Ano letivo 2023/2024



Introdução
A implementação do projeto Rato de Biblioteca surge de uma necessidade de proporcionar à comunidade educativa um programa de Educação Ambiental de forma a dar uma oportunidade de excelência para o desenvolvimento e valorização do meio local numa perspetiva ecológica e de cidadania.
Este projeto abrange atividades centradas na promoção da sustentabilidade e da cidadania realizadas em toda a comunidade uma vez que as crianças e jovens são considerados veículos de transmissão, por excelência, de comportamentos em defesa do ambiente junto da sua comunidade. O tema do ano letivo 2023/24, “@mar Vila Praia de Âncora, a energia que lhe dá vida”, pretendeu mostrar como a energia pode ser usada para impulsionar comboios, barcos, automóveis, controlar máquinas e eletrodomésticos, iluminar ruas e residências, embelezar jardins públicos… Ela está presente na vida de todas as pessoas, em todas as suas ações, como por exemplo, caminhar, correr, abrir a porta de casa e sair à rua. Todos os movimentos envolvem uma transformação energética. Assim, no desenvolvimento deste projeto, foram descobertas as ruas de Vila Praia de Âncora e quais as energias presentes nas mesmas, ou seja, aquelas que permitem dar vida a uma vila que no dia 8 de julho de 2024 fará cem anos de elevação a vila.
Para dar uma maior visibilidade ao projeto, aproveitaremos para desenvolver em simultâneo o programa Eco-Escolas. Deste modo, queremos preparar os alunos com uma formação crítica, criativa e inovadora, com a implementação do projeto Rato de Biblioteca, acreditando que as atividades de pesquisa serão um instrumento de autoconstrução da aprendizagem dos alunos e de desenvolvimento da sua autonomia.
Este projeto visou operacionalizar algumas dimensões do Projeto Educativo do Agrupamento cujo lema é “POR UMA
ESCOLA PÚBLICA DE QUALIDADE”
ao serviço da comunidade e está em consonância com a proposta pedagógica do Plano de Ação Estratégica para a Autonomia e Flexibilização Curricular – AFC - no Domínio das Atividades Curriculares, da Estratégia de Educação para a Cidadania do Agrupamento e do programa Eco-Escolas. Na sua implementação adotou-se uma metodologia de projeto em que os alunos foram os principais intervenientes em cada uma das etapas.
Identificação dos participantes
4.º ano de escolaridade – 41 alunos
5.º ano – 16 alunos
6.º ano – 18 alunos
Projeto “@mar Vila Praia de Âncora, um olhar sobre as ruas onde moramos”
Tema “@mar Vila Praia de Âncora, a energia que lhe dá vida”
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Objetivos
Conhecer as ruas de Vila Praia de Âncora
✓ Conhecer a definição de rua.
✓ Descobrir como foram criados os nomes das ruas de Vila Praia de Âncora.
✓ Conhecer as funcionalidades das ruas de Vila Praia de Âncora.
✓ Descobrir quais são as relações sociais e as representações da sociedade estabelecidas nas ruas de Vila Praia de Âncora.
✓ Descobrir como funciona a mobilidade urbana em Vila Praia de Âncora. Descobrir como a energia solar influencia as ruas de Vila Praia de Âncora
✓ Saber o que é energia solar.
✓ Descobrir se a energia fotovoltaica é conveniente.
✓ Conhecer a influência da energia solar nas pessoas de Vila Praia de Âncora.
✓ Conhecer a influência da energia solar nos jardins públicos de Vila Praia de Âncora.
✓ Descobrir quais as vantagens para a vila se fosse criado um parque solar no território.
Conhecer a energia eólica que é utilizada nas ruas de Vila Praia de Âncora
✓ Saber o que é energia eólica.
✓ Saber como a energia eólica funciona.
✓ Descobrir as vantagens da energia eólica.
✓ Descobrir se a energia eólica é utilizada na iluminação das ruas de Vila Praia de Âncora.
✓ Descobrir se o Parque Eólico de Arga produz impacto para o meio ambiente.
✓ Descobrir quais são as vantagens criadas no território pelo Parque Eólico de Arga.
Conhecer a energia hidroelétrica que é utilizada nas ruas de Vila Praia de Âncora
✓ Saber o que é energia hidroelétrica.
✓ Saber como a energia hidroelétrica funciona.
✓ Descobrir as vantagens da energia hidroelétrica.
✓ Descobrir de onde vem a energia hidroelétrica que ilumina as ruas de Vila Praia de Âncora.
✓ Descobrir se a central hidroelétrica do Alto do Lindoso produz impacto para o meio ambiente.
✓ Descobrir quais são as vantagens criadas no território pela central hidroelétrica do Alto do Lindoso.
Descobrir como os combustíveis fósseis influenciam as ruas de Vila Praia de Âncora
✓ Saber o que são os combustíveis fósseis.
✓ Conhecer os elementos que fazem parte dos combustíveis fósseis.
✓ Identificar problemas ambientais em Vila Praia de Âncora associados ao uso combustíveis fósseis e do gás natural.
✓ Identificar qual é o papel dos combustíveis fósseis na comunidade de Vila Praia de Âncora.
Comparar as energias em estudo
✓ Recolher os dados necessários para comparar as energias em estudo.
✓ Investigar soluções para tornar as ruas corresponsáveis, pois lugares inteligentes começam por ruas inteligentes.
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Conhecer as ruas de Vila Praia de Âncora
Os alunos começaram por definir o que é uma rua. Procuraram o significado da palavra no dicionário e concluíram que as ruas são espaços ladeados por casas, mas que também significa o espaço onde as pessoas vivem e que é um espaço de passagem e de permanência. A rua é onde os alunos têm a sua casa ou o seu apartamento, onde vivem e convivem com os seus vizinhos e é por ela que circulam as redes que tornam as suas casas mais confortáveis permitindo melhorar as suas condições de vida, trazendo-lhes maior bem-estar físico e psicológico. Descobriram que as ruas têm nome. Pesquisaram e falaram em casa sobre o que estavam a estudar. A família ajudou-os e foi apresentado o livro sobre a Toponímia de Vila Praia de Âncora que possibilitou outras pesquisas – o significado de toponímia, a descoberta do autor do livro, o convite ao professor Paulo Bento que lhes veio falar sobre as ruas de Vila Praia de Âncora e a relação que existe entre muitos dos nomes e os cem anos de história de Vila Praia de Âncora. Umas ruas ganharam o nome do lugar que atravessam, de pessoas notáveis ligadas à história ou de Gontinhães ou da Vila que este ano faz cem anos.

