Tendências Outubro Nº 117

Jornal-laboratório - Jornalismo - FAESA - Vitória/ES - Outubro de 2018 - N° 117

Nathália Ferreira

Jornada Científica e Cultural >>>PERFIL >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

>>>M E R C A D O>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Conheça um pouco da história de vida de Marilene Mattos. Ela é professora e coordenadora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário FAESA >>> Pág 2

Empreendedorismo feminino mostra força e mais de 90 mil mulheres dominam o mercado capixaba. Elas são proprietárias de 49% das micro e pequenas empresas no Estado >>> Pág 6

O número pessoas em situação de rua aumenta no Espírito Santo. Essas pessoas precisam enfrentar o preconceito, a invisibilidade social e as vulnerabilidades para continuar a sobreviver >>> Pág 7

Mariana Surrage

Adrielli Sabadini

Ana Paula Mello

Força e superação

Empreendedorismo

Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Faesa - Vitória/ES - TENDÊNCIAS

>>>SOCIEDADE >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Exclusão social

Outubro 2018 >>> 1

PERFIL Mariana Surrage

Uma mulher resiliente GUERREIRA >>> A trajetória de Marilene Mattos é digna de uma novela e inspira as pessoas a serem fortes diante das dificuldades da vida Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

DEDICAÇÃO >>> A professora Marilene Mattos está há 19 anos no Centro Universitário FAESA e coordena o curso de Jornalismo e Publicidade e Propaganda há 13 anos Mariana Surrage (4º Per.) marianasurrage61@gmail. com

>>> A história de vida da coordenadora do curso de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário FAESA, Marilene Lemos Mattos Salles, 47 anos, é uma mistura de acasos e reviravoltas. A menina que queria trabalhar com genética, medicina ou biologia percebeu que esse sonho não seria possível por questões

Acidente

financeiras e, então, resolveu buscar outra área para obter realização profissional.

Naquela época, ela fazia boletins e apresentava programas na Arquidiocese de Vitória. Certo dia, um amigo, que vendo o trabalho de Marilene como voluntária, sugeriu que cursasse jornalismo e ela viu essa oportunidade como uma maneira de perder a timidez e foi em busca desse objetivo.

Por conta de sua timidez, o bloqueio foi maior, mas

Quando tinha apenas duas semanas de casada, Marilene e o marido sofreram um grave acidente de carro voltando de Salvador para Vitória. O carro em certo momento ficou desgovernado e capotou várias vezes. O braço dela ficou preso às ferragens. Ele quase foi amputado, mas ela não permitiu que isso acontecesse. Foram muitas e muitas cirurgias e um tratamento de anos para voltar à ativa. A vida dela sofreu uma reviravolta, mas tudo foi superado com o apoio dos amigos e dos familiares.

As dificuldades eram muitas, como dar banho nas filhas e escrever. Contudo ela não perdeu o ânimo. Sinal da religiosidade que carrega e que não a faz perder a fé que tem em Deus em todos os momentos, principalmente nos mais difíceis. Ser mãe para a professo-

não um empecilho. Aceitou o desafio e seguiu em frente.

Na infância, embora tenha sido tranquila no meio rural, em Serra Sede, teve dificuldades por ser de família humilde. Contudo, cresceu forte para as barreiras que a vida trouxe. A boa relação com as irmãs foi o que a motivou a ser mãe duas vezes. Luísa de 14 anos e Helena de 11 anos. O casamento e as filhas são as inspirações para seguir em frente.

Arquivo Pessoal

ra é algo maravilhoso e a tornou mais humilde. Ela aprende todos os dias com os ensinamentos que as filhas lhe proporcionam.

EXPEDIENTE

Campus Av. Vitória Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Diretor Acadêmico – Alexandre Nunes Theodoro Social da Faesa - Outubro de 2018 - Nº 117 Coordenador do Curso de Comunicação Av. Vitória, 2.220 - Monte Belo, Vitória, ES, Social: Marilene Mattos CEP 29053-360 Professores orientadores: Telefone (027) 2122 4100 Paulo Soldatelli Versão em PDF: http://www.faesadigital.

Valmir Matiazzi com.br Zanete Dadalto Editoração: Paulo Soldatelli Reitor: Alexandre Nunes Theodoro Textos e fotos: alunos dos cursos de Superintendente institucional: Guilherme Jornalismo e Publicidade e Propaganda Antonio Nunes Theodoro

2 >>> Outubro 2018

Layout inicial do aluno Gustavo Silva Andrade

A entrevista aconteceu na sala da coordenação do curso. Sentamos uma de frente para a outra e comecei a perguntar sobre a vida dela. Teve momentos em que se emocionou ao contar a própria história. Fiquei impressionada e percebi o quanto Marilene é uma mulher guerreira e batalhadora.

Em sala de aula, ela gosta muito de trabalhar com os estudos e as práticas sobre televisão e adorou lecionar a disci-

Dia sagrado

plina de Webjornalismo.

Além disso, também gosta das matérias teóricas como Mídia e Sociedade.

Ela afirma ser fascinante e comenta que Estudos Contemporâneos é outra disciplina muito interessante. Marilene é uma professora incrível.

