Antonio Maia. Ex-voto, alma e raiz

Page 1

Antonio Maia - Votive Offering, Soul and Roots

Curador CĂŠsar Romero

1



Antonio Maia Ex-voto, Alma e Raiz

Antonio Maia - Votive Offering, Soul and Roots

Acesse www.caixacultural.com.br Baixe o aplicativo CAIXA Cultural Curta facebook.com/CaixaCulturalRiodeJaneiro e facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo

CAIXA Cultural Rio de Janeiro

CAIXA Cultural São Paulo

01 Mai a 26 Jun 2016

10 Dez 2016 a 28 Fev 2017

Av. Almirante Barroso, 25. Centro Ter a dom, 10 às 21h. Galeria 2 (21) 3980-3815

Praça da Sé, 111. Centro Ter a dom, 9 às 19h. Galeria D. Pedro II (11) 3321-4400

Alvará de Funcionamento da CAIXA Cultural RJ: nº 041667, de 31/03/2009, sem vencimento.

Editora Expoart, 1ª Edição, 2016


Ao longo de sua história de 153 anos, a CAIXA consolidou uma imagem de empresa de sucesso, presente em todos os municípios brasileiros, através de mais de 60 mil pontos de atendimento. A participação efetiva da CAIXA no desenvolvimento das nossas cidades, e sua presença na vida de cada cidadão deste país, consolida-se por meio de programas e projetos de financiamento da infraestrutura e do saneamento básico dos municípios brasileiros; da execução e administração de programas sociais do Governo Federal; da concessão de créditos a juros acessíveis a todos e do financiamento habitacional a toda a sociedade, além de vários outros programas de largo alcance social. Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do Pais, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado Brasileiro, é a missão desta empresa pública cuja história visita três séculos da vida brasileira. Foi no transcurso desta vitoriosa existência que a CAIXA aproximou-se do artista e da arte nacionais. E vem, ao longo das últimas décadas, consolidando sua imagem de grande apoiadora da nossa cultura, e detentora de uma importante rede de espaços culturais, que hoje impulsiona a vida cultural de sete capitais brasileiras, onde divulga e fomenta a produção artística do país. A exposição Antonio Maia: ex-voto, alma e raiz resgata para as novas gerações a importância de um artista único, que legou ao Brasil uma estampa, uma imagem – o Ex-Voto – um dos símbolos máximos da cultura popular brasileira. Suas obras ajudam na compreensão da identidade nacional, do ser brasileiro. Ao patrocinar mais este projeto, a CAIXA reafirma sua política cultural, sua vocação social e a disposição de democratizar o acesso aos seus espaços e à sua programação artística, e cumpre, desta forma, seu papel institucional de promover e difundir a cultura nacional. Caixa Econômica Federal

2


Antonio Maia é um nome referência na pintura brasileira. Nasceu em Carmópolis – Sergipe, e, aos 17 anos, se mudou para Salvador, onde ficou por três anos (1945 1948). Depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro, e lá viveu por quase 50 anos. Nesse meio tempo, morou por dois anos entre Barcelona, Londres e Genebra (1970 1972), e em São Paulo (1974). Entretanto, sua vida e atuação se deu principalmente no Rio. Fazer arte é uma atitude, um compromisso com os semelhantes, e essa sempre foi uma postura de Maia. Hoje, as falácias e os embustes se transformaram em sinônimo de arte atual, arte recente. O fácil, o imediatismo, parecem estar triunfando sobre o profundo. Um artista troca sua vida pela arte, porque ela lhe dá sentido, ela é coisa maior que brota como revelação de uma atitude frente ao caos. Assim fez o artista. Sempre. O tempo avança sobre os mortais com suas cicatrizes, seus desvãos até a finitude, quando se encerra a dialética. Mas para os escolhidos, marcha ao contrário, ratifica a qualidade, modela os exemplos. O esquecimento, que pode ser temporário, é a vingança do tempo, mas o bom sabe esperar e o tempo é justo. Agora, Antônio Maia vem filtrado de história para seu merecido lugar. Esta exposição passou pela Bahia, agora Rio e São Paulo, para que a obra de Maia seja revista e possa prevalecer como merece. A vida vai lavando seus tecidos, até que de puros triunfem sobre o lodo. César Romero Curador

3


Antonio Maia - Ex-voto, Alma e Raiz César Romero

Antonio Maia nasceu em Carmópolis – Sergipe, em 9 de outubro de 1928. Rancho foi o nome primitivo da cidade, um povoado do fim do período Colonial e início do Império. Funcionava como um ponto de parada de feirantes, que repousavam, trocavam ou vendiam mercadorias. Depois o ponto dos feirantes passou a ser denominado Carmo, uma provável influência dos Padres Carmelitas da Missão de Japaratuba. Data desta época a construção da Igreja de Santana de Massacará. Em linha reta, Carmópolis dista 31 km de Aracajú. Quando Maia realizou sua primeira exposição individual em 1960, na Galeria Domus, em Cataguases (MG), a população de Carmópolis totalizava 3.483 habitantes. O artista tinha então 32 anos. De Carmópolis para o Rio de Janeiro, conquistou, com sua arte, o certificado de Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1966), o mais importante e qualificado evento de arte na época. Ano seguinte, foi contemplado com o Prêmio Lar Brasileiro, na IX Bienal de São Paulo, quando expuseram 366 artitas brasileiros juntamente com ele e a Bienal experimentou os primeiros problemas com a censura da ditadura militar. Em 1967, assina a coluna de artes plásticas do Jornal do Brasil. Em 1968 conquista o Prêmio de Viagem no País, no Salão Nacional de Arte Moderna, o Prêmio Fundepar, no Salão Paranaense em Curitiba (PR) e Prêmio de Melhor Expositor no Ano, promoção da Standard Elétrica e Galeria do Instituto Brasil – Estados Unidos, que lhe proporcionou viajar para os Estados Unidos e realizar uma exposição individual na Art Gallery of Brazilian American Cultural Institute em Washington D.C.. Em 1969, conquistou o maior prêmio brasileiro - Viagem ao Estrangeiro, no Salão Nacional de Arte Moderna. Foi também capa do importantíssimo Dicionário das Artes Plásticas no Brasil com a pintura os Lamentadores da Morte. Da autoria do crítico de arte Roberto Pontual, esse dicionário foi um marco histórico, por ser o primeiro do gênero. Em 1970, expõe individualmente, com sucesso de público e crítica, na lendária Galeria Bonino, a mais importante do país. Participa do Resumo de Arte Jornal do Brasil no Museu de Arte Moderna do Rio e vai para a Europa, em virtude do Prêmio Viagem ao Estrangeiro. Fica residindo entre Barcelona, Londres e Genebra durante dois anos. Passou dois meses em Bankcok, na Tailândia, onde expôs individualmente. Entre 1966 e 1970, apenas quatro anos, Antonio Maia fez um percurso extraordinário, talvez o de maior prestígio no país, dado aos eventos e prêmios que ganhou. Alcançou notoriedade exponencial, tornando-se, aos 42 anos,

4


um artista referência e um dos maiores mercados do Brasil. Para um “retirante” nordestino, de origem simples, autodidata, sem padrinhos, timidez acentuada e sem formação erudita, Antonio Maia demonstrou que o talento é a maior ferramenta do artista. Exerceu suas habilidades como desenhista, ilustrador, pintor, gravador, estudou em cursos livres de cerâmica, fotografia, canto e teatro.

Antonio Maia transferiu-se para Salvador-Bahia aos 17 anos em 1945. Veio para servir como soldado da Aeronáutica. Serviu como militar em alguns estados, até aposentar-se. Vivendo em Salvador por três anos, aprisionou algo da cultura baiana em suas manifestações populares. Em 1959, começa a pintar de forma autodidata. Buscou a Abstração Informal, experimentando texturizações e cores de 1960 a 1963. Em 1964, decidiu que estavam superadas suas pesquisas na abstração informal e pinta seu primeiro quadro baseado na figura do ex-voto nordestino. Ainda em transição, Maia mantevese algum tempo entre ex-votos texturizados, com colagens de rendas e toalhas de altar, emblemas, riscaduras e distorções. As cores eram terrosas, marrons, sépias e ocres. A partir de 1967, Maia transforma os ex-votos em signo, e o torna despojado, simples, direto e o faz com clareza lapidar. O desenho torna-se simplificado, contido e a cor surge em pinceladas lisas, tornando exata toda a composição. Tudo muito econômico, inclusive a cor, que mais tarde explodiria em luzes. Maia tinha uma técnica impecável, tanto em sua passagem pela abstração informal, como depois de aderir ao ex-voto. Suas pinturas, em grandes planos de cor, intensificavam as sofisticações, surgiam criando atmosferas de estranhamento. Maia trabalhou essencialmente um só assunto - o ex-voto, coisa de alta periculosidade para um artista, mas foi poderoso na objetividade e exatidão. As escolhas por vezes limitam, mas não em Maia, com um extenso repertorio inventivo, não caía em repetição. A pintura de Maia emociona, comove num primeiro olhar. Há um ar de denúncia social ou no mínimo um repensar na terra brasileira e suas raízes. Percebe-se uma tensão contida de exuberante enigma.

