RELATÓRIO ANUAL DA REVENDA DE COMBUSTÍVEIS
2015
Expediente e Sindicatos Filiados
FECOMBUSTÍVEIS Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes www.fecombustiveis.org.br Av. Rio Branco 103/13° andar. Centro-RJ. Cep.: 20.040-004 Telefone: (21) 2221-6695
ACRE
Delano Lima e Silva Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4 Bairro: Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br
A Fecombustíveis representa nacionalmente 34 Sindicatos e a Abra-
DISTRITO FEDERAL
José Carlos Ulhôa Fonseca SHCGN-CR 704/705, Bloco E entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 Fax: (61) 3274-4390 sindicato@sindicombustiveis-df.com.br www.sindicombustiveis-df.com.br
gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de serviços, 370 TRRs e quase 40 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes. A Federação é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e faz parte da Comissão Latino-Americana de Empresários de Combustíveis (Claec). Tiragem: 4,5 mil exemplares Presidente: Paulo Miranda Soares Presidente de honra: Gil Siuffo
1º Vice-Presidente: Mario Luiz Pinheiro Melo 2º Vice-Presidente: José Carlos Ulhôa Fonseca 3º Vice-Presidente: Adão Oliveira da Silva 4º Vice-Presidente: Walter Tannus Freitas 5º Vice-Presidente: Maria Aparecida Siuffo Schneider 6º Vice-Presidente: José Camargo Hernandes 1º Secretário: Roberto Fregonese 2º Secretário: Emilio Roberto C. Martins 3º Secretário: José Augusto Melo Costa 1º Tesoureiro: Ricardo Lisboa Vianna 2º Tesoureiro: Manuel Fonseca da Costa 3º Tesoureiro: Armando Matheussi Conselheira Fiscal Efetivo: Luiz Felipe Moura Pinto Conselheiro Fiscal Efetivo: Julio Cezar Zimmermman Conselheiro Fiscal Efetivo: João Victor C. R. Renault Diretor de TRR: Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Diretor de Postos de Rodovia: Ricardo Hashimoto Diretor de Meio Ambiente: João Batista Porto Cursino de Moura Diretor de GNV: Gustavo Sobral Diretor de Lojas de Conveniência: Paulo Tonolli Conselho Editorial: Emilio Martins, José Antônio Rocha, José Camargo Hernandes,
ALAGOAS
James Thorp Neto Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 Fax: (82) 3320-2738/2902 scvdpea@uol.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br
ESPÍRITO SANTO
Nebelto Carlos dos Santos Garcia Rua Vasco Coutinho, 94 Vitória-ES Fone: (27) 3322-0104 Fax: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br
GOIÁS AMAZONAS
Luiz Felipe Moura Pinto Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707 Fax: (92) 3584-3728 sindcam@uol.com.br
José Batista Neto 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 Fax: (62) 3218-1100 sindiposto@sindiposto.com.br www.sindiposto.com.br
BAHIA
MARANHÃO
José Augusto Melo Costa Av. Otávio Mangabeira, 3.127 Costa Azul Salvador-BA Fone: (71) 3342-9557 Fax: (71) 3342-9557/9725 sindicombustiveis@sindicombustiveis.com.br www.sindicombustiveis.com.br
Orlando Pereira dos Santos Av. Colares Moreira, 444, salas 612 e 614 Edif. Monumental São Luís-MA Fone: (98) 3235-6315 Fax: (98) 3235-4023 secretaria@sindcombustiveis-ma.com.br www.sindcomb-ma.com.br
Mario Melo, Paulo Miranda Soares, Ricardo Hashimoto, Ricardo Lisboa Vianna e Roberto Fregonese. Editora: Mônica Serrano Editora-assistente: Gisele de Oliveira Repórteres: Adriana Cardoso e Rosemeire Guidoni Economista responsável: Isalice Galvão Programação visual: Girasoli Soluções Imagens: Shutterstock, Stock, Somafoto e Rogério Capela Impressão: Edigráfica
2 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
CEARÁ
Vilanildo Fernandes Av. Engenheiro Santana Junior, 3000/6º andar - Parque Cocó Fortaleza-CE Fone: (85) 3244-1147 sindipostos@sindipostos-ce.com.br www.sindipostos-ce.com.br
MATO GROSSO
Aldo Locatelli R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone/Fax: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br
SÃO PAULO - CAMPINAS MATO GROSSO DO SUL
Mário Seiti Shiraishi Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 Fax: (67) 3321-2251 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br
PIAUÍ
Robert Athayde de Moraes Mendes Av. Jockey Club, 299, Edificio Eurobusines 12º, sala 1212 Teresina-PI Fone: (86) 3233-1271 Fax: (86) 3233-1271 sindpetropi@gmail.com www.sindipetropi.org.br
Rafael Alexandre Figueiredo Gomes Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3229-6987 Fax: (69) 3229-2795 sindipetrorondonia@gmail.com www.sindipetro-ro.com.br RORAIMA
MINAS GERAIS
Carlos Eduardo Mendes Guimarães Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte-MG Fone/Fax: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br
RONDÔNIA
RIO DE JANEIRO
Ricardo Lisboa Vianna Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco Niterói–RJ Fone/Fax: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br
Abel Salvador Mesquita Junior Av. Surumu, 494 São Vicente - Boa Vista - RR Fone: (95) 3623-8880 sindipostos.rr@hotmail.com
Ovidio da Silveira Gasparetto Av. Duque de Caxias, 1.337 Bairro Marco Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó - Belém-PA Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa.com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br
RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO
Maria Aparecida Siuffo Pereira Schneider Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 sindcomb@infolink.com.br www.sindcomb.org.br
Robson de Souza Rua Porto União, 606 Bairro Anita Garibaldi Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 / 0875 Fax: (47) 3433-0932 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br
SANTA CATARINA - BLUMENAU PARAÍBA
Omar Aristides Hamad Filho Av. Minas Gerais, 104 Bairro dos Estados João Pessoa-PB Fone: (83) 3324-1600 Fax: (83) 3221-0762 sindipet@hotmail.com www.sindipetropb.com.br
PARANÁ
RIO GRANDE DO NORTE
Antônio Cardoso Sales Rua Monte Sinai - Galeria Brito salas 101/102 - Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 Fax (84) 3217-6577 sindipostosrn@sindipostosrn.com.br www.sindipostosrn.com.br
José Camargo Hernandes Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco - Santos-SP Fone: (13) 3229-3535 Fax: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br
Julio César Zimmermann Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249 Fax: (47) 3326-6526 sinpeb@bnu.matrix.com.br www.sinpeb.com.br
Mozart Augusto Oliveira RuaRaimundoFonseca,57-BairroTrezedeJulho Aracaju-SE Fone: (79) 3214-4708 Fax: (79) 3214-4708 sindpese@infonet.com.br www.sindpese.com.br
SINDILUB
Laércio dos Santos Kalauskas Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina São Paulo-SP Fone: (11) 3644-3440/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br
TOCANTINS
Eduardo Augusto Rodrigues Pereira 103 Sul, Av. LO 01 - Lote 34 - Sala 07 Palmas-TO Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br
SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS
Rui Cichella Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522 Curitiba-PR Fone/Fax: (41) 3021-7600 diretoria.sindi@sindicombustiveis-pr.com.br www.sindicombustiveis-pr.com.br
RIO GRANDE DO SUL
PERNAMBUCO
RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA
Alfredo Pinheiro Ramos Rua Desembargador Adolfo Ciríaco,15 - Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 Fax: (81) 3445-2328 sinpetro@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br
SÃO PAULO - SANTOS
SERGIPE
SANTA CATARINA PARÁ
Flávio Martini de Souza Campos Rua José Augusto César, 233 Jardim Chapadão - Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 recap@recap.com.br www.recap.com.br
Adão Oliveira Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3930-3800 Fax: (51) 3228-3261 presidencia@sulpetro.org.br www.sulpetro.org.br
Luis Henrique Martiningui Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone/Fax: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br
Paulo Roberto Ávila Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São José Florianópolis-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@gmail.com
SANTA CATARINA - LITORAL CATARINENSE E REGIÃO
Giovani Alberto Testoni Rua José Ferreira da Silva, 43 Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 Fax: (47) 3241-0322 sincombustiveis@sincombustiveis.com.br www.sincombustiveis.com.br
TRR
Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SP Fone: (11) 2914-2441 Fax: (11) 2914-4924 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br Entidade associada
ABRAGÁS (GLP)
José Luiz Rocha Fone: (41) 8897-9797 abragas.presidente@gmail.com www.abragas.com.br
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 3
Índice
6
Estados Unidos Rumo à recuperação
12
Cenários
20
Gasolina
30
Etanol
38
Diesel
46
Biodiesel
52
GNV
Em crescimento
Consumo pujante
Impacto da estiagem
Crescimento menor
Um ano de alívio
Permanece em queda
4 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
58
GLP
64
Lubrificantes
68
Meio Ambiente
74
Legislações
80
Conveniência
84
Fecombustíveis
Pequeno crescimento
Sem evolução
Emissões e impactos climáticos
Novas definições
Padarias e alimentação, o caminho das lojas de conveniência
Na luta por um mercado mais justo
5 90
Carta do Presidente Cadeia de Abastecimento
91 92 94 96
Siglas Lista de Tabelas Glossário Fontes de Pesquisa e Agradecimentos
Carta do Presidente
Em ritmo de crescimento Apesar de todos os problemas econômicos e políticos do país que se acentuaram no ano passado, o mercado de combustíveis passou mais um ano ileso do cenário nacional e manteve sua trajetória de crescimento. As vendas de combustíveis tiveram um resultado excelente, cresceram 5,3% em comparação a 2013, conforme mostra nosso Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015. Em ano de Copa do Mundo e eleições, este resultado é para comemorar. No ano passado, o tão aguardado Mundial representou um marco para o país e colocou por terra as previsões pessimistas sobre um cenário caótico para receber os estrangeiros. Felizmente, tudo transcorreu de forma equilibrada, exceto pela perda do Brasil para a Alemanha, que deixou um gosto de frustração para os brasileiros. Do ponto de vista econômico, a Copa desacelerou as vendas no varejo, com os feriados decretados e, consequentemente, nosso segmento também diminuiu seu movimento. Por conta desse período, tivemos um primeiro semestre fraco, porém, ganhamos mais fôlego na segunda metade do ano e recuperamos as vendas com o consumo da frota circulante. Após a Copa, o clima das eleições tomou conta do país e tivemos a disputa mais acirrada para a presidência da República dos últimos anos, com a vitória de Dilma Rousseff. Assistimos em 2014, o desenrolar das investigações da Operação Lava-Jato e as repercussões do escândalo de corrupção da Petrobras, com o envolvimento de políticos e empresas privadas, o que acentuou o desgaste do governo para a população. Paralelo a isso, os números oficiais divulgados durante o ano indicavam a economia enfraquecida, havendo necessidade de mudanças urgentes. Com isso, a reeleição da presidente Dilma Rousseff nasceu sob o desafio de implementar os ajustes fiscais para reequilibrar as finanças públicas e reestruturar nossa economia. Para o nosso setor, 2014 ficará marcado como o ano do ingresso da nova gasolina comum com menor teor de enxofre, com 50 ppm. A iniciativa faz parte das medidas para reduzir as emissões poluentes para atender às etapas do Proconve. O processo de melhora da qualidade da gasolina comum ficará completo com a adição dos detergentes dispersantes, que estava previsto para acontecer em 1º de julho, mas foi adiado para 2017. Juntamente com a nova gasolina, também no ano passado, os postos passaram a comercializar
somente dois tipos de diesel menos poluentes, o S10 e o S500, e o diesel S1800 foi retirado do mercado. Outro destaque do ano, presente no Relatório, foi o aumento da mistura do biodiesel ao diesel para 6% em 1º de julho e para 7% a partir de 1º de novembro. A decisão de elevar o teor da mistura pelo governo visou atender ao pleito do setor produtivo que vinha passando por dificuldades. O etanol enfrentou mais um ano difícil e o segmento sucroenergético ficou na expectativa de que o governo atendesse às suas reivindicações, com a volta da Cide e o aumento da mistura do etanol anidro à gasolina, o que só veio acontecer nos primeiros meses de 2015. O setor sucroenergético também passou por maus momentos pela forte estiagem que atingiu os canaviais da região Centro-Sul, prejudicando a safra 2014/2015. Foi um ano em que as crises hídrica e energética ficaram em evidência, principalmente na região Sudeste. Os mais diversos estabelecimentos tiveram que controlar seus gastos de energia e economizar no consumo de água. A revenda teve que se adaptar aos tempos de seca, com a adoção de medidas para suprir a falta d’água e muitos revendedores suspenderam a lavagem de carros dos veículos. O Relatório Anual também apresenta o cenário do mercado de combustíveis internacional, com o capítulo especial sobre os Estados Unidos. Confira as particularidades do setor norte-americano e as batalhas que a revenda também enfrenta por lá. Disponibilizamos um material rico em informações. Nosso setor está minuciosamente retratado neste Relatório Anual. O comportamento das vendas, nossas conquistas, nossas dificuldades, as mudanças nas resoluções e as novas obrigações que teremos que cumprir. Atuamos em um setor dinâmico e temos que nos adaptar constantemente ao mercado, atender ao consumidor e, principalmente, cumprir nosso papel para movimentar a economia do país, além de oferecer o suprimento de um combustível de qualidade para a sociedade. Esperamos que este Relatório seja útil, que amplie nossos conhecimentos para que possamos discutir melhor os grandes desafios da revenda. Boa leitura! Paulo Miranda Soares Presidente da Fecombustíveis Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 5
Estados Unidos
Rumo à recuperação A economia dos Estados Unidos ganhou mais
gasolina passou de 482 milhões de metros cúbi-
fôlego e caminha em terreno mais firme rumo à
cos em 2013 para 479 milhões de metros cúbicos
recuperação. Os indicadores econômicos sinalizam
em 2014, o que representa queda de 1% em rela-
um país mais fortalecido. No ano passado, o Pro-
ção ao ano anterior.
duto Interno Bruto (PIB) do país teve expansão de
Para este ano, U.S. Energy Information Adminis-
2,4% e, para este ano, a expectativa é de cresci-
tration (EIA - Agência de Informações sobre Energia
mento de 3,6%, segundo o Fundo Monetário In-
dos Estados Unidos) prevê que a família média ameri-
ternacional (FMI).
cana gastará cerca de US$ 2.000 com combustíveis ao
Também em 2014, foram gerados 2,95 milhões
longo de 2015.
de empregos, dos quais 252 mil em dezembro, o que contribuiu para que a taxa de desemprego fechasse em 5,6% em 2014. O resultado demonstra que é o quinto ano consecutivo em que os Estados Unidos conseguem contratar mais do que demitir.
Biocombustíveis Em relação aos biocombustíveis, o go-
O país também foi marcado por uma forte pro-
verno norte-americano tem estimulado o
dução energética, puxada pelo crescimento da explo-
consumo de combustíveis renováveis por
ração de gás e petróleo de xisto. O mundo está com
meio de programas de incentivo para au-
excesso de oferta de petróleo e o preço do barril caiu
mentar sua participação dentre os combus-
vertiginosamente desde o final de 2014.
tíveis ofertados no setor. No ano passado, as
Para os consumidores norte-americanos, o
vendas de etanol cresceram 2% em relação
cenário não poderia ser melhor com a queda do
a 2013, totalizando 51 milhões de metros
preço dos combustíveis fósseis, refletindo em me-
cúbicos. Já o consumo de biodiesel teve au-
nores custos na hora de abastecer. Assim como
mento de 1% no mesmo período.
o consumidor brasileiro, um dos pontos decisivos para o norte-americano escolher onde abastecer o carro é o fator preço. E com razão: o consumo de
1.2 ETANOL (Em milhões de m3)
gasolina representa cerca de 5% dos gastos totais
2013
2014
Produção
50,3
54,3
Consumo
50,0
51,0
dos consumidores. No ano passado, as vendas de óleo diesel cresceram 6% em relação a 2013, para 209 milhões de metros cúbicos. Já a comercialização da
Fonte: EIA Nota: Os dados de 2013 foram revisados.
1.3 BIODIESEL (Em milhões de m3)
1.1 VENDAS DE GASOLINA
E DIESEL (Em milhões de m3) 2013
2014
Gasolina
482
479
Diesel
197
209
2013
2014
Produção
5,15
4,69
Consumo
5,31
5,37
Fonte: EIA Nota: Os dados de 2013 foram revisados.
Fonte: EIA Nota: Os dados de 2013 foram revisados. Os dados do diesel são referentes ao Ultra Low Sulfur, pois não há dados disponíveis para o Low Sulfur e High Sulfur.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 7
Estados unidos
Petróleo bruto afeta os preços
1.4 COMPOSIÇÃO DO PREÇO
Os preços dos combustíveis no varejo são afetados
DA GASOLINA NO VAREJO
por quatro componentes: petróleo bruto, impostos, custos de refino e pós-refinaria (que contabiliza todos os custos após o combustível sair da refinaria). Os preços do petróleo têm, de longe, o maior peso sobre os preços praticados no varejo. No ano passado, os custos do petróleo bruto foram responsáveis por 65% do preço
Margens Impostos Preço (Em US$ por litro)
Fonte: EIA
de venda da gasolina e representaram, aproximadamente,
a 57% do preço do produto vendido no varejo. Vale ressaltar que, ao longo do ano, os preços do petróleo podem passar por oscilações e foi o que ocorreu no ano passado. Com mais da metade da composição do preço vinculado ao valor do petróleo, o impacto da queda vertiginosa
2014 65% 10%
9%
12%
12% 0,926
13% 0,888
1.5 COMPOSIÇÃO DO PREÇO
DO DIESEL NO VAREJO
dois terços de um galão de gasolina. Enquanto que, no óleo diesel, o percentual referente ao petróleo bruto corresponde
2013 68% 11%
Petróleo Refino
2013 61% 12%
Petróleo Refino
2014 57% 12%
Margens
15%
18%
Impostos Preço (Em US$ por litro)
12% 1,036
13% 1,011
Fonte: EIA
do custo do barril no ano passado foi repassado ao consumidor, que viu o preço nas bombas cair. A gasolina caiu de US$ 0,926 por litro, em 2013, para US$ 0,888 por litro em 2014. Enquanto que o diesel teve uma redução de US$ 1,036 por litro, em 2013, para US$ 1,011 por litro em 2014. Os impostos compõem um peso menor nos custos dos combustíveis nos Estados Unidos em comparação ao Brasil. No ano passado, a parcela correspondente na composição de preço tanto do diesel quanto da gasolina foi 13% do total. Os demais componentes de formação da gasolina corresponderam a 10% no refino e 12% de margens; enquanto que, no diesel, esses custos representaram 12% (refino) e 18% (margens).
União: varejo de combustíveis e conveniência Segundo a NACS, entidade que representa postos e lojas de conveniência, os norte-americanos abastecem seus carros em torno de 4 a 5 vezes por mês e há, hoje, aproximadamente, 150 mil postos de serviços espalhados por todo os Estados Unidos. Deste total, 127.588 correspondem a lojas de conveniência que atuam em conjunto com o varejo de combustíveis. Esses varejistas comercializam cerca de 80% de todo o combustível adquirido no país. A maioria dos estabelecimentos, 58% do
1.6 Proprietários de postos
por número de estabelecimentos 58% 58%
2013
total, são revendedores pequenos que contam
2014
apenas com um único posto (cerca de 70 mil). Muitas dessas revendas não possuem recursos para criar estratégias de marca de forma sepa-
16% 17%
rada da marca do combustível que vendem em
5% 4%
seus postos, podendo levar a equívocos de percepção pelo consumidor, que podem associar
1 loja
o estabelecimento como sendo de propriedade de uma grande empresa petrolífera.
8 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Fonte: NACS
9%
9%
2-10 lojas 11-50 lojas
6% 5% 51-200 lojas
6% 6% 201-500 lojas
a partir de 501 lojas
Longe da revenda
Varejo independente
Ao contrário da legislação brasileira, que não per-
Enquanto as grandes companhias de
mite a verticalização no setor da revenda, nos Estados
petróleo estão se retirando das operações de
Unidos, as grandes empresas petrolíferas podem atuar
varejo, as suas marcas permanecem, já que
no comércio varejista de combustíveis e já tiveram forte
cerca da metade dos postos que operam no
influência no passado. Porém, desde 2007, as grandes
país vendem combustíveis sob a marca de
empresas de petróleo têm saído do negócio de varejo
uma das 15 maiores refinarias fornecedoras.
para se concentrar mais em operações de produção e
Praticamente, esses estabelecimentos são
refino. Dos 127.588 estabelecimentos, menos de 0,4%
operados por empresários independentes
(443) são de propriedade da Chevron e Shell, as duas
que mantêm contratos de abastecimento
petrolíferas que se mantiveram no pequeno varejo no
com um refinador/distribuidor para exibir
ano passado. A ConocoPhillips tinha uma unidade em
uma marca específica, similar à revenda bra-
funcionamento em 2013, mas deixou de operar a re-
sileira que opta pelo embandeiramento, mas
venda no ano passado.
não compartilha seus ganhos e perdas com as distribuidoras de combustíveis. Os outros 50% são vendidos “sem
1.7 POSTOS DE PROPRIEDADE DAS COMPANHIAS DE PETRÓLEO Chevron Shell ExxonMobil BP North America ConocoPhillips Inc. TOTAL
2013 406 23 0 0 1 430
marca”. Estes postos, muitas vezes, são
2014 423 20 0 0 0 443
de propriedade de empresas que criaram a sua própria marca de combustível, tais como, QuikTrip, Wawa, 7-Eleven e compram combustíveis ou no mercado aberto ou por meio de contratos sem marca com um refinador/distribuidor.
Fonte: NACS
Revenda em crescimento 1.8 hipermercados que atuam no varejo de combustíveis
Os postos que operam juntamente com as lojas de conveniência vendem mais de 80% dos combustíveis comercializados nos Estados Unidos e seu domínio continua crescendo. Ao longo da última década, o número
de estabelecimentos
cresceu 15% (de 110.895 para 127.588 lojas). Também tem crescido o número de postos operados por hipermercados. A partir de maio de 2014, os 5.236 hipermercados foram responsáveis
Walmart Kroger Sam’s Club Safeway Costco Outros TOTAL
2013 21,0% 22,6% 9,4% 6,6% 7,2% 33,2% 5.093
2014 19,1% 23,3% 9,6% 6,6% 7,3% 34,1% 5.236
Fonte: NACS
por 13,8% dos combustíveis adquiridos nos Estados Unidos, de acordo com analistas do setor de energia internacionais. Estes locais vendem, aproximadamente 278.000 galões por mês, mais do que duas vezes o volume de um varejista de combustíveis tradicional. A Kroger mantém sua liderança no comércio de combustíveis desde 2002 e, no ano passado, registrou 23,3% do total, seguida pelo Wal-Mart, 19,1% e Sam’s Club, com 9,6%
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 9
Estados unidos
Cartões: um problema
Estima-se que 40 milhões de americanos abas-
(ilhas de abastecimento tendem a ter taxas mais ele-
tecem seus veículos nos postos de combustíveis
vadas porque elas são consideradas terminais des-
todos os dias e 30 milhões deles pagam com car-
contínuos).
tões. As operações com cartões de crédito e de dé-
Com mais de três quartos dos consumidores pa-
bito são classificadas como duopólio, exercido pelas
gando com plástico direto na bomba, a maioria dos
duas maiores empresas emissoras de cartões (Visa
varejistas não tem escolha a não ser aceitar cartões de
e MasterCard), que incluem taxas fixas e impõem
crédito e débito. No entanto, crédito e as transações
regras para os revendedores.
com cartão de débito resultam aos varejistas no pa-
As regras que os comerciantes devem aderir
gamento de determinadas taxas (também conhecidas
também são complexas, o que, em alguns casos,
como “comissões interbancárias”). Essas taxas, geral-
incluem centenas de páginas. As taxas de cartão va-
mente, giram, em média, entre 2% e 3% do total da
riam de acordo com a loja e até mesmo com o clien-
compra, mas podem chegar até 4%.
te. Além disso, essas taxas são baseadas no tipo de
Como os varejistas possuem estreitas margens
cartão utilizado (cartões com benefícios os varejistas
sobre os combustíveis (a margem bruta média de
tendem a demorar a aceitar), o tipo de negócio (os
combustível tem ficado em apenas 5,7% ao longo
varejistas maiores obtêm melhores taxas com base
dos últimos cinco anos), estes custos são repassados
em descontos por volume) e como o cartão é usado
para o consumidor.
