Expositor Cristão abre o ano com o tema da graça de Deus

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EXPOSITOR CRISTÃO, ELEITO O MELHOR JORNAL CRISTÃO DO BRASIL E PREMIADO NA ARETÉ 2019

Jornal Oficial da Igreja Metodista | Janeiro de 2021 | ano 135 | nº 1

Distribuição Gratuita

FIQUE EM CASA!

SUA GRAÇA ME BASTA!

Viver sob a graça de Deus! Página 8

MEMORIAL

Mais de 190 mil pessoas faleceram de Covid-19. Página 4

BÍBLIA

Confira a nova série sobre Bíblia. Página 11

ESCOLA DOMINICAL: CONHEÇA A SÉRIE MATURIDADE CRISTÃ DAS REVISTAS PARA ESCOLA DOMINICAL. PÁGINA 13


MARCA PÁGINA.pdf 1 27/09/2017 15:13:32

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2018

EDITORIAL Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

COMENTÁRIOS Edição de Dezembro de 2020

Capa Nesse ano, celebrar o Natal foi diferente. Muitas famílias escolheram não fazer a tradicional ceia de Natal para segurança de todos/as. Vai chegar o tempo de nos reencontrarmos outra vez, mas em resposta à pergunta da capa passada, sim, temos motivos para celebrar o Cristo vivo. Roberta dos Santos Manaus/AM

Liturgia Como nossa Igreja é rica em material litúrgico. Que bom que o Expositor Cristão sempre publica algo nessa linha. Infelizmente muitos/as líderes não valorizam o que temos de melhor em nossa liturgia. Wendel Soares de Souza Rio de Janeiro/RJ

Ênfases missionárias

da Igreja Metodista

cermos essa batalha. Ainda em fase de recuperação, mas conscientes de que a graça de Deus nos bastou nesse tempo de pandemia. Bateu uma incerteza, uma insegurança muito grande durante os eternos 14 dias cruciais da doença, pois não sabíamos o que estava por vir. Vencemos! Jesus novamente nos trouxe esperança. Novamente a Graça de Deus nos surpreendeu em um ano que chegamos a quase 190 mil pessoas mortas pela Covid-19. São mais de 7 milhões de casos confirmados somente no Brasil. Uma edição que abre o ano de 2021 com o tema de anunciar as boas notícias da graça. Desejamos que o ano nos surpreenda com a vacina da população brasileira, assim como outros países já estão fazendo. Desejamos que a Graça de Deus seja sobre seu povo. C

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Estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local;

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Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão;

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Paula Roberta de Almeida Bertioga/SP

Em 2021, o tema da Igreja Metodista é Discípulas e discípulos nos caminhos da missão anunciam as boas notícias da graça, fechando assim o quinquênio definido no último Concílio Geral, realizado em 2016. Anunciar a graça de Deus não é só um mandamento, é mais que isso, é uma dádiva de Deus, conforme encontramos no texto de Isaías 52.7. Anunciar as boas-novas tem a ver com o viver debaixo da graça de Deus. Somente quem tem essa experiência de viver sob os cuidados de Deus consegue anunciar as boas-novas da salvação. E este editorial segue nesse sentido. A matéria de capa é anunciar as boas-novas da graça de Deus. Trouxe um pouco da experiência vivenciada nesse mês de dezembro diante de incertezas, medo, insegurança quando eu e minha família testamos positivo para a Covid-19. As experiências de fé nos fortaleceram a cada dia. As orações de centenas de irmãos/ãs, pastores/as, bispos/as foram primordiais para ven-

/ ISTOCKPHOTO

Percebo que nossa Igreja está sempre atenta ao que acontece na sociedade. Temos que não só clamar por igualdade racial, mas agir nos espaços públicos da sociedade; ir à luta pela classe sofredora e desfavorecida. Somos todos e todas iguais.

Graça sob graça!

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Racismo

Nos caminhos da missão servem com integridade

o discipulado 3 Promover na perspectiva da salvação, santificação e serviço;

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Fortalecer a identidade, conexidade e unidade da igreja;

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Implementar ações que envolvam a igreja no cuidado e preservação do meio ambiente;

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Promover maior comprometimento e resposta da igreja ao clamor do desafio urbano.

Pr. José Geraldo Magalhães

Editor-chefe | Expositor Cristão

OPINIÃO | GRAÇA

Aventureiros Conhecer ou relembrar a história dos Aventureiros em Missão com nossas crianças é sempre prazeroso. Todos nós temos uma história. A história de nossa turminha é muita linda e precisa ser preservada. Solange dos Santos Rosa Três Rios/RJ

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"O ano que se passou foi um grande desafio para todos/as nós, entretanto, pela bondade do Senhor e em unidade como Igreja, cada um/a de nós pode declarar 'combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé' (II Tm 4. 7). Agora um novo ano se inicia e com ele a esperança de dias melhores, afinal, somos o povo da fé, somos discípulas e discípulos nos caminhos da missão que anunciam as boas notícias da Graça.”

“No entendimento do livro do Gênesis a obra da criação é marcada com indeléveis formas em que Deus vai se revelando e se comunicando com a sua própria obra. Nessa comunicação, a partir da criação do universo em sua totalidade, já se estabelece a graça. A graça divina é a manifestação perfeita de Deus, é presença de Deus no mundo e na vida do ser humano.” Geoval Jacinto da Silva | Bispo Emérito da Igreja Metodista

Pr. Bruno Rios | 4ª Região Eclesiástica

"A Graça de Deus nos basta. Isso é tudo como disse o Apóstolo Paulo. Estamos com o coração grato a Deus, por nossa família ter passado por essa luta da Covid-19 e estarmos aqui vivos! A doença gera medo, incerteza e dores. Recuperados, seguimos orando por aqueles/as que precisam da cura.”

“À luz desta história, estabeleceu-se um princípio de que a vitória é chegar até o final da corrida, cumprindo a missão, com o anúncio de uma boa mensagem. A boa notícia, portanto, é mais importante do que a vida pessoal de quem corre, pois é anúncio de vida para todos e todas. Isso significa que há um preço a ser pago por ser portador e portadora de boa notícia, em meio aos conflitos, à violência, às injustiças, às desigualdades e à morte. Boas notícias geram paz.” Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa | 2ª Região Eclesiástica

Pr. Georg Emmerich | Natal/RN http://bit.ly/ec-jan-2021

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Expositor Cristão Presidente do Colégio Episcopal: Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa Bispa Assessora do jornal Expositor Cristão Hideíde Brito Torres Conselho Editorial: Camila Abreu, Patrícia Monteiro, Pr. Odilon Chaves

Jornal Oficial da Igreja Metodista Fundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário John James Ransom

Editor e jornalista responsável: Pr. José Geraldo Magalhães (MTB 79517/SP) Produção Audiovisual: Rodrigo de Britos Foto de Capa: © PeopleImages/istockphoto.com Arte: Fullcase Comunicação

Revisão: Adriana Giusti Tiragem: 15 mil exemplares Entre em contato conosco: (11) 2813-8600 | www.expositorcristao.com.br expositorcristao@metodista.org.br Av. Piassanguaba, 3031 - Planalto Paulista São Paulo/SP - CEP 04060-004

*A REDAÇÃO DO JORNAL EXPOSITOR CRISTÃO É RESPONSÁVEL POR TODAS AS MATÉRIAS NELE PUBLICADAS, COM EXCEÇÃO DE ARTIGOS E REFLEXÕES, QUE SÃO RESPONSABILIDADE DE SEUS/AS AUTORES/AS.

Oceano


NACIONAL

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Ano novo e novas possibilidades “Visto que andamos por fé e não pelo que vemos” “E, assim, se alguém está em Cristo é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5. 7, 17)

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acionalmente falando, é difícil olhar para o ano de 2020 e encontrar nele motivos para celebração. Os transtornos mundiais causados pela pandemia de Covid-19 mudaram, radicalmente, a agenda dos governos, dos povos e o cotidiano de cada família, de cada pessoa. As medidas sanitárias restritivas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde e por órgãos nacionais, na tentativa de conter o avanço avassalador da epidemia sobre a população, exigiram um olhar diferente para as relações institucionais e econômico-sociais desiguais estabelecidas em tempos de “normalidade”. As diversas formas de violência social, doméstica e institucional foram mais bem visibilizadas; também, o acirramento das ideologias, criando um falso dilema – alimentado politicamente – entre a importância da economia e a da saúde. Por outro lado, manifestações de solidariedade, de sentimento de pertença à humanidade são exemplos inequívocos nos serviços prestados por profissionais da área da saúde, cientistas e pessoas das mais diferentes atividades profissionais e voluntárias, que têm se dedicado ao cuidado das pessoas enfermas e ao consolo de familiares daqueles e daquelas que partiram. Inclui-se o cuidado de pastores e pastoras, bem como de irmãos e irmãs que se dedicaram neste ministério de provisão e de consolação. A Bíblia nos recorda que andamos por fé. Assim, por mais que nossos olhos contemplem a desesperança, a dor, a intolerância e a morte de milhares de pessoas, a fé nos lembra que Deus tem a história humana em suas mãos, e seu amor e misericórdia não têm fim. O ano que começa sempre será melhor, porque Ele, por meio de Cristo, continuará a ser o Deus Emanuel, que está entre nós e continuará conosco até a consumação dos séculos. Sim, é possível que não tenhamos muitas razões para celebrar o tempo que passou, mas temos muitos motivos para sermos gratos e gratas a Deus pelo inefável e eterno dom da vida, da comunhão, da solidariedade. Que os irmãos e irmãs tenham um Ano Novo repleto de esperança e de alegria, como fruto do amor de Deus, concedido pelo Espírito da Vida.

/// Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa

PALAVRA EPISCOPAL Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa Presidente do Colégio Episcopal e da 2ª Região Eclesiástica

Discípulas e discípulos nos caminhos da missão anunciam as boas notícias da graça A maratona é uma prova olímpica na qual os competidores e competidoras percorrem uma distância de 42,195 km. Sua origem está relacionada a uma antiga lenda grega, alusiva ao soldado ateniense Fidípides, que teria percorrido a distância de 42 km entre o campo de batalha de Maratona até Atenas, para comunicar aos cidadãos e cidadãs que o exército de Atenas tinha sido vitorioso contra os persas, morrendo, em seguida, por exaustão do esforço empreendido. À luz dessa história, estabeleceu-se um princípio de que a vitória é chegar até o final da corrida, cumprindo a missão, com o anúncio de uma boa mensagem. A boa notícia, portanto, é mais importante do que a vida pessoal de quem corre, pois é anúncio de vida para todos e todas. Isso significa que há um preço a ser pago por ser portador e portadora de boa notícia, em meio aos conflitos, à violência, às injustiças, às desigualdades e à morte. Boas notícias geram paz.

I. O discipulado começa em Deus e manifesta­-se através da Graça Salvadora

O discipulado cristão constitui-se num longo caminho a ser percorrido, seja pelo batismo infantil e inserção na comunidade de fé, seja pela conversão, a qualquer tempo, aos valores do Evangelho de Cristo. As discípulas e discípulos de Jesus têm, em cada passo, em cada avanço geográfico da jornada, uma fé inabalável, motivada pelo inadiável anúncio da boa notícia para todas as pessoas: para cada cidadã e cada cidadão, como também a cada família de nossas comunidades e entorno social. Nessa corrida, a comunidade de discípulas e discípulos compartilha uma mensagem graciosa da parte de Deus, que amou o mundo de tal modo que ofereceu seu filho Jesus para que tivéssemos vida. Vida em abundância, vida de salvação e de reconciliação, vida de

eternidade com Ele. No texto bíblico pode-se perceber que dádiva, doação e salvação são sinais visíveis da Graça de Deus, do seu amor revelado de forma inequívoca entre nós, ao assumir nossa forma e condição humana, habitando entre nós. É como se Deus corresse na direção da humanidade para restabelecer a comunhão primordial com a Criação.

II. Discipulado no Cotidiano da Graça Restauradora

As ameaças à vida e às situações de morte geralmente colocam as pessoas diante de uma realidade de questionamentos sobre a essência ou as causas primárias da existência: o valor da vida e o seu destino depois da morte. São abstrações que se sobrepõem à compreensão racional e nos colocam nos caminhos da fé. Os conflitos armados, as múltiplas formas de violência presentes na sociedade e atingindo as mais diferentes faixas etárias, assim como as pandemias e enfermidades, traduzem, de forma concreta, que em determinadas circunstâncias nós deixaremos de existir. A morte é sempre uma notícia indesejada. Mas a boa notícia que pode alcançar qualquer pessoa, em qualquer lugar e contexto no transcurso de nossa vida, é que a vida não se extingue na morte. Deus, em Cristo, manifesta a sua Graça Restauradora que nos liberta da morte do pecado para a vida eterna, manifestada na vitória de Cristo sobre o pecado, aniquilando o aguilhão da morte, trazendo nova vida, plena, abundante e eterna. As discípulas e discípulos de Jesus têm o privilégio de compartilhar esta manifestação da Graça restauradora do Evangelho.

III. Discipulado nas relações da Graça Santificadora

Existem duas máximas bíblicas que acompanham a jornada das seguidoras e seguidores de Jesus. A primeira está no fato de que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6). A segunda é: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor…” (Hebreus 12.14). A Graça de Deus é reveladora da Luz (presença) de Deus no mundo. Quanto mais nos aproximamos dEle, tanto mais a Sua luz é refletida em nós e através de nossa vida. A proximidade que as discípulas e os discípulos de Jesus têm dEle e de Seus ensinos traduz a presença da Graça Santificadora em sua vida. Esse contraste entre luz e trevas, bem e mal, é inconfundível, na medida dos frutos de suas obras. A Graça Santificadora de Deus, agindo em nossa vida, manifesta a verdade, não como um conceito ou qualidade, mas como valor fundamental de nossas palavras e ações, do início ao fim de nossa jornada de fé. Cremos que as obras da verdade manifestam a presença de Deus e que, por sua vez, são sempre comunicação de boas notícias.

Conclusão

Enquanto comunidade missionária e como discípulas e discípulos de Jesus, temos uma jornada missionária a realizar neste país, comunicando boas notícias aos nossos concidadãos e concidadãs: Deus, revelado plenamente em Cristo, ama as pessoas; Deus oferece sua Graça Salvadora, Restauradora e Santificadora. Que Ele nos ajude a ser fiéis no anúncio da verdade que liberta, da paz que nos identifica como filhas e filhos, da justiça que estabelece relações de equidade, em amor – fruto do Espírito, permeando nossos relacionamentos. Na esperança cristã.

© FÁBIO H. MENDES/EC

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MEMORIAL Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Aldo Fagundes morre vítima de Covid-19 aos 89 anos Pr. José Geraldo Magalhães

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ministro aposentado do Superior Tribunal Militar (STM) Aldo da Silva Fagundes morreu na noite de 6 de dezembro, em Brasília, vítima do novo coronavírus. Aos 89 anos, ele estava internado em um hospital particular na capital federal. O enterro foi no dia 7, restrito a familiares em respeito aos protocolos sanitários para conter o avanço da pandemia. A Igreja Metodista deu uma nota eu seu portal reconhecendo seu precioso legado. “Professor de Escola Bíblica Dominical e membro da Igreja Metodista Asa Sul, em Brasília/ DF, o advogado representou a Igreja Metodista à frente de importantes cargos. O Dr. Aldo Fagundes foi eleito presidente da Sociedade Bíblica do Brasil em quatro mandatos e esteve à frente da organização na inauguração da Gráfica da Bíblia, em 1995. O metodista teve longa carreira a serviço da sociedade. Foi deputado federal por 16 anos e ministro do Superior Tribunal Militar por mais 17 anos, inclusive sendo Presidente deste tribunal”. A filha do ex-ministro, Ana Cecília Schlottfeldt Fagundes, em homenagem ao magistrado escreveu um texto que transcrevemos na íntegra (ver quadro).

Depoimentos

Sergio Gonçalves, de Brasília/ DF, publicou nas redes sociais o aprendizado adquirido na Escola Dominical. "Meu Professor da Escola Dominical. Por causa dessa primeira aula, retornei no domingo seguinte e nunca mais deixei a Escola. Mestre, brilhante, ser humano, gente simples, corretíssimo, homem cristão exemplar, pai e cabeça de uma família queridíssima. Metodista apaixonado. Incentivou-me a preparar uma aula para a classe e a me tornar professor, por isso cursei a faculdade de teologia. Indicou-me para o Conselho da Sociedade Bíblica. Como não admirar, como não seguir o mestre? Orgulho de ser seu

ALDO FAGUNDES, UM GAÚCHO METODISTA NO CERRADO Escrever sobre o meu pai é muito fácil, é só procurar os adjetivos mais bonitos que a gente encontra no dicionário e sair enumerando. Pai parceiro, amoroso, generoso, exemplo, crente fiel, homem do bem, político correto, juiz exemplar, pai líder da família, pai que amava sua esposa, incentivava seus filhos e ensinava com seu exemplo o caminho do bem, amigo solidário nas alegrias e tristezas, professor estudioso para suas palestras e ensinos na Escola Dominical, líder político que nunca se assentou na roda dos escarnecedores e líder para todos que com ele conviviam. Vou sempre lembrar dele em todos os momentos que puder, porque esta saudade é muito boa. Deus não podia ter escolhido um pai melhor para seus filhos. Se alguém me perguntar se é possível amar sua esposa e família, eu digo pode sim, meu pai foi fiel a minha mãe por toda a sua vida. Se alguém perguntar se tem político honesto no nosso país, eu digo sim, meu pai sempre foi honesto e sempre trabalhou muito, em todos os cargos ocupados. Se alguém perguntar, a pessoa pode passar por dificuldades e manter a fé, pode sim, meu pai sempre manteve a esperança, a fé e o amor pela Igreja e as causas cristãs. Teve sua experiência pessoal com Deus na adolescência e nunca mais se afastou de Cristo e seus ensinamentos. Se alguém perguntar, a pessoa pode morar longe do Rio Grande do Sul e manter as tradições até o final da vida, pode sim, os gaúchos e gaúchas sempre estavam na sua memória. Sim, ele foi uma pessoa de família, um homem inteligente e batalhador. Combateu o bom combate e manteve a fé acima de tudo. Foi ele que me ensinou a confiar em advogados. A figura que Jesus fará a nosso favor no juízo final. Glória, glória os anjos cantam lá É um Santo Coro dando glória a Deus Por mais um remido entrar nos Céus Obrigada, meu Deus, por todos estes bons anos.

discípulo. Pessoa inesquecível, Dr. Aldo Fagundes, que o Pai celestial te receba na sua Glória e na sua Paz!" Jorge Mesquita, que reside em São Pedro, interior de São Paulo, destacou que o metodismo e a sociedade perderam um homem íntegro. "Perde o metodismo brasileiro um grande homem de imensa fibra na vida pública e na história de nossa Igreja. Convivi com ele em Brasília, quando fui SD daquele Distrito, e depois no COGEIME. A quem honra, honra; a quem louvor, louvor!" Claudeci Pereira de Souza, de Presidente Venceslau/SP, também lamentou a perda. "Lamento a perda do Dr. Aldo Fagundes. Cristão comprometido em viver a fé integral, dentro e fora da igreja. Que Deus console e fortaleça todos os familiares".