Sempre atenciosa, gentil e disposta a ajudar quando preciso.

Organização

“Ou você controla o dia ou o dia controla você” é uma das frases preferi-

das da professora. O autor é Jim Rohn. Ela disse que não deixa de fazer o que tem que ser feito e que faz tudo na hora, pois, segundo ela, a gente somente vive uma vez.

Ela lutou, correu atrás e superou tudo o que tinha que ser superado. Uma resiliência para pessoas que reclamam de tão pouco. Sinal de que a frase não só faz todo sentido para ela agora, mas a acompanha sempre, inclusive na tela do computador.

Jornalismo

A vida já demanda tantos horários de segunda à sexta-feira e, às vezes, até no sábado, que o domingo para Marilene é sem hora. Não ter rotina no domingo faz com que ela exerça os hobbies favoritos: passear, ler um livro, ver séries, cozinhar e viajar com os amigos e a família. Um filme que ela gosta muito é “Sociedade dos poetas mortos”. A película conta a história de um professor de literatura que muda a maneira dos alunos de ver a vida, contrariando as regras ortodoxas do colégio. Outro filme que a marcou foi “A última tentação de Cristo”, mas por um motivo peculiar: ela era baixinha e tinha medo de ser barrada no cinema. A classificação indicativa do filme era de 18 anos e ela completou a idade na época. “Foi uma alegria ir ao cinema sem ser barrada”.

O jornalismo, hoje, é visto por Marilene como um grande desafio para o profissional de comunicação e para a sociedade, pois há muita informação fazendo com que as pessoas se percam na própria vida.

A coordenadora defende a profissão e afirma que em uma democracia o jornalismo é necessário e muito útil para a sociedade poder ter o mínimo de informação apurada, correta e verdadeira, principalmente em tempos das Fake News.

Marilene também vê o lado positivo da tecnologia que está inserida na sociedade, pois ajuda o ser humano em diversas áreas do conhecimento. “O ser humano deve usar a tecnologia de maneira racional e não apenas se apropriar e utilizar”.

>>> EDITORIAL >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Cultura e saber

>>> Prezado leitor, O jornal Tendência apresenta para você a 17ª Jornada Científica Cultural do Centro Universitário FAESA. O tema deste ano foi “Empreendedorismo e Inovação”. Os alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda registraram em fotos os momentos de reflexão propostos pelos profissionais do mercado de

trabalho, professores e alunos. Eles registram também durante o evento a cultura advinda de variadas expressões artísticas. Parte desse material cheio de cultura e saber está exposto nas páginas 4 e 5 da edição.

Continuando com o empreendedorismo e a inovação, confira na página 6 matérias sobre mulheres capixabas empreen-

dedoras. O Jornal traz também o perfil da professora e coordenadora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da FAESA. Conheça um pouco da história de vida de Marilene Mattos na página 2. A triste realidade de pessoas em situação de rua é o tema da página 7. Já na página 8, para finalizar o jornal, a cultura e o saber é sobre séries de televisão.

Uma boa Leitura...

TENDÊNCIAS - Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Faesa - Vitória/ES

HISTÓRIA

Muito além de livros

SABER >>> Com 163 anos de existência, a Biblioteca Pública do Espírito Santo é referência no incentivo à leitura e à cultura Shirlane Arruda (8º Per.) laanysantosarruda@gmail.com

Shirlane Arruda

Shirlane Arruda

>>> As bibliotecas tiveram uma mudança significativa ao longo dos anos, principalmente com a chegada das novas tecnologias. Elas estão se reinventando, deixando de ser um lugar onde apenas guardam coleções de livros para se tornar um espaço para novas oportunidades de integração social.

Mesmo diante dessas transformações tecnológicas e educacionais, as bibliotecas continuam a desempenhar um papel fundamental no acesso à informação, ao conhecimento e à cultura. E um desses locais é a Biblioteca Pública do Espírito Santo.

A Biblioteca Pública funciona há 163 anos no Estado. A diretora da Biblioteca Pública do Espírito Santo e coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Espírito Santo, Rita de Cássia Maia e Silva, conta que a Biblioteca é anterior ao advento do Brasil república e foi fundada por Braz da Costa Rubim, filho do presidente da província, em 1855. Ele doou os primeiros 400 volumes.

Rita afirma que a biblioteca tem um público diversificado devido ao acervo que é setorizado, atendendo à necessidade das pessoas que vem buscar informação e conhecimento.

A biblioteca tem cerca de 70 mil títulos. Os primeiros exemplares raros compõem a Coleção Província em homenagem aos tempos da fundação da biblioteca e totalizam oito mil títulos. De acordo com a diretora, 40 mil títulos compõem as obras gerais, que é considerado o grande cartão de vistas da biblioteca. É composto por grande acervo de literatura e outras áreas do conhecimento, como história, biologia e arquitetura.

A biblioteca conta ainda com o setor Multimídia que comporta computadores direcionados para pesquisa e manuseio das novas mídias. A acessibilidade também está no local. Há um setor especializado com sete equipamentos adaptados e um acervo de literatura em Braile.