10 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Por mais de uma década, os revendedores norte-americanos têm lutado para mudar o sistema de cartão de crédito, considerado um problema que custa dinheiro aos consumidores e custos para o revendedor. O argumento de que as taxas de cartão são essencialmente um “imposto” que
Índice de não conformidade
recolhem para as empresas de cartão de crédito. Quando os consumidores
No Brasil, a ANP
são tributados, eles têm menos dinheiro para gastar, o que interfere nas
instituiu o Programa
vendas do varejo. A NACS e outros grupos reinvindicaram reformas nas taxas cobradas por débito e foram assinadas, legalmente, no dia 21 de julho de 2010, como parte da reforma de Wall Street e Ato de Defesa do Consumidor.
de Monitoramento de Qualidade dos Combustíveis
(PMQC)
a
Essa lei foi dirigida ao Federal Reserve (Fed) para garantir que as taxas fos-
fim de garantir que os
sem “razoáveis e proporcionais” aos custos incorridos pelos bancos para as
combustíveis sejam co-
transações comerciais.
mercializados confor-
Originalmente, o Federal Reserve propôs taxas de US$ 0,07 a
me as especificações
US$ 0,12 em cada transação para cartões de débito, mesmo assim foram
de qualidade para ga-
consideradas significativamente elevadas em comparação aos US$ 0,04 por transação que os bancos informaram como custos de processamento de débito. No entanto, as valores finais ficaram ligeiramente acima: US$ 0,21 e US$ 0,01 para prevenção à fraude e de 0,05% da transação para cobrir as perdas com fraudes, limitadas a US$ 0,24.
rantir um combustível isento de adulterações ou desconformidade. O
acompanhamen-
A NACS e outros órgãos moveram uma ação contestando as regras do
to assíduo do PMQC
Fed, mas, em 20 de janeiro de 2015, a Suprema Corte dos EUA recusou-se a
tem contribuído para
ouvir o apelo. A NACS também impetrou uma ação judicial antitruste priva-
melhorar
do contra as principais empresas de cartões de crédito e os bancos em 2005.
de não conformidade
Um Conselho destinado aos varejistas propôs um acordo de
dos combustíveis em
US$ 7,2 bilhões, que não abordou a questão do sistema de pagamentos, sendo rejeitado pela maioria dos autores. A NACS liderou a oposição contra o acordo proposto, mas, apesar das objeções da entidade e de milhares de outros comerciantes, o juiz aceitou a proposta de liquidação. O processo de apelação está em curso.
os
índices
todo o território nacional. Já nos Estados Unidos, não existem dados oficiais sobre os índices de não confor-
Descontos
midade, uma vez que
O aumento das despesas de cartão de crédito levou um número cres-
a qualidade dos com-
cente de varejistas a buscarem alternativas, especialmente descontos para
bustíveis comercializa-
pagamentos em dinheiro. Os valores variam, mas a maioria dos varejistas
dos nos postos não é
oferece cerca de US$ 0,05 por galão para os clientes que pagam em dinhei-
monitorada. Segundo
ro. Alguns varejistas oferecem descontos significativamente mais elevados
a NACS, a legislação
em troca de dinheiro, especialmente se a compra do combustível estiver associada a outra compra, como, por exemplo, uma lavagem de carro. As definições para que os varejistas ofereçam descontos em dinheiro são definidos pelo Departamento de Estado de Pesos e Medidas. Normal-
nos Estados Unidos é extremamente rígida e as penalidades são pe-
mente, os varejistas devem afixar o preço de forma visível (de crédito) para
sadas, portanto, pra-
o consumidor. Alguns varejistas também podem usar banners e painéis
ticamente, toda a ca-
publicitários com os preços à vista e de crédito.
deia cumpre as regras.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 11
cenรกrios
Em crescimento Dois grandes eventos marcaram o ano de 2014:
veículos, foram licenciados 3,5 milhões de carros no
Copa do Mundo no Brasil e eleições. Um período con-
ano passado. Além disso, a demanda por combustíveis
siderado difícil para o país, com os sinais de desacele-
segue forte, sustentada pela frota total de veículos em
ração da economia, menos dias úteis para o comércio
circulação no país. A falta de políticas públicas em mo-
e, devido ao período eleitoral, muitas decisões ficaram
bilidade urbana, que ofereçam melhores condições à
para depois da disputa, em 2015, com a posse do se-
população para aderir ao transporte coletivo, também
gundo mandato do governo Dilma Rousseff.
contribuiu para a manutenção do consumo dos com-
2014 foi um ano em que o Brasil ficou estagnado, a
bustíveis. Apesar da forte demanda, a participação
cada mês, os indicadores oficiais econômicos divulgados sinalizavam a fragilidade da economia e acendiam o sinal de alerta. Apesar de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação, ter fechado o ano dentro
2.2 arrecadação tributária Em bilhões de R$
78,2
71,1
da meta (6,41%), a taxa de juros básica da economia, a Se-
Etanol, 5%
Etanol, 5%
Diesel 39%
Diesel 38%
Gasolina 56%
Gasolina 56%
2013
2014
lic, ficou em 11,75%. O país encerrou o ano com dólar alto, redução no nível de atividade da indústria, baixa geração de emprego e queda da confiança do consumidor. Boa parte dos segmentos econômicos, especialmente a indústria nacional, passou momentos difíceis em 2014 em meio ao cenário econômico desgastado. Alguns setores, porém, se descolaram do pessimismo e contribuíram para amenizar a situação do país. O mercado de combustíveis no Brasil foi um dos que manteve ritmo vigoroso, evoluindo na contramão do
Fonte: Fecombustíveis
PIB, que encerrou o ano em 0,1%.
2.3 COMPOSIÇÃO DAS VENDAS
No ano passado, as vendas de combustíveis cres-
NOS POSTOS
ceram 5,3% em comparação a 2013. O crescimento favorável é atribuído ao reflexo do incentivo do governo com a redução do IPI para venda de veículos novos. Mesmo com a desaceleração nas vendas de
Gasolina
Diesel
Etanol
2013
48%
39%
13%
2014
48%
37%
14%
Fonte: Fecombustíveis
2.4 PARTICIPAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS
2.1 faturamento
LÍQUIDOS NO PIB (Gasolina + Etanol + Diesel)
Em bilhões de R$
275
Etanol, 8%
311,5 Etanol, 9%
2013
5,68%
2014
5,64%
Fonte: Fecombustíveis
Diesel 49%
Gasolina 43%
2013
Fonte: Fecombustíveis
Diesel 49%
Gasolina 42% 2014
2.5 PROJEÇÕES DE CRESCIMENTO
DO PIB PARA 2015
Banco Central
-1,0%
FMI
0,3%
J.P. Morgan
-0,7%
Banco Mundial
1,0%
CEPAL
1,3%
Fonte: Publicações oficiais das instituições.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 13
cenários
dos combustíveis líquidos no PIB teve ligeira queda, de 5,68% em 2013 para 5,64% no ano passado.
Para este ano, ainda não se sabe como o mercado de combustíveis irá se comportar, se manterá ou não o mes-
O faturamento gerado com as vendas de com-
mo ritmo de crescimento de períodos anteriores. Segundo
bustíveis obteve crescimento de 13%, registran-
dados históricos, é recorrente que o desempenho do setor
do montante de R$ 311,5 bilhões. Na composição
fique acima do crescimento do país. Porém, 2015 iniciou
do faturamento pesou a comercialização de óleo
sob a égide de um ano difícil. O cenário macroeconômico
diesel, correspondentes a 49% do total, segui-
não está propício para evolução. As perspectivas recentes
da da gasolina com 42% e o etanol, com
apontam para projeções negativas do JP Morgan (março
9%. A
arrecadação tributária permaneceu em ritmo de
de 2015), -0,7%; e Banco Central (abril de 2015), -1%.
crescimento e os recursos arrecadados com im-
O governo iniciou o ano com a implementação dos
postos evoluíram 10% em relação a 2013, para
ajustes fiscais na tentativa de equilibrar as finanças públi-
R$ 78,2 bilhões ante os R$ 71,1 bilhões de 2013.
cas, com o aumento de arrecadação e redução de gastos
Nos postos da revenda, no ano passado, os com-
públicos. Com isso, a conta ficou mais pesada para a
bustíveis mais comercializados foram gasolina e diesel.
população, que vai arcar com mais tributos, incluindo o
A gasolina manteve-se no mesmo patamar de vendas
aumento da alíquota do PIS/Cofins para os combustíveis
de 2013, com 48%, enquanto que o diesel diminuiu
fósseis e a volta da Cide.
sua participação em dois pontos percentuais para
O primeiro trimestre do ano apresentou sinais de
37%. Já o etanol, terceiro combustível mais vendido,
desaceleração no consumo de combustíveis, com cresci-
cresceu um ponto percentual, para 14%.
mento de 1,3% em relação ao mesmo período de 2014.
Abastecimento
Gigante em crise
Mesmo com a alta demanda por combustíveis, do pon-
O ano passado marcou um dos perí-
to de vista de abastecimento, 2014 foi um ano relativamente
odos mais críticos da Petrobras. A estatal
tranquilo em comparação aos anos anteriores. Houve alguns
afundou em uma crise sem precenden-
problemas pontuais, com destaque especial para o início do
tes, que abalou o país com os escândalos
ano com a enchente do Rio Madeira, que prejudicou sobre-
de corrupção que pareciam interminá-
maneira o abastecimento de combustíveis líquidos e de GLP
veis. Para piorar, a estatal teve que adiar
na região Norte.
a divulgação dos resultados do terceiro
Para facilitar a logística e o envio rápido do combustí-
trimestre, pela recusa de aprovação do
vel, especialmente para o estado do Acre, a ANP autorizou
balanço pela auditoria Pricewaterhouse-
a isenção da mistura obrigatória do biodiesel ao diesel por
Coopers que não assinou as demonstra-
período determinado, a fim de garantir o abastecimento de
ções contábeis, o que aumentou a crise
diesel na região em função da falta de condições operacio-
de confiança e afugentou investidores.
nais das bases para efetuarem a mistura.
Entre as principais consequências, a Pe-
2014 foi o primeiro ano pós-resolução 45/2013, que determinou regras mais rígidas para
trobras perdeu o grau de investimento,
produção e distribuição,
com o rebaixamento da nota de crédi-
estabelecendo a formação de estoques mínimos semanais de
to pela agência de classificação de risco
gasolina e óleo diesel. O primeiro balanço feito pela ANP trouxe
Moody’s, em fevereiro de 2015.
resultados positivos para o setor, já que foram registradas três
No aspecto operacional, a Petrobras
ocorrências de descumprimento de estoques de diesel S500 ao
conseguiu manter suas atividades princi-
longo de 2014. Em 2015, a Agência iniciou a implantação de
pais de produção e refino em plena ativi-
auditorias para analisar os dados informados pelos agentes do
dade, acumulando recordes de produção
setor em relação aos estoques como forma de garantir maior
e as refinarias trabalharam mais um ano
previsibilidade ao mercado em relação ao abastecimento.
no limite de operação.
14 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Em crescimento O mercado de combustíveis con-
2.6 AGENTES DO MERCADO
tinua propício à entrada de novos empreendedores. O número de agentes de mercado subiu para 114.005, um crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior. Assim como em 2013, contribuíram para alavancar o total de agentes, a revenda de GLP, com crescimento de 5%; e os Pontos de Abastecimento com aumento de 21% ante 2013.
2013 16 381 64 214 22 386 39.294 11.105 55.771
Refinarias Usinas de etanol Produtores de biodiesel Distribuidoras de combustíveis líquidos Distribuidoras de GLP TRR Postos Pontos de Abastecimento Revenda de GLP
Fonte: ANP
2014 17 384 58 205 22 382 39.993 13.469 58.463
A revenda de combustíveis elevou sua participação em 2%, com 699 novos revendedores. As distribuidoras de combustíveis líquidos reduziram o total de participantes em 4% em comparação a 2013 e os TRRs
2.7 licenciamento de autoveículos Em milhões de unidades
3,8
3,5
Importados 19%
Importados 18%
Nacionais 81%
Nacionais 82%
2013
2014
diminuíram 1% no mesmo período. As vendas de veículos no país recuaram pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, a desaceleração foi mais intensa, de 7,1% em 2014 ante 2013, para 3,5 milhões de unidades, quando, no período anterior (2013/2012), o consumo caiu 0,9%. Os licenciamentos de veículos importados recuaram 12,7%, especial-
Fonte: Anfavea
mente pela elevação do dólar. Já a produção
automobilística
diminuiu
fortemente o ritmo, com recuo de 15,3%, para 3,15 milhões em 2014.
2.8 LICENCIAMENTO DE AUTOVEÍCULOS
LEVES por tipo de combustível 88,5% 88,2%
Logo no início de 2015, os dados
2013 2014
do setor automobilístico refletiram a crise do segmento, iniciada no ano passado. Somente no primeiro bimestre do ano, as vendas de veículos acumularam queda de 23,1% e a produção caiu 22% em comparação ao mesmo período (janeiro e fevereiro) do ano passado. Na mesma base de comparação, as exportações recuaram 7,2%, para 47,6 mil unidades nos primeiros dois meses, segundo a Anfavea.
5,3%
6,2%
5,5%
Gasolina
Flex fuel
6,2%
Diesel
Fonte: Anfavea
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 15
cenários
Preços 40% 30%
do ano. Enquanto em 2013 o me-
20%
nor preço médio mensal do petró-
10% 0%
em comparação ao combustível norte-
30%
-americano.
20%
Em relação ao óleo diesel, 2014 co-
10%
meçou com preços mais altos no mer-
0%
sel brasileiro estava 25% mais caro em
Nov-14
Set-14
comparação ao importado. A balança comercial do petróleo
Nota: Preço do produto na refinaria, sem impostos. Fonte: Fecombustíveis
continuou superavitária (exportação maior do que importação) em 7,2 milhões de metros cúbicos em 2014. As vendas no mercado externo geraram receita de US$ 16,4 bilhões, o que representa crescimento de 26% em relação a 2013.
2.12 Preço do petróleo tipo brent no mercado spot Em US$/barril 130 120 110 100
Fonte: EIA
16 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Nov-14
Set-14
Jul-14
Mai-14
Mar-14
50
Jan-14
60 Nov-13
123,7
70
Set-13
118,9
Fonte: ANP
80
Jul-13
2014 130,8 22,9 30,1
Mai-13
Produção Importação Exportação Consumo aparente
2013 117,4 23,5 22,1
90
Mar-13
(Em milhões de m3)
Jan-13
2.9 BALANÇO DO PETRÓLEO
Nov-14
-30%
Set-14
interno. Já em dezembro, o óleo die-
-20% Jul-14
com os preços praticados no mercado
-10%
Mai-14
de 16%, em fevereiro, na comparação
Mar-14
cado externo, acumulando diferença
Jul-14
VERSUS O DO NORTE-AMERICANO
Jan-14
a gasolina nacional, que ficou mais cara
2.11 VARIAÇÃO DO PREÇO DO DIESEL BRASILEIRO
Nov-13
uma diferença de preços de 41% para
Set-13
panorama representou, em dezembro,
Jul-13
O impacto gerado pela mudança de
Nota: Preço do produto na refinaria, sem impostos. Fonte: Fecombustíveis
Jan-13
com US$ 55,27 o barril.
Mai-14
cotação diária foi em 31 de dezembro,
Mar-14
atingiu US$ 62,34 por barril. A menor
Jan-14
-30%
Nov-13
-20%
o preço médio registrado em dezembro
Jul-13
US$ 102,25 por barril; no ano passado,
Set-13
-10%
Mai-13
leo foi registrado no mês de abril, em
Mai-13
ginosamente, particularmente, no final
50%
Mar-13
mercado internacional, que caiu verti-
Mar-13
em relação ao preço do petróleo no
2.10 VARIAÇÃO DO PREÇO DA GASOLINA BRASILEIRA VERSUS O da norte-americana
Jan-13
Em 2014, houve um giro de 180ºC
Consumo cresce O consumo de gás natural aumentou 10%, para 49,3 bilhões de metros cúbicos no ano passado. Para suprir o aumento da demanda no mercado interno, as importações cresceram 5,4% em relação a 2013. O produto importado abastece as regiões Sul e Centro-Oeste e parte do Sudeste. Ao longo do ano passado, os preços do gás natural produzido no Brasil tiveram pouca oscilação, aumentando um pouco mais a partir de setembro. Em contrapartida, os preços do gás natural importado passaram por mais volatilidade, com a menor cotação em R$ 0,86 por metro cúbico e a maior em R$ 0,96 por metro cúbico em 2014. 2.13 Preço do gás natural
2.14 Consumo de gás natural
Em R$/m3 1,05
Nacional
Em bilhões de m3 44,7
49,3
Importado 37%
Importado 35%
Nacional 63%
Nacional 65%
2013
2014
Importado
1,00 0,95 0,90 0,85 0,80 0,75 0,70
Nov-14
Set-14
Jul-14
Mai-14
Mar-14
Jan-14
Nov-13
Set-13
Jul-13
Mai-13
Mar-13
0,60
Jan-13
0,65
Fonte: ANP
Nota: A região Nordeste comercializa o produto nacional. As regiões Sul e CentroOeste comercializam o produto importado. A região Sudeste comercializa o gás nacional e importado. Fonte: MME
Etanol aumenta participação A matriz veicular nacional continua tendo o diesel na
2.15 matriz de consumo veicular
liderança, com 46,3% de participação no mercado; e a ga-
49,2%
solina em segundo lugar, com 33,1%. Em relação ao etanol, foi mais um ano que o biocombustível elevou sua participa-
46,3% 2013
32,1% 33,1%
2014
ção na matriz veicular. O crescimento total de etanol (anidro e hidratado) correspondeu a 12,3% em relação a 2013. Fo-
8,6% 6,8% 7,7% 7,3% 2,2% 2,1% 2,4% 2,3%
ram consumidos ao longo de 2014, 11 milhões de metros cúbicos de etanol anidro e 12,9 milhões de metros cúbicos
Gasolina A
de etanol hidratado. No caso do anidro, atribui-se ao crescimento o aumento da mistura de 20% para 25% em maio de
Diesel
Etanol Anidro
Etanol Hidratado
GNV
Biodiesel
Fonte: ANP
2013, que continuou a impactar sobre as vendas de 2014. Já a elevação do hidratado reflete o crescimento de mercado aliado à melhora das informações declaratórias das distribuidoras de etanol à ANP. A questão dos dados declaratórios é um problema recorrente no setor de etanol que esbarra no problema antigo das fraudes. Além da sonegação de impostos, estas empresas não declaravam suas vendas totais para a ANP, ocorrendo divergência de informações de vendas entre produção e distribuição. Houve uma atuação da Agência no sentido de melhorar a qualidade das informações recebidas de forma a minimizar esta distorção de dados. Os resultados das vendas do ano passado retrataram dados mais próximos da realidade. Em anos anteriores, a diferença de dados chegou a omitir mais de R$ 1 milhão de metros cúbicos das vendas do etanol hidratado. Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 17
cenários
Fiscalização em foco No ano passado, a ANP realizou intenso
2.16 NÚMEROS GERAIS DA FISCALIZAÇÃO em 2014 (Em unidades)
trabalho, com 18.730 ações de fiscalização no país, das quais 24% resultaram em infrações em 4.511 estabelecimentos. As revendas de combustíveis líquidos e as de GLP foram os agentes mais fiscalizados pela ANP.
Fonte: ANP
Infrações Interdições Apreensões Desinterdições
4.511 724 248 499
Foram realizadas 11.973 ações de fiscalização, com registro de 24% de infrações nos postos; e, na revenda de GLP, de 4.346 ações, 17% resultaram em infrações.
2.17 produtos apreendidos em 2014
Dos principais produtos apreendidos, a gasolina comum registrou o maior percentual de apreensões, com 47% do total; o etanol
S500:11% S10: 2%
Outros 1%
Diesel 12%
ficou em segundo lugar, com 33%; e o diesel S500 registrou 11%. TOTAL: 2.223 m3 Etanol 33%
2.18 Infrações e AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO em 2014 Segmento Revenda de Combustíveis
Ações de % Infrações fiscalização Infrações 2.822
11.973
24%
Revenda de GLP
725
4.346
17%
TRR
62
210
30%
Ponto de Abastecimento
64
304
21%
Distribuidor de Combustíveis
520
1.003
52%
Distribuidor de GLP
128
247
52%
Distribuição/Revenda de Combustíveis de Aviação
21
91
Produtor de Etanol
60
Gasolina 54% Comum: 47% Aditivada: 7%
Fonte: ANP
2.19 INFRAÇÕES NOS TRRs em 2014 Infração
Em unidades
Em %
Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada
23
30,7%
23%
Não apresentar informações à ANP
20
26,7%
84
71%
Construir/operar instalações e/ou equipamentos em desacordo
10
13,3%
Produtor de Biodiesel
9
35
26%
Não cumprir notificação
5
6,7%
Produtor de Lubrificante Acabado
15
77
19%
Não possuir documentação de outorga/habilitação
5
6,7%
Coletor de óleo lubrificante usado ou contaminado
2
29
7%
Não atualizar dados cadastrais na ANP
3
4,0%
Rerrefinador de óleo lubrificante
2
25
8%
Não atender às normas de segurança
3
4,0%
2
2,7%
Outros
81
306
26%
Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação Outros
4
5,3%
TOTAL
4.511
18.730
24%
Fonte: ANP
18 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
TOTAL Fonte: ANP
75
2.20 INFRAÇÕES NA DISTRIBUIÇÃO de combustíveis líquidos em 2014
2.21 principais INTERDIÇÕES em 2014
Infração
Em unidades
Em %
Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada Amostra-testemunha (não fornecer/fornecer em desacordo) Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação Comercializar/armazenar produto sem registro e/ou informação de registro na ANP Lacre (não utilizar/utilizar em desacordo) Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo Deixar de apresentar ou apresentar incorretamente documentação de movimentação de combustíveis Não apresentar informações à ANP Não cumprir notificação Não disponibilizar amostra-testemunha Não possuir documento de outorga/ habilitação Não apresentar documentação referente à qualidade dos combustíveis Não prestar informações ao consumidor Não atualizar dados cadastrais na ANP Outros TOTAL Fonte: ANP
Motivação
Em unidades
Em %
130
22,0%
Não atender às normas de segurança
354
44%
94
15,9%
122
15%
89
15,0%
Comercializar com vício de quantidade
64
10,8%
116
15%
52
8,8%
Comercializar/ armazenar produto não conforme com a especificação
47
7,9%
Exercer atividade regulada sem autorização
110
14%
29
4,9%
Não possuir documento de outorga/habilitação
44
6%
27 21 13
4,6% 3,5% 2,2%
Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada
26
3%
9
1,5%
5
0,8%
Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo
18
2%
3 2 7
0,5% 0,3% 1,2%
Interdição antecedente
6
1%
Outros
3
0%
592
TOTAL
799
Fonte: ANP
2.22 INFRAÇÕES NA REVENDA de combustíveis em 2014
Infração Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada Não prestar informações ao consumidor Não possuir documento de outorga/habilitação Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação Não cumprir notificação Não atualizar dados cadastrais na ANP Comercializar com vício de quantidade Não apresentar documentação referente à qualidade dos combustíveis Deixar de apresentar ou apresentar incorretamente documentação de movimentação de combustíveis Adquirir/comercializar sem cobertura fiscal Não apresentar informações à ANP Exercer atividade regulada sem autorização Não atender às normas de segurança Romper/ocultar lacre/faixa Não fornecer óleo diesel de baixo teor de enxofre Outros TOTAL
Em unidades Em % 577 16% 541 15% 503 14% 497 13% 441 12% 382 10% 254 7% 190 5% 94 3% 53 1% 44 1% 36 1% 31 1% 21 1% 18 0% 3 0% 21 1% 3.706
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 19
gasolina
Consumo pujante O ano começou com novidades, com o ingresso da nova gasolina C no mercado, considerada menos
veicular, a gasolina ocupou o segundo lugar, com 33,1% do total.
poluente e com menor teor de enxofre 50 ppm, uma
Em relação ao aumento de preços, a Petrobras
redução significativa em comparação à antiga, que
promoveu o reajuste da gasolina para 3% nas refi-
continha 800 ppm de enxofre. Além de ser menos
narias somente uma vez no ano, em novembro, já
prejudicial ao meio ambiente, foram reduzidos os teo-
que o governo não havia reajustado os preços dos
res de hidrocarbonetos aromáticos, oleofínicos e ben-
combustíveis em 2014, tendo em vista o impacto
zeno (só para a gasolina premium), o que representa
sobre a inflação, que ameaçava superar a meta. O
um combustível de melhor qualidade, considerado no
aumento ocorreu em meio ao cenário de queda do
mesmo nível de países desenvolvidos.
preço do barril do petróleo no mercado interna-
Outra mudança prevista para a nova gasolina é a
cional e a gasolina comercializada no Brasil se tor-
aditivação de detergentes dispersantes. Prevista inicial-
nou mais cara do que em outros países. Mesmo na
mente para julho de 2015, conforme estabelece a Re-
contramão do mundo, os preços mais elevados no
solução 40/2013, a medida foi adiada para 1º de julho
mercado nacional ajudariam a recompor o caixa da
de 2017 devido à dificuldade em definir a gasolina de
Petrobras. Quase na sequência, em janeiro, o go-
referência que serviria de base para todo o processo
verno anunciou as medidas de ajustes fiscais, que
de aditivação.
elevaram as alíquotas do PIS/Cofins para R$ 0,4816
Apesar de 2014 ter sido um ano difícil para a
por litro para a gasolina em 1º de fevereiro. Com
economia brasileira, o segmento da gasolina passou ao largo da crise nacional. Enquanto o PIB retratou a estagnação do país, as vendas do combustível fóssil cresceram 7,1%, para 44,4 milhões de me-
3.1 FATURAMENTO Em bilhões de R$
tros cúbicos. O desempenho positivo do setor alavancou o faturamento para R$ 132 bilhões ante os R$ 118 bilhões do ano anterior, ou seja, um crescimento de 12% sobre 2013. Os postos vinculados, ou embandeirados, que comercializaram gasolina C, responderam por 71,7% do total das vendas no país; enquanto a revenda bandeira branca comercializou 28,3% do mercado. Em relação ao ano anterior, ocorreu leve aumento da comercialização da gasolina nos postos vinculados, de 0,3 ponto percentual sobre 2013, e queda das vendas de gasolina no mesmo patamar para a revenda bandeira branca.