Cada um dos alunos pesquisou e realizou um trabalho em vídeo sobre a sua rua. Eles e os seus colegas descobriram que as ruas têm uma diversidade muito grande não só o formato ou o tamanho das casas, mas os serviços existentes: o comércio, as instituições, a Escola, os serviços de saúde, de segurança, de apoio social.




Os alunos, através da observação de um mapa gigante da freguesia fornecido pela Câmara Municipal de Caminha, ficaram a conhecer a localização de Vila Praia de Âncora, ou seja, uma freguesia do concelho de Caminha, com 8,15 km² de área, uma população de 4.623 habitantes, segundo os censos de 2021. É uma vila com todas as infraestruturas à exceção de finanças, notário e tribunal, as quais estão localizadas na sede do concelho, a cerca de 9 km, por estes motivos, tem relativa autonomia em todos os aspetos, a começar pelo comércio local, que é variado. Esta vila pertence ao chamado Vale do Âncora, cujos limites são definidos pela seguinte ordem: a norte, a freguesia

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Através das pesquisas e da observação do mapa descobriram-se as principais utilidades do mesmo: localização, comunicação, conhecimento (os mapas podem ser lidos, pois representam uma forma de linguagem, designando os seus significados através de cores e símbolos que devem ter os seus conteúdos expressos na legenda) e medir distâncias. Esta freguesia foi elevada à categoria de vila em 5 de julho de 1924, tendo alterado a sua designação oficial de Santa Marinha de Gontinhães para Vila Praia de Âncora através da lei 1616, de 5 de julho e publicada no “DIÁRIO DO GOVERNO” a 8 de julho. Os alunos adquiriram estes conhecimentos devido à colega Matilde, que com a ajuda do seu pai perguntaram aos vizinhos sobre a rua onde moravam. Qual a sua surpresa, quando bateram à porta do vizinho João e este diz-lhes que tinha um livro “Toponímia de Vila Praia de Âncora” de Domingos Vasconcelos, mas que o mesmo é raro pois, na altura em que foi editado, fizeram-se só 1000 exemplares. Uma descoberta fascinante e que a Matilde partilhou com os colegas na Biblioteca Escolar E assim descobriram-se com o apoio do dicionário da língua portuguesa o significado de duas palavras novas, toponímia e topónimo.

Na biblioteca aproveitou-se para explorar um bocadinho do livro encontrando nas suas páginas, a data e a lei que deu origem ao nome da Avenida 8 de Julho (rua de Vila Praia de Âncora), descobrindo que antigamente a legislação era publicada no “DIÁRIO DO GOVERNO” que hoje em dia se chama “DIÁRIO DA REPÚBLICA”.
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Projeto “@mar Vila Praia de Âncora, um olhar sobre as ruas onde moramos” Tema “@mar Vila Praia de Âncora, a energia que lhe dá vida” de Moledo; a nascente pela freguesia de Vile; a sul pelo rio Âncora e a freguesia de Âncora e a oeste o oceano Atlântico
Através da leitura e exploração do livro ficaram-se a saber fatos importantes sobre a vila. Um que chamou a atenção dos alunos foi que, em 1904, um grupo de ancorenses fundou o 1.º jornal do Vale do Âncora, “A VOZ DO ÂNCORA”, semanário. Um dos seus redatores, António Paula, dá o nome a uma das ruas.
Os alunos descobriram que na escrita das suas moradas havia dígitos “números”, os códigos postais, como a curiosidade é própria destes jovens pesquisadores, quiseram saber qual era a importância do código postal, o que significavam os dígitos nele presentes e fizeram uma pequena entrevista num Ponto dos CTT próximos na escola.
Com a informação recolhida concluíram que o código postal é uma sequência numérica ou alfanumérica (mistura letras e números) usada pelos serviços dos correios e logística pelo mundo para, identificar moradas. Assim, um código postal corresponde sempre a um determinado local, que pode ser uma rua ou até uma região ou um município.


No dia 15 de novembro, a Biblioteca Escolar recebeu um convidado muito especial, o Sr. João, carteiro há 32 anos. O Sr. João explicou aos alunos que, em 1978, o código postal só tinha quatro dígitos (que passariam a sete em 1998) os quais facilitaram a identificação dos concelhos dos destinatários da correspondência, permitindo ultrapassar problemas de endereçamento e toponímia.




O Sr. João partilhou um pouco do seu dia a dia como carteiro referindo “Há, no edifício dos correios em Caminha, uma máquina que separa alguma correspondência através da leitura dos códigos postais que vem do Centro de Tratamento. Depois é necessário separar manualmente o correio consoante os giros e a ordem de entrega. Cada carteiro prepara o próprio giro, faz os maços
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consoante o percurso e dá início à distribuição. No regresso, temos de prestar contas do correio distribuído e do que voltou para trás.”
Segundo o Sr. João “O carteiro quando está a realizar o seu trabalho na entrega da correspondência, leva às pessoas, um sentimento de cidadania, de pertença e de inclusão social. Muitas pessoas cumprimentam-me alegremente e brincam ao receber as correspondências. Ao longo da minha vida como carteiro estabeleci um forte o laço de empatia com a população.”

