Expo Magazine #4 - setembro18

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SET|2018 #04 Amyr Klink Entrevista com o navegador brasileiro que conquistou o mundo Gestão de pessoas A importância do bem-estar dos funcionários para o desempenho da empresa


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Sumรกrio

Empreendedorismo Gestรฃo Entrevista Turismo Gastronomia Negรณcios Sustentabilidade Eventos Agenda Acontece no Expo


6 A tradição da mudança

10 Felicidade, uma estratégia de sucesso

16 O mundo a seus pés

22 Tailândia: excêntrica e histórica

32 Muito além do hype

34 Terra de oportunidades

38 O valor da sustentabilidade

44 Feiras de negócios: estratégia para alavancar resultados

48 Saiba quais são os próximos eventos do Expo D. Pedro

54 Fique por dentro dos eventos que acontecem no Expo D. Pedro


Editorial Caro leitor, Estamos nos aproximando do final do ano e podemos olhar para 2018 com otimismo. Recebemos eventos importantes e de empresas renomadas como a Honda, Caixa Econômica Federal, ACIC e Aviesp e o segmento de entretenimento também foi agitado: shows do Roupa Nova e Maria Rita embalaram o público. Não satisfeitos somente em sediar eventos de organizações e empresas no espaço, criamos uma unidade de criação de eventos próprios, em atividade desde 2017, que já trouxe ao público a feira Expo Mamãe – a terceira edição acontece em novembro. Buscamos especialistas no assunto para agitar, ainda mais, o cenário de eventos de entretenimento da região de Campinas, assim, surge a Expo Austral que já começou com tudo e pretende colocar em prática grandes projetos de eventos incentivados para o segundo semestre de 2018 e 2019.

Expediente: PUBLICAÇÃO SEMESTRAL Av. Guilherme Campos, 500, Bloco II (Anexo ao Parque D. Pedro Shopping) Campinas – SP CEP: 13087-901 | Tel: 19 3112 4700 REDAÇÃO Edição Beatriz Steck

beatriz.steck@expodpedro.com.br

Reportagem Gabriella Ramos gabriella.ramos@expodpedro.com.br

Projeto gráfico e diagramação Rodrigo Andrade – Grafo Estúdio Direção Isabella Monteiro Anúncios Angelica Paula angelica.paula@expodpedro.com.br

Impressão GRUPO SANTA EDWIGES Tiragem: 5.000 exemplares

Internamente, estamos desenvolvendo treinamentos para que nossa equipe, que já trabalha incansavelmente para construir o sucesso de nossos clientes, possa realizar seu trabalho com ainda mais excelência. Tudo isso para aprimorar nossos resultados e atendimento ao cliente, razão de ser da nossa empresa e que confiam no serviço que prestamos. E as novidades não param por aqui. Para o segundo semestre esperamos grandes eventos como o Hiper Feirão Flytour, Inova Campinas, show do cantor Daniel e muitos outros congressos e eventos corporativos. Nesta edição, a quarta da Expo Magazine, você vai conferir a história de Amyr Klink, saber um pouco sobre empreendedorismo familiar, conhecer empresas sustentáveis e que fazem a diferença, se encantar com a Tailândia e ficar por dentro dos últimos eventos que aconteceram no Expo D. Pedro e nossa agenda para os próximos meses. Muito obrigado pela confiança e pela preferência. Continuamos a seguir em busca do nosso principal propósito: transformar ideias em experiências incríveis. Espero que tenha uma ótima leitura! Ricardo Monteiro, presidente do Expo D. Pedro.

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Empreendedorismo A rede Fogão Mineiro, comandada por Pedro Oliveira e família, conta hoje com sete unidades

A tradição da mudança Famílias empreendedoras remam contra estatísticas e reinventam suas empresas para permanecerem no mercado com resiliência

Por Gabriella Ramos

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A história de empreendedorismo da Teceart Mineira começou muito antes de 1988, quando foi inaugurada a primeira unidade em Campinas. A fundadora Sônia Maria Stecca, natural de Minas Gerais, participou de feiras no Centro de Convivência por 15 anos, além de fazer vendas de porta em porta e ministrar aulas de tear.

Mayara Stecca começou a trabalhar com a mãe aos 17 anos e ali descobriu sua vocação Foto Raoni Pedro

Com o passar dos anos a empreendedora já contava com uma clientela fiel, o que motivou a abertura de uma loja em Barão Geraldo, na década de 80. Lá eram vendidos produtos a pronta-entrega trazidos de Minas Gerais, que consistiam principalmente em móveis e objetos de decoração. Ao longo do caminho Sônia encontrou uma companheira e, hoje, sócia: sua filha, Mayara Stecca, que a acompanha nesse trabalho desde os 17 anos. Começou atuando no caixa e, com o passar do tempo, viu no negócio a sua vocação e se formou em Design de Interiores. Mãe e filha começaram a trabalhar juntas e fizeram a loja crescer e se modernizar. “Eu não consigo me ver fazendo outra coisa”, conta Mayara. “Quando comecei, gostava de coisas mais modernas, mas não deixava de amar madeira. Foi então que começamos a pensar juntas, e eu trouxe a ideia de trabalharmos com outros materiais”. Alinhadas às novas tendências do mercado, as duas arriscaram e reinventaram a Teceart Mineira, sem abrir mão de suas raízes.

Mary Nicoliello e Luciene Franzim Foto Paulo Rapoport

Mãe e filha gerenciam, hoje, duas unidades da loja, uma em Barão Geraldo – a pioneira, que este ano completa 30 anos de existência – e outra no Cambuí, bairro localizado no coração de Campinas. Para Mayara, é impossível pensar no futuro do negócio sem falar sobre o legado que carrega consigo. “Eu quero conseguir levar o que minha mãe construiu para um futuro cada vez melhor e que ela olhe com orgulho. Que eu consiga devolver tudo que me ensinou, porque devo tudo que sei a ela”. Os ensinamentos da mãe e a parceria familiar foram essenciais para o sucesso da empresa. “Ver que está crescendo no lugar onde estão suas raízes é muito gratificante. Quando você trabalha em uma empresa familiar, você vê que 7


Empreendedorismo o prazer e a satisfação do seu cliente às vezes são maiores que qualquer quantia em dinheiro ou qualquer lucro que você teve. Quando você coloca amor tanto na sua profissão quanto no seu dia-a-dia, as coisas ficam mais leves”. O amor, uma constante em empreendimentos familiares, é o que os torna diferentes. “A empresa familiar pensa por geração. Com isso, trabalhamos na geração de valores que não são somente financeiros, mas sim a geração de valor humano, intelectual, social e financeiro”, defende Mary Nicoliello, psicóloga, sócia fundadora da Faamily Advisory e especialista em governança familiar, que atuou durante quase quatro anos como responsável pelo departamento de Governança e Estratégia para empresas de controle familiar da PwC. “Existem conceitos comuns quando se fala em empresa familiar: o legado, os valores e o poder que uma família empresária tem quando ela adere aos valores dos fundadores”, diz Nicoliello. “Sempre tem uma magia da família, o que torna possível contribuirmos com ferramentas jurídicas ou de governança familiar para sustentar seu crescimento”. A advogada Luciene Franzim, professora do Insper em Gestão de Empresas Familiares, sócia fundadora da Franzim Consultoria Jurídica e especialista em (re) estruturação de empresas familiares, concorda. “A família geralmente quer que a empresa sobreviva até mais do que eles mesmos. Querem olhar para o infinito, buscam algo em longo prazo e têm esse desejo que às vezes nem sabem expressar. O orgulho é tão grande que querem que cresça e tenha continuidade”. A Pesquisa de Empresas Familiares no Brasil, divulgada pela PwC no fim de 2016 mostra que 80% das 19 milhões de companhias do Brasil são familiares. Além disso, empresas familiares são responsáveis por cerca de 40% do PIB nacional. É inegável a importância desse modelo de negócio para a economia do país e do mundo, mas, por outro lado, o pequeno número de empresas que resistem ao mercado surpreende: apenas 5% sobrevivem até a quarta geração. Para Luciene Franzim, a dificuldade de passagem de bastão entre gerações está ligada a um sentimento de perda de poder, e 8

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A vontade de inovar e a cumplicidade familiar garantem o sucesso da rede Fogão Mineiro

Pedro Oliveira (ponta esquerda) e sua família comandam a rede Fogão Mineiro juntos

Ana Cláudia Moraes Bueno de Aguiar e Fábio Bueno de Aguiar, casados há quase 30 anos e sócios há 20


ao desafio de receber o bastão e dar continuidade. “Quando perguntam quando precisamos começar o planejamento sucessório, eu diria agora. Ao invés de pensar no planejamento sucessório como uma simples passagem de bastão, é preciso que o fundador enxergue que, na verdade, ele está deixando um legado, regras e princípios. A essência da família é o que move a empresa. O planejamento sucessório não é só esse momento de transição, é simplesmente o planejamento estratégico de perenidade e crescimento sustentável da empresa”, pontua. “Se o foco for somente financeiro, nos deparamos com essas estatísticas terríveis para empresas familiares. É preciso cuidar do humano, do paradoxo de tradição e inovação da empresa familiar”, aponta Mary Nicoliello.

sucesso cumplicidade Exemplo de

e

As empresas triunfantes do mercado estão provando a importância do cuidado com esse paradoxo. Em 2004, Pedro Oliveira inaugurava o restaurante Fogão Mineiro em Sousas, o distrito mais antigo de Campinas. “Lembro que pedi para meus irmãos e amigos irem à inauguração, para que as pessoas vissem movimento no restaurante. Eles demoraram e, quando chegaram, já estava lotado!”, conta. Com uma trajetória de sucesso desde o primeiro dia de funcionamento, o restaurante foi crescendo e a equipe também. Com o tempo, o pai e os quatro irmãos de Pedro aderiram ao negócio e hoje comandam em conjunto as sete lojas da rede, sendo cinco dentro de grandes shoppings de Campinas. Para Pedro, o segredo para o sucesso está justamente na inovação. “Não podemos ficar estacionados, temos que pensar em crescer e sempre olhar além, buscando novidades. É preciso fazer diferente”. E foi o que fizeram. Em 2007, apenas três anos após a abertura do restaurante Fogão Mineiro, a família inaugurou a casa noturna Paioça do Caboclo, em Joaquim Egídio. Hoje, festas como a anual Feijoada da Paioça transformaram a casa em uma referência de entretenimento na região.

