Catálogo Exposição IDENTITY - David Reis Pinto - 284 Gallery

IDENTITY

Identity, fenómeno global. Perda ou construção da identidade, individual,coletivaeatédascoisasouacontecimentos.

Identity,comoumaquestãodeverticalidade.

Verticalidade e respetiva obrigação de construção de estrutura. Estrutura do corpo e da mente. Estrutura do indivíduoedasociedade Identity, uma eterna busca por direito e dever de cada um de nós.

Do átomo ao pixel, do eterno ao efêmero. A capacidade de observação do homem coloca nos nesta exigente missão de compreender distâncias, contrastes, de

procurarconstantementerespostasmastambémdeprocurar novas perguntas, por isso é da sua responsabilidade preservar a história mas também a responsabilidade de acrescentar "Identidade"própriaaoseutempo.

Das"micro-relações"aos"macro-acontecimentos".

O reconhecimento de que nada é por acaso é fundamental para a construção de uma estrutura irrepreensível. É o que se exige nos tempos que correm, muito longe de se exigir perfeição,exige-sesim,correção! Participar...paraconstruiridentidades.

De onde viemos, para onde vamos é definitivamente uma questão muito pertinente perante os acontecimentos dos últimos2,3anos.

Com identidade saberemos observar melhor, e saberemos tambémantecipartantoosdesejosàprocuradoBelocomoos pecadosàprocuradadestruição.

Identity,determinanteparaadefiniçãodofuturo

DavidReis

O tempo de pintar cada personalidade ou tema serve-me como um tempo de relacionamento, aproximação, e de oportunidade para aprendercomosgrandesnomesdanossahistória.

A técnica que apresento nestas interpretações é o entendimento entre a vontade de desmistificar as cores, o lado estético e a forma como assimilo as influências por parte de cada referência Assumindoacorcomoaessênciamãecomopoderdeconstruir,vejo que no futuro ideal estaremos nus de preconceitos, ligados pela maiormisturadetodas,comoseresdetodasascores.

Se a utopia é fruto da imaginação, logo é apenas uma questão de tempoatésetornarreal.

Do cinema, à música, dos pintores do Renascimento ao Modernismo, da ciência ao desporto, da filosofia ao empresário, do simples ideal do Belo representado nos cânones gregos à liberdade desmesurada da arte contemporânea, todos os pretextos são válidos para levantar questõessobreainformaçãoquenoséoferecidadiariamente.

Entre muitos nomes que já procurei retratar, estão : Jimmy Hendrix, MarilynMonroe,aprópriaSharbatGula(araparigaafegã)cujaimagem do rosto foi capa da revista da National Geographic em 1987, também referências como Martin Luther King, Frank Sinatra, Nina Simone, ElvisPresley,Baskiat,

David Reis Pinto, 2022

V O PORTU GU

Troika, 2011, chega a Portugal, destemida e impetuosa com sanções difíceis de digerir pelo povo português, Portugal enfrentava um cenário incomportável, talvez o pior das últimas décadas onde diariamente fechavam dezenas de empresas.

Mais do que uma tempestade económica, a Troika representava naqueles dias o desespero de muitas famílias portuguesas a nível psicológico e emocional. O país inteiro parecia devastado, parecia rendido às circunstâncias de umpanoramapraticamenteimpossíveldemelhorar

Mas os portugueses navegaram muitas marés e aprenderam a ultrapassá las com paciência e com coragem.

Um povo criativo e democrático cuja conquista de 1974 é manobrada com flores nas mãos (um exemplo para o mundo).

EDIC ADO A O

Um povo resiliente, que entende a saudade com romance, românticosquecantamfado

Um povo sempre unido com fé num futuro próspero. Um povo que se adapta e que supera qualquer dificuldade. Um povo que hoje enfrenta mais uma maré. Moderna esta, estranha, invisível e mortal, mas que tal como nos anos de recessão, somos um povo diplomático, unido e criativo que analisará qualquer informação exterior e interior de modo a navegarmosaoencontrodeoutrasconquistas.

David Reis Pinto, 2022

A vida como uma equação cheia de variáveis em constante transformação gera esta automatica necessidade de nos afastarmos da mesma para a observarmos atentamente e nada melhor que uma tela em branco e o processo de equacionar cada variável com toda a liberdade e criatividade necessárias construindo novos pensamentosatravésdousodeumapaletainstintivadecoremateriais.

Através da composição de linguagens que aparentemente são abstractas, mas que em determinada parte do processo, se revelam mais claras que o próprio vocabulário da humanidade. O abstracionismo tem a capacidade de resumir ou de complicar, de condicionar e de libertar, tem a profundidade dos reencontros e tem a simplicidade da relativização Tem esta capacidade de reencontro com o passado, com as memórias, ou de nos "oferecer" um olhar sobre as visões do futuro, assim potencia esta possibilidade de um presente possivelmente mais conscienteetambémmaishonesto.

A Arte abstracta será sempre uma necessidade, diria que crescente porque a humanidade revela-se em crise de identidade, por várias razões abordadas na Exposição"Identity",galeriaColetivo284.

Através desta liberdade permitida no espaço de uma tela branca podemos escrever as novas histórias, aquelas sobre as quais estaremos livres do julgamento ou do olhar crítico, livres do preconceito, porque o observador verá aquilo que precisa. Como um outdoor publicitário do futuro onde a campanha de marketing se adapta consoante a informação digital partilhada através da identificação de um indivíduo, assim será cada vez mais com a arte abstracta, acabandopordirecionarainformaçãoquecadaobservadorprecisa.

O Abstracionismo é necessário e será universal, porque a Evolução do ser humano assim o ditará. Da necessidade de entender para a partilha de conhecimento

julgamento é importante desenvolvermos as nossas

para a leitura abstracta, a necessidade já é patente como resultado das variadíssimas disfunções psicológicas derivadas do aceleramento dos ritmosdoquotidianomoderno

A capacidade de

David

Pinto,

EPOPEIA S IMER SIV A S

Um mergulho na mente à procura de pensamentos invisíveis, encontrá-los para nos conhecermos melhor é uma necessidade quando percebemos que podem estar “eles”aassumirocontrole.

Neste mundo moderno e acelerado podem, os nossos pensamentos, não ser os mais saudáveis, possivelmente contaminados ou simplesmente confusos acabam por distorcer a nossa percepção sobre a realidade e pior, acreditarmos um dia de que estamos conscientes perante

as decisões que tomamos mesmo que defraudam as prioridadesdeumaéticaconsciente.

O homem da caverna de Platão encontra a ascensão, procura uma nova verdade e depara se com o conhecimento, já o homem do século XXI em alegoria da capoeira, encontra a decadência, correndo o risco de não aguentartamanhaperversão.

Não sabendo como lidar com tantas verdades tem corrompido os próprios valores morais para dar lugar a uma indústria de consumo, que por sua vez alimenta ciclicamente uma ideia de conformismo instantâneo e não a construção de um sentido de reencontro do corpo e do espírito com a natureza que nos serve e que deveríamos reciprocamente servir Com esta obra constrói-se uma abrangente casa de pensamentos, nua e sem mobílias, praticamente despida de ornamentos com a principal funçãodefazermosanossahigienemental.

Estamos hoje perante a oportunidade de construirmos raciocínios construtivos que contribuam para o desenvolvimento do carácter do Homem e assumir este papel preponderante e de enorme responsabilidade entre asoutrasespéciesetodaaNatureza.

DavidReisPinto,2022