No início do projeto o Turismo de Vila Praia de Âncora facultou aos alunos um mapa com as ruas da freguesia, o qual foi trabalhado na sala de aula, até que surgiu um problema: "Onde está a Rua Aniceto Pontes?

E quem foi António Pontes para ter uma rua com o nome dele?". A confusão instalou-se, mas a procura pela verdade não parou por ali. Era preciso pesquisar e investigar o que se estava a passar.


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O coordenador da escola, prof. Flamiano, esclareceu quase tudo. Só fic por descobrir a localização correta da Rua Aniceto Pontes e da Rua António Pontes.



Os alunos perguntaram ao Sr. João, o carteiro, que disse não conhecer nenhuma Rua António Pontes em Vila Praia de Âncora. No entanto, foi até à localização do mapa da rua António Pontes e verificou que a rua se chamava Aniceto Pontes.

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Os alunos, habituados a desenvolver estes projetos, sabem que, muitas vezes, as páginas da internet contêm erros, assim, descobriram que o erro no nome da rua tinha como origem o Google Maps, pois o mapa cedido pelo Turismo de Vila Praia de Âncora tinha sido imprimido nessa fonte. Logo de seguida fizeram a correção do nome da rua na internet para informar a Google do equívoco, dirigem-se à Junta de Freguesia e ao Turismo de Vila Praia de Âncora para os alertar sobre o erro no nome da rua e pediram para que os mapas não fossem distribuídos pelas pessoas sem que a devida correção seja levada a cabo.





Se dúvidas ainda restavam, foram dissipadas. Aproveitando um bocadinho de sol, no dia 21 de novembro, os envolvidos no projeto partiram à descoberta da Rua Aniceto Pontes




Prestamos aqui a homenagem ao construtor civil de Lisboa, Aniceto Rodrigo Pontes, que ofereceu um belo monumento, o Calvário, a Vila Praia de Âncora.
“CALVÁRIO DE VILA PRAIA DE ÂNCORA / MONTE DO CALVÁRIO
Santuário implantado no Monte do Calvário, amplo miradouro sobre a foz do rio Âncora e Vila Praia de Âncora. É composto por escadório com catorze cruzes
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marcando as estações da Via-Sacra, algumas delas refeitas após restauro de 1904, possuindo a existente, junto à capela, no topo, a data de 1678. A capela chamada do Divino Salvador de Bulhente, transladada para este local em 1717 por ordem do Arcebispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles, é rodeada por adro murado com plátanos, tílias, freixos e um notável sobreiro. Atrás da capela existe uma fonte neoclássica com a data de 1882 e a encosta do monte, com caminhos serpenteantes, com bancos e mesas e um auditório ao ar livre, culminando, no topo, numa pequena capela dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, oferecida em 1926 por Aniceto Rodrigo Pontes, construtor civil de Lisboa, como atesta a lápide na fachada. A preceder esta capela o amplo miradouro sobre a paisagem. O monte possui sobreiros, pinheiros, acácias e ciprestes de Lawson.”
Fonte: https://jardinshistoricos.pt/ad/218; Associação Portuguesa de Jardins Históricos
Inventário: Joaquim Gonçalves - outubro de 2018.
Para assinalar a quadra natalícia, no final da tarde do dia 4 de dezembro, os alunos promoveram um momento especial deste projeto, o qual faz parte da sua caminhada como estudantes, através da Inauguração de uma árvore "As Ruas onde Moramos" em homenagem às mesmas.



A cerimónia começou com o agradecimento da presença de toda a comunidade educativa, famílias, associação de pais, Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, Município de Caminha e direção do nosso querido Agrupamento. A inauguração da iluminação da árvore foi feita com a colaboração do Clube de Música, acompanhado pela professora Manuela Moura, que apresentou “Gontinhães”, obra do compositor Rudesindo Soutelo.
Ao longo dos tempos, muitos escritores conhecidos e menos conhecidos dedicaram a sua escrita às ruas. Os alunos convidaram os presentes a escutar a declamação de alguns desses poemas. Houve, também lugar para um agradecimento muito especial ao compositor Rudesindo Soutelo e ao escritor do livro “Toponímia de Vila Praia de Âncora”, Domingos Manuel de Paula e Vasconcelos.
Para finalizar, os alunos convidaram os presentes a escrever um sonho para a sua rua num placar e, em troca, receberam um sonho delicioso confecionado pela cantina da escola.
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No final, em coro, os jovens estudantes deixaram a seguinte mensagem "Não se esqueçam, nós somos fruto da sociedade, as ruas contam a nossa história e a dos outros!"



Em aulas de campo os alunos aperceberam-se da geometria das ruas, da lógica dos números, das sinaléticas, da mobilidade urbana e das fontes de energia que mantém as ruas vivas e construíram os seguintes quadros contextuais:


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Energia
Para perceber o que é a energia foi criada pelas professoras uma ficha de trabalho, a qual foi aplicada na sala de aula às turmas.
Os alunos com a leitura e interpretação de um texto descobriram conceitos muito importantes sobre a energia.