História

Natural de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Fagundes chegou a ser eleito vice-prefeito da cidade natal, deputado estadual (1963-1967) e deputado federal por quatro mandatos sucessivos (1967-1983) antes da nomeação ao Superior Tribunal Militar em 1986. Além da carreira na política e na magistratura, também foi advogado e professor universitário no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). No cargo como ministro, foi o primeiro civil a presidir a Corte, em 2001, após ser escolhido em votação no plenário. O mandato durou apenas dois meses até a aposentadoria, em maio do mesmo ano. Antes disso, chegou a ocupar a cadeira de vice-presidente duas vezes, nos biênios de 1989/1991 e 1997/1999. Em nota à imprensa, o tribunal militar destacou os “relevantes processos apreciados” pelo ex-ministro e suas contribuições aos “estudos em nome da racionalização e operacionalidade da Justiça Militar”, incluindo a Revisão Constitucional de 1993 e a implantação da Lei de Organização Judiciária Militar (Lei nº 8.457/92) e das normas de Cerimonial Interno (1989/91).


MEMORIAL Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

MEMORIAL METODISTA COMUNICADO DE FALECIMENTOS PUBLICADOS NOS SITES REGIONAIS

1ª Região Eclesiástica Falecimento do Pastor Nilo Sérgio Vieira, dia 14 de dezembro, por complicações decorrentes da Covid-19. Foi fundador e pastor da Igreja Metodista Volta Grande durante 17 anos. Além disso, pastoreou outras diversas igrejas, entre elas, Voldac e Santo Agostinho, na cidade de Volta Redonda/RJ. No dia 18 de novembro foi publicado no site da 1ª Região Eclesiástica uma nota sobre o falecimento do Pastor José Gomes. Ele foi sepultado no Cemitério Recanto do Vale, no bairro Bulhões, em Resende/RJ. Devido à pandemia, o sepultamento foi restrito à família. Em todo tempo seguimos firmes em oração pela família. Informações do falecimento da Presbítera Vera Lucia da Silva Casalli, da Congregação de Água Limpa no Distrito de Volta Redonda/RJ, também foram publicadas no site regional no mês de junho. A nota não informa se foi por Covid-19, mas convocou a região para orar por seus/as familiares neste momento de luto.

6ª Região Eclesiástica Com pesar comunicamos o falecimento do Pastor Uzier Franco do Paraizo, ocorrido no dia 7 de dezembro, em Goioerê/PR. Ele estava internado com o coração fraco e sofreu uma queda, sendo transferido para a UTI, onde veio a falecer. Seu corpo foi transladado para Curitiba, onde foi sepultado no Jardim da Saudade no dia 8, com celebração do Bispo João Carlos. Nos demais sites regionais não encontramos notas de outros falecimentos, sejam eles por Covid-19 ou não. Nós nos solidarizamos com todas as famílias enlutadas nesse ano de 2020.

5ª Região Eclesiástica A 5ª Região publicou uma nota de pesar no dia 26 de novembro informando o falecimento do Pastor Samuel Azevedo e pedindo oração pela família enlutada. Não houve velório. O motivo da morte não foi divulgado. Em 11 de outubro houve outra perda na região. "A 5ª Região está de luto. Acabamos de nos despedir de um colega de ministério devido à Covid-19, Pr. Manoel Messias, que estava pastoreando em Uberlândia Leste. Tinha recém se despedido da esposa, que falecera de câncer. Ele deixa seus dois filhos, Wesley e Samuel. Era muito querido, que Deus o acolha em seus braços. Oremos pelos/ as familiares e continuemos cuidando".

7ª Região Eclesiástica Pastor Ari Guedes foi pastor em várias igrejas que hoje fazem parte da 1ª e 7ª Regiões Eclesiásticas da Igreja Metodista. Tendo como característica de seu ministério o avivamento e inovação. Abençoou muitas pessoas e trouxe contribuições significativas à Igreja no estado do Rio de Janeiro. Amoroso e dedicado, nos últimos anos, já aposentado, presidia o Conselho de Pastores em Petrópolis/RJ. Em 2 de janeiro de 2021, o Pastor Ari completou a carreira aqui e entrou no descanso de Deus.

DISCÍPULAS E DISCÍPULOS NOS CAMINHOS DA MISSÃO ANUNCIAM AS BOAS NOTÍCIAS DA GRAÇA Em 2021, a Igreja Metodista brasileira trabalhará o tema nacional "Discípulas e Discípulos nos caminhos da missão anunciam as boas notícias da graça". No ano de 2020, a Igreja foi desafiada a trabalhar o tema "Vivem em Unidade", mesmo sendo surpreendida por um tempo em que se fez necessário o distanciamento social no Brasil e no mundo. Foi também nesse cenário, com templos temporariamente fechados, que as centenas de igrejas locais pelo país abraçaram o convite para permanecer anunciando a graça por meio dos mais diversos canais de comunicação, e o logotipo de 2021 faz menção a essa resiliência. A imagem, que remete ao diálogo amoroso da graça e ao megafone que amplia uma mensagem, representa um povo metodista que seguiu sua missão através de cultos on-line, grupos em aplicativos de mensagens e de uma comunicação que leva em consideração o cuidado individual. Confira abaixo o resumo das características da imagem.

Tema: Discípulas e Discípulos nos caminhos da missão anunciam as boas notícias da graça Ano: 2021 Palavra de destaque do logo: ANUNCIAM e BOAS NOTÍCIAS Referências da imagem: diálogo, coração (graça) e megafone Considerações: adaptação das igrejas aos canais de comunicação a distância, melhorando sua presença nas plataformas digitais para continuar anunciando a graça; a insistência e força da igreja para comunicar boas notícias em tempos de notícias ruins; e a atenção que as igrejas vêm tendo em estruturar ou reestruturar sua comunicação para se manter conectadas com os/as membros. /// Mais detalhes sobre o logo você confere em nosso site www.expositorcristao. com.br

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IGREJA E SOCIEDADE Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Sou Esposa de Pastor 31 Leituras de postura e encorajamento

O

ano de 2020 trouxe muitos desafios para todos nós. A Igreja viu-se em situação de isolamento, precisou se reinventar em meio à pandemia, promovendo, entre outras ações, cultos on-line. Diante de tantos desafios, a secretária correspondente de comunicação da Confederação Metodista de Mulheres, Sheila Bissoqui, sentiu-se desafiada a organizar um livro escrito por várias mãos. O Bispo João Carlos Lopes descreve sua percepção sobre a obra. “Li com atenção e expectativa o livro ‘Sou Esposa de Pastor’, idealizado por Sheila Bissoqui. O livro não pretende, nem poderia, ser um manual do que a esposa deve ou não fazer, visto não existir um roteiro específico a ser seguido por todas as esposas de pastores. Um livro pessoal, prático e que, exatamente por isso, convida aqueles e aquelas que o leem a rever sua percepção a respeito dessas mulheres que foram chamadas a servir na Igreja e no Reino de Deus, junto com seus esposos. Na diversidade das experiências compartilhadas nesse livro me alegro em ver a diversidade dos dons e a riqueza da graça de Deus em Cristo, manifesto na vida dessas mulheres. Sei que você também será inspirada/o através da leitura dessa obra”, escreveu na última capa do livro o Bispo João Carlos. Sheila descreveu para o Expositor Cristão como foi essa experiência.

Um livro escrito por muitas mãos, ou seja, com experiências e testemunhos de várias mulheres, servas de Deus que são esposas de pastores. No início deste ano, 2020, em meio a tantos acontecimentos, me senti compelida por Deus a idealizar esta obra. Vi a confirmação em cada tema que o Senhor me direcionou e sendo realizada em cada texto que foi chegando, particularmente me abri para aprender com todos eles e creio que será assim com você também. Aprendi com eles, por exemplo, que expectativas existem, mas não existe "um perfil certo de esposa de pastor", que na itinerância em que vivemos posso ensinar meus filhos a serem "colecionadores de amigos", que o "conjunto cinza claro" é bonito, mas não é o mais importante. Também que "achar o equilíbrio" é essencial para não nos tornarmos "tarefeiras". Muitos momentos devem vir nessa caminhada, mas com o intuito de aprender com as experiências de mulheres que foram também vocacionadas a esta divina missão, de ser esposa de pastor, decidi “arregaçar as mangas” e desbravar essa pesquisa, e lhes contar o que elas já viveram e vivem: É exigente, é interessante e é maravilhoso. Vem comigo! /// Sheila Bissoqui - Autora e secretária correspondente de comunicação da Confederação Metodista de Mulheres

1. Sou esposa de pastor, e agora? KALINKA AMORIM

9. Sou esposa de pastor e já vivi a dor do luto SHEILA BISSOQUI

2. Sou esposa de pastor e amo a Deus sobre todas as coisas ADRIANA G. DA SILVA

10. Sou esposa de pastor e também posso sofrer com os males da vida TEREZA AZEVEDO

3. Sou esposa de pastor e também sou igreja! VIVIANE FERNANDES

11. Sou esposa de pastor e enfrentamos o câncer LOIDI ÁVILA CORREIA

4. Sou esposa de pastor e não sou pastora DORLIZETE QUINELATO 5. Sou esposa de pastor e amo a igreja PATRICIA PIRES 6. Sou esposa de pastor e não sou perfeita RENILDA SILVA SOUZA 7. Sou esposa de pastor e amo ser! DANIELA TRINDADE 8. Sou esposa de pastor, preservo a minha casa SAMANTHA DAMIANO

SERVIÇO Para adquirir seu exemplar é só utilizar um dos canais abaixo. sheil.bissoqui@gmail.com (42) 98439-3059