Além do sucesso da rede, a família também vivenciou um fortalecimento do relacionamento. “Todos precisam ter o mesmo objetivo, remando para o mesmo lugar. Aprendemos a conviver com opiniões diferentes e respeitar cada uma delas, fazendo uma democracia e levando em conta a decisão da maioria”, completa Pedro. “Tenho irmãos que trabalhavam em outros ramos anteriormente e chegaram depois, mas que hoje estão felizes, realizados e colhendo frutos”. Para famílias empreendedoras, dividir os mesmos objetivos é essencial para o sucesso. No escritório Moraes Bueno de Aguiar, fundado em 1997 pelos advogados Ana Cláudia Moraes Bueno de Aguiar e Fábio Bueno de Aguiar, não é diferente. “A melhor parte de ter um negócio em família é que os interesses são os mesmos. Os dois querem crescer e não se acomodam. O nosso ganha-pão e a nossa vida dependem disso, então nós dois nos empenhamos e fazemos nosso melhor”, diz Ana Cláudia. “Além de termos objetivos comuns, existe, em ambos os lados, a questão da transparência, da confiança, da cumplicidade. Se esses valores não existirem em uma sociedade - seja ela familiar ou não -, não funciona”, complementa Fábio. Casados há quase 30 anos e sócios há 20, construíram juntos o escritório, que hoje conta com uma grande equipe de advogados e atende contas de porte nacional. Para eles, empresas familiares não devem ser encaradas como desorganizadas e geridas pelo coração. “Trabalhávamos assim há muito tempo, mas, na medida em que tomamos consciência e buscamos novas ferramentas, pudemos implantá-las aqui e o escritório passou a funcionar como uma empresa”, conta Fábio. “Hoje em dia temos um planejamento estratégico, metas, objetivos e indicadores de desempenho, assim como outras empresas. Não dá para pensar diferente”. E Mary Nicoliello concorda. Para ela, o mundo mudou, a forma de fazer negócios mudou e convencer a geração atual é algo delicado e complicado, porém necessário. “Precisamos trabalhar o paradoxo da tradição e inovação para ter uma tradição de mudar. Não tem outro caminho. As famílias empresárias estão entendendo que mudar não é uma escolha e estão aproveitando o ativo humano (que é a nova geração) para que ela se qualifique e possa enfrentar o que vem pela frente”. 9


Gestão

Felicidade, uma estratégia

de sucesso

Funcionários satisfeitos criam mais, vendem mais e são mais produtivos. É preciso, sim, focar em resultados, mas também é imprescindível desenvolver pessoas Por Gabriella Ramos

unca se falou tanto sobre felicidade no ambiente de trabalho. Em um mundo onde problemas de saúde alimentados pelo estresse e pela insatisfação são cada vez mais comuns, gestores de empresas de todos os portes lançam um novo olhar sob a gestão de pessoas – um dos fatores mais importantes para o sucesso de qualquer negócio. Gestão de Pessoas, Talentos Humanos, Gestão de Talentos, Capital Humano ou Capital Intelectual. São muitas as opções de nomenclaturas que nasceram para substituir os Recursos Humanos. Diante da nova realidade do mercado, no qual as pessoas estão em busca não somente de um emprego, mas também de um propósito, enxergar funcionários apenas como recursos deixou de ser uma opção.

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Tâmara Bittencourt, Head of Advisory na Share RH, acredita que as empresas que não dão espaço e autonomia para pessoas que atualmente têm tanto acesso à informação não devem prosperar tão cedo. “Se não há uma ligação entre o propósito da empresa com as equipes, independente da idade, duas questões vêm à tona: a nova geração tem muito conhecimento, sem precisar necessariamente de um líder para obtê-lo e a sociedade, por sua vez, percebe cada vez mais a importância de sentir ao invés de ter. Se passo mais tempo no ambiente de trabalho do que em casa, preciso tirar experiências muito boas dali”, aponta. Ainda existe, em algumas empresas, o pensamento de que ter boas experiências no trabalho significa perder tempo útil na realização de atividades para que os funcionários joguem jogos e se divirtam, mas o caminho não é bem esse. “Boas experiências


consistem em desafios, em poder fazer parte de decisões importantes, ser ouvido, ter espaço para trazer alguma contribuição independente da sua idade e do seu cargo”, defende Tâmara. “A sensação de fazer a diferença em uma decisão e de ser realmente importante para o funcionamento da empresa é impagável. As pessoas estão atentas e querem sentir isso, por isso buscam uma organização que se alinhe aos seus propósitos de vida”. Ao analisar o ranking das 50 empresas mais amadas por seus funcionários no Brasil, divulgado anualmente pela Love Mondays, isso fica evidente. Nas primeiras posições estão as organizações que buscam cultivar relacionamentos mais humanos e empáticos com seus colaboradores, trabalhando seus valores e sua cultura organizacional diariamente.

Tâmara Bittencourt, Head of Advisory na Share RH

Marta Saft é Managing Director da ThoughtWorks Brasil

A ThoughtWorks, que ocupa o posto de empresa mais amada do Brasil em 2018, busca fugir do estigma de ser uma empresa de tecnologia e, por consequência, não priorizar relações humanas. “Acreditamos que o olhar generoso, empático e integral sobre o outro é, em primeiro lugar, a coisa certa a fazer. Além disso, é o que sustenta boa parte de nossa cultura organizacional, sem a qual a ThoughtWorks seria muito diferente do que é”, conta Marta Saft, Managing Director da ThoughtWorks Brasil. “Ter a capacidade de enxergar o outro com o mesmo cuidado e empatia que olhamos para aquelas pessoas mais próximas de nós é essencial para entendermos os impactos - bons e ruins - da tecnologia na sociedade e fazermos o nosso melhor como tecno-

No ranking da Love Mondays, a ThoughtWorks fica em primeiro lugar como empresa mais amada do Brasil

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Gestão

A ThoughtWorks investe em ações que buscam incentivar o respeito e a diversidade

logistas, perseguindo um impacto positivo”, completa. Segundo ela, o olhar que a ThoughtWorks busca ter internamente traz aos funcionários a possibilidade de encarar o mundo de uma forma mais justa, e pensar mais profundamente a tecnologia na sociedade. Quanto ao título de empresa mais amada do país, Marta vê como um resultado de diversos fatores, mas tem um como central: a forma como tratam suas pessoas. “Acreditamos que juntos criamos o ambiente para que as pessoas queiram não só trazer o seu melhor para o trabalho como alcançarem o seu melhor, desenvolvendo seus potenciais. Criar e manter um ecossistema que proporciona autonomia, aprendizado conjunto e compartilhamento contínuo, é um catalisador para todos os nossos potenciais e para o bem estar coletivo que buscamos como organização”.

Líderes que

transformam Tâmara Bittencourt acredita na existência de outro fator em comum nas empresas favoritas dos funcio12

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nários: lideranças com olhares voltados às pessoas. “É claro que toda liderança deve focar em resultados, mas isso não significa deixar de valorizar as pessoas. É preciso ter equilíbrio. Quando o líder tem o olhar voltado para a gestão de pessoas, ele entende que depende muito mais delas do que o contrário. Ele entende que deve ser um líder que serve, que facilita e que não pode complicar o trabalho das pessoas. Ele está ali para ser um facilitador, para servir à equipe e chegar aos resultados sendo um grande guardião”. “Isso está muito ligado à questão da humildade da liderança. Para um líder servir sua equipe, ele deve ter humildade e estar desligado do ego, do poder da liderança. São líderes que estão muito mais preocupados em desenvolver pessoas e em atingir o propósito da organização”, diz Tâmara. Para trabalhar as questões de humildade e proximidade com as equipes, é essencial que o líder aprenda a ouvir. “Se realmente ouço as pessoas, consigo desenvolvê-las e levar minha empresa para um caminho de colaboração. Hoje em dia, o que vai diferenciar sua empresa são as competências de cada um dos seus colaboradores. Porque uma equipe feliz é unida, trabalha com propósito e sente que tem espaço e autonomia para colaborar”, completa.


A eficácia de uma cultura organizacional que valoriza a felicidade das pessoas não é novidade para pesquisadores. De acordo com um levantamento do Harvard Business Review, funcionários felizes têm uma produtividade 31% maior, geram 37% mais vendas e são três vezes mais criativos que seus colegas desmotivados.

Diversidade:

uma vantagem competitiva

Para Marta Saft, a diversidade é outro fator importante na construção da cultura organizacional da ThoughtWorks e tem um papel crucial nos níveis de felicidade dos funcionários – conhecidos pela empresa como ThoughtWorkers. “A diversidade é parte fundamental de nossos valores e da nossa forma de trabalhar. Acreditamos que criar um ambiente de trabalho mais diverso é essencial, uma vez que a sociedade que nos inserimos também é muito

diversa e todas as pessoas têm muito a adicionar”. O relatório Delivering through Diversity, realizado pela consultoria McKinsey and Co., comprova: de acordo com o estudo, empresas que possuem maior diversidade de gênero têm 21% mais chances de lucrarem mais que seus concorrentes, quando comparadas com empresas que possuem níveis menores de diversidade. Com a diversidade cultural e étnica, essa porcentagem sobre para 33%. Daniel Castello, consultor, palestrante nas áreas de Estratégia e Gestão de Pessoas e mentor Endeavor, ratifica. “O mundo está cada vez mais complexo. Ninguém entende tudo. Quando você traz diversidade para a empresa você traz novos pontos de vista, que são valiosos para compreender o mundo melhor e para compreender os pontos de vista do seu consumidor melhor. O exemplo mais potente que conheço é do Vale do Silício: lá, quase 70% dos programadores são nascidos fora dos EUA e o resultado disto é que 30% do Daniel Castello, consultor, palestrante nas áreas de Estratégia e Gestão de Pessoas e mentor Endeavor

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P H O M E N TA

faturamento das empresas de lá é obtido fora do país. Alguém acha que isto é coincidência? Pessoas iguais pensam igual, veem o mundo igual, analisam problemas igual, chegam às mesmas conclusões – é difícil inovar assim”.

futuro

O da gestão de pessoas Olhando para o futuro, percebe-se que o mercado de trabalho está mudando, tanto para empresas quanto para colaboradores. “As mesmas tendências que observamos nas novas gerações em relação às demandas de consumo, podemos observar em relação ao mundo do trabalho”, comenta Marta Saft. Para ela, as pessoas estão em busca de mais sentido para a própria vida, sendo quem são em todos os ambientes e respeitando seus princípios, interesses e estilo de vida. “O mesmo conceito de experience design, que olha para a experiência de usuários, deveria valer para as empresas de hoje. É preciso pensar sobre como as pessoas gostariam de ser tratadas e o que buscam, algo de que o mundo do trabalho tradicional se distanciou por bastante tempo”, completa. Já nos próximos anos, Daniel Castello imagina um mundo de empresas mais fluidas e diversas. “Hoje todas as empresas se parecem e isto é muito ruim. Empresas parecidas geram soluções parecidas, normalmente mais conservadoras. Precisamos de empresas mais únicas, que lidem com as pessoas de formas únicas, que se arrisquem a ser diferentes, a sair das regras. Isto vai construir uma miríade diferente de experiências, que gera novas formas de atuar no mundo. O novo vai nascer daí”.

