6º Esteio da Poesia Gaúcha e 2º Esteio do Amanhã

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ESTEIO DA POESIA GAÚCHA

ESPAÇO NOBRE PARA A ARTE DE NOSSO CHÃO Todos os anos, milhares de pessoas no Rio Grande do Sul e em outros estados participam de eventos voltados à poesia gaúcha. A declamação é uma das mais importantes manifestações da cultura regional, sendo uma das modalidades com maior número de concorrentes em atividades organizadas por entidades do Movimento Tradicionalista Gaúcho ou por instituições independentes. Promovido pela Prefeitura de Esteio, o Esteio da Poesia Gaúcha nasceu em meados de 2014 com o forte intuito de oferecer aos amigos do verso gaúcho momentos de apreciação desta arte riquíssima, oportunizando apresentações de alguns dos maiores declamadores e amadrinhadores da atualidade, que, por sua vez, defendem trabalhos de grandes poetas contemporâneos. A partir da quinta edição, abriu espaço também para crianças e adolescentes com o Esteio do Amanhã, festival que permite a declamadores mirins e juvenis mostrarem o talento na nova geração, além de possibilitar o convívio com nomes já consolidados, oportunidade imensurável de aprendizado. Tendo como valores principais a organização, a lisura, a divulgação, a transparência e o respeito a concorrentes e ao público, o Esteio da Poesia Gaúcha chega à sexta edição com uma dimensão muito maior, mas com os mesmos propósitos de quando apareceu no calendário festivaleiro do nosso estado: valorizar a poesia regional, abrir um palco nobre para o talento de intérpretes e músicos e contribuir para o repertório de declamadores de todo o Brasil. Que possamos juntos - poetas, intérpretes, amadrinhadores e organizadores alcançar nosso objetivo maior: emocionar a todo o público de nosso 6º Esteio da Poesia Gaúcha e 2º Esteio do Amanhã.

COMISSÃO ORGANIZADORA 29 de fevereiro de 2020

Acesse todo o conteúdo do Festival em www.esteio.rs.gov.br/esteiodapoesia


6º ESTEIO DA POESIA GAÚCHA 2º ESTEIO DO AMANHÃ Realização

Prefeitura Municipal de Esteio, através da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer e da Diretoria de Comunicação Social e Eventos Prefeito – Leonardo Pascoal Vice-prefeito – Jaime da Rosa Secretário Municipal de Cultura, Esporte e Lazer – Rafael Figliero Diretora de Comunicação Social – Cristiane Franco

Comissão Organizadora

Daniel Grassmann Rafael Figliero Djalma Corrêa Pacheco Paulo Roberto Domingues Vargas Luiz Fernando Cheruti Mônica Marins

Comissão Avaliadora

Marcelo Dávila Paulo de Freitas Mendonça Tânia Goulart

Final

29 de fevereiro de 2020 Seminário Claretiano*

6º ESTEIO DA POESIA 451 poesias recebidas 138 Poetas 68 cidades (RS, SC, PR e MT)

2º ESTEIO DO AMANHÃ 50 vídeos recebidos 39 declamadores 27 cidades (RS)

*Se chover, ocorre na Casa de Cultura Lufredina Araújo Gaya 3


2º ESTEIO DO AMANHÃ DECLAMADORES INSCRITOS Amanda Bissani Tonial Angélica Guareschi Anna Júlia dos Santos Fraga Anne Freitas Bittencourt Bibiana Barboza das Neves Camilly Moraes Rocha Dara Mortagna Netto Eduarda Cechet Emily Teixeira de Morais Ester Belegante Nervo Felipe Fabrício Dias Gabriéli do Rosário dos Santos Giulia Henrique Campos

Héctor Lima da Rosa Henrique Apolo Ferreira Isabella de Quevedo Guerra Isabelli Melo Lopes João Gabriel Guimarães João Pedro Simonatto João Victor Lampert Padilha Julia da Rosa Severo Júlia Pereira Pedroso Kauan de Melo Zembruski Laura Tedesco Bressan Lindsay Bernardi Camini Lívia Castilhos da Silva

Luana Vincenzi de Oliveira Luiza de Lima Gai Luiza Pohlmann da Silveira Luiza Quinteiro Manuela Soares Cornely Maurício Paini Mirella de Campos Cunha do Couto Pietro Oliveira de Melo Tainá Pereira Freitas Vitor Gasperin Vitor Leandro Mann Vitória Moura Osório Yasmin Gomes Vidal

DECLAMADORES FINALISTAS MIRIM João Pedro Simonatto (São Jorge) Poema: Verso e Reverso de uma Medalha de Guerra, de Carlos Omar Villela Gomes (3° Seival da Poesia Gaúcha, São Lourenço do Sul, 2002) Amadrinhador: João Batista de Oliveira (Veranópolis) Henrique Apolo Ferreira (São Leopoldo) Poema: A Mão Esquerda de Deus, de Henrique Fernandes (4ª Tertúlia da Poesia Gaúcha, Santa Maria, 2017) Amadrinhador: Jorge Araujo (São Leopoldo) e Luciano Medeiros (Canoas)

