ENS - Carta Mensal 502 - Outubro 2016

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Ano LVI • outubro • 2016 • nº 502

Dai-nos a Casal Responsável bênção, Ó A caminho Mãe Querida de Fátima 2018 de Equipe Mês de N. S. Aparecida

Eleição 2017

Promessas Demonstrativo às crianças Financeiro ENS - 2015


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01 editorial 02 04 05 07

super-região Dai-nos a Bênção, Ó Mãe Querida! Promessas às crianças... Sair feliz ao encontro do outro para servi-Lo Maria Madalena foi anunciar aos discípulos

Igreja Católica 10 Sujeito eclesial: discípulos missionários e cidadãos do mundo

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Maria se faz presente!

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Província Nordeste Província Centro-Oeste Província Leste Província Sul I Província Sul II

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canonização do Pe. Caffarel Homilia da Missa de Ação de Graças...

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raízes do movimento Conversa à Noite

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acervo literário do Pe. Caffarel Seguindo os Escritos do Padre Caffarel

Uma pessoa que reza é qual uma luz acesa no mundo

testemunho Viver a missão com alegria As palavras convencem, mas os testemunhos arrastam Dedicados equipistas que retornam à casa do Pai

partilha e PCE Dever de Sentar-se: caminho para a espiritualidade conjugal Evangelho de Jesus Cristo Segundo Maria

reflexão Fazei que eu procure mais... Sim às Equipes.

formação Formação permanente e Equipes em Movimento Eleição do Casal Responsável de Equipe

44 notícias

intercessores 26

EJNS Encontro Internacional das EJNS Sevilha/ Espanha

vida no movimento 11 14 16 18 19

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48 dicas de leitura

Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

no 502 • outubro • 2016

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622) Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos i - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 26.500 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial Queridos irmãos equipistas, Outubro chegou e com ele uma tarefa importantíssima: a eleição dos novos casais responsáveis de equipe. Mais do que um serviço, esses casais assumirão uma missão, um chamado de Deus. Serão escolhidos sob inspiração do Espírito Santo para, durante um ano, zelar pela boa marcha da Equipe e estimulá-la na caminhada a Deus. Pensando nisso, a equipe Carta Mensal preparou um artigo que vai oferecer a possibilidade de reflexão antes da eleição. Não menos importante, no décimo mês do ano, comemoramos o dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. De acordo com historiadores, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por 3 pescadores no dia 12. Por conta disso, fiéis de todos os cantos do país prestam suas homenagens e extrema devoção a virgem Maria. A Super-Região, através do SCE Padre Paulo Renato, nos convida a consagrarmos nossas famílias, nosso país e nossos governantes a Nossa Senhora. Rezemos em família! Outro ponto alto desta edição é a reflexão que o casal Hermelinda e Arturo nos convidam a fazer: “Estamos cuidando bem de nossas crianças?” No embalo da reflexão, nossos jovens contam como foi a experiência entre os dias 17 e 24 de Julho, em Sevilha, na Espanha, no Encontro Internacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora. Por fim, temos a oportunidade de ler a reflexão sobre o capítulo II do “Doc 105-Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade.” A vida do nosso Movimento continua agitada. Muitas formações, encontros e comemorações. ”O Senhor faz em nós maravilhas”. Desejamos a todos uma excelente eleição e que o Cristo esteja sempre em seu coração e em seu lar. Abraços fraternos, Fernanda e Martini CR Carta Mensal Tema: “Ousar o Evangelho - VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA” CM 502

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super-região

Dai-nos a Bênção, Ó Mãe Querida!