5


Maia tinha certas manias que levava à exaustão. Aplicava-se a cada tempo em uma delas. Isso aconteceu com a Via Sacra, a Gastronomia, o Tarô e o Origami. Maia pintou duas Vias Sacras. Expôs a primeira em 1977 em “Arte Agora II / Visão da Terra”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e também na Igreja do Rosário, em Curitiba – PR, como parte da Semana da Bíblia. Cria a segunda em 1982 para a Capela da Irmandade de Santa Úrsula, que antes é mostrada na Galeria GB do Rio. Também chamada Via Crucis, é o caminho seguido por Cristo em sua caminhada do Pretório de Pilatos até o Monte Calvário, carregando a cruz. Acontecem reencenações no tempo da quaresma, especialmente em cidades do interior, onde a fé católica é um alento. Maia sempre valorizou a gastronomia e estudou nomes como Jean Ramet, Paul Bocuse, Claude Troisgros, Laurent Suaudeau e Gaston Lenôtre. Resolveu fazer curso de culinária, uma vez que lia muito sobre o assunto. Fazia jantares temáticos para poucos convidados, ocasiões nas quais daria uma melhor atenção aos amigos. Variava de grupos e sabia diversificar os convidados: críticos de arte, jornalistas, artistas visuais, marchands e atores. Poucos amigos, entretanto, estavam fora da área de arte. Maia tinha capacidade de pôr em prática ideias suas com resultados surpreendentes. Aprendeu a obter, por meios distintos, pratos similares aos originais. Assim fazia falso coelho, falso acarajé, falsa lagosta, falso escargot e outras iguarias. Gostava de servir vodkas caras e famosas, como Absolut, Vodski, Vladivar, Kalvelage, Wyborowa e outras. Não esquecia, contudo, os bons vinhos, refrigerantes, água mineral, as sobremesas variadíssimas e sempre biscoitos. Durante muito tempo, servia antes das refeições o kir, uma bebida servida gelada, resultante de uma medida de licor de cassis e vinho branco. Os jantares faziam muito sucesso e muitas vezes eram aplaudidos de pé pela sua qualidade e sofisticação. Antonio Maia sempre foi um místico. Um curioso pelo esoterismo e pelas ciências ocultas, estudava e buscava desvendar os mistérios e o sentido da vida. Maia sempre predominava o comportamento introspectivo e silencioso. Seu silêncio, as pausas nas conversas, por vezes um olhar longínquo, parecia levá-lo a um lugar só dele, onde se encontrava com os mistérios, questionamentos, um certo alento. Seguir criando era imperativo. Apostou sua vida na arte.

6


Dedicou-se também ao estudo do Baralho Cigano, Cabala, Pirâmide, Radioestesia, Geomancia, Quirologia e Astrologia. Em 1986, participou de um curso de Tarô, proferido por um profundo conhecedor do assunto, o tarólogo Namur. Impressionou-se com a coleção de 78 cartas, maiores que as de um baralho comum, com desenhos específicos, usados por cartomantes. Um jogo adivinhatório de uso milenar. Maia sempre foi um homem extremamente intuitivo e percebeu que seu crescente interesse pelo Tarô se devia sem saber, nem conhecer ainda, desde 1964, quando pintava símbolos relacionados aos arcanos, os quais apareciam vez por outra em suas pinturas. Intuição. Aprofundou-se mais ainda em suas pesquisas e decidiu: faria os 22 Arcanos Maiores do Tarô. Levou sete anos trabalhando o tema, de início em telas de pequenos formatos. Depois de prontos os estudos, que nunca fazia para suas produções, resolveu fazer o Tarô em grandes dimensões, na mesma proporcionalidade métrica das cartas originais. Pronto o projeto, Maia teve dúvida de algumas cartas, refez duas e acrescentou novos elementos que não estavam nos estudos iniciais. Convencido do resultado, Maia fez uma magnífica exposição intitulada “O Tarô de Antonio Maia” na mítica Galeria Bonino – Rua Barata Ribeiro, 578, Rio de Janeiro, no dia 07 de dezembro de 1993. Maia estava no auge e a exposição nº 434 da Bonino foi das mais comentadas no Rio de Janeiro e no Brasil. Maia tinha um especial interesse pelo incomum. Os desafios o moviam e sua poderosa curiosidade ajudava. Maia dizia que, depois de começar a tomar um curso de origami e a aperfeiçoar-se no assunto, não tinha mais pressa para nada. Por 12 anos manteve-se no curso de origami. Comprava papéis, pegava os das ofertas de supermercados, das lojas e enchia uma sacola, que sempre trazia pendurada no braço. Andava pelas ruas do Rio, fazendo origami e dava-os de presente aos amigos ou a alguém desconhecido que olhava e ficava lisonjeado com os elogios. Nos restaurantes, quando esperava os pedidos, em casa conversando com os amigos, não parava, isto estava incorporado por ele ao seu dia a dia. Os horários dos cursos eram sagrados, não faltava a uma aula. Anos e anos se passaram e Maia continuava o curso, dizendo que a aprendizagem dos origamis não tinha fim.

O Homem Antonio Maia era um homem introspectivo, extremamente afável e secreto. Falava apenas o essencial sobre o mundo circundante e de si, quase nada. Nem os amigos mais íntimos tinham acesso a sua vida interior. Muitos

7


amigos nem sabiam dos outros. Não falava. Nunca se sabia se Maia estava triste ou feliz, era sempre contido e não deixava passar seus sentimentos mais nobres. Ao encontrar os amigos, a mesma frase inicial: “Que tal?” e seguiam frases curtas, pois ouvia mais que falava. Embora tivesse uma boa biblioteca e centenas de discos, nunca falava o que estava lendo ou ouvindo. Quando provocado sobre literatura ou música, tecia comentários rápidos. Nunca se colocava como centro das atenções. Não discutia política, religião, futebol, teoria da arte, técnicas nem festas que ia. Nunca falava mal de ninguém, nem de vizinhos, artistas, críticos de arte, atores, cantores, marchands, intelectuais, amigos, pessoas. Economizava nos elogios: “gostei”, “está bom”, “foi agradável”. Sorria, mas quase nunca gargalhava. Viajava muito ao exterior, às vezes nem dizia onde esteve. Quando indagado, duas ou três frases encerravam o assunto. Falava baixo e gesticulava pouco. Vestia-se discretamente e não dispensava um “completino”, que em nosso idioma significava casaco. Tinha dezenas. Maia tinha compulsão por compras, principalmente em eletroeletrônicos. Tinha uma coleção de mais de 50 rádios portáteis. Colocava cada um em uma estação e bastava apenas ligar, no horário de sempre, para ouvir programas preferidos. Por vezes ligava vários, sem, contudo, revelar a razão. Maia sempre se mostrou um homem secreto, embutido, calado sobre si mesmo. Exerceu a função de taxista, segundo Rubem Valentim numa declaração a Reynaldo Roels Júnior no Jornal do Brasil em 25 de maio de 1988, em artigo intitulado “O exportador de Signos”. Fazia em casa sessões de filmes de arte e convidava amigos para vê-los. Enquanto o filme durava, Maia ia para a cozinha e fazia biscoitos para o deleite dos poucos convidados. No carnaval, deixava a televisão ligada e via as escolas de samba sem áudio, só a imagem. A trilha sonora eram discos de Bach e Beethoven, e ainda pintava. Maia era muito estranho.

Um Resumo Antonio Maia evidenciou-se como um milagre. Viveu uma mudança radical de rota. Saiu de uma pequena cidade do interior de Sergipe, Carmópolis, passando pela Bahia e por fim Rio de Janeiro, quando começou a pintar profissionalmente. Ganhou os maiores prêmios existentes na época. A crítica de arte o aclamava, e ele ia tornando-se um artista de grande prestígio, popularidade e mercado. Frequentava a intelectualidade, alta sociedade carioca e viajou pelo mundo, expondo ou a passeio.

8


De origem humilde, Maia venceu sem a ajuda de ninguém. Desenhou cartazes e capas de programa de teatro, também fotografou ainda como amador. Autodidata, começou em 1959 fazendo abstrações de modo informal, buscando efeitos de matéria, em texturizações e colagens de papéis, com cores escuras, terrosas, ocres e marrons. Nesta época, o Abstracionismo Informal, que vira em grandes exposições em Bienais e Salões Oficiais do Rio e São Paulo, estava em voga. Maia assim acompanhava as normas do novo, artistas que estavam ligados a movimentos de vanguarda. Ganhou alguns prêmios seguindo esta corrente. Em 1964, quando a nova figuração começa a tomar corpo no mundo inteiro, o artista recupera sua infância, reatualizando-a. Volta-se para a religiosidade popular nordestina e encontra o exvoto. Na realidade, dá-se um reencontro com o seu eu, sua essência primária, sua alegria e seu espanto, sua verdade endógena, da qual nunca mais sairia. Tornou-se prisioneiro de si mesmo, e por isso seu encontro com o ex-voto tornou-se definitivo. Maia, a partir do ano 2002, passou a isolar-se, não saía mais à noite como antes, só em jantares íntimos e algumas exposições de artistas dos quais ele gostava. Seu mercado aos poucos caiu e com ele seus preços. Muitas galerias do Rio fecharam, a crítica de arte não mais o convidava para grandes eventos, por conta especialmente da “arte contemporânea”. Maia sentiu, porém não falava nada, não se queixava, nenhum comentário. Os marchands, antes ávidos por seu trabalho, começaram a minguar. Restou-lhe Curitiba (PR), onde seus colecionadores ainda compravam seus quadros. O tempo passava e Maia, adoecendo, andava com certa dificuldade e tornou-se mais e mais calado. Sempre bebeu pouco, entretanto, no fim, alguns goles a mais. Nunca revelou para ninguém sua doença. Um ano antes de falecer, ocorreu a sua internação em um hospital público. Não recebeu ninguém, não queria. Não falava deste assunto. Num sábado, dia 12 de julho de 2008, três meses antes de completar 80 anos, Maia foi dormir. No domingo, não acordou. Seu sobrinho, Mário Maia, chegando em casa pela tarde, avistou a porta do quarto fechada. Ao abrir, Maia dormia para sempre. Mercado, moda e preços são coisas diferentes de talento e criatividade. Antonio Maia sempre será uma das maiores referências da arte brasileira. Um homem e uma pintura íntegros. Um milagre nacional.

