o emprego direto a 19,8 mil trabalhadores formais, alocados em 2,3 mil estabelecimentos das 70 Atividades características do Turismo – ACT. Além desses, 7,8 mil microempreendedores individuais – MEI contribuíram para o desenvolvimento do setor. Entre 2020 e 2024, foram abertas 2,3 mil vagas de empregos com carteira assinada no setor de turismo natalense. Esse conjunto de mão de obra e empresas geraram R$ 6,6 bilhões em faturamento direto em Natal, no último ano. A participação do turismo na economia local, segundo dados de 2019, últimos disponíveis pré-pandemia, alcançou 11,84%, com potencial de movimentar até R$ 10,4 bilhões na economia local, entre atividades diretas, indiretas e induzidas.
Em termos relativos, a macroeconomia do turismo natalense em 2024 respondeu por 54,97% do total de empregos formais do Rio Grande do Norte, 42,46% dos estabelecimentos, 35,25% dos MEI, 39,28% dos empregos gerados desde a pandemia e 58,14% da receita total do estado.
2.16
CONTAS SATÉLITES DE TURISMO – MOSSORÓ
Em 2024, a economia do Turismo em Mossoró garantiu o emprego direto a 3,2 mil trabalhadores formais, alocados em 594 estabelecimentos das 70 Atividades características do Turismo – ACT. Além desses, 1,6 mil microempreendedores individuais – MEI contribuíram para o desenvolvimento do setor. Entre 2020 e 2024, foram abertas 344 vagas de empregos com carteira assinada no setor de turismo mossoroense. Esse conjunto de mão de obra e empresas geraram R$ 928,1 milhões em faturamento direto em Mossoró, no último ano. A participação do turismo na economia local, segundo dados de 2019, últimos disponíveis pré-pandemia, alcançou 4,97%, com potencial de movimentar até R$ 1,5 bilhão na economia local, entre atividades diretas, indiretas e induzidas.
Em termos relativos, a macroeconomia do turismo mossoroense em 2024 respondeu por 8,80% do total de empregos formais do Rio Grande do Norte, 11,14% dos estabelecimentos, 7,34% dos MEI, 5,95% dos empregos gerados desde a pandemia e 8,21% da receita total do estado.
3. DESAFIOS E OPORTUNIDADES – RIO GRANDE DO NORTE
O menor peso do grupo de Transportes na renda do Rio Grande do Norte (11,6%), em comparação ao Nordeste (20,7%) e ao Brasil (25,6%), está diretamente ligado à reduzida atividade de Transporte aéreo de passageiros. Um dos grandes desafios do setor de turismo potiguar, portanto, remete à ampliação da malha aérea do aeroporto de Natal e à reabertura do aeroporto de Mossoró
Em relação ao aeroporto de Natal, o recorde de movimentação de passageiros foi alcançado em 2012 (2,54 milhões), segundo dados da ANAC. Nessa época, importante lembrar, o aeroporto de Natal ainda era operado nas instalações de Parnamirim. Após a transferência das operações para São Gonçalo do Amarante, o recorde de movimentação foi observado em 2015 (2,53 milhões). Para efeito de comparação, em 2024, a movimentação se limitou a 2,33 milhões de passageiros.
Em relação ao aeroporto da capital do oeste potiguar, suas operações comerciais foram encerradas em março de 2025 e o aeroporto fechado em maio de 2025 para obras de ampliação. Importante notar que em 2024 o aeroporto de Mossoró bateu recorde de movimentação de passageiros (52,2 mil), quase o dobro do registrado em 2023 (27,0 mil)
MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS – AEROPORTO DE MOSSORÓ / RN - ANAC
A perspectiva de novas conexões internacionais de Natal com a Argentina, a partir do final de 2025, e da reabertura do aeroporto de Mossoró em março de 2026 são alentadoras.
Mas há muito espaço para avançar. Em 2024, o estado foi porta de entrada para 25,9 mil turistas estrangeiros, ocupando a 15ª posição nacional e 4ª posição na região Nordeste, atrás de Bahia (143,6 mil), Ceará (86,9 mil) e Pernambuco (70,7 mil), segundo dados da Embratur. Por sua vez, o aeroporto internacional de Natal está preparado para movimentar 6,2 milhões, segundo dados da concessionária Zurich Airport, e hoje opera abaixo da metade de sua capacidade instalada.
REGISTRO DE ENTRADA DE ESTRANGEIROS – EMBRATUR - 2024
Um outro desafio está na divulgação do destino turístico. Ainda que Natal/ RN no período do verão e nas datas festivas e feriados costume aparecer entre os principais destinos procurados pelos brasileiros para visitar, na média do ano, que engloba a baixa temporada, o destino apareceu na distante 16ª posição nacional e 8ª do Nordeste em 2024, segundo dados do portal Decolar.com. A frente de Natal cidades que não são capitais, como Navegantes/ SC e Porto Seguro/BA. No Nordeste, a capital potiguar só foi mais procurada pelos brasileiros que as de Sergipe e Piauí.