Gabriéli do Rosário dos Santos (Passo Fundo) Poema: Ofício de Carpideira, de Joseti Gomes (Rodeio de Poesias, Vacaria, 2018) Amadrinhador: William Andrade (Passo Fundo) Camilly Moraes Rocha (Parobé) Poema: A Menina que só Queria Crescer, de Bianca Bergmam (2° Esteio da Poesia Gaúcha, 2016) Amadrinhador: Jorge Araújo (São Leopoldo)

Lívia Castilhos da Silva (Vacaria) Poema: O Mistério das Palhas, de Carlos Omar Villela Gomes e Bianca Bergmam (3° Esteio da Poesia Gaúcha, 2017) Amadrinhador: Ítalo Rossi (Vacaria)

JUVENIL Ester Belegante Nervo (Água Santa) Poema: Valdomiro, Construtor de Labirintos, de Joséti Gomes (2ª Colheita de Versos, de Abdon Batista-SC, 2018 Amadrinhador: Angelo Bedin (Marau) João Gabriel Guimarães (Novo Hamburgo) Poema: Romance do Assoviador, de Matheus Costa (1° Esteio da Poesia Gaúcha, 2018) Amadrinhador: Jorge Araujo (São Leopoldo) Anne Freitas Bittencourt (Farroupilha) Poema: Eu, Espinho, de Henrique Fernandes (17ª Sesmaria da Poesia Gaúcha, Santa Maria, 2012) Amadrinhador: João Soledad (Igrejinha) 4

Julia da Rosa Severo (Gravataí) Poema: O Corvo, de Luis Lopes de Souza (9° Bivaque da Poesia Gaúcha, de Campo Bom, 2011) Amadrinhadores: Jorge Araujo (São Leopoldo) Eduarda Cechet (Erechim) Poema: Sobre Meninos e Trens, de Carlos Omar Villela Gomes e Bianca Bergmam (1° Seival da Música Instrumental e Poético, São Lourenço do Sul, 2017) Amadrinhador: William Andrade (Passo Fundo)


6º ESTEIO DA POESIA POETAS INSCRITOS Adão Quevedo Adão Pedro Bernardes Adriano Medeiros Adriano Silva Alves Alberto Sales Alcindo Neckel Alex Rodrigo Brondani Ana Paula Cardoso Anderson Fonseca Anildo Souza de Araujo Antonino de Oliveira de Lima Antonio Fontoura Appolinario Quiroz Filho Arabi Rodrigues Ari Pinheiro Arlindo Almeida Junior Athos Ronaldo Miralha da Cunha Bianca Bergmam Caine Teixeira Garcia Cândido Brasil Carlos Eugênio Costa da Silva Carlos Omar Villela Gomes Carlos Roberto Hahn Cássia Andrade Machado Cauê Bampi Cesar Augusto Furtado Chico Fontella Cláudio Emir Amaral Ribeiro Claudionir Araujo Bastos Cléber Luz Cleiton Leandro Butzke Cristiano Bremm Cristiano Medeiros Danilo Kuhn Delci Oliveira Dilson Gimba Ednei Dias Edson José da Cruz Copetti Edson Marcelo Spode Elson Lemos Elton Lopes de Oliveira Érico Rodrigo Padilha Eva da Conceição Lucena Eva de Moraes Amaral Everton Michels Fabricio Vargas

Felipe Barbosa Pereira Felipe Biasus Fernando Carrazzoni Fernando Saldanha Flávia Stoltemberg Nogueira Francisco Carneiro Neto Franco Ricardo dos Santos Ferreira Gentil Átila Souza da Silveira Gerônimo Girardi Lopes Giba Trindade Guilherme Suman Gujo Teixeira Haydée Hostin Lima Henrique Fernandes Igor Cruz da Silva Igor Silveira Corrêa Jadir Oliveira Jair Silveira Jaisson Bonfante Jeferson Monteiro Jeferson Valente João Antonio Marin Hoffmann João Batista de Oliveira João Carlos da Nova Joaquim Velho Jorge Claudemir Soares Jorge Nicola Prado José Cezar Matesich Pinto José Estivalet José Luiz Casarin José Luiz dos Santos José Luiz Flores Moró José Mauro Ribeiro Nardes Joseti Gomes Juarez Cesar Fontana Miranda Juarez Machado de Farias Juliano Moreno Julio Rodrigues Jurema Chaves Kaco Andrade Kayke Mello Lauro Teodoro Leandro de Araújo Leci Pereira Ribas Leonardo Borges Loresoni Barbosa