Fonte: Fecombustíveis
$ $
118,1
2013
132,0
2014
3.2 VOLUME COMERCIALIZADO
PELA REVENDA
Em milhões de m3
O ano de 2014 reforçou a preferência nacional 44,4
dos consumidores pela gasolina. A demanda por gasolina continuou elevada, motivada pelo abastecimento da frota de veículos novos e antigos, e ainda encontrou
41,4
sustentação nos estímulos do governo, com a redução do IPI, para a compra de veículos zero quilômetro. Os demais concorrentes do combustível, etanol hidratado e GNV, continuaram sem competitivida-
2013
de frente à gasolina em 2014. No ranking da matriz
Fonte: ANP
2014
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 21
gasolina
a volta da cobrança da Cide, em 1º de maio, o va-
3.3 Vendas por segmento da revenda
lor da alíquota do PIS/Cofins caiu, mas o montante
71,7%
71,4%
final arrecadado com os três tributos permanecerá
Postos Vinculados
em R$ 0,4816 por litro. Na ocasião do anúncio das
Postos Bandeira Branca
medidas do governo, a Petrobras informou ao mercado que não iria absorver os impostos e repassaria o custo às distribuidoras.
28,6%
Ainda relacionado ao impacto do aumento de pre-
28,3%
ços da gasolina, em fevereiro de 2015, o Confaz publicou o ato Cotepe nº 04/2015, que reajustou a base de cálculo de recolhimento do ICMS em cada estado, resultando em novo aumento de preço do combustível nas refinarias.
2013
Fonte: ANP
2014
Diante deste panorama, para 2015, não há previsões sobre o desempenho das vendas de gaso-
o final de 2014, pela Petrobras, e início de 2015,
lina. Para o setor produtivo sucroenergético, o au-
com os ajustes fiscais, houve impacto no consu-
mento dos tributos e a volta da Cide, promovidos
mo da gasolina no primeiro trimestre do ano, que
pelo governo, podem ajudar a melhorar a compe-
registrou queda nas vendas de 1,9% em relação
titividade do etanol hidratado. Por outro lado, o
ao mesmo período do ano passado e melhora da
setor também garantiu um aumento de participa-
competitividade do etanol com aumento de 27%
ção na matriz com o etanol anidro devido à eleva-
na mesma base de comparação.
ção do teor da mistura à gasolina para 27% (veja
O segmento de GNV também espera elevar um
os detalhes no capítulo Etanol). Com os aumentos
pouco mais sua competitividade, já que a gasolina
de preços do combustível quase consecutivos entre
passou a pesar mais no bolso do consumidor.
Mais recursos
3.4 Arrecadação tributária Em bilhões de R$
O bom desempenho da gasolina contribuiu para impulsionar a arrecadação de impos-
ICMS 35,2
ICMS 31,2
tos em 2014, mesmo tendo a Cide zerada. Os recursos arrecadados com ICMS e PIS/Cofins aumentaram 11% em relação ao ano anterior, cujo montante total acumulou R$ 43,9 bilhões. O resultado favorável no total arreca-
PIS/COFINS 8,3
dado teve forte participação do aumento de
PIS/COFINS 8,7
13% das contribuições de ICMS, em 2014 ante 2013. No mesmo período, o volume arrecadado com o PIS/Cofins subiu 4%.
22 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
2013 Fonte: Fecombustíveis
2014
Sem mudanças Assim como em 2013, as alíquotas de ICMS da gasolina não sofreram reajuste, passando 2014 sem alterações. Em primeiro e segundo lugares no ranking das alíquotas mais elevadas estão os estados do Rio de Janeiro e Goiás, com 31% e 29%, respectivamente. Paraná e Pará permaneceram na terceira colocação com 28%. Exceto o Piauí, todos os estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo mantiveram a alíquota de 27%. Na grande maioria dos estados, o ICMS ficou em 25%. Em 2015, a tributação do ICMS passou por mudanças em três estados. No Paraná, foi aprovada, em dezembro, a Lei 18.371/2014, que determinou o aumento das alíquotas do ICMS da gasolina, de 28% para 29%, em abril. Em Minas Gerais, o ICMS da gasolina passou de 27% para 29% em março de 2015. Na Bahia, o mesmo tributo também passou a pesar mais na composição de preços da gasolina, que subiu de 27% para 30%. 3.5 AlÍquotas de ICMS
RR
AP
AM
MA
CE
PA
PB
PI
PE
AC TO
RO
RN
SE
AL
BA
MT DF GO
31% 29% 28% 27% 25% Fonte: Fecombustíveis
MG ES
MS SP
RJ
PR
SC RS
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 23
gasolina
Preços 3.6 composição do preço em 2014
Os preços médios anuais da gasolina para a revenda acumularam poucas oscilações ao longo de 2014, com aumento de 4,2% sobre 2013. Já para a distribuição, os preços aumentaram 4,9%
Fretes 2% Anidro 12%
no mesmo período. Entre novembro e dezembro, o preço médio da gasolina nas refinarias au-
Margens 18%
mentou de R$ 1,696 para R$ 1,707, devido ao reajuste de preço da Petrobras em novembro. A
Tributos 33%
margem média relativa da revenda oscilou bas-
Gasolina A 36%
tante no decorrer de 2014. Entretanto, considerando a média dos anos de 2013 e 2014, houve
Fonte: Fecombustíveis
queda de 0,5 ponto percentual, passando de 14,1% para 13,5%.
3.7 preços médios no upstream e downstream Em R$/L 3,0 2,8 2,5 2,3
Refino
2,0
Distribuição
Revenda
Anidro (SP)
1,8 1,5
mai/14
jul/14
set/14
mai/14
jul/14
set/14
nov/14
mar/14 mar/14
jan/14
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
1,0
jan/13
1,3
Nota: O preço médio do refino não inclui ICMS. Fonte: ANP
3.8 Margem média da revenda Em %
16,0% 15,5% 15,0% 14,5% 14,0% 13,5% 13,0%
Fonte: ANP
24 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
nov/14
jan/14
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
12,0%
jan/13
12,5%
12,5
ce atingiu 1,2%, o menor patamar até
9,2 6,8 3,6 3,9
2,8
2,0
vação foi registrada no índice de octanagem, que evoluiu 12 pontos per-
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
identificadas, a maior diferença de ele-
2001
Em relação às não conformidades
2000
Desconformidades
1,3 1,3
1,9 1,9
1,3 1,2 2014
4,9
de qualidade de países desenvolvidos.
2013
7,3
mando, mais uma vez, o mesmo nível
2012
então registrado desde 2000, reafir-
2011
gasolina voltou a cair em 2014. O índi-
Em %
2010
O índice de não conformidade da
3.9 índice de não conformidade
2009
Qualidade
Fonte: ANP
centuais, saindo de 2% em 2013 para 14% em 2014. Já o percentual de etanol anidro registrou alta de dois pontos percentuais, indo para 41%. A maior
3.10 Especificação da não conformidade
contribuição de queda veio do índice de destilação, que reduziu sete pontos
39%
37%
percentuais ante 2013, para 30%.
41% 2013 2014
30%
Bandeiras
22%
Em relação ao índice de não con-
15%
14%
formidade por bandeiras, os postos que ostentam marcas nacionais per2%
maneceram inalterados. Em relação às bandeiras regionais houve queda de 3% em 2013, para 1,5% em 2014. Já o índice de postos bandeira branca
Destilação
Octanagem
Anidro
Outros
Fonte: ANP
caiu 0,2 ponto percentual.
3.11 NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA (Em %) Bandeiras com atuação nacional
Bandeiras com atuação regional
Bandeira Branca
2013
0,9
3,0
1,8
2014
0,9
1,5
1,6
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 25
gasolina
Só quatro
combustível fóssil, ou seja, do ponto de vista de preço nas bombas, o cenário do etanol permaneceu o mesmo
Foi mais um ano difícil para o etanol, que passou
de 2013, sendo vantajoso ao consumidor abastecer com
ao longo de 2014 sem competitividade frente à gasolina.
o combustível renovável somente em quatro estados do
A Petrobras promoveu somente um reajuste de preço do
país: São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás.
3.12 PARIDADE DE PREÇOS ENTRE GASOLINA E ETANOL 2013
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro REGIÃO NORTE AC AP AM PA RO RR TO REGIÃO NORDESTE AL BA CE MA PB PE PI RN SE REGIÃO SUDESTE ES MG RJ SP REGIÃO SUL PR RS SC REGIÃO CENTROOESTE DF GO MT MS Etanol é mais vantajoso em relação à gasolina. Nota: O etanol é mais vantajoso que a gasolina quando Preço do Etanol/Preço da Gasolina é menor ou igual a 0,70. Fonte: Estimativa da Fecombustíveis a partir de dados da ANP.
26 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Dezembro
Além destes estados serem responsáveis pela
no estadual. Em 2015, Minas Gerais, outro estado
produção de cerca de 70% do total produzido no
produtor de etanol, também implementou incen-
país, o estado de São Paulo, por exemplo, pos-
tivo tributário a fim de estimular o consumo do
sui política de estímulo tributário para incentivar
biocombustível, reduzindo a alíquota do ICMS de
o consumo do etanol, implementada pelo gover-
19% para 14%.
2014 Janeiro
Fevereiro Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 27
gasolina
Concentração O mercado de distribuição continua
3.13 market share das distribuidoras 32,0% 28,5%
2013
28,5%
31,2%
2014
concentrado e praticamente inalterado 20,7% 20,7%
desde 2013. Na liderança do ranking
18,8% 19,5%
permaneceu a BR com 28,5% do total do mercado. Na sequência veio a Ipiranga no mesmo patamar de 2013, com participação de 20,7%. A única distribuidora que ampliou sua participação foi a Raízen, em 0,7 ponto percentual, atingindo 19,5% do total de mercado.
BR
Ipiranga
Raízen
Outras distribuidoras
Fonte: ANP
Menos formulada O volume total de gasolina A comercializada pelas refinadoras nacionais atingiu o total de 32,9 milhões de metros cúbicos. A Petrobras concentrou 98,8%
3.14 market share do refino
Total comercializado: 32,9 milhões de m3
das entregas de gasolina A. Já Copape e
Outras 1,2%
Manguinhos registraram participação de 0,7% e 0,5% do total, respectivamente. Portanto, foi mais um ano em que a gasolina formulada perdeu espaço no mercado de combustíveis. Mesmo que sua comercialização atenda às especificações de qualidade da ANP, este tipo de gasolina
Petrobras 98,8%
apresenta rendimento inferior à refinada, uma vez que o produto é fabricado a partir de resíduos de destilação petroquímica e solventes. Fonte: ANP
28 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Importações Apesar do aumento da demanda por gasolina no mercado interno, no ano passado, as importações de gasolina A diminuíram 24% em relação a 2013. Este é o segundo ano consecutivo que as importações de gasolina A foram reduzidas. Em 2013 houve queda de 23% em comparação a 2012. A Petrobras encerrou 2014 com recorde de produção de derivados nas refinarias do país, com uma produção de 2,17 milhões de barris de petróleo por dia, volume 2,1% maior do que o registrado em 2013. A gasolina também registrou recorde de produção com 180 milhões de barris, um incremento de 1 milhão de barris em relação a 2013. O processamento de refino foi intensificado pela atuação das refinarias Landulpho Alves (Rlam– BA), Refap, Regap e Recap, que responderam por 34,4% do volume total de gasolina. Considera-se também que o aumento do teor da mistura de etanol anidro para 25% desde maio de 2013 foi mais um fator de impacto para minimizar o volume das importações em 2014. 3.15 Importação de gasolina a Em milhões de m3
2,9
2013
2,2 2014
Fonte: ANP
Fique de olho: 3 Acompanhar os desdobramentos do programa de aditivação da gasolina comum, adiada para 1º de julho de 2017, como os estudos finais para definição da gasolina de referência, o cronograma para registro de aditivos e adequação às bases de distribuição, que serão responsáveis pela aditivação nos casos de cabotagem;
3 Reflexo dos ajustes fiscais no mercado da gasolina ao longo do ano e o comportamento de consumo em relação aos combustíveis concorrentes;
3 Impacto da elevação da mistura do etanol anidro para 27% em relação às importações; 3 Acompanhar o reflexo dos aumentos das alíquotas de ICMS em Minas Gerais, Paraná e Bahia.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 29
etanol
Impacto da estiagem O clima mais seco no ano passado foi o ponto
Os problemas climáticos foram mais um elemento
nevrálgico do setor sucroenergético brasileiro na sa-
negativo no quadro da já combalida indústria canavieira,
fra 2014/2015. A forte estiagem que atingiu especial-
que há anos enfrenta grave crise. O alto endividamento e
mente a região Sudeste - com destaque para os esta-
a falta de uma política de longo prazo ao setor provocou
dos de São Paulo e Minas Gerais, onde se concentra
o fechamento de 80 usinas, com prejuízo à economia e
a maioria das usinas de cana-de-açúcar do país - pre-
ao mercado de trabalho onde estão instaladas.
judicou a produção do segmento, que havia sido bas-
Neste contexto, a produção de etanol carburante
tante positiva em 2013. Os efeitos da seca impactaram
cresceu timidamente no ano passado: apenas 3%. O
diretamente na moagem da cana nas usinas da região
destaque vai para o etanol hidratado, que teve cresci-
Centro-Sul na safra 2014/2015, quando foram proces-
mento de 4% ante alta de 2% registrado pelo anidro.
sadas 571,34 milhões de toneladas, o que representou
A exemplo do que aconteceu na safra passada,
uma queda de 4,3% na comparação com o período
o volume de etanol (56,94%) foi superior ao de
anterior, de 597 milhões de toneladas. Com isso, as
açúcar (43,06%) no mix de produção das usinas da
usinas da região deixaram de arrecadar R$ 3 bilhões.
região Centro-Sul.
O impacto da escassez de chuvas só não foi maior
Entre os fatores que explicam o foco do setor na
porque houve aumento de área e produtividade em al-
produção de etanol em detrimento do açúcar está a
gumas regiões que não foram atingidas pela estiagem,
perda de competitividade do açúcar no mercado in-
como no Mato Grosso do Sul e Goiás. Ainda assim, a
ternacional, especialmente por conta do excedente
produção menor no Centro-Sul fez com que boa parte
de produção de outros países associado à política de
das usinas operasse com capacidade ociosa, pressio-
subsídios praticada pela Índia e Tailândia a seus produ-
nando os custos e dificultando a retomada de margens.
tores. Além disso, o aumento de 20% para 25% da mistura de anidro na gasolina a partir de 1º de maio
4.1 VOLUME COMERCIALIZADO
de 2013 e o aumento da participação do biocombus-
PELA REVENDA
tível no ciclo Otto também contribuíram para que os
Em milhões de m3
usineiros nacionais priorizassem a produção de etanol. Pelo segundo ano consecutivo, as vendas de etanol nos postos aumentaram e geraram incremento
13,0 10,8
de 20% ante 2013, totalizando 13 milhões de me4.3 produção de etanol carburante Em milhões de m3
2014
2013 Fonte: ANP
Anidro 11,5
4.2 FATURAMENTO Em bilhões de R$
Fonte: Fecombustíveis
$ $
Hidratado 16,3
Hidratado 15,7
21,3
2013
Anidro 11,7
26,9
2014
2013
2014
Fonte: MME
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 31
etanol
tros cúbicos. Este crescimento contribuiu para elevação do faturamento de 26% no mesmo período de
4.4 Vendas por segmento da revenda 64,5% Postos Vinculados
comparação, alcançando R$ 26,9 bilhões.
59,9%
Postos Bandeira Branca
Diferentemente do que ocorreu em 2013, os postos bandeira branca ampliaram sua participa-
40,1%
35,5%
ção nas vendas de etanol, respondendo por 40,1% do total comercializado no país, um incremento de 4,6 pontos percentuais no período de 2013 para 2014. Já os postos vinculados, também chamados de embandeirados, continuaram com mais da metade da comercialização do biocombustível no Brasil, com 59,9%.
Políticas Em 2014, a indústria sucroenergética também
2013
2014
Fonte: ANP
que visa a desoneração das exportações, devolvendo ao exportador uma porcentagem do valor vendido no mercado externo.
viveu em compasso de espera diante da expectativa
No entanto, as conquistas de alguns pleitos do
de que algumas de suas principais reivindicações fos-
setor vieram somente em 2015. Em janeiro, o gover-
sem atendidas pelo governo, como a volta da Cide e
no federal anunciou a implementação de um pacote
o ajuste do PIS/Cofins sobre os combustíveis, e o au-
de medidas fiscais para reequilibrar as contas públi-
mento da mistura do etanol anidro na gasolina, cujos
cas, que incluiu o reajuste do PIS/Cofins e a volta da
testes vinham sendo feitos pela indústria automotiva.
Cide para os combustíveis fósseis. A batalha para au-
A principal crítica da indústria canavieira era de que a
mentar o teor de etanol anidro à gasolina também foi
política de preços do governo sobre a gasolina tirou a
concedida, após longo período de testes e pesquisas
competitividade do etanol hidratado nas bombas.
pela Petrobras no sentido de garantir que o teor da
Por outro lado, não foram anunciadas medidas
mistura não fosse prejudicial aos carros. A Portaria
muito significativas de socorro à indústria a fim de es-
75/2015 publicou a aprovação do aumento da mistu-
tancar a sangria financeira ou políticas de longo prazo
ra de 25% para 27%, com entrada em vigor em 16
que incluam o segmento na matriz energética brasi-
de março. As montadoras também realizaram testes
leira, pauta esta que está entre as principais reivindi-
de durabilidade nos veículos para assegurar que a
cações do setor. Porém, não se pode dizer que não
mistura não seria prejudicial aos veículos movidos so-
houve avanços em algumas discussões.
mente a gasolina e os primeiros resultados não indi-
Em setembro, o Ministério da Fazenda anunciou
caram problemas com o aumento da mistura. Além
a inclusão do açúcar no programa de financiamento
disso, as vendas de etanol no primeiro trimestre de
do BNDES para a construção de armazéns do produ-
2015 cresceram 27%, o que demonstra retomada da
to e a inserção do segmento no Reintegra, programa
competitividade do biocombustível neste período.
Segunda geração Entre as notícias positivas para o setor em 2014, está o início da produção de etanol de segunda geração (2G). No ano passado, a Granbio inaugurou a unidade Bioflex 1, em São Miguel dos Campos (AL); e a Raízen abriu sua planta de produção de etanol carburante a partir de biomassa de cana-de-açúcar em Piracicaba, no interior de São Paulo. Ambas as unidades devem começar a operar a plena capacidade em 2015.
32 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Mais importações As exportações de etanol caíram mais da metade entre 2013 e 2014, enquanto as importações mais que duplicaram no período. Ainda assim, os volumes, tanto exportado quanto importado, são
4.5 MERCADO EXTERNO (Em milhões m3)
considerados pequenos. Uma das explicações para
Importação
Exportação
2013
0,13
2,90
2014
0,45
1,39
a perda de espaço do etanol brasileiro no mercado externo foi o crescimento da demanda doméstica que, por sua vez, ampliou a necessidade de importação do produto dos Estados Unidos, atualmente o maior produtor mundial. O resultado das transações
Fonte: MME
comerciais gerou uma variação cambial líquida (exportações menos importações) de US$ 657 milhões.
Arrecadação cresce Mesmo com a desoneração total do PIS/Cofins para o setor,
desde 1º de maio
4.6 arrecadação tributária Em bilhões de R$
ICMS 4,3
de 2013, quando o governo implementou o pacote de desoneração de tributos para a
ICMS 3,4
produção, a arrecadação total de impostos cresceu 11% em 2014 na comparação com o ano anterior, para R$ 4,3 bilhões, devido ao aumento do montante arrecadado com o ICMS pelo incremento do volume comercializado do biocombustível em 2014.
PIS/COFINS 0,4
2013
2014
Fonte: Fecombustíveis
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 33
etanol
Sem alterações Em 2014, não houve mudanças
RR
nas alíquotas de ICMS do produto
AP
aplicadas nos estados. São Paulo continua detentor da menor alíquota (12%), seguido de Paraná AM
(18%), Minas Gerais e Bahia
MA
(19%). O maior índice, de
CE
PA
27%, continua sendo pra-
TO
RO
Em 2015, a alíquota de Minas Gerais foi alteda Lei 21.527/2014,
PE
AC
Santo e Sergipe.
rada pela aprovação
PB
PI
ticado por Alagoas, Espírito
SE BA
MT
4.7 ALÍQUOTAS DE ICMS
DF GO
que determinou a redução de 19% para 14% e
27% 26% 25% 24% 22% 19% 18% 12%
elevou a cobrança do mesmo tributo para a gasolina de 27% para 29% a partir de março. Com a redução do tributo, o estado mineiro terá a segunda menor alíquota de etanol do país, atrás somente do estado de São Paulo.
MG ES
MS SP PR
SC RS
Fonte: Fecombustíveis
4.8 composição do preço em 2014
Fretes 2% Margens 21% Tributos 16% Usina 61% Fonte: Fecombustíveis
34 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
RN
RJ
AL
Variação de preços
4.9 preço médio do etanol
Os preços médios sem impostos do etanol hidrata-
anidro na usina (ex impostos) Em R$/L
do variaram 7,4% e 8,5% para cima, respectivamente,
2,0
nas usinas dos estados de São Paulo e Goiás, os dois
1,9
maiores produtores do país. Em Alagoas, o aumento
1,8
foi de 2,6%. Já o anidro teve alta respectiva de 6,5% e
1,7
3,9% nos dois primeiros estados e de 3,3% no último. Na distribuição e revenda, os preços médios subiram no mesmo patamar, em 5%, em 2014 ante o ano anterior.
