Revista Método do Saber Ano 2 Número 2

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Ano 02, número 02, jan.-dez. 2010

Atualmente a comunidade demonstra pouco interesse pelo ambiente escolar, ou seja, “para que a autonomia e a profundidade democratizadora, com a chamada à participação, tenham sentido, todos os agentes que participam da comunidade educacional devem ter algo com que comprometer-se, que possam sentir como próprio”. (Sacristán, 1996, p. 71). O canal de comunicação entre comunidade e escola seria a consolidação do Conselho, em que: a) o poder e a tomada de decisões devem ser compartidos por alguns ou por todos os membros da organização; b) existe um conjunto de valores e de objetivos comuns que são compartidos por todos os integrantes; c) todos os membros da organização têm uma representação formal nos órgãos de decisão; d) a organização deve determinar políticas e tomar decisões através de processos de discussão guiados pelo consenso (Santos Guerra, 1994, p. 183).

Infelizmente, a comunidade não vislumbra no Conselho de Escola um caminho potencial para resolução de problemas. O fato é que os indivíduos acreditam que esse mecanismo de participação – o Conselho serve para ‘facilitar’ o trabalho que seria atribuído especialmente ao diretor da escola, desvirtuando o propósito da interação comunidade e escola com o qual o Conselho deveria se solidificar. Enfim, “olhemos ao redor: nas democracias mais consolidadas assistimos ao fenômeno da apatia política, que frequentemente chega a envolver cerca da metade dos que têm o direito ao voto” (Bobbio, 2000, p. 45). Esse episódio não é diferente nas políticas educacionais, principalmente, no que diz respeito à Gestão Democrática. Nesse sentido, a comunidade entende a escola como um espaço de “agência ‘reprodutora’ das relações sociais e não o espaço em que se reproduz o movimento contraditório da sociedade que gera os elementos da sua própria transformação”. (Félix, 1984, p. 193). Ainda sobre a questão do compromisso da comunidade com o sistema educacional, Camargo (1997) argumenta: “a gestão democrática implica o controle do Estado pela sociedade civil, ou seja, é no envolvimento da comunidade na decisão dos rumos dos serviços

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