ENS - Carta Mensal 518 - Agosto 2018

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Ano LVIII • agosto • 2018 • no 518

Equipes de Nossa Senhora

CARTA Especial

FÁTIMA

XII Encontro Internacional

Dia dos Padres e Pais

Rezemos por eles


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N

D

01 Editorial Super-Região 02 Rezem pelos Padres 03 Futuro de Primavera 04 Acompanhando 06 Transfiguração do Senhor 07 Gravado no seu coração 08 Henri Caffarel - o homem e sua missão 10 Colóquio sobre Padre Caffarel 12 O Rosário 15 18 19 21

Igreja Católica Ano do Laicato Palavra do Papa 50 Anos de Sacerdócio

Especial Fátima XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora

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I 33

C

MEDITANDO EM EQUIPE

E

Enviados Para Salvar

Raízes do Movimento

A palavra de Deus

O Próximo, Sacramento do Cristo

Foi a Nazaré, lugar onde tinha sido criado. No sábado, segundo seu costume, entrou na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, encontrou a passagem onde estava escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres, mandou-me anunciar aos cativos a libertação, aos cegos a recuperação da vista, pôr em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor” (Is 61,11).

Testemunho 35 As nossas missões nas ENS 36 O Conselheiro e sua interação 38 39 40 41

com as Equipe Encontro Festivo da Equipe 3

Depois enrolou o livro, entregou-o ao servente e sentou-se. Todos na sinagoga tinham os olhos voltados para ele. Então começou a dizer-lhes: “Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura diante de vós”. Todos lhe davam testemunho e admiravam as palavras encantadoras que saíam de sua boca. (Lc 4,16-22)

Reflexão O Calo da Aliança Cordel ENS Honrar Pai e Mãe

Reflexão

45 Notícias

– Jesus apresenta-se como o enviado de Deus para anunciar seu plano de salvação para a humanidade: a riqueza de um sentido para a vida, a libertação do mal, a luz da verdade, a liberdade. – Você como esposo e esposa, e como casal tem sobre você o Espírito que qualifica você como anunciador e salvador dos valores do amor conjugal para todos os casais. – Como você o tem feito? Que pode e vai fazer?

48 Dicas de Leitura

Oração espontânea

Formação 43 EEM Encontro das Equipes em Movimento Chamou-os e eles seguiram-no

– Reconheça sua vocação e sua missão – Agradeça, peça perdão das omissões, peça ajuda para cumprir sua tarefa. – Diga ao Senhor o que pretendem fazer.

Vida no Movimento Super-Região Brasil Formação Nacional para novos responsáveis 2018

Oração litúrgica (Com o Salmo 18 louvemos o Senhor que chamou vocês para o matrimônio e envia o casal como anunciador do amor conjugal.) Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos. O dia passa a mensagem ao outro dia e a noite conta a notícia à outra noite.

Carta Mensal

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Pe. Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi - Fotos: Pixabay - p. 35, 36, 39, 41 - Tiragem desta edição: 28.500 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Equipes de Nossa Senhora

Não é uma fala, nem são palavras, sua voz não se ouve. Por toda a terra se difunde o seu anúncio e aos confins do mundo a sua mensagem.

no 518 • agosto • 2018

Lá ele armou uma tenda para o sol que surge como o esposo do quarto nupcial; exulta como um herói que percorre o caminho. [...] A lei de Javé é perfeita, conforto para a alma; o testemunho de Javé é verdadeiro,

torna sábios os pequenos. As ordens de Javé são justas, alegram o coração; é puro o mandamento de Javé, ilumina os olhos. É límpido o temor de Javé, dura para sempre; os juízos de Javé são verdade, são todos justos. São mais preciosos que o ouro, que muito ouro fino, mais doces que o mel e que o licor de um favo. [...] Dignai-vos aceitar as palavras de minha boca e os pensamentos de meu coração. Javé, meu rochedo e meu redentor.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


editorial Queridos irmãos equipistas,

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omos convidados a recordar, especialmente neste mês, os chamados que Deus nos faz. São as vocações. Em que campo Deus o chama a servir dentro de sua igreja? Somos todos “chamados” pelo batismo. É um mês voltado para reflexão e oração. O mês vocacional nos provoca a refletir nosso papel e compromisso com a Igreja e a sociedade. A partir do momento em que tomamos consciência, precisamos agir. Convocamos a todos a rezarem pelos nossos SCE e deixamos aqui nosso agradecimento pela dedicação às ENS. Deus os abençoe! Com o mesmo sentimento de reconhecimento e gratidão, os pais são homenageados nesta edição. Não deixem de ler a “Palavra do Papa”, que explica a importância do pai na família. Ainda nesta Carta, na bandeira "Vida do Movimento", observamos a dedicação do Movimento na realização do 2º Encontro Nacional para Novos Responsáveis promovido pela Super-Região Brasil sempre com o intuito de manter os equipistas formados e fiéis ao Carisma e à Mística do Movimento. Por fim, com muito entusiasmo, trazemos um pouquinho do Encontro Internacional de Fátima que ocorreu entre os dias 16 e 21 de julho em Portugal. Mais de 3 mil brasileiros entre os 9 mil participantes vindos de diversos locais do mundo, numa manifestação que mostra a globalização do Movimento. Os amarelinhos encheram o encontro com muita alegria. Que a celebração do mês vocacional nos traga as bênçãos do Pai para vivermos a nossa vocação, na certeza de que todas são importantes e indispensáveis. A Paz e Alegria de Jesus Tema 2018: “A MISSÃO DO AMOR”

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Fernanda e Martini CR Carta Mensal

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super-região

Rezem pelos Padres Todos os anos, durante o mês de agosto, tradicionalmente temos um domingo para celebrar o Dia do Padre. Nesta ocasião especial a comunidade tem a possibilidade de refletir sobre a vocação e missão de homens, dentre os quais tenho a felicidade de estar incluído, que escolheram aceitar um chamado de não somente seguir o Mestre, mas de configurar-se a Ele. Quero aproveitar meu espaço para trazer até vocês, casais que convivem conosco abrindo as portas não só de suas casas, mas muitas vezes de seus corações, uma breve reflexão. Confesso que não sou de ficar lendo mensagens recebidas pelos meios virtuais, mas uma me chamou atenção. Li e quero reproduzi-la aqui. Não é de minha autoria, mas como não tinha fonte não posso dar crédito a ninguém. Leia em casal e converse um pouco. A mensagem era mais ou menos assim: "Se o Padre é ativo, é ambicioso. Se é calmo, é preguiçoso. Se o Padre é exigente, é intolerante. Se não exige, é displicente. Se o Padre visita, é incômodo. Se não visita, é irresponsável com os fiéis. Se o Padre fica com os jovens, é imaturo. Se fica com os adultos, é antiquado e ultrapassado. Se fica com as crianças, é infantil. Se procura atualizar-se, é mundano. Se não se atualiza, é ultrapassado. Se não tem boa oratória, é despreparado. Se tem boa oratória, é exibido. Se procura agradar a todos, é sem personalidade. Se procura corrigir, é sem caridade. Se o Padre se 2

veste bem, é vaidoso. Se veste-se mal, é relaxado. Se não sorri, é antipático, metido. Se sorri, não dá para levar a sério. Se realiza projetos novos, só quer viver de promoções. Se não realiza, não é criativo. Se o Padre fala alto, é irritante. Se fala baixo, não atinge ninguém. Se o Padre celebrar a missa na rua, está vulgarizando a liturgia. Se ficar só na igreja, é acomodado. Se o Padre está triste, já dizem que perdeu a fé. Se o Padre fica doente, é fraco e debilitado. Enfim, ser Padre é um enorme desafio, uma missão divina confiada a homens limitados e pecadores. Rezem pelos padres". Caros equipistas, os sacramentos da ordem e do matrimônio, na inspiração de nosso carisma, são vistos como sacramentos que se unem e se ajudam no caminho da santidade. Proponho que reze, nem que seja uma Ave-Maria, pelo seu conselheiro, pároco e padres que fizeram ou fazem parte de sua história. Queridos amigos, rezem por nós, esse é nosso maior presente no nosso dia. Que Deus nos abençoe e nos fortaleça na missão! Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 518


Futuro de Primavera

Neste mês lembramos a Assunção da Virgem Maria, a jovem de Nazaré, que, tendo recebido o anúncio do Anjo, parte depressa para ir ter com Isabel nos últimos meses de sua gravidez prodigiosa.

O maior dom que Maria oferece a Isabel – e ao mundo inteiro – é Jesus que já vive nela; e dela assumiu a carne humana para sua missão de salvação: “O Verbo fez-se carne e veio habitar no meio de nós” (Jo 1, 14). E quando Maria chega, a alegria transborda, porque a presença invisível, mas real de Jesus, a tudo dá sentido: à vida, à família, à salvação do povo...Tudo! Esta alegria plena exprime-se na voz de Maria num canto de louvor a Deus, o Magnificat, que realiza grandes coisas através das pessoas humildes, desconhecidas ao mundo, porque a humildade é como um vazio que deixa espaço a Deus. O humilde é poderoso porque é humilde; não porque é forte. CM 518

O Magnificat canta o Deus misericordioso e fiel, que cumpre o seu desígnio de salvação com os pequenos e os pobres, com os que têm fé N’Ele, que confiam na sua Palavra, como Maria. Isabel exclama: “Feliz daquela que acreditou” (Lc 1, 48). Deus não é uma recordação mas uma presença, uma Pessoa, que quis compartilhar a nossa história. E como o amor de Jesus nos alcança hoje? Também para nós a Galileia é o lugar onde tudo começou! Então é necessário voltar àquele ponto incandescente, onde a Graça de Deus me tocou, quando seus olhos se cruzaram com os meus, olhou-me com misericórdia, e pediu-me para O seguir... Este olhar precede-nos sempre, como nos recorda Santo Agostinho, falando de Zaqueu: “Foi olhado e então viu” (Sermão 174, 4,4). 3


Deus é oferecido a todos – é um dom, uma graça – mas não é servido numa bandeja de prata, exige um dinamismo: buscar, caminhar, trabalhar. A atitude de busca é essencial para O encontrar. Quando O encontramos, é necessário que esta descoberta não seja estéril, deve-se sacrificar qualquer coisa por ela. Não se trata de desprezar o resto, mas de o subordinar a Jesus, pondo-O em primeiro lugar. No caminhar teremos dificuldades e sofrimentos, mas não devemos nos assustar, pois fazem parte do caminho. Também não podemos permanecer inativos, olhar das varandas para a realidade, ou comodamente no sofá ver o mundo que passa diante de nós na TV. Como na casa de Isabel, que se encheu de alegria, com a presença de Jesus, vamos viver como uma oportunidade a mudança de época na qual estamos imersos, atravessar com fé os momentos mais dolorosos e difíceis, comunicando de modo convincente a alegria do

Evangelho, que dá a capacidade de nos perdoar, nos compreender e nos apoiar reciprocamente, como verdadeiros irmãos de Jesus e filho s de Maria. Que a Mãe celeste obtenha para todos a alegria, e um futuro de primavera que espera a flor, aguarda o fruto e se põe à espera do sol que é Jesus, que nos abraça e nos acompanha ao longo do caminho. Diz o Senhor: “Eis que Eu renovo todas as coisas!” (Ap 21, 5). Vamos acreditar porque o nosso Pai é o Deus das novidades, das surpresas!