Luciano Salerno Luis Cesar Soares Marcos Evonir Moraes Amaral Mario Amaral Mário Luís de Souza Terres Mateus Fernandes de Souza Matheus Bauer Matheus Costa Matias da Silveira Moura Matusalem Roberto Ferreira Maximiliano Alves de Moraes Moisés Silveira de Menezes Muriel Machado Lopes Nairo Coutinho Nicanor Ferreira de Carvalho Otavio Lisboa Paulo Augusto Vieira Petry Paulo Ricardo Costa Paulo Severo Paulo Vargas Pedro Darci de Oliveira Rafael Afonso Teixeira Netto Ramiro Grethe Bregles Raul Sartor Filho Rejane Casartelli Weber Roberto Paines Nunes Rodrigo Canani Medeiros Rogério Araújo de Salazar Rômulo Chaves Rosana Araujo Rosinha Linn Rudinei Antonio Massaia Severino Rudes Moreira Sílvio Aymone Genro Suelen Mombaque Schneider Thiago Bastos Toninho Lima Vaine Darde Valter Nunes Portalete Vianei Oliveira Vítor Isidro da Silva Bielaski Vitor Lopes Ribeiro Vivyane Rhoden Volmir Coelho William Andrade Zé Renato Daudt

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AMO E BASTA CARLOS OMAR VILLELA GOMES

Declamador: Jorge Cassepp / Amadrinhador: Geraldo Trindade

I Amor! Amor eterno e constante... A vida se inunda dessa aguada; Palavras nunca dizem o bastante... O amor é a seara mais amada!

Tropilhas indomáveis, sempre em frente, A água cristalina das vertentes Zombando da maldade, que se afasta. O fogo desta história incandescente, Que fez a tessitura da minha gente... Por isso, meus patrícios, amo e basta!

Amor! Uma palavra tão pequena... Pequeno dicionário, que diz tudo; A rosa do amor floresce, plena E o ódio se destrói e fica mudo! O amor reza a maior das escrituras, Inscritas pelo punho da ternura, Num couro celestial, que não desgasta. O amor é o bem maior da natureza... O néctar mais puro da pureza, Por isso, meus amigos, amo e basta! II Amor não é palavra despejada... Amor é o mais sagrado dos cadernos; Lá d’onde a dor parece quase nada E a sensibilidade diz o eterno!

III As largas solidões do pampa imenso Refletem no semblante do meu povo; São faces sem inveja, sem retovo, Quebrando o desamor do que é mais denso. Que Deus acenda lumes e incensos Por sobre as multidões desamorosas; Pra nunca desbotar o céu das rosas, Que brindam e perfumam o que penso. O amor é o maior dom do coração E quando cada irmão amar o irmão A sina deixará de ser nefasta.

O amor transita livre pelos campos, Inunda os arrebóis, as alvoradas; A sanga verte amor nos seus encantos, O amor é uma sanga em disparada!

Queimemos solidões e indiferenças... Lastremos no amor as nossas crenças, Por isso, meus amados... Amo e basta! Carlos Omar Villela Gomes (Nicolau Vergueiro) Jorge Cassepp (Sorriso – MT) Geraldo Trindade (Porto Alegre)

SEMPRE A TI, ARTE BENDITA JOAQUIM VELHO

Declamadora: Bárbara de Bittencourt / Amadrinhadores: Joaquim Velho e André Gonçalves / Participação especial: Ciro Saraçol

Sou grato a ti, Arte Bendita, Linguagem universal Pra o humano és natural, Não tens credo nem idade Cada tribo, a identidade Firmada na própria história Retrata a sua memória Numa verdade infinita, Pois só tu, Arte Bendita, Dás sentido à trajetória! 6

Sou grato a ti, Arte Bendita, Expressão de minhas verdades; Tu me dás dignidade Levando adiante o que penso. Tens o meu apreço imenso E aquele que em ti acredita Refloresce, ressuscita, Se expressando em meio às cores, Ou gravando as próprias dores De suas lembranças aflitas.

Sou grato a ti, Arte Bendita, Senhora dos meus segredos... Tua voz se mostra nos dedos Repletos de inspiração. Desnudas o coração Em cada palavra escrita... Da alma insana e proscrita, Vertente pura da arte... Intransponível baluarte Na criação manuscrita.


Sou grato a ti, Arte Bendita, Linha tênue da razão... Voz ativa da emoção, Sublime veste de luz. Caminho que me conduz Quando em ti me acho liberto; Arrojo do céu aberto Em contraponto à coerência... Arte é paz da consciência, Daquilo que julgo certo!

Sou grato a ti, Arte Bendita, Fonte divina do bem Remanso da alma de alguém Que em ti busca guarida. Se as incertezas da vida Assombram os pensamentos, Teu canto é paz e alento... Consolo de quem padece; Suprema forma de prece... Liberdade e sentimentos!

Sou grato a ti, Arte Bendita, De tantas formas, jorrada! Podes até ser tocada, Mas teu corpo é imaterial. Só cabe ao emocional Num arroubo de solista, Buscar as razões do artista Ao expor seu coração... Cada um, com sua paixão, Encontra um ponto de vista.

Sou grato a ti, Arte Bendita, Desde a tua pura raiz Teu intento é fazer feliz Desde o mais rico ao mais pobre, E assim, cada um descobre, Que pra todos o sol brilha... Do alto, sua luz compartilha E a arte assim o imita, Se tornando mais bendita Quanto mais fé nos partilha.

É por isso que te bendigo, Expressão de meus amores; Expressão de minhas dores, Dos sonhos itinerantes. Metamorfose constante Da aquarela infinita... Do sentimento que habita O mais profundo do ser. Não canso de agradecer Sempre a ti, Arte Bendita!