Auditoria Social | Gestão Filantrópica | Pro Bono

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Entrevista

Por Beatriz Steck

Persistência, foco e vontade de fazer acontecer resumem a trajetória de Amyr Klink, comandante e colecionador de embarcações brasileiro. Em 1984, aos 28 anos, fez a primeira travessia solitária a remo pelo Atlântico Sul. A bordo do barco I.A.T, construído por ele mesmo, o navegador remou da Namíbia até a costa da Bahia. Atualmente já realizou 15 viagens à Antártica e viaja pelo Brasil e mundo compartilhando suas experiências em palestras e livros. Confira a entrevista concedida pelo aventureiro para a Expo Magazine:

O que fez com que você virasse um navegador? Foi a literatura. Quando estudava economia comecei a fazer um curso de francês e descobri uma livraria em São Paulo que se chamava Livraria Francesa. Lá tinha uma coleção chamada “Mer et Aventures” (Mar e Aventuras, em francês). Eu gosto muito de línguas e me encantei pelos relatos. Depois quando fui morar em Paraty acabei conhecendo alguns dos protagonistas de livros que eu já tinha lido e, assim, aos poucos, fui me envolvendo com o mundo dos viajantes, dos navegantes. Quando fui morar em Paraty ainda não tinha nenhuma conexão com o mar. Meu pai tinha um monte de fazendas na cidade, íamos muito para lá e me encantei pela conexão natural com o mar,

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mas não entendia nada de barco. Só vim a descobrir o mundo náutico depois de velho. Foi assim, através de livros que me encantei pelo mar. Eu sempre falo que se continuasse morando em Paraty, eu teria cracas e ostras nas canelas de tanto ficar na beira do mar, mas nunca navegaria. Infelizmente o brasileiro tem essa proximidade com o meio que ele não conhece. O brasileiro não gosta de mar.

Por que você acha isso? Ninguém navega. Você vai para o Rio de Janeiro agora, ou em um sábado, não tem ninguém navegando. Eles vão para a praia, praia não é mar. Eu particularmente detesto praia. Você não encosta, não atraca e Paraty tinha essa beleza da encosta, das pedras na beira do mar, dos lugares abrigados.


Amyr Klink, comandante e colecionador de embarcações brasileiro

O que mais te encanta nesse meio do caminho? A possibilidade de conectar lugares distantes do planeta. Não é nem da experiência do contato com o mar, é da experiência de poder ir para o outro lado do mundo. Eu vou da porta da minha casa para o Opera House, em Sidney. Eu vou da porta da minha casa para o Japão. Da porta da minha casa para o Píer 26, em Nova York. É essa possibilidade de se conectar a lugares distantes. E eu acho que foi isso que me encantou no começo, porque eu via muitos barcos chegando em Paraty que vinham de muito longe e eram barquinhos feitos no quintal de casa.

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Entrevista brasileira, e sim a riqueza do conheciPor que e o que na sua mento brasileiro que não é identificado trajetória você acha que mais pela grande maioria. inspira as pessoas? Para completar a travessia Eu acho que todo mundo gosta de viajar foi necessário muito e tem dificuldade de perceber que tem vários meios para fazer isso, sem necesplanejamento e a busca por sariamente precisar de fundos e mundos. soluções inteligentes. Como O mar é um desses meios. No Brasil a atividade náutica é vista como uma ativifoi esse processo? dade de elite, de gente rica e é um fato. Mas é um fato equivocado também. A gente vive em um país ignorante, mas ao mesmo tempo temos alguns dos barcos mais revolucionários do mundo e que os brasileiros não reconhecem. A jangada de Piúva, as jangadas de dois mastros, os saveiros de pena da Bahia, os barcos de Santa Catarina, do Maranhão, temos embarcações absolutamente únicas, com características completamente diferentes e maravilhosas e 99% dos brasileiros simplesmente desconhecem.

E essas embarcações não foram feitas por engenheiros? Não, mas eles são engenheiros de verdade. São analfabetos, mas têm um saber e um modo de fazer que infelizmente não é conhecido. Ao longo dos anos eu tentei mostrar isso, quando a gente inaugurou o Museu Nacional do Mar. A ideia não era mostrar a cultura O I.A.T foi construído pelo navegador para sua primeira travessia do Atlântico Sul a remo.

Foi muito dolorido. Cada vez que eu falava o que pretendia fazer ouvia “ah mas você vai morrer”. Nessa fase, até eu mesmo falei nossa esse negócio é impossível. Mas depois, quando me encantei pela ideia, percebi que era uma espécie de jogo. Tinham muitos problemas para resolver: o problema da resistência física do barco, da altura das ondas, da alimentação, da comunicação, da navegação e cada problema tinha uma solução. Depois eu descobri que vários navegadores tinham tentado atravessar outros oceanos e morreram por razões completamente insólitas, por erros no planejamento. Ninguém morreu de cansaço ou por causa das tempestades e eu achei aquilo incrível. Aos poucos fui me envolvendo com a ideia, me encantando, pensando nas soluções. O problema dos alimentos, por exemplo, foi resolvido com o uso de desidratados e, de repente, eu estava envolvido. Então foi um processo lento, um pouco complicado, mas também foi gratificante. Eu resolvia um problema e vinha o próximo. No mar não tem caminho mais curto, tem o caminho ideal que é o que tem menos contrariedades.

Em algum momento você achou que estava fazendo uma loucura? No começo eu pensei. Mas depois que comecei a viagem não, porque foi tão difícil a fase de planejamento, foram tantos problemas burocráticos, técnicos, finan-

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ceiros e diplomáticos que encontrei, que quando a viagem começou pensei “nossa finalmente agora é só remar”. Remar foi a parte mais fácil da história.

Quais você acha que foram as principais características da sua personalidade que fizeram com que você enfrentasse todos os obstáculos que surgiram? Eu tive muitos problemas com as autoridades africanas, Namíbia e África do Sul. Tive mais problemas ainda com as autoridades brasileiras, porque o barco teve que ser exportado e o processo na época foi altamente complexo. Eu despachei o barco para a África e a documentação nunca ficou pronta. Levou 20 anos para regularizar esse barco, por incrível que pareça. Mas eu acho que a característica mais importante para ter efeito com êxito a viagem foi a persistência. Eu fui cabeça dura, foi uma experiência que exigiu muita persistência. Eu cometi vários erros, tive que refazer o projeto. Fui lesado várias vezes, paguei a madeira para o estaleiro que iria fabricar o barco, o estaleiro sumiu com o dinheiro. Eram situações bem desagradáveis.

Você pensou em desistir? Até pensei. Mas começava de novo. Então, eu reparei que hoje em dia a gente vive uma situação onde todo mundo quer tudo rápido. Ninguém se dedica assim a fundo a fazer alguma coisa acontecer e essa é uma característica interessante do mundo moderno.

Amyr Klink já visitou a Antártica pelo menos 15 vezes.

dinheiro e comida você fica pródigo, começa a desperdiçar. É muito fácil compreender a escassez dentro de um barco. Todos os recursos são finitos, não tem redundância, a energia é limitada, a água é limitada, tudo é limitado. É preciso utilizar tudo com muito critério, muito cuidado e isso acaba desenvolvendo uma espécie de cultura da eficiência, do não desperdício, do respeito. Outra característica que eu adoro, e o pessoal dá risada quando eu falo, mas a principal qualidade de barcos é que eles afundam. Você está em um ambiente que tem certeza das consequências se não fizer a sua parte direito. E essa certeza da consequência, da punição, é muito educativa. No mar você não tem direitos, só deveres. O dever de cumprir a sua meta todos os dias, de resolver o problema do dia antes que afunde. Você cumpre a sua parte e vai aonde você quer. A gente vive hoje uma cultura meio protecionista, paternalista, onde todo mundo só pensa nos seus direitos e ninguém se dedica com afinco a executar as tarefas que são necessárias. A gente tem acesso a todas as informações e eu acho que esse é o problema mais dramático para a geração Y. Eles já têm acesso à fama, à glória, ao conforto, ao benefício e não querem percorrer o caminho. O caminho é demorado, é chato. É um mundo que tem muitas oportunidades, mas também é tão fácil o acesso a todos os níveis de êxito que a maioria das pessoas não têm paciência de percorrer o caminho.

Como você acha que é possível encontrar soluções criativas para problemas?

O que você acha que uma pessoa precisa ter para lidar com situações extremas? Você acha que hoje em dia é difícil encontrar pessoas assim?

A escassez. A escassez é a mãe da criatividade. Quando você vive em um ambiente que tem fartura de soluções, recursos,

Eu acho que tem que ter um apego muito grande, foco e é difícil ter foco. Minhas filhas tem de 18 a 21 anos, já estão na faculdade e ainda não sabem o que querem fazer. Eleger alguma coisa para 19


Entrevista fazer e fazer com afinco é um caminho muito bacana, mas é um caminho difícil quando se tem tantas opções, possibilidades de mudar. Ninguém mais se dedica tão profunda e contundentemente a um único tema ou assunto. Ao mesmo tempo, pessoas que conseguem se aprofundar num tema por mais fútil que pareça, prosperam, se destacam da maioria. Eu acho que vivemos em um mundo com tanta informação, que exige formação para que a gente possa eleger os caminhos.

E como você acha que é possível conseguir essa formação? Eu acho que estudando, lendo, se informando, para poder eleger um caminho e não ficar na tentação do que está mais perto ou mais fácil. E essa é uma atitude difícil, são tantas possibilidades. Mas, também, temos ferramentas incríveis de comunicação hoje em dia. Qualquer pessoa que tem um mínimo diferencial acima da média e consegue publicar isso, Atualmente, Amyr Klink possui uma coleção que ultrapassa 30 embarcações.

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mostrar isso, de repente vira um fenômeno. Estamos vivendo uma época muito interessante, onde a informação trafega a velocidades espantosas.

Você já disse que teve muita sorte. O quanto você acha que a sorte pode influenciar na vida das pessoas? Eu acho que a sorte, de certa maneira, você constrói na medida em que persiste, na medida em que se torna proativo, na medida em que tenta ser protagonista e não um simples observador.

No mar se você fizesse as coisas mais ou menos correria grandes riscos. Como você traria esse pensamento para o mundo atual? A gente vive em um país com tantos problemas estruturais, culturais, de formação. Temos tantas deficiências de formação, deficiências estruturais, sempre vivemos no modo de sobrevivência. Nos acostumamos a fazer tudo de qualquer jeito e na minha atividade não tem de qualquer jeito. Ou você faz bem feito ou você morre. E a gente não tem essa preocupação nem com a excelência nem com o outro. Essa preocupação com a excelência, com fazer bem feito, eu acho que é um diferencial muito importante e eu gosto disso. Fazer bem feito não é fazer sofisticado, é fazer sempre um pouquinho melhor, as vezes é fazer dentro do orçamento, é fazer mais simples. E a gente não tem essa cultura. Tudo o que você fez até hoje, amanhã você pode fazer melhor. E no mar isso significa um esforço de atualização do pensamento, das soluções técnicas, que não vai necessariamente do uso da máxima tecnologia e sofisticação. Às vezes, vai no uso inverso. Hoje em dia os barcos mais modernos do mundo não tem mais terminais de titânio para prender, tem fita,


lacinho, você amarra com lacinho de Kevlar. É muito mais eficiente do que um terminal usinado, de titânio, e eu adoro isso. Na minha atividade a gente mistura as duas coisas. Usamos muito o conhecimento acadêmico e, também, essas astúcias da experiência prática. Claro que eu não vou usar um pau de Gororoba em um barco de 20 milhões de dólares, mas a ideia de um mastro de Gororoba autoportante, flexível, eu posso reproduzir em fibra de carbono. A gente vai estudar os barcos da Amazônia por exemplo. Mas por quê? Porque ninguém no planeta faz distâncias maiores do que as embarcações da Amazônia. A formação técnica deles, a cultura tecnológica deles é miserável, mas a experiência prática deles é monumental. É impressionante o que eles fazem lá.

