umpramil EXTRA Férias 2008

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Estudantes de arquitetura na periferia do capitalismo

O texto que segue é um conjunto de pensamentos e reflexões, mais ou menos desconexos, mais ou menos desenvolvidos e mais ou menos pertinentes. Espero que apreciem a leitura e espero que eu consiga de alguma forma contribuir para qualquer debate que ocorra ou venha a ocorrer. Começo e termino com as necessárias citações ao mestre.

1 “Ninguém nega, ninguém pode esconder o caos que impera nas cidades que a burguesia dirige. Muito ao contrário, todos acompanham os protestos populares, inclusive os urbanistas e tratadistas que até disputam entre si os argumentos para reforçar e dar cores vivas às misérias urbanas. Os livros de urbanismo, em geral, são um passeio aos cortiços. Americanos querem para si a desonra de possuírem em Nova Iorque um Harlem – o maior cortiço do mundo. Já autores ingleses ressaltaram num masoquismo mais digno, à inglesa, as misérias de seu East End. Entre nós, em São Paulo, é a própria prefeitura que exerce o cinismo burguês à falta de “autores qualificados”. (...) (...) Os termos para isentar de culpa a burguesia, para convencer que não adianta derrubá-la do poder, que tudo sempre foi o que é, são diversos. (...) O remédio que unanimemente se recomenda para aliviar as situações é a planificação. A isso também estamos acostumados em São Paulo. (...) (...) Planos e mais planos, que em resumo oferecem à humanidade, de um lado, o


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