Revista Cidade Verde 200

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HOUS PUBLIC


SE D1 CIDADE


Índice ESPECIAL: Piauí Digital

08

Páginas Verdes Wellington Dias

Urnas promovem pouca renovação no Piauí

05. Editorial

56. INDÚSTRIA

08. Páginas Verdes Wellington Dias concede entrevista à jornalista Cláudia Brandão

58. ESPECIAL Uma história de sucesso

20. EDIÇÃO 200 Um número a ser comemorado

14

62. ESPECIAL O mercado está pra peixe

26. GERAL Carnaúba, riqueza do Piauí

68. ESPECIAL O primeiro Cashback do Piauí

48. ESPECIAL Automóvel na palma da mão

74. ESPECIAL A leitura medida pelo celular

52. ESPECIAL Brincadeira que virou profissão

80. ESPECIAL Inteligência no combate à violência

Articulistas 67

Cecília Mendes

40

Os piauienses do futuro

18. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa

COLUNAS

34

32. Economia e Negócios Jordana Cury 78. Na Esportiva Fábio Lima 84. Passeio Cultural Eneas Barros 86. Tecnologia Marcos Sávio 88. Perfil Péricles Mendel 90. Poesia Sempre Elias Paz e Silva

72

Zózimo Tavares


O Piauí da era digital Esta edição da Revista Cidade Verde é especial por muitos motivos. Ela representa a edição de número 200, um marco na história da imprensa piauiense. Nenhuma outra revista, com periodicidade regular a cada quinze dias e conteúdo essencialmente jornalístico, chegou tão longe. A longevidade da Revista Cidade Verde é fruto do compromisso assumido pelo grupo do qual faz parte (TV, rádio e portal), de tratar a informação com seriedade, ética e responsabilidade, destacando os valores do Piauí e da sua gente. Quinzenalmente, nossa equipe prepara um material rico em reportagens aprofundadas, curiosidades sobre o Estado, suas potencialidades e o talento de piauienses que brilham nas mais diferentes áreas de atuação. Ao longo dos últimos oito anos, tornou-se um veículo essencial para quem deseja ficar sintonizado com o Piauí e sua realidade. Este número também coincide com a edição comemorativa ao Dia do Piauí, trabalho que já se tornou tradição em datas especiais, sempre apresentando um tema relevante para o Estado. Desta vez, nossa equipe voltou os olhos para uma nova força empreendedora que está emergindo a partir da capacidade de desenvolvimento das startups. A economia digital ou economia do conhecimento já não é mais coisa do futuro. É o presente que se impõe na era da inteligência em rede, fomentando novas formas de negócio, gerando riqueza e projetando o Piauí no cenário nacional. Ao longo das próximas páginas, o leitor terá a oportunidade de conhecer diversos exemplos de inovação tecnológica concebida por piauienses, a partir de ideias que se

transformam em cases de sucesso na resolução de problemas que vão desde a mobilidade urbana, passando pela saúde, educação, piscicultura, games e o que mais a imaginação puder alcançar. Afinal, o avanço de possibilidades nesta área é infinito e cresce na velocidade da luz. O perfil dos empreendedores, na maioria, é formado por jovens inquietos, inteligentes e ousados. Com uma (ou muitas) ideia na cabeça e um computador ao alcance das mãos, eles estão despontando no cenário nacional com negócios lucrativos, que não poluem o meio ambiente e que, ainda por cima, facilitam a vida dos usuários. Uma nova face do Piauí que nos enche de orgulho e nos coloca em condições de competitividade com o restante do Brasil. Ainda nesta edição, a Revista Cidade Verde traz os resultados completos da eleição disputada no último dia 7, com os nomes dos eleitos para os diferentes cargos, os partidos que mais se destacaram e o que se pode esperar da nova composição política que surgiu das urnas. Um conteúdo cheio de informações para permitir ao nosso leitor uma visão geral do Piauí nos próximos quatro anos. Com orgulho por chegarmos até aqui, e a gratidão expressa aos nossos leitores e anunciantes que confiam em nós e apoiam o nosso projeto editorial, é que renovamos nosso compromisso de trabalhar sempre mais pelo nosso Estado. Boa leitura! Cláudia Brandão Editora-chefe

REVISTA CIDADE VERDE | 14 DE OUTUBRO, 2018 | 5


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Entrevista POR CLÁUDIA BRANDÃO

Wellington Dias

claudiabrandao@cidadeverde.com

O que esperar dos próximos quatro anos

foto Wilson Filho

O governador Wellington Dias, reeleito para o quarto mandato, fala dos desafios que terá pela frente e do Piauí que pretende entregar aos piauienses em 2022.