9


Antonio Maia - Currículo

Carmópolis, Sergipe, 1928. / 1945 Passa a residir em Salvador. /1948 Transferese para o Rio de Janeiro. /1955 Estuda cerâmica e fotografia em São Paulo. /1956: Volta a residir no Rio de Janeiro, após haver iniciado autodidaticamente em pintura. /1957 Dedicase à cerâmica. /1959 Mais interessado na pintura, situase no âmbito da abstração informal, buscando efeito de matéria. Começa a participar dos Salões de Arte Moderna. /1960 Realiza sua primeira exposição individual na Galeria Domus, Cataguases, MG. /1961 Realiza exposição individual na Galeria Penguin, Rio de Janeiro. /1962 Recebe prêmio aquisitivo no Salão Municipal de Belo Horizonte, MG. /1963 Ganha o 3°prêmio em pintura no Salão Municipal de Belo Horizonte, MG. Medalha de Bronze e prêmio aquisitivo no Salão Paranaense, Curitiba, PR. /1964 Superando a abstração informal inicial, pinta seu primeiro quadro baseado na figura do exvoto nordestino. Expõe individualmente na galeria Goeldi, Rio de Janeiro. /1965 Viaja para o Chile e realiza exposições individuais no Centro Chileno Brasileño de Cultura, Valparaiso e no Centro Brasileiro de Cultura, Santiago. /1966 Realiza exposições individuais na Galeria Goeldi, Rio de Janeiro, e na Galeria Guignard, Belo Horizonte, MG. Recebe o Certificado de Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna. Participa da exposição “Cinco Pintores Brasileiros” na Galeria Firum, Buenos Aires, Argentina. /1967 Conquista o prêmio Banco Lar Brasileiro, na Bienal de São Paulo. Prêmio aquisitivo, no Salão de Desenho de Ouro Preto, MG. Assina a coluna de artes plásticas do Jornal do Brasil. /1968 Conquista o prêmio Viagem no País no Salão Nacional de Arte Moderna. Prêmio Fundepar no Salão Paranaense, Curitiba, PR. Prêmio Melhor Expositor do Ano, promoção da Standard Elétrica e Galeria do Instituto BrasilEstados Unidos. /1969 Conquista o prêmio Viagem ao Estrangeiro, no Salão Nacional de Arte Moderna. Expõe individualmente na Galeria IBEU, Rio de Janeiro. Viaja para os Estados Unidos como ganhador do prêmio Melhor Expositor de 1968 e realiza exposição individual na Art Gallery of Brazilian American Cultural Institute, Washington DC. /1970 Exposições individuais na Galeria Bonino, Rio de Janeiro, e no Clube das Nações, Brasília, DF. Participa do Resumo de Arte Jornal do Brasil no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Participa da exposição “Arte Contemporânea Brasileira” em Milão, Genebra e Barcelona. Vai Para a Europa em virtude do prêmio Viagem ao Estrangeiro do Salão Nacional de Arte Moderna e fica residindo durante dois anos entre Barcelona, Londres e Genebra. /1971 Realiza exposições individuais na Galeria Debret, Paris, na Galeria Sureste de España, Benidorm, na Samlung Holzing, Munich, e na Elvaston Gallery, Londres. /1972 Exposições individuais na Galerie dês Bastions, Genebra, na Sala Gaudien Barcelona, na Galeria Griffe y Escoda, Palma de Mallorca e na Galeria Heller, Madrid. Regressa ao Brasil e fixa residência no Rio de Janeiro. Expõe individualmente em A Galeria, São Paulo, SP. /1973 Exposições individuais na Galeria Bonino, Rio de Janeiro, e na Galeria Mailine, Brasilia, DF. Obras para o Museu de Ontário, Canadá. /1974 Individual de caráter retrospectivo no Centro Cultural Lume, Rio de Janeiro. “O Povo de Antonio Maia”, filme dirigido e montado por Carlos Frederico. /1975 Realiza exposições individuais na Galeria do Instituto de Arquitetos do Brasil, Porto Alegre, RS, e na Galeria Cosme Velho, São Paulo, SP. /1976 Individual na Galeria Acaiaca, Curitiba, PR. Participa com um grupo de artistas plásticos do Encontro de Bagé, RS. /1977 Participa da exposição “Arte Agora II/Visão da Terra”, promoção do Jornal do Brasil no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, expondo sua primeira Via Sacra. “O Gesto Criador”, filme documentário dirigido e montado por Olívio Tavares de Araújo para o Salão Global de Belo Horizonte, MG, promoção da Rede Globo de Televisão. Expõe a Via Sacra na Igreja do Rosário, Curitiba, PR, como parte da Semana da Bíblia. Viaja para a Tailândia e permanece por dois meses em Bankcok, ali realizando exposições individuais. /1978 Expõe individualmente na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Sala Especial na I Bienal LatinoAmericana, São Paulo, SP. Participa da exposição “Arte IberoAmericana de Hoy”, Caracas, Venezuela. /1979

10


Ilustra o bilhete de Natal da Loteria Federal do Brasil. /1980 Individual no Museu de Arte Contemporânea do Paraná e Galeria Oscar Seráphico, em Brasília, DF. /1981 Expõe individualmente na Galeria Guignard, Belo Horizonte, MG. /1982 Pinta uma Via Sacra para a Capela da Irmandade de Santa Úrsula, que é mostrada na Galeria GB, Rio de Janeiro. “Santos e Oferendas Votivas”, exposição individual na Galeria Acaiaca, Curitiba, PR. /1983 Exposições individuais na Galeria Artenossa, Juiz de Fora, MG; Galerias Masson, em Porto Alegre e Pelotas, RS. Pinta doze quadros temáticos para o calendário da Companhia Petroquímica de Petróleo (COPENE), que são expostos nas Galerias Maria Cláudia, no Rio de Janeiro e Hotel Meridien, em Salvador, BA. Participa do “Panorama 83” Pintura, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP. /1984 Participa dos eventos “ARTE NA RUA/2” em São Paulo, “ARTE NOS MUROS DO PARQUE LAGE”, Rio de Janeiro, e “TRADIÇÃO E RUPTURA”, na Fundação Bienal de São Paulo. /1985 Individual na Galeria J. Inácio, Aracaju, SE, evento paralelo ao 7°Salão Nacional de Artes Plásticas. Pinta uma série de quadros de grande porte e expõe na Sala de Arte das Empresas Ipiranga, em benefício da Ação Comunitária do Brasil, Rio de Janeiro. /1986 Homenageado com uma “Placa de Prata” pelo Tijuca Tênis Clube do Rio de Janeiro. Exposições individuais na Simões de Assis Galeria de Arte, Curitiba, PR; MM Escritório de Arte, Belo Horizonte, MG; Escritório de Arte da Bahia, Salvador, BA. /1987 Lançamento do livro “Arte para Criança ANTONIO MAIA”, com texto de Ziraldo sobre obras de AM, coordenação de Donatella Berlendis, editado pela Berlendis & Vertecchia Editores Ltda., no Centro Cultural Ática, em São Paulo. /1989 Participa da exposição “As Mesas”, na Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, SP. /1990 Exposição “Frutas, Flores e Cores” e participa da exposição “Gatos Pintados”, ambas na Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, SP. /1991 “A Música na Pintura” e “Chico e os Bichos” na Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, SP. /1992 “Eco Art”, no MAM – RJ, Rio de Janeiro, RJ e “Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung”, na Kunsthaus Zürich, Zurique (Suiça). /1993 Pinta os 22 Arcanos Maiores do Tarô, e expõe na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. /1996 Participa do projeto internacional “FACHADAS IMAGINÁRIAS” nos Arcos da Lapa, Rio de Janeiro. Participa do evento “100 ANOS de CINEMA NACIONAL” no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, com uma pintura de grande porte, baseada no filme GANGA BRUTA, de Humberto Mauro, como também da Mostra do Acervo, na Sudameris Galeria, São Paulo, SP. /1997 Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro concedelhe o título de “Cidadão do Estado do Rio de Janeiro”, pelos grandes serviços prestados à cultura nacional, através de suas obras expostas no Brasil e em outros países. /1999 Participa do projeto internacional “FACHADAS IMAGINÁRIAS” no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. /2000 Expõe na inauguração do Museu Chácara D. Catarina, em Cataguases, MG. Participa da “12ª Mostra de Gravura de Curitiba, Marcas do Corpo, Dobras da Alma”, Curitiba, PR, e da exposição “Os Anjos Estão de Volta” na Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP. /2001 “Figuras e Faces”, na A Galeria, São Paulo, SP. /2003 “Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa”, no Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro, RJ. /2003 “Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP. /2004 “Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira”, no MNBA, Rio de Janeiro, RJ. /2008 “O Tarô de Antonio Maia” – expo post-mortem – Centro Cultural Correios, Rio de Janeiro, RJ.

11


O Curador

César Romero nasceu em Feira de Santana, Bahia, no ano de 1950. Formado em Medicina, em 1974, pela Universidade Federal da Bahia, optou pela psiquiatria, especializando-se em psicoterapia individual e grupal, com intensa atividade clínica.

César iniciou-se na grande imprensa em 1975, ao lado de Justino Marinho no Jornal da Bahia com as colunas Arte&Fatos e Especialarte, permanecendo até 1999, quando foram indicados ao Editor Cultural Gutemberg Cruz, para escreverem no Jornal Correio da Bahia. São 39 anos escrevendo ininterruptamente, divulgando as artes visuais brasileiras. Em 2015, completa 40 anos como especialista. Um esforço provavelmente sem igual em nosso país. Ainda foi colunista de artes plásticas da Revista Slogan e de outras já extintas. Colaborador do Jornal da Crítica, do Jornal da ABCA em São Paulo e da Revista Segunda Pessoa na Paraíba.

Foi admitido, como crítico de arte pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), com sede em São Paulo, através da indicação dos críticos e escritores Walmir Ayala e José Roberto Teixeira Leite. A partir desta data, é oficialmente Crítico de Arte da Associação Brasileira de Críticos de Arte e da Association Internationale Des Critiques d´Art, ONG reconhecida pela UNESCO com sede em Paris. Publicou mais de oitocentos artigos sobre arte. Prefaciou aproximadamente trezentos catálogos de exposições para artistas brasileiros e lusófonos.

Faz apresentação para livros de poesia, contos e romances de escritores nacionais.

Foi membro de júri em vários concursos e Salões Oficiais de artes plásticas no Brasil. Proferiu dezenas de palestras, participou de diversos congressos e debates sobre artes visuais e o papel da crítica de arte, ressaltando-se duas Bienais de São Paulo e o V Congresso Nacional da ABPA - Associação Brasileira de Pesquisadores de Arte, São Paulo.

Atuou como organizador de ciclos de palestras e conferências de críticos de arte na Bahia, tais com Harry Laus, Vicente de Pércia, Israel Pedrosa, Lisbeth Rebollo Gonçalves e Geraldo Edson de Andrade.

Foi curador chefe em vários estados brasileiros e países lusófonos, como na Exposição “Às Portas do Mundo”, realizada em Évora (Portugal), Exposição de Arte Contemporânea – Pluralidade na Lusofonia, aberta no Palácio Real Dom Manuel/ Évora, em 30 de novembro de 2005, com presença de ministros, embaixadores, e o então Presidente da Republica, Jorge Fernando Branco de Sampaio, que prefaciou o catálogo.

