Escrita Criativa nº21

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8 Depois, veio o trabalho de que necessitava para comer. Vendedor ambulante, moço de recados, vendedor de pintura que não entendia, de enciclopédias que não podia comprar, empregado de escritório, informático na banca. Um pouco de tudo fez sem nunca perder o gosto de contar histórias. Que escrevia e rasgava ou se perdiam em cada mudança de casa. Um dia, decidiu levar a sério o que nunca tinha levado a brincar: escrever mais ainda. Venceu um concurso de contos do SBSI; frequentou um curso de escrita criativa com Inês Pedrosa que o incentivou a não parar; compilou vários contos em "Num Qualquer Ponto Desta Cidade"; atreveu-se no romance com "Onde Morrem os Pássaros?"; Seguiu-se "Tratado Moderno de Como Acender Lareiras em Apartamentos" a despertar o interesse da Editora Magna; "Os Sapatos Novos do Morto"; "O Jardim da Dona Clara" adaptado ao Teatro e representado nos Açores com agradecimento escrito do respectivo conservatório; "Inter Lapidem", fantasia realista unanimemente apreciada; "O Rio que Corre na Calçada" num gesto de retribuir ao bairro da Ajuda os ensinamentos de uma vida, na absorção da riqueza das pessoas vulgares. Sente nas veias a congenuidade da escrita e, por isso, continua a fazê-lo.

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