Joaquim Velho (Uruguaiana) Bárbara de Bittencourt (Alegrete) André Gonçalves (Porto Alegre) Ciro Saraçol (Bagé)

A PALAVRA QUE EU NÃO DISSE ADÃO QUEVEDO

Declamador: Pedro Junior da Fontoura / Amadrinhador: Danilo Kuhn

Em que silêncio perdi a palavra que eu tinha, desde o dia que te vi e sonhei que eras só minha?

Em que acorde dissonante meu violão trastejou, desde o primeiro instante que o teu olhar me encantou?

Quem cura esta tristeza desta dor que não se aquieta, na penumbra, sobre a mesa, do meu instinto poeta?

Em que beijo tão sonhado deixei meus lábios aflitos, a sufocarem, calados, o mais alado dos gritos?

Em que balcão de bolicho minha visão me traiu e vi teu rosto bonito dentro do copo vazio?

A solidão não me cabe neste calvário tão triste, só meu coração que sabe a palavra que eu não disse!!!

Em que laços de desejos prendi minh’alma e a tua, a sussurrarem segredos que eram só meus e da lua?

Em que poesia rimada eu me achei e me perdi, na folha branca amassada que mil vezes repeti?

Em que verso mal escrito não toquei os teus sentidos e depois me fiz solito com meus poemas doídos?

Em que gaveta o tempo silenciou minha coragem e chaveou meu sentimento com duas voltas de saudade?

Adão Quevedo (São Lourenço do Sul) Danilo Kuhn (São Lourenço do Sul) Pedro Junior da Fontoura (Bento Gonçalves)

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ODE À MORTE JEFERSON VALENTE

Declamadora: Priscila Campeol / Amadrinhador: Marcus Morais

No rancho de chão batido, Única herança do peão, Velam o corpo: A viúva, os filhos E um casal de compadres. ............. Na capela da vila, Vasta procissão No velório do coronel. ............. Ao passo do velho ruano, O vigário vai pensando No trabalho que o espera... Dois enterros. Duas almas que ele conhecera tão bem. Dos adultos, casamentos. Das crianças, batizados. De um, ofertas pra igreja. Para o outro, a bondade do Senhor. Duas vidas desiguais Que se encontraram no fim. Vai pensando... E o campo à sua frente Vai lentamente mudando... Não mais o pampa imenso, Mas largo rio de águas negras Se apresenta ao olhar. Apertando a vista Enxerga na escuridão Um barco que lentamente Vai de uma a outra margem... .............

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Atravessando o Estige* A cumprir a sua lida, Caronte – o barqueiro – Transporta outra alma Pra o lado de lá. Absorto em seu ofício Sequer desvia o olhar Ao passageiro assente Na transição dos dois mundos. A viagem faz-se longa Na profusão de lembranças Que inundam a mente Do inerte passageiro. Imagens de riso e pranto, Que povoaram a existência Deste, que da vida, Está a se despedir. As brumas envolvem o rosto E as vestes do mortal. Mas isto em nada altera A atitude do barqueiro. Não lhe cuidara a figura. Não lhe importava a atitude Daquele que era, ao certo, A razão de sua lide, O objeto de seu labor. Transporta a essência – alma –. Devaneios de riquezas; Angústias de pobreza Em nada alteram sua labuta, Não mudam o curso do barco. A vida do transportado Só a ele pertenceu. Bem como a do anterior Que já passou para a outra margem, E a daquele que espera, Paciente, sua vez.

Arroubos de altivez Perdidos no vão do tempo. Agruras de desalento Que se perderam para sempre. Não importando a vida, No momento do traslado, Solene, o barqueiro abre A sua mão para a paga: Uma moeda apenas É o preço da travessia. ............. Um “buenas, padre!” O desperta da miragem Que o arrebatara na estrada! Lembra então seu compromisso: Dois enterros. Duas vidas desiguais Que se encontraram na Morte.

* Na mitologia grega, o Estige era um rio na entrada do mundo subterrâneo. Frequentemente, era descrito como o rio através do qual o barqueiro Caronte transportava a alma dos mortos para o Hades (mundo inferior). Como paga, o barqueiro deveria receber um dracma (moeda grega), motivo pelo qual os gregos colocavam uma moeda sobre os olhos dos mortos nos rituais funerários.

Jeferson Valente (Lajeado) Priscila Campeol (Farroupilha) Marcus Morais (Guaíba)


RETORNANÇA MATHEUS COSTA

Declamador: Érico Rodrigo Padilha / Amadrinhador: Matheus Costa

Para os olhos da tapera - curiosos e sonolentos quanto mais vertem lamentos, mais recorda-se o que era. Maiores são as esperas de adormecidas ruínas... ...Memória viva e genuína que o silêncio regenera.

Alimento essa fortuna que penso trazer comigo, com os mais pobres antigos que o meu interior reúna. ...Tristezas inoportunas não resumem meus amargos... ...pois, entre todas que trago, me alegro co’ ao menos uma.

Por isso, rancho de tantos, que outrora foi meu também... ...a sorte que te convém há de amainar os quebrantos. E, mais que isso - garanto ficarás são e sombreado... ...como um franzino pecado, perdoado por algum santo.