O mês de outubro é o Mês de Nossa Senhora Aparecida! Pensei muito para escrever estas poucas linhas e cheguei à conclusão de que é uma excelente ocasião para deixar-nos enriquecer mais uma vez pelas palavras do nosso querido Papa Francisco quando, por ocasião de sua vinda ao Brasil em 2013, visitou o Santuário Nacional. O Santo Padre celebrou uma missa muito simples e piedosa, à qual tive a honra de estar presente e concelebrar. As palavras da homilia foram marcantes desde o início, quando revelou a sua alegria em estar na “casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida”, até a conclusão, quando fez um ato de compromisso. Suas palavras finais foram: “Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: ‘Fazei o que Ele vos disser’ (Jo 2,5). Sim, Mãe, nos comprometemos a fazer o que 2

Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria.” Caros equipistas, lógico que o ponto alto foi a Eucaristia como um todo, mas um ato de devoção muito particular que emocionou foi quando Francisco rezou a consagração a Nossa Senhora Aparecida. Quero agora propor um exercício de piedade. A Senhora Aparecida é a Padroeira do Brasil! Nosso país passa por um momento muito delicado de sua história e precisa de amparo e proteção maternal. Quero propor que você, casal equipista, reúna sua família e reze o Ato de Consagração que o Papa rezou naquele dia. Consagre sua família, mas particularmente consagre nosso país, principalmente nossos governantes. Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 502


Rezemos juntos: “Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhai inúmeros benefícios sobre todo o Brasil. Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado nos deu por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas, acolhei-me debaixo de vossa proteção, socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte. Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda a eternidade. Assim seja! ” Dai-nos a bênção, ó Mãe querida! Cubra com seu manto de amor nosso imenso país. Amém!


Promessas às crianças... Quantas promessas fazemos aqui e ali, durante o dia, para os contentar, ou para que se comportem bem, para os encorajar, ou para dissuadi-los de algum capricho. Mas há também aquelas promessas mais sérias, importantes e decisivas para suas expectativas em relação à vida, para sua confiança nos seres humanos, e para que concebam o nome de Deus como uma bênção. Geralmente dizemos: “As crianças são uma promessa de vida, e os jovens são o nosso futuro!”. Mas será que somos leais às promessas que fazemos a elas? O que prometemos? Acolhimento e cuidado, proximidade e atenção, confiança e esperança são promessas básicas que podemos resumir numa só: amor. Amor, este é o modo mais correto de receber um ser humano 4

que veio ao mundo, e isto aprendemos mesmo antes de adquirir consciência disto. O amor é a promessa que o homem e a mulher fazem a cada filho, desde que o concebem no pensamento. As crianças esperam o cumprimento desta promessa, de modo total, confiante, indefeso. E Deus vela sobre esta promessa, desde o primeiro instante: “Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois Eu digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste”. (cf. Mt 18,10) Ai daqueles que traem sua confiança! É um escândalo, pois as crianças não têm como defender-se, não têm ainda discernimento para perceber que estão sendo aviltadas. A relação terna e misteriosa de Deus com a alma das crianças nunca deveria ser violada, é uma relação real que Deus deseja e preserva. A criança está pronta desde CM 502


o nascimento para se sentir amada por Deus; e quando se torna capaz de sentir que é amada por si mesmo, sente também que existe um Deus que as ama. Ainda recém nascida, começa a receber em dom as qualidades espirituais do amor. Os gestos de amor passam através da partilha da linguagem, das intenções dos olhares e da iluminação dos sorrisos. Assim, aprendem que a beleza do vínculo entre os seres humanos aposta na nossa alma, procura a nossa liberdade, aceita a diversidade do outro, reconhece-o e respeita-o. Os pais e mães têm uma centelha do amor de Deus, e trans-

mitem este amor aos filhos! Que maravilha! Se fitarmos as crianças com o olhar de Deus, conseguiremos compreender em que sentido, defendendo a família, salvaguardamos a humanidade. Vamos honrar as nossas promessas, e principalmente esta: que sejamos capazes de hospedar Jesus em cada criança que Deus envia à terra! Um beijo amoroso em cada criança. Hermelinda e Arturo CR Super-Região

