Revista Método do Saber 11 edição

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Graças à evolução tecnológica, um tema amplamente abordado em diversas áreas do conhecimento com marco importante na área da saúde no que diz respeito aos avanços realizados na área de imaginologia, diversas doenças podem ser diagnosticadas precisamente e melhores monitoradas quanto a possíveis agravamentos. Esse avanço possibilitou que a EM passasse a ser facilmente detectada através da técnica de RM, na qual, em muitos casos, havia a ausência de achados clínicos patognomônicos, mas quando se utilizava de técnicas paraclínicas como a RM, uma definição diagnóstica e precoce era obtida (MOREIRA, 2000). Por se tratar de uma doença neurodegenerativa, o diagnóstico radiológico de esclerose múltipla é uma ferramenta eficaz e mais barata se comparada a algumas técnicas de biologia molecular. Portanto, a compilação de artigos publicados acerca desse tema tem importância para a sociedade de uma forma geral, já que o diagnóstico precoce dessa condição pode favorecer o retardo da progressão da doença.

forma pode ser evoluída para outra e, por isso, faz-se necessária a correta definição para um bom prognóstico a partir da classificação (MACHADO et al., 2012). A forma recorrente-remitente (EMRR) é a mais frequente nos pacientes acometidos por essa doença, tendo como principal característica a quantidade contínua de surtos, podendo deixar sequelas ou não e, em sua maioria, evoluindo posteriormente para um quadro de esclerose múltipla secundariamente progressiva (CREE et al., 2005). A forma primariamente progressiva (EMPP) apresenta surtos não muito bem definidos, mas há progressão desde o início da doença acompanhada de períodos de estabilização e melhora. Como os surtos não são muito bem definidos e devido à falta de critérios, a sua detecção e classificação exata são dificultadas (JACOB et al., 2007). Na forma secundariamente progressiva (EMSP), um padrão é seguido conforme a EMRR com posterior progressão da doença, mas difere na ocorrência de surtos, pois também pode apresentar ausência. Não é tão constante quanto a primeira, mas também apresenta discretas remissões e estabilizações do quadro (CREE et al., 2005). Já a forma progressiva com surtos (EMPS) é a mais rara entre as quatro, apresentando surtos bem definidos e com contínua progressão (JACOB et al., 2007). A esclerose múltipla também está relacionada com quadros de epilepsia indiretamente, em que, ao se avaliar a área cerebral afetada por ambas as doenças por meio da RM, foi possível evidenciar o acometimento de massas brancas nos lobos temporais e uma diminuição no tamanho do hipocampo. Essas duas estruturas juntamente da amígdala foram descritas como áreas afetadas em doenças inflamatórias, causando crises epilépticas (VIVEIROS; ALVARENGA, 2010). Devido às crises epilépticas e aos outros sinais clínicos, essa doença pode ser sugerida como hipótese diagnóstica, mas para a confirmação desse diagnóstico clínico, é imprescindível levantar a história médica prévia detalhada desse paciente, bem como a avaliação física conjunta de testes laboratoriais e o exame de RM.

ESCLEROSE MÚLTIPLA A EM é uma doença que afeta o sistema nervoso, mais especificamente o cérebro e a medula espinal, a partir de infiltração linfocitária, gerando dano na mielina (proteína de papel fundamental da transmissão de impulso nervoso) e nos axônios que, por sua vez, desenvolvem episódios característicos de disfunção neurológica (COMPSTOM, 2008). A falta de estudos sobre essa doença gera incerteza sobre os reais fatores de risco, mas algumas evidências sugerem que ela pode estar relacionada com fatores ambientais e genéticos (ADONI et al., 2010). Mais precisamente, é possível citar algumas possíveis causas como vacinação, migração de indivíduos para áreas de alto risco durante a adolescência ou até mesmo antes dessa fase, exposição à luz solar relacionado à baixa quantidade de vitamina D, gestação, fatores de estresse como perda, conflitos e outras doenças, tabagismo, trauma e agentes infecciosos como o vírus Epstein-Barr (MACHADO et al., 2012). Na parte clínica, os sintomas iniciais mais frequentes são alterações piramidais, sensitivas e cerebelares, em que há envolvimento de fraqueza, espasticidade e hiper-reflexiva além de parestesias como formigamento de membros, distúrbios visuais, havendo diminuição da acuidade visual com embaçamento da vista e comprometimento esfincteriano, apresentando-se por meio de incontinência ou retenção urinária e fecal (OLIVEIRA; SOUZA, 1998). A EM é também conhecida por suas formas evolutivas que estão bem descritas na literatura, podendo apresentar quatro quadros distintos. São eles: a forma recorrente-remitente; forma primariamente progressiva; forma secundariamente progressiva; e forma progressiva com surtos, em que uma

DIAGNÓSTICO DE ESCLEROSE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

MÚLTIPLA

POR

Em meados da década de 1990, estudos começaram a ser realizados comparando a eficácia da RM a uma das principais técnicas para avaliação de EM, o potencial avocado, que avalia os sinais elétricos gerados a partir de uma estimulação do sistema sensorial (PURVES et al., 1981). Esses estudos vieram mostrar que havia uma concordância de 100% entre as técnicas e que a avaliação de potenciais evocados visuais, auditivos do tronco cerebral e sômato-sensitivos dos membros

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