Lonjuras e seus atalhos de passos, sanga e banhado; Todos por algo deixados a simples caminhos falhos. Artérias de secos galhos pulsando nestes vazios. ...Lugar de sonhos tardios, gotejado pelo orvalho.

Rumos largos e confusos abrigando o esquecimento... Alambrados onde o vento tem idiomas que traduzo... Os rincões que agora cruzo, são memórias que revejo... ...e as palavras que desejo já tombaram ao desuso.

Estas coisas que me atenho - morada, rastro, saudade dizem, com sinceridade, da longitude em que venho. Todo este esforço, este empenho de versear a terra, enfim... ...fala mais alto (e por mim) ante as quietudes que tenho.

Juro - e parece verdade quando rondando-te, ainda, ver-te morada bem-vinda ao meu tempo sem vaidade. Desfrutar desta verdade incomum a outros tantos, é como beber teu pranto pra também sentir saudade.

Estradas de tardes mornas... Noites de chispas acesas... - ouvintes das incertezas de quem, um dia, retorna. A distância nos transforma com circunstancial vivência... ...e a terra veste a querência de tudo que ela se torna.

E agora, ranchito vago, que foi abrigo e poema... ...a rima é muito pequena para teus escombros largos. As tristezas, os amargos e a valia da pobreza... ...são reticências ilesas dos escritos que me encargo.

Todo campo que te toma - macega, chirca, alecrim imita algo que em mim mais e mais chega e se soma; São as cismas temporonas do que nos condena, a idade. ...Uma terrunha ansiedade, vasta de rugas e aromas.

...Pena (no querer que esboço) não conter-me diante disso. Mas se o tempo tem feitiço de ruir o que era nosso... ...eu, logo, teimo que posso visitar restos de antes e ter razões o bastante de prezar estes destroços.

Indelével prisioneiro do que o amanhã leciona... Mas teu ciclo condiciona (quando reflito primeiro) aceitar-te passageiro; E, embora esvaindo ao chão, estar, para o coração, o mesmo e ainda inteiro!

Entendo, e jamais pudera não entender tal acaso, pois nosso destino raso contrário ao que é novo avança. ...Meu espírito criança e a tua alma, morada, são metades extraviadas de uma lerda retornança...

Resistência frente a um mundo que carece de valores, é cicatrizar as dores dos enfermos mais profundos. ...Gerar o sumo fecundo que protege o próprio cerno, certamente é ser eterno no mais breve dos segundos.

Nome dado a tudo aquilo que não contém a vontade de retornar claridade, num escuro tão tranquilo. O canto miúdo do grilo que a madrugada não cessa, não volta se não começa. - São passagens que assimilo.

Quando te encontro, amparado nestes ermos desparelhos, tal se, rezando, de joelhos diante a fé dos “olvidados” Eu também estou curvado à sombra da mesma cruz... ...mas vivo perante à luz que nos mantém igualados.

Matheus Costa (Dom Pedrito) Érico Rodrigo Padilha (Caxias do Sul)

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FLOR FL ORES ES DE MAÇANILHA MAÇANILHA JOSETI GOMES

Declamadora: Paula Daniele Stringhi / Amadrinhador: William Andrade

A mão de pegar na pena, traçar caminhos de tinta, a mão de inventar palavras, do anjo, cortou as asas, da boca, calou o grito... ........................... Maria Rosa, “Rosinha”, perfume de maçanilha nos ruivos cachos de seda, olhar azul de céu claro e pele alva manchada das ferrugens desenhadas pelas mãos da mãe de Deus. Rosinha, uma criança, caiu nas garras afiadas de um inventor de palavras que nasceu sem coração... Botas bem enceradas, camisa branca, bombacha, guaiaca cheia de letras e o dom de ganhar prestígio diante da multidão... Rosinha saiu afoita pelo campo, em disparada. Rosto miúdo, corada, chapéu de palha e sorriso, sol grande a queimar a tarde na sexta-feira minguante de um fim de mês tão minguado. Par de sandálias pobres, pernas finas, dedos magros, estrada de poeira e vento... “Trouxe um recado do pai...” Não fosse o gole de água, mais o olhar curioso espichado lá pra dentro, Rosinha, uma criança, continuaria criança e jamais carregaria cicatrizes de tormentas...

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Imagens santas no altar, livros, papéis, brinquedos, certo carinho nos dedos, certa ternura no olhar. Rosinha pouco entendeu... O inventor de palavras roubou, sem qualquer piedade, a pureza em tenra idade, prum verso que ninguém leu. ........................................ O sal que encharca lençóis, enruga a pele, mancha o rosto, desbota paredes e retratos. A dor da carne ferida se estende por toda a vida, endurece corpo e alma na rudeza desses atos. Alguns sequer se dão conta das armadilhas forjadas em atalhos de imensidão. Por vezes, sem direção, caem nas redes, viram caça desses que fazem fumaça para atrair inocentes no mais horrendo dos crimes. São crianças! São meninas! São filhos! São inocentes! Até quando, minha gente? Até quando, ignorar? Elas não sabem gritar, são Flores de Maçanilha. Entre os senhores “distintos”, inventores de palavras, existem muitos covardes discursando pra enganar... Botando a culpa num “João”, que não nasceu para a lida, botando a culpa num “Chico”, que pouco sabe falar.