SAIR FELIZ AO ENCONTRO DO OUTRO PARA SERVI-LO Indo ao encontro de sua prima Isabel, Maria nos ensina que devemos ir ao encontro do outro com alegria, mesmo enfrentando uma longa jornada. Essa alegria é expressada através do canto mais belo e profundo das Escrituras, um canto de louvor, gratidão, libertação e principalmente de amor, o Magnificat (Lc 1,46-55). O Papa Francisco se detém no encontro de Maria e sua prima evidenciando: “Essas duas mulheres se encontram, e se encontram com alegria; aquele momento é só festa, se nós aprendêssemos isso, o serviço e o ir ao encontro do outro, como o mundo mudaria!”. Nosso Sumo Pontífice ainda diz: “O amor não pode se expressar apenas em sentimentos, mas em atos concretos, devemos ser alegres instrumentos do amor e da misericórdia, nosso amor não pode ser só sentimentos, mas obras”. É desejo do nosso Santo Padre que reflitamos durante esse Jubileu sobre as obras de misericórdia, sendo elas corporais e espirituais. Ele nos exorta a acordar nossa consciência muitas CM 502

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vezes adormecida e ofuscada pelo mundo material que nos envolve. Nossos corações estão indiferentes ao drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os menos favorecidos estão mais próximos das promessas de Cristo e da misericórdia divina. Nosso Senhor, em suas pregações, sempre nos ensina e nos apresenta essas obras de misericórdia; tais ensinamentos nos levam a perceber se vivemos ou não verdadeiramente como seus discípulos. As obras de misericórdia corporais: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. Francisco ainda nos pede que não nos esqueçamos das obras de misericórdia espirituais: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as próprias moléstias, rezar a Deus pelos vivos e defuntos. “Onde houver cristãos, que qualquer pessoa possa encontrar um oásis de misericórdia.” Precisamos ser imagens de Jesus, que diz: “Vinde a Mim vós que estais cansados que eu vos aliviarei”. É muito bonito ver a entrega, a generosidade que os casais equipistas têm em doar seu tempo para o anúncio da Boa Nova; mais bonito ainda é ver que muitos fazem isso com muito amor, carinho, devoção e alegria, abrindo-se sem medo à ação do Espírito Santo. Os casais que procuram juntos imitar Cristo aprendem a sair de si mesmos e ir ao encontro do outro. Quando o casal põe Cristo no centro de suas vidas mostra o verdadeiro dinamismo do Movimento, que é o testemunhar Jesus, falar de Jesus, anunciar Jesus e principalmente imitar Jesus. O melhor exemplo é o nosso testemunho. Devemos praticar nossos afazeres envolvidos pela ternura que devemos dirigir aos irmãos, principalmente servir com alegria, pois a natureza da vida é concreta e real,e essa é exatamente a missão das Equipes de Nossa Senhora: ATRAIR PELO TESTEMUNHO. Conceição e Macedo CR Província Nordeste

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MARIA MADALENA

Foi anunciar aos discípulos

Jesus aparece a Ma. Madalena (detalhe) Alexander A. Ivanov - 1835

(Jo 20,18)

Estamos num mundo cheio de desafios. Todas as lutas por um mundo irmão, um Brasil democrático e para todos deu em pouquíssima coisa. Parece que tudo foi abaixo e a mídia tenta incutir isto com muita informação. Esta é a realidade a nos desafiar! Onde chegou o nosso desenvolvimento tecnológico? A natureza que responda com os desequilíbrios ecológicos! O brado por uma sociedade laica teve como resposta um fundamentalismo CM 502