1,5 1,4 1,3
aumento de 0,2 ponto percentual em relação a 2013.
hidratado na usina (ex impostos)
nov/14
set/14
jul/14
mai/14
mar/14
jan/14
nov/13
nov/14
set/14
Postos jul/14
mai/14
mar/14
jan/14
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
Distribuidoras jan/13
nov/14
set/14
jul/14
1,4 mai/14
1,5
0,9 mar/14
1,6
1,0
jan/14
1,7
1,1
nov/13
1,8
1,2
set/13
1,9
1,3
jul/13
2,0
mai/13
set/13
2,1
1,4
mar/13
jul/13
2,2
Goiás
1,5
jan/13
mai/13
Em R$/L
Em R$/L
Alagoas
Fonte: Cepea/Esalq
4.11 preços médios no downstream
4.10 preço médio do etanol
São Paulo
mar/13
1,1
jan/13
dia anual em 2014 manteve-se estabilizada, registrando
0,8
Goiás
1,6
bastante durante o ano. Em contrapartida, a margem mé-
1,6
Alagoas
1,2
As margens médias mensais da revenda oscilaram
1,7
São Paulo
Fonte: ANP
Fonte: Cepea/Esalq
4.12 Margem média da revenda Em %
4.13 RELAÇÕES DE PREÇOS ENTRE OS PRODUTOS DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
18%
1,4
17%
1,3
16%
1,2
15%
1,1
14%
1,0
Fonte: ANP
nov/14
set/14
jul/14
mai/14
Anidro/Hidratado mar/14
jan/14
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
Açúcar/ Anidro mar/13
nov/14
set/14
jul/14
mai/14
mar/14
jan/14
nov/13
set/13
jul/13
0,8
mai/13
11%
mar/13
0,9 jan/13
12%
jan/13
13%
Fonte: CEPEA/Esalq
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 35
etanol
Não conformidade estável O índice de não conformidade manteve-
4.15 especificação da não conformidade
-se em 1,6% em 2014, o que significa que o
55%
controle de qualidade dos produtos oferecidos 48%
no mercado continua em bons níveis.
2013
Nos postos embandeirados com as gran-
2014
des marcas nacionais, o índice de não conformidade permaneceu no mesmo patamar de
26%
2013, em 1,2%. Já os postos que ostentam
20%
bandeira regionais, o índice registrou 2,3%,
16% 10%
um leve aumento de 0,3 ponto percentual em
12%
14%
comparação ao mesmo período. Já nos postos bandeira branca ocorreu movimento contrário
Teor alcoólico
e o índice registrou 2%.
Condutividade
pH
Outros
Fonte: ANP
Nas especificações da não conformidade, houve incremento de 7 pontos percentuais no teor alcoólico, de 2 pontos percentuais no pH, e queda de 6 pontos percentuais na condutivi-
4.16 NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA (Em %)
dade em comparação a 2013.
4.14 índice de não conformidade Em %
Bandeiras com atuação nacional
Bandeiras com atuação regional
Bandeira Branca
2013
1,2
2,0
2,3
2014
1,2
2,3
2,0
Fonte: ANP 12,6 10,3
9,6
2,3
1,7
2,2
2,5
2,1
1,6
1,6
2010
2011
2012
2013
2014
3,1
2009
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
3,8
2008
6,5
2007
7,4
7,3
Fonte: ANP
36 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Quase empate
4.17 market share das distribuidoras
No ranking de participação das distri-
42,4% 41,6%
buidoras do mercado de etanol, a BR con2013
tinua na liderança, seguida da Ipiranga e
2014
Raízen. No ano passado, a Raízen ampliou sua participação em 0,5 ponto percentual,
20,5% 20,4%
enquanto a Ipiranga aumentou em 0,4 pon-
18,7% 19,1%
18,5% 19,0%
to percentual em relação a 2013. Com esta movimentação, Ipiranga e Raízen estão praticamente empatadas, com 19,1% e 19%, BR
respectivamente. A participação de outras distribuidoras caiu 0,8 ponto percentual.
Ipiranga
Raízen
Outras distribuidoras
Fonte: ANP Nota: Os dados de 2013 foram revisados.
Fique de olho: 3 Acompanhar o reflexo da volta da Cide e do reajuste das alíquotas de PIS/Cofins sobre os combustíveis em relação à competitividade do etanol ao longo do ano;
3 No impacto do aumento da mistura de etanol anidro à gasolina, de 25% para 27% a partir de 16 de março;
3 O Conselho Monetário Nacional deve regulamentar a inclusão do açúcar no programa de financiamento do BNDES para a construção de armazéns do produto. Os produtores aguardam ainda a assinatura da presidente Dilma Rousseff do decreto que inclui o segmento no Reintegra e a divulgação da Instrução Normativa da Receita Federal que vai regulamentar e operacionalizar a medida;
3 O setor aguarda também a publicação de portaria do Ministério da Fazenda para a alteração das normas dos programas ProRenova Rural e ProRenova Industrial;
3 Há a expectativa de alteração do Programa Inovar-Auto, autorizando alíquotas de IPI menores para veículos com motor flex que tiverem relação de consumo entre etanol hidratado e gasolina superior a 75%, sem prejuízo de eficiência energética da gasolina. A medida foi convertida em Lei 12.996, em junho de 2014;
3 Acompanhar as discussões entre o setor e o governo para incluir a biomassa, como o bagaço e palha da cana, na matriz energética brasileira.
3 No impacto da redução do ICMS do produto em Minas Gerais, de 19% para 14%, a partir de março;
3 No impacto da produção das usinas de etanol de segunda geração (2G), que iniciaram suas operações em 2014.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 37
diesel
Crescimento menor O mercado brasileiro de óleo diesel, em 2014, man-
do diesel. Após 90 dias da entrada em vigor da nova
teve o ritmo de evolução acima do PIB, registrando cres-
alíquota para o PIS/Cofins foi implementada a cobrança
cimento nas vendas de 2,5% em relação a 2013, porém
da Cide em 1º de maio, passando a vigorar uma nova
desacelerou em comparação aos anos anteriores.
formatação de cobrança dos tributos: R$ 0,248 por litro
O crescimento mais contido na comercialização de
para o PIS/Cofins e R$ 0,05 por litro para Cide.
diesel foi influenciado pela queda nas vendas de caminhões, classificados em semileves, leves, médios, semipesados e pesados, no ano passado, que encerraram 2014 com 137,1 mil veículos licenciados, o que correspondeu
5.1 FATURAMENTO Em bilhões de R$
a retração de 10,3% ante 2013. O consumo de diesel permaneceu sob forte impacto do setor agropecuário, que utiliza o combustível em quase todas as etapas da cadeia, principalmente para a produção de commodities. Ao longo do ano passado, foram vendidos aproximadamente 60 milhões de metros cúbicos de diesel, que geraram incremento no faturamento de 12,4%, para R$ 152,6 bilhões. Os postos vinculados, ou embandeirados, que comercializaram óleo diesel corresponderam a 41,4% do
Fonte: Fecombustíveis
$ $
152,6
135,7
2013
2014
5.2 arrecadação tributária Em bilhões de R$
total. Já os postos bandeira branca responderam por
ICMS 21,7
ICMS 19,5
15,9% das vendas do produto no país. As vendas de diesel aumentaram somente no segmento TRR, encerrando o ano em 12,9% do total.
PIS/COFINS 8,2
Apesar do crescimento mais contido nas ven-
PIS/COFINS 8,4
das de diesel, houve elevação da arrecadação de tributos em 2014. Mesmo sem a cobrança da Cide, que teve sua alíquota zerada em 2012, o governo arrecadou R$ 30 bilhões, montante 8,3% maior do que o registrado em 2013. O maior incremento na arrecadação fiscal foi com o ICMS, cujo volume atingiu R$ 21,7 bilhões, um aumento de 11,2%.
2013
2014
Fonte: Fecombustíveis
5.3 COMPOSIÇÃO DAS VENDAS POR SEGMENTO 41,5% 41,4%
Em relação ao PIS/Cofins, o crescimento
Vendas 2013: 58,5 milhões de m3 2014: 60,0 milhões de m3
foi de 1,9% na arrecadação, fechando 2013
2014 com R$ 8,4 bilhões. A arrecadação dos impostos ganha-
15,9% 15,9%
rá novo impulso devido ao pacote de
30,1% 29,8%
2014
12,4% 12,9%
medidas fiscais anunciadas pelo governo federal no início de 2015, que implementou o reajuste do PIS/Cofins para os combustíveis e trouxe o retorno da Cide.
Postos Vinculados
A partir de 1º de fevereiro, a alíquota do PIS/Cofins passou para R$ 0,298 por litro
Postos Bandeira Branca
TRR
Consumidor Final
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 39
diesel
Sem alterações As alíquotas de ICMS do diesel foram mantidas pelos estados no ano passado. A menor cobrança de ICMS permaneceu com os estados do Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal, com 12%; assim como Rio de Janeiro, com 13%, e Tocantins, com 13,5%. A predominância nos estados brasileiros foi de uma alíquota de 17%.
5.4 ALÍQUOTAS DE ICMS RR
AP
AM
MA
CE
PA
PB
PI
PE
AC TO
RO
SE BA
MT DF GO
17% 15% 13,5% 13% 12%
MG ES
MS SP PR
SC RS
Fonte: Fecombustíveis
40 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
RN
RJ
AL
Mais postos O ingresso do S10 no mercado nacional foi fruto de um amplo planejamento que envolveu diferentes agentes da cadeia. Uma das preocupações era a disponibilização do produto ao consumidor final, o que foi demonstrado que, ao longo do tempo, a revenda aderiu espontaneamente à venda do produto, elevando o número de pontos de venda. No ano passado, 21.580 postos de combustíveis venderam S10 , uma expansão de 63% na comparação com 2013. Houve incremento de 90% no número de postos que passaram a comercializar o S10 de forma voluntária. Já os postos obrigados a vender o produto houve ampliação de 9%. Os municípios que comercializaram S10 passaram de 55,1% em 2013, para 77,2% em 2014.
5.5 COMERCIALIZAÇÃO DE S10 PELA REVENDA (Em unidades) 2012 2013 2014
Obrigatória 3.934 4.362 4.740
Voluntária 4.715 8.854 16.840
Total 8.649 13.216 21.580
Fonte: ANP
Novas mudanças Em 2014, o segmento de diesel continuou movimentado em se tratando de qualidade. Para atender às novas fases do Proconve para veículos automotivos, no início do ano passado, o mercado passou novamente por mudanças ao encerrar a comercialização do diesel S1800 em todo o país. Em seu lugar, passou a ser comercializado, em definitivo, o S500, um produto com menor teor de enxofre (500 mg/kg). A substituição gradativa do S1800 pelo S500 já vinha ocorrendo desde 2010, em diferentes estados brasileiros. Porém, a partir de 1º de janeiro de 2014, o mercado brasileiro passou a oferecer somente dois tipos de diesel, o S500 e o S10. Ambos os produtos são considerados de melhor qualidade e menos poluentes, já que emitem menos gases de efeito estufa na atmosfera, além de terem características que auxiliam o rendimento do motor. No ano passado, as vendas de diesel S500 representaram 72,9% do total comercializado no país, enquanto que a comercialização de diesel S10 atingiu 25,8% do mercado total de diesel.
5.6 COMPOSIÇÃO DAS VENDAS POR TIPO DE DIESEL S1800 S500 S10 Marítimo
2013 38,5% 42,3% 18,1% 1,1%
2014 N/D (*) 72,9% 25,8% 1,3%
Fonte: ANP Nota (*): Substituído pelo óleo diesel S500, conforme Resolução ANP 50/2013.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 41
diesel
Ainda em alta A demanda por diesel no país, principalmente pelo segmento de commodities, que utilizam amplamente o produto para diversos fins, influenciou o aumento das compras do produto no mercado externo. As importações aumentaram 9,7%, para 11,3 milhões de metros cúbicos, mesmo com as refinarias do país operando em sua capacidade máxima. A refinaria Abreu e Lima entrou em operação em 6 de dezembro, porém, não houve tempo hábil para impactar no volume comercializado. O aumento do biodiesel no diesel no teor da mistura para 7% também só será refletido em toda sua extensão sobre as importações do combustível em 2015.
5.7 importações Em milhões de m3
10,3 2013
Fonte: ANP
42 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
11,3
2014
Preços
5.8 composição do preço em 2014
Em 2014, os preços médios de diesel subiram em todos os elos da cadeia na comparação com o ano
Fretes 2% Biodiesel 4%
anterior. O maior aumento verificado foi nas refinarias em parte devido aos
Margens 15%
reajustes aplicados pela Petrobras em
Tributos 20%
novembro de 2013 e novembro de 2014. O preço médio anual do S10 no
Diesel 59%
refino subiu 9,6% em relação ao ano anterior, enquanto que o do S500 au-
Fonte: Fecombustíveis
mentou 9,2% no mesmo período. Na revenda e distribuição, os preços mé-
2,8
para o diesel com 10 mg/kg. Parte
2,5
dessa diferenciação pode ser atribuída
2,3
aos custos mais elevados do S10 na
2,0
comparação com o S500. A revenda
1,8
S500, manteve-se estável em 2014 na comparação com o ano anterior. De
Revenda
B100 nov/14
Distribuição
set/14
venda de diesel, tanto S10 quanto
Refino
jul/14
1,0
mai/14
A margem média relativa da re-
1,3
mar/14
S10 e os do S500, em 2014.
1,5
jan/14
nor distanciamento entre os preços do
nov/13
foi o segmento que apresentou me-
set/13
2014 manteve uma variação de 6%
3,0
jul/13
ços entre o S10 e S500 ao longo de
Em R$/L
mai/13
Nas refinarias, a diferença de pre-
5.9 PREÇOS MÉDIOS NO UPSTREAM E DOWNSTREAM (S500)
mar/13
S10 e de 8,3% para o S500.
jan/13
dios tiveram elevação de 9,1% para o
Nota: O preço médio do refino não inclui ICMS. Fonte: ANP
janeiro a dezembro do ano passado, a Em % 14% 13% 12% 11%
nov/14
set/14
jul/14
mai/14
mar/14
jan/14
nov/13
set/13
9%
jul/13
10%
mai/13
11,9%, mesmo percentual de 2013.
5.10 Margem média da revenda (S500)
mar/13
11,3%, enquanto a do S500 foi de
jan/13
margem anual média do S10 ficou em
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 43
diesel
Qualidade em foco A qualidade do diesel também foi pauta da ANP no ano passado, ao colocar em discussão, em audiência pública, alterações das especificações de qualidade do diesel, em função do
5.11 índice de não conformidade
Em %
6,7 6,5
5,9
aumento do teor de biodiesel no die-
4,9 3,8
sel para 7%, devido às suas características higroscópicas.
3,4
2,6
Em 23 de dezembro, a ANP pu-
1,9
2,2
3,0
3,6
2,7 2,9 2,6
2,3
parâmetro aspecto, a realização de análises de teor de água e água e
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
autuações por não conformidade no
2001
prevê, para efeito de fiscalização, nas
2000
blicou a Resolução nº 69/2014, que
Fonte: ANP
sedimentos, para o óleo diesel S500, ou teor de água e contaminação total, para o óleo diesel S10. O produto será reprovado, se ao menos, um desses dois parâmetros estiver fora
5.12 NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA (Em %) Bandeiras com atuação regional 3,0
Bandeira Branca
2013
Bandeiras com atuação nacional 2,2
2014
2,4
3,0
2,9
de especificação. A qualidade do diesel em 2014 teve ligeira melhora em relação a 2013. O índice de não conformidade
3,7
Fonte: ANP
atingiu 2,6%, uma redução de 0,3 ponto percentual ante o ano anterior. Novamente, o principal problema detectado foi em relação ao aspecto, que registrou índice de 33%, uma redução de 3 pontos percentuais na compa-
5.13 especificação da não conformidade
ração com 2013. O ponto de fulgor do
36%
diesel foi mais um parâmetro fora das
33%
2013
especificações de qualidade da Agência, que elevou de 19%, em 2013, para 27% em 2014.
19% 12% 13%
para evitar a formação de borras e sedimentos, já que incidem sobre a qualidade do diesel. O impacto do aumento da mistura nas especificações de qualidade do diesel só poderão ser mensuradas ao longo deste ano. 44 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
7%
3%
do biodiesel para 7%, os cuidados com filtros nos postos devem ser redobrados
18%
21%
8%
Destaca-se que a partir da elevação manutenção e limpeza dos tanques e
2014
27%
Enxofre Fonte: ANP
Aspecto
Corante
Ponto de Fulgor
Teor de Biodiesel
4%
Outros
Sem mudanças Em relação ao market share das distribuidoras, a divisão continuou a mesma, com a BR Distribuidora liderando o ranking, com uma participação de 38,5%. Já a Raízen aumentou em um ponto percentual sua fatia no mercado, passando de 17,4%, em 2013, para 18,4%, em 2014; enquanto a Ipiranga manteve a segunda colocação no mercado, com pequena variação no percentual de participação no mercado.
5.14 market share das distribuidoras 38,6% 38,5% 2013 2014 22,8% 22,2%
BR
Ipiranga
21,0% 21,0%
17,4% 18,4%
Raízen
Outras distribuidoras
Nota: Os dados de 2013 foram revisados. Fonte: ANP
Fique de olho: 3 Nos efeitos do aumento das alíquotas de PIS/Cofins e da volta da Cide para o setor de combustíveis no país;
3 Com a elevação do teor da mistura do biodiesel ao diesel para 7%, os postos revendedores precisarão redobrar os cuidados no manuseio e armazenagem do combustível, principalmente o S10, mais sensível à contaminação;
3 Mesmo que o preço do barril do petróleo esteja em queda no mercado internacional, as oscilações de preço do dólar interferem diretamente no custo das importações de diesel, se o dólar se mantiver alto, haverá impacto na balança comercial.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 45
biodiesel
Um ano de alívio Após quatro anos desde a entrada em vigor
tas de elevação no percentual de mistura, gerando
do B5 e muita pressão, finalmente, os produto-
grandes expectativas entre os produtores. Porém,
res de biodiesel conseguiram o aval do governo
em função de problemas na qualidade do biocom-
para ampliar o teor da mistura do biocombustí-
bustível, como formação de borra e entupimentos
vel ao diesel em 2014. Desta vez, a elevação da
nos tanques dos postos e dos motores de veículos,
mistura foi dividida em duas etapas: primeiro, o
optou-se por segurar novos teores. Também contri-
percentual aumentou para 6%, vigorando de ju-
buiu para esse quadro o fato de o preço do biodie-
lho a outubro, e, a partir de 1º de novembro, foi
sel, na época, ser mais alto do que o do óleo diesel,
para 7% - que era o pleito inicial do segmento. A
o que poderia trazer reflexos diretos no custo final
Lei 13.033/2014, que alterou o teor da mistura,
ao consumidor.
trouxe ainda em seu texto a possibilidade de o governo reduzir, a qualquer momento, o percentual de biodiesel para 6%, caso o mercado apresente condições que motivem tal redução. Um dos motivos que contribuíram para a decisão foi a redução do volume de importações de óleo diesel, cujo preço, na época, ainda estava alto acompanhando os preços internacionais do barril de petróleo. Com isso, esperava-se um alívio ao caixa da Petrobras, que, por sua vez, subsidiava o preço do combustível fóssil no mercado interno em função da política de governo para controlar a inflação. Além disso, a medida ajudaria os produtores de biodiesel, que registravam capacidade ociosa elevada em função dos investimentos feitos nos últimos anos.
Entretanto, os impactos com o B7, tanto do ponto de vista das importações de óleo diesel quanto para a distribuição e revenda, só devem ser sentidos ao longo de 2015. Para os produtores de biodiesel, no entanto, é certo que a capacidade ociosa deve se manter elevada, já que o governo não pretende autorizar novos aumentos no percentual daqui para frente, apesar dos pedidos feitos pelo segmento imediatamente após o anúncio do B6/B7, como a autorização do B8 em 2016, B9 em 2017 e B10 em 2018.
Dúvidas Pesa contra também à proposta de elevações superiores a 7% a questão da eficiência dos motores de
Dificuldades do setor
veículos. Não existem testes suficientes que garantam
De fato, o aumento no teor de mistura do bio-
a eficácia dos motores acima desse percentual. Além
diesel ao diesel trouxe alívio para o setor produtivo,
disso, o aumento da mistura para patamares mais ele-
que vinha enfrentando dificuldades desde meados
vados significaria novos investimentos e adequações
de 2012 e se estendeu até a primeira metade de
para minimizar problemas no manuseio e armazena-
2014, inclusive, houve registro de usinas que en-
gem do produto. Haveria também a necessidade de
cerraram suas atividades. O principal fator para o
investir em infraestrutura logística, já que o transporte
cenário declinante foi justamente a falta de clareza,
do biodiesel é feito basicamente pelo sistema rodoviá-
por parte do governo, para o futuro do biodiesel
rio, ampliando o número de caminhões para transpor-
no mercado de combustíveis brasileiro. Desde que
tar o produto, assim como em dosadores e tancagem
foi instituído, em 2004, o PNPB antecipou as me-
em distribuição. Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 47
biodiesel
Aumento da mistura Os leilões de biodiesel promovidos pela ANP foram impactados
6.1 RESULTADOS DOS LEILÕES DE B100
pelo aumento do teor da mistura
Percentual da mistura 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 6% 6% 7%
Período
do biocombustível ao diesel a partir
Jan - Fev/13 Mar - Abr/13 Mai - Jun/13 Jul - Ago/13 Set - Out/13 Nov - Dez/13 Jan - Fev/14 Mar - Abr/14 Mai - Jun/14 Jul - Ago/14 Set - Out/14 Nov - Dez/14
do segundo semestre. No acumulado de 2014, foram comercializados quase 3,5 milhões de metros cúbicos, montante 13% superior ao verificado em 2013. Antes do ingresso do B6, o volume arrematado saiu de 463,8 mil metros cúbicos (maio e junho) e saltou para 638,4 mil de metros cúbicos (julho e agosto) com a entrada oficial do aumento do
Preço médio (R$/m3) 2.603,46 2.263,56 2.031,22 1.987,95 1.896,68 1.941,40 2.090,45 1.965,37 1.880,25 1.884,15 1.913,71 2.100,38
Volume arrematado (m3) 496.308 517.357 488.532 515.443 524.836 521.000 485.636 549.666 463.870 638.455 625.732 701.414
Fonte: ANP Nota: O preço médio de cada período consiste na média ponderada entre preços e volumes envolvidos em cada lote do leilão.
teor de biodiesel para 6%. A partir do ingresso do B7, o volume atingiu 701,4 mil de metros cúbicos (novembro e dezembro).
Ociosidade mantida A produção de biodiesel encerrou 2014 em 3,414 bilhões de metros cúbicos, um crescimento de 16,5% na comparação com o ano anterior. A capacidade ociosa, no entanto, permanece elevada, em 54%, mesmo com o aumento no teor de mistura de biodiesel ao diesel.
6.2 produção x capacidade instalada Em mil m3
6.853 5.256 3.660
Fonte: MME
48 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
2.661
2.708
2.930
2013
1.608
2009
2008
2007
69
2006
2005
0,7 64
1.167
2.350
2012
2.483 511 404
6.019
2011
3.666
2010
Capacidade Instalada
7.502
3.414
2014
Produção
7.504
Espaço garantido O óleo de soja recuperou espaço entre matérias-
O número de usinas de biodiesel no país
-primas utilizadas para a produção de biodiesel. Em
caiu em 2014, passando de 58, em 2013, para
2014, a oleaginosa ampliou em 1,4 ponto percentual
54. Por região, o Centro-Oeste manteve a con-
essa participação, passando de 73,3% para 74,7%,
centração de capacidade instalada, com 44%,
mantendo sua liderança no ranking. A gordura bovina
embora o número de usinas tenha diminuído.
permaneceu como a segunda matéria-prima mais uti-
A região Sudeste também registrou queda na
lizada para produzir o biocombustível, com 20,4% do
quantidade de usinas, caindo de 11 para 10 no
total. O óleo de algodão não evoluiu sua participação
ano passado. No entanto, essa redução não al-
desde 2013, permanecendo com 2,3% do total.
terou a participação de capacidade instalada da
O óleo de soja é a principal matéria-prima uti-
região, que permaneceu com 12%. Já as regiões
lizada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e
Norte, Nordeste e Sul não registraram mudanças
Sul. Já o Sudeste utiliza a gordura bovina em 48%
na quantidade de usinas nem na participação de
do total da produção de biodiesel.
capacidade instalada.