Através do desenho, na aula de expressão plástica, foi proposto aos alunos a realização de um desenho onde mostrassem os locais em que se encontra energia nas ruas onde moram.
Mas afinal, o que é a energia? A energia é a capacidade de produzir trabalho ou de realizar uma ação, a qual tem origem em dois tipos de fontes de energia: as renováveis e as não renováveis.
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Quando acordamos todas as manhãs, vemos e sentimos a maior fonte de energia da Terra: o sol! O sol provoca a evaporação da água do mar e dos rios e a formação de nuvens de chuva, ou seja, é responsável pelo o Ciclo da Água. Ao aquecer a terra, ajuda a criar ventos. As plantas usam o sol para crescer. Uma pessoa pode usar o sol diretamente como fonte de energia ou usar outras fontes de energia afetadas pelo sol.
Hoje, convivemos com diferentes formas de energia que utilizamos no nosso dia a dia. Nas nossas ruas, casas, escola temos lâmpadas, computadores, frigoríficos, televisões, baterias… todos precisam de energia para funcionar. Um papagaio de papel no ar utiliza a energia do vento, uma panela no fogão utiliza a energia do fogo para cozinhar alimentos, uma criança a correr utiliza a energia dos alimentos que ingere, uma televisão utiliza eletricidade quando assistimos a um documentário, a maioria dos automóveis a andar utiliza energia dos combustíveis fósseis... Portanto, basta estarmos atentos ao dia a dia, para encontramos formas de utilizar a energia, como, por exemplo, quando tomamos banho quente, utilizamos energia para aquecer a água, seja a energia elétrica, o gás natural ou a energia solar.
Através da observação direta, em aulas de campo, os alunos perceberam que existem diferentes formas de energia ao seu redor e entenderam a definição de energia no dicionário: “energia é a capacidade de um sistema realizar trabalho”. “Trabalho” significa movimento, rotação, transformação. A ciência ensina que a energia existe em grandes quantidades no universo e não aumenta nem diminui, mas sofre muitas mudanças. Portanto, a energia é muito importante para a nossa sobrevivência e conforto, e faz parte da história da humanidade que ao longo do tempo aperfeiçoou formas de a transformar e utilizar a nosso favor. Mas, nestes processos de mudança energética, quase sempre criamos um impacto ambiental, ou seja, prejudicamos a flora, a fauna ou as pessoas, criamos resíduos ou corremos o risco de esgotar os recursos naturais. Logo, temos a responsabilidade de garantir que a energia não seja mal utilizada ou desperdiçada.
Não nos podemos esquecer que existem dois tipos de fontes de energia: renováveis e não renováveis. As fontes renováveis são assim chamadas porque possuem energia substituta natural, como a luz solar, a energia eólica (vento) e a energia hidroelétrica (água). As não renováveis são finitas e consistem na utilização de recursos naturais do planeta que se esgotam, como por exemplo, os combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural
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Nesta altura do projeto, uma questão surgia na mente dos alunos “De onde vem a energia que dá vida a Vila Praia de Âncora?”. Para responde a esta questão foi analisada uma fatura de eletricidade na sala de aula, de seguida os alunos em casa, observaram as suas faturas, explicando às famílias a importância da leitura atenta desse documento.
Como ler a fatura da eletricidade e gás natural?
Na 1.ª página da fatura destacam-se os valores devidos por cada componente energética acordada, serviços adicionais (caso os tenha), taxas e impostos, bem como fornecer valores numéricos.
Na 2.ª página encontram-se informações de facturamento, explicação do consumo total faturado e textos explicativos sobre as taxas e impostos a serem pagos.
A última página possui uma área ilustrativa sobre eficiência energética com o histórico de consumo, gráfico que explica a origem da energia e os dados para o pagamento.
Que taxas, impostos e contribuições são cobrados e o que são?
As taxas, impostos e contribuições aplicados à componente eletricidade são:
✓ Imposto Especial de Consumo de Eletricidade (IEC)
O Imposto Especial de Consumo de Eletricidade (IEC) integrado na subcategoria de imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) é pago ao Estado. Este imposto foi criado em 2013 e é composto por um termo variável a aplicar ao consumo de gás natural. A taxa para a eletricidade em Portugal Continental está fixa em 0,001 € por kWh.
✓ Taxa de Exploração Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG)
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A Taxa de Exploração da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) corresponde à taxa de utilização e exploração das instalações elétricas e é paga ao Estado. É uma taxa fixa cujo valor é determinado pela Direção-Geral de Energia e Geologia.
✓ Contribuição para o Audiovisual (CAV)
A Contribuição para o Audiovisual destina-se a financiar o serviço público de radiodifusão e de televisão, sendo entregue à Autoridade Tributária e Aduaneira que posteriormente a entregará à Rádio e Televisão de Portugal, S.A. Esta contribuição tem um valor mensal de 2,85 € + IVA (6%).
✓ Redução do IVA para 6% Componente Fixa
De acordo com o Decreto-Lei n.º 60/2019 publicado em 13.05.2019 foi determinada a aplicação da taxa reduzida do IVA de 6% à “componente fixa das tarifas de acesso às redes nos fornecimentos de eletricidade, correspondentes a uma potência contratada que não ultrapasse os 3,45 kVA, e nos fornecimentos de gás natural, correspondentes a consumos em baixa pressão que não ultrapassem os 10.000m3 anuais”.
As taxas e impostos aplicados à componente gás natural são:
✓ Imposto Especial de Consumo de Gás Natural Combustível (IEC)
O Imposto Especial de Consumo de Gás Natural Combustível (IEC) integrado na subcategoria de imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) é pago ao Estado. Este imposto foi criado em 2013 e é composto por um termo variável a aplicar ao consumo de gás natural. O valor da taxa para 2020 equivale a 0,00589 € por kWh.
✓ Taxa de Ocupação do Subsolo (TOS)
A Taxa de Ocupação do Subsolo (TOS) corresponde à taxa de utilização e aproveitamento do domínio público e privado municipal. É definida por cada município e deve ser paga pelos seus consumidores de gás natural. Esta taxa é composta por um termo variável, aplicado sobre o consumo de gás natural (kWh) e por um termo fixo, aplicado sobre o número de dias do período de faturação.
✓ Redução do IVA para 6%
De acordo com o Decreto-Lei n.º 60/2019 publicado em 13.05.2019 foi determinada a aplicação da taxa reduzida do IVA de 6% à “componente fixa das tarifas de acesso às redes nos fornecimentos de eletricidade, correspondentes a uma potência contratada que não ultrapasse os 3,45 kVA, e nos fornecimentos de gás natural, correspondentes a consumos em baixa pressão que não ultrapassem os 10.000m3 anuais”
Ainda de acordo com o mesmo Decreto-Lei, “os montantes variáveis a pagar em função do consumo e as componentes fixas dos fornecimentos de eletricidade cuja potência
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ultrapasse 3,45kVA e dos fornecimentos de gás natural em baixa pressão que ultrapassem 10.000m3 anuais continuam a ser tributados à taxa normal de IVA de 23%”.
Toda a informação relativa “Como ler a fatura da eletricidade e gás natural?” foi transcrita pelos alunos, da fatura observada, na sala de informática, nas aulas de competências digitais