Hermelinda e Arturo CR Super-Região

Acompanhando De alguma forma, todo ser humano deseja comunicar aos demais algo que cultiva em seu interior. Procura transmitir aquilo que lhe proporciona alegria e contentamento, ou aquilo que lhe causa apreensão e sofrimento. Em geral, sempre há algo a comunicar e partilhar. Para nós, cristãos, isso significa capacidade de colocar em ação os dons recebidos de Deus. Mesmo não tendo consciência disso, são dons pessoais, que só produzem frutos se forem colocados a serviço dos outros. Conforme existir partilha, haverá também enriquecimento. Em meio a uma sociedade marcada pelo egoísmo, vivenciar e exercer esta tarefa é algo difícil. Produzir os frutos necessários para uma convivência harmoniosa, de respeito, de perdão e de paz, em meio a uma sociedade que julga e condena, onde impera a intolerância e a desigualdade, torna-se cada vez mais complicado. Está faltando perdão. E essa falta está causando divisão e distanciando cada vez mais o convívio até mesmo entre as pessoas mais queridas. Divisão entre pais e filhos, di4

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visão entre grupos, divisão entre religiões, divisão entre casais. Nuvens escuras de medo e de insegurança impedem as pessoas de ver o caminho da verdade e seguir, assim são atraídas para o desânimo e a descrença, planos mal elaborados e mal conduzidos, sonhos não realizados e decisões mal assumidas. Atento a tudo isso e diante dessa realidade que nos rodeia, neste mês, nosso Tema de Estudo "A Missão do Amor"através da Reunião 5 Acompanhando e assim como dito em seu discurso em Roma (Encontro dos Casais Responsáveis Regionais, em 2015), pelo nosso querido Papa Francisco, que convocou todos os casais equipistas, para que, fortalecidos pela vivência e participação no Movimento, possamos irradiar o amor conjugal e testemunhar aos jovens casais que o sacramento do matrimônio vale a pena, mas que, além disso, possamos também nos empenhar em acolher, formar e acompanhar na fé os jovens casais, antes e após o matrimônio, de uma forma concreta e criativa. É oportuno lembrar que, como cristãos, somos responsáveis a difundir a verdade e o amor, sempre. Com certeza será muito gratificante se primarmos pela alegria, pela bondade e pela misericórdia, por onde passarmos. Teremos como recompensa a garantia de que os dons se tornarão maneiras nobres de comunhão entre os irmãos e com o próprio Deus. Para nós, equipistas, essa é mais uma grande oportunidade de crescimento e de conversão que Deus nos dá diariamente através dos meios que o Movimento nos oferece e que, através do serviço, podemos vivenciar de forma mais eficaz. A Exortação Apostólica Amoris Laetitia (211, p. 166) diz o seguinte: Tanto a preparação próxima como o acompanhamento mais prolongado devem buscar que os noivos não considerem o matrimônio como o fim do caminho, mas o assumam como uma vocação que os lança para diante, com a decisão firme e realista de atravessarem juntos todas as provações e momentos difíceis. O tema nos apresenta várias maneiras e exemplos de trabalhos realizados com noivos e recém-casados, mas temos certeza de que, com tanta diversidade de dons, cada um encontrará a sua maneira de servir. Boa sorte a todos. Lu e Nelson CRP Centro-Oeste CM 518

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6 DE AGOSTO

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR A festa da Transfiguração do Senhor é celebrada desde o século V no Oriente e desde 1457 no Ocidente. Conforme os relatos dos Evangelhos: Mt 16, 16; Mc 8, 29; e Lc 9, 20, a transfiguração acontece após o anúncio da Paixão de Jesus, notícia que deixa os discípulos abatidos, assim Jesus fortalece a fé dos Apóstolos perante a proximidade da sua Paixão (Cf Mt 16, 21; Mc 8, 31; e Lc 9, 22). E manifesta sua glória divina, confirmando assim a recente confissão de Pedro - tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! A presença de Moisés e Elias é bastante eloquente: eles também presenciaram a glória de Deus na Montanha; e simbolizam o que a Lei e os profetas tinham anunciado sobre os sofrimentos do Messias. Os evangelistas narram também que, quando Pedro ainda estava a propor que se fizessem três tendas, uma nuvem de luz cobriu-os e uma voz disse desde a nuvem: "Este é o meu Filho muito amado, em quem pus a minha complacência: 'Ouvi-O'" (Mt 17, 5. Cf Mc 9, 7; e Lc 9, 34-35). Para o Papa emérito Bento XVI, o sentido mais profundo da transfiguração “encontra-se nesta única palavra. Os discípulos devem voltar a descer com Jesus e aprender sempre de novo: 'Ouvi-O'”. Assim os discípulos de ontem e de hoje, Ouvindo-O terão suas vidas transformadas pela luz divina e não deverão se acomodar, mas devem descer para a planície e ir ao encontro daquelas pessoas e situações que precisam ser transfiguradas. Ouvi-O, é um convite pessoal e para contribuir com nossa luz na vida daqueles que nos rodeiam. Confirmando assim o que tinha dito Jesus: “Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte porque uma luz acima de um monte não pode ser ocultada” (Mt 5, 14). REFERÊNCIAS: • Catecismo da Igreja Católica, nºs 555 e 568. • RATZINGER Joseph/Bento XVI, Jesus de Nazaré. Desde o Batismo à Transfiguração, pág. 392.

Padre João Batista de Lima SCE P Centro-Oeste 6

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G ravado

no seu

coração! Queridos irmãos equipistas, esperamos encontrá-los na paz e na alegria do Senhor! Santo Agostinho em seu comentário sobre o Salmo 125 (Pl.37.1667) nos leva a refletir sobre como podemos exercer o auxílio mútuo. Eis, diz ele, que chega alguém rico a beira de um rio e precisa atravessá-lo, mas não sabe nadar. Chega alguém mais pobre e ajuda-o a atravessar o rio, nisto, o pobre faz-se esmola para o rico. Nisto o pobre é rico e o rico é pobre. Este é apenas um aspecto humano para lembrar que em cada um de nós existem dons, riquezas, presentes que Deus nos deu para que pudéssemos ajudar uns aos outros, para exercitar-mos o auxílio mútuo. Talvez você possa ajudar alguém com seus braços, pois em certos momentos, seu abraço, seu carinho, seu sorriso, são muito mais valiosos que seus bens. Outro precisa de um conselho, e nisto és rico, pois Deus pode ter te concedido este tesouro. Outro ainda necessita de consolo, e nisto talvez tu és rico, pois Deus te concedeu em abundância o dom da consolação. Outros estão longe, não te conhecem, nem sabem que existes, mas precisam, necessitam da força CM 518

da tua oração, vais por ventura negar-lhe teu auxílio? Talvez tua oração possa ser os braços que o farão atravessar o rio, que o levarão de volta para casa, quem sabe a luz que iluminará o caminho de quem está perdido, aflito, sem esperança. Sabemos quanto bem faz um farol, na noite escura, principalmente nas noites da vida. Procura, pois no tesouro do teu coração, quem sabe Deus tenha te confiado um Dom que ainda não descobriste e que pode auxiliar muitos dos teus irmãos. Não é difícil encontrar, pois o Senhor gravou com todo o seu amor, está escrito, pulsando em teu coração: “INTERCESSOR”. Aguardamos por você: Venha se unir a nós, seja também um intercessor! Dúvidas,pedidos de orações,inscrições, nós os aguardamos com imenso amor. Email: intercessao@ens.org.br Invocamos sobre todos as bênçãos de Nossa Senhora. Com carinho e oração, Maria Goretti e Moacir Vieira Casal Intercessor Nacional Super-Região Brasil 7


Henri Caffarel, o homem e sua missão 5. O tempo dos amadurecimentos. “A Carta”. Em 1949 Pe. Caffarell encontra-se com o encargo de quatro movimentos e três revistas. Mesmo com a colaboração de sacerdotes e leigos é um trabalho estafante e ele está presente em toda parte e atento a tudo, principalmente às Equipes de Nossa Senhora que vivem então uma expansão internacional. Em 1947, que fora o ano da “Carta” ou Estatutos, as ENS seguiram para a Bélgica e depois Tunísia e Luxemburgo e em 1950 tinham se implantado no Brasil, Espanha, Ilhas Maurício, Holanda, Marrocos e Canadá. Esta expansão foi principalmente de "boca em boca" através dos equipistas, também dos retiros e recolhimentos dados por Caffarel e a irradiação de L’Anneau d’Or. Nos anos do pós-guerra, os grupos de casais multiplicam-se rapidamente. Pe. Caffarel e os três casais que cuidam de sua expansão preocupam-se se não haveria neste sucesso certa vaidade e uma ameaça de enfraquecimento. Às dificuldades da guerra seguiram-se as facilidades encontradas na paz; à oposição que os grupos de casais encontraram por parte da Ação Católica e de certos bispos, sucede um certo consenso. Os grupos começam a ultrapassar as fronteiras francesas, 8

Caffarel e a equipe dirigente pensam que pode ser o momento de estruturar o Movimento e dar-lhe uma regra, no que tem sido uma experiência amadurecida por sete anos. Pe. Caffarel apresenta em uma reunião, em 28 de outubro de 1947, as grandes linhas da regra para um aperfeiçoamento. Esta regra passa a denominar-se Charte das Equipes Notre Dame (Carta das Equipes de Nossa Senhora); no Brasil traduzida como Estatutos. Esta “Carta” apresenta uma introdução explicativa, depois um preâmbulo: “Por que as Equipes de Nossa Senhora” que exprime com força os objetivos do Movimento, o que Caffarel esperava dele, isto é: "conduzir os casais à santidade". Usa a palavra "equipe" à palavra grupo porque "implica na ideia de um objetivo preciso, perseguido ativamente e em comum". A segunda parte fala da "mística das Equipes", resumida em duas palavras: auxílio mútuo e testemunho. A terceira parte, "a disciplina das Equipes" expõe a regra, "leve o bastante para não interferir na personalidade e na missão de cada casal, e firme o bastante para defendê-lo da acomodação". Fala da equipe, do número de casais, da Reunião e suas partes. Fixa para cada casal "obrigações", com as quais ele se comprometa: regra de vida, oração diária com a família, oração das Equipes, CM 518