Você acha que o empreendedorismo, a mente empreendedora é uma característica dessas pessoas? Em um sentido mais de sobrevivência do que de negócio. Está na moda agora ser empreendedor. Eles não querem ser socialmente bem sucedidos, e sim resolver o problema. Eles têm uma capacidade criativa que eu acho muito importante para o empreendedor e essa é uma característica brasileira que é muito mal reconhecida e pouco valorizada. O brasileiro é muito criativo para sobreviver.

E qual você acha que foi o segredo do seu sucesso? Eu não sei se eu tive sucesso, só sei que eu não morri e cheguei onde queria chegar. Acho que gosto do que faço e quero fazer mais. Para isso preciso ser mais rico do que sou e tomei uma decisão, há uns dois anos, de que vou perder a vergonha de dizer, que eu gosto de ser muito rico. Quero poder fazer o que eu gosto de fazer e não o que eu sou obrigado. Eu gosto de ficar um ano sem fazer nada, um ano na Antártica, por exemplo. E para poder fazer isso percebi que vou ter que não ter mais nada. Meu objetivo em quatro anos é não possuir mais nada. Não quero ter mais nada, nenhum imóvel no meu nome. Hoje é possível você ser proprietário só do benefício e não do bem. E é isso que está apontando, na minha visão, para uma nova ordem do compartilhamento. Eu espero que daqui dois anos eu consiga não ter casa. Eu quero alugar minha casa e pagar pelo uso. Essa é uma transformação que eu acho sensacional e está acontecendo em diversas áreas como no mercado imobiliário, bens de consumo, serviços. É engraçado

que as novas gerações estão entendendo isso quase que intuitivamente. Não é preciso mais ter as coisas. Você quer ter o tempo, a conectividade, o benefício e não tem mais que se prender a posse física das coisas. Muitas das grandes corporações não entenderam isso ainda, e elas vão morrer. A Volvo, por exemplo, o objetivo deles é fazer carros seguros. Ser seguro hoje não é um diferencial, é uma obrigação. Eles são provedores de mobilidade, é diferente. Eles são provedores de uma mobilidade complexa que envolve prazer, gosto, segurança, envolve várias coisas.

E o que você acha que precisa fazer para alcançar esse objetivo de não ter nada? É difícil. É um processo muito difícil me desvencilhar de tudo que me consome tempo. Eu não quero mais ser o proprietário das empresas que tenho, mas quero ter o pró labore. A rentabilidade dessa empresa eu quero. Eu quero decidir o caminho dela? Quero. Eu quero ser o dono dela? Não. Eu quero ter mais tempo para usar os recursos para fazer o que eu gosto que é viajar. Estamos separando toda a parte física, por exemplo, patrimonial da operação. O negócio gera riqueza, o ativo físico viabiliza essa geração sem estar uma coisa fisicamente conectada com a outra. E hoje isso é possível. Os bancos até 20 anos atrás eram empresas imobiliárias, de repente eles entenderam que o negócio deles é comprar e vender meios de pagamento e não ganhar dinheiro com valorização imobiliária. E aí o que eles fizeram? Eles desmobilizaram e alugam os ativos físicos que precisam. É mais ou menos isso. Eu ainda tenho essas coisas físicas, mas estou diminuindo elas numa velocidade muito grande e descobri que estou usufruindo muito mais. Dentro da minha marina em Paraty começou um negócio de compartilhamento de barcos que todo mundo deu risada há cinco anos atrás. A empresa começou com dois barcos e mais do que dobra o faturamento a cada ano. Hoje está com 25 barcos e tem um índice de ocupação de locação de mais de 82%. Os multicascos, os Catamarãs, são barcos caros, de mais de 2 milhões e têm 92% de ocupação média ao longo do ano. Nenhum hotel médio no estado de São Paulo tem essa ocupação. Esse é um mundo possível e está acontecendo e na minha atividade vai acontecer. Estou tentando entender também, não entendo completamente ainda, mas percebi que tudo isso tem a ver com a eficiência e a cultura do compartilhamento. É um caminho muito bacana e que vai fazer as pessoas se aproximarem outra vez. 21


Turismo

TAILÂNDIA Excêntrica e histórica

Rica em belezas naturais e ilhas paradisíacas, a Tailândia harmoniza destinos cosmopolitas com paisagens desertas e inexploradas. Destino ideal para quem quer paz e espiritualidade Por Beatriz Steck

Com paisagens encantadoras e clima tropical, a Tailândia entrou há alguns anos no radar de turistas que buscam se aventurar no exotismo do Sudeste Asiático. O antigo Reino do Sião é fascinante de norte – com montanhas que abrigam diversas tribos como a “Pa Dong”, onde as mulheres usam colares de metal que esticam o pescoço – a sul – com praias paradisíacas, água cristalina, areias brancas e resorts exuberantes. Ao centro fica localizada a capital e excêntrica Bangkok. Com mais de 11 milhões de habitantes a cidade fervilha de turistas interessados em conhecer os templos e palácios suntuosos e cheios de riqueza cultural e tradição de

Templo Wat Arun

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mais de 200 anos. Ao mesmo tempo, o visual da cidade contrasta com arranhacéus imponentes e modernos. Como na maioria das grandes metrópoles, o trânsito é intenso, por isso o ideal é que escolha um hotel próximo aos principais pontos turísticos ou que tenham fácil acesso pelo rio Chao Phraia ou por SkyTrain (BTS) – fácil de usar e muito bem sinalizado, alguns possuem até ar condicionado e televisão. Aproveite para observar e se aventurar com a enorme quantidade de Tuktuks circulando pelas ruas. Durante a noite eles ficam iluminados com luzes coloridas. Entre os pontos turísticos que devem entrar para o roteiro está o enorme complexo do Palácio Real (Phra Borom Maha Ratcha Wang). Construído em 1782, o complexo possuí cerca de 100 edifícios e foi a residência da família real por 150 anos. Ali fica, também, a estátua do Buda de Esmeralda (Wat Phra Kaew), o mais importante templo budista da Tailândia. Apesar do nome, a imagem foi esculpida em Jade e não Esmeralda.

!

No templo de Wat Pho fica uma imensa estátua de 46 metros de comprimento e 15 de altura do Buda Deitado. É o maior e mais antigo templo da cidade. Vale observar cada detalhe da escultura folheada a ouro 24 quilates e madrepérola. Bangkok também é bem famosa por ter vários mercados vendendo tudo o que se pode imaginar espalhados pela cidade. No Chatuchak é possível garimpar porcelanas, pashminas, roupas, souvenires, sabonetes e comida de rua. O mercado das flores Pak Klong Talad fica aberto 24 horas. Se interessar conhecer um pouco da história da indústria da seda na Tailândia, a casa do norte-americano Jim Thompson virou um museu com lojinhas que vendem lenços sofisticados, guardanapos, jogos americanos, almofadas e roupas. Para compras visite o Asiatique The Riverfront, River City Shopping Center e o Shopping Siam Paragon. Destinos certos para encontrar tudo o que precisar e o que nem se imaginava que precisava.

Dicas importantes:

Andar de Taxi em Bangkok é muito caro. A dica é negociar a corrida antes de entrar no carro, caso contrário a chance de te passarem um valor bem mais alto é grande. Existe um rigoroso controle de vestimentas dentro do complexo. Ombros e joelhos devem ficar cobertos durante toda a visita. Você pode alugar uma calça ou xale antes de entrar no local. 23


Turismo

Grande palácio de Bangkok

Onde comer

Vertigo and Moon Bar

Nahm

Celadon

Apesar do Sirocco ser mais famoso por causa do filme “Se beber não case”, atualmente o rooftop mais badalado é o Vertigo. Com animação e gente bonita é o programa ideal para tomar alguns drinks admirando a vista da cidade.

Eleito o melhor restaurante da Ásia, o Nahm é referência da gastronomia tailandesa. O ambiente é elegante e clean. Vale ressaltar que a comida é muito apimentada.

O Celadon é um dos restaurantes mais conceituados da capital tailandesa. As mesas ficam em terraços rodeados por lagoas com lótus e o cardápio oferece especialidades da região.

Informações: www.banyantree.com/en/thailand/ bangkok/dining/vertigo-too 24 Expo Magazine | Setembro 2018

Informações: www.comohotels.com/ metropolitanbangkok

Informações: https://www.sukhothai.com/ bangkok/en/dining/ restaurant-celadon


Onde se hospedar

Mandarin Oriental Bangkok

The Siam

Aposta certa em quase todos os lugares do mundo, o Mandarim Oriental Bangkok possui atmosfera tranquila, com decoração contemporânea e tradicional. São oferecidas aulas de culinária tailandesa e sessões de ioga para os hóspedes.

O tranquilo hotel tem apenas 39 quartos e suítes e fica na área histórica de Bangkok, às margens do Rio Chao Praya. Aproveite para experimentar o melhor da cozinha tailandesa no restaurante Chon, localizado dentro do hotel. 25


Turismo

Ilha de Ko Hong

Ilha Krabi

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Praias paradisíacas Partindo de Bangkok, em poucas horas de vôo, é possível aproveitar o clima quente da Tailândia nas praias paradisíacas que tornam o país destino turístico de verão. São tantas as opções de praias e hotéis luxuosos que fica difícil escolher uma só. A maior das ilhas, e também uma das mais famosas, é Phuket. Areias brancas, temperaturas agradáveis, céu azul e mar cor esmeralda fazem parte da paisagem encontrada nos dias de estada ali. Os moradores locais geralmente são simpáticos e hospitaleiros e fazem com que a experiência seja ainda mais inesquecível.

Ilhas Phi Phi

A partir de Phuket, é possível alugar um barco, pode ser particular ou em grupo, e conhecer ilha por ilha do entorno. Vale visitar a ilha de Ko Hong, que forma uma lagoa verde com água cor de jade quando a maré está alta. Durante a maré baixa a lagoa esvazia impossibilitando a passagem de barcos. Já as três ilhas de Krabi precisam ser visitadas na maré baixa, quando elas se unem por um banco de areia com um formato de “Y”, que divide o mar. As estrelas do passeio são as ilhas Phi Phi, cenário do filme “A Praia” com Leonardo di Caprio. Mesmo que inevitável, é recomendado chegar o mais cedo possível para evitar uma enorme quantidade de turistas que chegam até a atrapalhar um pouco a vista. Apesar de muito cheia a cor da água verde neon é maravilhosa e a natureza deslumbrante, daqueles lugares que devem ser visitados pelo menos uma vez. A 80 quilômetros da costa leste da Tailândia fica Ko Samui, de vegetação tropical, águas cristalinas e coqueiros espalhados pela orla. O local faz parte de um arquipélago com mais de 60 ilhas ao sul da China e é um destino tão badalado quanto Phuket.

Ko Samui

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Dica importante:

para quem deseja aproveitar a praia e o clima, o ideal é visitar a Tailândia entre novembro e fevereiro, quando as temperaturas estão agradáveis e não chove tanto. 27


Turismo

Onde ficar Six Senses Yao Noi O hotel é todo personalizado de acordo com o perfil do cliente e oferece experiências incríveis. Os quartos são divididos em vilas espalhadas por toda propriedade, harmonizados com a natureza exuberante do local.