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radical e o Estado Islâmico! O estímulo a uma sociedade de bem-estar fez desabrochar um mundo ambíguo, onde alguns têm tudo e uma maioria vive na exclusão que favorece a violência, em especial no mundo urbano. O povo brasileiro sonhara com um país democrático e chegamos ao impasse político e econômico que cria corrupções políticas baseadas em propina etc. É preciso aproximarmo-nos destes túmulos como fez Maria Madalena, e com ela todo homem que foi mergulhado nas águas do batismo e se diz Igreja. Toma essa atitude não para ver “apodrecimento” ou ficar “de fora” chorando “leite derramado”. Todos os túmulos serão escancarados e neste mundo nada fica por muito tempo obscurecido, e mais cedo ou mais tarde serão esclarecidos para vergonha de muitos que se deixaram levar. Os projetos obscuros que foram impostos ao “povão” tendem a tornar-se claros e a decepção estampa-se na cara daqueles que se acham bem acomodados em seus comportamentos espúrios. Eis a marca de todas as crises que nos rodeiam. O momento é difícil e as dificuldades não são próprias do Brasil, mas globalizadas. Todos os povos e inclusive a natureza participam dessas “dores de parto”. Ninguém escapa e ninguém pode dizer: “pare, para eu descer!” Não há escapatória! Nossas primeiras esperanças estão definhando, mas precisamos olhar para dentro de nossos túmulos, e não ficar só nas respostas primárias, mas descobrirmos as possibilidades de agir novo e com empenho. Não podemos ficar a lamentar que “levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram” (Jo 20,13). As desgraças desfiguram as nossas lutas, nos fazem pequenos e até falam de nossas impossibilidades de enfrentamento. Levaram nossas certezas, contudo precisamos olhar para trás, pois é na história que encontramos os elementos norteadores para não desistir de lutar. A história humana é cheia de muitas lutas e ultrapassagens, em especial do povo brasileiro marcado por exclusões. Deus não criou o homem para sucumbir às intempéries históricas, mas o criou para ser “Senhor”, dar nome à realidade envolvente. O homem que se faz presente na história é o eterno jardineiro, o qualificado a fazer a realidade tomar novos rumos. É ele que nos envia a anunciar: “subo para junto de meu Pai e vosso Pai” (Jo 20,17). Toda história humana se faz num crescente e nada de perder tempo em pequenos fatos históricos, que não nos devem acabrunhar, mas incitar a fazer nova leitura da realidade. Ler a realidade a partir da Fé e entrar na dinâmica missionária. Eis a proposta que deve ser assumida por todos aqueles que 8

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Jesus aparece a Ma. Madalena (detalhe) Alexander A. Ivanov - 1835

“se abeiram” dos túmulos humanos e de nós, brasileiros, muito fortemente. Caso contrário, cairemos em negação pessoal e entregaremos os pontos a quem ficou na inércia durante muito tempo ou usufruindo de um estado de coisas a serviço do seu bem pessoal ou de sua classe. Essa compreensão não pode ser posse de alguém, precisa ser levada a muitos outros que buscam compreender a realidade e a Igreja que, como Maria Madalena, deve ser testemunha qualificada e tem feito isto com muito empenho na História Humana que se torna História da Salvação. Ninguém de “cabeça baixa”, mas todos empenhados por um Brasil solidário, mundo acolhedor das massas sobrantes de uma sociedade excludente e uma Igreja empenhada em fazer claro o Reino de Deus. Isso precisa urgentemente ser comunicado e mais ainda tomado a sério em nosso cotidiano. Assim seremos homens e mulheres missionários, e no embalo do Papa Francisco teremos consciência de que Nossa Missão é Cuidar da Casa Comum. Diante dos desfalques, das propinas, das irresponsabilidades, das multidões de refugiados e mutilados de guerra, dos estragos mortíferos do Estado Islâmico, não podemos ficar cabisbaixos, mas olhar para as lutas humanas de ontem e de hoje para fazer dignidade e retomá-las com afinco. Aproximemo-nos dos túmulos humanos, pois o homem continua confiável por nosso Deus. Ele é o único qualificado a “dar nome” à realidade desafiadora. Nós somos testemunhas das qualidades que invadem o coração humano para fazer a realidade sempre nova e conforme os princípios que criam a Civilização do Amor. E assim nos fazemos Discípulos Missionários, e Cuidar da Casa Comum é a Nossa Missão. Pe. Neto SCE Província Nordeste CM 502