12. Sou esposa de pastor e às vezes esquecem de mim SANDRA SILVEIRA 13. Sou esposa de pastor que ouve e que ora ILCE CIDADE 14. Sou esposa de pastor e minha alma também dói DANIELA ARTIGAS 15. Sou esposa de pastor, somos a família pastoral PATRÍCIA OCAMPOS REINA 16. Sou esposa de pastor, somos itinerantes SILMEIRE DANIEL 17. Sou esposa de pastor, o chamado é dele mas o compromisso é nosso VÂNIA SAKYIAMA

18. Sou esposa de pastor e preciso achar o equilíbrio ROSANE OLIVEIRA 19. Sou esposa de pastor e tenho meu ministério IVANA AGUIAR GARCIA 20. Sou esposa de pastor e não sei de tudo SHIRLEY VILLA NOVA 21. Sou esposa de pastor, minha postura é diferente MAÍSA DE SOUZA PEREIRA 22. Sou esposa de pastor e sou mulher SANDRA DE MACENO 23. Sou esposa de pastor e sou mãe ANDRELISE DE SOUZA 24. Sou esposa de pastor e às vezes o financeiro aperta DANIELE ALMEIDA 25. Sou esposa de pastor e já passamos por crises conjugais GISLAINE BISPO NERY 26. Sou esposa de pastor e tenho um trabalho que me ocupa bastante CLÁUDIA ARANTES

27. Sou esposa de pastor e já passamos pelo vale da sombra da morte ELIS FERREIRA 28. Sou esposa de pastor e sou pastora nomeada PRA. ANDRÉA RIBEIRO 29. Sou esposa de pastor que é bispo PRA. AUDIR LOPES 30. Sou esposa de pastor: da missão local à missão transcultural SHIRLEY PEREIRA 31. Sou esposa de pastor aposentado DINAH MARTINS DE CASTRO


IGREJA E SOCIEDADE Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Novos tempos para a Igreja de Cristo

O REINO DE DEUS DIANTE DOS DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Creio que minha missão enquanto discípulo de Jesus não pode limitar-se a proclamar uma mensagem de “salvação da alma”. Minha missão é fazer discípulos e discípulas que aprendam a obedecer ao Senhor em todas as circunstâncias da vida diária, tanto no privado quanto no público, tanto no pessoal quanto no social, tanto no espiritual quanto no material. Creio no chamado do Evangelho para uma transformação integral que reflete o propósito de Deus de redimir a vida humana em todas as suas dimensões. A mensagem do Reino de Deus em Jesus personifica a superação de tudo que de alguma maneira oprime o ser humano: é a possibilidade concreta da superação do mal físico e estrutural, bem como do pecado individual e institucional, da dor, das divisões, do ódio e, finalmente, da morte. No instrumental de Jesus, o Reino não é uma possibilidade futura, mas realidade presente. A consequência lógica desta relação consiste na antecipação histórica do Reino de Deus. O pecado e a autoafirmação antropológica do ser humano é condenável sob este ponto de vista justamente porque desenvolvem uma relação que em sua essência está ligada ao poder. Para Jesus, o Reino de Deus deve ser antecipado pelo poder do amor, justiça, verdade, igualdade, serviço e paz – visualizada no ideal da Refeição Escatológica, e não pelo poder do pecado pessoal e social.

© DIVULGAÇÃO

Disso também resulta o fato de que o pecado não deve somente ser perdoado, mas arrancado, erradicado da vivência humana. Apagar o pecado permite a concretude da mensagem e a vivência transcendente e ao mesmo tempo plena do Reino de Deus. Por isso, deixar a prática do pecado é o sinal da adesão pessoal ao Reino e ao acolhimento incondicional da Boa-Nova que ocasiona diretamente o envolvimento na luta contra o pecado estrutural e institucional da sociedade humana.

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m meio a um contexto ainda de indefinições por causa da pandemia da Covid-19, muitos/as pastores/ as e líderes discutem o que será do futuro da Igreja. A resposta, claro, não temos, mas é possível perceber que ela jamais será a mesma. Para estimular novas ideias e projetos que ajudem no fortalecimento de nossas comunidades de fé no Brasil, a Rádio Trans Mundial lançou o e-book “A Igreja do Futuro”, que pode ser baixado gratuitamente pelo endereço eletrônico https:// www.transmundial.com.br/e-book-a-igreja-do-futuro/. O Pastor Marcos Antonio Garcia, da Igreja Metodista de Santo Amaro/SP (IMSA), e apresentador do programa “Um Tempo com Deus”, parceria da RTM com o devocional no Cenáculo, assina um dos capítulos do livro, em que fala sobre a importância da boa formação ministerial. Uma das mudanças mais significativas à realidade da Igreja foi a entrada, de vez, ao universo digital. Se antes apenas algumas igrejas optavam por transmitir suas celebrações pelas redes sociais, desde o começo da pandemia as lives foram um

dos recursos mais buscados pelos/as pastores/as e líderes para fazer com que a programação de suas comunidades não fosse totalmente paralisada. Pesquisa elaborada pela Invisible College e publicada pelo Expositor Cristão (http://www. expositorcristao.com.br/os-impactos-do-isolamento-social-nas-igrejas-evangelicas-brasileiras) mostrou que 74% das 270 igrejas brasileiras que participaram do levantamento adotaram as transmissões digitais como forma de transmitir seus cultos. Os impactos, contudo, não param por aí. Os tempos tão atípicos mostraram que a criatividade é outra ótima maneira para não deixar a Igreja parar. A presença da Igreja na internet e o uso de ideias criativas em vários campos como, por exemplo, o missionário, são alguns temas tratados em capítulos do e-book. São 11 capítulos com diferentes nomes ligados à teologia e à vida cristã brasileira em reflexões voltadas a diferentes públicos. Algo que esteve muito em pauta, já que a internet possibilitou acesso a uma quantida-

de inimaginável de pregadores digitais, é a importância da boa formação pastoral para que isso resulte em comunidades mais saudáveis. “A formação do pastor é fundamental para o desenvolvimento pastoral da sua comunidade de fé, requerendo formação teológica, cursos complementares, atenção aos movimentos. Nossa formação tem hoje outras variáveis, como o culto on-line. Precisamos preparar-nos para ministrar a palavra para quem estará na igreja (presencial) e para aqueles que estarão em qualquer outro lugar do mundo, participando do nosso culto”, destacou Garcia no capítulo de sua autoria em “A Igreja do Futuro”. Além disso, o pastor ressalta a necessidade do cuidado com relacionamentos com os membros de sua comunidade de fé e da constante preocupação com a saúde física e mental dos ministros. Para conferir mais detalhes do livro e ouvir a programação da RTM, basta acessar www. transmundial.org.br. Lucas Meloni Jornalista e colaborador no EC

Essa reflexão ecoou em meu interior como consequência direta de uma pergunta: “Pastor, qual é o seu posicionamento diante do que ocorreu com aquela menina do estado do Espírito Santo, que fez o aborto em Recife?”. O Reino de Deus na pregação de Jesus coloca em evidência o caráter de um mundo legalista, repressor e excludente, que necessariamente deveria ser reestruturado a partir da ótica de um Deus que deseja reconciliá-lo consigo. Gosto de pensar no conceito da Justiça de Deus manifesta através da Equidade: sou contra o aborto por ser a favor da vida, mas, pensando a equidade, neste caso e, infelizmente, entre tantas mazelas humanas referentes à crianças em nosso tempo, uma criança gerando outra criança é a concretização da crise à qual estamos acometidos como sociedade: é a velha e caótica ordem dos extremos e da sujeição da condição da dignidade humana em detrimento da valorização do ser que precisa ser reconciliado consigo, com o próximo e com o próprio Deus! Que o Reino de Deus e sua mensagem de confronto com o pecado, mas valorização da essência da vida humana, permita a essa “menina” a possibilidade da Reconciliação: que as trágicas marcas da perda da inocência e de um amadurecimento forçado não retirem dela a força, a coragem e o desejo de viver uma nova e inspiradora Vida! /// Luciano Martins - Pastor na IM em Cândido Mota/ SP e Diretor do Instituto Metodista Educacional Bispo Scilla Franco

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CAPA Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Viver o tempo da Graça de