Em 2011, publicou o livro “Grafite: Sinais Urbanos” – Canal Produções. Em 2006, dois livros: “Bahia – Negras Raízes”, sobre quatro interpretações escultóricas dos artistas Rubem Valentim, Agnaldo dos Santos, Mestre Didi e Juarez Paraíso. Também “Carl Brusell – Um Artista da Forma e da Cor”, ambos editados pela Expoart. Colaborou em livros de arte com capítulos, analisando aspectos do trabalho de artistas como A Obra de Juarez Paraíso,

12


2006 – edição da Idea Design; + 100 Artistas Plásticos da Bahia, 2001 – pela Omar G. Produções e Artes Gráficas Ltda; Gordas, de Eliana Kertész, 2004 – Ed. Currupio; Cultura e Artes Plásticas em Feira de Santana – Org. Gil Mario – Edições MRA – Ministério da Cultura – Fundação Biblioteca Nacional do Livro – 2002 – Feira de Santana; Artes Visuais Sergipe – Conexões 2010 – Minc - Funarte – Petrobrás – 2010 – Aracaju (SE); O Exercício Livre da Memória – Adilson Santos – P55 Edições - 2013 – Salvador – (BA); 50 anos de Arte na Bahia – Uma Homenagem a Matilde Matos - Edições EPP – MCM – 2013 – Salvador – (BA); Um sentir sobre as artes visuais de Sergipe – 50 artistas – Coleção Mario Brito – Ed. Jornal O Capital LTDA – ME – 2013 – Aracaju (SE); Riolan - Desenhos, Gravuras e Pinturas – Edição Faz Cultura do Governo do Estado da Bahia – 2013 – Salvador – (BA); Jenner Augusto – Cores de Uma Vida – Org. Mario Britto e Zeca Fernandes – Ed. Sociedade Semear – Banco do Brasil – 2012; Guell Silveira – Verdades do Inconsciente – Ed. Santa Marta – 2011 – Salvador – (BA).

Nos últimos anos, César Romero tem recebido inúmeras honrarias e ocupado cargos ligados à crítica e às artes visuais, no país e no exterior. Entre tantas: Ordem Municipal do Mérito de Feira de Santana, Membro regular na Classe de Oficial – Medalha de Mérito; – Academia de Letras e Artes de Feira de Santana (ALAFS); Ordem do Muyrakytã – Embaixador no Estado da Bahia – Rio de Janeiro; Associação dos Artistas Plásticos Modernos da Bahia (Arplamb); Sala César Romero - Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira – Feira de Santana – BA; Prêmio TOP OF Quality – Destaque - OPB – Ordem dos Parlamentos do Brasil – Brasília – DF; Associação Brasileira de Pesquisadores em Artes - São Paulo; Membro do Instituto Preste João – Lisboa – Portugal; Comenda Maria Quitéria – Câmara Municipal de Feira de Santana; Acadêmico de Mérito da Academia Portuguesa de Ex-Líbres – Lisboa – Portugal; Membro da Academia Portuguesa de Ex-Líbres – Lisboa – Portugal; Membro da Academia Feirense de Letras – Feira de Santana; Acadêmico Estrangeiro da Academia de Letras e Artes de Portugal – Monte Estoril – Portugal; Cidadão da Cidade do Salvador – Câmara Municipal de Salvador; III Prêmio Homem do Ano – 2005 – Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo.

César Romero, como crítico de arte, é filiado à Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) SP, e à Associação Internacional de Críticos e arte, ONG sediada em Paris, atuando com o reconhecimento da UNESCO. Recebeu por duas vezes da ABCA o Prêmio Mario Pedrosa (destinado a artista de linguagem contemporânea) em 2001 e 2007. Também da ABCA, por duas vezes, o Prêmio Gonzaga Duque (destinado a crítico filiado por atuação no ano) em 2004 e 2010. Vice-Presidente Regional da ABCA Região Norte/Nordeste, elegeu-se por voto direto para duas gestões (2006 – 2009 – e 2009 - 2012). Atualmente é membro da Comissão e Credenciais da ABCA, nomeado pela diretoria da ABCA na gestão 2013 – 2015. Pertence à Associação Profissional de Artistas Plásticos Profissionais de São Paulo – APAP-SP, fez parte da sua diretoria, nomeado como Diretor Cultural na gestão de Fernando Durão (2010-2012) e é Membro do conselho Consultivo da APAP-SP na nova gestão de Walter Miranda (2013-2015).

César Romero colaborou em obras coletivas como livros, jornais e revistas sobre a trajetória de críticos de arte e artistas visuais. Nem todos nascidos no país, alguns já falecidos, mas que aqui realizaram o essencial de suas produções. Durante estas quatro décadas, o crítico divulgou e analisou a arte baiana e brasileira.

César Romero, em seu trabalho, entrevistou ou abordou as produções dos seguintes Críticos de Arte:

13


Harry Laus (RJ)/ Vicente de Pércia (RJ)/ Walmir Ayala (RJ)/ Geraldo Edson de Andrade (RJ)/ Mário Barata (RJ)/ Elvira Vernaschi (SP)/ Juarez Paraíso (BA)/ Matilde Matos (BA)/ Percival Tirapelli (SP)/ Associação Brasileira de Críticos de Arte (SP)/ Alberto Beuttenmüller (SP)/ Daisy Piccinini (SP)/ Jacob Klintowitz (SP)/ Enock Sacramento (SP)/ Ivo Zanini (SP)/ Jose Armando Pereira da Silva (SP)/ José Roberto Teixeira Leite (SP)/ Lisbeth Rebollo Gonçalves (SP)/ Carlos Eduardo da Rocha (BA)/ Wilson Rocha (BA)/ Ivo Vellame (BA)/ Olívio Tavares de Araújo (SP)/ Esther Emílio Carlos (RJ)/ George Racz (RJ)/ Israel Pedrosa (RJ)/ Josélia Constandrade (RJ)/ Lélia Coelho Frota (RJ)/ Mírian de Carvalho (RJ)/ Benedito Nunes (PA)/ Solange Chalita (AL)/ Eduardo Evangelista (BA)/ Aldo Trípodi (BA)/ Heitor Reis (BA)/ Maria Helena Flexor (BA)/ Roberto Galvão (CE)/ Dyógenes Chaves (PB)/ João Câmara (PE)/ Raul Córdula (PE)/ Aline Figueredo (MT)/ Adalice Araujo (PR)/ Fernando Velloso (PR)/ Magno Fernandes dos Reis (MG)/ Risoleta Córdula (PB)/ Marc Berkowitz (RJ)/ Frederico Morais (RJ)/ Osmar Pisani (SC)/ Theon Spanudis (SP)/ entre outros.

E também dos artistas

Cândido Portinari (RJ)/ Aldemir Martins (SP)/ Arcângelo Ianelli (SP)/ Wesley Duke Lee (SP)/ Tarsila do Amaral (SP)/ Pancetti (BA)/ Sonia Von Brüsky (RJ)/ Calasans Neto (BA)/ Carybé (BA)/ Jenner Augusto (BA)/ Yara Tupinambá (MG)/ Aldo Bonadei (SP)/ Sante Scaldaferri (BA)/ Genaro de Carvalho (BA)/ Carlos Bastos (BA)/ Ligia Clark (MG)/ Ligia Pape (RJ)/ Raymundo Collares (MG)/ Israel Pedrosa (RJ)/ Alberto da Veiga Guignard (MG)/ Inimá de Paula (MG)/ Newton Mesquita (SP)/ Claudio Tozzi (SP)/ Alfredo Volpi (SP)/ Rubem Valentin (SP)/ Matisse e Picasso (FC)/ Iberê Camargo (RS)/ Bienais de São Paulo (SP)/ Mario Cravo JR. (BA)/ Mario Cravo Neto (BA)/ Vicente do Rego Monteiro (PE)/ Edward Hopper (US)/ Sebastião Salgado (MG)/ Manabu Mabe (SP)/ Antonio Dias (PB)/ Cícero Dias (PE)/ Di Cavalcante (RJ)/ Farnese Andrade (MG)/ Antonio Maia (SE)/ Sérgio Ferro (SC)/ Aldo Bonadei (SP)/ Siron Franco (GO)/ Loio Persio (SP)/ Tomie Ohtake (SP)/ Eliseu Visconti (RJ)/ Glauco Pinto de Morais (SP)/ Hansen Bahia (BA)/ Francisco Rebolo (SP)/ Miguel dos Santos (PE)/ Carlos Scliar (RS)/ Alex Vallauri (SP)/ Carlos Vergara (SP).

14


Referências Bibliográficas LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário Crítico da Pintura no Brasil. Artlivre: 1998, Rio de Janeiro. PONTUAL, Roberto. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil. Civilização Brasileira: 1969, Rio de Janeiro. AYALA, Walmir. Dicionário de Pintores Brasileiros. Editora Spala: 1985, Rio de Janeiro. CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. (Dicionários especializados, 5).

Furtuna Crítica Antonio Maia Roberto Pontual / José Roberto Teixeira Leite / Vera Pedrosa / Walmir Ayala / Olívio Tavares de Araújo / Clarival do Prado Valladares / César Romero / Patrick Pottier / Geraldo Edson de Andrade / Jacob Klintowitz / Ferreira Gullar / Vera Pacheco Jordão / Maria Augusta Machado da Silva / Pietro Maria Bardi / Artur da Távola / John Bradshaw / Afrânio Coutinho / Arnold Kohler / Adalice Araújo / Hugo Auler / Antonio Bento / Francisco Bittencourt / Quirino Campofiorito / Gilberto Cavalcanti / Pedro Geraldo Escosteguy / Harry Laus / Jayme Maurício / Frederico Morais / Geraldo Mello Mourão / Antonio R. Romera / Edyla Mangabeira Unger / Reynaldo Roels Jr. / Wilson Coutinho / Carlos Cavalcanti / Ruth Laus / Cottie Burland / Edilberto Coutinho / Gasparino Damata / Fernando Gutiérrez / Ernestina Karmann / Paulo Klein / Morgan da Mota / Miguel Roca / Mari’Stella Tristão / Garcia de Sabadell.

