Revista Educação Integral - 8ª edição (março de 2019)

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um olhar atento e crítico para as necessidades específicas de cada bebê-criança? Como praticar a escuta dos bebês que ainda não falam? De quais formas podemos contribuir para que os bebês e crianças tornem-se protagonistas do processo de aprendizagem? Como construirmos momentos lúdicos de aprendizagens significativas? 1. Educação Infantil em São Paulo: um pouco de história A Educação Infantil no município de São Paulo possui uma bela trajetória. Inicialmente no ano de 1935, quando nosso ilustre Mário de Andrade ocupava o cargo de diretor no Departamento de Cultura da Cidade, foram criados os três primeiros parques infantis e caminhando um pouco mais a frente na história os Recatos Infantis, ambos os espaços tinham por objetivo principal acolher as famílias que se encontravam em situações de vulnerabilidade, atendendo às crianças destas famílias nos períodos em que os pais exerciam suas profissões. Ao longo dos anos, estes espaços, chamados à época de creches, foram recebendo mais atenção das autoridades e passando a incorporar questões educativas em seu currículo. Em 1988, nossa Constituição Federal definiu a Educação Infantil como um dos direitos das crianças e em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional acaba por consolidar o belíssimo trabalho realizado nestes espaços de Educação Infantil, incorporando- os como parte do Sistema Educacional, configurando a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica. Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e

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social, complementando a ação da família e da comunidade. ( LDB - Lei nº 9.394) A partir deste momento tão significativo para a Educação, a primeira infância e seus espaços de brincadeira e diversão passaram a ser a base do conhecimento que seria construído por nossos pequenos, com isso a criação de estímulos que viabilizassem a investigação, a descoberta de novos conhecimentos e a criatividade adentraram aos espaços de Educação Infantil. Isto nos remete à questão da formação humana [...] mas que ressalta a necessidade de promover o processo humanizado da criança. Esse processo requer e implica um projeto de educação infantil fundamentado em um conceito de educação para a vida, pois ele dará os recursos cognitivos iniciais para o pleno desenvolvimento da vida da criança. (MENDONÇA, 2012, p. 42). No início dos anos 2000, as creches deixaram de fazer parte dos espaços administrados pela Assistência Social e passaram a integrar a Rede Municipal de Ensino, o que novamente foi um marco, um divisor de águas, visto que a partir de então a Educação Infantil torna-se cada vez mais significativa no processo de ensino aprendizagem de nossas crianças. A Educação Infantil passa então a apresentar uma postura não apenas voltada para o lado assistencial dos cuidados e sim uma proposta mais abrangente envolvendo aspectos pedagógicos, abordando cada vez mais efetivamente o lúdico, as múltiplas linguagens da infância, a participação das crianças na construção de novos saberes. Ainda neste momento os profissionais que trabalhavam com as crianças da educação infantil deixaram de serem vistos como cuidadores e passaram a ser nomeados educadores. 2. Educação infantil – Função Pedagógica


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