Deus Pr. José Geraldo Magalhães

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m 2021, o tema da Igreja Metodista é Discípulas e discípulos nos caminhos da missão anunciam as boas notícias da graça, fechando assim o quinquênio definido no último Concílio Geral, realizado em 2016. Anunciar a graça de Deus não é só um mandamento, é mais que isso, é uma dádiva de Deus, conforme encontramos no texto de Isaías 52.7. Nós, metodistas, aprendemos a teologia da graça, reflexão que o próprio Bispo Luiz Vergílio descreveu na palavra episcopal desta edição. Graça salvadora, restauradora e santificadora. Anunciar as boas-novas tem a ver com o viver debaixo da graça de Deus. Somente quem tem essa experiência de viver sob os cuidados de Deus consegue anunciar as boas-novas da salvação. As experiências de fé nos fortalecem a cada dia. Na primeira quinzena de dezembro, eu e minha esposa, Márcia Valéria Magalhães, testamos positivo para a Covid-19. Bate uma incerteza, uma insegurança muito grande, pois perdi meu sogro pelo novo coronavírus no mês de junho. É uma doença que nos desestabiliza, porque não sabemos o que está por vir. Em uma das crises de falta de ar de minha esposa, me lembro de que ela chorava e eu repetia algumas vezes: “nossa história não pode acabar assim, não dessa forma tão repentina”. Posso dizer que tive um sentimento parecido com o de John Wesley, fundador do metodismo, em seu retorno da Geórgia em meio a turbulentas ondas no navio quando foi evangelizar os/as índios/as. Os/as morávios/as, em meio à tempestade, louvavam

a Deus e Wesley se perguntava: “fui à Geórgia evangelizar os/as índios/as, mas quem me evangelizará? Não posso dizer que para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Sabemos o restante da história. Wesley chegou a terra firme sem ter a certeza da salvação até sentir seu coração estranhamente aquecido na rua Aldersgate, em Londres, no dia 24 de maio de 1938. A partir dessa experiência com Cristo, Wesley transformou seu país e sua Igreja. O sentimento de estar só, com medo é comum quando nos chega uma provação dessas. Temos vários exemplos na Bíblia a esse respeito. A unidade da Igreja, dos/as pastores/as, irmãos/ãs nesse tempo de desesperança nos ensinou a viver debaixo da graça de Deus. Hoje podemos testemunhar que Ele cuidou de nós. Podemos anunciar as boas-novas da Salvação. Vencemos a Covid-19 porque Deus nos sustentou; nos guardou. Infelizmente, nem todas as pessoas que contraem a doença conseguem um desfecho feliz assim. Segundo dados divulgados pela imprensa até o fechamento desta edição (24/12), o número de mortes é de quase 190 mil (189,2) pessoas só no Brasil, havendo 7.365.517 casos confirmados. O Sudeste é a região de maior gravidade, com 86.570 óbitos, seguido pelo Nordeste, com 46.901; o Sul vem em terceiro, com 20.758; o Norte, com 17.597; e o Centro-Oeste, com 17.394 óbitos confirmados. A vacina já está sendo dada em alguns países da Europa e da América do Sul, como o Chile. No Brasil, os órgãos governamentais aguardam a autorização da Anvisa para que se comece a vacinar a população no início do ano.

Para o Pastor Bruno Rios, da 4ª Região Eclesiástica, é tempo de orar para que a vacina chegue logo pela graça de Deus. “Choramos com todos os milhares de mortos/as por essa crise terrível e oramos para que o Espírito Santo console a todos/as. Clamamos confiados/as na bondade de Cristo para que o quanto antes todos os povos estejam vacinados e imunes para vivermos livres e intensamente a vida com que o Senhor nos tem presenteado”, disse o pastor. O Pastor Bruno considera, como todos nós, que o ano não foi fácil. “O ano que se passou foi um grande desafio para todos/as nós, entretanto, pela bondade do Senhor e em unidade como Igreja, cada um/a de nós pode declarar “combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (II Tm 4.7). Agora um novo ano se inicia e com ele a esperança de dias melhores, afinal, somos o povo da fé, somos discípulas e discípulos nos caminhos da missão que anunciam as boas notícias da graça”, finalizou.

A família do Pastor Georg Emmerich, da Região Missionária do Nordeste, também venceu a Covid-19. “Com o coração grato a Deus, por nossa família ter passado por essa luta da Covid-19 e estarmos aqui vivos! A doença gera medo, incerteza e dores. Recuperados, seguimos orando por aqueles/as que precisam da cura”, publicou o pastor nas redes sociais.

Estudo

O Bispo emérito da Igreja Metodista Geoval Jacinto da Silva defende que a graça oferece como resultado a comunicação do amor de Deus, que possibilita a salvação para todos/as aqueles/as que aceitam e creem na sua graça. “No entendimento do livro do Gênesis, a obra da criação é marcada com indeléveis formas em que Deus vai se revelando e se comunicando com a sua própria obra. Nessa comunicação, a partir da criação do universo em sua totalidade, já se estabelece a graça. A graça divina é a manifestação perfeita de Deus, é a presença

de Deus no mundo e na vida do ser humano. Ainda segundo o Bispo Geoval, “a iniciativa da graça é de Deus, é uma iniciativa própria e sem reservas, porque na iniciativa da graça está o amor de Deus, que ama o universo e, por amá-lo, oferece sinais concretos de Seu amor para o ser humano preservar a obra criada. Assim, percebem-se os sinais da graça de Deus na Palavra através de atos concretos como indicados na tradição do Antigo Testamento”, relatou o bispo, conforme você confere no texto em destaque. Muitas pesquisas surgem sobre o tema da graça de Deus. O pesquisador Mozart Nunes de Andrade Santos Neto, em artigo publicado na PUC-Rio, em 2016, destaca que a Igreja inserida em nosso tempo colhe os frutos da graça de Deus ao anunciar as boas-novas da Salvação em prol da unidade dos/ as crentes. “Para nós uma Eclesia inserida na Sociedade; vivendo as riquezas culturais da nação em


CAPA

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Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

OS SINAIS DA GRAÇA NA PALAVRA DE DEUS

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós é dom de Deus” (Efésios 2.8-9) Sinais são símbolos que apontam caminhos para serem seguidos, ou cuidados que precisam ser observados para evitar acidentes. Geralmente os sinais têm representação de sua origem indicando sua fonte de origem. Neste artigo a preocupação é indicar brevemente, por questões de economia de espaço, alguns sinais da graça de Deus presentes na Palavra, entendendo que a graça oferece como resultado a comunicação do amor de Deus, que possibilita a salvação para todos/as aqueles/as que aceitam e creem na sua graça. No entendimento do livro do Gênesis, a obra da criação é marcada com indeléveis formas em que Deus vai se revelando e se comunicando com a sua própria obra. Nessa comunicação, a partir da criação do universo em sua totalidade, já se estabelece a graça. A graça divina é a manifestação perfeita de Deus, é presença de Deus no mundo e na vida do ser humano. O ser humano não reúne condições para receber a graça. Então, logo se conclui que a graça é iniciativa de Deus em favor do ser humano, isto é, favor imerecido. Portanto, “a graça divina não se separa de Deus, mas é uma relação pessoal que Deus estabelece entre si mesmo e os seres humanos, Ele os encara com favor e com bondade” (Von Allmen, 1972, p. 158). A iniciativa da graça é de Deus, é uma iniciativa própria e sem reservas porque na iniciativa da graça está o amor de Deus, que ama o universo e, por amá-lo, oferece sinais concretos de seu amor para o ser humano preservar a obra criada. Assim, percebem-se os sinais da graça de Deus na Palavra através de atos concretos como indicados na tradição do Antigo Testamento, da seguinte forma: A obra da criação. Ao criar o universo com todos os elementos presentes, seres racionais, irracionais e a natureza, Ele sinaliza seu amor pela obra criada e oferece os sinais de harmonia que deve haver em toda obra da criação, “e viu Deus que isso era bom” (Gn 1.12). Não é uma criação desordenada, é ordenada, criada a cada dia em um processo harmonioso e perfeito, não é obra terminada, continua em processo de criação, através do ser humano, que é obra de suas mãos: “Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33.9). Dessa forma, podemos entender que o universo existe pela graça de Deus e que sem ela não haveria vida alguma.

“Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Isaías 52.7)

Dessa forma, “percebe-se que a eleição de Israel repousa sobre a graça de Deus”, o povo não tinha mérito algum: “Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito”. Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus fiel que guarda a aliança e de misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos (Dt 7.7-9). Graça é presença viva do Senhor, que possibilita sonhar, ver e esperar o “celeste porvir”. Na tradição do Novo Testamento, graça é o resultado da aproximação de Deus com o ser humano. É o Deus pastor que vem ao encontro da obra de sua criação. Essa aproximação é a encarnação do amor de Deus na pessoa do Senhor Jesus Cristo. O Evangelho de João afirma que a essência do “logos” da palavra é graça e diz: “Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça” (Jo 1.16). Como resultado desta encarnação, estão presentes três elementos intimamente relacionados: a graça, a verdade e a glória de Deus na vida e ministério do Senhor Jesus. “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). Esses atributos relacionados a Jesus Cristo são manifestações de sua graça com a única finalidade de oferecer ao ser humano a libertação de seus pecados, justificação e redenção, permitindo que o ser humano se torne nova criatura pela graça de Deus. Com o Senhor Jesus é inaugurada uma nova época, e aqueles que nEle creem participam de um mundo novo, onde a morte dá lugar à vida eterna e o pecado à justiça. Agora surge um reino de graça, que sucede o reino do pecado. Vivenciar a graça de Deus a cada dia é o desafio que o/a crente em Jesus Cristo é vocacionado/a a experimentar. Pois é ela que sustenta a prática da vida cristã e nos faz entender que só por meio da graça somos salvos/as, e isso é dom de Deus! /// Geoval Jacinto da Silva, Bispo Emérito da Igreja Metodista.

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que está inserida e colhendo os frutos da Graça do Pai, enviada pelo Filho, em missão, e transformada pela ação do Espírito Santo. Portanto, cada uma das partes traz seus próprios dons às demais partes e a toda a Igreja: assim o todo e cada uma das partes crescem, comunicando entre si todas as riquezas e aspirando à unidade”, diz trecho do estudo. Mozart relata ainda que o que foi coletado na pesquisa "Será que os novos movimentos e comunidades eclesiais são expressão da Igreja local?" nos faz ter novos olhares. “Certamente teremos novos olhares para o futuro com renovadas esperanças, num testemunho perseverante e alegre; esforçando-se em edificar uma Igreja toda ela ministerial, carismática e, por isso mesmo, servidora, na construção do Reino definitivo. Uma Eclesia de comunhão na Trindade, que se fundamenta no amor do Pai, que tem em Jesus Cristo o seu centro pela realização viva da graça, na ação contínua do Espírito Santo”.