15


16

Amuleto 138/89 | AST, 40 x 40 cm • Rio de Janeiro, 1989


17


18

Ex-voto | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 2004


Sentinela | AST, 73 x 50 cm • Rio de Janeiro, 1988

19


20

Homenagem | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 1997


Ex-votos | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 2005

21


22

Ex-voto | AST, 40 x 40 cm


23


24

Ex-voto | AST, 40 x 40 cm


Ex-voto | AST, 40 x 40 cm

25


26

Elementos Simbรณlicos | AST, 61 x 46 cm โ ข Rio de Janeiro, 1997


Ex-voto | AST, 40 x 40 cm

27


28

O Iluminado | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 1989



30

S. Francisco | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 2000


Graรงa Alcanรงada | AST, 61 x 46 cm โ ข Rio de Janeiro, 2004

31


32

São Francisco | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 1999


Homenagem | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 1989

33


34

Uma Nova Luz | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 2000



36

Beata | AST, 33 x 41 cm • Rio de Janeiro, 1983


Amuleto 149/89 | AST, 50 x 50 cm • Rio de Janeiro, 1989

37


38

Ex-voto | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 2005


Ascensão | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 1992

39


40

Ex-voto | AST, 40 x 40 cm, 2005 (coleção Luciana e Sergio Pizoli)


Ex-votos | AST, 41 x 33 cm • Rio de Janeiro, 1980

41


42


Adoração | AST, 46 x 61 cm • Rio de Janeiro, 1978

43


44

Ex-voto | Acrilica sobre eucatex, 19 x 27 cm • Rio de Janeiro, 1978


Pรกssaros | AST, 19 x 24 cm โ ข Rio de Janeiro, 1997

45


46

Um Novo Dia | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 1999


Amuleto | AST, 40 x 40 cm • Rio de Janeiro, 2002

47


48

Homens em Destaque | AST, 46 x 61 cm • Rio de Janeiro, 1989


49


50

Sentinelas | AST, 46 x 61 cm • Rio de Janeiro, 1992


Portal II | AST, 73 x 50 cm • Rio de Janeiro, 1989

51


52


O Vigilante | AST, 50 x 73 cm • Rio de Janeiro, 1984 (Acervo Prova do Artista)

53


54

Ex-voto | AST, 55 x 42 cm • Rio de Janeiro, 2005


Esperanรงados | AST, 33 x 41 cm โ ข Rio de Janeiro, 1975

55


56

Iluminante II | AST, 100 x 73 cm • Rio de Janeiro, 1986 (Acervo Prova do Artista)


Oferendas | AST, 60 x 60 cm • Rio de Janeiro, 1986

57


58

Conflito Dramรกtico | AST, 100 x 100 cm โ ข Rio de Janeiro, 1986


Alvorecer | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 2000

59


60

Madona | AST, 61 x 46 cm • Rio de Janeiro, 1990


Ex-voto | AST, 35 x 27 cm • Rio de Janeiro, 1980

61


62

Ex-voto | AST, 40 x 40 cm, 2005 (coleção Luciana e Sergio Pizoli)


Ex-voto | AST, 42 x 55 cm • Rio de Janeiro, 2005

63


Montagem da Exposição

64


65


66


English Version

Antonio Maia is a name of reference in Brazilian painting. At the age of seventeen, he left his hometown of Carmópolis, State of Sergipe, and went to Salvador, State of Bahia, where he lived for three years (1945-1948). He then moved to Rio de Janeiro, where he lived for almost fifty years. He did live between Barcelona, London and Geneva for two years (1970-72), and in São Paulo for one year (1974). However, his life and work was principally in Rio. Making art is an atitude, a commitment with those similar, and this was always a posture of Maia´s. Fallacies and shams have become synonyms of today´s art, recent art. The easy, immediatism seems to be defeating the profound. An artist trades his life for art, as it gives meaning. Art is a greater thing which sprouts like the revelation of an atitude in the face of caos. Thus did the artist. Always. Time advances over mortals with their scars, their defects, until finitude, when dialectics end. For the chosen, however, it marches to the contrary, ratifying quality and modeling examples. To be forgotten is time´s revenge, which may be temporary. But the good can wait, and time is just. Now Maia comes, filtered by history to his deserved place. This exhibit was shown in Bahia, and now Rio and São Paulo, so that Maia´s work is seen again and can prevail as it deserves. Life washes its fabrics, until the pure triumph over the sludge. César Romero Curator

67


Throughout its 153 year history, CAIXA Federal Bank has consolidated its image as a successful company. It is present in all Brazilian municipalities, having 60,000 service locations. CAIXA consolidates its effective participation in the development of our cities and in the lives of each Brazilian citizen by financing projects for basic infrastructure and sanitation in Brazilian municipalities, by executing and administrating social programs for the federal government, and by providing credit at accessible interest rates to all society, including credit for habitational financing and other social programs of great reach. This public sector company of nearly three centuries has as its Mission

the

promotion

of

citizenship

and

sustainable

development in Brazil as an agent of public policy and as a strategic partner of the Brazilian government. It was through this victorious existence that CAIXA became involved with Brazilian artists and art. Along the recent decades, the Bank has become known as a major patron of our culture. It has an important network of cultural spaces which today propels cultural life in seven Brazilian capitals in which it foments and divulgates national art production. The “Antonio Maia: Votive Offering, Soul and Rootsâ€? exhibit re introduces a unique and important artist to younger generations. Maia left a legacy to Brazil in his Votive Offering, a pattern, an image, one of the greatest symbols of Brazilian popular culture. His works help to comprehend the national identity, the Brazilian being. In sponsoring yet another project, CAIXA reaffirms its cultural policy, its social vocation and its disposition to democratize access to its art spaces and programming, thereby complying with its institutional role of promoting and disseminating national culture. Caixa EconĂ´mica Federal

68


Antonio Maia - Votive Offering, Soul and Roots César Romero

Antonio Maia was born October 9, 1928 in Carmópolis, Sergipe, in Brazil´s northeast region. Originally a settlement known as Rancho in Brazil´s colonial period, the locale served as a rest stop for travelling merchants, as well as a place to swap and sell their goods and wares. The small town would later be named Carmo, most probably by influence of the Carmelitas priests of the Japaratuba Mission, during the same period in which the Santana Church of Massacará was built. As the crow flies, Carmópolis is 31 kilometers (20 miles) from Aracajú, the coastal capital of Sergipe. When Maia had his first solo exhibition in 1960 at the Domus Gallery in Cataguases, Minas Gerais, the total population of Carmópolis was 3,483. Maia was 32 years old. Having moved from Carmópolis to Rio de Janeiro, his artwork gained him a Jury Exemption certificate at the Rio de Janeiro National Exhibition of Modern Art in 1966, the most important and prestigious art event of its time. In the following year, he received the Lar Brasileiro (Brazilian Home) Award at the São Paulo Biennial, at which 366 Brazilian artists exhibited their works. The Biennial experienced its first censorship by the military dictatorship. In 1967, Maia signed the arts column for the prestigious Jornal do Brasil newspaper. In 1968 he received the Travel the Country Award at the National Exhibition of Modern Art, the Fundepar Award at the Paranaense Exhibition in Curitiba, Paraná, and the Best Exhibitioner of the Year Award promoted by Standard Electric and the Brazil – United States Institute Gallery. The latter led to his solo exhibition at the Art Gallery of the Brazilian American Cultural Institute in Washington D.C. In 1969, Maia received the highest Brazilian award - Viagem ao Estrangeiro (“Travel Abroad”) at the National Exhibition of Modern Art. He also got the cover of Brazil´s highly important Dicionário das Artes Plásticas (Visual Arts Dictionary) for his painting Lamentadores da Morte (Lamenters of Death). Art critic Roberto Pontual wrote that this dictionary was a historical marker as the first of its gender. In 1970, his solo exhibition at the legendary Galeria Bonino, Brazil´s most important gallery, was a success with the public and the critics. He was shown at the Jornal do Brasil Art Summary at Rio´s Museum of Modern Art, and then went to Europe in virtue of his “Travel Abroad” Award where he lived for two years between Barcelona,

69


London and Geneva. Afterwards he spent two months in Bangkok, Thailand, where he was shown solo. In only four years, 1966 to 1970, Antonio Maia had an extraordinary trajectory, possibly Brazil´s most prestigious given the events and awards. He reached exponential notoriety, becoming, at 42 years of age, an artist of reference and one of Brazil´s greatest markets. For a “migrant” from the Brazilian northeast, of modest origin, self-taught, without patrons, starkly shy and without erudite education, Antonio Maia demonstrated that talent is an artist´s greatest tool. He exercised his abilities as sketch artist, illustrator, painter and etcher, and took courses in ceramics, photography, singing and theater.

Antonio Maia moved to Salvador, Bahia at 17 years of age in 1945. He came to serve in the Air Force, and served in the military in several states until his discharge. Living in Salvador he captured some of Bahian culture in his popular manifestations. In 1959, he began as a selftaught painter. He searched for Informal Abstraction, experimenting with texturizing and colors from 1960 to 1963. In 1964, he decided that his research in informal abstraction had sufficed and did his first painting based on the figure of the northeastern migrant. Still in transition, he kept himself for a while between texturized votive offerings, with collages of lace and altar cloths, emblems, etchings and distortions. The colors were earthy, browns, sepias and ochre. As of 1967, Maia transforms the votive offering into a symbol, a sign, and makes it sober, simple, direct and does it with lapidated clarity. The sketching becomes simplified, contained, and color surges in smooth strokes, making the entire composition exact. Everything is economical, including color, which would later explode into lights. Maia had impeccable technique, as much in his passage through informal abstraction as in his later adherence to the votive offering. His paintings surfaced, in grand planes of color, creating atmospheres of unfamiliarity. Maia essentially worked on only one topic – the votive offering. Though a highly dangerous thing for an artist, he was powerful in objectivity and exactness. The choices are sometimes limiting. However, by Maia´s hand, with an extensive and inventive repertory, they did not fall into repetitiveness. Maia´s paintings provoke emotions, and move the beholder at

70


first glance. There is an air of social denouncement, or at least a rethinking of the Brazilian mainland and its roots. One can perceive a contained tension of exuberant enigma.