Amanpuri O Amanpuri fica em uma área de coqueirais à beira-mar e oferece uma experiência de luxo e tranquilidade para seus hóspedes. O resort disponibiliza barcos para passeios pelo Mar de Andaman.

Four Seasons Koh Samui Os hotéis da rede são sempre aposta certa. A propriedade oferece piscinas particulares para cada vila e outra comum de borda infinita, com vista para a praia paradisíaca.

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Praia de Railay, Ilha Krabi

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Fotos Julia Campos @juliacampos.photodesign

Gastronomia

Filet Mignon Trufado

Muito além do hype conheça a cozinha saudável do Esquinica Natural Diante de consumidores cada vez mais interessados em uma alimentação saudável e consciente, novo cardápio do restaurante redefine o conceito de comer bem Por Gabriella Ramos 30 Expo Magazine | Setembro 2018


O ambiente descontraído do restaurante Esquinica Natural (antes conhecido como Esquinica) continua o mesmo: cercado por janelas de vidro através das quais é possível ter uma visão privilegiada da Avenida José de Souza Campos (mais conhecida como Norte Sul e uma das principais de Campinas) e com os icônicos e carismáticos bonecos sentados à mesa. A grande mudança, no entanto, aconteceu dentro da cozinha.

Tartare de Atum

Pensando em um público jovem e antenado, a Rede Vitória concebeu um novo cardápio, saudável, funcional, leve e descontraído, oferecido em almoços, lanches da tarde e jantares. Sob a consultoria da chef Ana Barini, os novos pratos têm a proposta de aliar saúde, sabor e nutrição, surpreendendo da primeira à última garfada. O delicioso tartar de lombo de atum com abacate, a pescada amarela com arroz negro e o filé mignon trufado são apenas alguns exemplos dos apetitosos pratos oferecidos pelo restaurante. Aqueles que possuem restrições alimentares não ficarão de fora da experiência, já que o cardápio possui opções sem glúten ou trigo, sem açúcar, sem lactose, veganas ou low carb.

Pescada Amarela com Arroz Negro

Os sabores do Esquinica Natural atendem desde os amantes da vida fitness – com combinações ideais para o pré-treino, como o brownie sem glúten, a deliciosa tigela de açaí com banana, granola e mel ou a tostada de manteiga de amendoim – até aqueles que desejam opções diferenciadas de lanches durante a tarde, que podem optar pelos dadinhos de tapioca, sanduíches ou saladas do cardápio. A tendência rumo a uma alimentação mais saudável e natural não deve sair de cena tão cedo, e as pesquisas só reiteram esse fato. De acordo com o levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), oito em cada dez brasileiros dizem se esforçar para ter uma alimentação saudável e 71% dos entrevistados optam por produtos mais saudáveis, mesmo que sejam mais caros.

Esquinica Natural Menu

“É notória essa modificação de comportamento do consumo. De maneira empática e estratégica, migramos à tendência para oferecermos refeições que sejam sempre saudáveis, porém, elaboradas com conceito, sabor e praticidade”, diz Eduardo Porto, diretor de marketing da Rede Vitória. Se depender da equipe do Esquinica Natural, esse público, cada vez mais exigente, terá cada vez menos motivos para reclamar e cada vez mais opções saudáveis, sem abrir mão do ato de comer bem. A espinha dorsal da reformulação do restaurante é a vontade de servir comida de verdade, propondo mais qualidade de vida através da preparação de pratos naturais, saborosos e conscientes. Sob a gerência de Cristina Róseo, o local funciona de segunda a sábado, das 11h30 às 22h, com estacionamento gratuito para clientes entre 11h30 e 19h.

Açaí

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Negócios

Terra de oportunidades Mão de obra qualificada, localização privilegiada e desenvolvimento a longo prazo servem de chamariz para investidores estrangeiros fazerem suas apostas na região de Campinas Por Beatriz Steck

Os encantos da América Latina passaram a atrair investidores de segmentos diversos, que enxergam fatores como a carência, o crescimento econômico positivo a longo prazo e tamanho dos países que compõem o continente como uma oportunidade de negócio, mesmo que com uma conjuntura político-econômica turbulenta e os desafios típicos da região. Não tem como ignorar um mercado consumidor de 207 milhões de pessoas, por isso o Brasil não fica fora dessa. Inclusive, a região de Campinas está no radar de empresas de tecnologia e infraestrutura que buscam mão de obra qualificada e alta performance, principalmente em tecnologia de ponta. Para o Secretário de Desenvolvimento Econômico, 32 Expo Magazine | Setembro 2018

Social e Turismo, André Von Zuben a questão da tecnologia e Pesquisa e Desenvolvimento é, sem dúvida, o principal atrativo da região. “Temos toda a infraestrutura de mão de obra e universidades reconhecidas internacionalmente. Além disso, é uma região metropolitana, rica e forte economicamente” aponta. A qualidade de vida também é considerada um ponto a destacar. “As pessoas que vierem para trabalhar nessas empresas vão querer morar em um local gostoso e agradável, que tenha bons serviços, saúde e escola para os filhos” completa Von Zuben. Nos últimos anos somente as indústrias chinesas de setores como energia, logística, agricultura, automobilístico e construção


Vista panorâmica da cidade de Campinas

fizeram um investimento de mais de US$ 20 bilhões e continuam apostando no crescimento da economia brasileira. A aquisição da CPFL pela chinesa State Grid, por exemplo, é símbolo do apetite asiático, que já assumiu o controle acionário de 14 empresas e nove projetos de transmissão de energia elétrica.

André Von Zuben, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo de Campinas

Outro aspecto que interessa é justamente a carência do Brasil em algumas áreas como infraestrutura e o uso de energias renováveis. A necessidade de fechar essa lacuna e fazer com que o País deixe de ser uma área em desenvolvimento para ser totalmente desenvolvida, no longo prazo, é visto como potencial de mercado. A chinesa BYD é um exemplo de empresa que veio explorar um mercado ainda muito insuficiente no Brasil: o de energias renováveis e mobilidade elétrica, duas tendências internacionais. Em relação ao primeiro ano de atuação da empresa no Brasil, o diretor de Marketing, Sustentabilidade e Novos Negócios, Adalberto Maluf, está bastante otimista. “A expectativa de crescimento para 2018 é de no mínimo 300%, assim como crescemos 300% no ano passado. É um mercado ainda pequeno, mas que está crescendo muito”, afirma. A postura confiante caminha ao lado de mais desenvolvimento e capacitação. “A BYD fez um investimento na criação do Centro Brasileiro de Pesquisa em Energia Solar Fotovoltaica na UNICAMP” declara Maluf. O investimento consiste na cons-

trução de um laboratório para capacitar novos instaladores e criar mercado para o desenvolvimento dessa nova tecnologia. Para alcançar o objetivo de ser o maior player de energia renovável e mobilidade elétrica da América Latina, a empresa se prepara aos poucos. “Já somos líderes nos mercados do Chile, Colômbia e Uruguai. Temos como meta ter pelo menos 30% do market share e nos consolidar como a estrutura do melhor pós venda para os clientes da América Latina” acrescenta. A estratégia foi começar a operação pelos países menores, estruturar todo o trabalho para, assim, abocanhar o mercado brasileiro, maior, mais competitivo e burocrático. “Preferimos ir com passos mais lentos para 33


Negócios ir trabalhando em criar o produto certo, adaptado às condições brasileiras, e assim poder expandir. Fizemos a lição de casa, entramos no contexto certo e agora já sabemos os principais produtos e como eles devem ser, quais são as características do mercado brasileiro e, agora, pretendemos aumentar a produção e diferenciação dos produtos e componentes e nos consolidar como o maior player do País” afirma Maluf. O caminho trilhado parece, de fato, ser o melhor. No ano passado a BYD foi a maior vendedora de carros e ônibus elétricos, mesmo que o mercado ainda seja pequeno. Além disso, já implementaram projetos pilotos com empresas e governos. “Ajudamos a CPFL a montar toda a estrutura de recarga pelo Brasil. Estamos colocando alicerces para que esse mercado

Adalberto Maluf, Diretor de Marketing, Sustentabilidade e Novos Negócios da chinesa BYD

possa se expandir com sustentabilidade nos próximos anos” complementa. A malha rodoviária, aeroporto de carga que facilita a logística, as universidades e o ecossistema de tecnologia foram os principais atrativos para a Optel, empresa canadense que tem como foco um mercado já consolidado no Brasil: a indústria farmacêutica, abrir as portas na região de Campinas. “O mercado farmacêutico brasileiro está entre os maiores do mundo. Como este é um dos setores no qual a OPTEL está mais presente, existe um grande potencial de vendas. Além disso, a maioria dos nossos clientes se encontram no estado de São Paulo” afirma Amanda Neves, diretora geral da OPTEL Group no Brasil. A expectativa da empresa é de crescimento no mercado interno e ser um hub para toda a América Latina.

De dentro para fora Quando se trata de exportação de produtos o agronegócio é uma grande aposta. A região tem grande potencial agrícola e viu na exportação de frutas para o Canadá uma oportunidade. “O CCBC realiza um projeto de exportação de frutas frescas para o Canadá por via aérea pelo qual já foram exportadas mais de 300 toneladas de frutas como laranja, caqui, figo, limão, lichia, abacate, atemoya e pêssego. As vezes o pessoal da região nem imagina que as frutas produzidas lá estão sendo vendidas em um supermercado do Canadá” declara Paulo de Castro Reis, diretor de relações institucionais e negócios da Câmara de Comércio Brasil e Canadá. Outro movimento que iniciou há alguns anos, mas ainda continua intenso é o fluxo de pessoas. Para Paulo, o número de pessoas que procura mudar do Brasil

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Sede da Optel, empresa canadense

para o Canadá ainda é muito maior do que o inverso. “O Canadá é o país do mundo que mais recebe brasileiros. Tem mais estudantes brasileiros no Canadá, por exemplo, do que nos Estados Unidos, Inglaterra e França. É um país muito receptivo para imigrantes que procuram tanto uma experiência profissional quanto estudantil” completa.

Dificuldades Apesar das oportunidades, ainda existem desafios e um panorama instável no governo e economia brasileiros que preocupam investidores estrangeiros. Entre os principais – e unanimidade entre os entrevistados – estão a política fiscal e burocracia. “Temos uma série de taxas, impostos, tributos e regulamentos que tornam a administração de uma empresa muito mais complicada que em outros países. Aqui no Brasil uma empresa precisa de um departamento ou uma pessoa dedicada somente a pagamento de imposto” afirma Paulo Reis.

Adalberto Maluf, da BYD, enxerga o Brasil como um País difícil para o empresário fazer negócios. “Além do complexo sistema tributário, o mercado brasileiro é muito protegido e tem muita barreira para produtos importados, o que faz com que os processos fiquem muito mais lentos do que em outros países como o Chile e Uruguai.

