Minhas finanças

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FINANÇAS ATITUDES E AÇÕES PARA UMA VIDA FINANCEIRA BEM-SUCEDIDA



FINANÇAS ATITUDES E AÇÕES PARA UMA VIDA FINANCEIRA BEM-SUCEDIDA 1ª edição

Curitiba 2010


Ion de Veer

Minhas finanças Atitudes e ações para uma vida financeira bem-sucedida Coordenação editorial: Walter Feckinghaus Edição: Sandro Bier Revisão: Josiane Zanon Moreschi Ilustrações: Aline G. S. Scheffler Capa: Sandro Bier Editoração eletrônica: Aline G. S. Scheffler e Josiane Zanon Moreschi Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Veer, Ion de Minhas finanças : atitudes e ações para uma vida financeira bem-sucedida / Ion de Veer. - - 1. ed. - - Curitiba, PR : Editora Evangélica Esperança, 2010. Bibliografia. ISBN 978-85-7839-052-5 1. Finanças pessoais 2. Poupança e investimento 3. Riqueza 4. Sucesso em negócios I. Título.

10-07204

CDD-650.12

Índices para catálogo sistemático: 1. Enriquecimento : Sucesso financeiro : Administração 650.12

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores. Editora Evangélica Esperança Rua Aviador Vicente Wolski, 353 - CEP 82510-420 - Curitiba - PR Fone: (41) 3022-3390 - Fax: (41) 3256-3662 comercial@esperanca-editora.com.br - www.editoraesperanca.com.br


Sumário

Prefácio.................................................................................................. 9 Introdução ............................................................................................ 11 Contextualização ................................................................................. 13 Conhecendo o seu estilo ...................................................................... 17 Capítulo 1 - Atitude correta ............................................................... 25 Capítulo 2 - Mitos sobre o dinheiro .................................................. 37 Capítulo 3 - Elaborando um plano! .................................................. 45 Capítulo 4 - O que a Bíblia fala sobre o trabalho? .......................... 53 Capítulo 5 - Integridade ..................................................................... 61 Capítulo 6 - Dívidas ............................................................................ 71 Capítulo 7 - Livrando-se das dívidas ............................................... 85 Capítulo 8 - Orçamento ...................................................................... 91


Capítulo 9 - Padrão de vida .............................................................. 103 Capítulo 10 - Quero um nome limpo .............................................. 111 Capítulo 11 - Noções sobre investimentos ..................................... 117 Conclusão ............................................................................................ 143 Apêndice 1 - Responsabilidades do empregador e do empregado.............................................................. 147 Apêndice 2 - Dízimos e ofertas......................................................... 151 Bibliografia .......................................................................................... 155


Agradecimentos

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lém da minha esposa Priscila e dos meus filhos Daniele e Filipe, que sempre me incentivaram a escrever este livro, não posso esquecer dos amigos e “inspiradores” de ideias, como o Adalberto, Baulé, Laudir e o Padilla. Agradeço a Deus pela vida deles e pelo privilégio de fazerem parte da minha vida. Ion

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Prefácio

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esde que nasci, ouço falar que a economia do mundo só tende a piorar. Só temos duas alternativas: uma é ficar pelos cantos choramingando e reclamando. A outra, buscar “atitudes e ações para se ter uma vida financeira bem-sucedida”. Existem várias publicações boas sobre este tema, mas vejo nesta um enfoque prático e uma excelente oportunidade para avaliar e, assim, corrigir as possíveis falhas em nossa vida financeira. Agradeço a Deus pela vida do Ion e pela graça que Deus lhe deu para transmitir com clareza e sabedoria os princípios sobre uma vida financeira bem sucedida. Laudir R. Pezzato Pastor Igreja Batista do Prado

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Introdução “O modo como cada um de nós lida com as finanças reflete as nossas emoções, ambições, valores e sentimentos de autoestima. Não por acaso a vida financeira das pessoas conta quase tudo sobre o modo como elas veem a si e aos outros”. Cássia D’Aquino