Estes senhores das letras, das palavras inventadas, habitam encruzilhadas, disfarçam o tom da voz. Convivem juntos de nós que nos dizemos do bem com nossos filhos reféns, mas fazendo vistas grossas. Julgamos e condenamos em diversas situações... Futebol ou religiões, política em redes sociais, na defesa de animais ou na escolha de cantores. E os verdadeiros valores? Pode ser que a consciência, de mãos dadas co’a justiça, consiga mudar a cena desse quadro tão cruel. Que meninas e meninos sejam somente crianças e que as asas, desses anjos, não se cortem nunca mais. Que todos possam ter voz! São Flores de Maçanilha! São nossos filhos e filhas! Sejamos, de fato, pais!

Joseti Gomes (Gravataí) Paula Daniele Stringhi (Caxias do Sul) William Andrade (Passo Fundo)


O MENINO DA GUITARRA JUREMA CHAVES

Declamador: Fábio Malcorra / Amadrinhador: Jorge Araujo

Nosso menino partiu! E a guitarra se calou Num protesto dolorido. Quedou-se triste em seu canto Por certo, por não ter pranto Na dor, que a tudo suplanta E só chora quando canta, Sentindo a falta dos dedos Que lhe arrancavam segredos Com soluços na garganta. O menino era um anjo Que o céu chamou de repente... Precisavam certamente Pra completar a orquestra Que os anjos em dias de festa Entoam hinos pra Deus! E o menino da guitarra Fará toda a diferença Pois anjos aqui na terra Fazem rápidas visitas E são chamados de volta Por ordem do Criador. E esse anjo cantor Precisou partir depressa, Bem antes do novo dia E no adiantado da hora, Sem esperas pra demoras Nem avisou que partia... Nem mesmo um tempo pro adeus Nem mesmo para um abraço... E hoje nos falta um pedaço Faltam motivos pra o canto. Uma flor num campo santo Vai indicar a morada E uma guitarra calada - Notas perdidas ao vento Repousará sem parceiro Como um tristonho lamento...

É tão triste uma guitarra Que se cala de repente E tira o mundo da gente. Sem chão, sem teto, sem lua, Sem mais passos pela rua, Ficando um quarto vazio E a mudez de uma guitarra Chorando em noites de frio! Os rastros vão se apagando A vida gira girando E, nos olhando indiferente, O tempo roda inclemente Deixando sombras no olhar, Que marcam perenemente Em profundas cicatrizes, Nesse tempo impermanente!

Por certo a mão do destino Que nas sombras se movia Foi carregando o menino Quando a guitarra dormia! Perdemos o guitarreiro E o céu ganhou mais um anjo. Foi orquestrar seus arranjos Dedilhar sua guitarra Num concerto celestial. Sussurros de um musical Se espalham pela aurora, Vem abraçando o universo Emergindo do silêncio, Uma doce melodia, É o menino da guitarra Enchendo o mundo de poesia!

Está tão triste a natureza Calou-se a passarada O vento assobia triste Margeando a curva da estrada Num silêncio dolorido Que grita dentro de nós... Deve ser falta da voz Do nosso anjo menino. Pois falta o som da guitarra Que lhe entendia tão bem! Como se um só coração Palpitasse em melodias Numa única sinfonia, Que a brisa perfumava... Havia auroras de sonhos Nas canções que ele cantava!

Jurema Chaves (São Leopoldo) Fábio Malcorra (Guaíba) Jorge Araujo (São Leopoldo)

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O SILÊNCIO JADIR OLIVEIRA E ADÃO PEDRO BERNARDES

Declamadora: Liliana Cardoso / Amadrinhadores: Nilton Júnior Silveira e João Bosco Ayala Rodrigues

O silêncio tem efeitos De reflexão e calma Entendê-lo é percorrer Os labirintos da alma.

A cor do silêncio é tênue Quando o luar irradia Se um grilo quebra o silêncio Sangra de amor a poesia.

Quem traz silêncios em si Constrói o próprio saber Entende as coisas do mundo Na arte do bem viver.

Na constelação das horas A quietude é infinita E só o silêncio sussurra A palavra mais bonita.

Os ruídos do silêncio São quase imperceptíveis E se amplificam na noite Para os seres mais sensíveis.

Pra se escutar o silêncio Exige mais que audição É decifrar o enigma Das vozes do coração.

Almas que bebem silêncios Nos beirais da solidão Aos poucos acham alento Pras dores do coração.

Me quedo olhando o silêncio Nas águas claras da sanga Sentindo rubor nos lábios Doce sabor da pitanga.

Um mergulho no silêncio É uma imersão na poesia No compasso imaginário Da mais doce sinfonia.

Se o silêncio não é vidro Como pode ser quebrado? Talvez no espelho dos olhos Silêncios vivem guardados.

Na noite quem tem cansaço Embala em doce repouso E colhe sonhos floridos Em momentos silenciosos.