Maia had certain manias which drove him to exhaustion. At every moment he was applied at one of them, as occurred with a Via Sacra, Gastronomy, Tarot and Origami. Maia painted two Vias Sacras. He exhibited the first in 1977 in “Arte Agora (Art Now) II / Visão da Terra (A View of Earth)”, at the Rio de Janeiro Museum of Modern Art, and also at the Rosário Church in Curitiba, Paraná, as part of Bible Week. He created the second one in 1982 for the Saint Ursula Sisterhood Chapel, which was first shown at the GB Gallery in Rio. Also called Via Crucis, it is the path Christ followed on his walk from Pretório de Pilatos to Monte Calvário carrying the cross. There are re-enactments during Lent especially in countryside towns where the Catholic Faith is encouraging. Maia always appreciated gastronomy and studied names as Jean Ramet, Paul Bocuse, Claude Troisgros, Laurent Suaudeau and Gaston Lenôtre. So he did a culinary course, being that he read so much on the topic. He made thematic dinners for small groups of invitees, occasions on which he could give greater attention to friends. He varied the groups and knew well how to diversify invitees: art critics, journalists, visual artists, marchands and actors. Few friends, however, were out of the art milieu. Maia was able to put ideas into practice with surprising results. He learned to create, through distinct means, dishes similar to the originals. Thus he made pseudo rabbit, pseudo acarajé, pseudo lobster and other delicacies. He enjoyed serving expensive and famous vodkas such as Absolut, Vodski, Vladivar, Kalvelage, Wyborowa and others. Of course he did not forget good wines, sodas, mineral water, and widely varied desserts and always cookies. During a long time he served kir before dinner, a chilled drink made with liqueur of cassis and white wine. His dinners were very successful and frequently received standing ovations for their quality and sophistication. Antonio Maia was always a mystic. He was enthralled by esotericism and sciences of the occult; he studied and tried to reveal the meaning of life. Maia´s behavior was always predominantly introspective and silent. His

71


silence, pauses in conversation and occasional long looks seemed to take him to a place of his own where he encountered the mysteries, questionings, a certain encouragement. Continuing to create was imperative. He wagered his life on art. He was also dedicated to the study of Baralho Cigano (gypsy card deck), Cabala, Pyramid, Radioesthesia, Geomancy, Quirology and Astrology. In 1986, he took part in a Tarot course given by a profound believer of the matter: Namur the Tarot teller. Maia was impressed by the collection of 78 cards that were bigger than the common deck, and had specific images used by fortune tellers. The telltale game is millenary. Maia was always a highly intuitive man who perceived that his growing interest in Tarot, unbeknownst an unfamiliar to him, had begun in 1964 when he painted symbols related to the arcanas, which appeared on occasion in his paintings. Intuition. He delved deeper into his research and decided to make the 22 Greatest Arcanas of Tarot. He spent seven years on the theme, at first on small canvases. After the studies were ready, which was never part of his works, he decided to do Tarot in large dimensions, in the same metric proportion as the original cards. With the project ready, Maia was unsure about some cards. He re-made two of them and added new elements that were not in the initial studies. Convinced by the result, Maia put on a magnificent exhibition entitled “The Tarot of Antonio Maiaâ€? at the mythical Galeria Bonino - Rua Barata Ribeiro, 578, Rio de Janeiro, on December 7. Maia was at a peak, and the exhibition nÂş 434 at Bonino was one of the most talked about in Rio de Janeiro and in Brazil. Maia was especially interested by the uncommon. Challenges moved him, and his powerful curiosity helped. Maia said that, after he began an origami course and delving more deeply into the matter, he was no longer in a rush about things. For 12 years he did the course. He bought paper, collected supermarket flyers, store flyers, and filled a shopping bag which he always had draped on his arm. He walked the streets of Rio making origami and giving them as gifts to friends, or to observing strangers, and enjoyed the flattery. In restaurants, as he waited for his food, or at home with friends, he never stopped. He incorporated it into his day to day. Class time was sacred; he never missed a one. Years passed and Maia continued the course, saying that learning origami has no end.

72


The Man Antonio Maia was an introspective man, extremely affable and secretive. He only spoke the essential about the surrounding world and of himself. Many friends did not know about others. He didn´t speak about others. One never knew if Maia was sad or happy. He was always contained and did not display his more noble feelings. He always greeted friends with the same phrase: “Que tal?” (“What´s up?”), followed by short sentences, as he listened more than spoke. Although he had a good library and hundreds of record albums, he never talked about what he was reading or listening to. When questioned about literature or music, he embroidered quick comments. He never placed himself as the center of attention. He did not discuss politics, religion, soccer football, art theory, techniques or the parties he went to. He never spoke badly of anybody, not of neighbors, artists, art critics, actors, singers, merchants, intellectuals, friends, people. He was economical with his compliments: “I liked it”, “It´s good”, “It was pleasant”. He smiled, but always never laughed aloud. He travelled abroad a lot, and sometimes didn’t even mention where he´d been. When asked, two or three sentences closed the topic. His spoke quietly and gestured little. He dressed discreetly and was never without a “completino”, meaning jacket in our language. He had dozens. Maia was a compulsive shopper, principally for electronics. He had a collection of over 50 hand radios. He put each one on a station and had only to turn one on at the particular time to hear his favorite shows. Occasionally he turned several on, without, however, revealing why. Maia was always a secret man, built in, hushed about himself. He worked as a taxi driver, according to Rubem Valentim in a declaration to Reynaldo Roels Júnior in the Jornal do Brasil on May 25 of 1988, in an article entitled “The exporter of Signs”. He put on film sessions at the house and invited friends to watch them. During the films, he would go to the kitchen and make cookies to the delight of the few guests. At Carnival, he left the television turned on and watched the samba school parades with the sound off. The sound score was by records of Bach and Beethoven, and even painted. Maia was very strange.

73


A Summary Antonio Maia proved to be a miracle. He lived a radical change of route in his life. He left a small town in the State of Sergipe, Carmópolis, and moved to Bahia and eventually to Rio de Janeiro, when he began to paint professionally. He received many of the epoch´s awards. Art critics acclaimed him, and he became a highly prestigious and popular artist. He frequented the intellectual scene, Carioca high society and travelled the world, exhibiting and touring. Of humble origin, Maia succeeded in life without help. He drew posters and program covers for theatre and worked as photographer in his amateur days. Self-taught, he began in 1959 doing abstractions informally, researching the effects of matter in texturizing and paper collages, with dark colors, earthy colors, ochre and browns. At that time, Informal Abstractionism, which he had seen in great exhibitions in Biennials and Official Exhibitions in Rio and São Paulo, were in vogue. Thus Maia accompanied the norms of the new, artists that were linked to vanguard movements. He won some awards following this current. In 1964, when the new the configuration begins to embody around the entire world, the artist recuperates his childhood and re-updates. He turns to popular northeast Brazilian religiosity and encounters the votive offering, in fact his own identity, his primary essence, his happiness and his fear, his endogenous truth from which he would never again stray. He became a prisoner to himself, and thus his encounter with the o votive offering became definitive. As of 2002, Maia began to isolate himself and stopped going out at night as he always had, except for some intimate dinners and a few exhibitions by artists he liked. Little by little his Market fell, and so did his prices. Many galleries in Rio closed, and the art critics no longer invited him to the major events, principally due to “contemporary art”. Maia was hurt, but said nothing, did not complain, did not comment. The merchants, once avid for his works, dwindled. Only Curitiba (PR) was left, where his collectors still bought his paintings. Time passed and Maia began to have health problems. He walked with some difficulty and gradually became more silent. He never drank much, but, in the end, had a few more swallows. He never revealed his illness to anyone. One year before his death, he was admitted to a a public hospital. He received no visitors; he did not wish to. He did not speak about it. On a Saturday, July 12 of 2008, three months before his eightieth birthday, Maia went to sleep. On Sunday, he did not wake up. His nephew, Mario Maia, arrived

74


at home in the afternoon and noticed the door of his room closed. He opened it to find Maia had slept forever. Market, fashion and prices are things very different from talent and creativity. Antonio Maia will always be one of the greatest references of Brazilian art. An integral man and painting. A national miracle.