Voltado para crianças e adolescentes, o setor Infanto-juvenil tem a preocupação em estimular o hábito da leitura desde a juventude.

LEITURA >>> Rita de Cássia conta que a Biblioteca Pública foi fundada em 1855 e tem cerca de 70 mil títulos

De acordo com Rita de Cássia, a principal missão social da Biblioteca é a formação do indivíduo. “A política cultural é prioridade. São ações cotidianas de formação do leitor até ações mais sofisticadas de ações de estímulo de pesquisa e valorização da história da cultura do Espírito Santo”, afirma.

Para a assistente social Marilza do Carmo Dias,

os livros são essenciais.

“Mudei a rotina para ser mãe. Investi meu tempo nas crianças, mas agora vou voltar a ler”. Marilza disse que incentiva as filhas lendo histórias antes de dormi e que a biblioteca vai auxiliar no processo de conhecimento e nos trabalhos da escola.

De acordo com a pesquisa feita em 2017 pelo Instituto Pro-Livro, no Brasil a leitura é um hábito de 56% da população brasileira. Para o professor e escritor Francisco Aurélio Ribeiro falta incentiva à leitura, principalmente em casa e nas escolas. “É em casa que se torna o leitor, mas é preciso criar o hábito. Eu penso que sem leitura ninguém chega a lugar nenhum. A leitura é a base de tudo. A literatura não é somente fonte de conhecimento. É também fonte de prazer”, comenta.

Segundo Francisco Aurélio, os livros e as novas tecnologias são

instituição é o “Imigrantes”, que mantém dados das pessoas que vieram de outros países para o Espírito Santo. O Arquivo guarda aproximadamente 50 mil nomes de imigrantes. O país, a região e a cidade de origem; as pessoas; a data e o navio no qual chegaram nos portos capixabas são algumas das informações que podem ser adquiridas ao fazer a pesquisa.

Há ainda quem doa documentos para aumentar o acervo.

A busca também pode ser realizada de forma virtual. “Atendemos a pessoa e identificamos

os antepassados dela e, assim, é gerado um documento chamado ‘Registro de Entrada de Imigrante’”, afirmou o assessor técnico do projeto Heitor Almeida Couto.

O passado remete a emoções. Entender um pouco da origem da família e lembrar de familiares próximos torna especial a pesquisa para algumas pessoas. Mesmo existindo há mais de 20 anos, o projeto ainda é novidade para muita gente. “Quando chegam pessoas de mais idade e veem o documento do avô ou até mesmo do pai, alguns deles começam a

Missão

ferramentas culturais e sociais que devem andar juntas. “Uma tecnologia não substitui a outra, ela aperfeiçoa. E o livro está passando por uma fase linda. Agora, temos todos os tipos de livros, de bolso ao digital. A possibilidade de leitura ampliou com as novas tecnologias”, conta

Papel social

Nos municípios, a biblioteca abriga conteúdo de aspectos social e cultural, além de promover interação entre os moradores. É um espaço de educação e socialização que incentiva a criatividade e o acesso à informação. Geralmente, a interação se dá por meio dos livros, artigos e exposições que revelam a memória da comunidade. As bibliotecas recorrem ao uso de linguagens e suportes tecnológicos variados que auxiliam na formação cultural e educativa.

A bibliotecária e coordenadora da Biblioteca

Busca pelas ‘raízes’ da família Vinícius Lodi (8º Per.) vlodi1996@gmail.com

>>> Desde 2005, na boêmia rua Sete de Setembro, localiza-se o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), órgão que guarda registros capixabas de proveniência do Poder Executivo Estadual. O arquivo foi fundado em 1908 pelo, então, presidente (governador) do Estado, Jerônimo Monteiro.

O Arquivo funciona há 110 anos e vários projetos foram e são desenvolvidos no local. Um dos projetos realizados pela

Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Faesa - Vitória/ES - TENDÊNCIAS

chorar”, relatou Heitor.

Entre os documentos recebidos do Poder Executivo do Estado, há registros relacionados à colonização. São matrículas de colonos, licenciamentos, listas de navios, hospedarias. “Fizemos um trabalho de cruzamento de dados, com todos os nomes e informações e colocamos em uma planilha no computador, gerando um banco de dados com mais de 50 mil nomes de imigrantes.

Nossa intenção era que a procura, que demorava meses, passasse a ter por volta de cinco minutos”, explicou Heitor.

Municipal de Vitória, Ângela Maria Battestin, explica que a instituição foi fundada pelo prefeito Américo Poli Monjardim em 1941, mas era conhecida como Biblio-Pinacoteca, pois no acervo literário eram encontrados cerca de dois mil exemplares e uma grande coleção de quadros de pintura. Em 1960, a sede da biblioteca situava-se no centro de Vitória, em seguida na escola Aristóbulo Barbosa Leão e em 1992 foi para a Escola de Teatro e Dança (FAFI).

Em 2015, a biblioteca passou a funcionar na Secretaria de Cultura com parte do acervo disponível para visitação.