6.3 MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS NA PRODUÇÃO DE B100 73,3%
74,7%
2013 2014 20,5% 20,4%
2,3% 2,3% Óleo de soja
Gordura bovina
Óleo de algodão
3,9% 2,6% Outros
Fonte: ANP
6.4 INFORMAÇÕES REGIONAIS DO B100
Região Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul BRASIL
Número Distribuição da capacidade de Usinas instalada (mil m3) 3 3% 3 6% 25 44% 10 12% 13 35% 54 7.502
Volume arrematado nos leilões (mil m3) 95 235 1.476 268 1.390 3.465
Preço médio leilão (R$/m3) 2.104,21 2.236,20 1.955,19 2.059,06 1.923,31 1.973,58
Matéria-prima mais utilizada Óleo de soja (87%) Óleo de soja (51%) Óleo de soja (84%) Gordura bovina (48%) Óleo de soja (71%)
Fonte: MME e ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 49
biodiesel
Qualidade em foco Em 2014, a qualidade esteve no centro das atenções. No início do ano passado, o teor de água aceitável de biodiesel tanto na produção quanto na distribuição passou a ser de 200 ppm. A mudança, determinada pela ANP ainda em 2013, era tornar o biocombustível compatível com o óleo diesel S10, produto de baixíssimo teor de enxofre e mais suscetível à proliferação de micro-organismos e à formação de borra nos tanques de combustíveis devido às menores quantidades de aromáticos e compostos fenólicos. O desafio, porém, foi manter esse limite ao longo de toda a cadeia, pelo fato de o biodiesel ser mais higroscópico que o diesel, ou seja, absorve mais água da atmosfera, aumentava o risco de absorção de água durante o transporte ou armazenamento. De fato, foi o que ocorreu. Ao chegar nas bases das distribuidoras, onde é feita a mistura ao diesel, o teor de água no biocombustível já estava pelo menos 100 ppm maior, reforçando a tese de absorção durante o trajeto entre produtor e a base distribuidora. Em função disso, a ANP ampliou o limite de tolerância da água no biodiesel, em mais 100 ppm para as distribuidoras (total 300 ppm) e mais 50 ppm para as usinas (total 250 ppm), para fins de fiscalização.
Qualidade em xeque As ações de fiscalização constataram 18 irregularidades em desacordo com os critérios estipulados pela ANP. No ano passado, 17 unidades produtoras cometeram infrações relativas à comercialização ou armazenagem do produto não conforme de acordo com as especificações, o que representou 94,4% do total de unidades fiscalizadas. Outra infração detectada foi construir ou operar instalações e/ou equipamentos em desacordo com a regulamentação, com 5,6% do total.
6.5 INFRAÇÕES NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL EM 2014 Infração
Em unidades
Em %
Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação
17
94,4%
Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo
1
5,6%
TOTAL Fonte: ANP
50 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
18
Ainda descentralizado
Em 2014, o mercado de biodiesel manteve sua característica de segmento
descentralizado, diferentemente do mercado de combustíveis líquidos que é dominado por grandes companhias. Os produtores de menor porte ampliaram sua participação no ano passado, de 51,7%, em 2013, para 53,7%. Entre as grandes empresas que atuam neste mercado, a Petrobras Biocombustíveis manteve a quinta posição no ranking, mas diminuiu 3,4 pontos percentuais de participação do mercado. A Granol manteve sua liderança, com 13,7%, 1,2 ponto percentual maior do que em 2013. A BSBios, por outro lado, ampliou espaço, mantendo a segunda posição no ranking das grandes produtoras de biodiesel, com 8,7%.
6.6 Market share dos produtores 51,7% 2013
12,5% 13,7%
Granol
11,3% 7,9%
Petrobras Biocombustível
53,7%
2014
8,7% 8,0%
8,0% 8,0%
7,8% 8,7%
Caramuru
Oleoplan
Bsbios
Outros produtores
Fonte: ANP
Fique de olho: 3 Produtores devem continuar a pressão por novos aumentos no teor de mistura do biodiesel ao diesel, embora o governo federal, até o momento, não apresentou sinais favoráveis à expectativa do setor;
3 Com o B7, aumentam os cuidados no manuseio e armazenagem do óleo diesel e no transporte do produto, a fim de evitar problemas nos tanques de combustíveis e motores dos veículos, como formação de borra e entupimento.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 51
gnv
Permanece em queda Em 2014, apesar da desaceleração econômica, o consumo total de combustíveis no Brasil se mante-
7.1 COMERCIALIZAÇÃO DE GÁS NATURAL
PELAS CONCESSIONÁRIAS ESTADUAIS (Em 1.000 m3/ dia)
ve em alta, acompanhando a ampliação da frota, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo,
2013
2014
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No entanto, a
Automotivo
5.125
4.961
exceção ficou com o gás natural veicular (GNV), que
Industrial
28.144
28.467
registrou queda de 3,2% do volume comercializado,
Residencial
1.004
965
passando de 5,12 milhões de m³/dia em 2013 para
Comercial
747
769
4,96 milhões de m³/dia em 2014.
Geração Eletricidade
26.256
33.410
Cogeração
2.466
2.570
Outros
3.380
6.975
taram ligeiro crescimento de 0,6% em dezembro na
Total
67.122
78.117
comparação com novembro de 2014, como reflexo da
Fonte: Abegás
Mesmo com o recuo de consumo no acumulado do ano, vale destacar que as vendas de GNV apresen-
elevação de preços da gasolina nas refinarias, anunciadas em novembro pela Petrobras, bem como pela
as usinas térmicas permaneceram ligadas praticamente o
diferença de preço do etanol hidratado.
ano todo, o que resultou em maior consumo de gás na-
Na realidade, o consumo total de gás natural no
tural. Assim, enquanto o volume de gás para uso auto-
país cresceu 16,3% em 2014 na comparação com o ano
motivo ficou em 4,961 milhões de m³/dia e o residencial
anterior, mas foi o segmento de geração de energia elé-
em 965 mil de m³/dia em 2014, a geração de eletricidade
trica o grande responsável pelo aumento da demanda,
respondeu por 33,410 milhões de m³/dia, conforme da-
com alta de 27% em relação a 2013. Com a crise hídrica,
dos da Abegás.
Forte redução O número de conversões de veículos movidos a
tar o funcionamento de outras peças. Os kits antigos,
GNV teve queda de 20%, passando de 29.896 uni-
de terceira geração, por exemplo, geravam trocas pre-
dades em 2013 para 23.849 unidades em 2014. Este
coces das velas e cabos de ignição, causando aumento
percentual representa o dobro do período anterior, se compararmos 2013 ante 2012, cujo recuo foi de 10%. Atualmente, a frota brasileira mo-
de custo de manutenção. Já os mais 7.2 conversões Em unidades
novos, da chamada quinta geração, com os seus sensores e central ele-
29.896
trônica, proporcionam um funciona-
vida a gás é estimada em cerca de 1,8
mento mais eficiente, igualando a 23.849
milhão de veículos, sendo que quase a
periodicidade de manutenção ao de
metade (48% do total) circula no esta-
um veículo movido a etanol ou ga-
do do Rio de Janeiro.
solina. Além disso, o produto tem a
A necessidade de instalação de kits
vantagem de liberar menos resíduos
de conversão nos veículos é um dos
na combustão, o que pode influen-
motivos que explica a baixa adesão do
ciar na vida útil do motor e nos perí-
consumidor. Além do investimento, os
odos entre as manutenções.
kits ocupam espaço do porta-malas do veículo e, em alguns casos, podem afe-
2013 Fonte: IBP
2014
Já existe também um sistema de sexta geração projetado para veícu-
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 53
gnv
los dotados de injeção direta. A previsão é que ainda
todos os acidentes já relatados, ou houve uma instalação
em 2015 esse modelo já esteja disponível no mercado.
clandestina ou o consumidor não realizou as inspeções ne-
Outro fator que pode afetar o consumo do produto
cessárias para garantir a segurança de seu veículo.
é a falta de informação relacionada à segurança. No ano
Para a revenda, fica o alerta de sempre tomar as de-
passado, um acidente com vítimas fatais, ocorrido durante
vidas precauções para evitar riscos. É importante verificar
o abastecimento de um veículo movido a GNV no Rio de
se o veículo tem o Selo de GNV válido, ou o Certificado de
Janeiro, chocou o país e colocou em debate mais uma vez
Segurança Veicular, que tem validade de um ano e é reno-
a questão da segurança no uso do combustível. Porém,
vado a cada inspeção, além de observar cuidados como
vale destacar que, quando corretamente instalado, o kit
aterramento do veículo, não permitir fumantes na área e
de conversão é seguro. O próprio Inmetro alerta que, em
solicitar aos ocupantes do carro que saiam do veículo.
Menos postos A falta de respaldo dos governos
federal,
7.3 postos GNV por estado
estadual
ou municipal para incentivar o uso automotivo do GNV tem causado reflexo
RR
AP
na cadeia, desmotivando o interesse de postos que
2013 = 68 2014 = 69
comercializam o produto. Algumas concessio-
AM 2013 = 2 2014 = 3
nárias também relataram que alguns postos desistiram de trabalhar
MA
CE
PA
PB
PI
PE
AC
com o produto em vir-
TO
RO
tude de desajustes contra-
2013 = 6 2014 = 1
de postos que comercializaram GNV
mas iniciativas poderiam estimular o uso do produto, como, por exemplo, a adoção de desconto no Imposto
2013 = 350 2014 = 335
SC RS
sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em todos os estados, como já ocorre no Rio de Janeiro (onde a redução é de 25%), criação de linhas de crédito para conversão de veículos para o GNV, desoneração tributária dos equipamentos que compõem o kit gás e incentivo às montadoras para a venda de veículos
2013 = 33 2014 = 31
ES
2013 = 33 2014 = 33
RJ
PR
ações para aumentar o consumo do GNV. Algu-
2013 = 76 2014 = 71
MG
SP
2013 = 39 2014 = 38
2013 = 38 2014 = 38
2013 = 32 2014 = 33 2013 = 76 2014 = 71
2013 = 10 2014 = 10
mento de gás veicular, o governo não investe em
54 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
2013 = 70 2014 = 61
DF
MS
mente Rio de Janeiro, Amazonas, Ceará e Ser-
movidos a GNV de fábrica.
BA
2013 = 2 2014 = 2
2014, uma redução de 2% no período. So-
Para as entidades que representam o seg-
AL
GO
passou de 1.668 em 2013 para 1.631 em
gipe tiveram crescimento.
SE
2013 = 2 2014 = 2
MT
tuais. O fato é que o número
RN
2013 = 62 2014 = 61
2013 = 136 2014 = 136
2013 = 81 2014 = 80
2013 = 552 2014 = 556
TOTAL: 2013 = 1.668 2014 = 1.631 Nota: Os dados de 2013 foram revisados Fonte: Abegás
Preços
1,8
1,4
de preço foi registrada em janeiro, quando a revenda
1,3
comercializou o produto por R$ 1,82 por metro cúbico e a distribuição por R$ 1,40 por
nov/14
1,5
downstream, a menor média
Postos
set/14
levantamento da ANP, para o
Distribuidoras
jul/14
1,6
mai/14
ceu 4,8%. De acordo com
mar/14
1,7
jan/14
preços da distribuição cres-
nov/13
mesmo período, a média de
1,9
set/13
2014 ante o ano anterior. No
2,0
jul/13
crescimento de 5,8% em
mai/13
de GNV nos postos registrou
Em R$/m3
mar/13
ticados na comercialização
7.4 PREÇOS MÉDIOS NO DOWNSTREAM
jan/13
A média de preços pra-
Fonte: ANP
metro cúbico. Já no final do ano, o preço aumentou para
7.5 margem média da revenda
as duas pontas da cadeia e
Em R$/m3
atingiu seu pico em dezembro, com R$ 1,91 por metro cúbico para a revenda e R$ 1, 46 para a distribuição.
28%
26%
Mesmo com o crescimento de quase 6% na média
24%
dos preços comercializados de GNV nos postos, a margem
22%
passaram de 23,4% em 2013
nov/14
set/14
jul/14
mai/14
mar/14
jan/14
nov/13
jul/13
set/13
ção margem/preço, os postos
mai/13
manteve-se estável. Na rela-
20%
mar/13
ao longo do ano passado e
jan/13
média da revenda não evoluiu
Fonte: ANP
para 23,7% em 2014.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 55
gnv
7.6 ALÍQUOTAS DE ICMS RR
AP
AM
MA
CE
PA
PB
PI
PE
AC TO
RO
SE BA
MT DF GO
0% 25% 18% 17% 12%
MG ES
MS SP PR
SC
Fonte: Fecombustíveis
56 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
RS
RN
RJ
AL
Economia no bolso
Benefício ambiental
Algumas concessionárias de gás têm investido em cam-
Uma grande vantagem do gás vei-
panhas de divulgação sobre os benefícios do uso do GNV a
cular é o aspecto ambiental. Como sua
fim de estimular seu consumo, mas os resultados ainda são
queima é muito mais completa que a da
restritos.
gasolina, do etanol ou do óleo diesel, os
Como combustível, o GNV é comprovadamente mais
veículos movidos a gás natural emitem
econômico. Em uma ação recente em São Paulo, a Comgás,
menos poluentes, tais como óxidos ni-
maior distribuidora de gás natural canalizado do Brasil, que
trosos (NOX), dióxidos de carbono (CO2)
responde por 22% do total das vendas do país, em parceria
e, principalmente, o monóxido de carbo-
com a Associação da Rádio Táxi de São Paulo, comprovou
no (CO). Por isso, os defensores do GNV
que o GNV é mais vantajoso economicamente do que seus
consideram que os consumidores que
concorrentes líquidos. A ação, denominada “Rally da Eco-
adotam o combustível deveriam receber
nomia”, já contou com duas edições. Na versão de 2014,
incentivos, já que os carros movidos a gás
três veículos de modelos semelhantes guiados por taxistas
natural são os únicos que, atualmente,
percorreram 102 km na cidade de São Paulo, com o ar con-
continuam seguindo a legislação de con-
dicionado ligado 100% do tempo. Ao final do dia, a avalia-
trole de poluentes, sendo submetidos a
ção mostrou que o GNV obteve melhor rendimento e me-
testes por oficinas credenciadas pelo In-
lhor custo por quilometro rodado. O carro movido a gasolina
metro.
apresentou uma média de R$ 0,565 por quilômetro rodado;
Além disso, a tecnologia de uso de
a etanol fez R$ 0,537 por quilômetro rodado; e a GNV re-
cilindros é a mesma dos veículos movidos
gistrou R$ 0,22 por quilômetro rodado. Comparativamente,
a hidrogênio, combustível também não
o GNV apresentou uma economia de 61,1% em relação à
poluente e uma das apostas mundiais do
gasolina e de 59% em relação ao etanol.
futuro.
Fique de olho: 3 Monitorar o impacto da elevação de preços dos combustíveis concorrentes, ocasionada pela elevação dos tributos (PIS/Cofins e o retorno da Cide para os combustíveis) em relação ao aumento da competitividade do GNV;
3 Acompanhar o lançamento da sexta geração do kit de conversão de veículos, que é mais eficiente, traz menos problemas de manutenção e terá um preço mais vantajoso.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 57
GLP
Pequeno crescimento O mercado de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP),
Para isso, no entanto, dependem da vontade polí-
para botijões de 13 quilos, registrou crescimento tími-
tica, como revogação dos artigos da Lei 8.176/91, que
do em 2014, de 1% em relação ao ano anterior. Em
proíbe outros usos do GLP além da cozinha.
volume de vendas totais do produto, o setor também cresceu 1%, para 7,4 milhões de toneladas.
Outro caminho seria ampliar a participação em condomínios de grandes metrópoles, como São
No ano passado, a comercialização de GLP ge-
Paulo, nos quais o GLP vem perdendo espaço nos
rou um faturamento total de R$ 27,9 bilhões, incre-
últimos anos para o gás natural. O problema, po-
mento de 6% em relação a 2013, quando registrou
rém, também esbarra em mais investimentos em
R$ 26,3 bilhões.
infraestrutura e mudanças culturais, uma vez que
O botijão de 13 quilos (P13) continua sendo o carro-chefe deste segmento, com 5,3 milhões de toneladas comercializadas e responsável por 62% do faturamento total de R$ 17,5 bilhões.
a maioria dos projetos arquitetônicos privilegia o gás tubulado. Ainda nas grandes cidades, o GLP enfrenta outra questão sensível: a logística. A proibição do transporte
O baixo crescimento do popular gás de cozinha
dos vasilhames em motocicletas prejudica a venda do
é justificado por especialistas do segmento como
produto nos grandes centros urbanos que, com seus
fruto da consolidação de mercado, já que está pre-
trânsitos caóticos, impedem-no de chegar rapidamen-
sente em 98% dos municípios brasileiros. Por outro
te ao consumidor.
lado, representantes do setor acreditam ser possível combater a estagnação, agregando outros usos ao
Normas
produto na matriz energética brasileira, especial-
No que se refere às legislações, 2014 foi um
mente num momento em que o país enfrenta uma
ano com decisões – ou a falta delas - que desagra-
grave crise do setor.
daram bastante os representantes. A publicação da Resolução nº 40/2014, da ANP, que transfere
8.1 COnsumo
aos revendedores a responsabilidade de separar
(Em mil toneladas)
P13
Outros
Total
2013
5.201
2.128
7.329
2014
5.260
2.161
7.421
Fonte: ANP
e devolver ao distribuidor os botijões passíveis de requalificação, atribuição esta que é das distribuidoras, deixou os empresários da revenda de GLP bastante insatisfeitos. Em 2014, o setor aguardou a discussão, iniciada em 2013, da Portaria ANP 297/03, que regulamenta a atividade de revenda de GLP, e a Resolução ANP 15/05, que
8.2 FATURAMENTO Em bilhões de R$
Fonte: Fecombustíveis
$ $
regulamenta a de distribuição. O ano passou e a ANP 26,3
27,9
não colocou os temas em consulta pública. Para este ano, o marco regulatório do GLP será foco de discussão em audiência pública, quando serão discutidas e atualizadas as regras da revenda e distribuição pela ANP. Houve ainda duas audiências públicas realizadas pela ANP para discutir os níveis de tolerância e a for-
2013
2014
mação de estoques, temas que geraram muita controvérsia entre distribuidores e revendedores.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 59
GLP
Requalificações Um dos destaques positivos do segmento de GLP foi o programa de requalificação, que superou a marca de 15,5 milhões de unidades de botijões de 13 quilos requalificados em 2014, crescimento de 28% em relação a 2013. Por trás do avanço, porém, esteve o atraso nas metas estabelecidas pela ANP às distribuidoras, que deveriam ter se encerrado em 2011. Por isso, as empresas tiveram de apertar o passo. Desde que o programa teve início, em 1996, passaram por requalificação cerca de 165 milhões de unidades, com investimento de R$ 7,5 bilhões, sendo R$ 2,7 bilhões em requalificação e R$ 4,8 bilhões em reposição de recipientes.
Sem mudanças
8.3 ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA Em bilhões de R$
Não houve novidades na arrecadação tributária para o segmento. Como nos outros anos, o volume
ICMS 3,4
ICMS 3,2
arrecadado total subiu 6,1%, para R$ 4,6 bilhões, puxado pelo ICMS (alta de 7,8%, para R$ 3,4 bilhões). O montante arrecado de PIS/Cofins permaneceu em R$ 1,2 bilhão.
Pis/Cofins 1,2
Pis/Cofins 1,2
Em 2014, as alíquotas de ICMS oscilaram entre 18%, a mais alta do país, aplicada em Minas Gerais; 17%, praticada nas regiões Nordeste (exceto Bahia), Norte (exceto Amapá) e Espírito Santo e 12% para os
2013
demais estados da federação.
2014
Fonte: ANP
Em 2015, a alíquota de ICMS do GLP no estado do Paraná aumentou em 1º de abril, subindo de 12% para 18%.
RR
8.4 ALÍQUOTAS DE ICMS
AP
AM
MA
CE
PA
PB
PI
PE
AC TO
RO
SE BA
MT DF GO
18% 17% 12%
MG ES
MS SP PR
SC RS
Fonte: ANP
60 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
RN
RJ
AL
Preços
8.6 PREÇOS MÉDIOS nO UPSTREAM E DOWNSTREAM
Os preços médios praticados variaram relativamente pouco em 2014, com alta de 1,7% no setor produtivo, de 2,1% na distribuição e 5% na revenda.
Em R$/Botijão de 13kg 47 43 39 35 31
nov/14
set/14
jul/14
Revenda
mai/14
39,9%, em dezembro. Já na
mar/14
15
jan/14
pela distribuição e o maior, de
nov/13
19
Distribuição
set/13
registrado em maio, de 38%,
Produção
jul/13
23
mai/13
média, o menor percentual foi
mar/13
27
jan/13
Com relação à margem
revenda, o menor índice ocorreu em janeiro (28,1%), com
Fonte: ANP
pico de 29,9% em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que passou de 5,6% para 6,2% de um ano para outro, foi o que mais impactou nos preços, compensando a queda do IGP-M, de 5,5% para 3,7%, e a do salário mínimo,
8.7 margem média dO DOWNSTREAM Em R$/Botijão de 13kg 45% 40% 35% 30%
de 9,0% para 6,8%.
8.5 COMPOSIÇÃO DO PREÇO EM 2014
nov/14
set/14
jul/14
Revenda mar/14
jan/14
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
20%
Distribuição
mai/14
25%
Fonte: ANP
Botijão de 13 kg
Produtor 26% Impostos 17%
8.8 VARIAÇÃO DOS ITENS QUE IMPACTAM O PREÇO
Margem Revenda 29% Margem Distribuição 28% Fonte: ANP
2013
2014
IGP-M
5,5%
3,7%
INPC
5,6%
6,2%
Salário Mínimo
9,0%
6,8%
Fonte: Ipeadata
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 61
GLP
Produto apreendido Assim como nos anos anteriores, a re-
8.10 INFRAÇÕES NA REVENDA em 2014
venda de GLP foi o segundo segmento mais
Em unidades
Em %
Não atender às normas de segurança
450
48%
infrações, ou seja, 17% do total fiscalizado
Exercer atividade regulada sem autorização
115
12%
no segmento.
Não cumprir notificação
95
10%
Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo
69
7%
Não prestar informações ao consumidor
61
6%
Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada
58
6%
infrações devido ao não cumprimento do
Não possuir documentação de outorga/habilitação
38
4%
prazo de requalificação, em primeiro lugar;
Não atualizar dados cadastrais na ANP
20
2%
seguido por adquirir ou destinar produto de
Deixar de apresentar ou apresentar incorretamente documentação de movimentação de produtos
14
1%
Adquirir/comercializar sem cobertura fiscal
10
1%
Outros
12
fiscalizado pela ANP em 2014, com 4.346 ações. Desse montante, foram geradas 725
A três principais motivações de autuações no segmento foram: não atender às normas de segurança, exercer atividade regulada sem autorização e não cumprir notificação. Já as distribuidoras de GLP cometeram
fonte diversa da autorizada e, na sequência, não atender às normas de segurança. No ano passado, houve redução significativa do número de P13 apreendidos. Considerando recipientes cheios, foram 2.064 unidades apreendidas em 2014 ante 6.788
Infração
TOTAL
1% 942
Fonte: ANP
no ano anterior, o que representa uma queda de 70% das apreensões. 8.11 INFRAÇÕES NA DISTRIBUIÇÃO em 2014 Infração
8.9 Produto apreendido 64,8% 2013 45,9%
43,6%
27,6%
2014
2013: 15.552 unidades 2014: 7.845 unidades
Em unidades
Em %
Não cumprimento do prazo de requalificação
101
67%
Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada
20
13%
Não atender às normas de segurança
12
8%
Não cumprir notificação
9
6%
Não prestar informações ao consumidor
2
1%
Não atualizar dados cadastrais na ANP
2
1%
Outros
4
TOTAL 5,6% 3,2% 4,9% 4,4% P13 (Cheio) P13 (Vazio)
Outros (Cheio)
Outros (Vazio)
Fonte: ANP
62 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Fonte: ANP
3% 150
Sem mudanças A concentração do mercado nas mãos das grandes distribuidoras continuou prevalecendo no ano passado. Juntas, as quatro principais empresas do segmento detêm 85,7% do total de mercado. A Liquigás registrou pequena redução de participação, de 0,2 ponto percentual. O Grupo Ultra e a Supergasbrás tiveram adicional de 0,1 ponto percentual cada, enquanto a Nacional permaneceu inalterada de um ano para outro. As pequenas distribuidoras obtiveram ganho de 0,1 ponto percentual. Em 2014, o Sudeste do país - onde se concentra a maioria das empresas, o que facilita a logística do produto - permaneceu na dianteira como o maior mercado de GLP, com 44,6% de participação; seguido do Nordeste (23,7%), Sul (17,2%) e Centro-Oeste (8,1%). A região Norte, mais distante dos grandes centros distribuidores, detém a menor concentração: 6,2%.