"dever de sentar-se" mensal, o estudo do tema proposto, com resposta por escrito, a leitura do bilhete de espiritualidade da “Carta Mensal”, a contribuição anual, a hospitalidade; acrescenta a obrigação anual de participar de um retiro fechado. Tem ainda uma página que define o papel do responsável de equipe – "é o responsável pelo amor fraterno", e as condições para bem desempenhá-lo, com dez minutos diários de oração interior e uma missa durante a semana. E afirma: "cada equipe deve contar com a assistência de um sacerdote". Estipula as condições para iniciar uma nova equipe ou admitir um novo casal numa equipe existente. Três partes sucintas tratam da Carta Mensal, do Casal Ligação e da Equipe dirigente. Duas notas referentes a ‘Equipes de Nossa Senhora e a paróquia’ e ‘Equipes de Nossa Senhora e L’Anneau d’Or’ encerram este material. Assim é o documento fundador das Equipes de Nossa Senhora, expressamente desejado por Pe. Caffarel para firmar sua obra. A “Carta” foi publicada na Carta Mensal francesa de janeiro de 1948 com anexo para uma Adesão dos Grupos de Casais às Equipes de Nossa Senhora, com nome e endereço de seus membros para receberem a Carta Mensal. Duas reuniões de esclarecimento são previstas e as perguntas são solicitadas por escrito. A “Carta” não foi recebida favoravelmente por todos, nem houve preparo psicológico para ela; alguns a aceitaram e até festejaram, mas, outros a recusaram sem rodeios. Adesão e recusa demoraram a chegar e os esforços da Equipe Dirigente pelos anos seguintes serão todos com o objetivo da aceitação da “Carta”. Acontecem muitas perguntas e resposCM 518

tas: ‘leiam bem a “Carta” e verão que ela lhes pede que sejam missionários’, "Se as Equipes de Nossa Senhora não forem um viveiro de homens e mulheres prontos a assumir corajosamente todas as suas responsabilidades na Igreja e no mundo, perderão a sua razão de ser". Pe. Caffarel ,firme no leme, critica no editorial “Espiritualidade de locador de cadeiras” aqueles que, em qualquer campo, só querem receber e nunca dar, e vivem decepcionados. Assim, progressivamente, se faz a escolha e as Equipes de Nossa Senhora assumem a sua feição definitiva. Não há estatística de quantos aderiram à “Carta”; o sentimento dos que viveram aquela época é que a maioria seguiu Pe. Caffarel. Mas, àqueles que recusaram a “Carta”, Pe. Caffarel, sempre cheio de projetos, não irá abandoná-los e imagina para eles um novo Movimento, para continuarem a trabalhar no mesmo espírito de maneira diferente. Mas, apesar dos esforços desenvolvidos, esse Movimento será dissolvido após poucos anos. FONTES: • “Henri Caffarel. Um homem arrebatado por Deus”, Jean Allemand. Tradução de Gerard François Duchêne e Monique Duchêne – ENS 1997. • GUIA DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA. Equipe Responsável Internacional. Super-Região Brasil.

Paulo José (da Yara) / Salma e Paulo Eq. 01B - N.S. da Esperança São José dos Campos-SP 9


Colóquio sobre Padre Caffarel (Colóquio Internacional – 8 e 9 de dezembro de 2017) A segunda sessão do dia 9 – HENRI CAFFAREL, PROFETA PARA O CASAL E PARA O MATRIMÔNIO – teve como moderador o Padre Jacques de Longeaux, presidente da Faculdade Notre-Dame, sediada no Collège des Bernardins, e se iniciou com a palestra da Irmã Fernanda Barbiero (Itália), um resumo da sua tese de doutorado: “A espiritualidade do matrimônio na revista L’Anneau d’Or fundada pelo Padre Henri Caffarel”. Principais pontos mencionados: L’Anneau d’Or teve como fundamento os valores vividos e o aprofundamento de uma espiritualidade que encontrava sua verdade no mais concreto da vida dos esposos, o que foi um método revolucionário e original - [“ao lado do ensinamento da Igreja transmitido pelos clérigos, nela se lerá as experiências dos casais que se esforçam em viver como cristãos”]1. 1 - “Présentation”, L’Anneau d’Or, n°1, 1945-1946

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Trabalho teológico e espiritual, e de reflexão filosófica e antropológica, viva, eficaz e densa, a revista era muito esperada pelos leitores que a consideravam uma consciência crítica e provocadora. L’Anneau d’Or se concentra sobre a renovação espiritual que revela o matrimônio como lugar onde se realiza a santidade dos esposos. O casal que quer se conhecer e se amar a fundo deve penetrar no mistério de Cristo [“O mistério do matrimônio só pode ser realmente entendido e vivido por cristãos ávidos de conhecer, de contemplar, de viver o mistério de Cristo” 2]. A revista abriu caminhos de reflexão que ainda não foram percorridos. É preciso “reconhecer que L’Anneau d’Or teve o mérito de ter iluminado o caminho da espiritualidade conjugal e de ter dado ardor e força 2 - Ambroise-Marie CARRÉ o.p., L’Anneau d’Or, n° 99-100, 1961, p. 352.

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aos que o percorriam. L’Anneau d’Or, no fundo, é a história dos fermentos que não cessam de trabalhar a Igreja sempre sujeita ao tempo. Sua contribuição à pastoral foi preciosa”. Em seguida, o Padre Louis de Raynal (SCE, doutor em teologia com tese e livro baseados nos escritos do Pe. Caffarel, fez sua apresentação intitulada “Sobre o impulso do Padre Henri Caffarel, as Equipes de Nossa Senhora a serviço do matrimônio”. Apresentação longa, bonita e profunda. Nos levou a refletir sobre o Mistério que está presente no coração do casamento, sobre a descoberta do tesouro que é a busca da santidade através da espiritualidade que decorre do Sacramento do Matrimônio, sobre o casamento como um dom trinitário e sobre a mística do casamento que é o dom do amor que os esposos se dão um ao outro. A reflexão continua a partir da pergunta: “Convictos desse carisma, como as ENS vão caminhar?” Consultando os documentos ligados à vida do Movimento, Pe. de Raynal indica quatro vias que permitem às ENS se apropriarem do tesouro do Sacramento do Matrimônio, vivê-lo e testemunhá-lo com fidelidade e criatividade: o casamento como encontro com o Cristo, o casamento como missão, o segundo sopro e a vida em Equipe e os meios concretos propostos pelo Movimento. Pe. de Raynal diz o quanto se senCM 518

tiu tocado pelos discursos dos Papas dirigidos às ENS. Desde 1970, com o Papa Paulo VI, até 2015, com o Papa Francisco, a alusão ao Mistério Pascal no seio do casal e o chamado à santidade estão sempre presentes. Termina dizendo que graças às ENS uma revolução aconteceu na Igreja e todos nós somos chamados a sermos profetas da alegria do Sacramento do Matrimônio. E ncerra se dirigindo ao nosso Fundador: “Querido Padre Caffarel, nós não queremos ser como as árvores que chamamos ‘chorão’! Elas são boas para o cemitério! E mesmo lá, elas não parecem acreditar na Ressurreição. Nós queremos ser esses profetas da alegria que vós, aí do Céu, procurais fazer surgir! Sim, querido Padre, nós queremos, casais e padres juntos, ser profetas do Sacramento do Matrimônio! Este sacramento que, acolhido na fé, transfigura a vida cotidiana em um vinho novo. Intercedei por nós: o Movimento das Equipes de Nossa Senhora tem ainda muito a dizer à Igreja e ao mundo!”. Continuaremos na Carta Mensal de setembro com a última palestra desta tarde ("Cristo no centro do casal"). Vicélia e Magalhães CR da SRB Associação de Amigos do Pe. Caffarel no Brasil 11


O ROSÁRIO

MISTÉRIO DE CRISTO, “MISTÉRIO” DO HOMEM MISTÉRIOS LUMINOSOS 1º MISTÉRIO LUMINOSO - O Batismo de Jesus no Rio Jordão Os mistérios da vida de Cristo iluminam os mistérios da nossa vida. Quando Jesus, o Príncipe da Paz, deixou-se mergulhar no Rio Jordão, o céu se abriu e ouviu-se uma voz que dizia: Este é o meu filho muito amado. Pensemos em nossas famílias, filhos, filhas, muito amados. O céu se abre e o Espírito Santo se derrama sobre os que abrem o seu coração para Deus. Que bem mais precioso poderíamos desejar para nossas famílias, que serem amados, queridos por Deus e terem sobre suas vidas a luz do Espírito Santo. Se tiver oportunidade reze o terço com sua família este mês. Se não for possível, os apresente-a a Deus em suas orações. Vamos rezar este mês pedindo por todos as famílias o auxílio, a proteção, a intercessão da Virgem Maria. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 2º MISTÉRIO LUMINOSO - Autorrevelação de Jesus nas Bodas de Caná Caná é também para nós mistério de luz. Jesus ao transformar a água em vinho, abre o coração dos discípulos à fé, graças à intervenção de Maria, a primeira que acreditou. No texto de João temos apenas um aspecto concreto da pobreza humana “Eles não têm mais vinho”. Mas tem um valor simbólico: dá se, portanto, uma mediação. Maria põe-se entre o seu Filho e os homens nas suas necessidades, pobreza e sofrimento. Ela se coloca “no meio”, isto é, faz-se de mediadora, não como uma estranha, mas na sua posição de mãe, consciente, e, como tal, de poder mostrar ao 12

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Filho as necessidades dos homens. Maria “intercede” pela humanidade. Na simplicidade das palavras da Mãe de Jesus, vimos sua bondade, seu carinho pelos homens, a atenção maternal com a qual ela vê o sofrimento dos outros. Esta é a Mãe pela qual os fiéis recorrem em peregrinação por gerações, a ela todos buscam: santos e pecadores. A ela confiamos as nossas preocupações, necessidades, nossas famílias e a nossa Igreja. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 3º MISTÉRIO LUMINOSO - Jesus anuncia o Reino de Deus e o convite à conversão Mistério de luz é a pregação com a qual Jesus anuncia o advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf. Mc 1, 15), perdoando os pecados de quem a Ele se dirige com humilde confiança (cf. Mc 2, 3-13; Lc 7, 47-48). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus revela a misericórdia de Deus. O olhar de Deus sobre cada um de nós é sempre carregado de muito amor. E porque somos olhados assim, Deus espera que também tenhamos este olhar por nossos irmãos. Olhar cristão. Que acende na alma e no coração o desejo de também amar. “Tenho certeza de que Deus desejaria que, ao menos uma vez na vida, cada um de nós fosse olhado com este amor”. Pe. Caffarel, Presença de Deus, p. 33. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 4º MISTÉRIO LUMINOSO - Contemplamos a Transfiguração de Jesus Segundo a tradição, a transfiguração se deu no Monte Tabor, que significa um lugar onde é bom estar. É bom estar com Jesus, como também é bom estar com quem sentimos a presença de Jesus em seu coração. Gostamos de estar perto de pessoas que acalmam nossa alma, iluminam nossa vida. Esta luz que não sabemos explicar pode ser em parte compreendida quando voltamos nosso olhar para a narrativa da transCM 518