Hoje, está situada no Casarão Cerqueira Lima, no centro de Vitória, e conta com 17 mil obras. Ângela relata que todas as prefeituras municipais têm uma biblioteca para trabalhar o incentivo da leitura na sociedade, mas falta recurso para restaurar obras raras. Além disso, o espaço não com-

porta os 18 mil exemplares diversificados entre literatura geral, infantil, obras de escritores capixabas e obras raras.

Projetos

Ângela esclarece ainda que a Biblioteca Municipal de Vitória conta com projetos de incentivo à leitura. O “Viagem Pela Literatura” é realizado semanalmente dentro das comunidades e em espaços alternativos, como praças e escolas.

Atores e escritores contam histórias e criam peças baseadas em textos literários para crianças e adolescentes.

Já o “Tempo de ler” é um projeto de Biblioterapia focado na terceira idade. Consiste em fazer o idoso expressar os sentimentos e promover a interação. O “Sarau na Biblioteca” une literatura, música e outras linguagens artísticas para democratizar e despertar a percepção de um local que vai além do espaço literário.

Vinícius Lodi

MEMÓRIA>>> Arquivo Público: acervo da colonização Para quem não pode vir a Vitória, o Arquivo Público atende também por e-mail e entrega o ‘Registro de Entrada de Imigrante’. No entanto, há quem não tem acesso à internet e, a partir disso, atendendo demandas de prefeituras e associa-

Layout inicial do aluno Adonias Corrêa Rodrigues

ções. Um automóvel do projeto “Arquivo Itinerante” sai de Vitória e vai para o interior do Estado.

“Vamos ao interior para fazer esse trabalho de divulgação. E para quem quer ter acesso às ‘raízes’, emitindo o Registro gratuitamente”.

Outubro 2018 >>> 3

JORNADA CIENTÍFICA E CULTURAL Ana Beatriz Oliveira

Wania Pereria Fernandes

Thalita Mathias

Empreendedor

A 17º Jornada Científica e Cultural da FAESA reuniu emp ideias em negócios empreendedores. O momento cultu

Julia Werneck

Evelyn Rocha Carvalho

4 >>> Outubro 2018

Victor Salles

Dhienyfer Stefany

TENDÊNCIAS - Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Faesa - Vitória/ES

JORNADA CIENTÍFICA E CULTURAL Bruno Laurindo

Gabriel Barros

rismo e Inovação

Victor Sales

Arthur Reis

presas, profissionais e a comunidade acadêmica para transformar ural, com variadas expressões artísticas, também agitou a Jornada Bruno Laurindo

Carolina Campos

Naiara Soares

Arthur Brisson

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Maria Clara de Mello Leitão

Outubro 2018 >>> 5

MERCADO

Empreendedorismo feminino PODER >>> Mulheres são proprietárias de 49% das micro e pequenas empresas no Espírito Santo Adrielli Sabadini (8º Per.) adriellisabadini@hotmail.com

>>> Ser dona do próprio negócio. Essa é a realidade para mais de 90 mil mulheres no Espírito Santo. De acordo com o último estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de empresas abertas por mulheres passou de 77.230 para 91.657.

Assim, o Estado, agora, conta com cerca de 190 mil microempreendedores, sendo que 49% são mulheres. Isso demonstra a força do empreendedorismo feminino capixaba.

Entre os novos empreendedores está Izete Favaro, dona de uma loja de roupas em Cariacica.

Foi em meio à crise econômica financeira que ela viu a oportunidade de montar o próprio

O negócio é investir no ramo da beleza

negócio. “Desde que eu aprendi a costurar, sempre sonhei em ter a minha loja. Não consegui realizar esse sonho antes por conta da situação financeira. Agora, devido à crise, consegui estruturar meu negócio, pois houve uma redução dos valores de aluguéis na região em que moro e eu pude alugar o ponto comercial”, declara.

A pesquisa mostra que das mais de 90 mil mulheres, 38% estão atuando no setor do comércio, especialmente vestuário e alimentício. Izete afirma que o mercado em que atua é muito competitivo e que é preciso ter um diferencial. “Para me manter nesse mercado, eu mesmo fabrico as peças da loja. Isso reduz muito o custo. No meu espaço também ofereço a opção de produzir as roupas sob medida. Por ser um ateliê, eu também ofereço o serviço

de consertos de roupas”, relata.

O economista Mário Vasconcelos declara que as mulheres têm se mostrado mais determinadas em montar pequenos negócios. “Desde 1960, as mulheres vêm aumentando a participação, ocupando espaços inclusive que eram prioritariamente ocupados pelo sexo masculino. É um processo que acontece há algum tempo e vai se aprimorando”, afirma.

A atuação feminina em setores relacionados à força braçal, de acordo com o estudo, ainda é baixa. Apenas 20% estão à frente de negócios relacionados à agropecuária.

E 6% na construção civil.

O índice se modifica nos setores de comércio e serviços, pois elas constituem mais da metade das micro e pequenas empresas.