Paulo de Castro Reis, diretor de relações institucionais e negócios da Câmara de Comércio Brasil e Canadá

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Sustentabilidade

O valor da sustentabilidade Para atender novas demandas de consumo, empresas de todos os portes estão fazendo escolhas mais responsáveis e conscientes

Por Gabriella Ramos

Não é de hoje que o termo sustentabilidade parou de ser atrelado somente aos ambientalistas e ganhou importância no dia a dia das empresas. A antiga forma de produzir e de trabalhar começa a ser repensada: diante de recursos naturais finitos e do agravamento de problemas ambientais, adotar um pensamento sustentável configura um diferencial competitivo e gera novos negócios. Provando que negócios sustentáveis podem ser rentáveis, empresas de todo o Brasil estão vivenciando bons resultados. No Expo D. Pedro, a tentativa de minimizar os impactos negativos acontece através da RLZE Grupo, responsável pela separação para reciclagem de todos os resíduos dos eventos, sejam eles de grande, médio ou pequeno porte. Atitudes sustentáveis tornaram-se não somente um argumento de venda, como também um pré-requisito para negócios de sucesso. Os consumidores, mais exigentes e conscientes, passam a fazer escolhas diferentes em todos os setores.

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Mudança nas comunidades

Nesse mesmo contexto, empresas e startups viram a oportunidade de inovar minimizando seu impacto ambiental. Foi o caso da so+ma, startup de sustentabilidade criada em 2016 pela empreendedora Claudia Pires, no Rio de Janeiro. “A so+ma nasce de tudo que vivi, validei, percebi, aprendi e gostaria de criar. Nossa vontade é agregar, criar uma lógica ganha-ganha e potencializar o que há de melhor nas pessoas: o comportamento”, relata. E, usando o comportamento como moeda de troca, a so+ma muda a realidade das cerca de 1000 famílias cadastradas no programa. A lógica é simples: ao entregarem produtos recicláveis em pontos de coleta nas comunidades, os moradores acumulam pontos que podem ser trocados por cursos de capacitação, serviços, descontos no comércio local, alimentos, entre outros benefícios.

Claudia Pires e seu sócio Clovis Santana, da so+ma

“Até agora, essas famílias já reciclaram um pouco mais que 87.000 kgs de resíduos, uma média de, aproximadamente, duas toneladas por mês”, conta Claudia. Além de benefícios como o auxílio na limpeza do bairro e a relevância para o meio ambiente, o programa também traz benefícios para a economia. “Oferecemos desde alimentos da cesta básica, até cursos de capacitação. A economia é bastante relativa, mas há famílias que já chegaram a economizar um terço do salário mínimo”. Prestes a inaugurar uma nova casa de coleta na zona leste de São Paulo, a intenção da so+ma é expandir para diversas regiões do Brasil e impactar a maior quantidade de famílias possível. “Estamos buscando atender por volta de 5.000 famílias por casa e receber quatro toneladas por mês em cada casa. Além disso, estamos nos dedicando a expandir o portfólio de recompensas, trazer novas tecnologias, pontuar mais comportamentos e aumentar as oportunidades do nosso público. Queremos nos tornar uma política pública em breve e estender nossa participação para outros países também”.

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Sustentabilidade

Casa so+ma Grajaú Cooperpac, na zona norte do RJ

Gabriel Arcon (à esq.) e Kleber Piedade, fundadores da E-moving

Para a empreendedora, o movimento de empresas com propósito está crescendo e ganhando visibilidade. “Cada vez mais estamos experienciando os impactos das nossas ações e não queremos compactuar com algo que não compartilha dos nossos valores. Com essas novas ondas de negócios de impacto que estão surgindo, as pessoas têm a opção do sustentável, e acredito que essa tende a ser a escolha”.

Pedalando na metrópole

Em São Paulo, a E-moving, empresa de aluguel de bicicletas elétricas, nasceu como a opção sustentável que propõe revolucionar a forma como as pessoas se deslocam em grandes e médias distâncias nas grandes cidades. Gabriel Arcon, diretor e fundador, conta que o empreendimento começou por um problema real. Estressado por conta do trânsito na capital, Gabriel começou a buscar novas alternativas e descobriu a bike elétrica, que proporcionava economia de tempo e não o deixava cansado ao chegar ao trabalho. Em 2015, ele e seu sócio Kleber Piedade conceberam a E-moving, com 16 bicicletas elétricas.

As bicicletas elétricas da E-moving são sustentáveis, saudáveis, eficientes e econômicas

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Gabriel ressalta os benefícios financeiros para quem escolhe pedalar. “A economia que uma pessoa tem ao trocar o carro pela e-bike pode chegar a 1.200 reais por mês, valor que antes era gasto com combustível, estacionamento, táxis etc.”, pontua. Além disso, as e-bikes são amigas do meio ambiente. “A emissão de CO² não existe com a bike. É um transporte sustentável, saudável, eficiente e econômico”.


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Sustentabilidade

Voo coletivo de mudança

A moda não ficou de fora dessa onda de mudanças conscientes. Marcas tradicionais mudaram suas práticas para minimizar o impacto no meio ambiente, enquanto novas marcas reinventaram o conceito de “moda sustentável”. Em Porto Alegre, as amigas Adriana Tubino e Itiana Pasetti lançaram a Revoada, buscando recriar a moda e trazer um impacto positivo para o mundo. O processo de criação dos produtos Revoada, consequentemente, é inovador. Depois de anos estudando a melhor forma de criar uma cadeia específica para seu trabalho, veio a ideia: por que não usar o

As sócias Itiana Pasetti (à esq.) e Adriana Tubino, fundadoras da Revoada

Os produtos da Revoada são feitos a partir de câmaras de pneu e nylon de guarda-chuva

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lixo como fonte criativa? Foram escolhidas, então, câmaras de pneus e nylon de guarda-chuvas como matéria prima para os produtos que viriam. Os materiais são comprados em unidades de triagem de lixo e borracharias, direto com borracheiros e catadores. Depois, são higienizados em uma lavagem industrial, que tem captação da água da chuva e tratamento correto da água. A produção, por sua vez, é feita em pequenos ateliês de costura e principalmente em cooperativas de mulheres costureiras, onde os produtos finalmente serão costurados e montados. Adriana ressalta que a indústria, de forma geral, trabalha com processos lineares que vêm desde a Revolução Industrial, gerando um grande impacto negativo. “Estamos vendo um modelo muito bemvindo florescer: a economia circular. Ela não pensa no fim, mas sim em um recomeço. A produção linear normalmente põe o produto no mundo e a responsabilidade acaba, quando, na verdade, a vida útil desse produto é uma responsabilidade de todos que o produzem, para que ele traga um impacto positivo na vida das pessoas”. O modo de pensar da Revoada tem se mostrado muito benéfico tanto para as pessoas envolvidas na produção quanto para o meio ambiente. “Em quatro anos, já reinventamos oito toneladas de câmaras de pneus e dez mil nylons de guarda-chuva. Já geramos emprego e renda para mais de 300 famílias, somando catadores, borracheiros e cooperativas”, calcula. Para Adriana, o mundo pede por mudanças e esses pedidos estão cada vez mais claros. “A forma como temos produzido está causando um esgotamento de recursos, e o Brasil já é o terceiro país do mundo que mais gera lixo. Se a indústria escolher fazer as coisas da mesma forma de sempre, gerando impacto negativo para o mundo, sem dúvidas perderá uma grande fatia de consumidores que estão mais atentos, mais conscientes e que fazem outras escolhas”.


Energia consciente

Pensando nas novas escolhas de consumo e nas necessidades do planeta, empresas tradicionais passaram a colocar a sustentabilidade como prioridade. A CPFL Energia, uma das maiores empresas do setor elétrico brasileiro, transformou valores sustentáveis em objetivos de negócios, indo além da gestão dos programas sociais. “A companhia criou e desenvolveu a Plataforma de Sustentabilidade, uma ferramenta de gestão que alinha metas operacionais e financeiras aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS das Nações Unidas”. Conta Rodolfo Sirol, Diretor de Meio Ambiente da CPFL Energia. “Temos ampliado esforços na promoção de novas tecnologias com baixa emissão de carbono, alinhadas aos desejos de um consumidor mais empoderado e sustentável. Nesse sentido, nos orgulhamos de sermos líderes em geração de energia renovável no país por meio da CPFL Renováveis”, continua. Além dessas iniciativas, outras frentes de investimentos são ações e projetos em eficiência energética, a digitalização da rede elétrica e pesquisas na área de mobilidade elétrica e armazenamento.

ções clandestinas e atuação de agentes comunitários; cerca de R$ 3,9 milhões em projetos e equipamentos para tornar indústrias, clientes comerciais e residenciais mais eficientes no consumo de energia; 5 milhões em melhoria da eficiência energética de prédios e empresas de serviço público e 7 milhões em iniciativas educacionais”. Com a mudança no perfil do consumidor, o desenvolvimento sustentável e a adoção de práticas sociais responsáveis se tornaram uma premissa para o sucesso em qualquer organização. “Uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) revelou que os financiamentos para projetos ligados à redução da emissão de carbono, eficiência no uso de recursos naturais e inclusão social cresceram 33,4% em 2017, indo na contramão da trajetória decrescente do crédito corporativo no Brasil”, conta. Protagonista em sustentabilidade no setor elétrico brasileiro, a CPFL Energia credita essa consolidação à sua atuação com base em uma matriz sustentável, onde aproximadamente 95% de seu parque gerador é proveniente de fontes renováveis de energia, como hidrelétricas, biomassa, eólica e solar. “Desde sua concepção, a CPFL Energia assume papel de protagonismo na promoção de uma economia de baixo carbono e tem trabalhado para que o setor elétrico evolua em questões ligadas às mudanças climáticas, como geração de energia a partir de fontes limpas e renováveis e a precificação do carbono no Brasil”, pontua Sirol. Diante deste cenário de grandes mudanças, o Diretor de Meio Ambiente da CPFL Energia afirma ser imprescindível se preparar para os desafios e as oportunidades do futuro. “Optar pela adoção de processos produtivos mais sustentáveis e conscientes é premissa para a competitividade, uma vez que redução de custos e minimização do desperdício em todos os níveis de produção são ações que contribuem para o aumento da eficiência operacional”. Rodolfo Sirol, Diretor de Meio Ambiente da CPFL Energia

Apenas em 2017, as distribuidoras da CPFL Energia investiram 54 milhões de reais em projetos de eficiência energética. “Do montante total, as concessionárias aplicaram 32 milhões em instalação de equipamentos mais eficientes (como chuveiros, lâmpadas, geladeiras e aquecedores solares) para clientes de baixo poder aquisitivo, regularização de liga41


Eventos

Feiras de negócios: estratégia para alavancar

resultados Feiras de negócios dão às empresas a oportunidade de aumentar o volume de vendas, expandir seus relacionamentos e se manter em evidência

Por Gabriella Ramos

Realizar grandes negócios investindo menos: essa é uma das propostas das feiras de negócios, setor que está em alta e não pretende sair de cena tão cedo. Somente em São Paulo, estima-se que essa categoria de eventos movimente cerca de R$16 bilhões em diversos setores da economia local. Em Campinas, a pulverização de benefícios se repete: a estimativa é que o turismo de negócios realizado na cidade impacte até 52 setores da economia. Alexandra Caprioli, Diretora de Turismo da cidade, avalia o turismo de negócios como um dos pilares de desenvolvimento de Campinas. “O turismo de negócios e eventos não somente