Quando se analisa a demanda dos estrangeiros, segundo a mesma pesquisa, a capital potiguar volta a figurar na 16ª posição nacional, mas na 4ª do Nordeste, atrás apenas de Salvador/BA, Recife/ PE e Fortaleza/CE. Não por coincidências, as mesmas capitais que tem registros de entrada de estrangeiros no Nordeste maiores que Natal. A conquista de novas rotas internacionais aliada à maior promoção turística do estado tem potencial de alavancar o destino turístico natalense.
Outro desafio está na diversificação do perfil do turista potiguar. A receita do Turismo do Rio Grande do Norte se concentra no litoral, alinhada ao turismo de sol e praia. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD Contínua de Turismo 2024 do IBGE, a maior parcela dos turistas brasileiros (44,6%) ainda busca esse mesmo perfil de viagem. Mas esse percentual vem caindo ano após ano, no pós-pandemia. Antes da pandemia, em 2019, mais da metade dos brasileiros (55,5%) buscavam esse tipo de
turismo, ou seja, a queda foi de mais de 10 pontos percentuais em apenas 5 anos Ademais, o perfil de turista que ainda demanda sol e praia é principalmente o de menor renda, inferior a ½ salário-mínimo. Logo, tem muito brasileiro que ainda consome sol e praia, mas esse tipo de turismo gera cada vez menos receita para os destinos.
Por outro lado, o perfil de turista que mais cresce no país tem buscado Cultura e Gastronomia A participação dos turistas com esta finalidade em suas viagens saltou de 15,5% em 2019 para 24,4% em 2024, quase 9 pontos percentuais em cinco anos. Ademais, o perfil de turista demanda Cultura e Gastronomia é principalmente o de maior renda, superior a 4 salários-mínimos. Logo, ainda que menor que o sol e praia, o turismo cultura e gastronômico vem ganhando espaço e gerando cada vez mais receita para os destinos.
A mudança de perfil de um destino não é um processo simples nem de curto prazo, mas precisa constar do planejamento estratégico de turismo local para ser desenvolvido. O alerta para essa necessidade de novos chamarizes de cultura e gastronomia no Rio Grande do Norte, estado com turismo focado em sol e praia, pode ser observado pelos indicadores de principais destinos de viagem dos brasileiros, segundo a mesma pesquisa do IBGE. O Rio Grande do Norte caiu da 14ª posição nacional e 6ª regional, em 2019, para a 17ª posição nacional e 8ª regional em 2024, a agora a frente apenas de Sergipe no Nordeste. Uma queda bastante acentuada que requer reflexão e ações para reversão.
Dentre as ações, além da busca por maior fluxo aéreo de passageiros, o estado poderia direcionar esforços em busca dos turistas dos estados vizinhos, da própria região Nordeste, a região em que os moradores mais viajam internamente no país. Em 2024, segundo a PNAD Contínua de Turismo, do IBGE, 88% dos nordestinos escolheram estados da própria região como destino turístico. O perfil do turismo de vizinhança pode gerar menos dias de estadia e até um gasto médio diário menor que outros, mas a perenidade e o volume de turistas podem compensar o investimento na atração destes. Vide o exemplo de Mossoró, que nos festejos juninos desse ano, observou um maior fluxo de turistas do Ceará, estado fronteiriço, conforme apurou pesquisa do Instituto Fecomércio.
Outra série de desafios e oportunidades podem ser elencadas, principalmente ao focar no cenário atual do turismo na capital do estado, principal cidade em termos de receita de turismo. Em relação ao aeroporto, principal porta de entrada de turistas, além do fluxo de passageiros, o crescimento de suas operações demanda investimentos em mobilidade urbana de acesso. O terminal hoje é acessado exclusivamente por modal rodoviário e servido por uma única linha de ônibus intermunicipal. A maioria dos trabalhadores e passageiros utilizam táxis, transporte por aplicativo e receptivos para acessar o local
Bairros turísticos de Natal demandam também investimentos públicos e privados para ampliar seu atrativo. Como exemplo, a Via Costeira, com seus lotes disponíveis ainda para construção de hotéis e parques públicos; Ponta Negra, com a perspectiva de conclusão da filtragem da areia, permitindo um melhor aproveitamento da engorda com a prática de


esportes, bem como os investimentos para reurbanização da orla, a partir de um concurso público internacional, a cargo do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB, e o projeto do Calçadão (ou Belvedere) nas quadras não-edificantes da Roberto Freire, a partir de uma parceria público-privada, garantindo um novo cartão-postal à cidade; Capim Macio, que conecta Ponta Negra ao centro da cidade, carece de um meio de transporte coletivo de média-alta capacidade, como um VLT, por exemplo, projeto já estudado pré-Copa do Mundo de 2014 mas que ainda não saiu do papel, bem como o novo Parque Linear, junto ao Parque das Dunas, garantindo a recuperação de uma área degradada e garantindo um novo atrativo turístico para cidade; Centro e Cidade Alta, com seu acervo histórico-cultural demanda preservação, segurança e sinalização; Ribeira e Santos Reis, à beira do Rio Potengi, com seu patrimônio histórico e cultural, mirantes e comércio de pescados, demanda projetos de urbanização, reocupação e promoção do local; Redinha, com seu maior ativo, o Complexo Turístico da Redinha, com o Mercado público em processo de PPP – Parceria público-privada, com previsão de reabertura em 2026; e a foz do Rio Potengi, com a perspectiva de investimentos privados para a construção de uma nova marina internacional, preservando o mangue e contemplando o Forte dos Reis Magos; entre outros.