O governador Wellington Dias (PT) mostrou a sua força na eleição do dia 7 de outubro e ainda entrou para a história como o primeiro governador do país a ser eleito para quatro mandatos, todos no primeiro turno. Como se não bastasse, a coligação dele elegeu 24 dos 30 deputados estaduais, oito dos dez deputados federais e os dois senadores. É com este 8 | 14 DE OUTUBRO, 2018 | REVISTA CIDADE VERDE

capital político considerável que ele vai continuar à frente do Executivo estadual pelos próximos quatros anos. Mas nem tudo será fácil, apesar do apoio parlamentar conquistado nas urnas. A situação financeira do Estado exige cuidados; o déficit da Previdência – um dos maiores gargalos da administração pública – chega a R$ 1 bilhão, e ainda há muitas áreas

nas quais o Estado precisa avançar, como a do saneamento básico. Apesar disso, o governador segue otimista e diz que pretende honrar o compromisso de entregar o Piauí com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) avançado ao final de 2022. Para atingir esse objetivo, ele traçou algumas metas e progra-


mas que descreve nesta entrevista, concedida um dia após a sua vitória e antes de embarcar para São Paulo, onde foi juntar-se à coordenação da campanha do presidenciável Fernando Haddad, do PT.

RCV – O que a população piauiense pode esperar do seu quarto mandato no governo do Estado? WD – Muito trabalho, porque será

um mandato diferenciado do que foram os outros três. Assim como no primeiro eu tinha que cuidar da fome, de quem não tinha água, de quem vivia na lamparina; no segundo mandato, a gente já teve que trabalhar um pouco mais essa parte da infraestrutura – o governador das estradas, como ficou conhecido-; este, agora, está mais focado na educação e na economia. E, no próximo mandato, o objetivo é completar uma missão que eu anunciei em 2002: que era possível, em vinte anos, entre 2003 e 2022, colocar o estado mais atrasado do Brasil, e segundo a classificação da Organização das Nações Unidas, para alcançar um padrão de alto desenvolvimento. Como é que é medido isso? Na educação, é ter a oportunidade de, nos 224 municípios, ter a creche, o ensino infantil, o ensino fundamental, médio, técnico, superior e, agora, a pós-graduação. Coisa que nem em estados de países ricos tem e que o Piauí vai ter. Além disso, uma expectativa de vida acima de 75 anos ao nascer. O outro item é uma renda média e bem espalhada, chegando a todos os territórios do desenvolvimento, de R$ 6 mil dóla-

O governo pretende entregar a nova maternidade no final de 2019. Eu espero que não tenha nenhum problema na obra, que está andando bem.

res por pessoa. Aí, veja, são 92 programas. É provável que eu tenha que fazer alguma revisão agora, porque algumas metas foram concretizadas e outras novas vão surgir. Por exemplo, na educação, o programa Certificação de Saberes, que estabelece que perante uma banca examinadora, se possa medir se aquele pedreiro, eletricista, tem capacidade de fazer o melhor na sua área, mesmo com baixa instrução. Se a banca diz que sim, eu dou um certificado e, a partir daí, trago aquela pessoa para dentro da rede de educação para que ela possa se aperfeiçoar.

RCV – O senhor disse que precisa aumentar a expectativa de vida, mas, para isso, é preciso melhorar o nível de saneamento básico, ainda muito baixo no Estado. O que mais o senhor pretende fazer? WD – Nós temos quatro áreas que são principais: saneamento é uma delas, principalmente, esgoto; água até que

nós avançamos muito, para você ter uma ideia, em 2003, um período de seca, eu era obrigado a atender a um milhão e meio de pessoas, aproximadamente. Nesse período longo que nós vivemos agora, atendemos 200 mil pessoas. O que nós fizemos aqui em Teresina, eu quero desenvolver onde, do ponto de vista econômico, for viável. Um modelo em que o sistema continua público, tem uma riqueza do setor público, mas com a desenvoltura e a velocidade do setor privado, apresentando bons resultados. Outro ponto é a redução da mortalidade infantil; a gente avançou bem neste terceiro mandato, mas eu quero completar. Ter as condições da Casa da Mulher e do Bebê, humanizando o parto, por exemplo, com estrutura de UTI Neonatal, para salvar bebês. Quando morre um recém-nascido e alguém com cem anos, a média da expectativa de vida cai para 50. E, ainda, reduzir os acidentes; a questão das drogas, porque temos muitos jovens envolvidos com a dependência química; cuidar, por exemplo, da melhor idade. Cresceu o número de pessoas com mais de 60 anos, por isso eu acabei de criar uma estrutura para cuidar de idosos. Daí que veio a universidade da terceira idade na Uespi, as academias de saúde, que vamos completar onde ainda faltam. E, assim, ter uma política para essas pessoas que deram um duro danado na vida e agora querem ter qualidade.

