Alimentação na idade média

Alimentação na Idade Média Escola Secundária Gabriel Pereira; Disciplina de História A

Trabalho realizado por Estrela Espiridião nº10.

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Índice Introdução ....................................................................................................................................3 Alimentação na Idade Média .......................................................................................................4 Diferenças na alimentação de cada classe ...............................................................................5 Regras de etiqueta medieval ....................................................................................................5 “Pôr a mesa” ............................................................................................................................6 Conclusão .....................................................................................................................................7 Bibliografia ...................................................................................................................................8

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Introdução Quando estudamos um povo procuramos conhecer os seus hábitos e aquilo a que davam valor. Ao estudarmos a alimentação de uma certa época, estamos a aprender uma série de aspetos importantes que nos ajudam a compreender o seu modo de vida. A alimentação na idade média faz a distinção entre classes sociais. Podemos explorar a falta de certos alimentos, o pouco requinte ou a preocupação com a saúde segundo a culinária, mas no fundo resume-se a uma marca de estatuto e poder. Nos dias de hoje, a quantidade/qualidade de comida não reflete apenas poder, mas também preocupações ambientais, sociais ou relacionadas com a saúde, o que nos mostra que os valores da sociedade são outros. Os hábitos que rodeiam toda a cerimónia da refeição também transmitem os valores e significados da vida desse tempo. Ao estudar este lado mais quotidiano da história, a ideia desse povo torna-se mais real. Ao podermos comparar o nosso quotidiano com outro diferente, conseguimos compreender melhor, não só o nosso, mas também aquele que desconhecemos.

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Alimentação na Idade Média A alimentação, nesta época, era considerada uma marca de estatuto social antes de qualquer relação com a saúde ou necessidade física. O termo “gastronomia” aparece apenas na segunda metade do século XII, quando os burgueses procuram ascensão social. Embora encontremos um gosto pela boa cozinha no século XII, é na segunda metade do século XIII que surge a culinária refinada. Vemos, pelo código alimentar medieval, que é procurada uma moderação alimentar que concilie o corpo e a alma. É nessa altura que os médicos assumem uma posição importante. Considera-se comer e beber a base da sabedoria. Os alimentos que se consomem em maioria são os produtos vegetais e lácteos, ovos e carne de aves (ao invés da carne vermelha que se dizia ser símbolo de luxúria).

A moderação passou a ser algo fundamental.

Antes de surgir o desejo de uma alimentação equilibrada, esta era muito pobre em vitaminas.

Os alimentos variavam de classe para classe mas a base era quase sempre a mesma: Ovos, pão, carnes, couves, laranjas, frutos secos, lacticínios, azeite e sal.

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Diferenças na alimentação de cada classe Sendo a alimentação uma forma de afirmação social, as variações entre classes eram muitas.

Na nobreza, comer acompanhado é um requisito, quer se trate de uma simples refeição ou de um banquete. Para os camponeses, a mesa não é um espaço para se conversar, eles comem e regressam imediatamente aos seus afazeres quotidianos. Na classe mais alta, comer muito era sinal de força o que banalizou a bulimia, que se tornou um sinal de saúde e prestígio.

Para os nobres, comer muito era como um direito adquirido tal como comer acompanhado. À mesa falava-se de política e pedidos de perdão, mas tratava-se essencialmente de convívio.

Aqueles que tinham poder gostavam de o exibir alimentando outros, o que exaltava a sua força. Os alimentos essenciais à mesa dos nobres eram a carne, os ovos, o queijo, o pão de trigo e o vinho. Guardavam o consumo de peixe para os dias de penitência religiosa.

Acreditavam que os legumes e a fruta eram prejudiciais sendo, por isso, escassos. Para a sobremesa tinham o raro mel muçulmano, frutos secos e lacticínios.

O clero desenvolveu um gosto por pratos abundantes e requintados. Devido às doações post obitum (pós morte), ao dízimo e às esmolas faziam parte de uma poderosa elite. O almoço era por volta do meio-dia e era constituído por uma sopa e um guisado, ambos de legumes.

Durante a quaresma, em dias de trabalho, limitavam-se a uma refeição em conjunto e, em dias de festa, a duas.

Encontram-se menos informações diretas sobre a alimentação dos camponeses. Sabe-se que a caça era reservada aos senhores feudais, tornando a carne um alimento escasso nas mesas das classes inferiores, ao contrário dos cereais a que tinham grande acesso. A sua ementa resumiase a pães pequenos, algum vinho, ovos e vegetais. Apenas em ocasiões como festas católicas ou celebrações fúnebres, os camponeses melhoravam as suas refeições.

Regras de etiqueta medieval Como já referi, as refeições em companhia eram muito apreciadas e para se manter alguma ordem foram criadas regras de etiqueta. Algumas dessas regras continuam presentes nos dias de hoje, tais como lavar as mãos antes de comer, enxugar as mãos na toalha e não na roupa, não se precipitar sobre a comida, não voltar a pôr no prato aquilo que já se levou à boca, não arrotar, não pôr os cotovelos em cima da mesa, não falar com a boca cheia, não comer com a faca e lavar a fruta. Outras regras são-nos estranhas ou já não fazem sentido, como não mergulhar a comida no saleiro, não tocar nas orelhas ou no nariz, não palitar os dentes com uma faca, não cuspir para a mesa, não deixar a colher no prato, não criticar os pratos de comida, estar alegre, não falar do preço dos alimentos, não falar muito de copo na mão, não limpar os dentes à toalha, não coçar qualquer parte do corpo e deixar que o anfitrião seja o primeiro a beber.

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“Pôr a mesa” A mesa senhorial era montada antes da refeição e levantada no final, daí vieram os termos “pôr a mesa” e “levantar a mesa”. Esta era utilizada somente para comer e apenas esta classe usava toalha. No caso dos burgueses e camponeses, a mesa servia para todas as tarefas domésticas e as refeições eram servidas na cozinha ao passo que, no caso dos nobres, este espaço era exclusivamente usado para a preparação das refeições. À mesa os pratos eram côncavos e cada um era usado por duas pessoas, para beber usavam uma caneca.

Nos banquetes sentavam-se apenas de um lado da mesa para permitir que os criados servissem e para poderem assistir aos espetáculos de entretenimento como por exemplo os músicos, os jograis e os trovadores.

Habitualmente comia-se apenas duas vezes por dia. O pequeno-almoço reservava-se às crianças e aos doentes. O jantar era por volta das dez horas da manhã e a ceia ao fim do dia.

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Conclusão Depois de uma viagem guardamos memórias, não só dos monumentos e paisagens, mas também dos hábitos alimentares. Esta pesquisa foi como uma pequena viagem a outra época e este trabalho foi o diário de viagem. Os hábitos, as cerimónias, as diferenças entre cada local e os instrumentos utilizados, tudo isto foi uma maneira de compreender melhor o modo de vida dessa época. A alimentação é algo que vai evoluindo, ao saber como foi em determinada época, entendemos porque a encontramos desta maneira, porque é que fazemos o que fazemos e dizemos o que dizemos. Aprender estes elementos, simples, da vida quotidiana faz com que se torne mais simples aprender e conhecer um povo na globalidade.

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Bibliografia Reff贸ios, Margarida, Saber e sabores medievais, Caleidosc贸pio, 2010, pp.55-64 http://ocorvoblog.blogspot.pt/2013/04/alimentacao-na-idade-media.html - 28/2/2014 http://www.mercadomedievalobidos.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=160 &Itemid=136 - 28-2-14

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