Na libertação do povo do Egito. A narrativa do livro do Êxodo sobre a libertação do povo de Israel no Egito indica uma iniciativa peculiar de Deus em favor de seu povo. Assim como Ele cria, Ele também resgata o povo, para manter a promessa outrora feita a Abrão: “sê tu uma bênção” (Gn 12.2). A iniciativa do resgate é do amor de Deus expresso através da graça em direção ao povo, “ele ama o povo de Israel por nada, sem mérito algum por parte deste”; é uma relação de amor de descendência: “Porquanto amou seus pais, e escolheu a sua descendência depois dele, e te tirou do Egito, ele mesmo presente e com a sua grande força” (Dt 4.37).


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BÍBLIA Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Conhecendo o Antigo Testamento Abrimos uma editoria no Expositor Cristão chamada Bíblia. Teremos nas próximas cinco edições uma série de estudos sobre o Antigo e o Novo Testamentos. Acompanhe!

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1 KNOX, John. Marcion and the New Testament: An Essay in the Early History of the Canon. Chicago: University of Chicago Press, 1942. 2 Para uma melhor compreensão dos termos: cânon bíblico, Septuaginta e Bíblia hebraica, leia o artigo publicado no Expositor Cristão em dezembro de 2019 com o título: Conhecendo a Bíblia. Disponível em: https://issuu.com/ expositorcristao/docs/ec_dez-2019.

e vitórias, contos e genealogias faz do Antigo Testamento uma extraordinária coletânea de 46 livros em que encontramos a história de Israel e de um povo em aliança permanente com Deus. As histórias sobre a origem e escravidão deste povo, a libertação do Egito e a busca pela terra, bem como o modo como estabeleceu suas leis e viveu sua religião são plenamente atuais e reveladoras para a Igreja hoje. A história de um povo em aliança com Deus é a nossa história. Convida-nos à experiência marcante do relacionamento com Deus e com o próximo. Todas as narrativas sobre Israel têm ligações diretas de

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Bíblia cristã tem duas grandes seções, comumente conhecidas por nós como: Antigo e Novo Testamento. A palavra “testamento” tem como sentido básico a expressão “último desejo” e aponta o significado especial de um acordo ou contrato feito por um grupo ou comunidade, que resultou no fechamento do cânon bíblico. Em grego, há uma única palavra para se referir a este tipo de contrato (Διαθήκη - Diatheke), que nos remete ao significado de aliança e testamento. Poderíamos então dizer também que a Bíblia se divide entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança. Esta compreensão nos ajuda a superar a dificuldade de conceber o Antigo Testamento como uma coleção literária que possui uma mensagem atual e significativa para a Igreja. O uso comum na tradição cristã de nominá-lo de Antigo Testamento deixa subentendido que o antigo requer a complementação do novo e, de certa forma, está ultrapassado pelo novo. Na verdade, esta concepção é uma herança das interpretações de Marcião1, um bispo da Igreja do primeiro século que propunha haver dois deuses distintos, um no Antigo Testamento que atuava como juiz punitivo, a favor da lei, e outro no Novo Testamento voltado para o evangelho e a atuação da graça. A tradução para Nova Aliança deriva da leitura da Septuaginta no livro de Jeremias 31.23-40, no qual o termo ocorre pela primeira vez, e também no livro de Hebreus 8.6-13. De qualquer forma, a explicação literária sobre a Bíblia Hebraica deve, portanto, reconhecer sua qualidade heterogênea, pois, em certo ponto de vista, esta coleção de livros reflete cerca de nove séculos de atividade literária, desde a canção de Débora (séc. XI a.C.) e outros poemas mais antigos até os escritos do livro de Daniel (séc. II a.C.)2. Esta variedade genérica que engloba historiografias, narrativas, lista de leis, profecias, poemas, hinos de lamentação

seu relacionamento com Javé. O nome pessoal revelado por Deus a Moisés “Eu Sou o que Sou” (Ex 3.14), o comportamento deste povo em relação ao seu Deus e em relação à sua “exclusividade” (Dt 6.4-9), a reação dos profetas diante das injustiças sofridas pelo povo estão expressos neste belo livro e nos ensinam que só podemos considerar Deus como absoluto em nossa vida se nossas relações pessoais acontecem de forma fraterna e em liberdade, produzindo fatores que valorizam sempre a vida. Jesus fez do Antigo Testamento o centro de sua atividade, usando-o como inspiração e norma para o anúncio de Sua

palavra e consequentemente do Seu Evangelho. À luz do Antigo Testamento, os/as primeiros/as cristãos/ãs compreenderam o significado das palavras de Jesus e produziram, aos poucos, os escritos da Nova Aliança. Nossa tarefa e desafio hoje é ler o Antigo Testamento sob o crivo da boa-nova do Evangelho, a fim de compreender melhor o Cristo e continuar a Sua palavra e ação na história. Rev. Jovanir Lage Pastor na Igreja Metodista Eldorado Contagem - MG, Diretor do Instituto Teológico João Ramos Júnior, Professor de Hebraico e Antigo Testamento no Curso de Teologia do Instituto Metodista Izabela Hendrix

Referências: Bíblia Almeida Revista e Atualizada no Brasil, 2ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009. KNOX, John. Marcion and the New Testament: An Essay in the Early History of the Canon. Chicago: University of Chicago Press, 1942. LAGE, Jovanir. Conhecendo a Bíblia: origem, formação canônica e sua revelação para a vida. São Paulo: Expositor Cristão, ano 133, nº 12, p. 8-9, dezembro de 2019. Disponível em: https:// issuu.com/expositorcristao/ docs/ec_dez-2019. RÖMER, Thomas; MACCHI, Jean-Daniel; NIHAN, Christophe (Org.). Antigo Testamento: história, escritura e teologia. São Paulo: Loyola, 2010.


BÍBLIA

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Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Mundo Mediterrâneo – Mundo das Comunidades Primitivas

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o adentrarmos no mundo do Novo Testamento, precisamos nos dar conta de que estamos a séculos de distância e em um mundo completamente diferente do atual. Estamos em 2020, século XXI, e ao lermos os evangelhos, as cartas paulinas etc., estamos no século I, são 20 séculos de diferença. Você já pensou nisso? Quando falamos sobre as diferenças vividas do tempo entre nós e de nossos avós e bisas, já há tantas diferenças, não é mesmo? Imagine agora, essa distância de 20 séculos entre aqueles/as que escreveram os textos bíblicos e nós que os lemos hoje! Isso é tempo para “chuchu”, como diria o meu avô! Por isso é importante pensarmos em algumas questões daquele tempo, daquelas sociedades e dos desafios vividos por nossas irmãs e nossos irmãos que iniciavam a caminhada de fé em Jesus Cristo.

Quando acompanhamos o apóstolo Paulo em suas viagens e desafios junto às primeiras comunidades na Ásia e na Europa, percebemos que a vivência da crença em um único deus não era algo usual. As pessoas desse contexto adoravam, entregavam oferendas e seguiam ritos os mais variados, pois se a busca fosse por cura, iriam até Asclépio, se por questões amorosas, Afrodite, e tantos outros, como Ísis e Mitra. A pluralidade era algo comum e presente. Como nos ensina a historiadora inglesa Mary Beard, havia uma regra básica, à medida que o Império Romano se expandia, o mesmo se dava com seu panteão de divindades. Na época republicana havia cerca de 33 deuses romanos, como nos indica Renata Garrafoni. Assim percebemos que apóstolos e apóstolas, pregadores e pregadoras, ao levarem a mensagem do evangelho, os desafios se constituíam ainda maiores! Outro fato é que estamos em um mundo de honra e desonra, em que honra é o bem mais precioso de uma pessoa e/ou de um grupo. Não é à toa que fariseus/ as tentavam desonrar Jesus em público, fazendo com que Ele fizesse ou dissesse algo indevido em público ou quebrasse alguma regra indispensável à fé mosaica. Até chamado de Belzebu (senhor das moscas) Ele foi, e por quê? Qual seria o intuito, qual seria o objetivo? Desonrá-lo e assim

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Uma religiosidade plural

fazer com que Ele, ao perder a sua honra, perdesse a sua autoridade junto aos que O seguiam, que aprendiam com Ele. Alguém desonrado, naquela época, seria alguém não contado, não ouvido, não digno. Podemos perceber que há muito mais por detrás dos ataques dos/as fariseus/as do que simplesmente disputas para saber quem sabe mais da Lei e suas mais de 300 regras. O que dizer então da estrutura estabelecida de pureza e impureza, vivida por judeus/as de forma cruel e excludente? Para se casar com um sacerdote era necessário provar a pureza de sua árvore genealógica. Apenas os/as judeus/as puros/as poderiam exercer cargos públicos, e dependendo do grau de pureza a que pertenciam havia oportunidades ou várias portas fechadas, exclusão e preconceito. Samaritanos, eunucos, crianças filhos/as de sacerdotes nascidas fora do casamento, escravos/as do Templo e tantos/as outros/ as. Algumas profissões também eram listadas como impuras, tal como a de pastor e carpinteiro!

