Revista Método do Saber Ano 7 Número 9 - 2015

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benefícios para a região e comunidade por meio da geração de empregos, atrativo para novos investimentos locais, envolvendo a participação de pequenas e médias empresas, podendo melhorar as condições de trabalho e gerar inclusão social. Pode também servir como exemplo para melhores práticas de sustentabilidade de meio ambiente;  Inovação: a promoção de um evento sustentável demandará produtos eficientes e o desenvolvimento de técnicas inovadoras, a fim de melhorar a utilização dos recursos;  Inspiração para mudanças: a promoção de um evento mais sustentável torna-se uma fonte de inspiração e experiências para participantes, equipes envolvidas, fornecedores, comunidade local e do entorno e público em geral. Servindo como exemplo, o evento sustentável motivará atitudes, consolidará conhecimento e decisões com maior responsabilidade socioambiental. Segundo o organizador de eventos e consultor em sustentabilidade André Dornelles (2012), os principais fundamentos para a sustentabilidade em eventos devem concentrar-se nos seguintes pilares: compra consciente, minimização dos resíduos, economia de água, eficiência energética, prevenção de poluição atmosférica, conservação da biodiversidade, combate à pobreza e inclusão social, participação e comunicação, monitoramento e acompanhamento dos modelos adotados e garantia do legado positivo de sustentabilidade. A seguir, serão analisados esses fundamentos. Compra consciente O consumo consciente e sustentável está relacionado com a compra de maneira racional de produtos e serviços de acordo com a necessidade, evitando desperdícios, levando em consideração não só a qualidade e o preço, mas também sua origem, seu fornecedor, os materiais utilizados, a sazonalidade, a forma como esses produtos são produzidos, comercializados e transportados (DORNELLES, 2011). Um ótimo exemplo são as matérias-primas utilizadas no setor de alimentos e bebidas do evento. Uma compra consciente deve nos conduzir à procura de produtos regionais, orgânicos e sazonais e a uma estimativa mais acurada possível das necessidades de alimentação dos participantes para evitar desperdício. Essas atitudes acarretam uma menor emissão de carbono realizada pelo transporte, menor dano ecológico ao terreno e ao produtor e apoio à comunidade local que, uma vez fixada no local, passa a oferecer produtos sem a necessidade de intermediadores, gerando assim seu próprio sustento e evitando o êxodo rural que, por sua vez, provocaria mais danos ao meio ambiente e ao setor econômico, social e cultural, visto que a maioria passa a residir em centros urbanos sem qualquer infraestrutura.

Minimização dos resíduos A geração e a gestão dos resíduos estão hoje entre os maiores desafios para a realização de um evento sustentável. De acordo com Daniel de Freitas Costa (2010), diretor de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Eventos (IBEV), são realizados oficialmente no Brasil cerca de 300.000 eventos anuais entre feiras, congressos, conferências e simpósios, atingindo um público de aproximadamente 80 milhões de pessoas. Se considerarmos que cada participante produz 1 kg de lixo, chega-se no montante de 80.000 toneladas de resíduos não reciclados. A área de alimentos e bebidas está entre as mais impactantes na produção de resíduos como papel, papelão, vidro, latas, plásticos, aparas e restos de prepreparo e preparo de alimentos, sobras de refeições, além de materiais descartáveis. No processo de transformação de matériasprimas, efetuado pelos restaurantes, são utilizadas várias formas de energia e são gerados diversos resíduos, alguns em grande quantidade como os orgânicos, que podem causar impactos negativos ao meio ambiente. Dessa forma, a análise da atividade produtiva de um restaurante e um passo importante para entendermos como e onde podemos atuar para minimizar os desperdícios, principalmente das matérias-primas utilizadas para esta atividade. (VENZKE, 2001, pg.44).

Complementando, podemos avaliar que a regra principal para a minimização de resíduos está resumida na denominação atual de três Rs: redução, reutilização e reciclagem (DORNELLES, 2011). A redução se aplica por meio de um planejamento de compra consciente, evitando o desperdício de matéria-prima, adequando o tamanho do produto à real necessidade, conforme já citado anteriormente. A reutilização de materiais significa recuperar e converter os resíduos em novos materiais ou produtos que poderiam ser desprezados ou descartados após a utilização. A reciclagem se aplica à redução e reutilização de materiais ou resíduos e pode ser contemplada por meio de programas de coleta seletiva. Além de dar uma destinação correta aos resíduos, traz um benefício social por meio da doação do material à comunidade ou aos cooperados de catador local. A seguir, os principais materiais que são produzidos em eventos e que podem ser reciclados ou reutilizados. Papel/papelão Muito utilizado em embalagens, crachás e panfletos, o papel e o papelão estão presentes em diversos momentos durante planejamento, organização, preparação e realização dos eventos. A reciclagem do papel, além de beneficiar a comunidade de catadores, tem um custo inferior e economiza recursos naturais. Segundo a redação do portal Ambiente Brasil (2014), a reciclagem de uma tonelada de papel e papelão pode evitar o corte de 15 a 30 árvores, além de economizar

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