A farmacêutica e microempresária Silvana

Adrielli Sabadini

SONHO >>> Izete Favaro investiu numa loja de roupas durante a crise financeira Rigo, devido a crise financeira, tenta manter em funcionamento a farmácia. “Ser dona do próprio negócio é ter uma responsabilidade muito grande. Isso ocorre, pois você é apenas uma e precisa assumir as funções de diversas áreas de uma empresa, desde o financeiro até o marketing”, declara. A comerciante

reitera que um dos motivos que a levou a abrir o próprio negócio foi o alto índice de desemprego após ser demitida.

Investimentos

Para Vasconcelos, esse movimento tem grande importância wpara a economia do Brasil.

“Qualquer movimento em que você aquece a

economia, é sempre positivo. Enfim, estão sendo realizados investimentos e esses investimentos passam necessariamente pela geração de emprego, renda, consumo. Então, é um círculo de grande importância que acontece para tirar o País dessa crise que a sociedade vem sentido nos últimos anos”, finaliza.

Disputando mercado

BELEZA >>> Misleni Sales buscou a independência titivo, bem concorrido, mas tem espaço para todo mundo”, afirma.

Misleni Sales conta que o interesse surgiu quando fez um curso de cabeleireiro na Itália. “A minha irmã fez um curso de estética. Quando voltei, há cinco anos, a gente resolveu abrir o nosso próprio negócio. A motivação foi a independência profissional e crescimento também”.

Um estudo feito pelo Sebrae registra que entre junho de 2016 a junho de 2017, 14 mil micro e pequenas empresas foram abertas no Estado por mulheres. Ao todo são 91.657 novas microempresas e boa parte focada em áreas de atuação da beleza e estética.

Para a coach e especialista em carreiras Kamilla Matos, o moti-

vo dessa área ser muito escolhida está atrelado às causas sociais. Ao escolher a área para atuar, a empreendedora procura aquela que domina ou tem maior afinidade para diminuir os riscos.

Ela considera que existe uma fórmula para se destacar em um mercado competitivo. “O empreendedor precisa entender e satisfazer a necessidade do público alvo, estar atento às novidades e tendências e ser capaz de agregar valor ao produto ou serviço. Estamos vivendo a era da ‘economia da experiência’. Ser capaz de oferecer uma experiência positiva para o cliente do início ao fim da jornada de compra é o caminho para se destacar num mercado tão concorrido”, relata.

Layout inicial do aluno Victoria Singui Guimarães

>>> Acordar às 3 horas, movimentar centenas de passageiros por dia, enfrentar trânsito, sol e chuva. Essa é a rotina do motorista de ônibus.

E com força de vontade e oportunidades, as mulheres ganham espaço como motoristas e mostram que são capazes de estar onde bem entendem e ocupam profissões que historicamente é vista como masculina.

Aldicia Apolinário começou como cobradora, mas o sonho era dirigir ônibus. As oportunidades foram aparecendo dentro da companhia. Na primeira chance, ela se matriculou na escolinha da empresa. Na turma, 32 homens e apenas três mulheres para 24 vagas de motorista. Aldicia foi aprovada junto com as amigas de profissão. “Eu fui desafiada. Estava passando por alguns problemas, mas eu venci. Hoje, sou exemplo para outras mulheres. Eu via muito preconceito, mas com o tempo passa e as pessoas aceitam”, declarou Aldicia Apolinário Para o professor universitário Vitor Nunes

Kennedy Cupertino

6 >>> Outubro 2018

SONHO >>> Izete Fávero é proprietária de uma loja de roupas em Cariacica

Kennedy Cupertino (7º Per.) kennedycuper@gmail.com

Adrielli Sabadini (8º Per.) adriellisabadini@hotmail.com

>>> Mesmo nos tempos em que a economia brasileira se encontra em recessão, investir na aparência está em alta. Pelo menos é o que demonstra o estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com dados divulgados pela entidade, esse é um dos setores que as novas microempreendedoras mais buscam para abrir o próprio negócio.

A microempresária Misleni Sales abriu junto com a irmã e a sobrinha um espaço de beleza e estética em Cariacica.

Nele, além dos serviços específicos de beleza, são ofertados cursos para quem deseja se capacitar na área. De acordo com a empresária, a busca por cursos profissionalizantes aumentou consideravelmente devido à crise econômica. “O mercado da beleza é bem compe-

Adrielli Sabadini

DESAFIO >>> Aldicia Apolinário venceu o preconceito Rosa, a identidade que foi criada de que a mulher deveria ficar em casa lavando, passando e cuidando dos filhos ficou para trás. Atualmente, é comum ver mulheres em profissões que antes eram vistas como masculinas. Isso mostra que as mulheres estão ganhando autonomia e espaço no mercado de trabalho.

A pedreira Maria Jovanci é outra que conquistou espaço na profissão. Ela começou como ajudante numa obra e aos poucos foi aprendendo o ofício. Com o passar do tempo, buscou um curso de pedreiro e abriu as portas para o mercado. “Comecei ajudando um vizinho que é pedreiro. Serviço pequeno, mas que garantia um dinheiro. Ele foi me ensinando

a profissão. Resolvi me aprimorar e fui estudar.

Hoje, estou numa empresa grande e recebo todos os benefícios de um trabalhador”, conta.