8.12 MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS 23,0% 23,1%
22,7% 22,5%
21,1% 21,2%
2013 18,9%18,9%
2014 14,3% 14,4%
ULTRA
LIQUIGÁS
SUPERGASBRAS
NACIONAL
OUTRAS
Fonte: ANP
Fique de olho: 3 Atualização da Portaria ANP 297/03 e da Resolução 15/05. Há um debate acirrado entre distribuidores e revendedores sobre o fim da verticalização do gás envasado e a adoção da modalidade bandeira branca;
3 Acompanhar a publicação das novas resoluções, que vão estabelecer novas regras para níveis de tolerância e formação de estoque.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 63
lubrificantes
Sem evolução O setor de lubrificantes no ano passado passou um momento atípico, permaneceu estável, rompendo o ciclo de crescimento de anos anteriores. Foram comercializados 1,51 milhão de metros cúbicos de óleo lubrificante acabado em comparação aos 1,52 milhão de metros cúbicos em 2013. Este momento de estagnação surpreendeu o setor, já que, pela média histórica dos últimos dez anos, a evolução do setor se manteve acima de 2% do PIB. Como a ANP compila os dados de vendas declaratórios enviados pelas empresas, o volume informado pode não refletir com exatidão a realidade do mercado. Vale destacar que, recentemente, mais especificamente nos últimos três anos, a ANP
do mercado. Estes tipos de lubrificantes ainda detêm uma parcela pequena no volume de óleos lubrificantes comercializados no mercado brasileiro.
Menos empresas No ano passado, o número de agentes de mercado passou por redução de 1% em relação a 2013. Dos agentes formalizados pela ANP, somente as importadoras aumentaram, com autorização de 11 novas empresas, o que demonstra que este mercado é atraente para as novas companhias pela demanda de importação do produto. Já produtores, coletores e rerrefinadores diminuíram em número de agentes de um ano para outro. Esta redução é atribuída ao trabalho da ANP junto aos agentes do setor para manter no mercado somente empresas autorizadas pela entidade.
tornou-se fonte oficial de informação sobre o setor
9.2 AGENTES DO SETOR
com o objetivo de aprimorar cada vez mais as informações sobre o segmento. A indústria de lubrificantes continua investindo em pesquisas, em consonância com as novas tecnologias da indústria automobilística, para obter pro-
2013 134 33 19 173
Produtores Coletores Rerrefinadores Importadores
2014 125 30 15 184
Fonte: ANP
dutos que resultem em maior eficiência energética ao veículo e, principalmente, atuar em linha com as boas práticas ambientais, como a redução de emis-
Setor concentrado
sões de gases poluentes, juntamente com os com-
Assim como o mercado de combustíveis líquidos,
bustíveis menos poluentes e aumento da vida útil
o mercado de distribuidoras de óleo lubrificante é con-
dos componentes veiculares.
centrado em quatro grandes empresas. No ranking de
Exemplo disso, são os novos lubrificantes sinté-
participação de mercado, a liderança permanece com
ticos e semissintéticos, que têm vida útil mais prolon-
a BR, com 22,1%; em segundo lugar vem a Cosan,
gada, com recomendação de troca em período mais
com 17,1%. Ambas aumentaram sua participação de
estendido em comparação com os demais produtos
mercado ante 2013, a BR em 1,7 ponto percentual e
9.1 COMERCIALIZAÇÃO DE ÓLEO
LUBRIFICANTE ACABADO
a Cosan subiu 3,7 pontos percentuais. A Ipiranga continua em terceiro lugar com 12,9% de participação e a Shell mantém o quarto lugar, com 10,1%. Ambas
Em mil m3
tiveram diminuição de participação de 0,4 ponto percentual e 1,3 ponto percentual, respectivamente.
9.3 MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS
Fonte: ANP
1.520
1.518
2013
2014
BR Cosan Ipiranga Shell Chevron Outras
Fonte: ANP
2013 20,4% 13,4% 13,3% 11,4% 9,7% 31,8%
2014 22,1% 17,1% 12,9% 10,1% 9,2% 28,6%
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 65
lubrificantes
Mudanças no ranking
9.4 MARKET SHARE Do rerrefino
Passaram pelo processo de rerrefino 276,8 mil metros cúbicos de óleo lubrificante usado, o que repre-
2013 40,1% 13,1% 10,3% 11,2% 25,3%
Lwart Lubrasil Petrolub Proluminas Outras
senta um crescimento de 3% em 2014 ante 2013. As empresas participantes deste mercado são ainda mais concentradas do que as do setor de distribuição. Só a Lwart detém quase metade do mercado, com 42,3%
2014 42,3% 13,7% 10,7% 9,0% 24,3%
Fonte: ANP
do total, uma grande margem de vantagem em relação
à segunda colocada a Lubrasil, com 13,7%. A Petrolub ganhou participação e subiu para o terceiro lugar, com 10,7% e a Proluminas caiu para o quarto lugar, com 9%.
Mais qualidade
A atuação do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes da ANP, em conjunto
No ano passado, o olhar da ANP sobre a qualidade
com a Superintendência de Fiscalização, tem auxilia-
dos produtos no mercado abrangeu o setor de lubrifican-
do o segmento a diminuir os índices de não conformi-
tes. Foi publicada a Resolução nº 22/2014 que estabele-
dades e minimizar a atuação dos agentes irregulares.
ceu requisitos mínimos de desempenho de lubrificantes
As não conformidades de óleos lubrificantes na
para fins de registro, produção, comercialização ou im-
categoria qualidade diminuíram de 14,2% em 2013
portação de produtos, sendo estabelecidos prazos máxi-
para 12,6% em 2014. A principal ocorrência identi-
mos para distribuição e comercialização de lubrificantes
ficada foi em relação à viscosidade, seguida de au-
das categorias API SF, API CF, API SJ, API CG4 e ACEA. Os
sência de aditivação e aditivação insuficiente.
lubrificantes classificados nestas categorias são considera-
Já as não conformidades quanto ao rótulo registra-
dos obsoletos e poderão ser comercializados até 30 de
ram aumento de 3,7 pontos percentuais. Os problemas de
junho de 2015 e 30 de junho de 2017, respectivamente.
maior incidência foram identificados no lote, além de terem
9.5 NÃO CONFORMIDADES 2013 11,2% 14,2% 14,9%
Registro Qualidade Rótulo
sido constatadas desconformidades em relação à data da
2014 10,8% 12,6% 18,6%
fabricação e à origem do produto. O número de produtos sem registro na ANP diminuiu no ano passado, passando de 11,2% em 2013 para 10,8% em 2014.
Fonte: ANP Nota: 2014 corresponde ao período janeiro - agosto
9.6 ESPECIFICAÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE
9.7 ESPECIFICAÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE
QUANTO À QUALIDADE
35%
35% 35%
39%
Outros 20%
2013 2014
23% 24%
6%
Sem aditivação
Aditivação insuficiente
QUANTO AO RÓTULO (2014)
Viscosidade
Presença de básico naftênico
Fonte: ANP Nota: 2014 corresponde ao período janeiro - agosto.
66 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
2%
1% 0%
Lote 36%
Data de fabricação 25%
Outros Fonte: ANP Nota: Corresponde ao período janeiro - agosto
Origem do produto 18%
Meta não cumprida No ano passado, o sistema de coleta
9.8 COLETA em 2014
de óleo usado não atingiu a meta nacional.
Coletado (m3)
Foram recolhidos 451,9 mil metros cúbicos, o que correspondeu a 37,5%, pouco abaixo da meta estipulada em 38,1%. O menor resultado foi impactado pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste, que ficaram abaixo da coleta esperada. Esta foi a primeira vez que a meta do país não foi atingida. Em anos anteriores,
Coletado (%)
Meta (%)
Centro-Oeste
41.000
32,4%
34%
Norte
29.381
30,0%
30%
Nordeste
54.746
28,2%
30%
Sul
88.702
39,5%
37%
Sudeste
238.108
42,1%
42%
BRASIL
451.937
37,5%
38,1%
Fonte: ANP
o menor resultado de uma região era compensado pela maior coleta de outra, sem comprometer o total nacional. Segundo a ANP, quando ocorre descumprimento das metas regional e Brasil, a Agência comunica oficialmente o Ministério das Minas e Energia e o Ministério do Meio Ambiente indicando as empresas que não atingiram o volume estipulado para que sejam tomadas as medidas cabíveis. Em relação ao Programa Jogue Limpo, responsável pela logística reversa de embalagens plásticas usadas de lubrificantes que oferece a correta destinação dos recipientes, conforme determina a Lei 12.305/2010, que implantou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, houve crescimento do número de estados que aderiram ao sistema. No ano passado, o programa avançou para sete estados do Nordeste, ampliando sua cobertura total para 14 estados mais o Distrito Federal, totalizando 2.979 municípios. A meta é chegar a 100% dos municípios nas regiões onde o programa atua em 2016. Desde 2005, o Programa Jogue Limpo recolheu 350 milhões de embalagens plásticas de lubrificantes. No ano passado, o programa iniciou um novo modelo de gestão independente, sendo constituído o Instituto Jogue Limpo, cuja atribuição é buscar novas parcerias e promover a educação ambiental, entre outras ações previstas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Fique de olho: 3 Mesmo com a redução de consumo de lubrificantes pelo setor industrial, o mercado tende a compensar as perdas pelo crescimento da frota de veículos novos, mesmo que contido, e pelo consumo da frota circulante e de máquinas e equipamentos agrícolas;
3 Acompanhar os avanços das pesquisas e lançamentos de novos produtos do setor, que visam reduzir as emissões poluentes e aumentar a eficiência energética;
3 Setor aguarda discussão sobre o marco regulatório da revenda atacadista de lubrificantes.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 67
meio ambiente
Emissões e impactos climáticos iStock
A despeito de todas as iniciativas do país para
essencial para manter a temperatura do planeta
minimizar as emissões de gases poluentes, os impac-
em condições ideais de sobrevivência – tem sido
tos climáticos são cada vez mais evidentes no Brasil e
potencializado pela concentração de gases isolan-
no mundo. Vários fenômenos já foram identificados
tes pela queima de combustíveis fósseis, ações de
como consequências das mudanças climáticas, como
desmatamento e atividade industrial. Esse excesso
o aumento da temperatura, elevação do nível do mar
de gases faz com que parte dos raios solares não
e o derretimento das geleiras, afetando diretamente
consiga voltar para o espaço, provocando uma ele-
os ecossistemas e a biodiversidade naturais.
vação na temperatura de todo o planeta.
As emissões decorrentes da queima de com-
De acordo com o IPCC, no Sul da América Lati-
bustíveis, juntamente com atividades relacionadas
na, as grandes cidades devem passar a registrar mais
ao uso da terra, como o desmatamento e queima-
de 100 dias por ano temperaturas superiores a 20ºC e
das das florestas, estão entre os principais respon-
as temperaturas brasileiras podem aumentar de 3ºC a
sáveis pelo agravamento do aquecimento global.
5ºC até 2100, acima das médias históricas. Além disso,
O chamado efeito estufa – um fenômeno natural
o índice pluviométrico pode ser reduzido em até 30%.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 69
meio ambiente
Efeitos no Brasil
estados brasileiros. Com menos água para o uso nas hidrelétricas, a crise energética tende a se acentuar e
O Brasil assumiu o compromisso voluntário de re-
os preços para o consumidor estão cada vez mais ele-
duzir entre 36,1% e 38,9% as emissões de carbono até
vados, já que o país tem que recorrer à geração de
2020, por meio do Plano Nacional de Mudanças Climá-
energia das usinas térmicas que usam gás natural.
ticas, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado.
Além disso, com o fim do subsídio financeiro
No país, já são percebidas as mudanças climáti-
ao setor elétrico pelo governo federal, novos rea-
cas, com a elevação de temperaturas bem acima das
justes de preços foram anunciados, ocasionando
médias históricas e alterações nos padrões de chuvas,
mais despesas para o consumidor. Para a revenda, o
causando cheias em algumas regiões e seca em outras.
aumento das tarifas de energia significou um custo
O desmatamento da região amazônica, por exem-
mais alto sobre o negócio, já que sua operação de-
plo, leva à redução de umidade da área. No verão,
pende da energia elétrica.
quando o índice de chuvas na região aumenta, a água
A estiagem, que vem afetando principalmente
escorre diretamente para a calha dos rios, causando en-
os estados da região Sudeste do país, trouxe vários
chentes como as que têm afetado toda a população no
impactos para a revenda. Muitos estabelecimentos
entorno do Rio Madeira, causando inclusive, isolamen-
deixaram de oferecer serviços de lavagem automoti-
to de algumas cidades. Ao mesmo tempo, a baixa umi-
va e tiveram de investir em sistemas de redução do
dade do ar na região impede que a água da Amazônia
consumo, como redutores de pressão nas torneiras e
seja transportada pelo vento para a região Sudeste na
descargas, ou sistemas para captação de água de chu-
época das chuvas – o que explica a estiagem enfrenta-
va e reúso. Na cidade de Franca, no interior do estado
da pela região no ano passado.
de São Paulo, por exemplo, o uso da água de poços
2014 foi marcado pela seca prolongada e trouxe como reflexo as crises hídrica e energética em alguns
artesianos dos postos de combustíveis também serviu para minimizar o desabastecimento da cidade.
Irregularidades no uso de Arla brasileiro tem passado por mudanças. Para cumprir as etapas do programa, em 2012, foi introduzido o diesel de baixo teor de enxofre, com 50 ppm de enxofre, inserido no mercado nacional de forma gradativa. A partir de 2013, o S50 foi substituído pela versão S10 (com 10 ppm de enxofre). O novo diesel deve ser utilizado por todos os novos veículos com motor Euro5, adequados à fase P7 do Proconve. Juntamente com o diesel de baixo teor de enxofre, os veículos desta fase também devem utilizar o Arla 32 (agente redutor líquido automotivo), um produto que age no sistema de SCR para reduzir quimicamente as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) presente nos gases de escape dos veículos a diesel. Sem o Em março de 2015, as vendas estimadas de Arla 32 eram 45% inferiores ao que seria a real demanda do mercado em relação ao consumo de S10
70 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Ives Castro
Desde 2009, quando o Proconve foi criado, o diesel
agente redutor, os veículos podem emitir uma grande
No longo prazo, as fraudes ou o não uso de Arla
quantidade de gases poluentes, comprometendo os
podem comprometer o funcionamento do veículo,
resultados esperados para redução das emissões na
além de levar à perda da garantia por parte da mon-
fase P7 do Proconve.
tadora. E, mais que isso, a atitude é considerada crime
Porém, na tentativa de fazer uma suposta econo-
ambiental pelo Ibama e pode resultar em multas de
mia, muitos motoristas deixam de adicionar o produto,
até R$ 50 milhões. Entretanto, embora o tema tenha
utilizando água em seu lugar, soluções caseiras de água
sido intensamente discutido ao longo de todo o ano
e ureia agrícola ou mesmo fraudando o veículo com a
de 2014, até agora ainda não ficou estabelecido quem
instalação de equipamentos para desabilitar o sistema
fará a fiscalização da irregularidade.
autodiagnóstico (OBD).
Até o momento, a fiscalização é feita pelo Inme-
A fraude ganhou espaço entre os motoristas em
tro nos pontos de venda do produto e também nos
função da diferença de preços entre o Arla 32 (cujo
fabricantes, que devem ser certificados por institutos
custo varia dependendo da forma como é comerciali-
credenciados pelo órgão. Em 2014, o Inmetro passou
zado, a granel ou envasado, e da região) e o diesel.
a detectar uma nova forma de irregularidade no se-
Vale destacar que, até o momento, apenas 30 postos
tor, com a reutilização dos galões de armazenamento.
revendedores, do total aproximado de 5 mil postos de
Como trata-se de um resíduo sólido que fica muitas
estrada, implantaram o sistema para fornecimento do
vezes armazenado no posto, fornecedores irregulares
produto a granel.
oferecem preços mais interessantes para o Arla em
Em março de 2015, o consumo estimado de Arla
troca das embalagens vazias. O que, à primeira vista,
era 45% inferior ao que seria a real demanda do merca-
parece um bom negócio para o posto é, na verdade,
do em relação ao consumo de S10. As vendas do produ-
uma irregularidade, pois os recipientes voltam ao mer-
to no país ficaram em torno de 20 mil metros cúbicos. No
cado, com selo verdadeiro do Inmetro, mas contendo
entanto, considerando que a proporção de Arla deveria
produto não autorizado de outro fornecedor. Por isso,
ser 4% de todo o diesel S10 comercializado pela Petro-
é importante que, antes de comprar o Arla 32 para
bras, o volume deveria atingir 35 mil metros cúbicos.
venda, o fornecedor seja checado no Inmetro.
Menos enxofre a ter 50 ppm de enxofre em substituição a versão anterior, com 800 ppm, conforme a Resolução 40/2013 da ANP. A iniciativa faz parte das etapas do Proconve e o objetivo da substituição é reduzir as emissões poluentes na atmosfera numa proporção estimada de 94%.
Agência Petrobras
O ano de 2014 começou com uma novidade na gasolina, que passou
Os óxidos de enxofre (SOx) podem reagir com outros compostos presentes na atmosfera, formando pequenas partículas que penetram profundamente em partes sensíveis dos pulmões e causar, ou agravar, doenças respiratórias. A Resolução 40/2013 também prevê a aditivação da nova gasolina. Isso é necessário porque o enxofre tem características detergentes e, com sua redução, torna-se necessário aditivar o produto com substâncias detergentes e dispersantes. A aditivação que, em princípio, iria ocorrer em 1º julho de 2015, acabou sendo adiada para 1º de julho de 2017. A prorrogação do prazo deve-se às dificuldades encontradas pela Petrobras sobre a definição da gasolina de A nova gasolina com menor teor de enxofre é menos poluente e ingressou no mercado brasileiro em 1º de janeiro de 2014
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 71
meio ambiente
referência que será utilizada para homologação e regis-
As versões aditivadas, oferecidas pelas distribui-
tro dos aditivos. O Cenpes passou 2014 todo desenvol-
doras de combustíveis, continuam no mercado, com
vendo testes em busca da gasolina de referência, já que
características diferentes da gasolina C.
o prazo para registro dos aditivos seria 31 de dezembro
Desde janeiro de 2014, o óleo diesel S500, com
de 2014, porém, como não houve êxito, foi necessário
500 ppm de enxofre, passou a ser distribuído em todo
adiar o cumprimento da aditivação.
o país, enquanto que o diesel S1800 saiu de circu-
O
novo combustível substituiu integralmente a
lação. A iniciativa visa reduzir as emissões de gases
gasolina C comercializada no Brasil e, mesmo após a
poluentes na atmosfera, permanecendo no mercado
adição de aditivos, o produto vai continuar sendo iden-
somente as versões com menores teores de enxofre:
tificado como “gasolina comum”.
o S10 e o S500.
O papel dos biocombustíveis O uso de biocombustíveis é também uma forma
que constatada sua viabilidade técnica. Até o final
de minimizar as emissões poluentes. Além do eta-
de 2014, a mistura ficou em análise no Cenpes, mas
nol hidratado, tanto o anidro adicionado à gasolina
era vista com reservas pela indústria automotiva,
quanto o biodiesel misturado ao diesel fóssil, contri-
que temia efeitos indesejáveis nos veículos movi-
buem para a redução de emissões. A Lei nº 13.033,
dos, exclusivamente, a gasolina - caso dos veículos
de 24 de setembro de 2014, autorizou a elevação
antigos e frota importada. No entanto, no início
do teor obrigatório de mistura do biodiesel ao óleo
de fevereiro de 2015, a Casa Civil concordou em
diesel para 7% desde 1º de novembro do ano pas-
viabilizar o aumento do percentual de mistura do
sado. O teor já havia sido elevado de 5% para 6%
anidro na gasolina para 27% e não 27,5%, percen-
em 1º de julho de 2014, atendendo à Medida Pro-
tual reivindicado inicialmente pelo setor produtivo,
visória 647/14, apresentada em maio pelo governo.
dada à impossibilidade de identificar, nas provetas
O mesmo documento também determinou que
de ensaio dos postos, percentuais de mistura fracio-
o percentual obrigatório de adição de etanol anidro
nados. A nova mistura passou a vigorar em 16 de
à gasolina poderia atingir o teto de 27,5%, desde
março. (Veja mais em Legislações)
Novos biocombustíveis
Outra nova fonte de energia em teste é o biometano, um gás oriundo de produtos e resíduos
Além do etanol, diesel de cana e etanol de se-
orgânicos, que pode ser destinado ao uso veicular
gunda geração (a Granbio inaugurou em setembro
(GNV) e às instalações residenciais e comerciais. No
de 2014 a primeira usina de etanol de segunda ge-
final de 2014, a Itaipu Binacional divulgou uma par-
ração do país, na cidade de São Miguel dos Campos,
ceria com a montadora Scania para desenvolver o
em Alagoas), várias novas matérias-primas são alvo
uso do biometano como combustível veicular no
de pesquisas e testes para geração de energia.
país. Mas o produto já vinha sendo testado em veícu-
No caso do biodiesel, as pesquisas buscam fontes
los desde 2013, no Rio Grande do Sul, com a marca
alternativas ao óleo de soja para reduzir os custos de pro-
GNVerde e apoio da Sulgás. Em fevereiro de 2015,
dução do combustível. Uma delas, testada pela Embra-
a ANP publicou a Resolução 8, um novo marco para
pa Agroenergia, é o óleo de fritura. Embora a produção
o mercado de gás natural no Brasil, pois estabelece
de biodiesel a partir dessa fonte não seja tão expressiva
a especificação do biometano. Agora, com a nova
(0,83% do total), é importante do ponto de vista econô-
resolução, a Sulgás deve iniciar a comercialização do
mico e ambiental, já que é dada destinação adequada a
GNVerde, que poderá ser misturado ao gás natural
um produto considerado resíduo.
na rede de distribuição.
72 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Elétricos e híbridos Shutterstock
Faltam políticas de estímulo que incentivem as vendas de veículos elétricos no mercado nacional
Sem dúvida, a adoção de tecnologia para veí-
ção sobre as formas para recarga dos veículos, em-
culos elétricos e híbridos seria uma alternativa im-
bora um projeto de lei, aprovado em abril de 2014
portante para o controle da poluição. Porém, este
pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara
segmento ainda caminha timidamente. O setor con-
dos Deputados, estabeleça a obrigatoriedade dos
sidera que faltam políticas públicas que incentivem
postos de recarga em áreas públicas, sendo as con-
a entrada destes veículos no mercado brasileiro.
cessionárias de energia responsáveis pela realização
Embora existam algumas propostas de redução da
do serviço.
carga tributária, o alto peso dos impostos é uma
De acordo com projeções do Plano Nacional de
das maiores barreiras. Como os modelos de veícu-
Energia 2050, divulgado pela EPE em 2014, a previsão
los disponíveis são importados, sofrem a incidência
é que a entrada de veículos elétricos híbridos no mer-
de Imposto de Importação (35%), IPI (25%, alíquo-
cado nacional ocorra em 2025, quando representarão
ta maior do que a aplicada sobre qualquer veículo
0,5% do licenciamento de leves. Em 2050, o docu-
com motor a combustão), ICMS (12%) e PIS/Cofins
mento estima que essa participação alcançará 15% de
(11,6%). Além disso, não existe ainda uma defini-
todos os veículos leves licenciados. Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 73
legislaçÕes
Novas definições Stock
2014 foi um ano atípico no Brasil por conta,
Portanto, o prazo para a revenda providenciar os
principalmente, da Copa do Mundo e do acirrado
documentos vai até 19 de outubro de 2015, quando a
debate político em torno das eleições presiden-
ANP dará início à fiscalização.
ciais, mesmo assim, a ANP deu continuidade ao
Outra importante alteração desta Resolução de-
processo de revisão das regulamentações do setor
terminou que a venda dos combustíveis fora do tanque
de combustíveis líquidos para aprimorar as regras
deve ser realizada em recipientes certificados e reutili-
do segmento, muitas delas, já discutidas e debati-
zados somente após a publicação de regulamentação
das em 2013. Com isso, no ano passado, algumas
específica que trate da padronização dos recipientes
normas muito importantes entraram em vigor,
certificados para armazenamento de combustíveis auto-
sendo a principal delas a publicação da Resolução
motivos e suas reutilizações pelo consumidor final. Como
ANP nº 57/2014, que traz alterações na Resolução
atualmente não existe uma regra no mercado específica
ANP nº 41/2013, que regulamenta a atividade de
para o segmento de combustíveis dentro destes moldes,
revenda varejista de combustíveis. A Resolução foi
a obrigatoriedade de venda de combustíveis fora do tan-
aprimorada devido à necessidade de implementa-
que em recipientes certificados ficou pendente até que
ção de novas adequações e dificuldade de implan-
seja publicada nova regra. Desde o início de 2015, não
tação de algumas regras. Dentre as mudanças, o
havia definição ou previsão de criação desta nova norma.
