Revista Método do Saber Ano 5 Número 06

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Ano 05, número 06, jan.-jun. 2013

Por fim, todos os ingredientes para o progresso científico estavam reunidos: escrita, necessidades de novas tecnologias, ambientes urbanos e tempo de lazer. É natural, portanto, que os historiadores se refiram ao Egito, à Índia, à China e ao Oriente Médio antigo como “berços da civilização”. (p. 54)

Segundo Berlinghoff e Gouvêa (2010), os primeiros desenvolvimentos na matemática aconteceram na Mesopotâmia, no Egito e provavelmente na China e na Índia, que foram elaborados sem interesses teóricos, pois as descobertas compreendiam ciências práticas para atender as necessidades cotidianas. O estudo e ensino de uma ciência que, aos poucos, deixa de ter característica prática para assumir uma dimensão abstrata eram praticados pelos escribas. A revolução agrícola propulsionou o comércio com a contribuição da invenção do alfabeto e a introdução das moedas, contribuindo também para a expansão cultural, tendo a Grécia (800-336 a.C.) e a China (600-221 a.C.) como exemplos de destaque, que serviram de base para organização social no Ocidente. Apesar de o povo grego estar em frequentes conflitos que resultavam em constantes guerras, esse motivo não impediu o florescimento de grandes cientistas, filósofos que se utilizavam das ágoras como espaço de manifestação e fomentos de suas ideias e ensinamentos, além da difusão da literatura e do teatro (BERLINGHOFF; GOUVÊA, 2010; EVES, 2004). Eves (2004) acrescenta que na Antiguidade, em 149 a.C., Roma começou a manifestar-se como um poderoso império, conquistando vários territórios e cidades europeias. Até 476 d.C., Roma manteve seu poder, porém os conquistadores desconsideravam a hipótese de se utilizar o tesouro público para financiar os estudos científicos. “[...] o Império Romano não foi totalmente estéril do ponto de vista intelectual; produziu boa história e uma literatura fina, por exemplo, mas se revelou um meio infecundo para a ciência” (p. 164). Assim, o estudo científico começou a declinar devido a fatores tecnológicos, políticos, econômicos e sociais. Por cerca de seiscentos anos, a Europa teve sua participação no avanço da matemática, arrefecida, enquanto que os impérios asiáticos (China, Índia e Arábia) conquistavam grandes êxitos matemáticos. 7


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