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figuração de Jesus. Os apóstolos que viveram este momento com Jesus relatam como: breve e explosivo. Mas foi decisivo e embora tenha sido como um relâmpago continua a crescer. A prova está aqui. Nós vimos Jesus, encontramos Jesus e vimos em sua vida o mistério que ilumina nosso caminho para encontrar o Deus vivo. Nossa fé é cheia de luz. Não é apenas um momento de fervor, emoção religiosa, é luz e sabedoria. O Espírito Santo nos faz ver Jesus mais do que um mestre de sabedoria. Ele nos leva ver a Deus mais do que o criador, como o amor que recebe pela primeira vez o nome de Pai. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

5º MISTÉRIO LUMINOSO - A Instituição da Eucaristia Mistério de luz é, enfim, a instituição da Eucaristia. “Que enlevo se deve ter apoderado do coração dos discípulos à vista dos gestos e palavras do Senhor durante aquela Ceia! Que maravilha deve suscitar, também no nosso coração, o mistério eucarístico! (Sacramento da Caridade à Santíssima Eucaristia- P. Bento XVI). A Eucaristia alimenta e faz crescer em nós o desejo de caminhar para a santidade, ensina a ver nossos irmãos não apenas com o nosso olhar e sentimentos, mas com o próprio olhar de Deus. Que possamos viver tão unidos ao Senhor, que a nossa própria vida seja um testemunho: não podemos viver sem a Eucaristia. Querido irmão (ã), Jesus aguarda o sacrário do teu coração, o Senhor tem pressa de te encontrar. Rezemos de modo particular neste mistério pelos nossos sacerdotes. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória.... Reza-se o Agradecimento; Salve Rainha. Sinal da Cruz. Maria Goretti e Moacir Casal Intercessor Nacional Super Região-Brasil  14

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igreja católica

Ano do Laicato Caríssimos equipistas, em continuidade ao nosso projeto de estudo sobre a missão dos leigos na mística do apaixonamento e seguimento a Jesus Cristo no ano do laicato, faremos neste mês um estudo do cânone 225 do código de Direito Canônico de 1983 sobre o dever missionário dos fiéis leigos na ordem temporal. “Cân. 225 §1. Uma vez que, como todos os fiéis, através do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar para que o anúncio divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o mundo; esta obrigação é tanto mais premente naquelas circunstâncias em que somente através dele os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer o Cristo. §2. Têm também o dever especial, cada um segundo a própria condição, de animar e aperfeiçoar com o espírito evangélico a ordem das realidades temporais, e assim dar testemunho de Cristo, especialmente na gestão dessas realidades e no exercício das atividades seculares”. Ao se fazer um estudo analítico do conteúdo jurídico-terminológico do cân. 225, podemos iniciá-lo a partir do vocábulo apostolado. Na sua máxima expressão, o termo apostolado se traduz na missão do papa, dos bispos, e, em união com eles, os sacerdotes, os religiosos e os leigos. Cada cristão, pelo fato de ser batizado, é um apóstolo imediato com Cristo-luz, chamado a ser luz do mundo. Consequentemente, o apostolado laical encontra-se no cân. 225 §1, como um dever-direito de todos os fiéis de empenhar-se na obra da evangelização: "Como o Pai me enviou, eu também vos envio" (Jo 20,21). O dever-direito ao apostolado deriva da própria união dos fiéis leigos com Cristo. CM 518

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A origem do direito ao apostolado decorre, como indica o cân. 225, do sacramento do batismo e da confirmação. Trata-se da aplicação aos leigos do princípio geral do cân. 211, sobre o dever-direito à evangelização, aos âmbitos de qualquer modo reservados aos leigos, definindo que o apostolado pode ser realizado de modo associativo. É um direito próprio da conditio libertatis do fiel, daí deriva que o direito ao apostolado não se entende como uma concessão do direito positivo e, portanto, da hierarquia que convocava gratuitamente os leigos a cooperar com ela no anúncio da salvação. O cân. 225 tem um duplo fundamento: o primeiro fundamento é sacramental, uma vez que o fiel é destinado ao apostolado pelo batismo, sem necessidade de uma ulterior confirmação ou de um mandato canônico. O segundo fundamento é eclesiológico, o qual consiste na vocação universal à santidade e ao apostolado, vinculado não somente às pessoas, mas também a todas as circunstâncias de sua vida, que se tornam, assim, um verdadeiro caminho de santidade, cuja vocação que acompanham a autonomia legítima dos fiéis como característica da secularidade e da ação cristã dos leigos. Enfim, direito que decorre da participação de todos os fiéis na única missão da Igreja. Os termos batismo e confirmação constituem o ser e o agir do cristão, como vem confirmado no cân. 225 §1. Pois, cada fiel, que os recebeu, participa da missão da Igreja no mundo. A confirmação é, com o batismo e a eucaristia, sacramento da iniciação cristã, plena incorporação à Igreja. O batismo e a confirmação são o aperfeiçoamento da união com Cristo, confirmando, completamente, a pessoa no caminho comum da Igreja e da missão. O fiel leigo torna-se verdadeiro testemunho de Cristo, sendo obrigado a difundir a fé por meio de palavras e obras. Além disso, o cânone, em análise, afirma: “Uma vez que, como todos os fiéis, por meio do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito [...]” (cân. 225 §1). Uma deputatio. O termo latino deputatio foi traduzido em português por "destinado" e significa aquele que foi delegado. Os leigos são destinados por Deus por meio do batismo. O que significa, entre outras coisas, que o fiel leigo não é "enviado" ao apostolado pelo Bispo ou por uma outra autoridade. Este dever-direito lhe advém do fato de ser batizado. O fato de que esse dever-direito proveniente do batismo e da confirmação seja colocado entre “as obrigações e direitos dos fiéis leigos” poderia fazer crer que ele é sua prerrogativa. Não o é, em absoluto, antes de tudo pelo o que dissemos sobre a igualdade radical dos batizados. Este direito é reconhecido aos leigos, uti omnes christifideles. Ele diz respeito, portanto, a uma função eclesial essencial, porém não específica dos leigos. O direito de todos ao apostolado, e em particular, dos fiéis leigos, é exigível erga omnes, ou seja, ele não pode em si ser limitado a um grupo de pessoas ou a um 16

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setor social, consiste em trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra. O cân. 225 §2, ao afirmar que os leigos têm o dever fundamental: hoc peculiari adstriguntur officio, acrescenta dois termos verbais, que são de fundamental importância: animar e aperfeiçoar. Logo após, prossegue o texto do cânone afirmando que os fiéis leigos, com espírito evangélico, devem animar a ordem das realidades temporais (rerum temporalium) dando testemunho de Cristo, especialmente na gestão dessas realidades e no exercício das atividades seculares. Os vocábulos, realidades temporais: rerum temporalium, são entendidos, fundamentalmente, como as realidades, sociais, políticas e econômicas. A expressão que define o fiel leigo, como animador da ordem temporal, significa que o leigo é corresponsável pela ordem temporal. A Igreja, constituída por pastores, religiosos e leigos, tem como missão a santificatio mundi (a santificação do mundo) e a secularidade como indicativo do momento escatológico. A missão dos fiéis leigos como animadores da ordem temporal é uma característica que os definem. O termo ordem temporal significa secularidade, isto é, o mundo. O mundo é lugar (locus) próprio, especifico dos leigos, ainda que não exclusivo, porque a obra redentora de Cristo, que consiste essencialmente na salvação dos homens, inclui também a restauração de toda a ordem temporal, na qual toda a Igreja, Povo de Deus, é convocada a esta missão. Portanto, a missão da Igreja consiste não só em levar aos homens a mensagem de Cristo e a sua graça, mas também em adentrar e atuar com o espírito do Evangelho as realidades temporais e aperfeiçoá-las (cf. cân. 225 §2). Por este motivo, os leigos, realizando esta missão da Igreja, exercem o seu apostolado tanto na Igreja quanto no mundo, tanto na ordem espiritual quanto na ordem temporal: ordens que, embora distintas, estão de tal modo unidas no único desígnio divino que o próprio Deus pretende recapitular, em Cristo, o mundo inteiro, para formar uma nova criatura, levando-a à plenitude no último dia. O leigo, que é simultaneamente fiel e cidadão, deve sempre se conduzir, em ambas as ordens, por uma única consciência, a cristã.

