9 788574 481715
e Urbanismo na Universidade Mackenzie em 1995, é fotógrafa profissional desde 1998. Entre os prêmios recebidos estão: PAC 15 (Programa de Ação Cultural, 2008) — Literatura, da Secretaria de Estado da Cultura, com o projeto Subir: A arquitetura de São Paulo através das escadas, que resultou no presente livro, e PAC 13 (Programa de Ação Cultural, 2006) — Fotografia, da Secretaria de Estado da Cultura, com o projeto Cana: Desdobramentos e contradições. Em 2002, participou com outros fotógrafos do livro Alma paulista. Também realizou as seguintes exposições: Outra Margem, na Oficina Oswald de Andrade (2003); Prêmio Porto Seguro de Fotografia (2002), curadoria Cildo Oliveira; Projeto Caixa Populi (2000), curadoria Emidio Luisi; Casa Fuji (1999), curadoria Rosely Nakagawa. É colaboradora das principais revistas de arquite tura, decoração e paisagismo brasileiras.
ISBN 978-85-7448-171-5
Claudio Edinger
PATRICIA CARDOSO, formada em Arquitetura
ARQUITETURA PELAS ESCADAS PATRICIA CARDOSO
A CADA DEGRAU UMA SURPRESA
Patricia Cardoso tem olhar fotográfico. Ela não registra; ela cria, com suas visões, esculturas, volumes, formas e desenhos que não são percebidos à primeira vista. Afinal, quantas pessoas vão parar e olhar para uma escada, ou para um degrau? Patricia parou, e de algo construído pra ligar ambientes, andares, ela criou uma paisagem urbana.
ARQUITETURA PELAS ESCADAS PATRICIA CARDOSO
Nem sempre é fácil, ainda mais quando o que estamos fotografando é aparentemente óbvio. Ela não faz uma fotografia de arquitetura, não é isso que importa neste seu trabalho, mas sim a possibilidade de criação de um cenário. Integração do homem à cidade, ao meio ambiente. Ela registra as interferências, as marcas que são deixadas, as pegadas que o homem deixa como marcas de sua passagem pela urbe. A cada degrau um olhar diferente. Nenhuma imagem se repete e o ritmo que ela criou ao editar as imagens só fez crescer a ideia de que suas escadas não são obra de construção, mas criação de novos desenhos. A cada escada uma história particular em que ela aponta jogos de linhas, de formas e volumes. Surpresa a cada imagem que nos é aqui apresentada pelos olhos curiosos de Patricia, já que, sim, ela tem um olhar fotográfico. Simonetta Persichetti
ARQUITETURA PELAS ESCADAS
Patricia Cardoso
ARQUITETURA PELAS ESCADAS posfรกcio
Fernando Serapiรฃo
SUMĂ RIO
O todo pela parte Patricia Cardoso 9 Legendas das imagens
112
Escadas e rampas por data de projeto
118
Faltam-nos asas? Fernando SerapiĂŁo 119
“Ninguém terá deixado de observar que frequentemente o chão se dobra de tal maneira que uma parte sobe em ângulo reto com o plano do chão, e logo a parte seguinte se coloca paralela a esse plano, para dar passagem a uma nova perpendicular, comportamento que se repete em espiral ou em linha quebrada até alturas extremamente variáveis. Abaixando-se e pondo a mão esquerda numa das partes verticais, e a direita na horizontal correspondente, fica-se na posse momentânea de um degrau ou escalão. Cada um desses degraus, formados, como se vê, por dois elementos, situa-se um pouco mais acima e mais adiante do anterior, princípio que dá sentido à escada, já que qualquer outra combinação produziria formas talvez mais bonitas ou pitorescas, mas incapazes de transportar as pessoas do térreo ao primeiro andar...” INSTRUÇÕES PARA SUBIR UMA ESCADA Julio Cortázar Histórias de cronópios e de famas,
tradução de Glória Rodríguez, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2004
O TODO PELA PARTE
Patricia Cardoso