Quem não tem silêncio em vida Talvez não seja tão forte Quando a fala sucumbir Ao frio silêncio da morte.

Na hora doce do mate Me quedo em silêncio assim Pra temperar as quietudes Que falam dentro de mim.

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Jadir Oliveira (Portão) Adão Pedro Bernardes (Novo Hamburgo) Liliana Cardoso (Porto Alegre) Nilton Júnior Silveira (Santo Antônio da Patrulha) João Bosco Ayala Rodriguez (Guaíba)


SEXTINAS DE NOITE ADENTRO MOISÉS SILVEIRA DE MENEZES

Declamador: Romeu Weber / Amadrinhador: Mário Tressoldi

Estendeu-se o olhar pela lonjura, um pouco mais além do horizonte, onde moram a distância e a saudade. Para onde voa sempre o pensamento, nas noites de vazio e soledade, envolto em brisas, cerração e véus.

Calmaria repontando a madrugada, dança leve, delicada silhueta. Lindos loiros pela brisa em desalinho, cachoeira de prata sobre a quincha. Enterneço em pensar na moça linda, encastela o pensamento em poesia.

Das lembranças se desvendam véus, a mente se demora na lonjura, imagens vão povoando a soledade. A vida esculpiu-se no horizonte, cristalino aflora o pensamento, estendido vai o laço da saudade.

O que sobra da saudade, poesia, traz no bojo claros sons da madrugada. Sem partir foi embora a noite linda, bailarina, leve, grácil silhueta. Um véu de luz clareia a quincha, alinhados, fios de lua em desalinho.

Sem fim, é o estrago da saudade, esconde-se o passado sob véus. Flete fugidio, o pensamento, galopa sem rumo na lonjura. No ermo taciturno a soledade, olhar breve na linha do horizonte.

Pensamento primoroso desalinho, o que fica da ausência, poesia. Palavras tamborilam pela quincha, metamorfose à canção da madrugada. Pelas grimpas do arvoredo, silhueta, tão elegante, harmoniosa e linda.

Linha fugaz, contudo, o horizonte, infinito o rebojo da saudade, esquiva e deserta a soledade, ilusória perpassa tantos véus, volúveis as brumas da lonjura no mistério se enfurna o pensamento.

Plenilúnio, lua inteira e linda, acalma o pensamento em desalinho. Encantamento no olhar da silhueta a moça transformou-se em poesia. Ao partir no clarão da madrugada, uma névoa de silêncio sobre a quincha.

Campo largo, sutil o pensamento, inconstante na risca do horizonte. Vagueia o olhar pela lonjura, inventário dos haveres da saudade. Um a um sucedâneos tantos véus, mantilhas sobre o céu da soledade,

A luz que desce em raios rente à quincha, ornamenta de cristais a noite linda, fios de prata cascateando a madrugada. A musa, remembrança em desalinho, transfigura o seu entorno em poesia. São palavras que compõe a silhueta.

Madrigueiro onde vive a soledade, distância que transpassa o pensamento, panorama encoberto por seus véus. A andar, nos ensina o horizonte, eterna companheira, a saudade, memórias enclaustradas na lonjura.

Na distância a moça agora é silhueta, olhos ternos debruçados sobre a quincha, o rancho em plenitude é poesia. Saudade é memória quase linda, recuerdos em completo desalinho. Quem partiu perfumou a madrugada.

A lua na lonjura do horizonte, escondeu-se entre saudade e pensamento, nos confins da soledade com seus véus.

Feminina madrugada em silhueta, luar em desalinho pela quincha, moça linda transmutou-se em poesia. Moisés Silveira de Menezes (Itaara) Romeu Weber (Osório) Mário Tressoldi (Tramandaí)

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PEDRO PEDR O GARO GAROA ARABI RODRIGUES

Declamador: Eudes Vinícius dos Santos / Amadrinhador: Paulo Silva

Quem, eu? Eu! Sou filho daqui mesmo, devoto de Santa Bárbara, neto do velho “Mandico,” feitor da turma da linha, que fez a estrada do trem ... Meu nome? Me chamam Pedro Garoa, afilhado do seu Hugo, chefe da estação daqui. Mas com esse nome aí, não me “alembro” de ninguém. Conheço toda esta gente, que vive à beira dos trilhos, sonhando co’as boas novas, que hão de florir a consciência dos viajantes deste trem. Esse mundo das estradas, conheço de ponta a ponta: de Porto Alegre a São Borja, da Vacaria ao Chuí. Mas com esse nome aí, não me “alembro” de ninguém!!! Onde moro? Morar mesmo, não moro, vivo “anssim” meio acampado, ali na beira do mato; esperando que o governo, pague de vez o meu soldo; vou juntar tudo que tenho, vender o qu’está sobrando depois, vou ver meu padrinho, que há pouco foi transferido pra gare de São Leopoldo... Dizem que a vida por lá, anda “de braço” co’a gente, o dinheiro corre solto, serviço tem “a la farta” e mulher é como pedra nos campos de Cacimbinha.