Mascote da Feira SUPERPET

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é relevante para a economia, como também está dentro das metas do governo e entre os pilares de desenvolvimento, que são: logística, o turismo de negócios e eventos, ciência, tecnologia e inovação e a área de defesa”, conta. “Recolhemos mais de um milhão de reais de impostos no ano só com os eventos, mostrando ser um recurso extremamente importante”. Para as empresas, expor em feiras de negócios pode ser o caminho mais eficiente para buscar novos mercados, solidificar o que já foi conquistado e consolidar a marca no respectivo setor. A organização da Superpet, por exemplo, aventurou-se no mundo das feiras de negócios

Natália Miranda, organizadora da Feira Superpet


pela primeira vez em 2018, como conta a responsável pelo evento, Natália Miranda. “As feiras em geral costumam crescer de acordo com o tempo de existência, e é muito difícil um evento nascer grande como o nosso. Isso só foi possível graças ao histórico da empresa nesse mercado e à credibilidade dos nossos gestores. Foi um grande desafio, pois não tínhamos nenhuma experiência operacional com feiras, mas acreditamos que a segunda edição será muito mais fácil de executar”. Para Natália, a crise exige que as empresas façam mais e melhor, em busca de um resultado igual, ou melhor, ao obtido em tempos de bonança. “Isso envolve criar mais oportunidades de vendas, e uma feira de negócios é essencialmente uma oportunidade pra abrir novas fronteiras e ampliar os resultados”, conclui. Fabrício Mendes, da YES Showroom, concorda. Para ele, o cenário de crise aumenta a pressão por preço e instiga o instinto de sobrevivência nos negócios. “Para sobreviver e estar competitivo no mercado, com preços atraentes, é fundamental fazer boas negociações. Eventos como esse proporcionam a condição e o ambiente ideais para boas parcerias e negociações”.

Alexandra Capriolli, Diretora de Turismo Foto Luiz Granzotto

Não faltaram boas parcerias e negociações na última edição do Showroom Yes, no Expo D. Pedro. “É impressionante o crescimento ano a ano e a resposta dessa região ao evento. A quarta edição do Showroom Yes Campinas quebrou mais um recorde de público. Tivemos 4.400 visitantes qualificados e mais de R$ 20 milhões em negócios futuros gerados para os fabricantes”, relata.

Erisson e Fabricio Matos, sócios e organizadores do Showroom YES

O último Showroom Yes Campinas aconteceu entre 19 e 21 de junho, no Expo D. Pedro

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Eventos

A FIIB 2018 acontece de 19 a 21 de setembro

Denizart Vidigal, coordenador e realizador da FIIB – Feira Internacional de Irrigação Brasil, define a importância da participação das empresas em feiras de negócios com a famosa frase “quem não é visto, não é lembrado”. Na primeira edição da FIIB, que aconteceu em 2017, 90% dos expositores se disseram satisfeitos e demonstraram interesse em expor novamente em 2018. “Muitos expositores declararam que realizaram vendas importantes durante o evento. Paralelo à feira, apresentamos um ciclo de palestras e minicursos que foram muito concorridos, e tivemos que repetir alguns minicursos devido à grande demanda de interessados”, conta. Em 2018, a estimativa é que o Expo D. Pedro receba um total de 11 feiras de negócios, que representam 17% dos eventos realizados no espaço. A FIIB – Feira Internacional de Irrigação Brasil 2018 e o Hiper Feirão de Viagens Flytour 2018 são apenas alguns dos eventos de destaque para o segundo semestre deste ano. Para Alexandra Caprioli, não faltam pontos positivos para a realização do turismo de negócios em Campinas. “Campinas possui um parque hoteleiro adequado, espaços de 44 Expo Magazine | Setembro 2018

eventos, um ambiente de negócios favorável com boas empresas e tem todos os setores da economia disponíveis para a utilização dos nossos visitantes. Estamos em um entrançamento das seis rodovias mais importantes do país que circulam na nossa região. Além disso, há também o hub do Aeroporto de Viracopos. Temos um conjunto de fatores positivos que nos transformam em um destino extremamente competitivo”. A Prefeitura de Campinas está em um trabalho contínuo para captar ainda mais eventos como esses, com propostas cada vez mais atraentes para os organizadores. “Nossa meta atualmente é trabalhar em uma lei de incentivo aos eventos que facilite a vida do organizador. Sabemos que hoje existem algumas dificuldades e alguns entraves de todas as ordens dentro da Prefeitura. Estamos com um grupo de trabalho dentro da Prefeitura com todos os setores que impactam os eventos (retirada de alvará através do Urbanismo, recolhimento de impostos através da Secretaria de Finanças, o próprio Turismo), estudando de que forma podemos ter uma lei que incentive os eventos da cidade”, conta Alexandra.


Os organizadores de eventos que realizaram feiras de negócios em Campinas se mostram cada vez mais dispostos a retornar com novas edições de seus eventos. “Estamos preparando uma edição maior em área de exposição, com o dobro de eventos paralelos e uma divulgação para o público selecionado reforçada - já iniciamos o trabalho de vendas e divulgação e já estamos colhendo ótimos resultados”, conta Natália Miranda, da Feira Superpet. A segunda edição da FIIB, que acontece em setembro de 2018, também promete uma área de exposição maior, usando o mesmo formato com expositores, palestras e minicursos, priorizando a realização de negócios. “Uma grande novidade é o XXVII Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem - CONIRD - que acontecerá dentro da FIIB este ano, em uma parceria com a ABID-Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem”, diz Denizart Vidigal.

Representantes internacionais e nacionais estiveram presentes na primeira edição da Feira Internacional da Irrigação Brasil

O evento contou com a participação de mais de 60 expositores

Já em junho de 2019, o turismo de negócios será movimentado pela próxima edição do Showroom YES Campinas. “Estamos pensando em uma programação atrativa para os participantes e em breve divulgaremos novidades”, diz Fabrício Mendes.

COMO ATINGIR BONS RESULTADOS EM FEIRAS DE NEGÓCIOS? “Minha dica tanto para o expositor quanto para o lojista é: prepare-se! Planeje sua participação no showroom. Se você é um expositor, entenda quem está vindo para o evento e prepare a sua equipe de vendas. Se você é um lojista, analise com antecedência quem são os fornecedores que estarão no showroom, relacione aqueles que você já compra e aqueles que ainda não são fornecedores da sua loja” Fabrício Mendes – Showroom YES

“Não basta estar com um estande bonito na feira. Os expositores de sucesso tinham uma equipe preparada pra atender e realmente realizar negócios ali, a equipe estava treinada e a oferta ao visitante era realmente atraente” Natália Miranda - Superpet

“O expositor deve tomar cuidado com detalhes básicos, como a divulgação de sua participação para seus clientes e prospects, o treinamento de sua equipe comercial com diferentes níveis de conhecimento para receber os clientes durante os dias do evento, a decisão de quais produtos expor e, em quais condições comerciais, além do preparo de materiais de divulgação para o estande, sendo estes físicos ou digitais” Denizart Vidigal - FIIB

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46 Expo Magazine | Setembro 2018


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Agenda

Setembro 35ª Reunião Anual da SBPqO Data: 1 a 4 de setembro Organização: SBPqo

Hiper Feirão de Viagens Flytour 2018 Data: 13 a 16 de setembro Organização: Flytour

Feira Internacional da Irrigação Brasil 2018 Data: 19 a 21 de setembro Organização: FIIB

Como planejar e administrar uma empresa Data: 22 de setembro Organização: Corpo RH

Jantar Show com Daniel Data: 29 de setembro Organização: Eventos Universal

TURNAROUND SUMMIT com Edgar Ueda Data: 29 e 30 de setembro Organização: Inside Imob

Outubro Agile Brazil 2018 Data: 3 a 5 de outubro Organização: Agile Alliance Brazil

48 Expo Magazine | Setembro 2018


Rapsódia Oriental Data: 6 de outubro Organização: Amelie Oriental Dance

VIII CLANA – Congresso Latino Americano de Nutrição Animal Data: 16 a 18 de outubro Organização: CBNA

Evento Jurídico Data: 18 e 19 de outubro Organização: PROORDEM Campinas

Nova Expo – Feira de Noivas e Debutantes Data: 19 a 21 de outubro Organização: WX Promoções e Eventos

Liderança para um novo tempo Data: 20 de outubro Organização: Corpo RH

Reunião Herbalife Data: 21 de outubro Organização: Herbalife

InovaCampinas 2018 Data: 24 e 25 de outubro Organização: Fundação Fórum Campinas Inovadora

Treinamento Silva4 Data: 27 de outubro Organização: Silva4 Treinamentos

Thutor Data: 29 e 30 de outubro Organização: Thutor

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Agenda

Novembro XX Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas Data: 6 a 8 de novembro Organização: ABAS

2º Congresso Brasileiro de Gestão & Finanças Data: 10 de novembro Organização: Corpo RH

Encontro de pais Data: 10 de novembro Organização: Facamp

Reunião Herbalife Data: 11 de novembro Organização: Herbalife

Comfel 2018 – Congresso Medvep Internacional de Medicina Felina Data: 15 a 17 de novembro Organização: Medvep

3ª Jornada de Fisioterapia Hospitalar Data: 15 de novembro Organização: Fisioterapia Campos

9º Congresso Brasileiro de Vendas Data: 24 de novembro Organização: Corpo RH

Baile do Borel Data: 24 de novembro Organização: Eventos Universal

Dairy Vision 2018 Data: 28 e 29 de novembro Organização: AgriPoint

Expo Mamãe Data: 29 de novembro a 2 de dezembro Organização: Expo D. Pedro

50 Expo Magazine | Setembro 2018


Dezembro Congresso Evangélico Encontro das Mulheres Data: 1 de dezembro Organização: Igreja Quadrangular

Reunião Herbalife Data: 16 de dezembro Organização: Herbalife

Janeiro 2019 Festa de formatura Data: 10 a 12 de janeiro Organização: Virazóm

Festa de formatura Data: 18 e 19 de janeiro Organização: Virazóm

Festa de formatura Data: 19 e 20 de janeiro Organização: Virazóm

Fevereiro 2019 Corpo RH Data: 23 de fevereiro Organização: Corpo RH

Março 2019 Tattoo Experience Data: 15 a 17 de março Organização: Tattoo Week

Comic Geek Campinas 2019 Data: 23 e 24 de março Organização: Comic Geek

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Agenda

52 Expo Magazine | Setembro 2018


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Acontece no Expo

ACONTECE NO EXPO D. PEDRO Confira os destaques do maior e melhor espaço multiuso para eventos da região!

6º Fórum Regional do Varejo Mais de dois mil participantes discutiram as principais tendências do setor no 6º Fórum Regional do Varejo, promovido pela Associação Comercial de Campinas. Com o tema “Um Olhar Para o Fator Humano no Centro da Estratégia do Varejo”, o fórum foi dividido em quatro painéis com temas relacionados a empreendedorismo e gestão e contou com 20 palestrantes.