Não é interessante como José e o próprio Jesus exerceram uma profissão considerada impura para a época? Por que será? Na genealogia apresentada por Mateus, no capítulo 1, vemos a presença de várias mulheres, conhecidas por suas variadas histórias, em uma estrutura em que a genealogia era legitimada através dos homens. Por que a presença de mulheres tão peculiares? Seria a genealogia de Jesus impura? Mateus estaria fazendo uma crítica à estrutura excludente estabelecida? Já no início de seu Evangelho, Mateus desafia aqueles/as que estavam em sua comunidade a uma prática diferenciada? O que dizer da liderança feminina tão presente nas comunidades paulinas? Quando visitamos a Ásia Menor, entendemos que o matriarcado era o usual. Tanto que a presença de divindades masculinas é escassa. Não era, portanto, nenhuma complicação para o apóstolo ter mulheres na liderança das comunidades nascentes. Lembramos de Febe, recomendada em

Romanos 16.1-2. Você já se deu conta da recomendação feita pelo apóstolo? “(...) Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja de Cencreia, a recebais no Senhor como convém aos santos e a ajudeis em tudo que de vós vier a precisar; porque tem sido protetora de muitos e de mim inclusive” Por conta da tradução realizada, nem sempre nos damos conta de que esta mulher era uma diaconisa em Cencreia. Diferente do entendimento atual, ela era, naquela época, líder da igreja, e não apenas uma colaboradora. Esta recebe uma recomendação e tanto, pois era honrada e reconhecida, tanto que é enviada para a missão em Roma. Realize a leitura de todo o capítulo 16 de Romanos e observe o que acontece ali. O Mundo Mediterrâneo, mundo das comunidades primitivas, é um mundo riquíssimo, é o mundo em que as narrativas bíblicas e os desafios

missionários foram vivenciados. Essa parte do planeta, centro do mundo naquele período, tinha as suas formas de cultuar, os seus padrões e modos sociais específicos, maneiras de envergonhar e honrar que precisam ser conhecidas. Isso nos auxilia a compreender o quanto foi desafiadora a aceitação e a vivência do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso nos ajuda a perceber a fantástica ação do Espírito Santo, que, de fato, sopra onde quer! Deus nos abençoe e guarde sempre! Dra. Danielle Lucy Bósio Frederico Coordenadora do Programa de Ações Eclesiásticas e Missionárias na Fateo Bibliografia Consultada: BEAD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga. 4ed. São Paulo: Planeta, 2017. FUNARI, Pedro Paulo (org). As religiões que o mundo conheceu: como egípcios, gregos, celtas, astecas e outros povos cultuavam seus deuses. São Paulo: Contexto, 2016. JEREMIAS, Joachim. Jerusalém nos Tempos de Jesus. Santo André: Academia Cristã; São Paulo: Paulus, 2010.


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EDUCAÇÃO Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Projeto Didaquê

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Instituto Metodista Teológico João Ramos Jr., na 4ª Região Eclesiástica, está promovendo o minicurso Projeto Didaquê, que será realizado no dia 25 de janeiro das 19h às 22h. O valor do investimento será de R$ 30,00 por pessoa. O/a aluno/a terá direito a Material didático + Certificado pelo IMTJRJr. As inscrições podem ser realizadas até o dia 23 de janeiro por meio de cartão de crédito, boleto ou débito on-line.

Apresentação

Paulo de Tarso é um dos personagens mais marcantes da história do cristianismo. Sua trajetória nos inspira, nos instiga e nos desafia, afinal, estudar a vida, obras e legado deste apóstolo é revisitar as próprias bases do Novo Testamento e da fé cristã, um exercício fundamental para o crescimento da nossa própria fé. Portanto, seja bem-vindo/a a esta jornada!

Ementa

Estuda, a partir de abordagem histórico-literária, a trajetória do Apóstolo Paulo, destacando elementos essenciais em sua vida, em seus escritos e em sua teologia. Busca, ainda, situar as epístolas paulinas em seu ambiente e situação originários, ressaltando aspectos fundamentais para uma melhor interpretação desses escritos.

Objetivos

Apresentar uma linha cronológica acerca da trajetória do

Apóstolo Paulo; Situar as epístolas paulinas em seu ambiente e situação originários (Sitz im Leben). Destacar as principais contribuições do Apóstolo Paulo para a história do cristianismo a partir de sua teologia e de seu testemunho de fé.

Dinâmica

19h: 1º tempo de aula; 19h50: Intervalo; 20h: 2º tempo de aula; 20h50: Intervalo; 21h: 3º tempo de aula; 21h40: Bate-papo (perguntas).

Público-alvo

Professores/as da Escola Dominical, líderes de ministérios, líderes de células, pregadores/as e estudantes da Bíblia em geral.

Infraestrutura

O curso será oferecido na modalidade on-line, com transmissão ao vivo pelo YouTube e possibilidade de interação com o professor. Você receberá o link de acesso para assistir ao conteúdo. Além disso, você receberá o material didático (apostila e slides) em PDF, através do e-mail ou WhatsApp. Por isso, preencha com atenção o formulário no link à direita, pois entraremos em contato por meio dos dados fornecidos por você.

Sobre o professor

Felipe Bagli Siqueira é pastor metodista (IM em Santa Luzia, MG), professor de Bíblia do Instituto Metodista Teológico João Ramos Jr. (IMTJRJr.), doutorando em Teologia pela Faculdade

METODISTA DISPONIBILIZA BOLSAS SOCIAIS ATÉ 15 DE JANEIRO O benefício é de 50% e 100% para vestibulandos/as de 2021 e veteranos/as. Em 16 de dezembro de 2020, a Universidade Metodista de São Paulo e a Educação Metodista a Distância abriram inscrições, que vão até 15 de janeiro, para Bolsas Sociais nos cursos presenciais ou EAD referentes ao 1º semes-

Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), mestre em Ciências da Religião e bacharel em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Atua, principalmente, nas áreas de exegese do Novo Testamento, História e Literatura dos textos bíblicos e Cristianismo Primitivo.

tre de 2021. Os/as candidatos/as devem ter perfil socioeconômico da legislação filantrópica, que compreende renda familiar bruta mensal per capita não superior a três salários mínimos para bolsa parcial (50%) e 1,5 salário mínimo para bolsa integral (100%). As inscrições serão realizadas exclusivamente pela internet por meio do portal www.metodista.br mediante preenchimento do Formulário de Bolsa, obedecendo às seguintes datas: • Inscrições e entrega da documentação de 16 de dezembro de 2020 até 15 de janeiro de 2021. • Divulgação do resultado até 8 de fevereiro de 2021.

IMTJRJr.

O curso acontecerá em parceria com o Instituto Metodista Teológico João Ramos Jr., um centro de formação teológica e ministerial que serve à Igreja Metodista nos limites de Minas Gerais e Espírito Santo.

• Matrícula em 10 de fevereiro de 2021. A Metodista convocará diretamente os/as aprovados/as nas pré-seleções por e-mail, contato telefônico ou SMS. Os editais completos também estão no portal da universidade. Entre os critérios de seleção às Bolsas Sociais para calouros/as e veteranos/as estão: • T er cursado Ensino Médio completo em escola da rede pública. • T er cursado Ensino Médio completo em instituição privada na condição de bolsista integral (100%) da própria escola. • Ser a primeira graduação superior.

Para fazer a inscrição acesse https://bit.ly/didaque002

• E star adimplente financeiramente com a instituição acadêmica caso seja veterano/a. • A presentar pontuação mínima de 450 pontos no ENEM e não ter zerado na prova de redação. • C aso não possua nota do ENEM, obrigatoriamente o/a candidato/a deverá participar do vestibular social. • A tender aos requisitos de renda estabelecidos na legislação filantrópica que regulamenta a concessão de bolsa, cuja renda familiar bruta mensal per capita não exceda o valor de 3 (três) salários mínimos para bolsa parcial e 1,5 salário mínimo para bolsa integral.


MISSÃO

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Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

Maturidade cristã será tema das novas revistas para Escola Dominical Redação EC

O

lançamento da próxima série das Revistas para Escola Dominical, produzida pelo Departamento Nacional de Escola Dominical da Igreja Metodista e publicada pela Angular Editora, já tem data marcada. Em janeiro de 2021, você conhecerá o material com o tema "Maturidade cristã", com títulos para todas as idades. Confira a seguir os assuntos que estarão presentes na edição, de acordo com cada idade. Cada título conta com as versões da Revista para o/a aluno/a e para o/a professor/a, trazendo aprofundamento do tema, dicas e orientações para dinamizar a aprendizagem.

Flâmula Juvenil

bertas e perguntas. Organizada em três unidades, esta edição trata na primeira unidade sobre a necessidade de amadurecimento na fé e os meios para alcançá-lo. Na segunda unidade o tema é abordado a partir das cartas do Novo Testamento, contemplando a vivência pessoal e comunitária da fé. E, por fim, uma unidade sobre a maturidade nos relacionamentos interpessoais. Nosso desejo é que os/as adolescentes se identifiquem com as histórias bíblicas de pessoas comuns, que enfrentaram desafios no caminho da maturidade, percebendo a ação de Deus que ajuda a superar cada um deles. Crer na Palavra, ser como Jesus e agir de acordo com a sua vontade é nosso convite a partir das lições desta edição.

Público: Juvenis / Adolescentes

Cruz de Malta

Maturidade na fé e nos relacionamentos é o tema desta revista, preparada para quem vive a adolescência, com suas desco-

Crescimento é um elemento-chave na experiência com Cristo e foi o que nos motivou

Público: Jovens

A MISSÃO DE DEUS CONTINUA Em meio à pandemia do novo coronavírus, muitos/ as pastores/as e igrejas continuam realizando celebrações e batismos. Foi o que aconteceu na Metodista em Vila Mazzei/ SP, que batizou e recebeu três novos membros no dia 20 de dezembro. O Pastor Jef­ferson Mudesto comentou sobre a importância desse momento. “Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres. Essa frase do Salmista reflete a nossa alegria nesse tempo de pandemia porque a missão de Deus não parou”, relatou o pastor. São Paulo, assim como alguns outros estados, entraram na zona vermelha contra a Covid-19 no dia 22 de dezembro. A determinação foi do governo de São Paulo como medida de endurecimento da quarentena em todo o estado durante seis dias. Após o dia 3 de janeiro, uma nova avaliação será feita para saber se vai estender o decreto do governo ou não. As Regiões Eclesiásticas têm seguido as determinações dos/ as governantes estaduais para abertura ou não dos templos. Enquanto isso, algumas igrejas realizam os cultos com transmissões on-line.

a escrever esta edição sobre maturidade cristã. A revista está organizada em três unidades: a primeira é sobre o caminho a ser trilhado para a maturidade cristã, a segunda destaca as marcas de uma igreja madura e a responsabilidade pessoal neste projeto comunitário, e a terceira unidade, a mais extensa de todas, evidencia o valor da maturidade emocional e espiritual para relações sociais sólidas e

“Nosso desejo é que os/as adolescentes se identifiquem com as histórias bíblicas de pessoas comuns, que enfrentaram desafios no caminho da maturidade”

respeitosas. Crescer na Graça, na Palavra e no Amor é o convite que a revista nos faz.