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Espero que o meu padrinho, depois de me pôr a bênção, me convide pra ficar, nem que seja pra cevar algum mate chimarrão. Não vê, que sou “jubilado”, além do dinheiro curto, recebo sempre atrasado; a “plata” mal dá pras contas, “inda” bem que estou solito. A Porcina foi embora, co’a desculpa dum chamado, que a mãe andava adoentada. Quando o dinheiro escasseia, não existe homem bonito, pra mulher interesseira. As mulheres não entendem, que um homem, depois de andar de rédea solta nas ruas, não se prende a choramingo. Pra mim, a vida é uma festa, de “luna,” gaita e aromas, banho de sanga e bailanta e resto, tudo é domingo. A minha idade? Eu nasci no mês das geadas, no ano da seca grande; os mais antigos diziam que o trigo morreu de sede e o sol matou azevém. Que mal pergunte, e o senhor, que tanto nos especula, por certo não se encabula, co’essa prosa de guri; o que fazes por aqui, se não conheces ninguém? Sabes com quem estas falando? Eu sou ...

Me desculpe, delegado, se faltei co’a educação; não sabia que o senhor, vinha a ser aparentando do tal Amâncio Aragão. O Senhor! Não me lembro do senhor, não faz muito que voltei; andei batendo matraca, por este mundo de Deus. “bueno” foi um prazer, desejo sorte pros seus “com permiso” e até mais ver.. “Teje” preso, seu covarde, aonde pensa que vais? Me desculpe, mas não penso, nem transfiro pra depois o que tenho que fazer. Não queria lhe dizer, agora digo e repito: ninguém me leva no grito nem me embrulha na conversa. Sou inimigo de pressa, por isto ando solito... Saiu pra fora, o Garoa, e o delegado saiu. Depois que o dia sumiu, no braseiro do poente, o silêncio dos valentes celebrava na canhada: lampejos das arrancadas, de ferro-branco, estouro e o Garoa, por mais touro numa cruz beira d’estrada, deixou a história gravada no cabo dum marca touro.

Arabi Rodrigues (Novo Hamburgo) Eudes Vinícius dos Santos (Santa Maria) Paulo Silva (Novo Hamburgo)


COMISSÃO AVALIADORA Marcelo Dávila

Médico, compositor, poeta e escritor, é membro da Academia Santanense de Letras, da Associação Gaúcha de Escritores e da Estância da Poesia Crioula. Como letrista, tem participação em mais de meia centena de festivais, destacando-se os primeiros lugares na Tertúlia Nativista, Coxilha, Unimed da Canção, Tertúlia da Poesia, Levante da Canção e Canto sem Fronteira, entre outros. Como avaliador, atuou nos festivais Seival Poético, Tertúlia da Poesia, Unimed da Canção, Vertente Estudantil e Sapucay da Canção. Tem três livros publicados, todos esgotados. Foi vencedor do 1º Esteio da Poesia, com “Relicário”, e premiado com o 3º lugar na 4ª edição, com “Aguaceiro”.

Paulo de Freitas Mendonça

Poeta, pajador, jornalista, compositor, radialista, apresentador, pesquisador do folclore latino-americano e das técnicas da produção poética improvisada ou escrita. Possui livros editados, dentre os quais destaca-se “Pajador do Brasil – Estudo Sobre a Poesia Oral Improvisada” - e textos de sua autoria publicados em livros no México, Peru, Argentina, Chile, Uruguai, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Possui discos de pajadas e poemas e participa de CDs e DVDs de artistas de renome no Brasil e no exterior. Atua como pajador e palestrante em países da Europa, América do Sul e América Central. Está lançando o livro “Pajador e Decimista”, com edição também em braille.

Tânia Goulart

Atuou como declamadora nas décadas de 1980 e 1990, vencendo mais de 50 eventos, entre eles o Rodeio dos Campeões (Esteio) e os rodeios internacionais de Vacaria, Bagé e de Santa Maria. Foi tri-campeã do Rodeio do Mercosul (Gravataí), além de ter vencido o 2º Fegart. Atuante no Movimento Tradicionalista Gaúcho, foi 1ª prenda regional da 12ª RT (1987/1988). Formou-se em jornalismo em 2005 e atuou por 13 anos como jornalista e editora do Jornal NH, no qual, na coluna ABC do Gaúcho, divulgou o folclore e tradição gaúchas. Venceu o Prêmio ARI de Jornalismo em 2014. Atua desde 2011 como avaliadora do Prêmio Açorianos de Música, na categoria Regional.

APRESENTADORA Analise Severo

Natural de Santa Maria, é formada em Direito e é radialista profissional. Como cantora ou apresentadora, já participou da maioria dos festivais do Rio Grande do Sul. Com mais de 25 anos de carreira, seis CDs gravados e mais de 300 músicas registradas em sua voz, levou seu cantar regional aos quatro cantos, bem como para fora do país. No ano de 2013, recebeu o Troféu Teixeirinha, da Assembleia Legislativa do Estado, como “Melhor Cantora”. Em 2017 e 2019 foi eleita a “Melhor Cantora do Ano” por votação popular realizada pelo site G1/RS. Recentemente, esteve ao lado de Neto Fagundes apresentando o programa Galpão Crioulo, da RBS TV.


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