O desenho infantil como registro e forma de expressao da acao espontanea ao sistema de representacao

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bebês descobrem o mundo por meio do conhecimento do seu próprio corpo e dos objetos com os quais têm possibilidades de interagir.

Atualmente, se sabe que a estimulação precoce das crianças contribui muito para o seu aprendizado futuro. Desenvolve as capacidades motoras, afetivas e de relacionamento social, além do desenvolvimento da autonomia. Assim o contato das crianças com os educadores transforma-se em relações de aprendizado. Moreira (2008, p. 65) complementa que “do ponto de vista teórico, é clara a importância da escola maternal na ampliação do repertório de experiências”, pois oferece contato permanente à exploração de suportes e instrumentos que desafiam o pensamento da criança e possibilitam descobertas que não seriam desenvolvidos apenas na vivência cotidiana; e entre outros, um destes descobrimentos é que sua ação pode produzir marcas, iniciando, assim, seu processo do desenho por meio de seu ato espontâneo ao ter contato com materiais adequados e que provavelmente não seriam oferecidos. Teoricamente o desenho não se ensina, sai de dentro da criança. Estudos da área da Pedagogia e da Psicologia Infantil apontam que é importante estimular e orientar a criança desde bem pequena, mesmo que nessa etapa ela faça traços desordenados, irregulares e sem nenhum tipo de controle, porque, oportunizando esses momentos de manifestação de prazer e diversão, a criança se desenvolve e seu desenho com ela. Como pontua Celia (2003, p. 71) que: No decorrer do segundo ano de vida, se cons olida um conjunto de possibilidades que consiste em poder repres entar alguma coisa através de uma outra coisa... Algumas ações antes realizadas apenas no plano sensório-mot or progressivamente passam a ser possíveis t ambém no plano representativo como res ultado de um processo de internalização.

Em relação ao desenho da criança na educação infantil Rosa Iavelberg (2013, s/p.) destaca que a escola tradicional pregava que, por não saber desenhar, as crianças precisavam “copiar desenhos de adultos ou treinar habilidades para conseguir alcançá-los e fazê-los exatamente como são”. Nessa época, só havia espaço para a reprodução técnica, marcada pela impessoalidade dos aprendizes, que imitavam formas externas e preconcebidas. Imagens de bichos e objetos também eram apresentadas como atalhos para o ensino de números. Essas propostas acabaram superadas porque impunham um ponto de vista adulto sobre a aprendizagem sem considerar o saber da criança; Iavelberg (2013, s/p.) também


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