Artigo 13, Inciso I da Resolução 57/2014, deter-
A Resolução 57/2014 também estabelece a obri-
mina que os postos autorizados a operar na ativi-
gatoriedade de afixar um novo adesivo na área do
dade de revenda nos termos da Portaria 116/2000
posto a partir de 21 de abril de 2015, que deve cons-
têm prazo de um ano para apresentarem a licença
tar CNPJ e endereço completo do posto, bem como
de operação ambiental e o Certificado de Vistoria
determina os locais apropriados em que o adesivo
do Corpo de Bombeiros.
deve ser afixado.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 75
legislação
Em relação aos adesivos afixados nas bombas, houve alteração da identificação visual dos adesivos que devem ser afixados nas bombas de etanol e diesel, instituindo novos modelos e medidas pela Resolução nº 44, de 21/08/14. Veja ao lado os modelos definidos pela ANP para a revenda.
Desconsideração de reincidência Outra importante norma publicada no ano passado foi a Resolução ANP nº 64, de 08/12/14, que alterou os critérios de desconsideração de reincidência, estabelecendo regra e prazo de transitoriedade para os seus efeitos, além de tornar mais clara a regra para a aplicação da penalidade de perdimento por violação às normas de segurança. As mudanças foram debatidas em audiência pública realizada pelo órgão com os principais atores do segmento, que puderam fazer sugestões de alterações. A própria ANP enxergou a necessidade de mudança pelo volume de processos administrativos que se acumula-
de pagamento à vista, sendo mantida a data de 27 de
vam. Em 2010 e 2011, constatou-se passivo de mais de
fevereiro para o parcelamento das multas.
12 mil processos administrativos, conforme a aplicação
Pela regra atual, as penalidades que não forem
da Lei 9.847/99, conhecida como a Lei de Penalidades.
pagas serão sempre consideradas para fins de reinci-
A quantidade das penas de revogação e suspensão
dência, ao contrário da regra anterior que previa que
dos agentes econômicos reincidentes alertou para a possi-
dois anos depois da condenação, as multas deixavam
bilidade de comprometimento pontual do abastecimento
de ser consideradas para caracterização de reincidên-
de combustíveis. Esta situação motivou a ANP a rever a
cia, mesmo quando não quitadas.
Resolução 8/2012, alterando os critérios de desconsidera-
Para as empresas que pagarem as multas dentro
ção da reincidência com a publicação da atual Resolução
do prazo determinado pela Agência, sem recorrerem,
ANP nº 64/2014, a fim de reduzir o número de processos.
a condenação pode ser utilizada para fins de reincidên-
Pela nova regra, as penalidades seriam desconsi-
cia somente por até seis meses. Ao final desse período,
deradas para fins de reincidência se as multas penden-
caso a empresa não tenha cometido nenhuma outra
tes fossem quitadas ou parceladas até 27 de fevereiro
infração, a condenação anterior perderá seu efeito de
de 2015. Porém, a ANP reavaliou a necessidade de ex-
reincidência. Caso recorram ou não paguem dentro do
tensão deste prazo a partir do pedido de alguns agen-
prazo para apresentação de recurso, mas venham a
tes de mercado, dentre eles, a Fecombustíveis. Em 27
quitar o débito posteriormente ou mesmo parcelá-lo, o
de fevereiro de 2015, o Diário Oficial da União publi-
prazo para caracterização de reincidência daquela con-
cou a Resolução 12/2015, concedendo o aumento do
denação será de dois anos a partir da data da quitação
prazo até 13 de abril de 2015 somente para os casos
ou do parcelamento da multa.
76 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Medida Reparadora de Conduta Também teve destaque no ano passado, a publicação da Resolução ANP nº 60, de 29/10/14, sobre a aplicação da Medida Reparadora de Conduta, que atualizou a Resolução ANP nº 32/2012, ampliando as situações contempladas para reparar uma irregularidade de pequena gravidade dentro de prazo preestabelecido de cinco dias, evitando, dessa forma, a aplicação de multas para a revenda. A atualização da Resolução 60/2014 prevê a adaptação de novas aplicações em linha com as regras definidas pela Resolução 41/2013, que substituiu a antiga Portaria 116/2000.
Aumento da mistura Combustíveis & Conveniência
A Lei nº 13.033/2014, originada da conversão da
Após longos meses de espera e a constatação de
Medida Provisória nº 647/2014, determinou a elevação do
que a nova mistura não ofereceria danos aos veículos
percentual de adição obrigatória de biodiesel ao óleo diesel
flex fuel, somente, neste ano, o Ministério da Agri-
para 7% a partir de 1º de novembro. O objetivo do governo
cultura, Pecuária e Abastecimento publicou a Portaria
com o novo percentual, além de atender ao pleito do setor
75/2015, em 5 de março, juntamente com o Conselho
produtivo, seria diminuir o volume de importação de diesel.
Interministerial do Açúcar e do Álcool, pela Resolução
Além da ampliação do percentual do diesel ao
1/2015, determinaram o aumento da mistura do eta-
biodiesel, a mesma legislação permitiu o aumento do
nol anidro à gasolina de 25% para 27% a partir de 16
percentual do etanol anidro à gasolina até o limite de
de março de 2015, mantendo os 25% da mistura so-
27,5%. Esta mudança, no entanto, rendeu muitos de-
mente para a gasolina Premium. Em 22 de abril, a An-
bates entre o setor sucroenergético e o automotivo,
favea entregou um relatório ao governo federal, com
pois havia dúvidas sobre os possíveis efeitos da nova
85% dos testes realizados pelas montadoras, concluin-
mistura ao desempenho de motores de veículos flex
do que a mistura de 27,5% de etanol não apresentava
fuel e os movidos exclusivamente a gasolina.
risco para os veículos movidos a gasolina.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 77
legislação
Diesel e biodiesel Em 23 de dezembro do ano passado, a ANP publicou a Resolução nº 69/2014, que prevê alterar alguns parâmetros das especificações de qualidade do diesel, considerando o aumento da mistura para 7% do biodiesel ao diesel. Dentre as mudanças, para efeito de fiscalização nas autuações por não conformidade no quesito aspecto, deverão ser realizadas as análises de teor de água e sedimentos para o óleo diesel S500 ou teor de água e contaminação total para o óleo diesel S10. O produto só será reprovado se pelo menos um desses dois últimos parâmetros estiver fora da especificação. Outra Resolução publicada pela ANP, a 45/2014, estabelece regras sobre a especificação do biodiesel e as obrigações quanto ao controle de qualidade para os agentes econômicos que comercializam o produto no país.
k
oc
St
NR-20 No âmbito da legislação trabalhista, em 20 de julho do ano passado, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a Portaria nº 1079, prorrogando os prazos para adequação à Norma Regulamentadora nº 20, que estabelece regras de Segurança e Saúde no Trabalho com produtos inflamáveis e combustíveis. Foram prorrogados os prazos para cumprimento dos itens 20.10.3 (até 6 de setembro de 2014), 20.10.4 (até 6 de dezembro de 2014) e 20.11.1 (classes I – até 6 de setembro de 2014; e II e III – até 31 de março de 2015).
Distribuição A atividade de distribuição também foi alvo de normatização pela ANP. O Diário Oficial da União publicou a Resolução nº 58, em 20 de outubro do ano passado, que estabeleceu uma série de regras necessárias à autorização para o exercício da atividade da distribuição, abrangendo também aquisição, armazenamento, mistura, transporte, comercialização e controle de qualidade dos combustíveis. Entre os itens abordados, o inciso VI do Artigo 6º da Resolução estabelece capital social mínimo de R$ 4,5 milhões, a ser comprovado por certidão simplificada atualizada pela Junta Comercial. Anteriormente a esta Resolução, houve uma pequena modificação em relação à Resolução nº 45/2013, que determina a formação de estoques de segurança para óleo diesel e gasolina para distribuidoras e produtores. Em fevereiro do ano passado, a ANP publicou a Resolução 8/2014, uma adaptação à Resolução 45/2013, que alterou os prazos para a formação de estoques mínimos de combustíveis em determinados estados da federação.
78 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Paulo Pereira
GLP Para o setor de GLP, a Resolução nº 40/2014, publicada em 31 de julho e retificada em 15 de setembro, deixou os revendedores bastante descontentes. A medida trata das obrigações de revendedores e distribuidores do produto no que se refere aos botijões requalificados. A Resolução estabelece, entre outros pontos, que os revendedores separem e identifiquem os vasilhames passíveis de requalificação e devolva-os ao distribuidor. No entendimento dos revendedores, essa mudança atribui a eles responsabilidades que seriam dos distribuidores.
Lubrificantes O tema da qualidade dos lubrificantes também passou por avaliação da ANP e resultou na Resolução ANP nº 22/2014, que determina requisitos mínimos de desempenho de lubrificantes para fins de registro, produção, comercialização ou importação de produtos, sendo estabelecidos prazos máximos para distribuição e comercialização de lubrificantes das categorias API SF, API CF, API SJ, API CG4 e ACEA. A ANP determina que os lubrificantes das categorias mencionadas são considerados obsoletos, estabelecendo prazos máximos para serem produzidos, distribuídos e comercializados em território nacional.
Fique de olho: 3 Acompanhar a atuação da ANP em relação ao prazo para apresentação dos licenciamentos obrigatórios pela revenda determinado pela Resolução 57/2014;
3 Monitorar as discussões sobre o novo marco regulatório do setor da revenda e distribuição de GLP pela revisão da Portaria 297/2003 e da Resolução 15/2005;
3 Acompanhar as discussões sobre a regulamentação da nova Lei dos Caminhoneiros, a 13.103, aprovada em março de 2015, no que tange à questão dos pontos de parada;
3 Acompanhar o sistema de protocolo online da Resolução 41/2013 em relação ao processo de autorização de novos postos, sem implementação até o momento (abril de 2015).
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 79
conveniĂŞncia
Padarias e alimentação, o caminho das lojas de conveniência freeimages
freeimages Paulo Pereira
As padarias destacaram-se como áreas de negócios, no ano passado
Apesar dos elevados custos de operação e difi-
conceito store in store ou mesmo com serviços intro-
culdades inerentes do setor - como, por exemplo, o
duzidos pelas próprias bandeiras. Ao longo de 2014,
abastecimento das lojas, que, em geral, têm área de
uma das iniciativas nesta direção que mais cresceram
estoque pequena e necessitam, quase que diariamen-
dentro do segmento foram as padarias. A BR Distri-
te, de reposição de produtos fornecidos por diferentes
buidora, por exemplo, tem, atualmente, 1.100 lojas
empresas -, as lojas de conveniência com melhores re-
de conveniência em todo o Brasil (dados de abril de
sultados vêm demonstrando que a oferta de serviços
2015) e contabilizava, no início do ano, 151 padarias
de alimentação é uma tendência que veio para ficar.
em operação em suas lojas BR Mania. De acordo com
Um estudo da consultoria CVA Solutions, realizado em
a empresa, no ano passado, foram inauguradas 46 no-
janeiro de 2015, demonstrou que lojas de conveniên-
vas unidades, o que representa um aumento de 47%
cia e restaurantes/lanchonetes que reúnam qualidade
em relação a 2013. A Ipiranga, que também investe
de produtos e serviços e bons preços são capazes de
no segmento de padarias há uma década, fechou
fidelizar o cliente e gerar mais negócios para o posto
2014 com 360 padarias, ou seja, um crescimento de
de combustíveis. De acordo com o levantamento,
30% em relação a 2013.
esses estabelecimentos são frequentados por 48,2%
Outra grande rede, a Raízen, não investe especi-
dos usuários dos postos, e isso significa que, além do
ficamente em padarias (ao menos, não trabalhando
negócio em si, lojas e restaurantes funcionam como
com pães assados ou fabricados na própria loja), mas
geradores de oportunidades para outros serviços do
o serviço de lanches é um dos carros-chefe das lojas de
posto. Segundo a pesquisa, os consumidores que fre-
conveniência Select.
quentam a conveniência também utilizam mais servi-
Em geral, as padarias das conveniências traba-
ços, como lubrificação (45% contra 30% dos clientes
lham com pães crus congelados, assados na própria
que não consomem na loja) e lavagem de veículos
loja, em função do espaço reduzido e também pela
(51% dos frequentadores de lojas escolhem o posto
praticidade, pois não requerem mão de obra espe-
para a lavagem de seus veículos).
cializada. Há, porém, exceções, como padarias que
Os serviços de alimentação integrados às lojas
incluem produção, cozinha e manuseio de massas
cresceram nos mais diferentes formatos, seja por meio
no local. No caso da BR Mania, as padarias ofere-
de operações próprias, franquias montadas dentro do
cem variedade de pães especiais assados na hora,
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 81
conveniência
além de lanches preparados com os próprios pães.
las que não possuem, assim como o fluxo de clien-
A maior parte das unidades está concentrada na
tes no posto também tende a ser mais elevado.
região Sudeste, mas existem padarias em todo o
Mesmo as lojas independentes já demonstra-
país. A vantagem de oferecer pão quente entre os
ram bons resultados com este tipo de operação.
produtos vendidos na loja é o aumento do fluxo de
As razões são diversas, mas um dos motivos prin-
consumidores em diversas horas do dia, o que pode
cipais é a falta de tempo do consumidor atual, que
estimular sua fidelização aos postos da bandeira.
aproveita o caminho para casa ou trabalho para fa-
A rede am/pm trabalha apenas com modelo
zer as compras de emergência ou mesmo comprar
de alimentos produzidos de maneira centralizada
o lanche da noite ou café da manhã. Nos dias de
para a finalização na loja. A padaria oferece pães
hoje, o cliente da conveniência precisa otimizar o
e outros produtos do gênero, diversas opções de
tempo e, por isso, costuma buscar alternativas que
lanches e uma cafeteria. Os produtos da am/pm,
ofereçam comodidade de acesso e disponibilidade
assim como os pães, têm fabricação própria e cen-
imediata de produtos. Para este perfil de cliente, a
tralizada, com mesmo padrão de qualidade e for-
praticidade é um dos quesitos fundamentais na hora
mato para todas as franquias. Os pães são congela-
de escolher o local para suprir suas necessidades,
dos e assados na hora por funcionários da padaria.
sendo receptivo a outras soluções que podem ser
Para a Ipiranga, este modelo é considerado mais
localizadas nos postos de serviços. Assim, além de
interessante por garantir o padrão, a qualidade dos
abastecer e fazer um lanche rápido ou compras de
produtos e todos os aspectos ligados à segurança
emergência, o consumidor pode utilizar uma diver-
alimentar, além de simplificar a operação e reduzir
sidade de serviços, como lavanderia, livraria e banca
os custos operacionais, proporcionando maior ren-
de jornais e revistas, recarga de cartões e celulares,
tabilidade. Segundo a empresa, lojas com padaria
farmácia, lotéricas, outros serviços automotivos ou
costumam ter um crescimento maior do que aque-
até mesmo academias, que já começam a surgir em
Combustíveis & Conveniência
vários locais. Embora não existam estatísticas oficiais a respeito destas iniciativas, é fato que o número de postos com vários serviços vem aumentando no país, especialmente nas grandes cidades. A razão, além do novo perfil de consumidor, é também imobiliária: poucos locais nos centros urbanos contam com área suficiente para instalação de serviços com vários empreendimentos distintos. A ABF considera, inclusive, que postos de combustíveis são áreas interessantes para a instalação de unidades de redes de franquia, visto que costumam ter aluguel mais barato do que os shoppings e maior segurança para os consumidores do que lojas de rua. A entidade não dispõe de dados específicos sobre redes instaladas em postos, mas informa que serviços de alimentação, lavanderias e franquias de serviços automotivos são os principais parceiros dos postos.
Com a falta de tempo, o consumidor atual aproveita o caminho para casa ou trabalho para fazer as compras de emergência nas lojas de conveniência
82 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Stock
Centros de serviços A ideia de instalar centros de serviços não é nova e nem exclusiva dos postos. Os supermercados, por exemplo, investem cada vez mais no formato de conveniência, incluindo, além dos seus tradicionais serviços, outros negócios como praça de alimentação, padarias, vendas de eletrônicos e revistaria, entre outros. As próprias padarias investiram em modelos mais diversificados, que unem a oferta de
Stock
pães e doces e lanchonetes por meio da instalação de novas gôndolas para vender snacks e itens de minimercado, além de modernizarem suas instalações. Aliás, as padarias são consideradas, atualmente, concorrentes do canal de conveniência. As farmácias também investiram no formato de conveniência e ampliaram a oferta de perfumaria, além de alguns snacks e bomboniere. Muitas, inclusive, já dispõem de geladeiras para venda de bebidas. Porém, no caso das farmácias, existem discussões legais a respeito da permissão (ou não) de venda de itens alimentícios, já que a Resolução 328/1999 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a venda
Divulgação/Buccioli
desses artigos em drogarias e farmácias. De qualquer maneira, enquanto outros canais de varejo buscam atender ao cliente que quer praticidade, as conveniências tradicionais também já vislumbram outros serviços que podem conquistar estes consumidores. E, neste caso, com a vantagem de estarem localizadas nos postos, com área para estacionamento, iluminação, no caminho de casa ou do trabalho, muitas vezes, funcionando 24 horas ou em horário estendido e com a possibilidade de permitir que o consumidor resolva suas necessidades de compra enquanto o veículo está sendo abastecido.
Lojas de conveniência ganham vantagem com o cliente que busca praticidade na hora de comprar
Perspectivas O setor de varejo como um todo tende a ser mais contido em 2015 em decorrência da atual situação econômica do país que congrega inflação alta, taxa de juros elevada, câmbio alto e perspectiva de desemprego. Para o mercado de lojas de conveniência, a saída para reduzir o impacto da desaceleração da economia é focar, cada vez mais, no atendimento de qualidade e no cliente. É importante ajustar o mix de produtos de acordo com a preferência do consumidor, fazer um acompanhamento constante dos produtos e marcas com mais saída na loja e adotar também iniciativas para redução de custos, como, por exemplo, medidas de economia de energia e água, melhor aproveitamento da luz natural, sistemas de ventilação inteligentes e até melhor organização da equipe, de modo a evitar a necessidade de pagamento de horas extras e despesas relacionadas ao desligamento e recolocação de profissionais. Um dos fatores preponderantes em períodos de contenção de despesas é preço. Portanto, manter no mix produtos de qualidade e custos mais competitivos também faz a diferença para o negócio. O food service permanece como uma das áreas da loja de maior crescimento dentre as tendências de mercado e, nesse aspecto, oferecer produtos diversificados e alimentos prontos conforme a preferência do consumidor também pode ajudar o revendedor a passar pela atual fragilidade da economia com mais tranquilidade.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 83
fecombustĂveis
Na luta por um mercado mais justo O mercado dinâmico da revenda exigiu um inten-
do e pode ficar cinco anos sem exercer a atividade. A
so envolvimento da Fecombustíveis em várias frentes
Fecombustíveis também defendeu a diferenciação de
junto aos órgãos reguladores e Congresso Nacional no
tratamentos para combustíveis não conformes e frau-
intuito de defender os legítimos interesses do setor.
des. Em relação aos vícios de qualidade, dificilmente,
O processo de revisão de alguns artigos da Re-
os postos conseguem detectar eventuais impurezas
solução nº 41, publicada pela ANP no fim de 2013 e
que, ocasionalmente, possam ocorrer ao longo da ca-
que altera critérios que regulam a atividade de reven-
deia, principalmente durante o processo de transpor-
da varejista, foi um dos destaques do ano passado.
te, o que acaba penalizando a ponta final da cadeia.
Dois assuntos mereceram atenção, o primeiro sobre
Destaca-se que algumas divergências nas especifica-
a exigência de comercialização de combustível fora
ções de qualidade só podem ser detectadas mediante
do tanque em recipientes certificados pelo Inmetro,
análise em laboratórios.
medida difícil de ser cumprida devido à dificuldade
A subjetividade de avaliação do critério aspecto
da revenda em encontrar fornecedores de embala-
também leva a divergências de julgamento entre fis-
gens que atendessem aos pedidos de compra em todo
calização da ANP, revenda e laboratório. Este tema
território nacional conforme os critérios exigidos pela
avançou no final do ano passado, quando o órgão
Resolução. O segundo assunto da Resolução 41/2013
regulador iniciou o processo de revisão dos critérios
foi a exigência de apresentação da Licença de Opera-
de qualidade do diesel e propôs nova interpretação
ção (LO) ambiental e do Atestado de Vistoria do Corpo
para os casos de não conformidade em relação ao
de Bombeiros, tanto para os novos estabelecimentos
parâmetro aspecto. Da mesma forma, em fevereiro
quanto para postos já em operação no prazo de um
de 2015, a ANP apresentou nova minuta em que
ano (confira em Legislações). A Fecombustíveis sugeriu
altera as especificações de qualidade do etanol.
a ANP que concedesse prazo de dois anos aos reven-
Cerca de dois meses após a audiência pública,
dedores, em função da morosidade e burocracia para
em 16 de abril, a ANP publicou a nova Resolução
obter tais documentos junto aos órgãos responsáveis.
19/2015 estabelecendo que o etanol será reprovado
Porém, a Agência manteve o prazo de um ano. A Fe-
no quesito aspecto, caso o resíduo por evaporação
combustíveis também solicitou que a Agência con-
estiver não conforme. Alternativamente, o parâme-
cedesse um prazo maior para os postos ganharem
tro resíduo por evaporação pode ser substituído pelo
tempo para apresentar os documentos. Sendo assim,
teor de material não volátil, segundo a norma ABNT
a ANP concedeu um ano para a revenda, contado a
NBR 15559, sendo aceito o limite de 5 mg/100mL.
partir da data da publicação da Resolução 57/2014, prazo este que vence em 19 de outubro de 2015. Também em 2014, a Fecombustíveis trouxe à tona o debate sobre a possibilidade de estabelecer limite de tolerância para determinadas especificações de qualidade dos combustíveis a fim de evitar pesadas penalidades, como a revogação do estabelecimento, ao revendedor que apresentar produto não conforme. Atualmente, não há diferenciação entre os casos de não conformidade e de adulteração, de acordo com a Lei 9.847/99 que trata ambas as situações de maneira uniforme. As penalidades abarcam multas de R$ 20 mil a R$ 5 milhões e, em caso de segunda reincidência do mesmo tipo, o posto tem seu registro revoga-
Prevenção em pauta Em 2014, a Fecombustíveis assinou um acordo de cooperação técnica com o IBGPAT, com o objetivo de oferecer aos Sindicatos Filiados mais uma fonte de informações e orientações para a prevenção de acidentes de trabalho. Entre os serviços disponíveis aos associados, estão normas jurídicas, decisões judiciais, diretrizes e políticas públicas de segurança e saúde no trabalho, além de orientações e diretrizes de gestão empresarial e tecnologias voltadas à prevenção de acidentes.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 85
Claudio Ferreira/Somafoto
fecombustíveis
Gestão mantida O ano de 2014 foi marcado pelas eleições da Fecombustíveis. Paulo Miranda Soares foi reeleito, por unanimidade, presidente para a gestão 2014-2018, em 9 de maio. À frente da Federação desde 2007, Paulo Miranda completa em 2015 oito de gestão. No conselho da diretoria, foram anunciados dez novos membros. A maioria, no entanto, foi mantida nas funções anteriores à gestão.“Esperamos que a nova diretoria continue defendendo os legítimos interesses do revendedor, mantendo contato com os parceiros tradicionais, como as companhias de petróleo, o órgão regulador e as demais autoridades que nos fiscalizam”, disse Paulo Miranda durante a cerimônia de posse. Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, teve um ano intenso em defesa da revenda nacional e foi reeleito por mais quatro anos
NR-20: continuidade
CARTILHA NR20 – RISCOS EM POSTOS DE SERVIÇO
No esforço de auxiliar e esclarecer a revenda sobre a implantação da NR-20, a Fecombustíveis lançou a “Cartilha NR-20 Riscos em Postos de Serviço” em 2014. O material foi distribuído em todo o Brasil, para atender ao cumprimento do item 20.11.2 da NR-20, que estabelece disponibilizar informações sobre os perigos, riscos e procedimentos para situações de emergência para determinadas classes de trabalhadores que não entram na área da extração, produção, armazenamento e transferência. Esta cartilha complementou as iniciativas da Fecombustíveis, iniciadas em 2013 com a divulgação de materiais informativos, para dar respaldo à revenda tendo em vista o processo de complexidade da Norma. Na época, foram elaborados um guia e um vídeo e a Federação promoveu treinamento técnico para capacitação de instrutores e preparou um
CARTILHA NR20 RISCOS EM POSTOS DE SERVIÇO
kit de treinamento aos Sindicatos Filiados, que foi distribuído nas cinco regiões do país.