75


Antonio Maia - Résumé

Carmópolis, Sergipe, 1928. / 1945 Began to live in Salvador. /1948 Moved to Rio de Janeiro. /1955 Studied ceramics and photography in São Paulo. /1956: Returned to live in Rio de Janeiro, after having begun to self-learn painting. /1957 Dedicates himself to ceramics. /1959 More interested in painting, he situates himself in the ambit of informal abstraction, searching for the effects of matter. He begins to participate in Modern Art Exhibitions Salões. /1960 Has his first solo exhibition at Galeria Domus, Cataguases, MG. /1961 Has solo exhibition at Galeria Penguin, Rio de Janeiro. /1962 Receives an acquisitive award at the Municipal Exhibition Salão of Belo Horizonte, MG. /1963 Wins third prize in painting at the Municipal Exhibition of Belo Horizonte, MG. Bronze medal and acquisitive prize at the Salão Paranaense Exhibition, Curitiba, PR. /1964 Surpassing initial informal abstraction phase, made his first painting based on the ex-voto character. Had his first solo exhibition at the Goeldi Gallery in Rio de Janeiro. /1965 Travelled to Chile and had solo exhibitions at the Chilean Brazilian Culture Center, Santiago. /1966 Had solo exhibitions at the Galeria Goeldi, Rio de Janeiro, and at Galeria Guignard, Belo Horizonte, MG. Received the Jury Certificate of Exemption at the National Exhibition of Modern Art. Participated int the “Five Brazilian Painters” exhibition at the Galeria Firum, Buenos Aires, Argentina. /1967 Received the Banco Lar Brasileiro Award at the São Paulo Biennial. Acquisitive Award at the Golden Desenho in Ouro Preto, MG. Pens the art column in the Jornal do Brasil. /1968 Receives the Travel the Country Award at the National Exhibition of Modern Art. Fundepar Award at the Salão Paranaense Exhibition, Curitiba, PR. Best Exhibitionor Award from Standard Electric and the Brazil-United States Institute (IBEU) Gallery. /1969 Received the Travel Abroad Award at the National Exhibition of Modern Art. Solo exhibition at IBEU Gallery, Rio de Janeiro. Travels to the United States as winner of the Best Exhibitionor 1968 and had solo exhibition at Brazilian American Cultural Institute Art Gallery, Washington DC. /1970 Solo exhibitions at Galeria Bonino, Rio de Janeiro, and the Club of Nations Nações, Brasília, DF. Participated in the Jornal do Brasil Art Summary of Modern Art, Rio de Janeiro. Participated in the “Brazilian Contemporary Art Exhibition” in Milan, Geneva and Barcelona. Goes to Europe in virtue of Travel Abroad Award at the National Exhibition of National Art and resided for two years between Barcelona, London and Geneva. /1971 Has solo exhibitions at the Galeria Debret, Paris, at the Galeria Sureste de España, Galeria Benidorm, at Samlung Holzing, Munich, and at Elvaston Gallery, London. /1972 Solo exhibitions at the Galerie dês Bastions, Geneva, at the Gaudi Exhibition in Barcelona, at Galeria Griffe y Escoda, Palma de Mallorca and at the Galeria Heller, Madrid. Returns to Brazil to reside in Rio de Janeiro. Solo exhibition at The Gallery, São Paulo, SP. /1973 Solo exhibitions at the Galeria Bonino, Rio de Janeiro, and at Galeria Mailine, Brasilia, DF. Works of art to the Museum of Ontário, Canada. /1974 Individual of retrospective character at the Lume Cultural Center, Rio de Janeiro. “The People of Antonio Maia”, a film directed and produced by Carlos Frederico. /1975 Has solo exhibitions at the Brazilian Arquitects Institute Gallery, Porto Alegre, RS, and at the Galeria Cosme Velho, São Paulo, SP. /1976 Solo exhibition at the Galeria Acaiaca, Curitiba, PR. Participated with a group of visual artists at the Encounter of Bagé, RS. /1977 Participated in the “Art Now II/Vision of Earth” Exhibition, promoted by Jornal do Brasil at the Museum of Modern Arts in Rio de Janeiro, exhibitioning his firsts Via Sacra. “The Creator´s Gesture”, documentary film directed and produced by Olívio Tavares de Araújo for the Global Exhibition Hall of Belo Horizonte, MG, promoted by Globo Television Network. Exhibits the Via Sacra at Rosario Church, Curitiba, PR, during Bible Week. Spends two months in Bangkok Thailand and has solo exhibitions. /1978 Solo exhibition at the Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Special Exhibition at the I LatinAmerican Biennial, São Paulo, SP. Participates in the “Arte IberoAmericana de Hoy” Exhibition, Caracas, Venezuela. /1979 Illustrates the Christmas Federal lottery ticket of Brazil. /1980 Solo exhibition at the Museum of Contemporary Art of Paraná and Galeria Oscar Seráphico, in Brasília, DF. /1981

76


Solo exhibition at the Galeria Guignard, Belo Horizonte, MG. /1982 Paints the Via Sacra for the Saint Ursula Sisterhood Chapel, which is shown at the GB Gallery, Rio de Janeiro. “Saints and Votive Offerings “, a solo exhibition at the Galeria Acaiaca, Curitiba, PR. /1983 Exposições individuais at the Galeria Artenossa, Juiz de Fora, MG; Masson Galleries, in Porto Alegre and Pelotas, RS. Does a dozen thematic paintings for the calendar of Northeastern Brazil Petrochemical Company (COPENE), which are shown at the Maria Cláudia Galleries in Rio de Janeiro and at the Meridien Hotel in Salvador, BA. Participates in Painting “Panorama 83” at the Modern Arts Museum of São Paulo, SP. /1984 Participates in events in São Paulo: “STREET ART/2” and in Rio de Janeiro, “ART ON THE LAGE PARK WALLS”, and “TRADITION AND RUPTURE”, at the Biennial Foundation São Paulo. /1985 Solo exhibition at Galeria J. Inácio, Aracaju, SE, a parallel event to the 7th National Visual Arts Exhibition. Does a series of large paintings and is shown at the Ipiranga Companies Art Salon, a benefit for Community Action in Brazil, Rio de Janeiro. /1986 Receives the “Silver Plate” homage from the Tijuca Tennis Club of Rio de Janeiro. Solo exhibitions at the Simões de Assis Art Gallery, Curitiba, PR; MM Art Office, Belo Horizonte, MG; Bahia Art Office, Salvador, BA. /1987 Publishes “Art for Children ANTONIO MAIA”, with foreword by Ziraldo (Brazil´s foremost satirist cartoonist) about the Works of AM, coordinated by Donatella Berlendis, edited by Berlendis & Vertecchia Editors Ltd., by the Ática Cultural Center in São Paulo. /1989 Participates in “Tables” exhibition at the Ranulpho Art Gallery, São Paulo, SP. /1990 “Fruits, Flowers and Colors” Exhibit and participates in the “Spotted Cats” exhibit, both at the Ranulpho Art Gallery, São Paulo, SP. /1991 “Music in Painting” and “Chico and the Beasts” at the Ranulpho Art Gallery, São Paulo, SP. /1992 “Eco Art”, at MAM – RJ, Rio de Janeiro, RJ e “Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung”, at Kunsthaus Zürich, Zurich (Switzerland). /1993 Paints the 22 Greatest Arcanos of Tarot, and exhibits them at the Galeria Bonino, Rio de Janeiro. /1996 Participates in the international project “IMAGINARY FRONTS” at the Lapa Arches, Rio de Janeiro. Participates in the “100 YEARS of BRAZILIAN CINEMA” at the Modern Art Museum, Rio de Janeiro, with a large painting based on the film GANGA BRUTA (Brute Gang), by Humberto Mauro, as well as at the MOSTRA ACERVO (Archive Show) at the Sudameris Gallery, São Paulo, SP. /1997 Legislative Assembly of the State of Rio de Janeiro concedes to him the title of “Citizen of the State of Rio de Janeiro”, in honor of great service to national culture through the exhibition of his works in Brazil and in other ountries. /1999 Participates in the international “IMAGINARY FRONTS” project at the Pacaembu Stadium in São Paulo. /2000 Exhibit at the inauguration of the Dona Catarina Chácara Museum in Cataguases, MG. Participates in the “12th Engraving Show of Curitiba, Body Marks, Folds of the Soul”, Curitiba, PR, and the “The Angels are Back” exhibit at the State Pinacoteca, São Paulo, SP. /2001 “Figures and Faces” at The Gallery, São Paulo, SP. /2003 “Caixa´s Treasuresa: modern Brazilian art in Caixa Bank´s archive”, at the CAIXA Cultural Complex, Ro de Janeiro, RJ. /2003 “Tomie Ohtake at the Spiritual Storyline of Brazilian Art”, at the Tomie Ohtake Institute, São Paulo, SP. /2004 “Tomie Ohtake at the Spiritual Storyline of Brazilian Art”, at the MNBA, Rio de Janeiro, RJ. /2008 “Antonio Maia´s Tarot” –post-mortem expo – Correios (Post Office) Cultural Center, Rio de Janeiro, RJ.

77


The Curator

César Romero was born in Feira de Santana, Bahia, in 1950. He graduated in Medicine in 1974 at the Federal University of Bahia, opting for Psychiatry and having specialized in individual and group psychotherapy, with intense clinical activity.

César entered top line press in 1975 together with Justino Marinho at the Jornal da Bahia with the columns Arte&Fatos (Art&Facts) and Especialarte (Specialart), remaining until 1999, when they were indicated to Jornal Correio da Bahia´s Cultural Editor Gutemberg Cruz to write there. This is a case of 39 years of writing uninterruptedly, divulgating Brazilian visual arts. In 2015, he will complete 40 years as a specialist, probably ana unequalled effort in our country. He was also a columnist for Slogan Magazine and others already extinct. He collaborates with Jornal da Crítica (Journal of Critique), ABCA Journal Publication in São Paulo and Revista Segunda Pessoa (Second Person Magazine) in Paraíba.

He was admitted as art critic by the Brazilian Association of Art Critics (ABCA), headquartered in São Paulo, indicated by critics and writers Walmir Ayala and José Roberto Teixeira Leite. As of that date, he has been officially Art Critic of the Brazilian Association of Art Critics and of the Association Internationale Des Critiques d´Art, an NGO recognized by UNESCO and headquartered in Paris. He has written more than eight hundred articles on art. He has prefaced approximately three hundred exhibition catalogs for Brazilian and Lusophone artists.

He makes presentations for books of poetry, short stories and novels by Brazilian artists.

He was a jury member in various contests and Official Art Exhibits in Brazil. He gave dozens of speeches, and participate congresses and debates on visual arts and the role of art critique. Some highlights include two Biennials in São Paulo and the V National Congress of the ABPA – Brazilian Association of Art Researchers, São Paulo.

He organized cycles of speeches and conferences of art critics in Bahia including Harry Laus, Vicente de Pércia, Israel Pedrosa, Lisbeth Rebollo Gonçalves and Geraldo Edson de Andrade.

He was head curator in various Brazilian states and Lusophone countries, as in the “Doors to the World” Exhibition in Évora (Portugal), the Contemporary Art Exposition – Plurality in Lusophony, which opened in the Dom Manuel Royal Palacel / Évora, on November 30, 2005, with the presence of ministers, ambassadors and the then President of the Republic, Jorge Fernando Branco de Sampaio, who prefaced the catalog.

In 2011, he published Graffiti: Urban Signs – Canal Productions. In 2006, two books: Bahia – Raizes Negras (Black Roots), including four sculptural interpretations by Rubem Valentim, Agnaldo dos Santos, Mestre Didi e Juarez Paraíso. Also, Carl Brusell – An Artist of Form and Color, both edited by Expoart. Collaborated in art books with chapters, analyzing aspects of artists´work, such as The Work of Juarez Paraíso, 2006 – edited by Idea Design;

78


+100 Visual Artists of Bahia, 2001 – by Omar G. Productions and Artes Gráficas Ltda; Gordas, by Eliana Kertész, 2004 – Currupio Editors (Ed.); Culture and Visual Arts in Feira de Santana – by Gil Mario – MRA Ed. – Ministry of Culture – National Book Library Foundation – 2002 – Feira de Santana; Artes Visuais Sergipe – Conexões 2010 – Minc - Funarte – Petrobrás – 2010 – Aracaju (SE); Free Exercise of Memory – Adilson Santos – P55 Ed. - 2013 – Salvador – (BA); 50 years of Art in Bahia – An Homage to Matilde Matos - EPP Ed. – MCM – 2013 – Salvador – (BA); A feeling about visual arts of Sergipe – 50 artists –Mario Brito Colelection – Ed. Jornal O Capital LTDA – ME – 2013 – Aracaju (SE); Riolan - Sketches, Engravings and Paintings – Edited by Do Culture of the Bahia State Government – 2013 – Salvador – (BA); Jenner Augusto – Colors of A Life – by Mario Britto and Zeca Fernandes – Semear Society Ed.– Bank of Brazil – 2012; Guell Silveira – Truths of the Unconscious – Ed. Santa Marta – 2011 – Salvador – (BA).