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ste livro é fruto de muitos anos de estudo e convivência com esse tema. Foram muitas experiências, algumas delas negativas, seja por desconhecimento, hábitos nocivos e até motivações dúbias; em contrapartida, muitas experiências positivas, que deixaram profundas marcas na nossa história de vida. Também não podemos deixar de mencionar nossa profunda preocupação para com a realidade brasileira, em que estatísticas apontam para um alto grau de endividamento e descontrole financeiro. Esses números indicam uma verdadeira opressão econômica ou escravidão de consumo. Apesar de tanta literatura e cursos sobre o assunto, os fatos atestam que ainda não aprendemos a lidar com o dinheiro. Muitos autores têm dado ênfase na aplicação de técnicas financeiras, o que sem dúvida é necessário, mas precisamos ter em mente que a ação é somente uma consequência de um comprometimento com uma causa, razão pela 13


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qual optamos em tratar temas como a motivação, os hábitos e a disciplina, considerando as técnicas e ações práticas como uma resposta natural a um comportamento saudável. Nossa principal fonte de inspiração e de orientação está na Bíblia, por crermos que o autor da vida se revelou através dela, mostrando de forma simples e clara através de exemplos e princípios a direção para uma vida equilibrada. A raiz dos problemas financeiros não mudou ao longo dos anos, e o foco está no comportamento, razão esta que nos leva a procurar as respostas no “manual de instruções práticas para a vida” deixado pelo próprio Deus, que é a Bíblia. Recomendamos também que a leitura deste livro seja feita de forma gradual e sistemática. A teoria e a consequente prática devem andar juntas. Para tanto, os conceitos são introduzidos e trabalhados de forma gradual e sequencial, ou seja, só estaremos aptos a prosseguir à medida que compreendermos o tema anterior. Nosso desejo é que este livro possa servir de inspiração e consequente ação, habilitando-nos a sermos praticantes e não meros “recipientes” transbordando de conhecimento, mas sem uso prático.

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Contextualização

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ara uma melhor compreensão do tema, precisamos refletir sobre o macroambiente no qual estamos inseridos. Nossos hábitos e costumes são fortemente influenciados por interesses econômicos que procuram criar consumidores subservientes. Essas estratégias são fruto de um extenso e profundo estudo do comportamento humano, que detecta com muita precisão os motivos que levam os seres humanos a se tornarem ávidos e passivos consumidores e, pela oferta de crédito, potenciais endividados. Hoje já é um fato consumado. Vivemos em uma economia global cujo motor é o consumo, razão para o termo “Sociedade de Consumo”. Nessa sociedade, prevalece uma deturpação na escala de valores, na qual aspectos materiais se sobrepõem aos humanos. Percebe-se uma supervalorização do bem material e/ou do símbolo que o representa, relgando a um segundo plano os valores fundamentais do homem,

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como caráter e ética, entre outros. Essa concepção levou a sociedade a redefinir o termo “sucesso” ou “felicidade” simplesmente pela satisfação auferida pelo acúmulo de bens. Resumindo, o que importa é o ter, e não o ser, ou, na falta do ter, o parecer. É uma atitude hipócrita, mas “se não tenho”, a satisfação do parecer é o suficiente. Esse conceito de sociedade de consumo favoreceu um verdadeiro “loteamento” do planeta, no qual o estímulo material é o motor de toda essa engrenagem. O consumidor vive à mercê da marca e da moda, que induz as pessoas a enaltecerem certas marcas em detrimento de outras. Tudo isso não passa de um processo ilusório, fruto da publicidade. A intenção desses profissionais é criar “necessidades artificiais”, o que faz com que as pessoas busquem de uma forma desenfreada e isolada os “seus símbolos de felicidade”. Nos dias de hoje é comum a utilização dos chamados “formadores de opinião”, grupo em que os artistas e modelos estão inseridos por serem figuras públicas de destaque e, como tal, ditam as regras de marca e consumo de toda a sociedade. Sabemos que a missão de uma marca é suscitar a vaidade, quase que como uma divinização, pela distinção conferida pelo uso de certos objetos. Poucas pessoas percebem essas tendências, por isso são facilmente engolidas, sem nenhum senso crítico, simplesmente achando isso tudo “muito natural”, não deixando de fazer parte de uma “ingênua massa” que passivamente corre atrás de adereços exteriores em detrimento dos verdadeiros valores interiores, que de fato, conferem uma identidade ao ser humano. Nossa intenção ao fazer este comentário é simplesmente um apelo ao bom senso, visando estimular o leitor a procurar os verdadeiros valores e não meramente os objetos exteriores, para que dessa reflexão nasça um desejo de dizer um grande “não” a tantas mentiras e ilusões que escravizam o ser humano a um consumo irrefletido e o consequente endividamento. Poderíamos resumir este parágrafo, dizendo: “desejamos que você aprenda a nadar contra a correnteza”.