Após a analise dos dados das faturas, os alunos decidiram estudar/comparar as seguintes energias presentes nas ruas onde moram: solar, hídrica, eólica, combustíveis fosseis – petróleo e gás natural.
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Energia solar
Antes de falar da energia solar, sentimos a necessidade de falar da fonte que a gere, o Sol, uma estrela e nós na Terra somos o terceiro planeta que o orbita. Fornece-nos calor e é uma excelente fonte de energia luminosa, essencial para a sobrevivência de muitos seres vivos.

Vila Praia de Âncora tem muitos espaços verdes, entre os quais jardins públicos, muito bem cuidados, além de uma fauna e flora muito variada sobretudo no sapal do rio Âncora, sendo habitada por mais de 4000 habitantes, uma costa arenosa (praia) e um cordão dunar, assim, importa conhecer qual influência do sol no seu dia a dia desta vila.

A intensidade do sol pode variar de acordo com a estação. No inverno e no outono, por exemplo, os dias são mais curtos e por isso temos menos sol. Na primavera e no verão os dias são mais longos, por isso temos mais sol. Essas mudanças na incidência do Sol são observadas nas diferentes estações do ano devido ao movimento de translação, ou seja, quando a Terra dá uma volta completa em torno do Sol. Esse movimento dura 365 dias e 6 horas, ou 1 ano. Assim, na mudança da incidência do sol, entendemos que as plantas produzem flores e frutos em épocas diferentes. A primavera, por exemplo, é a época em que as flores são mais produzidas, e o outono é a época em que as folhas caem mais das árvores e produzem mais frutos.
A fotossíntese é o processo através do qual a energia radiante do sol é capturada e transformada em matéria orgânica, em especial, a glicose. Só alguns organismos vivos realizam fotossíntese: plantas, algas e algumas bactérias que possuem clorofila, essencial para o desempenho do processo. Esses organismos utilizam a energia solar para converter CO2 (dióxido de carbono) e H2O (água) em moléculas complexas, das quais toda a vida no planeta necessita. Durante o processo, os seres fotossintetizantes, libertam O2 (oxigénio) para o ar que respiramos.
A fotossíntese é, sem dúvidas, o processo mais importante que ocorre na Terra. Toda a vida no nosso Planeta depende deste processo. Mesmo os animais carnívoros dependem da fotossíntese, pois comem outros animais que se alimentam de vegetais. As plantas são a base de qualquer cadeia alimentar.
A fotossíntese retém o carbono da atmosfera, isto é, durante a respiração dos animais, ocorre o consumo e oxigénio e liberação de gás carbónico, as plantas na fotossíntese fazem exatamente o oposto.
Nós, seres humanos, e todas as outras formas de vida, somos totalmente dependentes da fotossíntese, seja porque é um processo que nos fornece alimento e oxigénio seja porque ameniza
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a temperatura da Terra. O facto é que a sobrevivência de todos depende da continuidade desse processo.
Quando vemos também a influência do sol no mundo animal, vemos que no inverno temos os dias e as noites mais frios. Neste momento, muitos animais entram em hibernação, que é um longo período de sono que lhes permite conservar energia e não precisam procurar comida. O verão é uma época mais quente e com mais luz solar, por isso os animais tendem a sair em busca de alimento e de um parceiro para acasalar e ter filhotes.
O sol é o principal responsável por estimular a produção de vitamina D pelo corpo, mas também pode ajudar a regular o humor, controlar o estresse, melhorar o sono e reduzir a pressão arterial.
Conselhos para que aproveite o sol com segurança
Horário seguro: prefira se bronzear pela manhã, antes das 10h, ou à tarde, depois das 16h. Durante estes períodos, a radiação solar é mais fraca e, portanto, representa menos risco para a pele.
Proteção da pele: aplique protetor solar todos os dias, várias vezes ao dia, principalmente no rosto, que é a parte do corpo mais exposta durante o dia.
Hidrate-se por dentro: beba bastante água durante e após a exposição solar. Quando estamos expostos ao sol, nosso corpo tende a suar mais, eliminando assim líquidos. Portanto, é necessário repor esta quantidade para evitar a desidratação.
Outros cuidados: além de tomar bastante líquido, não se esqueça de hidratar bem a pele após um belo dia de sol.


