Dissertação de mestrado - Fabiano Dias

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A consolidação da morfologia urbana colonial da Vila da Vitória, no séc. XVIII, traz a reboque o adensamento de suas edificações típicas de dois ou três pavimentos, ocupando totalmente os estreitos lotes e os vazios remanescentes do núcleo original, aproximando-se em definitivo dos templos religiosos, como um dos pólos atrativos da época (Figura 84). Os únicos elementos urbanos que impedem a total sobreposição entre o sagrado e profano, na Vila, são, ainda, os largos e as cercas desses complexos religiosos.

Figura 84 – A consolidação da Vila colonial no séc. XVIII e ocupação adensada do platô original. Este desenho se baseia em outros realizados, no séc. XVIII, pelo engenheiro militar José Antonio Caldas Fonte: Desenho desenvolvido pelo autor

Tais complexos se conformam como elementos de estruturação da paisagem urbana pela sua presença na própria estrutura urbana, seguindo, como explica Simões Junior e Campos, o “uso português” das vias que tem nesses prédios seus referencias urbanos e visuais (SIMÕES JUNIOR e CAMPOS, 2013, p. 60). São Tiago e os conventos dos franciscanos e carmelitas sobressaem do entorno edificado, tanto por sua arquitetura de grandes proporções como pela disposição de suas cercas e largos que ainda, nesse momento, delimitam seu espaço sagrado com o profano da cidade. O casario que surge à sua volta se detém nesses limites, preservando a imponência do complexo jesuítico. O pátio jesuítico se completa com a quadra e é a partir dele que esta funciona pela distribuição de seus cômodos e funções. Este pátio encerrado não se abre mais à natureza, além do céu como cobertura; precisa das aberturas das portas e janelas para que o entorno que circunda o complexo adentre seu espaço, visualmente. Sua função é 221


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