Sempre fui fascinada por escritores que descrevem personagens indiretamente, por meio dos detalhes que os cercam, das coisas que compõem um mundo imaginário e o deixam mais real. Assim vou juntando as peças, formando as personalidades, montando os cenários descritos e entendendo tudo com mais prazer. Busquei usar tal método neste livro. Gostaria que suas páginas levassem o leitor a esquadrinhar alguns momentos da arquitetura da cidade de São Paulo, que elas fossem um primeiro degrau para a composição das escolas arquitetônicas que dão forma à metrópole. Mostrando variados estilos das escadas e rampas, tentei indicar o que pensou cada arquiteto em sua época e os avanços projetados por cada um. Quis destacar com este trabalho peculiaridades de arquiteturas às vezes bastante conhecidas, mas que talvez passem despercebidas por muitas pessoas. Dessa forma, como arquiteta e fotógrafa que costuma reparar em escadas, esse elemento de destaque na composição de uma foto ou de uma obra arquitetônica, com seus grafismos característicos, almejei salientar o todo pela parte. Procurei instigar o observador a imaginar o conjunto pela particularidade, e de forma ambiciosa, fazer com que ele compreenda o projeto em sua totalidade. Da mesma forma que nas histórias contadas nos livros, encontrei relatos surpreendentes sobre as obras aqui fotografadas, e me afeiçoei ainda mais pelas escadas e por este trabalho (fotografar escadas) que tento fazer com esmero no meu dia a dia profissional. Tenho certeza que as histórias que escutei sobre cada uma das escadas e rampas escolhidas acabaram influenciando, mesmo que inconscientemente, no foco e no ângulo das imagens registradas. E quem sabe, essas imagens possam conduzir muitos a novas ideias, sejam arquitetônicas ou fotográficas. E que essas ideias possam compensar eventuais lacunas deixadas por este livro, que dificilmente poderia preencher todos os espaços de uma arquitetura tão singular e também diversa como é a de São Paulo.
9 788574 481715
e Urbanismo na Universidade Mackenzie em 1995, é fotógrafa profissional desde 1998. Entre os prêmios recebidos estão: PAC 15 (Programa de Ação Cultural, 2008) — Literatura, da Secretaria de Estado da Cultura, com o projeto Subir: A arquitetura de São Paulo através das escadas, que resultou no presente livro, e PAC 13 (Programa de Ação Cultural, 2006) — Fotografia, da Secretaria de Estado da Cultura, com o projeto Cana: Desdobramentos e contradições. Em 2002, participou com outros fotógrafos do livro Alma paulista. Também realizou as seguintes exposições: Outra Margem, na Oficina Oswald de Andrade (2003); Prêmio Porto Seguro de Fotografia (2002), curadoria Cildo Oliveira; Projeto Caixa Populi (2000), curadoria Emidio Luisi; Casa Fuji (1999), curadoria Rosely Nakagawa. É colaboradora das principais revistas de arquite tura, decoração e paisagismo brasileiras.
ISBN 978-85-7448-171-5
Claudio Edinger
PATRICIA CARDOSO, formada em Arquitetura
ARQUITETURA PELAS ESCADAS PATRICIA CARDOSO
A CADA DEGRAU UMA SURPRESA
Patricia Cardoso tem olhar fotográfico. Ela não registra; ela cria, com suas visões, esculturas, volumes, formas e desenhos que não são percebidos à primeira vista. Afinal, quantas pessoas vão parar e olhar para uma escada, ou para um degrau? Patricia parou, e de algo construído pra ligar ambientes, andares, ela criou uma paisagem urbana.
ARQUITETURA PELAS ESCADAS PATRICIA CARDOSO
Nem sempre é fácil, ainda mais quando o que estamos fotografando é aparentemente óbvio. Ela não faz uma fotografia de arquitetura, não é isso que importa neste seu trabalho, mas sim a possibilidade de criação de um cenário. Integração do homem à cidade, ao meio ambiente. Ela registra as interferências, as marcas que são deixadas, as pegadas que o homem deixa como marcas de sua passagem pela urbe. A cada degrau um olhar diferente. Nenhuma imagem se repete e o ritmo que ela criou ao editar as imagens só fez crescer a ideia de que suas escadas não são obra de construção, mas criação de novos desenhos. A cada escada uma história particular em que ela aponta jogos de linhas, de formas e volumes. Surpresa a cada imagem que nos é aqui apresentada pelos olhos curiosos de Patricia, já que, sim, ela tem um olhar fotográfico. Simonetta Persichetti