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A energia solar é uma forma de energia renovável obtida diretamente do sol. Esta fonte utiliza radiação solar ou calor para gerar eletricidade, tornando-se uma alternativa limpa e sustentável às fontes de energia que emitem poluentes atmosféricos.
É considerada uma fonte de energia inesgotável e abundante porque o sol emite constantemente uma enorme quantidade de radiação que pode ser aproveitada. Além disso, o seu uso reduz a dependência de combustíveis fósseis e combate as mudanças climáticas, pois não gera gases de efeito estufa durante a sua utilização
A energia solar é produzida por tecnologias como a eletricidade solar e a energia solar térmica. A energia fotovoltaica converte a luz solar diretamente em eletricidade através de painéis solares, enquanto a energia solar térmica utiliza espelhos para concentrar o calor do sol e gerar vapor que aciona turbinas que produzem eletricidade.
Vantagens para a vila se fosse criado um parque solar no território
A energia solar é uma fonte de energia renovável gerada pelo calor emitido pela radiação solar.
A sua função é converter a energia térmica dos raios solares em eletricidade. É dividido em fotovoltaico e heliotérmica de acordo com a forma de obtenção e produção de energia elétrica.
Baixo impacto no meio ambiente, o que permite ser classificado como fonte de energia limpa.
As desvantagens seriam:
Depende muito das condições geográficas e climáticas das áreas de produção de energia;
O alto custo de instalação e operação dos parques fotovoltáicos é um fator que limita o uso desta fonte de energia.

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Ao longo do desenvolvimento do projeto e para compreender melhor este tipo de energia os alunos e escola desenvolveram algumas atividades entre as quais se destacam a horta biológica na escola envolvendo as famílias e visita de estudo às estufas de São Brás (localizadas em Vila Praia de Âncora e que se dedica à produção de flores).









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Energia eólica
A energia eólica é aquela que transforma um recurso natural inesgotável, o vento, em eletricidade. É uma contribuição sustentável e valiosa para o futuro. A construção de um parque eólico exige a instalação de aerogeradores em terra ou no mar, os quais passaram a fazer parte da paisagem nos últimos anos.

Os aerogeradores devem estar orientados na direção do vento (isso acontece graças ao aerogerador localizado na gôndola). A partir daí, a força das correntes de ar opera as três partes principais do aerogerador: o rotor, a caixa multiplicadora e o gerador.
Todas as turbinas eólicas do parque eólico estão ligadas por cabos subterrâneos que transportam a energia elétrica até à estação de conversão. A partir daí, é transportada através das redes de distribuição de diversas empresas elétricas para, por exemplo, residências, fábricas ou escolas.
A energia eólica oferece uma série de vantagens tanto para as empresas que nela investem como para a sociedade, ajudando a minimizar os efeitos das alterações climáticas:
Limpa, por não necessitar de processo de combustão, é uma energia com baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE), grande responsável pelo aquecimento global;
Inesgotável, o vento é um recurso natural ilimitado, assim como a sua utilização, desde que haja correntes de ar suficientes;
Barata, tanto o kW produzido como os custos de manutenção são bastante baixos. Em áreas com ventos mais fortes, os benefícios são ainda maiores;
Baixo impacto, os parques eólicos são instalados após pesquisa e planejamento minuciosos. Além disso, são feitos esforços, para encontrar zonas despovoadas para evitar efeitos negativos sobre os habitantes;
Criação de empregos verdes - De acordo com a Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), a energia eólica emprega atualmente mais de 1,2 milhões de pessoas e o número de empregos verdes continua a crescer.
Segundo o relatório EMPREENDIMENTOS EÓLICOS DA ESPIGA, S.A. o Parque Eólico de Arga produz impactos negativos e positivos
“Impactes negativos
- Perturbação que se faz sentir sobre a fauna, fundamentalmente avifauna e morcegos, existentes na zona, pela presença e funcionamento dos aerogeradores. De um modo geral
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o impacte é mais elevado sobre as aves migradoras. Neste âmbito é de referir que não é conhecido nenhum corredor migratório sobre a área prevista para instalação do sobreequipamento do Parque Eólico de Arga Os restantes animais, segundo mostra a experiência, adaptam-se, acostumando-se ao ruído e presença dos aerogeradores. Relativamente aos acidentes de colisão com os aerogeradores, estes, segundo os vários estudos que se têm feito sobre parques eólicos relativamente às aves e morcegos, são em número reduzido, apesar de ocorrerem com maior incidência no grupo dos morcegos.
- O impacte paisagístico da presença dos aerogeradores, que apesar de ser uma questão subjetiva, é de referir que os aerogeradores previstos no presente projeto serão instalados em zonas adjacentes a áreas onde já estão instalados um número considerável de aerogeradores, o que pode já ter diminuído algum do valor paisagístico e qualidade cénica da paisagem.
Impactes positivos
- Exploração do sobreequipamento do Parque Eólico de Arga como aproveitamento de um recurso energético natural, renovável, endógeno, que contribui para a diminuição da emissão de poluentes responsáveis pelo efeito de estufa, alterações climáticas e chuvas ácidas; e
- Benefícios económicos para as juntas de freguesia, decorrentes do arrendamento dos terrenos afetos ao sobreequipamento do Parque Eólico de Arga, e para a Câmara Municipal de Caminha, conforme legislação em vigor.
Conclui-se assim, que a maioria dos impactes negativos resultantes da implantação do sobreequipamento do Parque Eólico de Arga, fazem-se sentir principalmente durante a fase de construção e que, se forem aplicadas corretamente as medidas mitigadoras indicadas, os impactes identificados serão em grande parte reduzidos.” (EMPREENDIMENTOS EÓLICOS DA ESPIGA, S.A. SOBREEQUIPAMENTO DO PARQUE EÓLICO DE ARGA ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL, VOLUME 3 – RESUMO NÃO TÉCNICO, T557.1.2 JUNHO, 2012)
Para compreender melhor esta energia, no dia 6 de maio, os alunos, realizaram uma visita de estudo ao parque eólica da Espiga, onde observaram diretamente como é produzida a energia eólia através dos aerogeradores.
“O Parque Eólico de Espiga localiza-se na zona Norte de Portugal Continental, na serra de Espiga, concelho de Caminha, no monte de Santo Antão, freguesia de Vilarelho, distrito de Viana do Castelo. O parque é constituído por 3 aerogeradores com a potência unitária de 2 MW, ligados ao Posto de Corte por meio de cabos elétricos subterrâneos e posteriormente ligado à subestação da REN por linha aérea. O parque está desenvolvido em cerca de 3.600 ml de acessos. Foram ainda executados cerca de 4.800 ml de drenagens longitudinais, 48 unidades de drenagens transversais e uma área de recuperação ambiental na ordem dos 9.500 m2. Além da execução de um posto de corte, foram executados 1.200 ml de valas de cabos, bem como 3 plataformas com cerca de 1.400 m2 cada uma, para apoio à montagem dos aerogeradores. Foram utilizados cerca de 1.000 m3 de betão, 99 ton de aço e 7.800 m3 de ABGE.” (Empreendimentos Eólicos da Espiga, S.A., Ficha técnica)