O professor Vitor explica que a mulher se movimentou e passou a ocupar outros papeis sociais além do relacionado à maternidade “Quem diria que hoje a mulher poderia ser motorista de ônibus ou pedreira? Se observamos a história, vivemos um processo de mudança, que altera a cultura do homem provedor do lar e da mulher cuidadora dos filhos. Nas décadas de 1980 e 1990 tínhamos uma luta forte e intensa da mulher pela a autonomia e pelo empoderamento. Atualmente, colhemos os frutos disso”, relata.

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SOCIEDADE

Luta diária pela sobrevivência

PRECONCEITO >>> Com a crise que assola o Brasil, o número de pessoas em situação de rua aumenta a cada dia. Esses seres humanos estão vulneráveis à falta de segurança, a doenças e à exclusão social

Ana Paula Mello (8º Per.) anapmello51@outlook.com

>>> Aumentou o número de pessoas em situação de rua na capital do Espírito Santo. No ano passado, eram 196 pessoas nessa situação, agora são 239 pessoas, de acordo com a última pesquisa realizada pelo Serviço de Abordagem Social da Prefeitura de Vitória. A realidade dessas pessoas não é fácil. Sem ter o que comer ou onde dormir, a falta de segurança e a vulnerabilidade a todos os tipos de doenças fazem com que os moradores de rua lutem diariamente pela sobrevivência.

Grande parte dessas pessoas não são naturais do estado Espírito Santo. São migrantes que chegam em busca de uma melhor qualidade de vida. Dados da Secretaria de Assistência Social de Vitória apontam que aproximadamente 50% das pessoas nessa situação são de outra região do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. A coordenadora do Serviço Especializado

em Abordagem Social, Luciana Gatti Constantino, 54 anos, afirma que o aumento do número de pessoas em situação de rua se dá pela própria conjuntura econômica, política e social em que o País se encontra. Esses fatores acabam gerando um exército de “sobrantes”.

“Cada vez que o país passa por crises e com demissões como a ocorrida recentemente, as pessoas em situação de rua aumentam. Refletem as diferenças e os abismos sociais”, explica Luciana Gatti. A coordenadora ainda ressalta que a única forma de reinserir essas pessoas na sociedade é por meio de políticas públicas que consigam abarcá-los.

Ela explica ainda que os principais motivos que levam as pessoas a viver nas ruas são: os problemas familiares, o uso de drogas e álcool, os problemas psicológicos e os problemas financeiros.

Joilma Santos, 41, explica que decidiu morar nas ruas após enfrentar problemas familiares dentro de casa. “Mo-

Ana Paula Mello

VIDA >>> Pessoas em situção de rua vivem à margem da sociedade e sofrem com o preconceito rava no morro do Jaburu com minha família e fui embora depois que descobri que meu ex-marido estuprava minha filha de 11 anos. Hoje, ele está preso, mas não consegui superar o que aconteceu. Joilma afirma que as filhas vão até a rua visitá-la, mas que não pretende voltar para casa antes de fazer um tratamento para parar de ingerir bebidas alco-

Invisíveis na sociedade >>> Dormindo nas calçadas, praças, debaixo das pontes e revirando os lixos da cidade em busca de alimento ou algo que possam vender para se sustentar. Essa é a condição de vida das pessoas em situação de rua do Espírito Santo e de todo Brasil. São pessoas que vivem em condições precárias, sem a menor perspectiva de vida.

Geralmente, são vistos como “invisíveis” diante a sociedade devido à exclusão social.

Além do desemprego, os conflitos familiares e o vício em drogas e bebidas alcoólicas fazem com que eles se mantenham nessa situação, sem terem para onde fugir ou buscar ajuda. Essas pessoas também estão vulneráveis a ações extremas de preconceito, correndo sérios riscos de perder a vida, como em alguns casos registrados na imprensa: “moradores de rua tiveram fogo ateado aos seus corpos” ou morador de rua é assassinado por dormir em frente a prédio de luxo”.

O sociólogo Aloísio Fritzen afirma que o número de pessoas morando nas ruas têm crescido devido ao contexto da crise econômica relacionada consequentemente ao desemprego e as condições de subsistência de famílias inteiras. “Há uma indiferença e falta de atenção com esta camada social que se manifesta no comportamento da própria sociedade.

Ana Paula Mello

REALIDADE >>> Moradores de rua sofrem com a exclusão social O desinteresse da sociedade se reflete no poder público, com projetos precários de solução e banalização do problema. O pior é que o problema tende aumentar cada vez mais”. Aloisio disse, também, que iniciativas e projetos estruturados pelo poder público são as formas de mudar essa situação.

Contudo ressalta que os projetos devem ser estruturados para acabar com o problema e não apenas maquiar.

Jorge, 37 anos, nome fictício, relata que antes de morar nas ruas já trabalhou como comerciante. Com a perda do emprego, se rendeu ao tráfico de drogas. “Já morei no Bairro da Penha e tinha uma vida normal. Me envolvi com pessoas erradas, fui expulso do morro e

jurado de morte”.