Novo site
Ganhando espaço O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda
Em novembro, a Fecombustíveis apresen-
Soares, participou da 29ª Convenção Nacional TRR,
tou novidades aos seus associados com o lan-
promovida pelo SindTRR, nos dias 19 a 23 de mar-
çamento do novo site juntamente com a nova
ço, na Bahia. Com extensa programação, o evento
identidade visual da entidade. O novo logotipo
reuniu 450 participantes vindos de todo o país, au-
fez parte do processo de mudança do setor de
toridades governamentais e executivos do setor, sen-
comércio, liderado pela Confederação Nacional
do considerado o maior já realizado pelo sindicato.
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Durante a convenção, tomou posse a nova diretoria
A nova página na internet foi elaborada para
do SindTRR para o mandato de mais quatro anos.
facilitar a navegação, melhorar o acesso às informações e oferecer um design moderno e
Mesa de abertura da 29ª Convenção Nacional TRR
agradável. No novo modelo de site foi criada uma área exclusiva para o revendedor, que traz informações sobre tributação, NR-20, obrigações sobre placas e adesivos e um espaço de SindTRR
86 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
informações, o Canal da Revenda.
Wallace Araújo
Revenda vai ao Nordeste O Rio Grande do Norte sediou o 9º Encontro de Revendedores de Combustíveis Nordeste-Brasil, realizado nos dias 29 e 30 de maio, em Natal-RN. O encontro recebeu autoridades do setor e da região, lideranças sindicais e entidades representativas do segmento. “Este evento é de integração entre a revenda e estimulamos palestras e debates para aperfeiçoarmos o nosso negócio”, disse o anfitrião do evento, Antonio Cardoso Sales, presidente do Sindipostos-RN. O lançamento do Relatório Anual da Re-
9º Encontro de Revendedores de Combustíveis Nordeste-Brasil teve entre os destaques o lançamento do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis
venda de Combustíveis 2014 foi um dos destaques do 9º Encontro de Revendedores de Combustíveis do Nordeste. Em sua sexta edição, o Relatório Anual trouxe um panorama completo do mercado de combustíveis com a divulgação dos dados de desempenho de cada segmento: gasolina, óleo diesel, biodiesel, etanol, lubrificantes, GNV e GLP. A publicação também abrangeu a evolução do mercado norte-americano e mostrou os fatos mais relevantes nas áreas de Meio Ambiente, Legislações e Conveniência.
Conveniência em destaque No dia 7 de agosto, o Sindipetro Serra Gaúcha promoveu a 4ª Expo Conveniências, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. O evento destacou a importância de investir em treinamento de funcionários para atrair clientes e a expansão do mercado de conveniência no Brasil. Luiz Henrique Martiningui, atual presidente do Sindipetro Serra Gaúcha, ressaltou que o mercado de conveniência, seja ele franqueado ou próprio, quando bem explorado agrega fluxo e, consequentemente, gera maior rentabilidade ao empreendimento. A Expo Conveniências tornou-se mais um evento de tradição no calendário dos revendedores do Brasil, direcionado aos que visam aprimorar o negócio e conhecer as últimas tendências do setor. Ismael Viezzer
Expo Conveniências atraiu público em busca de novidades e tendências de mercado
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 87
fecombustíveis
Julio Malta
De novo em Rondônia Pela terceira vez consecutiva, o 11º Encontro da Revenda de Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Norte do Brasil foi sediado em Porto Velho-RO e ocorreu nos dias 4 e 5 de setembro. O encontro também destacou o primeiro ano de gestão de Rafael Figueiredo Gomes, como presidente do Sindipetro-RO. ”Neste momento, quando conseguimos reunir toda a categoria, queremos demonstrar todo empenho e dedicação do nosso sindicato, que tem como principal bandeira a defesa de nossos legítimos interesses”, disse.
O 11º Encontro da Revenda de Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Norte do Brasil foi realizado em Porto Velho
Marcelo Amaral/Portphoto
Tradição na Serra Revendedores de todo o país, autoridades e líderes sindicais estiveram presentes no 17º Congresso Nacional e Latino-Americano de Revendedores de Combustíveis, de 25 a 28 de setembro, em Gramado-RS. O evento abordou os avanços e a importância do setor para o desenvolvimento da economia brasileira. “Nosso segmento nunca esteve tão unido. Hoje, somos reconhecidos no mercado não só como comerciantes, mas 17º Congresso Nacional e Latino-Americano de Revendedores de Combustíveis contou com a participação de autoridades e de líderes sindicais
como agentes e polos de desenvolvimento das comunidades”, disse Adão Oliveira, presidente do Sulpetro.
Paulo Cardoso
Revenda em Mato Grosso O 3º Encontro de Revendedores Combustíveis Centro-Oeste/Brasil foi realizado nos dias 16 e 17 de outubro, pela segunda vez consecutiva na capital Cuiabá-MT. Aproveitando o cenário eleitoreiro do período, o evento destacou o peso da carga tributária e a burocracia no país e seus impactos para o setor produtivo e para a economia brasileira. O presidente Sindipetróleo-MT, Aldo Locatelli, enfatizou, em seu discurso, que o estado mato-grossense tem, hoje, a maior alíquota de ICMS do país para o óleo diesel, que é de 17%. Na ponta oposta, no Paraná, por exemplo, a alíquota é de 12%. 88 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
Realizado antes do 2º turno das eleições para presidente da República, o evento em Cuiabá foi pautado pelos impactos da carga tributária e burocracia ao setor da revenda
Fabrício Santos
Espírito Santo recebe a revenda O ciclo de encontros regionais da revenda terminou com o 3º Encontro de Revendedores de Combustíveis da Região Sudeste e 16º Simpósio Estadual de Postos de Combustíveis, Serviços e Conveniência, realizado nos dias 13 e 14 de novembro, em Vitória-ES. No encontro, foram abordados os temas tributação, fortalecimento da categoria e sucessão familiar. Nebelto Garcia, presidente do Sindipostos-ES reforçou a importância de estabelecer um diálogo franco e
A capital capixaba Vitória recebeu o 3º Encontro de Revendedores de Combustíveis da Região Sudeste
permanente com os parlamentares recém-eleitos da região para equiparação da cobrança do ICMS entre estados vizinhos e estimular o maior controle fiscal, como forma de impedir a sonegação e melhorar a arrecadação estadual. “Dessa forma, diuturnamente, estaremos em defesa do segmento, responsável pela geração de milhares de empregos, para melhoria da elevação da arrecadação de tributos”, disse.
Mônica Serrano
NACS em foco A Fecombustíveis, mais uma vez, esteve presente na NACS Show, a maior feira mundial de lojas de conveniência e de revenda de combustíveis, realizada entre os dias 7 e 10 de outubro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O evento atraiu 23.624 participantes de, aproximadamente, 60 países e abordou as principais tendências do mercado de conveniência no mundo em dois pavilhões com 403 mil metros quadrados. Cerca de 70% do espaço físico foram ocupados por produtos e serviços do segmento de conveniência, grande foco de negócio da revenda norte-americana, e os demais 30% foram dedicados a equipamentos e produtos da revenda, como bombas, calibradores de ar, novos sistemas para lavagem de carro, sistemas de iluminação LED, entre outros. As três grandes distribuidoras (Ipiranga, BR e Ale) levaram 1.340 revendedores brasileiros.
O jantar de confraternização da Fecombustíveis transcorreu em noite festiva no Iate Clube do Rio de Janeiro, em 10 de dezembro. O clima de união prevaleceu entre autoridades do setor, parlamentares, parceiros, funcionários e amigos.
Claudio Ferreira/Somafoto
Momento de celebração
Cada vez mais brasileiros participam da NACS, a maior feira mundial de lojas de conveniência e postos
O evento foi prestigiado por convidados que vieram de Norte a Sul do país. Deputado Simão Sessim, o casal Cassia Funghi e Paulo Miranda Soares, da Fecombustíveis; Gil Siuffo, presidente de honra da Fecombustíveis; Cida Siuffo, do Sindicomb; e Sérgio Cavalieri, da Ale
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 89
cadeia de abastecimento
90 Relat贸rio Anual da Revenda de Combust铆veis 2015
Siglas
ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRAGÁS - Associação Brasileira das Revendedoras de Gás LP ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANTP- Associação Nacional dos Transportes Públicos ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres APROBIO - Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CEPEA/ESALQ - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz CENPES - Centro de Pesquisas da Petrobras CEPAL - Comissão Econômica para América Latina e Caribe CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo CNP - Conselho Nacional do Petróleo COMGÁS - Companhia de Gás de São Paulo CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária EIA - Energy Information Administration EPE - Empresa de Pesquisa Energética FED - Federal Reserve FGV - Fundação Getulio Vargas FMI - Fundo Monetário Internacional GLP - Gás Liquefeito de Petróleo GNV - Gás Natural Veicular IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGPAT - Instituto Brasileiro de Gestão em Prevenção de Acidentes de Trabalho IBP - Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo IPCC - Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores IR - Imposto de Renda MME - Ministério de Minas e Energia NACS - National Association of Convenience Stores NOx - Óxidos de Nitrogênio NR-20 - Norma Regulamentadora nº 20 PAs - Pontos de Abastecimento PIB - Produto Interno Bruto PIS/COFINS - Programa de Integração Social / Contribuição para Financiamento da Seguridade Social PMQC - Programa de Monitoramento de Qualidade dos Combustíveis PNPB - Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel PPM - Partes por milhão PROCONVE - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores PROMOT - Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos similares Recap - Refinaria Capuava Refap - Refinaria Alberto Pasqualini Regap - Refinaria Gabriel Passos Reintegra - Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras SCR - Selective Catalytic Reduction SINDICOM - Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes SOx - Óxidos de enxofre Sulgás - Companhia de Gás do estado do Rio Grande do Sul TRR - Transportador-Revendedor-Retalhista UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 91
Lista de tabelas
CAPÍTULO 1 • ESTADOS UNIDOS
2.19 Infrações nos TRRs em 2014
1.1 Vendas de gasolina e diesel
2.20 Infrações na distribuição de combustíveis
1.2 Etanol
1.3 Biodiesel
2.21 Principais interdições em 2014
1.4 Composição do preço da gasolina no varejo
2.22 Infrações na revenda de combustíveis em 2014
líquidos em 2014
1.5 Composição do preço do diesel no varejo 1.6 Proprietários de postos por número
de estabelecimentos
CAPÍTULO 3 • GASOLINA
1.7 Postos de propriedade das companhias
3.1 Faturamento
3.2 Volume comercializado pela revenda
de petróleo
1.8 Hipermercados que atuam no varejo
3.3 Vendas por segmento da revenda
3.4 Arrecadação tributária
de combustíveis
3.5 Alíquotas de ICMS
3.6 Composição do preço em 2014
CAPÍTULO 2 • CENÁRIOS
3.7 Preços médios no upstream e downstream
2.1 Faturamento
3.8 Margem média da revenda
2.2 Arrecadação tributária
3.9 Índice de não conformidade
2.3 Composição das vendas nos postos
3.10 Especificação da não conformidade
2.4 Participação dos combustíveis líquidos no PIB
3.11 Não conformidade por bandeira
2.5 Projeções de crescimento do PIB para 2015
3.12 Paridade de preços entre gasolina e etanol
2.6 Agentes do mercado
3.13 Market share das distribuidoras
2.7 Licenciamento de autoveículos
3.14 Market share do refino
2.8 Licenciamento de autoveículos leves por
3.15 Importação de gasolina A
tipo de combustível
2.9 Balanço do petróleo 2.10 Variação do preço da gasolina brasileira
versus o da norte-americana
2.11 Variação do preço do diesel brasileiro
versus o do norte-americano
CAPÍTULO 4 • ETANOL 4.1 Volume comercializado pela revenda 4.2 Faturamento 4.3 Produção de etanol carburante
2.12 Preço do petróleo tipo brent no mercado spot
4.4 Vendas por segmento da revenda
2.13 Preço do gás natural
4.5 Mercado externo
2.14 Consumo de gás natural
4.6 Arrecadação tributária
2.15 Matriz de consumo veicular
4.7 Alíquotas de ICMS
2.16 Números gerais da fiscalização em 2014
4.8 Composição do preço em 2014
2.17 Produtos apreendidos em 2014
4.9 Preço médio do etanol anidro na usina
2.18 Infrações e ações de fiscalização em 2014
4.10 Preço médio do etanol hidratado na usina
92 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
4.11 Preços médios no downstream
CAPÍTULO 7 • GNV
4.12 Margem média da revenda
7.1 Comercialização de gás natural pelas
4.13 Relações de preços entre os produtos
7.2 Conversões
do setor sucroalcooleiro
concessionárias estaduais
4.14 Índice de não conformidade
7.3 Postos GNV por Estado
4.15 Especificação da não conformidade
7.4 Preços médios no downstream
4.16 Não conformidade por bandeira
7.5 Margem média da revenda
4.17 Market share das distribuidoras
7.6 Alíquotas de ICMS
CAPÍTULO 5 • DIESEL
CAPÍTULO 8 • GLP
5.1 Faturamento
8.1 Consumo
5.2 Arrecadação tributária
8.2 Faturamento
5.3 Composição das vendas por segmento
8.3 Arrecadação tributária
5.4 Alíquotas de ICMS
8.4 Alíquotas de ICMS
5.5 Comercialização de S10 pela revenda
8.5 Composição do preço em 2014
5.6 Composição das vendas por tipo de diesel
8.6 Preços médios no upstream e downstream
5.7 Importações
8.7 Margem média do downstream
5.8 Composição do preço em 2014
8.8 Variação dos itens que impactam o preço
5.9 Preços médios no upstream
8.9 Produto apreendido
e downstream (S500)
8.10 Infrações na revenda em 2014
5.10 Margem média da revenda (S500)
8.11 Infrações na distribuição em 2014
5.11 Índice de não conformidade
8.12 Market Share das distribuidoras
5.12 Não conformidade por bandeira
5.13 Especificação da não conformidade 5.14 Market share das distribuidoras
CAPÍTULO 9 • LUBRIFICANTES
9.1 Comercialização de óleo lubrificante acabado
9.2 Agentes do setor
CAPÍTULO 6 • BIODIESEL
9.3 Market share das distribuidoras
6.1 Resultados dos leilões de B100
9.4 Market share do rerrefino
6.2 Produção x capacidade instalada
9.5 Não conformidades
6.3 Matérias-primas utilizadas na
9.6 Especificação da não conformidade
produção de B100
quanto à qualidade
6.4 Informações regionais do B100
9.7 Especificação da não conformidade
6.5 Infrações na produção de biodiesel em 2014
6.6 Market share dos produtores
9.8 Coleta em 2014
quanto ao rótulo (2014)
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 93
Glossário
AMOSTRA-TESTEMUNHA: Amostra representativa de um produto que traz as mesmas características do produto de onde foi coletada. Normalmente coletada com o objetivo de servir como prova material em processos administrativos ou judiciais, podendo ser submetida à análise, para dirimir dúvidas quanto a sua natureza e origem. A amostra-testemunha deve ser coletada na presença de prepostos das partes interessadas, identificada e acondicionada de acordo com a legislação ou regulamento que propõe sua coleta. ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Criada pela Lei no 9.478/1997, a autarquia especial é responsável pela regulação, contratação e fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis. ARLA-32: Agente redutor líquido automotivo. Também conhecido como AdBlue ou AUS 32, trata-se de um fluido, não tóxico, não explosivo, nem nocivo ao meio ambiente, produzido a partir de uma solução aquosa de ureia técnica (a de uso agrícola não serve). Nos veículos pesados fabricados a partir de 2012, que utilizam S10, há um tanque adicional para o produto, indispensável para reduzir as emissões de NOx. BARRIL TIPO BRENT: Refere-se ao óleo produzido no mar do Norte (Europa) e negociado na Intercontinental Exchange Futures de Londres. BIODIESEL: Biocombustível produzido a partir de derivados de óleos vegetais ou de resíduos, conforme especificação da ANP. Costuma ser denominado pela letra B, seguida de número que indica o percentual utilizado. Ex.: B2, adição de 2% de biodiesel; B100 (biodiesel puro). CIDE: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Tributo federal previsto constitucionalmente, instituído pela Lei no 10.336, de 19 de dezembro de 2001. Incide sobre importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados. COMMODITY: Do inglês, mercadoria. Termo utilizado para designar produtos que são comercializados em bolsas internacionais, normalmente matérias-primas, como minérios e produtos agrícolas. Apesar de terem origem em diversos produtores, suas características são uniformes. DISTRIBUIDORA: Agente da cadeia de abastecimento que faz a intermediação entre o produtor e o varejo. Único autorizado a comprar diretamente de refinarias e usinas. É responsável pela mistura do etanol anidro à gasolina A e do biodiesel ao diesel. É vedada a operação direta de postos pelas distribuidoras, com exceção do posto-escola. Pode fornecer combustível diretamente para grandes consumidores. 94 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015
DOWNSTREAM: Cadeia de distribuição e revenda. ETANOL ANIDRO: Álcool carburante (etanol) misturado à gasolina A nas distribuidoras para produção de gasolina C, que é comercializada nos postos de combustíveis. ETANOL HIDRATADO: Álcool carburante (etanol) vendido ao consumidor nos postos de combustíveis. FLEX FUEL: Veículos que utilizam etanol ou gasolina. GASOLINA A: Gasolina sem adição de etanol, a que sai da refinaria. GASOLINA C: Gasolina após a adição de etanol na distribuidora. LICENCIAMENTO AMBIENTAL: Todo empreendimento e atividade que utiliza recursos ambientais, considerada efetiva ou potencialmente poluidora e que possa, sob qualquer forma, causar degradação ambiental devem obter licença para instalação, ampliação e operação junto aos órgãos competentes. LOGÍSTICA REVERSA: Conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (Lei 12.305/2010). MARGEM BRUTA: Valor que sobra, após subtraído o preço de aquisição do preço de venda. MARKET SHARE: Participação de mercado. MEDIDA REPARADORA DE CONDUTA: Ação em que o agente econômico repara o não atendimento a dispositivo da legislação aplicável, em prazo preestabelecido, e passa a cumpri-lo em sua integralidade, evitando a aplicação de penalidades. MOTOR EURO 5: Desde janeiro de 2012, todos os veículos fabricados no Brasil movidos a diesel contam com os chamados motor Euro 5. Os veículos leves (pick-ups, vans e alguns tipos de caminhões e ônibus) passam a ter motores com sistema EGR. Já a maioria dos veículos pesados, como caminhões e ônibus, irão utilizar o SCR, que exige abastecimento em tanque próprio com Arla-32.
NOx: Óxidos de hidrogênio é um tipo de gás emitido pelos veículos, que provoca irritação nos olhos, afeta o sistema respiratório e contribui para a formação da névoa da poluição nas grandes metrópoles. NR-20: Norma do Ministério do Trabalho e Emprego que determina regras para manutenção da segurança e saúde do trabalhador que atua com inflamáveis e combustíveis. P-13: GLP com 13 quilos, o mais utilizado nas residências brasileiras. PPM: Partes por milhão. Sigla normalmente utilizada para indicar a quantidade de enxofre presente no diesel. PONTO DE ABASTECIMENTO: Instalação dotada de equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento de combustíveis, com registrador de volume apropriado para o abastecimento de equipamentos móveis, veículos automotores terrestres, aeronaves, embarcações ou locomotivas. Destinado ao abastecimento de grandes consumidores pelas distribuidoras. Não pode revender o combustível excedente para terceiros. POSTO BANDEIRA BRANCA: Também chamado de posto independente, porque não está filiado a qualquer distribuidora. Não pode exibir a marca comercial das companhias, mas tem liberdade para comprar de qualquer uma delas. Deve informar na bomba a origem do produto. POSTO EMBANDEIRADO: Aquele que está vinculado a alguma distribuidora e assim declarado no cadastro da ANP. Só pode adquirir combustíveis da distribuidora da qual ostenta a marca. PROCONVE: O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores foi criado em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Seu objetivo é reduzir as emissões de poluentes de veículos novos, graças à implementação de combustíveis e motores mais modernos. REQUALIFICAÇÃO: Processo periódico de avaliação do estado dos recipientes de GLP, determinando sua continuidade, se podem retornar ao mercado ou devem ser sucateados, de acordo com norma da ABNT. RERREFINO: Processo industrial a que são submetidos os óleos lubrificantes usados ou contaminados, permitindo que apresentem as mesmas características do óleo lubrificante básico e, portanto, possam ser comercializados.
REVENDEDOR VAREJISTA: Pessoa jurídica autorizada para o exercício da atividade de revenda varejista de combustível automotivo. Só pode adquirir produtos de distribuidora, sendo vedada a compra direta da usina ou refinaria. Único agente a comercializar combustíveis no varejo para o consumidor. SCR: Selective Catalytic Reduction ou Redução Catalítica Seletiva é um sistema tecnológico de pós-tratamento dos gases emitidos pelos veículos movidos a diesel, que, em conjunto com o Arla 32, reduz a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) e demais gases poluentes da atmosfera. SOx: Óxidos de enxofre é um gás que resulta da queima do enxofre presente nos combustíveis. Reduz a visibilidade e causa a chuva ácida, que provoca a corrosão de construções e a destruição da vegetação. STORE IN STORE: Designa a abertura de uma franquia dentro de lojas de conveniência. S10: Diesel com baixíssimo teor de enxofre (10 partes por milhão), comercializado no Brasil desde 1º de janeiro de 2013. S50: Diesel com 50 partes por milhão de enxofre, que foi vendido no país até dezembro de 2012. Não é mais comercializado no Brasil. TRR: Transportador-Revendedor-Retalhista. Pessoa jurídica autorizada para o exercício da atividade de transporte e revenda retalhista de combustíveis, exceto gasolinas automotivas, gás liquefeito de petróleo, combustíveis de aviação e álcool combustível. Só pode adquirir de distribuidora, sendo vedada a compra direta da refinaria. VEÍCULO HÍBRIDO: Veículo que possui duas ou mais fontes de energia para movimentá-lo, como, por exemplo, um motor de combustão interna e um motor elétrico. Esse último contribui para a redução no consumo de combustível e na emissão de poluentes. VERTICALIZAÇÃO: No setor de downstream, a verticalização caracteriza-se pela atuação das companhias distribuidoras (que vendem combustíveis no atacado) na operação comercial do varejo. A legislação atual brasileira determina que as atividades do varejo e atacado de combustíveis sejam separadas, sendo proibido às distribuidoras atuarem na operação de postos de serviços. Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015 95
fontes de pesquisa e agradecimentos
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Antonio de Pádua Rodrigues (Unica) Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado Associação Brasileira de Franchising Associação Brasileira do Veículo Elétrico Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores Bernardo Souto (Fecombustíveis) Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Deborah Amaral dos Anjos (Fecombustíveis) Edmilson Moutinho (Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo) Francisco Pessoa (LCA Consultores) Frank Chen (ABGNV) Felipe Goidanich (Fecombustíveis) Fundo Monetário Internacional Gustavo Sobral (Fecombustíveis) Giancarlo Passalacqua (Sindicom) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/ Centro de Ciência do Sistema Terrestre Ipiranga Itania Pinheiro Soares (Embrapa Agroenergia) José Luiz Rocha (Abragas) Leonardo Zilio (Abiove) Maurício Séllos (Programa Jogue Limpo) Marcelo Pereira Bales (Cetesb) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação National Association of Convenience Stores Paulo Renato Ventura (BR Distribuidora) Paulo Tonolli (Expo Conveniências) Plínio Nastari (Datagro) Pricila de Sá Cantú (Conveniência Postos) Programa Jogue Limpo Raízen Revista Combustíveis & Conveniência Rui Ricci (Sindilub) Sandro Cimatti (CVA Solutions) Sérgio Bandeira de Mello (Sindigás) Sindicom 96 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015