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Energia hidroelétrica
A água é um recurso natural abundante no planeta, essencial para a existência e sobrevivência das diferentes formas de vida e a fonte para a produção de energia hidroelétrica. Trata-se de uma substância química formada pela junção de dois átomos de hidrogénio (H) e um átomo de oxigénio (O), logo a fórmula da água é H2O. Ela é importante para manter a vida no planeta. Tem como funções principais: hidratar os seres vivos, manter o equilíbrio da biodiversidade e permitir o desenvolvimento de atividades pelos seres humanos.
A água forma os ecossistemas aquáticos, oceanos, rios, lagos e pequenos cursos de água, permitindo a existência de diferentes tipos de animais, possibilitando as relações ecológicas. Ela infiltra-se nos solos sendo a responsável pela sua humidificação, favorecendo o crescimento e desenvolvimento da vegetação. No meio ambiente, a água também é capaz de regular a temperatura, tornando a sensação térmica mais agradável.


Através das pesquisas elaboradas, os alunos ficaram a saber que a energia hídrica, é a produção elétrica por aproveitamento dos recursos hídricos, uma forma de produção mais barata e menos poluente. Para ser possível produzir eletricidade com recurso à energia cinética da água, é necessário captar e armazenar este recurso. Isto é possível graças à construção de barragens e de centrais hidroelétricas. Assim, a água acumulada numa represa é transportada através de uma conduta desnivelada que vai ficando mais estreita de forma a aumentar a velocidade de deslocamento de água. Na entrada desta conduta tem uma grade que não deixa entrar objetos destrutivos e uma comporta que permite regular o caudal de água. A água circula através da turbina antes de seguir para o exterior, sendo a sua energia cinética convertida em energia elétrica num gerador. O fluxo da energia elétrica produzida é regularizado numa central transformadora e a seguir é enviada através de cabos de alta tensão para uma estação transformadora próximo do local do consumo. Neste tipo de energia existem várias vantagens:
É uma fonte de energia limpa e renovável. Não emite gases de efeito estufa (GEE) ou outros poluentes atmosféricos, ao contrário dos combustíveis fósseis;
É mais estável e previsível do que outras fontes renováveis, como a energia eólica ou solar;
É uma das fontes de energia renovável mais baratas, principalmente em países com muitos recursos hidroelétricos;
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Ajuda a diminuir a dependência de combustíveis fósseis, como o petróleo, gás e carvão, para a produção de eletricidade;
Além da geração de eletricidade, as centrais e barragens ajudam a controlar os riscos de inundações e são fontes de irrigação e de água potável limpa. Contudo, também existem desvantagens como:
A construção das centrais hidroelétricas pode causar impactos ambientais, como a deslocação de populações, o desaparecimento de alguns habitats e o desaparecimento de ecossistemas fluviais;
Tem elevados custos na criação de todos os equipamentos necessários à sua recolha.
Em Portugal temos 59 centrais hidroelétricas, sendo a EDP a maior produtora de energia hidroelétrica do país.
Ao longo do ano letivo foram realizadas várias tentativas de contacto à central hidroelétrica do Alto do Lindoso para uma visita de estudo às suas instalações, mas nunca obtivemos resposta.


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Combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis estão em constante uso em Vila Praia de Âncora, pois a grande maioria dos veículos motorizados consomem energia cuja matéria prima é o petróleo (gasolina e gasóleo). Em todas as ruas é comum ver estes veículos em movimento ou estacionados. Os gasodutos que levam o gás natural às habitações e espaços dedicados à restauração não estão visíveis aos nossos olhos, mas ocupam o subsolo das ruas desta linda vila.
Os combustíveis fósseis são chamados de energias não renováveis, pois, as suas reservas no planeta Terra são limitadas e demoram milhões de anos para se formar, ou seja, no futuro esgotar-se-ão e não serão repostas
Os alunos descobriram que a origem do petróleo está relacionada com a decomposição de restos de animais e vegetais ao longo do tempo, sendo composto basicamente por hidrocarbonetos, como o carbono e o hidrogénio. Utilizado como fonte de energia e matéria prima para os diversos usos humanos. Os principais derivados são: gasolina, óleo diesel, gás liquefeito, lubrificantes, querosene, plástico e asfalto. A sua extração necessita da realização de perfurações nas bacias sedimentares onde se localiza esse recurso.
A exploração mundial deste combustível foi iniciada, no século XIX, por meio da perfuração e exploração em escala comercial dos primeiros poços petrolíferos. A utilização no século XX aumentou significativamente, logo, foram expandidas as áreas produtoras de petróleo. A sua exploração e utilização geram inúmeros impactos no meio ambiente, como a poluição da água, do ar e do solo.