In recent years, César Romero has received innumerous honors and has occupied positions linked to critique and to visual arts, in Brazil and abroad. Among these: Municipal Order of Merit of Feira de Santana, Regular member in the Official Class – Medal of Merit; – Academy of Letters and Arts of Feira de Santana (ALAFS); Order of Muyrakytã – Ambassador of the State of Bahia – Rio de Janeiro; Association of Modern Visual Artists of Bahia (Arplamb); César Romero Salon – Raimundo Oliveira Contemporary Arts Museum– Feira de Santana – BA; TOP OF Quality Award – Highlight - OPB – Order of Parliaments of Brazil – Brasília – DF; Brazilian Association of Art Researchers - São Paulo; Member of the Preste João Institute – Lisbon – Portugal; Maria Quitéria Commendation – City Council of Feira de Santana; Academic of Merit, Portuguese Ex-Libris Academy – Lisbon – Portugal; Member of the Portuguese Academy of Ex-Libris – Lisbon – Portugal; Member of the Feirense Academy of Letters – Feira de Santana; Foreign Academic of the Academy of Letters and Arts of Portugal – Monte Estoril – Portugal; Citizen of the City of Salvador – City Council of Salvador; III Man of the Year Award – 2005 – Monumental Hall of the São Paulo Legislative Assembly.

As an art critic, César Romero is affiliated to the Brazilian Association of Art (ABCA) SP, and to the International Association of Art Critics, an NGO headquartered in Paris and recognized by UNESCO. He twice received the Mario Pedrosa Award (awarded to artists of contemporary language) from the ABCA, in 2001 and 2007. The ABCA also bestowed him twice with the Gonzaga Duque Award (awarded yearly to an affiliated critic for outstanding performance) in 2004 and 2010. Regional Vice-President of the ABCA North/Northeast Region of Brazil, elected by direct vote for two terms (2006 – 2009 – and 2009 - 2012). Presently a member of the ABCA Credentialing Commission, nominated by the 2013 – 2015 ABCA management directory. Belongs to the Association of Professional Visual Artists of São Paulo –; Cultural Director of APAP-SP in the Fernando Durão (2010-2012) Presidency; APAP-SP Member of the Board of Directors in the current Presidency of Walter Miranda (2013-2015).

César Romero collaborated in works such as books, newspapers and magazines about the trajectory of art critics and visual artists, some of whom were not born in Brazil, but achieved their essential production here. During these four decades, the critic divulgated and analyzed Bahian and Brazilian art. In his work, César Romero interviewed or mentioned the work of the following Art Critics: Harry Laus (RJ)/ Vicente de Pércia (RJ)/ Walmir Ayala (RJ)/ Geraldo Edson de Andrade (RJ)/ Mário Barata (RJ)/ Elvira Vernaschi (SP)/ Juarez Paraíso (BA)/ Matilde Matos (BA)/ Percival Tirapelli (SP)/ Associação Brasileira de Críticos de Arte (SP)/ Alberto Beuttenmüller (SP)/ Daisy Piccinini (SP)/ Jacob Klintowitz (SP)/ Enock Sacramento (SP)/ Ivo Zanini (SP)/ Jose Armando Pereira da Silva (SP)/ José Roberto Teixeira Leite (SP)/ Lisbeth Rebollo Gonçalves (SP)/ Carlos Eduardo da Rocha (BA)/ Wilson Rocha (BA)/

79


Ivo Vellame (BA)/ Olívio Tavares de Araújo (SP)/ Esther Emílio Carlos (RJ)/ George Racz (RJ)/ Israel Pedrosa (RJ)/ Josélia Constandrade (RJ)/ Lélia Coelho Frota (RJ)/ Mírian de Carvalho (RJ)/ Benedito Nunes (PA)/ Solange Chalita (AL)/ Eduardo Evangelista (BA)/ Aldo Trípodi (BA)/ Heitor Reis (BA)/ Maria Helena Flexor (BA)/ Roberto Galvão (CE)/ Dyógenes Chaves (PB)/ João Câmara (PE)/ Raul Córdula (PE)/ Aline Figueredo (MT)/ Adalice Araujo (PR)/ Fernando Velloso (PR)/ Magno Fernandes dos Reis (MG)/ Risoleta Córdula (PB)/ Marc Berkowitz (RJ)/ Frederico Morais (RJ)/ Osmar Pisani (SC)/ Theon Spanudis (SP)/ among others.

And also by these artists

Cândido Portinari (RJ)/ Aldemir Martins (SP)/ Arcângelo Ianelli (SP)/ Wesley Duke Lee (SP)/ Tarsila do Amaral (SP)/ Pancetti (BA)/ Sonia Von Brüsky (RJ)/ Calasans Neto (BA)/ Carybé (BA)/ Jenner Augusto (BA)/ Yara Tupinambá (MG)/ Aldo Bonadei (SP)/ Sante Scaldaferri (BA)/ Genaro de Carvalho (BA)/ Carlos Bastos (BA)/ Ligia Clark (MG)/ Ligia Pape (RJ)/ Raymundo Collares (MG)/ Israel Pedrosa (RJ)/ Alberto da Veiga Guignard (MG)/ Inimá de Paula (MG)/ Newton Mesquita (SP)/ Claudio Tozzi (SP)/ Alfredo Volpi (SP)/ Rubem Valentin (SP)/ Matisse e Picasso (FC)/ Iberê Camargo (RS)/ Bienais de São Paulo (SP)/ Mario Cravo JR. (BA)/ Mario Cravo Neto (BA)/ Vicente do Rego Monteiro (PE)/ Edward Hopper (US)/ Sebastião Salgado (MG)/ Manabu Mabe (SP)/ Antonio Dias (PB)/ Cícero Dias (PE)/ Di Cavalcante (RJ)/ Farnese Andrade (MG)/ Antonio Maia (SE)/ Sérgio Ferro (SC)/ Aldo Bonadei (SP)/ Siron Franco (GO)/ Loio Persio (SP)/ Tomie Ohtake (SP)/ Eliseu Visconti (RJ)/ Glauco Pinto de Morais (SP)/ Hansen Bahia (BA)/ Francisco Rebolo (SP)/ Miguel dos Santos (PE)/ Carlos Scliar (RS)/ Alex Vallauri (SP)/ Carlos Vergara (SP).

80


Bibliographical References LEITE, José Roberto Teixeira. Dictionary of Painting Critique in Brazil. Artlivre: 1998, Rio de Janeiro. PONTUAL, Roberto. Dictionary of Visual Arts in Brazil. Civilização Brasileira: 1969, Rio de Janeiro. AYALA, Walmir. Dictionary of Brazilian Painters. Editora Spala: 1985, Rio de Janeiro. CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Brazilian Dictionary of Visual Artists. By Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. (Specialized Dictionaries, 5).

Wealth of Critique on Antonio Maia Roberto Pontual / José Roberto Teixeira Leite / Vera Pedrosa / Walmir Ayala / Olívio Tavares de Araújo / larival do Prado Valladares / César Romero / Patrick Pottier / Geraldo Edson de Andrade / Jacob Klintowitz / Ferreira Gullar / Vera Pacheco Jordão / aria Augusta Machado da Silva / Pietro Maria Bardi / Artur da Távola / John Bradshaw / Afrânio Coutinho / Arnold Kohler / Adalice Araújo / Hugo Auler / Antonio Bento / Francisco Bittencourt / Quirino Campofiorito / Gilberto Cavalcanti / Pedro Geraldo Escosteguy / Harry Laus / Jayme Maurício / Frederico Morais / Geraldo Mello Mourão / Antonio R. Romera / Edyla Mangabeira Unger / Reynaldo Roels Jr. / Wilson Coutinho / Carlos Cavalcanti / Ruth Laus / Cottie Burland / Edilberto Coutinho / Gasparino Damata / Fernando Gutiérrez / Ernestina Karmann / Paulo Klein / Morgan da Mota / Miguel Roca / Mari’Stella Tristão / Garcia de Sabadell.

81


82


César Romero (à direita), na sua exposição “BRamante”, e Antonio Maia. Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, 2006. César Romero, in his “BRamante” exhibit, and Antonio Maia. Correios Cultural Center, Rio de Janeiro, 2006

83


Presidenta da República (President of the Republic) Dilma Roussef Ministro da Fazenda (Treasury Minister) Nelson Barbosa Presidenta da CAIXA (Caixa Bank President) Miriam Belchior

Curador (Curator) César Romero

Catálogo On-line (Online Catalogue) www.expoart.com.br

Coordenação e Edição (Coordination) Expoart.com.br

Agradecimentos (Special Thanks) Andreia Goldfeld Denis Santos Guilherme Araújo Josué Moureira Leopoldo Bokor Marcelle Pithon Mari’Stela Cardoso Maria Lucia Vianna Mario Maia Mirian de Carvalho Paulo Marc Prova do Artista Galeria de Arte Sergio Pizoli

Produção (Produced by) Leonardo Bokor Pesquisa (Research) Evandro Sybine Adriel Figueredo Revisão (Review) Erika Marciel Josenildes Apolinário Fotografia e Design (Photography and Design) Jonathas Medeiros Versão em Inglês (English Version) Thomas Smith Neto Produção Local (Local Producer) RJ - Seven Star SP - Arte Ação Gestão e Produção Cultural

#zikazero - um mosquito não é mais forte que um país inteiro. Recicle: o planeta merece.



Produção

Patrocínio

86 distribuição gratuita - venda proibida


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.