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Contextualização

Não podemos deixar de mencionar o que Salomão já apontava há tantos anos, que essa corrida desenfreada pelo ter, nada mais é do que um “correr atrás do vento” (Ec 2.17). Isto é, que nessa corrida você jamais se sentirá realizado e satisfeito, pois sempre faltará mais alguma coisa. Tolstoi, famoso escritor Russo disse que “todo ser humano tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus”. O que ele quis dizer é que nada, nem mesmo o consumo, pode preencher seu vazio existencial, somente Deus poderá fazê-lo.

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Conhecendo o seu estilo

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nicialmente, queremos sugerir um pequeno exercício, sem qualquer pretensão de rotular o leitor, mas ajudá-lo a compreender o seu “estilo” quanto ao trato do dinheiro. Não se trata de uma verdade absoluta, mas de uma ferramenta de auxílio, visando o autoconhecimento. A seguir são apresentadas dez situações comuns, e para cada uma delas, seis diferentes comportamentos ou atitudes possíveis. Identifique qual das atitudes você tomaria se estivesse na situação descrita. Depois é só conferir os resultados.

1) Você recebe uma grana extra como bônus, gratificação, prêmio ou 13o salário, por exemplo. Então você: a) Guarda tudo para o futuro, porque você pode precisar em uma emergência. b) Antes de receber, já gastou, então é só pagar dívidas. 19


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c) Conta com este dinheiro extra para poupar. d) Nem lembrava que tinha este dinheiro extra. e) Fica chateado(a) porque é muito menos do que você precisa. f) Coloca este extra nas receitas do seu orçamento mensal e planeja o que comprar, reservando parte para aplicações.

2) Você está chegando em casa depois de passar uns dias em viagem, falta tudo em casa e você conclui que precisa ir às compras. Então você: a) Pensando bem, posso comprar o que falta depois. b) Vai ao supermercado sem qualquer lista e faz a festa. c) Faz a lista de compras e olha os preços de cada produto, comprando sempre o mais barato. d) Pede para alguém ir ao supermercado para comprar o que falta, mas nem sabe bem o que quer. e) Fica nervoso(a) porque não tem nada em casa e precisa ir às compras, mas o dinheiro nunca é o suficiente. f) Está feliz por voltar para casa, faz a lista de tudo que quer comprar e curte a ida ao supermercado.

3) Você está em período de festas de fim de ano e, tanto no trabalho quanto na família, há listas de amigos secretos. Então você: a) Avisa que não gosta de entrar em listas de “amigo secreto”. b) Entra em todas as listas, gosta das trocas de presentes, dá com alegria. c) Fica sem jeito de não entrar na lista e compra qualquer coisa baratinha. d) Esquece até o nome do amigo secreto e nem se lembra de comprar o presente. e) Acha uma bobagem e uma chateação esse negócio de “amigo secreto”. 20


Conhecendo o seu estilo

f) Curte os bilhetinhos de amigo secreto, estuda o tipo do “secreto” e escolhe um presente que vai agradá-lo, sem sair do próprio orçamento.