O gás natural é um combustível fóssil que se encontra na natureza, normalmente em reservatórios profundos no subsolo, associado ou não ao petróleo. Resulta da degradação da matéria orgânica, fósseis de animais e plantas pré-históricas, sendo retirado da terra através de perfurações.
Portugal não possui reservas de gás natural e por isso necessita de o importar. O aprovisionamento de gás natural para o mercado português é efetuado através de contratos de longo prazo, em que os principais países fornecedores são a Argélia e a Nigéria. Para além disso, Portugal recebe ainda este recurso no seu estado líquido – o GNL (Gás Natural Liquefeito), através de navios-tanque que atracam no terminal de gás natural de Sines e através de gasodutos localizados em Campo Maior.
Chega a Portugal através de gasodutos ou por mar e é armazenado em instalações próprias que permitem o abastecimento às redes de transporte em condições de segurança. Entre a rede de transporte e as instalações de consumo, existem as redes de distribuição, que reduzem a pressão e escoam os fluxos de gás natural para os consumidores.
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Quando os combustíveis fósseis são queimados, libertam dióxido de carbono (CO2) e outros gases com efeito de estufa (GEE), que retêm o calor na nossa atmosfera e são os principais responsáveis pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas. Vantagens da utilização destes combustíveis fósseis como energia
Possuem alta eficiência energética em comparação com outros tipos de energia e produzem quantidades significativas por unidade de peso.
Os seus reservatórios geralmente são fáceis de encontrar, de extrair e processar.
Possuem melhor custo/benefício do que as fontes de energias alternativas. Desvantagens da utilização de combustíveis fósseis
Quanto mais reduzida a disponibilidade destes combustíveis, devido ao intenso uso das suas reservas, mais elevados ficam seus preços no mercado, este fato tem-se verificado nos últimos anos em Portugal. Em Vila Praia de Âncora, muitos consumidores optam por encher os depósitos dos seus veículos em Espanha, dada a proximidade deste país e dos preços serem muito menores.
Estão relacionados a diversos problemas ambientais, como emissão de gases poluentes para a atmosfera, que contribui para o aumento do efeito estufa.
Erros no armazenamento e extração do gás natural e petróleo podem causar muitos problemas sérios ao meio ambiente e à saúde, por exemplo, marés negras.
Em Vila Praia de Âncora existem um posto de venda de combustíveis, por motivos de segurança não foi autorizada a visita de estudo ao mesmo nem a captação de imagens.


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Conclusão
Ao longo das pesquisas foram executadas várias atividades com o objetivo de que todos fiquem a conhecer melhor as ruas de Vila Praia de Âncora e a energia que lhes dá vida.
Uma dessas atividades foi a colaboração na composição de uma música e escrita de uma letra alusiva ao tema, que foi desenvolvida na aula de educação musical, pela professora Manuela Moura. Assim nasceu a canção “As ruas” que está a ser ensaiada semanalmente para ser apresentada no encontro final do projeto.
As ações de sensibilização e educação ambiental visam estimular nos cidadãos mudanças de condutas e comportamentos, em particular ao nível do espírito de participação e responsabilidade civil. Assim, participaram numa


Assembleia Magna na qual expuseram as suas preocupações com o futuro da escola e da vila. Ao longo da 1ª semana de maio, os alunos realizaram várias campanhas de sensibilização na comunidade escolar. No dia 10 de maio, na festa Vila Praia em Flor, desfilaram pelas ruas e realizaram uma campanha de sensibilização na comunidade educativa para alertar a mesma para o uso da energia. Através das palavras e de panfletos demonstraram à população a importância da utilização das energias renováveis no nosso dia a dia, concluindo desta forma a sua função de cidadãos proativos, pois como dizem “Não se esqueçam, nós somos fruto da sociedade, as ruas contam a nossa história e a dos outros! O futuro por uma freguesia e planeta mais sustentável começa hoje e não em 2050!” .
Após uma reflexão deste estudo, concluiu-se que muito há a fazer em Vila Praia de Âncora no âmbito das energias, sobretudo as renováveis. Ao longo deste ano letivo verificaram que Vila Praia de Âncora e as suas ruas começam a dar passos no caminha correto, pois verificaram que já existem carregadores de cargos elétricos, candeeiros e até desfibrilhadores com painéis solares.




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Os alunos debateram nas salas de aulas os resultados e irão desenvolver as seguintes ações:
•Continuar a dinamizar campanhas de sensibilização e distribuição de panfletos pela comunidade educativa, pois passar a palavra é fundamental na opinião dos jovens pesquisadores.
•Dinamizar uma reunião com o Presidente da Câmara de Caminha e com o Presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora onde será apresentado este estudo e pedidos os seguintes apoios:
•Pedir que o este estudo seja divulgado nas páginas do Município e da Junta de Freguesia para que possa chegar a toda a população.
•Mover esforços para que os alunos possam ir às rádios e jornais locais sensibilizar a comunidade para a utilização de energias renováveis”.



Foram produzidas publicações referentes a todas as fases do projeto no blogue “@mar” criado pelas turmas para a divulgação do projeto com o link https://gaivotasva2ab.blogspot.com/ (ver publicações a partir de setembro de 2023).
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