Prof. Dr. Pe. Orivaldo Pereira Filho* SCER Região SP Oeste II Província Sul II oriper@yahoo.com.br *Mestre em Missiologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma

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Palavra do Papa

Papa explica a importância do pai na família O valor do pai na família foi o tema da catequese do Papa Francisco na Sala Paulo VI. Uma palavra mais que qualquer outra querida a nós cristãos, porque é o nome com o qual Jesus nos ensinou a chamar Deus: pai. O Santo Padre lembrou que até mesmo São José foi tentado a deixar Maria quando descobriu que ela estava grávida, mas, com a intervenção do anjo, ele permaneceu junto à sua esposa. Cada família precisa de um pai, enfatizou o Papa. Para falar do valor do papel do pai, Francisco citou algumas expressões do livro dos provérbios, que são palavras que um pai dirige ao filho e mostram o orgulho de um pai quando ele consegue transmitir sabedoria ao filho. Um pai sabe bem quanto custa transmitir essa herança, quanta proximidade, doçura e firmeza”, disse Francisco, destacando que, quando o filho recebe essa herança, a alegria do pai supera todo o cansaço. A primeira necessidade é essa: que o pai seja presente na família, próximo à mulher para partilhar tudo e que seja próximo aos filhos no seu crescimento (…) Pai presente sempre. O Pontífice ressaltou, porém, que “presente” não é o mes18

mo que ser “controlador, que deve existir a figura do pai-patrão, o pai como representante da lei que se impõe de fora, do pai censor da felicidade dos filhos e obstáculo da emancipação e da autonomia dos jovens. Ressaltou ainda que o problema dos nossos dias não parece mais ser tanto a presença invasiva dos pais mas sim a sua ausência, a sua falta de ação. Como exemplo, Papa Francisco mencionou a parábola do filho pródigo, também conhecida como a parábola do pai misericordioso. Ele destacou a dignidade e a ternura do pai que está esperando o retorno do filho. “Os pais devem ser pacientes. Tantas vezes não há nada a fazer que não esperar: rezar e esperar”. Segundo Francisco, um bom pai sabe esperar e perdoar do fundo do coração, mas também sabe corrigir com firmeza quando é preciso. E acrescentou que, sem a graça do Pai, os pais perdem a coragem. Os filhos precisam de um pai à espera quando retornam de alguma situação de insucesso. Portanto, se há alguém que pode explicar até o fundo a oração do “Pai Nosso”, ensinada por Jesus, este é justamente quem vive em primeira pessoa CM 518


a paternidade. Sem a graça que vem do Pai que está nos céus, os pais perdem a coragem e abandonam o campo. Mas os filhos precisam encontrar um pai que os espera quando retornam dos seus insucessos... A Igreja é empenhada em apoiar a presença dos pais nas famílias, porque eles são protetores da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como São José. Encerramos com uma pequena mensagem do Pe. Henri Caffarel: “Quando um pai de família tem muitos filhos, a alegria é muita, mas as preocupações também. E eu tenho quatro mil filhos. Sou pai de uma família muito numerosa, com muitas alegrias e muitas preocupações. Mas quando os pais descobrem que seus filhos, já crescidos, mantiveram toda

a sua confiança para com o pai e a mãe, a alegria é excepcionalmente grande”3. Adaptado da catequese papal sobre os pais nos meses de janeiro e março de 2015 na Sala Paulo VI.

Cristiane e Brito, Casal Responsável pela Comunicação da Super-Região Brasil

[3]- Henri Caffarel, Testemunho Espiritual, Conferência pronunciada em Itaici em setembro de 1972, disponível em Palestras e Conferências do Pe H. Caffarel no Brasil (2017).

50 ANOS DE SACERDÓCIO Dom Raymundo Damasceno Assis, Cardeal e Arcebispo Emérito de Aparecida, comemorou 50 anos de sacerdócio em 19/3/2018, dia de São José, numa missa festiva na Matriz de Nossa Senhora da Conceição em Conselheiro Lafaiete (MG), onde ele foi ordenado. No Santuário de Aparecida, dia 1/5/2018, também foi celebrada outra missa, como homenagem da Arquidiocese de Aparecida ao seu Cardeal e Arcebispo Emérito. CM 518

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Dom Raymundo merece também as homenagens das Equipes de Nossa Senhora por sua dedicação, desde 1976, quando assumiu pela primeira vez uma equipe. É SCE de três equipes em Brasília. Dom Raymundo nasceu em 15/2/1937, em Capela Nova (MG). Aos 10 anos ingressou no juvenato dos Irmãos Maristas, no Rio de Janeiro. Em 1955, entrou para o Seminário Menor, em Mariana (MG) e, concluído o curso de Filosofia, foi para Brasília, participar da instalação da recém-criada arqui-diocese. Em 1961, foi cursar Teologia em Roma e, em 1965, foi para a Alemanha, onde concluiu o Curso Superior de Catequese. Ao voltar para o Brasil, em 1968, foi ordenado Diácono e, em 19/3/1968, ordenado Sacerdote em Conselheiro Lafaiete (MG). Em Brasília, foi coordenador de Catequese da Arquidiocese, pároco da Igreja do Santíssimo Sacramento, chanceler da Arquidiocese e participou da fundação do Seminário Nossa Senhora de Fátima, onde ficou até a sua ordenação episcopal. Foi também professor de Filosofia na Universidade de Brasília. Foi ordenado Bispo em 15/9/1986, continuando em Brasília, nas funções de Bispo Auxiliar, Vigário Geral da Arquidiocese e diretor do Curso Superior de Teologia para leigos. Foi eleito secretário-geral do Conselho Episcopal Latinoamericano (CELAM), cargo que ocupou de 1991 a 1995, morando em Bogotá, na Colômbia. Retornando a Brasília, foi secretáriogeral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cargo que exerceu por 20

dois mandatos e presidente do CELAM, de 2007 a 2011, e da CNBB, de 2011 a 2015. Em 28/1/2004, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Aparecida, e, em 20/11/2010, Dom Damasceno foi criado Cardeal pelo Santo Padre Bento XVI. Em janeiro de 2017, o Papa Francisco aceitou o seu pedido de renúncia ao cargo de Arcebispo de Aparecida. Com a nomeação de seu sucessor, voltou para Brasília, onde completou 80 anos de idade, em 15/2/2017. Dom Raymundo teve também funções no Vaticano, como Padre Sinodal, na Assembleia Especial para a África, em 1994, na Assembleia Especial para a América, em 1997, na II Assembleia Especial para a África, em 2009, e na Assembleia Especial para o Oriente Médio, em 2010. Foi também membro do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e da Pontifícia Comissão para a América Latina. Não obstante sua intensa atividade pastoral, com funções fora de Brasília e do Brasil, sempre teve atenção especial com as Equipes de Nossa Senhora. Recordamos que, residindo na Colômbia, sempre encontrava uma forma de estar em Brasília e participar das reuniões das Equipes das quais era SCE, sem deixar, mesmo a distancia, de estar ligado aos casais que delas participavam. Obrigado por tudo, Dom Raymundo. Vera e Carlos Assi Eq. 7 - N. S. Aparecida Setor C - São Paulo - SP CM 518


especial Fรกtima XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora Fรกtima, Portugal 16 a 21 de julho de 2018

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16 / JUL / 2018

PRIMEIRO DIA - Abertura “Deixemo-nos encorajar pelos sinais de santidade que o Senhor nos oferece através dos membros mais humildes deste povo” (Gaudete et Exultate, 8)

Convidados a viver a força da internacionalidade, com a presença de cerca de 9.000 membros das Equipes de Nossa Senhora, provenientes de 78 países dos 5 continentes, contando com a presença de 400 Conselheiros Espirituais, mostramos ao mundo que o amor selado pelo Sacramento do Matrimônio é suportado por uma graça sacramental que nos capacita a transformar este grande Sacramento em "obra-prima de Deus", como nos dizia o nosso fundador, Padre Caffarel, faz-nos herdeiros da graça que recebemos. Vivemos tempos fortes de oração e conversão e percebemos que é esse o caminho que nos leva a santidade, mas também é verdade que é a santidade que gera em nós a decisão da conversão. Todas as atividades (oração, meditação, palestras, testemunhos, equipes mistas, Dever de Sentar-se) foram organizadas em temas diários.

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17 / JUL / 2018

SEGUNDO DIA

“Liberdade”

“… O mais novo disse ao pai: “Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.” E o pai repartiu os bens entre os dois.” (Lc 15,12)

Card. Ricardo Blázquez Perez, presidente da CEE (Espanha) Conferência: O Sentido da Liberdade Cristã

Padre Tolentino de Mendonça (Portugal) Nos inspirou a cada manhã com profundas meditações sobre os versículos da passagem bíblica "O filho pródigo"

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17 / JUL / 2018 Walêska e Luiz (Brasil) Testemunho Felicidade: uma resposta à liberdade.

Equipes Mistas Momento de troca de experiências com diferentes culturas e formações. Foram realizadadas três Reuniões ao longo do Encontro.

Rosário na Capelinha das Aparições


18 / JUL / 2018

TERCEIRO DIA

“Dissipação” “Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuia, numa vida desregrada”. (Lc 15, 13) Conferência: "Ecologia Humana: Fraternidade e Comunhão" “A nossa dignidade não vem da ONU, mas de sermos criados à imagem e Deus" Cardeal Peter Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral Conferência sobre o Padre Henri Caffarel e sua canonização Pe. Paul-Dominique Marcovits (França) Redator da Positio da Causa de Canonização do Padre Henri Caffarel Jean Allemand (França), autor de vários livros sobre o Padre Caffarel

Marie d’Ámonville (França), Primeiro Casal Responsável Geral das ENS

Pe. Angelo Paleri (Itália), Causa de Canonização do Padre Henri Caffarel


19 / JUL / 2018

QUARTO DIA

"Arrependimento"

“Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti” (Lc 15, 18) DDS Priorididade da Contemplação do Amor de Deus Riscos de nos afastarmos da vontade de Deus Ajuda mútua para regresso ao projeto de santidade vivida a dois Nossa capacidade de fazer festa para cada conquista, de acolher com misericórdia os pecadores

Mons. Basile Georges Casmoussa, Arcebispo emérito de Mosul Conferência: “O Perdão, a grande prenda do amor”

Procissão para a vigília de adoração


20 / JUL / 2018

QUINTO DIA

“Misericórdia”

“Ainda ele estava longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou” (Lc 15,20)

Celebrações

Todos os dias houveram celebrações organizadas por diferentes países. Na sexta-feira foi a vez do Brasil e celebrada pelo Cardeal Sérgio Rocha, Presidente da CNBB. Conferências:

Viver a justiça misericordiosa de Deus Pe. José Jacinto F. de Farias, scj (SCE ERI)

“Missão do Amor, amor em missão” Tó e Zé Moura Soares (CR ERI)

Noite de Confraternização


21 / JUL / 2018

SEXTO DIA

Festa

“Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado” (Lc 15, 32)

Novos c responsab asais que assumira m ilidade da ERI (2018 a -2024

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Celebração de Encerramento

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ATIVIDADES EXTRAS Exposição, onde todos os países acolheram os equipistas com sua alegria e lembranças típicas

Musical “A Caminho” sobre a fé em Nossa Senhora de Fátima

Irmã Ângela de Fátima Coelho da Silva Palestra sobre o mistério das Aparições de Fátima Percurso Espiritual para a Santidade O Rosário transporta-nos misticamente para junto de Maria dedicada a acompanhar o crescimento humano de Cristo na casa de Nazaré. Isto permite-lhe educar-nos e plasmar-nos, com a mesma solicitude, até que Cristo esteja formado em nós plenamente (cf. Gal 4, 19).

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Pe. Paulo Renato Campos (esq.) e Cardeal Sérgio Rocha 29


ATIVIDADES EXTRAS

Caminho dos Valinhos - Percurso por onde os pastorinhos conduziam suas ovelhas ao pasto e por onde se deslocavam de Aljustrel para a Cova da Iria (um dos locais da Aparição).

