Revista Extensão & Comunidade - CEFET-MG

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3.3 Núcleo sobre Estudos de Gênero e Diversidades (NEGED) É importante destacar que as desigualdades raciais e de gênero são duas variáveis capazes de explicar e exemplificar as desigualdades estruturantes da sociedade brasileira. Vale lembrar que em 1891, no Brasil, tem início uma campanha para que as mulheres pudessem votar, mas somente em 1934 elas puderam votar e serem votadas. Esta questão do voto feminino pode nos dar a dimensão da opressão e negação de oportunidades que sofrem as mulheres afro-brasileiras ao longo da história. Qual era o lugar ocupado pelas mulheres negras no imaginário social no momento da campanha pelo voto feminino no final do século XIX? Qual é o lugar social que este segmento ocupa hoje, no alvorecer do século XXI? As indagações continuam: Políticas de extensão incluem em seus eixos temáticos e linhas programáticas, temas como relações étnico-raciais, gênero e diversidade sexual? A relação entre ensino e extensão pressupõe quais transformações nos processos de ensino-aprendizagem e nos materiais didático-pedagógicos? A relação extensão e pesquisa é capaz de contribuir com processos de empoderamento, autonomia e melhoria das condições de vida da população? A extensão, de fato, promove a construção de uma multiplicidade de saberes alicerçados tanto nos conhecimentos acadêmico quanto nos conhecimentos que emanam das experiências e processos de aprendizagem do povo? Relações de gênero devem ser pesquisadas e contextualizadas, O sistema de estratificação social brasileiro está alicerçado em processos em que a cor da pele e raça, assim como a sexualidade e sexo funcionam como mecanismos de segregação e estratificação social. A Escola de Aprendizes Artífices inicia-se em 1909, vinte e um anos após a abolição do trabalho escravo no Brasil. A educação profissional e tecnológica, no contexto brasileiro, assume cada vez mais relevante papel social. É uma importante modalidade de ensino historicamente vinculada á inclusão e mobilidade social dos trabalhadores pobres e dos negros. Estes últimos, os negros, eram também descritos nos discursos republicanos e nas políticas educacionais de inícios do século XX como sendo os “desvalidos da sorte”. A institucionalização de uma Coordenação-Geral de Relações Étnico-Raciais, Inclusão e Diversidades efetiva-se a partir de um compromisso perene e responsabilidade histórica de promover práticas extensionistas pautadas pelo respeito aos direitos humanos. Para efetivarmos transformações sociais e educacionais é necessário, sobretudo, mudar o pensamento e as ações humanas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante destacar que as desigualdades raciais e de gênero são duas variáveis capazes de explicar e exemplificar as desigualdades estruturantes da sociedade brasileira. Vale lembrar que em 1891, no Brasil, tem início uma campanha para que as mulheres pudessem votar, mas somente em 1934 as mulheres puderam votar e serem votadas. Esta questão do voto feminino pode nos dar a dimensão da opressão e negação de oportunidades que sofrem as mulheres afro-brasileiras ao longo da história. Qual era o lugar que as mulheres negras ocupavam no imaginário social quando da campanha pelo voto feminino no final do século XIX? Qual é o lugar social que este segmento ocupa hoje, no alvorecer do século XXI? As indagações continuam: Políticas de extensão, no âmbito das instituições de ensino superior, incluem em seus | Revista Extensão & Comunidade | Volume 1 | Número 1 | Setembro de 2013 |

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