Outra pessoa em situação de rua e rua é Diogo Araújo, 53. Ele conta que já trabalhou como pedreiro e foi morar nas ruas por causa do vício em drogas. “Tenho quatro filhos e faz mais de cinco anos que não tenho contato com nenhum deles. Os Filhos são minha maior saudade. Meu desafio, hoje, é me afastar das drogas.

Já Vinicius Andrade, 27, conta que se sente um fantasma perante a maioria da sociedade. “Me sinto como alguém invisível. As pessoas têm vergonha de olhar para mim e isso machuca meu coração, minha alma”. Ele também explica que o estopim para ir morar nas ruas foram as constantes brigas familiares.

Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Faesa - Vitória/ES - TENDÊNCIAS

ólicas e usar drogas. Ela conta ainda que precisa estar limpa para voltar ao convívio dos familiares.

Já Fernando da Costa, 42, relata que mora na rua há mais de 15 anos. “Nasci e vivi 20 anos no estado da Paraíba. Depois fui para São Paulo, Brasília, Minas Gerais e Goiânia. Recentemente, vim para o Espírito Santo em busca de

novas oportunidades e melhor qualidade vida, mas até o momento estou desempregado e sem moradia”. Fernando ainda informa que atualmente não mantém nenhum tipo de contato com a família e que o maior sonho é ter uma casa própria e construir um abrigo para ajudar pessoas que se encontram na mesma situação que ele.

Ação solidária >>> Mesmo sendo considerados invisíveis diante da sociedade e enfrentando todos os tipos de preconceito, as pessoas em situação de rua são ajudados por algumas ONG’s e pessoas de bem que se dedicam a tornar a vida deles menos difícil. Doações de roupas, alimentos, cobertores e remédios são as contribuições mais comuns para essas pessoas, mas, além de coisas matérias, conversas e demonstrações de afeto são muito importantes para combater a exclusão social e a reintegração dessas pessoas à sociedade.

Sendo assim, tratar pessoas em situação de rua como bandidos e perigosos também são formas de apoiar a marginalização. Por isso, incentivar ao estudo, dar oportunidade ao trabalho, dedicar atenção e se voluntariar em instituições que ajudem essas pessoas são atitudes que podem mudar a vida de quem se encontra nessa situação e diminuir o número de indivíduos sem moradia.

O Sociólogo Aloísio Fritzen explica que a exclusão social está diretamente ligada à má distribuição de renda do Brasil e, consequentemente, à qualidade ruim da educação. “Políticas de geração de emprego e renda são necessárias para devolver a con-

Layout inicial do aluno Lara Freitas Patrocínio

fiança, a autoestima e incluir cada cidadão como sujeito participativo do desenvolvimento social e econômico”, disse. Aloísio ainda ressalta que no mundo capitalista o indivíduo excluído do sistema econômico é tratado com indiferença, com desprezo e considerado inválido.

A voluntária do Grupo Ajude o Próximo (GAP) Márcia Flores Duarte, 58 anos, afirma que o grupo sempre leva comida e palavras de conforto para as pessoas em situação de rua. “Somos sempre bem recebidos por eles.

O que nos motiva é ajudar a qualquer um, independentemente de estar ou não nas ruas”, explica.

Mauro Oliveira, 18, informa que está nas ruas com a mãe há um ano. “Minha família perdeu a casa, o emprego e hoje não temos para onde ir. Já recebemos ajuda da “Legião da Boa Vontade”, que realiza um sopão algumas vezes”, relata. Eliosino Pereira de Souza, 50, vivendo nas ruas há mais de 15 anos, afirma que além dos grupos de apoio sociais, pessoas comuns também costumam ajudar. “Alguns passam por nós, dão dinheiro e, às vezes, até trazem alimento. Quando não tem, a gente tem que se virar, correr atrás para diminuir a fome”, disse.

Outubro 2018 >>> 7

CULTURA

Influenciados por séries

CULTURA POP >>> Novas produções surgem nas telinhas a todo instante, influenciam de maneira diferente a vida de milhares de pessoas, ocupam o espaço vazio e deixam marcas profundas

GAME OF THRONES >>> A série é vencedora de vários prêmios. Em 2019, começa a última temporada e os fãs estão na expectativa Carol Aildefonso (6º Per.) salarinicarol@gmail.com

>>> As séries são um dos produtos online e televisivos mais vistos pelas pessoas entre tantas opções que existem. As grandes produções como Game of Thrones, How to Get Away with Murder e Friends são alvos de emissoras de grande destaque. Já nas telas dos computadores e celulares, essas séries podem ser encontradas em plataformas streaming ou do próprio canal.

Dentre tantos modos de aproveitar uma série, algumas pessoas as veem apenas para relaxar e curtir poucos minutos de calmaria em um dia corrido. Para outras, elas são usadas para trabalho e diversão, pois há meios de se divertir trabalhando.

De qualquer maneira, as séries produzidas e disponibilizadas para mais de 7 bilhões de pessoas no mundo influenciam a vida de cada uma delas de modo diferente.