Pe. Flávio Cavalca, Hermelinda e Arturo

Dom Jacinto, Pe. Antonio Jr. e casais brasileiros

Todas as homílias, meditações do Padre Tolentino e Palestras estão disponíveis no site ens.org.br, link direto:

Fotos e vídeos do XII Encontro Internacional em Fátima, no

Acervo de Formação Encontros das Equipes de Nossa Senhora XII Encontro Internacional em Fátima 2018, ou em Documentos do Encontro de Fátima

facebook.com/ENSSRBRASIL


vida no movimento

Super-Região Brasil Formação Nacional para novos responsáveis 2018

Participamos nos dias 4 a 6 de maio, do 2º Encontro Nacional para Novos Responsáveis, promovido pela Super Região Brasil, em Itaici-SP, com o tema “Nunca Deixeis de Vos formar!” (Pe. Caffarel, 7.7.1957, Brasil); e o lema: “Dedique à disciplina o seu coração e os seus ouvidos às palavras que dão conhecimento” (Provérbios 23,12). Este encontro destina-se aos novos Casais Responsáveis de Setor e Casais Responsáveis de Região, que iniciaram a missão no segundo semestre do ano anterior. Aproveitamos de cada momento, conhecendo e entendendo melhor os planos de Deus para nossa vida, através do chamado que recebemos. Já na abertura do encontro, Padre Paulo Renato nos levou ao entendimento do Espírito do Serviço, onde cada casal escolheu um outro para lavar-lhes as mãos, procurando mostrar através deste gesto a humildade no servir e que deve ser praticado por pura gratuidade. As palestras apresentadas reforçaram nosso conhecimento sobre o Movimento, nos alertando para o compromisso de sempre nos formar, sendo fiéis ao repassar as informações às nossas regiões e setores, observando os documentos e os estatutos do Movimento. As reuniões de grupos mistos foram riquíssimas, mostrando-nos a “unidade na diversidade” de cada região do Brasil. Debatemos, questionamos, trocamos ideias, coparticipamos. CM 518

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Nosso compromisso é com o Evangelho e com a Verdade e não com o sucesso

Este encontro, que reforçou o discernimento do nosso serviço, muito nos motivou, alertando-nos para sempre manter a fidelidade ao Carisma, à Mística e à Pedagogia das ENS. E nós, CRR e CRS, somos os responsáveis diretos pela formação dos casais equipistas envolvidos na animação das equipes de base. Pudemos também mais uma vez sentir a grandeza e a sabedoria do servo de Deus Henri Caffarel, um homem que viveu acima de seu tempo e realmente um santo, que com a inspiração do Espírito Santo criou este Movimento. E temos a graça de poder dar a nossa pequena contribuição para que as ENS continuem a cativar, encantar e apoiar os casais e as famílias. Que tenhamos sempre em mente as palavras de Hermelinda e Arturo proferidas ao nos enviar em missão: “Eis que, venho fazer com prazer a vossa vontade Senhor! ” Eliane e Wilson CRR Goiás Centro

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raízes do movimento

O PRÓXIMO, SACRAMENTO DO CRISTO

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Neste ano, como em todos os anos, ao fim do primeiro dia de nosso Encontro dos Casais Responsáveis, aqueles que participaram da reunião (mais de 2.000), reuniram-se à noite em pequenos grupos nos lares dos casais parisienses que os receberam para jantar, rezar, conversar fraternalmente. E este ano, como em todos os anos, durante o segundo dia do encontro, uma porção de casais entusiasmados veio me falar da sua noitada da véspera. Um deles me dizia: “Quando chegamos, éramos todos estranhos; quando nos despedimos, nos sentíamos como se fossemos parentes.” Como explicar essa extraordinária “qualidade” das reuniões entre membros das equipes? Pedirei a S. Paulo que responda. E atenção! Quero que meditem sobre os textos destas epístolas que escolhi para vocês: eles nos fazem compreender que o Cristo se dá a nós não apenas de cima para baixo, isto é, através dos Sacramentos, da hierarquia, dos padres, mas também horizontalmente, por intermédio de nossos irmãos. Por meio de irmãos que rezam com tão grande simplicidade, por aquilo que nos deixam perceber de seu desejo de perfeição e também de suas dificuldades, pelas alegrias e dissabores que nos confiam, dá-se a nós o Cristo que neles habita. Acontece que dentro do grande Corpo Místico não somos apenas membros do Cristo, mas “membros uns dos outros” (Ef 4, 25). E temos necessidade do próximo, pois cada um de nós é para os outros o portador de uma graça que lhe é particular. 4 - Editorial da Carta Mensal n⁰ IX/2 de junho de 1961. CM 518

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“O olho não pode dizer à mão: eu não preciso de você. Nem pode a cabeça por sua vez dizer aos pés: Eu não preciso de vocês. Que todos os membros demonstrem entre si uma grande solicitude” (1Cor 12, 21, 25). Alguém me dizia um dia destes: “Para receber, procuro o Cristo, para dar me dirijo ao meu próximo.” Esta pessoa não compreendia que é por intermédio do próximo que Cristo quer se dar a nós, que nosso próximo é um sacramento de Cristo para nós. Mais acertado estava o capelão de um acampamento de estudantes que me dizia: “De manhã eles vêm aqui para que eu lhes dê o Cristo; durante o dia, sou eu que os procuro e então eles me retribuem, dando-me o Cristo por sua alegria, seu amor fraterno, suas reflexões durante a troca de ideias. O Cristo que eu lhes dei de manhã volta a mim, por intermédio deles, de mil maneiras diferentes durante o dia todo.” Eis aqui, pois, alguns textos de S. Paulo que nos explicam as grandes leis da vida em equipe. Aqui encontramos ótimos conselhos não só para as reuniões mensais como para nossa vida de família: A palavra de Cristo habite em vós abundantemente em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros... (Cl 3, 16). Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de misericórdias, e de Deus de toda a consolação, o qual nos consola em toda a tribulação, para que também nós possamos consolar os que estão em qualquer angústia, pelo conforto, com que também nós somos confortados por Deus. (2Cor 1, 4). Sejamos solícitos uns para com os outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras; não abandonando a nossa assembleia, como é costume de alguns, mas animando-nos... (Hb 10, 24-25). Irmãos, se algum homem cair por surpresa em algum delito, vós, que sois espirituais, admoestai-o com espírito de mansidão, refletindo cada um sobre si mesmo, não caia também em tentação. Levai os fardos uns dos outros, e desta maneira cumprireis a lei de Cristo. (Gl 6, 1-2). Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; convém somente que não façais desta liberdade um pretexto para viver segundo a carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade do Espírito. (Gl 5, 13). E, finalmente, deixemos a conclusão para S. Pedro: Cada um, segundo o dom que recebeu, comunique-o aos outros, como bons dispensadores da multiforme graça de Deus (1Pd 4, 10). HENRI CAFFAREL Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP 34

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testemunho

As nossas missões nas ENS Desde o nosso ingresso nas ENS há vinte anos, com pouca experiência e cheios de receio, começamos a assumir missão no movimento. Nunca achávamos que estaríamos preparados. Na época, as informações eram bem mais escassas, não tinha internet, parecia ser bem mais difícil, mas assumimos a missão de CRE. Foi desafiador, entretanto, o que nos servia de incentivo era o desejo de que nossos irmãos sentissem-se motivados. Na verdade, nenhum CRE deve ser “morno ou frio”, pois a equipe fica desmotivada e acaba desmoronando. O tempo foi passando e vieram outras missões: casal de experiências, casal piloto, casal ligação e comunicação do setor. Com essas responsabilidades crescemos muito e o Espírito Santo foi nos iluminando e nos conduzindo até hoje, nos dando forças e sabedoria para assumir os compromissos no Movimento. A vida de equipe é uma busca consCM 518

tante pela santidade. Tudo depende de como encaramos a missão, se for com e por amor, irá fluir e caminhar para se fortalecer cada vez mais. Sem um caminho traçado não vamos a lugar nenhum, sem dedicação, sem testemunho e sem motivação de um CRE, a equipe de base também não vai a lugar nenhum. Todo CRE deve se sentir realmente RESPONSÁVEL pela sua equipe durante todo o ano e deve se esforçar ao máximo, demonstrando muito amor e fervor na caminhada para que os irmãos possam se sentir motivados, amados e acolhidos. Mais uma vez assumimos a missão. Não ficamos surpresos e sim felizes, pois cada vez que nos é dada, o nosso coração transborda de alegria e desejo de fazer o melhor, de nos doarmos mais, da sede de abastecimento, de ser testemunho para os demais. Meiry e Raimundinho Eq. 1 - N. S. das Graças Cruz-CE 35


O Conselheiro e sua interação com as Equipes Me deram a oportunidade de falar sobre o papel do conselheiro espiritual. Porém, não quero aqui dar uma aula de como ser, mas, dar-lhes um testemunho do que eu vivi e vivo sendo conselheiro de duas equipes. Este ano faço oito anos de sacerdócio. E faz oito anos que sou conselheiro. Ou seja, meu sacerdócio nasceu junto com a espiritualidade das Equipes de Nossa Senhora. Sou grato a Deus por ter me chamado e me dado este presente, esta fecundidade que, como disse o Papa Francisco no encontro em Roma em 10 de setembro de 2015, uma fecundidade recíproca de um encontro vivido com o sacerdote acompanhador. E é justamente isso que venho vivendo. Nestes anos cada casal me ajudou muito no meu ministério. Vivendo com os casais em sua vocação matrimonial, pude, dia após dia, solidificar a minha vocação sacerdotal, vivendo um intercâmbio de graças entre os sacramentos da Ordem e do Matrimônio, cada um colaborando na busca de santidade no estado de vida em que se escolheu para servir a Igreja. Tive que aprender a fazer direção espiritual com crianças, pois os filhos dos casais das minhas equipes me reclamavam de seus pais, devido ao elo de confiança que pude estabelecer com eles. Não somente as crianças, mas também os adolescentes e jovens filhos dos equipistas. Foi onde eu fiz um encontro somente 36

com os filhos para eu ouvir o que eles tinham a dizer dos pais, para depois eu poder ajustar com cada casal o que os filhos haviam expressado. Pedi para que os pais que tivessem filhos em casa fizessem um dever de sentar-se em família. Foram enriquecedoras as experiências partilhadas, agora, não somente pelo casal equipista, mas pela família equipista. As reuniões preparatórias foram o meio que encontrei para trabalhar a vida íntima do casal. Onde vez ou outra eu fazia o dever de sentar-se com o casal. Foram momentos duros, lacrimosos, divertidos, às vezes até sem resposta, foi onde eu tive o amparo da minha amada e amiga Filosofia, que pela Antropologia, pude compreender cada vez mais o tanto que as pessoas precisam encontrar o sentido da vida para poderem, num mundo dilacerado pela separação, se construir inteiras a partir de Deus que se encontra no cotidiano da vocação vivida com intensidade. Para que tudo isso aconteça são precisos tempo, dedicação e envolvimento. Nestes oito anos de sacerdócio, sete foram vividos dentro do seminário como formador e diretor acadêmico do Curso de Filosofia e professor de mais outros cinco cursos da Faculdade em que me encontrava, ao mesmo tempo chanceler e por um tempo administrador paroquial. Tudo junto, porém sempre havia tempo para as equipes, pois o tempo dedicado à formação delas, era riquíssimos para que elas formassem junto comigo ouCM 518


tras comunidades, dando cursos, palestras e me ajudando em tudo o que eu precisava na paróquia que tive que assumir. Os casais equipistas foram meus braço-direito e esquerdo para levar à frente todo este apostolado. Por fim, vos falo de uma realidade muito pessoal que vivi junto às equipes nestes últimos meses. Fiz uma cirurgia de refluxo no dia 19 de fevereiro. A princípio estava tudo indo bem. Mas após 15 dias vieram as complicações. Quando não tinha mais força para nem decidir por mim, foi um casal das equipes, Geovana e Rodrigo, que conseguiu um médico em Goiânia que pegasse meu caso para resolver. Geovana e Pe. Paulo, meu diretor espiritual, me buscaram assim que saí do hospital em Ceres, me levaram para Goiânia para iniciar toda minha recuperação. CM 518