4) Depois de um ano de trabalho, você programa suas férias anuais de 30 dias. Então você: a) Prefere vender as férias para a empresa e guardar o dinheiro para o futuro. b) Já escolheu um roteiro e, por conta das férias, já comprou roupas e não vê a hora de curtir tudo... c) Escolhe economizar o máximo, procura descansar sem gastar. d) Nem sabe o que fazer nas férias, onde e com quem viajar. e) Fica irritado(a) porque o dinheiro de férias não dá para aquele roteiro escolhido. f) Planejou as férias com meses de antecedência, agora é só desfrutar cada dia com alegria. O orçamento garante.

5) Você está com um grupo de amigos em um restaurante. No final, o garçom apresenta a conta. Então você: a) Dá uma desculpa do tipo “esqueci a carteira”, ou diz que está sem dinheiro. b) Paga a conta de todos com o cartão de crédito. c) Confere a conta, divide certinho até os centavos para cada um dos participantes. d) Paga sem olhar direito e esquece de pegar o troco de volta. e) Fica chateado com o valor da conta, pois é muito maior do que você esperava. f) Gosta da companhia dos amigos e paga com prazer sua parte, sem problemas.

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6) Mensalmente, no “dia do pagamento”, que deveria se chamar “dia do recebimento”, qual é a sua sensação? a) Primeiro você separa uma parte para o futuro, depois divide para os gastos do mês. b) Quando chega o dinheiro já gastou quase tudo, a maior parte é para pagar dívidas. c) Fica marcando tudo que gasta, sem esquecer as menores coisas, até as balas. d) Nem sabe direito quanto recebe porque não trabalha por dinheiro. e) É o dia do mau humor porque sente que recebe menos do que merece. f) É um dia importante, porque permite pagar as dívidas, aplicar para os sonhos e deixar uma reserva para a vida durante os próximos 30 dias.

7) Quando você pensa em fazer negócios e lembra dos amigos e parentes, então você: a) Considera que negócio é negócio, amigos à parte. b) Conta com os amigos nos negócios, embora tenha amigos que não pagam. c) Geralmente os negócios com amigos e parentes viram briga. d) Se faz negócio com amigo ou parente, depois não sabe cobrar e acaba no prejuízo. e) Os amigos e parentes vivem fugindo, nem dá para fazer negócios. f) Muito melhor fazer negócios com amigos e parentes do que com inimigos ou desconhecidos.

8) Quando amigos e parentes pedem dinheiro emprestado a você, qual é sua atitude? a) Falo que não tenho dinheiro, porque sei que não me pagam. b) Estou sempre emprestando dinheiro, mas nunca me pagam. 22


Conhecendo o seu estilo

c) Se empresto, cobro juros. E se não me pagam não empresto de novo. d) Se tenho no bolso, empresto tudo que tenho e nem anoto o quanto. e) Não empresto dinheiro, tem muito “folgado” em todo lugar. f) Empresto somente em condições especiais, sem que abusem de mim. Muitas vezes prefiro dar a emprestar.

9) Na hora de pagar o cartão de crédito ou cheques pré-datados, relativos a compras ou dívidas que você mesmo realizou, qual é seu comportamento? a) Sente-se mal por ter que pagar. b) Falta dinheiro, mas paga um pouco e rola a dívida para continuar com o crédito aberto. c) Já tinha tudo anotado, por isso paga porque tem que pagar. d) Nem lembra o dia do pagamento, muito menos sabe se tem como pagar. e) Não gosta de pagar, fica muito nervoso(a), porque depois faz falta. f) Utiliza cartões e cheques pré-datados a seu favor, como parte do seu planejamento do orçamento, são dívidas sem juros.

10) Você encontra um velho amigo que era muito bem de vida, mas que no momento está na pior. Qual é seu sentimento? a) Fica surpreso(a) com o estado do amigo, mas acha que é problema dele. b) Tem compaixão e oferece apoio financeiro para tirá-lo da pior. c) Olha para o amigo, diz que gostaria de ajudá-lo, mas deixa claro que não tem dinheiro. d) Lembra-se que o amigo tinha muito dinheiro, uma boa vida, e nem se toca que podia dar-lhe uma mãozinha.

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