O estudante de Engenharia Elétrica Higor Miguel, 25, é um grande fã das superproduções atuais. Acompanha Game of Thrones e Westworld (ambas da HBO) e varia entre as produções originais da Netflix, como Master of None e Black Mirror. Entre tantas séries, Higor adquiriu algu8 >>> Outubro 2018

mas gírias e expressões, como em Friends. “Passei a ter o jeito peculiar que Ross e Monica têm de mostrar o dedo do meio”, conta o estudante, que não estagia e passa muito tempo colocando séries em dia durante a semana.

Sem muito tempo disponível para maratonar (assistir vários episódios seguidos de séries) na semana por causa dos estudos e do estágio, a estudante de Publicidade e Propaganda Melissa Ribeiro, 22, tem a carga horária ocupada demais para uma série. “Mas já

procrastinei um pouco um trabalho para assistir uns episódios a mais”, confessa ela. Entre as produções que Melissa acompanha, Friends encabeça a lista e diz que já foi influenciada pela sitcom. Já a aluna de Engenharia Elétrica Alini Menezes, 21, assiste a muitas séries, mas nunca se viu influenciada demais por elas. “Que eu me lembre, acho que nunca tive um hábito só por uma série”, diz ela.

Com a correria da vida, a estudante de engenharia elétrica Bruna Men-

des, 22, não consegue apreciar as séries que são divulgadas com a mesma rapidez que outras pessoas. Por isso, ela costuma acompanhar Suits (USA Network), Westworld e Sense 8, produção original cancelada pela Netflix.

“Eu me apeguei muita à série Westworld e, como faço engenharia elétrica, meu primeiro projeto na linha de pesquisa robótica foi nomeado Dolores, uma das personagens principais da série”, relata Bruna.

Nas salas de aula, a conversa é outra. O publi-

citário e professor de Publicidade Felipe Tessarolo, 36, costuma conciliar séries com o que ensina para os alunos. “Eu costumo equilibrar e procurar outros assuntos também, a vida não é só trabalho”, conta. Entre tantos afazeres, ele busca otimizar o tempo e focar em pausas programadas para não ficar tanto nas redes sociais e procura relacionar diversão com trabalho.

“Por exemplo, vi que saiu uma série sobre Design.

Então, costumo assistir um episódio para usar como exemplo em sala”,

Séries conquistam a preferência dos públicos

Brooklyn Nine-nine

Os Simosons

A televisão sempre trouxe para as pessoas inovações, surpresas e encantos. Foram criados programas de auditório, novelas, reality shows, filmes e minisséries.

Depois de várias adaptações, essas produções se tornaram séries completas, com vários episódios de curta ou longa duração por temporada e passaram a ter cada vez mais espaço nas telinhas.

A primeira série, I Love

Master of None

Lucy, estreou em 1951 e ficou em exibição por 10 anos. Hoje, uma das mais longas é Os Simpsons, com 30 temporadas e sempre com referências sobre o mundo atual.

Por trás das produções, existe uma grande indústria que lucra muito com as séries. Muitos estúdios surgiram quando viram que esse novo modelo agradou ao público e fez sucesso, conseguindo mais audiência.

Layout inicial do aluno Vitor Araujo Vasconcelhos

Westworld

As séries mais vistas do momento são Grey’s Anatomy, The Good Doctor, Riverdale, Supernatural, La Casa de Papel e a lista segue com vários nomes famosos. Elas estão entre os dez primeiros títulos mais vistos e são bem caras para as produtoras. Mesmo com o custo alto, o dinheiro que arrecadam começa quando a temporada é lançada e dura até o lançamento da próxima temporada.

Game of Thrones Essas séries fazem muito sucesso porque trazem temas do cotidiano mundial. Brooklyn Nine-Nine, agora da emissora NBC, é um exemplo.

A série é composta por dois personagens principais negros e buscam trazer assuntos atuais, do mundo real para o mundo ficcional. É uma fórmula que tem dado muito certo, já que a série foi renovada para a sexta temporada.

exemplifica o professor.

Existem outros jeitos de uma pessoa ser influenciada por uma série acompanhada por tanto tempo. Os que assistem a produção Grey’s Anatomy (ABC), por exemplo, costumam dizer que são formados em medicina há quinze temporadas, número que compõe o catálogo da série.

O psicólogo Antônio Cezana Piva Júnior, 32, explica que esses hábitos são causados pela importância que as pessoas dão às séries. “É parte do processo de aprendizagem e expressão da pessoa.

Mas, ao meu ver, as pessoas estão ocupando espaços vazios com fantasias.

Atualmente, pais e filhos conversam pouco, pois a atenção deles está mais voltada para universos fantásticos”, comenta ele.

Para o psicólogo, as séries costumam deixar marcas profundas. “É difícil largar algo que julgamos importante”, fala Antônio. Adotar um hábito de alguma série não é vista como hábito propriamente dito. “Acredito que a intenção é prolongar o prazer que se sente ao assistir. Por isso o assunto dura tanto para uma pessoa e considero isso uma experiência positiva. As pessoas somente precisam tomar cuidado com o excesso”, ressalta o psicólogo.

TENDÊNCIAS - Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Faesa - Vitória/ES