Em Goiânia fui acolhido pelos casais das equipes. Outrora fui eu a dedicar-me a eles, e hoje, quase completando um mês, foram eles a se dedicarem a mim. Fizeram novenas, cerco de Jericó com 24 horas de oração pela minha saúde, não somente os adultos, mas as crianças pegaram hora de oração para intercederem por mim. Estou hospedado há quase um mês no apartamento de um casal equipista, Débora e Marcos, que me acolheram e cuidaram de mim como os pais cuidam de seus filhos. Por meio do casal Lu e Nelson-CRP, eu agradeço todos os casais, principalmente das equipes que acompanho, que neste tempo rezaram, me visitaram, me alegraram e me deram força para hoje estar aqui compartilhando com vocês, irmãos sacerdotes. Termino dizendo que toda nossa dedicação às Equipes de Nossa Senhora, aos casais e suas famílias nunca será vã. Pelo contrário, dará fecundidade ao nosso Sacerdócio, frutos para nossa Mãe Igreja e construirá gerações matrimoniais e familiares com uma solidez que somente esta espiritualidade pode oferecer. Deus nos abençoe em nossa missão de Conselheiros Espirituais e que o Servo de Deus, Henry Caffarel, que logo será beato com a graça de Deus, nos ajude nesta nobre missão. Obrigado. Pe. Rogério Alves Gomes Eq. N. S. do Perpétuo Socorro e Eq. N. S. da Guia Setor Uruaçu Região Goiás Centro 37


ENCONTRO FESTIVO DA EQUIPE 3 - VALINHOS-SP Para comemorar os 40 anos de vida, Mas foi espetacular! Organizado a Equipe 3 de Valinhos (SP) reu- pelos próprios filhos, tudo saiu cerniu em 28 de janeiro, em uma área tinho. O Ademir (Tassi) organizou de recreio muito apropriada, todos uma gincana de conhecimentos geos membros das cinco famílias que rais entre as famílias, que animou compõem os cinco casais da equipe. muito o evento. Teve também uma No início éramos apenas cinco exposição de fotos que mostrou os casais (dez pessoas), e hoje somos filhos todos ainda muito crianças e nada menos que 66 pessoas, jovens, hoje pais e mães. O dia ensomando aí os filhos, noras, genros solarado colaborou sobremaneira. e netos. A este número, Nossa Equipe 3, que precisamos somar espe- No início éramos era então formada por cialmente dois bisavós apenas 5 casais dez mães e pais, hoje é e uma tia, todas partici(10 pessoas), formada por dez avós pativas nos encontros da e hoje somos e avôs. Equipe, que então so- nada menos que mam 69 pessoas. 66 pessoas Resta-nos agradecer à Foi um domingo muiNossa Senhora por esto especial, onde todos puderam tarmos vivendo tantos anos nesta se ver, conversar bastante, saborear vida de Equipe, e a todos os orgaum delicioso churrasco, o que não é nizadores, cumprimentando-os por tão fácil nos dias de hoje, visto que proporcionar um momento tão escada família tem suas vidas distin- pecial para todos. tas, moram em outros municípios e Equipe 3 até em outros estados, enfim, não Valinhos-SP é fácil reunir um grupo tão grande. 38

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reflexão

O Calo da Aliança Com o passar dos anos, o dedo anelar esquerdo vai criando uma marca, às vezes um “descascado”, e por vezes, um calo. Inicialmente, estranhamos ter esse novo objeto cravado indefinidamente, diuturnamente, mas tão logo ultrapassada essa fase, nossa aliança vai se encrustando de forma tal que se confunde com nossa própria mão, parecendo que nasceram assim, colados. Já dizia nosso filho, aos sete anos de idade, que “os anéis das pessoas casadas faziam parte do corpo humano”, ponderou com sabedoria. Assim também é o amor de casal. No início, estranhamos aquela pessoa em nossa vida, alterando nossa rotina, adaptando-se ao nosso convívio, questionando nossos hábitos. Há quem tenha pensado em “libertar-se” do matrimônio, pois precisa existir muita renúncia e o perdão necessita ser constante. Em alguns momentos parece ser tão simples desfazer-se de tanto compromisso e abnegação, então é justamente nesse momento que a vida a dois só perdura porque há três! É por causa da presença de Deus em nossa vida de casal que superamos

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as dificuldades, perdoamos as mágoas e mantemos as alianças. A fortaleza do amor entre homem e mulher, chancelado pelo amor de Deus por nós, alimenta a vontade de permanecermos casados. Por conta da maturidade do casamento, a intensidade do amor e a firmeza da fé, aquele incômodo inicial de manter um anel constantemente e uma nova vida em nosso dia a dia, transforma-se! Retirar a aliança, para fazer um exame por exemplo, incomoda. É como se faltasse um pedaço de nós, porque ela já fez um calo de união, de amor e de companheirismo. Precisamos, enquanto casal, esperar o tempo de Deus, deixar as tempestades passarem, firmarmos diariamente nosso matrimônio e sacramentar que nossas alianças físicas e espirituais estejam bem protegidas para sermos inspiração para outros casais e mostrarmos nossos calos da aliança como sinal de amor, vitória e fé em Deus. Jamille e Paulo Eq. 3 – N. S. de Fátima Setor Vale do Jaguaribe-CE

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Honrar Pai e Mãe Dia dos Pais. Dia de gratidão a quem nos amou e nos ajudou a nascer e a viver o melhor possível. Deus ensina: “Honre seu pai e sua mãe; desse modo, você prolongará sua vida na terra que o Senhor seu Deus lhe deu”. (Ex. 20,12). Mostra claramente que a honra é devida, em primeiro lugar, aos pais e não às autoridades constituídas. Todo o respeito e todo o amor a quem nos gerou.

O apóstolo Paulo lembra também: “Filhos obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. Pais, não deem aos filhos motivo de revolta contra vocês; criem os filhos, educando-os e corrigindo-os como quer o Senhor” (Ef. 6,1-4). CM 518

Esses são princípios bíblicos que perpassam a história e a cultura de qualquer povo. Pois a paternidade é um dom de Deus oferecido a todos quantos se dispuserem a gerar vidas, cultivar personalidades e incentivar esperanças. E isso só será possível para quem cuidar primeiramente da honra própria. Em segundo lugar da honra de quem gerar para a vida. Nem todos os homens são aptos a isso. Pois a honra supõe capacidade em amar e realizar o mais plenamente possível essa missão geradora e criadora. Não será tão somente colocar filhos no mundo. Será principalmente cultivar valores em seus filhos. Criar ambientes saudáveis, educativos e cristãos. 41


“Honre seu pai e sua mãe; desse modo, você prolongará sua vida na terra que o Senhor seu Deus lhe deu”. (Ex. 20,12)

Para os filhos chegarem à condição de honrar pai e mãe é preciso que os próprios pais honrem a si mesmos. Vistam a “camisa” da honra, da dignidade e do respeito. Assumam a responsabilidade da delicadeza, do carinho e da ternura. Busquem o alimento e o sustento na Palavra de Deus e nos princípios cristãos. Ser pai é ser sábio no falar e prudente no agir. Ser pai é ser simples no conviver e firme no educar. Ser pai é ser alegre no incentivar e humilde no dialogar. Ser pai é ser forte na hora da dor e sincero na hora de corrigir. Ser pai é ser mestre. O mestre pouco ou nada ensina. O mestre é aquele que se põe no mesmo caminho do filho. Não se identifica. Estimula o filho a ser, não como o pai, mas como ele é capaz de ser. E o pai se oferecerá como estímulo e incentivo a sempre prosseguir. Não importa qual seja o caminho. O importante é descobrir um caminho de valor. Ser pai é ser treinador. Treinador para o jogo das virtudes, para o jogo dos compromissos e para o jogo da dignidade. Treinador na criação de valores, de princípios e de capacidades. Treinador de estratégias para enfrentar os desafios e as barreiras da vida. Ser pai é ser sacerdote. Um sacerdócio alimentado no amor e na fidelidade. Um sacerdócio vivido no exercício diário do servir, do perdoar, do educar e do santificar. Um sacerdócio exercido com palavras que ensinem caminhos possíveis e uma realização plena. Ser pai é revelar ao mundo a face de um Deus Pai. É ter o coração aberto para acolher o filho que sofre, o filho que tropeça ou o filho que erra. É ter um olhar sereno para o presente e otimista para o futuro. Parabéns a vocês, pais! Lu e Nelson CRP CENTRO-OESTE Colaboração do Frei Venildo Trevizan

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formação

EEM Encontro das Equipes em Movimento “Chamou-os e eles seguiram-no”

Após o Encontro de equipes Em Caminho, a equipe continua sua viagem ligada às outras equipes numa rede de relações fraternas. É a etapa da maturação, chamada equipes em movimento. Nesta etapa, a formação concentra-se sobre os temas da vocação e missão. O Evangelho sugere como acompanhar esse processo. Deve-se estar consciente de que o apelo de Jesus é baseado num olhar de amor: Jesus viu-os... e chamou-os. Seguir o apelo obriga a opções, à conversão. O Encontro das Equipes em Movimento quer dar uma resposta às dificuldades sentidas no aprofundamento da espiritualidade conjugal, baseada na pedagogia do Movimento e na inspiração do Padre Caffarel. Com o Encontro das Equipes em Movimento pretende-se que todos os casais da equipe tenham a oportunidade de fazer uma revisão de vida da equipe e de aprofundar os Pontos Concretos de Esforço. Essa formação compõe-se de quatro módulos: Módulo 1: A vocação do casal Módulo 2: A comunhão em casal e em equipe Módulo 3: A missão do casal Módulo 4: As ENS, escola de Espiritualidade Conjugal