RCV – Por falar em reduzir a mortalidade materno-infantil, a maternidade Dona Evangelina Rosa já está saturada. Quando o goREVISTA CIDADE VERDE | 14 DE OUTUBRO, 2018 | 9


verno pretende entregar a nova maternidade aos piauienses? WD – Final de 2019. Eu espero que

não tenha nenhum problema na obra, que está andando bem, para que no final do próximo ano a gente possa ter tanto o Hospital Infantil, que está em um local problemático – estou cuidando de fazer uns investimentos lá para a gente poder ter uma melhor condição de trabalho para aqueles heróis e heroínas – como na Maternidade Evangelina Rosa, que é um verdadeiro pronto-socorro para a mulher e para o bebê. Hoje, boa parte dos atendimentos é feita em Parnaíba, Piripiri, Floriano, Picos e vai se expandir ainda mais.

RCV – A atual maternidade, então, vai ser desativada? WD – Sim, vai ser desativada. Nós va-

mos fazer uma nova e bela estrutura, bem equipada, em condições não só de um melhor ambiente para o trabalho, mas para obter melhor resultado em salvar a vida dos bebês e das mulheres.

RCV – O senhor já admitiu que um dos seus maiores desafios no próximo mandato é a questão da Previdência. De que forma o senhor pretende equacionar esse problema? WD – Lado bom: nós já começamos.

E veja que vários estudiosos do tema já citam o Piauí como um dos estados que melhor avançaram neste período. Veja que as medidas que eu tomei foram impopulares, como o reajuste para 14% da alíquota da previdência, a patronal de 28%. Mas isso permitiu que um déficit, que era para fechar em R$ 1,3 bilhão, fechasse em cerca de R$ 10 | 14 DE OUTUBRO, 2018 | REVISTA CIDADE VERDE

Um ponto eu não posso deixar de considerar: a situação não parou de piorar no Brasil. Por isso, o setor público e o setor privado têm que estar atentos. 1 bilhão. Mas ocorre que R$ 1 bilhão ainda é muito dinheiro. Imagine esse valor, todo ano, sendo destinado para investimentos. Tive uma reunião já no meu primeiro dia após a eleição para tratar disso. Nós aprovamos a criação de dois fundos: um com recebíveis, que são tributos não pagos. Vamos ter uma forma moderna de cobrança, de negociações, enfim, essa receita vai vir para o fundo de previdência; o outro é na área relacionada a um fundo imobiliário. Nós já tratamos com a Caixa Econômica, que entende mais dessa área imobiliária no setor público, para cuidar disso. Temos um terreno, por exemplo, lá em Lagoa do Barro. Vamos arrendá-lo para colocar torres eólicas e eles vão pagar cerca de R$ 2,4 mil por cada torre. Com mil torres, são R$ 1,4 milhão. Vai para onde esse dinheiro? Para o fundo de previdência, para os aposentados e pensionistas. Esse caminho é um caminho que o Brasil vai ter que olhar para ele, porque não tem segredo. Era para ter uma poupança ao longo da história do Piauí de R$ 20 bilhões, gerando

um rendimento de 10% ao ano, que equivale a R$ 2 bilhões que, somados com a contribuição patronal e laboral, resolveriam o problema. Mas não tem, essa poupança é muito pequena. Então, nós vamos ter que encontrar uma alternativa e eu estou muito animado com essa perspectiva. Aliás, é um grave problema que eu enfrentei nesse mandato, não foi fácil, e é um desafio que vai ser ainda bastante delicado.

RCV – Muito se comentou sobre as finanças do estado durante a campanha eleitoral. Qual é a real situação financeira do Piauí? WD – Quem diz isso não sou eu.

Qual o estado brasileiro que, em 2015, 2016 e 2017, teve a maior capacidade de investimentos, variando de 8 a 12%? O Piauí. Entre primeiro, segundo, terceiro e quarto do Brasil. A Fundação Getúlio Vargas acaba de avaliar e dizer que é o oitavo estado mais eficiente do Brasil, o quinto mais competitivo. Quando a empresa vai tomar a decisão de onde investir, nós estamos entre os oito primeiros do Brasil. Ultrapassar onze estados na área da educação? Isso aqui não acontece por acaso. Na minha opinião, nós vamos cuidar para ser ainda mais eficiente, mas eu lhe digo que estamos fazendo o dever de casa.

RCV – Não há mais risco, então, de haver novos atrasos no repasse do PLAMTA, dos consignados, ou mesmo atraso de pagamento de servidores? WD – Nós estamos cumprindo a tabela e vamos seguir cumprindo a tabela, pagando os salários e o décimo terceiro. Mas um ponto eu não posso


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