Em Marcha Público: Adulto

A pessoa cristã que busca crescer na santificação e no conhecimento da Palavra de Deus adquire, além do conhecimento, a experiência e a solidez de uma fé firmada nos princípios bíblicos. Este material foi preparado com carinho e oração a fim de ser um instrumento de edificação para a sua vida e sua igreja nesse processo de crescimento. Maturidade cristã é o tema desta revista, que está organizada em três unidades. A primeira apresenta as doutrinas relacionadas ao processo de santificação, a segunda destaca algumas marcas de uma igreja madura a partir da inspiração das cartas do Novo Testamento, e a terceira e mais extensa unidade traz reflexões sobre a maturidade cristã em vários aspectos das relações interpessoais, inclusive nas chamadas mídias sociais.

Coleção Bem-Te-Vi

Edição “Crescimento na fé” composta pela revista Bem-te-vi professor/a e pelas revistas para as crianças: Bem-te-vi Jardim,

Bem-te-vi e Bem-te-vi Em Voo. Deus nos ajuda a crescer é o tema desta edição, que tem como objetivo central a temática do crescimento, visando contribuir com o desenvolvimento da fé das crianças e pré-adolescentes. Os estudos estão divididos em quatro unidades: na primeira trabalhamos a importância de crescer em sabedoria, estatura e graça, tendo como exemplo Jesus e alguns/ as de seus discípulos e discípulas; na segunda, os estudos trazem ensinamentos que nos ajudam a cuidar dos relacionamentos valorizando ações que cooperam para convivermos com sabedoria; a terceira apresenta a importância de se viver em comunidade preservando a unidade, partilhando a fé com alegria; na quarta unidade, os estudos enfatizam a importância da missão e da oração, a partir dos últimos dias de Jesus entre seus discípulos e discípulas, relembrando a sua morte e ressurreição. A revista do/a professor/a da Coleção Bem-Te-Vi é única, o que possibilita a aplicação do conteúdo em salas de idades mistas e apresenta, além do aprofundamento do tema, um plano de aula para cada encontro, com sugestões de músicas, atividades e outras orientações pedagógicas para dinamizar a aprendizagem.


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MÍDIA Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

ONDE ESTÃO AS SEMENTES?

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GIRO DE

NOTÍCIAS

O QUE FOI DESTAQUE NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

Expositor Cristão HONDURAS

© DIVULGAÇÃO

A passagem do furacão Eta por Honduras, em meados de novembro, deixou devastação e desespero entre a população hondurenha, colocando em risco mais de 1,8 milhão de residentes e causando mais de 70 mortes. A Missão Metodista Unida em Honduras é a única presença oficial da Igreja Metodista Unida na América Latina e tem mais de 20 congregações e ministérios operando em várias regiões do país. A Igreja Metodista no Brasil solidarizou-se com os/as hondurenhos/as nesse tempo de dor e desesperança.

CGCJ A Comissão Geral de Constituição e Justiça emitiu algumas decisões no mês de dezembro. Você pode conferir todas as decisões publicadas na página oficial da CGCJ ou na home em nosso site www.expositorcristao.com. br.

MUDANÇAS NA GESTÃO: A Assembleia Geral, composta pela Cogeam e contando com a presença do Colégio Episcopal, reunida nos dias 23 e 24 de novembro, tomou a decisão, sob a solicitação do Conselho Superior de Administração das instituições metodistas de ensino, de realizar o desligamento da atual gestão da Rede e redirecionar as ações no que tange à vida e à missão de nossas escolas, colégios e universidades. Entendemos que nosso momento institucional enfrenta suas dificuldades próprias, agudizadas pelo tempo da pandemia. E estamos procurando nos esforçar por respostas mais eficientes aos processos complexos que experimentamos. EM ORAÇÃO: Com o objetivo de mobilizar pessoas a orar semanalmente e diariamente pelos propósitos selecionados pela área nacional da Igreja Metodista, convidamos você a participar da campanha EM ORAÇÃO. O versículo que conduz a campanha lembra a importância da oração para fazer qualquer coisa: “… porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.5b).

© MLADEN ZIVKOVIC / ISTOCKPHOTO.COM

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RÁPIDAS

NATAL O Calendário Litúrgico, ou Ano Litúrgico, não é uma ideia, mas uma pessoa: Jesus Cristo e o Seu mistério realizado no tempo, que hoje a Igreja celebra sacramentalmente como memória, presença e profecia. O Ano Litúrgico se baseia, portanto, na história da salvação, cujo centro irradiador é o mistério pascal e a união em Cristo.

Cremos que as obras da verdade manifestam a presença de Deus e que, por sua vez, são sempre comunicação de boas notícias BISPO LUIZ VERGÍLIO BATISTA DA ROSA

MAIS LIDAS

AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

© DIVULGAÇÃO

EC DE DEZEMBRO: Este ano foi diferente em todos os sentidos. No ano em que a Igreja tem como tema a unidade ela se viu em isolamento social desde março devido à pandemia da Covid-19. Perdemos irmãos e irmãs de nossas comunidades. Alguns/as perderam familiares ou amigos e amigas próximos/as. A Igreja perdeu algumas pessoas clérigas. Foi um ano difícil em que a Igreja se viu obrigada a celebrar cultos e ceia de forma on-line.

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A noção de canonização é a mesma tanto para a Bíblia hebraica/Tanak (“Primeiro Testamento”) quanto para o Novo Testamento. Foi em sua “Carta de Páscoa” do ano 367 que Atanásio impôs o termo cânon (“vara”; “regra”) para designar os livros inspirados reconhecidos pela Igreja. Portanto, deve-se distinguir entre “Escritura” e kânon.

Motivada por uma imagem divulgada nas redes sociais sobre vasos ornamentais com sementes de limão, comecei a aventura de procurar as sementes para plantar e fazer um vaso para mim. Depois de algumas semanas me deparei com a dificuldade de encontrar tais sementes, pois os limões que tenho comprado nos supermercados, em sua maioria, são orgânicos e não possuem sementes. Ao falar dessa dificuldade com minha irmã, ela sugeriu que eu plantasse mexerica e prontamente me ofereceu algumas, colhidas no pomar do condomínio onde mora, pois essas tinham muitas sementes. Continuei em busca de algumas sementinhas de limão, e assim que consegui logo pensei em compartilhar dessa alegria, então fiz um vaso para mim e outro para presentear uma amiga que também gosta de cultivar plantas. A impossibilidade de ter as sementes e sentir a alegria de semear, cultivar, ver crescer a linda folhagem do pezinho de limão e respirar seu aroma me fez lembrar da parábola do semeador (Lucas 8.4-15). A história que Jesus contou diz que o semeador saiu a semear e apenas parte das sementes caíram em terra boa e deram fruto. O que me chama a atenção é que o semeador tinha muitas sementes em suas mãos. Ao me perguntar onde estão as sementes, me sinto motivada a buscar a palavra de Deus e fortalecer em mim o desejo de que ela germine em meu coração e dê muitos frutos. Muito mais que ter um vaso ornamental, podemos ser um vaso com terra boa, que acolhe as sementes, floresce e frutifica. Que o nosso coração esteja sempre grato pelas boas sementes que têm frutificado em nós. Que neste dia de gratidão e partilha, possamos compartilhar dos frutos que a Tua palavra tem gerado em nós. Telma Cezar Martins Departamento Nacional de Escola Dominical


CRIANÇA Janeiro de 2021 | www.expositorcristao.com.br

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Crianças anunciam as boas-novas da graça

omo é bom ganhar presentes! Jesus disse: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem?” (Lucas 11.13). Bons pais têm prazer em presentear seus/as filhos/as e desejam que tenham acesso a uma boa alimentação, educação, saúde, etc. Deus nos presenteou com a salvação em Jesus Cristo. Ele mesmo pagou o preço que foi exigido pelo pecado. Por causa do Seu sacrifício recebemos uma infinidade de outros presentes: cura, libertação, os dons do Espírito e muito mais. É importante explicarmos às crianças que o melhor presente de Deus é Ele mesmo. Deus é o melhor presente para nós. Por isso, Jesus disse que o Pai Celestial nos daria o Espírito Santo. Não merecemos este presente porque somos pecadores/as, mas podemos aceitá-lo e usufruir dele. Recebemos este presente por causa da graça de Deus. O Pai Celestial nos ama e quer o melhor para nós. Você já recebeu este presente (Jesus) em seu coração? As crianças também podem anunciar esta boa notícia para todos/as os/as seus/as

amiguinhos/as e familiares. Através da fé pura de uma criança, compreendemos por que o Reino de Deus pertence a elas. Elas simplesmente creem sem medos, sem timidez. Por isso, podem anunciar o Evangelho com muita ousadia e alegria. Como responsáveis, precisamos ensinar às nossas crianças que melhor do que ganhar um presente é poder dar presentes. Aquilo que recebemos de Deus devemos, gratuitamente e graciosamente, entregar ao próximo. Somos transformados/as para sermos agentes de transformação. /// Equipe DNTC

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