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No decurso deste encontro, estão previstos tempos de escuta, de oração, de celebração, de reunião de equipes mistas e das equipes de base, comunicações dos formadores, discussão em assembleia, etc. Portanto estimados amigos não deixem a oportunidade de participarem de mais essa proposta tão rica de formação que o nosso movimento nos oferece. Lu e Nelson CRP Centro Oeste

Em nossa Província realizamos o EEM na Região Brasília II, no Colégio Jesus Maria José. Foi uma experiência maravilhosa, pois foi o primeiro encontro desta equipe formadora e também o primeiro encontro EEM da Província. O encontro foi bem animado e contou com a participação de 28 casais. Saímos deste encontro seguros e convictos de qual é a nossa missão como casal e como equipistas, compreendemos melhor qual a nossa vocação de casal e a conversão que ela exige, entendemos o nosso papel na família e no movimento. Sermos servos e acolhermos com nossos irmãos. Dar um pouco daquilo que recebemos, lembrar que prestar um serviço é útil principalmente para quem o faz. Enfim foi uma grande oportunidade de aprendizado e conhecimento do Movimento e também de nós mesmos. Só temos a agradecer a tudo e a todos, por poder participara destes momentos tão ricos. E de também poder proporcionar aos equipistas de nossa Região. Claudia e Paulo CRR Brasília II 44

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notícias PRESENÇA DO MOVIMENTO

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

50 anos 29/06/2018 Celebração do Movimento das ENS Londrina-PR

25 anos 24/4/2018

EQ. N. S. da Fé Fortaleza-CE

BODAS DE PRATA 1

15

mai 2018

mai 2018

Marcilene e Sinomar Eq. N. S. Aparecida Porto Feliz-SP

26

Mônica e Waldemar Eq. N. S. Desatadora dos Nós Rio de Janeiro-RJ

12

jun 2018

jun 2018

Edilaine e Clemente Eq. N. S. Mãe Rainha Bandeirantes-PR

Rosineide e Rodolfo Eq. N. S. das Famílias Manaus-AM

31

jan 2018

Sandra e Odilon Eq. N. S. Rainha da Paz Juiz de Fora-MG CM 518

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BODAS DE OURO 11

mai 2018

4

mai 2018

Denirce e Waldir Eq. N. S. do Bom Conselho Assis-SP

4

mai 2018

Irani e Carlos Eq. N. S. de Fátima Rio de Janeiro-RJ

20

jan 2018

Ignez e José Mafra Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Gaspar-SC

19

Celi e José Norberto Eq. N. S. do Desterro Casa Branca-SP

28

mar 2018

abr 2018

Necy e Darmir Eq. N. S. da Providência Belém-PA

BODAS DE DIAMANTE 22

mar 2018

Sylvinha e José de Sá Eq. N. S. do Desterro Juiz de Fora - MG 46

Valcília e Carlos Eq. N. S. da Providência Belém-PA

JUBILEU DE OURO SACERDOTAL 3

fev 2018

Pe. Antonio Ordones SCE Eq. N. S. da Guia Divinópolis-MG CM 518


VOLTA AO PAI Dom Ricardo Pedro C. P. Filho

Miguel (da Mariazinha)

Em 2/4/2018 Pouso Alegre-MG Integrava a Eq. N. S. da Obediência

Em 31/3/2018 Belém-PA Integrava a Eq. N. S. de Nazaré

Tarcísio (da Sônia)

Edison (da Cláudia)

Em 20/4/201 Natal-RN Integrava a Eq. N. S. da Saúde

Em 23/4/2018 Porto Feliz-SP Integrava a Eq. N. S. Mãe dos Homens

Mauro (da Dorinha)

André Gustavo Zwicker (da Ana Lúcia)

Em 19/2/2018 Batatais-SP Integrava a Eq. N. S. Medianeira de Todas as Graças

Em 6/6/2017 Bauru-SP Integrava a Eq. N. S. Auxiliadora

João Pacífico (da Cida)

Padre Boaventura Barron

Em 18/3/2018 Ribeirão Preto-SP Integrava a Eq. N. S. de Belém

Em 26/6/2017 Bauru-SP Integrava as Equipes 3, 7 e 15 do Setor A

CORREÇÃO! Na edição anterior, Carta Mensal 517, p. 12. Considere o quadro ao lado como o correto e o valor descatado abaixo:

R$ 4.293.726,52

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dicas de leitura O Retiro (novo) O Retiro anual é um dos seis Pontos Concretos de Esforço com que todo equipista de Nossa Senhora se compromete em participar. Todos os retiros são organizados e dirigidos especialmente para casais, uma inovação do Padre Henri Caffarel, permitindonos responder ao apelo do Senhor ao pararmos para tomar consciência do que é essencial: reencontrar Aquele que nos ama e nos chama o Cristo e Senhor. Frequentemente o próprio Cristo se retirava para o deserto e recomendava também aos seus discípulos que se retirassem para se isolar. Assim também somos convidados por Ele a darnos um tempo para nos sentarmos sob o olhar de Deus, a fim de fazer um balanço da nossa vida pessoal e conjugal. Da mesma forma que temos necessidade de descanso e alimento em vista de uma boa saúde, é preciso nos retirarmos por um tempo de reflexão e contemplação para impulsionar e dar sentido a nossa vida espiritual.

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Regra de Vida (novo) As Equipes de Nossa Senhora nos propõem uma pedagogia muito concreta para progredirmos humana e espiritualmente. Esta pedagogia apoia-se particularmente nos Pontos Concretos de Esforço. Alguns destes Pontos Concretos de Esforço dizem respeito ao casal e são comuns a todos os membros da equipe. Como cada equipista é único, o Movimento pede a cada um para fixar um Ponto Concreto de Esforço pessoal: a Regra de Vida. No decurso da história das Equipes de Nossa Senhora, a Regra de Vida conheceu muitas definições diferentes. É, pois, necessário clarificar o conceito da Regra de Vida para que ela seja mais bem compreendida e praticada. O Padre Caffarel inspirou-se nas ordens religiosas para propor aos membros das equipes que seguissem algumas exigências, dentre as quais a Regra de Vida. Esta respeita a liberdade de cada um para responder à sua maneira ao chamamento de Deus. Consiste em fixar um ou vários pontos sobre os quais cada um decide concentrar os seus esforços, com o objetivo de progredir.

32 páginas - Preço de venda: R$ 5,00 (frete incluso) Estes 2 títulos podem ser adquiridos no site do Movimento (ens.org.br) 48

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Í

N

D

01 Editorial Super-Região 02 Rezem pelos Padres 03 Futuro de Primavera 04 Acompanhando 06 Transfiguração do Senhor 07 Gravado no seu coração 08 Henri Caffarel - o homem e sua missão 10 Colóquio sobre Padre Caffarel 12 O Rosário 15 18 19 21

Igreja Católica Ano do Laicato Palavra do Papa 50 Anos de Sacerdócio

Especial Fátima XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora

31

I 33

C

MEDITANDO EM EQUIPE

E

Enviados Para Salvar

Raízes do Movimento

A palavra de Deus

O Próximo, Sacramento do Cristo

Foi a Nazaré, lugar onde tinha sido criado. No sábado, segundo seu costume, entrou na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, encontrou a passagem onde estava escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres, mandou-me anunciar aos cativos a libertação, aos cegos a recuperação da vista, pôr em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor” (Is 61,11).

Testemunho 35 As nossas missões nas ENS 36 O Conselheiro e sua interação 38 39 40 41

com as Equipe Encontro Festivo da Equipe 3

Depois enrolou o livro, entregou-o ao servente e sentou-se. Todos na sinagoga tinham os olhos voltados para ele. Então começou a dizer-lhes: “Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura diante de vós”. Todos lhe davam testemunho e admiravam as palavras encantadoras que saíam de sua boca. (Lc 4,16-22)

Reflexão O Calo da Aliança Cordel ENS Honrar Pai e Mãe

Reflexão

45 Notícias

– Jesus apresenta-se como o enviado de Deus para anunciar seu plano de salvação para a humanidade: a riqueza de um sentido para a vida, a libertação do mal, a luz da verdade, a liberdade. – Você como esposo e esposa, e como casal tem sobre você o Espírito que qualifica você como anunciador e salvador dos valores do amor conjugal para todos os casais. – Como você o tem feito? Que pode e vai fazer?

48 Dicas de Leitura

Oração espontânea

Formação 43 EEM Encontro das Equipes em Movimento Chamou-os e eles seguiram-no

– Reconheça sua vocação e sua missão – Agradeça, peça perdão das omissões, peça ajuda para cumprir sua tarefa. – Diga ao Senhor o que pretendem fazer.

Vida no Movimento Super-Região Brasil Formação Nacional para novos responsáveis 2018

Oração litúrgica (Com o Salmo 18 louvemos o Senhor que chamou vocês para o matrimônio e envia o casal como anunciador do amor conjugal.) Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos. O dia passa a mensagem ao outro dia e a noite conta a notícia à outra noite.

Carta Mensal

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Pe. Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi - Fotos: Pixabay - p. 35, 36, 39, 41 - Tiragem desta edição: 28.500 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Equipes de Nossa Senhora

Não é uma fala, nem são palavras, sua voz não se ouve. Por toda a terra se difunde o seu anúncio e aos confins do mundo a sua mensagem.

no 518 • agosto • 2018

Lá ele armou uma tenda para o sol que surge como o esposo do quarto nupcial; exulta como um herói que percorre o caminho. [...] A lei de Javé é perfeita, conforto para a alma; o testemunho de Javé é verdadeiro,

torna sábios os pequenos. As ordens de Javé são justas, alegram o coração; é puro o mandamento de Javé, ilumina os olhos. É límpido o temor de Javé, dura para sempre; os juízos de Javé são verdade, são todos justos. São mais preciosos que o ouro, que muito ouro fino, mais doces que o mel e que o licor de um favo. [...] Dignai-vos aceitar as palavras de minha boca e os pensamentos de meu coração. Javé, meu rochedo e meu redentor.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br

Ano LVII • agosto • 2018 • no 518

Equipes de Nossa Senhora

CARTA Especial

FÁTIMA

XII Encontro Internacional

Dia dos Padres e Pais

Rezemos por eles


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