Outro setor que merece atenção na capital potiguar é o de eventos, sobretudo, com foco na modernização do Centro de Convenções, a partir de PPP em andamento, construção de um calendário anual de grandes eventos, contemplando o Carnaval, São João, Carnatal, Natal e Reveillon, bem como a consolidação desses eventos em nível regional e nacional; uma maior utilização do complexo esportivo da Arena das Dunas, com eventos esportivos e culturais; e a diversificação do portfólio com a atração de eventos corporativos, socias, acadêmicos, setoriais, esportivos, culturais e religiosos.
Em relação à infraestrutura pública, três pontos merecem maior atenção: mobilidade urbana, conectando o aeroporto, os bairros de Ponta Negra ao Arena das Dunas e hidroviária no Rio Potengi; Saneamento básico, uma vez que menos da metade da cidade conta com esgotamento sanitário, tornando premente a necessidade de investimentos na área, preferencialmente via setor privado, com espaço fiscal para executar; e segurança pública, tendo em vista a piora esse ano nos indicadores de violência, ponto crucial para atração, propaganda e retorno dos turistas à cidade.
No interior do estado, há uma série de desafios e oportunidades também a serem exploradas. Destaque para a necessidade de investimentos na infraestrutura rodoviária, tendo em vista a grande malha estadual em condições regulares, ruins ou péssimas, segundo a pesquisa de Rodovias da CNT 2024. A recuperação e duplicação das vias é fundamental para melhorar o acesso aos diversos destinos turísticos no litoral e interior do estado.
A PPP para construção de um novo acesso à Pipa foi a primeira iniciativa nesse sentido, que precisa ser multiplicada para outras regiões do estado. Afinal, há uma série de novos
destinos turísticos despontando no estado, como Dunas do Rosado, Galinhos, Praia do Marco, Baía Formosa, Parque Nacional da Furna Feia e as diversas cidades serranas.
Bem como outro conjunto amplo de municípios que vem sendo qualificado para desenvolvimento do turismo, através de programas com apoio da Fecomércio RN e SENAC RN, como o Rotas Potiguares, Programa de Desenvolvimento e Interiorização do Turismo no Estado, iniciado em 2025, que impactará 39 localidades, e o programa Destinos, que, desde 2019, já desenvolveu a governança de onze destinos turísticos, no litoral e interior do estado
Como resultados mensuráveis, os municípios de São Miguel do Gosto e Tibau do Sul, atendidos pelo programa Destinos desde 2020, mais que dobraram suas receitas de turismo no período entre 2019 e 2024, com taxa de crescimento de 106,1% e 105,4%, respectivamente. Parnamirim, outro município onde o programa foi iniciado em 2020, apresentou taxa de crescimento de 73,8% no mesmo período, representando a retomada das ACT locais após a perda do aeroporto de Natal em 2014.
RECEITA
DE TURISMO – TAXA REAL DE
CRESCIMENTO ACUMULADO - MUNICÍPIOS
/ RN - TOP 15 – 2024/2019
Em relação às rodovias federais, destaque para necessidade premente de duplicação da BR-304, rota de ligação entre Natal e Mossoró, as duas cidades com maior volume de receitas de turismo em 2024. As obras de duplicação a cargo do Governo Federal já foram
iniciadas, mas apenas em alguns trechos. Uma concessão à iniciativa privada poderia acelerar as obras, com definição em contrato do prazo de conclusão, beneficiando assim não só as duas capitais, mas também as dezenas de municípios cortados pela rodovia.
4. POTI – PLATAFORMA DE ORIENTAÇÃO PARA TERRITÓRIOS INTELIGENTE
Além do estudo, a Fecomércio RN está desenvolvendo uma plataforma inteligente de dados para o setor de turismo, contemplando os indicadores das Contas Satélites de Turismo em nível nacional, regional, estadual e municipal para o Rio Grande do Norte. O BI de Turismo estará dentre do POTI - Plataforma de orientação para territórios inteligente, com acesso público e gratuito. Lá, poderá encontrar séries históricas e dados detalhados de Receita, Participação do turismo na economia, Geração de empregos, número de empregados e número de empresas.
A Fecomércio RN possui base de dados sobre turismo com mais de 26 milhões de informações únicas, para todos os 5.570 municípios do Brasil. A Federação tem a capacidade de desenvolver plataformas de BI personalizadas e estudos específicos sobre a economia do turismo sob demanda, bem como avaliações de impacto de políticas públicas, investimentos e eventos climáticos e cenários econômicos do setor. Acesse o site da Fecomercio RN e venha conhecer as oportunidades que o Instituto Fecomercio tem para você e para seu negócio.