Expo Mamãe A segunda edição da Expo Mamãe estava recheada de novidades, informação e produtos exclusivos para mães, bebês e gestantes. Com mais de 50 marcas expositoras, a feira trouxe uma programação gratuita imperdível, com palestras ministradas por especialistas, talks, apresentações musicais e entretenimento para toda a família. 54 Expo Magazine | Setembro 2018


Meeting de Nutrição Eficiente As melhores marcas e os mais renomados estudiosos da área de nutrição se encontraram no Meeting de Nutrição Eficiente, realizado em junho no Expo D. Pedro. Os presentes puderam ainda assistir os ensinamentos do nutricionista Luciano Bruno, criador do método de Nutrição Eficiente.

11º Fórum de Profissões A 11ª edição do Fórum de Profissões orientou estudantes sobre profissões técnicas e mercado de trabalho, além de trazer uma oportunidade real de profissionalização. O evento, organizado pelo Grupo Primavera, teve como convidado de honra André Heller, campeão olímpico da Seleção Brasileira de Vôlei. 55


Acontece no Expo

Como Formar Mentes Brilhantes “Como formar mentes brilhantes” foi o tema do curso exclusivo conduzido pelo médico psiquiatra Augusto Cury, o escritor mais lido da década. Passando por três módulos em apenas um dia, os participantes aprenderam a administrar a mente e gerenciar a ansiedade buscando inteligência emocional e profissional.

56 Expo Magazine | Setembro 2018


Palestra com Amyr Klink Além da exposição “Linha D’Água – Viagens Oceânicas de Amyr Klink e suas lições sobre a água”, o velejador brasileiro – conhecido por suas aventuras marítimas ao redor do mundo - trouxe seus ensinamentos para Campinas, em uma palestra exclusiva onde contou detalhes de suas travessias e as estratégias para o sucesso de suas viagens.

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Acontece no Expo

24º Encontro de RH A 24ª edição do Encontro de RH de Campinas e Região, organizado pelo Grupo Campinas de RH, teve como tema o “RH Deep Dive”, ilustrando um mergulho pelo mundo da gestão de pessoas. Temas como inteligência artificial, inovação disruptiva e mindset digital foram abordados a fundo por especialistas convidados.

DevCamp 2018 A sexta edição do maior evento de tecnologia do estado de São Paulo, o Dev Camp 2018, aconteceu em agosto no Expo D. Pedro. Foram mais de 1.000 inscrições, 33 palestras e quatro trilhas, totalizando 40h de conteúdo sobre desenvolvimento de softwares e tudo que acontece nos bastidores do mundo da tecnologia. 58 Expo Magazine | Setembro 2018


O O espaço espaço que que ooseu seu evento evento precisa precisa para para crescer. crescer.

Com 13.000m² de área construída, o Expo D. Pedro é um empreendimento pioneiro no interior Com 13.000m² área construída, o Expo é um empreendimento pioneiro no interior paulista para a de realização de diversos tiposD. dePedro eventos. paulista para a realização de diversos tipos de eventos. Localizado em Campinas, sede da segunda maior região metropolitana do estado de São Paulo, Localizado em Campinas, sede da segunda maiordisso, região metropolitana do estado de dos São maiores Paulo, é facilmente acessado de qualquer região. Além está anexo ao complexo de um éshopping facilmente acessado de qualquer Além disso, estáInternacional anexo ao complexo de umedos centers da América Latina,região. próximo ao Aeroporto de Viracopos dasmaiores principaiscenters rodoviasda que cruzamLatina, o estado de Sãoao Paulo. shopping América próximo Aeroporto Internacional de Viracopos e das principais rodovias que cruzam o estado de São Paulo. O espaço multiuso para eventos recebeu investimentos para infraestrutura e inovação em um Centro demultiuso Exposições, acessibilidade total e inteiramente horizontal, facilitando a montagem O espaço paracom eventos recebeu investimentos para infraestrutura e inovação em um em diferentes formatos. Centro de Exposições, com acessibilidade total e inteiramente horizontal, facilitando a montagem em diferentes formatos. O Centro de Convenções possui sete salas moduláveis que possibilitam receber eventos de pequeno, médio e grande porte. possui sete salas moduláveis que possibilitam receber eventos de pequeno, O Centro de Convenções

médio e grande porte.


Diferenciais que tornam o EXPO único Localização privilegiada às margens da Rodovia D. Pedro I, na cidade de Campinas/SP, polo de turismo de negócios.

Cozinha de apoio e cozinha industrial totalmente preparadas e equipadas para atender todo tipo de evento.

Empreendimento totalmente horizontal e plano, facilitando montagens e desmontagem para diversos formatos.

Ambiente climatizado com sistemas split independentes ou ar condicionado central.

8 mil vagas disponíveis para estacionamento, com baixo custo.

Internet customizada para atender sua real necessidade. Geradores de energia extra/backup, também customizado por demanda.

Infinitas possibilidades de montagens, cenografia e decoração para seu evento. Use sua criatividade e surpreenda seu público.

Segurança redobrada com monitoramento externo pelo shopping e interna via contratação de empresas pelo cliente.

Anexo ao Parque D. Pedro Shopping - um dos maiores da América Latina - oferecendo comodidade em compras, serviços e lazer.

Rampas de acesso, vãos livres, portas largas, banheiros adaptados, vagas de estacionamento sem degraus, acessibilidade para receber portadores de necessidades especiais.

Próximo ao Aeroporto Internacional de Viracopos, facilitando a participação do público de outras regiões.

Isolamento acústico para garantir eventos diferentes e simultâneos, com privacidade e independência.

Piso preparado para até 1 ton/m², oferecendo a oportunidade de exposições de produtos e equipamentos pesados.

Áreas de merchandising no local.

Com 3 docas de serviços e amplos depósitos, permite agilidade e facilidade na logística de cargas e descargas.

Heliponto pronto para receber personalidades e executivos de alto nível.


Centro de Exposições O Centro de Exposições oferece 7 mil m² de área totalmente climatizada, infraestrutura completa, equipe qualificada e uma ampla rede de parceiros que poderão oferecer todo o suporte necessário para que seu evento seja um sucesso. Ideal para feiras, exposições, shows, eventos gastronômicos, culturais, entre outros.

Características gerais 7.000 m² de área construída 6 metros de pé direito Ampla área de depósito Piso para até 1 ton/m² 3 docas para carga e descarga Cozinha de apoio Iluminação eletrônica


1

1

1 Acesso ao Centro de Convenções 2 Docas 3 Sala Modem

Área total: 7.000 m² Área livre para montagem de stands: 5.125 m² Área para credenciamento: 535 m² Área projeção do mezanino: 600 m²

4 Sanitários 5 Fraldário 6 Cozinha de apoio 7 Saída de Emergência 8 Acesso ao mezanino


Centrode deConvenções Convenções Centro O Centro de Convenções oferece 5 mil m² em três amplos

O Centro de Convenções oferece 5 mil m² em três amplos foyers e sete auditórios moduláveis com excelente acústica, foyers e sete auditórios moduláveis com excelente acústica, que permitem a realização de eventos simultâneos. Ideal que permitem a realização de eventos simultâneos. Ideal para congressos, convenções, reuniões, treinamentos para congressos, convenções, reuniões, treinamentos corporativos, palestras, workshops e shows. corporativos, palestras, workshops e shows.

Características gerais

Características gerais 5.000 m² de área

7 auditórios moduláveis 5.000 m² de área 7 salas demoduláveis apoio 7 auditórios 3 amplos foyers 7 salas de apoio 7.77 7.77 Cozinha industrial 3 amplos foyers 7.77 7.77 7.77 Camarins independentes 7.77 Cozinha industrial Espaço que acomoda de 30 até 2.000 pessoas 7.77 Camarins independentes 7.77 C Materiais de apoio de (cadeiras, pranchões e praticáveis) Espaço que acomoda 30 até púlpito, 2.000 pessoas C C Materiais de apoio (cadeiras, púlpito, pranchões e praticáveis) Cota mínima

5.65

Hall

5.65 5.65

Cota mínima

1 Lanchonete

5.65

Hall

Hall

Circul.

Hall

C

Circul.

2 Docas 3 Camarins

Circul.

Circul.

1 Lanchonete 2 Docas

Camarins 3 4 Sanitários

Hall

Hall

Hall

4

2

4

Hall

4

5

3

4

5

Cerejeira

Cerejeira

Seringueira

Acácia

3

6

Acácia

Manacá

Ipê

Seringueira

2

6 Manacá

Ipê

Auditório Jequitibá

Carvalho II

Distância entre Colunas: 22 colunas

8 Acesso a Administração 7 Saída de Emergência

Dutos ar condicionado: 09

9 Acesso Acesso a Sala Araucária 8 Administração

Pé direito até duto: 6m

10 Acesso ao Centro de Exposições

Pé direito até o mezanino: 3m

Carvalho I

Foyer Amoreira 576 m²

Amoreira II Amoreira I

Grande auditório Campinas

1 7 Hall de Acesso 7

10 8

X 16 m

Y 12 m

Dutos ar condicionado: 09 Pé direito até duto: 6m

Pé direito até o mezanino: 3m

1 7

S

Araucária

Amoreira I

4 9

S

4

918m² 7

S

S

918m²

8

Y 12 m

Distância entre colunas

S

Grande auditório Campinas Hall de Acesso

10

X 16 m

Foyer Amoreira 576 m²

Amoreira II

Auditório Jequitibá

Carvalho II

Carvalho I

7 Saída de Emergência 6 Cozinha Industrial

técnicas

Amoreira III

Carvalho III

Foyer Carvalho 576 m²

Colunas: 22 Informações

Amoreira III

Carvalho III

Foyer Carvalho 576 m² 696

5 FraldárioIndustrial 6 Cozinha

10 Acesso ao Centro de Exposições

Jacarandá

10

Informações técnicas

9 Acesso Sala Araucária

Jacarandá

10

4 Sanitários 5 Fraldário

S

9

Araucária


Eventos sociais O Expo D. Pedro também é o espaço ideal para seu evento social. Somando as áreas de exposições e convenções, o local pode receber até 15.000 pessoas simultaneamente e permite liberdade para cenografias, comodidade e segurança para os convidados em uma infraestrutura completa com duas cozinhas, áreas de serviço, ambientes climatizados, acessibilidade, salas para apoio e camarins. Uma estrutura diferenciada e única para que seu evento seja inesquecível.

Grande Auditório Campinas Auditório Jequitibá Carvalho I Carvalho II Carvalho III Amoreira I Amoreira II Amoreira III Seringueira Araucária Ipê Jacarandá Cerejeira Acácia Manacá

1.728 528 192 192 192 192 192 160 160 96 60 54 35 35 30

36 x 48 33 x 16 16 x 12 16 x 12 16 x 12 16 x 12 16 x 12 16 x 10 16 x 10 12 x 8 10 x 6 9x6 7x5 7x5 6x5

6 6 6 6 6 6 6 6 6 2,4 4 4 4 4 4

1.820 600 200 200 200 200 200 165 165 100 62 50 50 50 34

1.080 360 120 120 120 120 120 100 100 48 36 30 30 30 24

-145 50 50 50 50 50 40 40 25 20 15 15 15 10

1.320 440 150 150 150 150 150 120 120 80 45 35 35 35 30

1.080 360 120 120 120 120 120 100 100 -------

Av. Guilherme Campos, 500 - Bloco II CEP 13087-901 - Jd. Santa Genebra Campinas/SP - Tel.: (19) 3112 4700

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