Gtu relatório de atividade 2016 compressed

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Presentemente valorizamos mais a educação para a saúde, tentando impedir de várias formas o aparecimento de múltiplas doenças potencialmente evitáveis5. O objetivo da educação também mudou, considerandose que devemos olhar com atenção para as estratégias que nos permitam passar o foco do ensino para o de uma melhor aprendizagem. A aprendizagem, que era realizada de forma passiva, passou a ativa e o chamado ensino transformou-se em facilitador da aprendizagem. O cidadão tornou-se verdadeiramente o centro do processo, que deixou de pertencer ao educador para a saúde. A prática do ensino para a saúde sofreu também um desvio, deixando de estar focado no conteúdo e passando a ter o foco principal no efeito. Médicos e restantes profissionais de saúde, como enfermeiros, técnicos e farma-

Na educação para a saúde geralmente há que ter em conta que os adultos têm uma forma de aprendizagem diferente das crianças, sendo muito mais rígidos nos hábitos, adquiridos ao longo de anos, assim como nas formas de pensar, demonstrando menor «plasticidade mental». Por outro lado têm uma maior experiência de vida, um maior conhecimento de si próprios e do meio que os rodeia. Alguns princípios da educação na idade adulta são básicos para obtenção de um bom resultado, como o da simplicidade e o do reforço9. É fundamental partir de um conceito simples acerca de um tópico para mais tarde chegar aos conceitos mais complexos, assim como do conhecido para o desconhecido. A linguagem deve ser facilmente compreendida, evitando a terminologia médica, sempre que possível. As

Quando um tópico preocupa o profissional de saúde, não se deve assumir que as pessoas necessitam aprender tudo sobre esse tópico, nem sequer que essa é a sua preocupação principal cêuticos precisam de adaptar as suas competências comunicacionais e pedagógicas numa perspetiva de empoderar o cidadão para um papel ativo e responsável face à própria saúde e da comunidade onde se insere. Indicam-se de seguida alguns técnicas básicas que poderão ajudar os profissionais de saúde a providenciar à população, saudável ou doente, os instrumentos que a mantenham ou tornem mais saudável6,7. Em vez de se indicar de forma mais ou menos diretiva, como era exemplo clássico, o que será mais correcto para o bem-estar físico, psíquico e social, deve-se informar os cidadãos quanto às melhores atitudes a tomar, apoiando-os nos cuidados a ter e nas mudanças comportamentais para melhorar a sua saúde8.

palavras deverão significar o mesmo para o profissional de saúde e para o público em geral, com clareza e sem ambiguidade. Por exemplo, a palavra «positivo» tem uma conotação boa para a maior parte das pessoas, mas em questões de saúde às vezes significa um mau achado, o que pode ser confuso para os cidadãos. Deve-se usar uma linguagem concreta e dizer à pessoa em causa exatamente o que se espera que esta faça, dando indicações, ou opções, inequívocas. Por exemplo, deve-se dizer «se o coração bater muito rápido vá ao hospital» e não «se tiver palpitações vá ao hospital». «Palpitações» parece uma palavra de uso comum, mas muitos não a entenderão exatamente e podem não pedir esclarecimento ao médico, inclusive por timidez.

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