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Igreja Católica

SUJEITO ECLESIAL: Discípulos Missionários e Cidadãos DO MUNDO O capítulo II do Doc.105, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”, corresponde ao “Julgar”. Começa afirmando que “Jesus nos ensina a ser sujeitos... É modelo para todo cristão, chamado a ser sujeito livre e responsável, capaz de opções, de decisões e de um amor incondicional”. Apresenta a “Igreja, comunhão na diversidade”, “Povo de Deus peregrino e evangelizador” e “Corpo de Cristo na História”, mostrando que “O sujeito da evangelização é todo o povo de Deus, a Igreja”. Fala sobre “A iniciação à vida cristã” mostrando que, pelo Batismo, “reina verdadeira igualdade quanto à dignidade e ação comum” entre todos os membros da Igreja e propõe que a catequese “se transforme em processo de inspiração catecumenal”. Trabalha a “Identidade e dignidade da vocação laical” reiterando que “os cristãos leigos e leigas são portadores da graça batismal, participantes do sacerdócio comum, fundado no único sacerdócio de Cristo”. Em seguida, o texto apresenta o “sensos fidei”: “Deus dota a totalidade dos fiéis com o instinto da fé” e o “perfil mariano da Igreja” afirmando que “para compreendermos em toda a sua grandeza e dignidade a natureza e missão dos cristãos leigos e leigas, podemos dirigir o nosso olhar para Maria... Mulher livre, forte e discípula de Jesus, Maria foi verdadeiro sujeito na comunidade cris10

tã”. Reafirma a “vocação universal à santidade” ensinando que “se nem todos são chamados aos mesmos caminhos, ministérios e trabalhos, todos, no entanto, são chamados à santidade”. Apresenta “o cristão leigo como sujeito eclesial”, “pessoa livre e eticamente responsável pelo destino de si mesma e da história, como membro de um povo e na perspectiva do futuro prometido por Deus”. Trata da “liberdade, autonomia e relacionalidade” e da “maturidade dos cristãos leigos”, que “têm cidadania própria no povo de Deus”. Evidencia alguns “entraves à vivência do cristão como sujeito na Igreja e no mundo” conclamando à superação dos mesmos. O texto aponta os “âmbitos de comunhão eclesial e atuação do leigo como sujeito” e os “critérios de eclesialidade” “para preservar a unidade da Igreja e evitar o risco de ‘Igrejas paralelas’”. Lembrando que “por meio dos carismas, serviços e ministérios, o Espírito Santo capacita todos na Igreja para o bem comum, a missão evangelizadora e a transformação social. Concluindo, afirma que “é missão do povo de Deus assumir o compromisso sociopolítico transformador, que nasce do amor apaixonado por Cristo” enfatizando o “serviço cristão ao mundo”. Laudelino dos Santos Azevedo Conselho Nacional do Laicato do Brasil CM 502


vida no movimento

PADRE CAFFAREL: SUA VIDA RECONTADA EM CENAS O Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos convida a viver o sacramento do Matrimônio como um lugar de Amor, um projeto de Felicidade e um caminho para a Santidade. Mas como conhecê-lo e vivê-lo sem se aprofundar na história do seu idealizador, Padre Caffarel, e dos casais que edificaram e ainda hoje expandem a sua mística e seu carisma? A ideia de oportunizar a um maior número de casais toda a riqueza dessa história foi concretizada pelo Setor Ceará Norte I (SCN I) ao convidar os próprios casais a interpretarem os personagens e reviverem essa eterna narrativa em um verdadeiro show de talentos. Assim, o Setor promoveu no dia 4 de junho de 2016 um alegre encontro que nos permitiu receber, fisicamente, pela primeira vez em CM 502

Sobral, a Sra. Nancy Moncau e seu esposo Pedro Moncau representados por um casal da Equipe 5 de Sobral - Nossa Senhora de Fátima. Ungidos pelo Espírito Santo, eles nos relembraram como tudo começou no Brasil em 1949 e nos fizeram entender que desde então sempre estivemos juntos cada vez que nos reunimos em nome de Cristo e rezamos o Magnificat. Ao todo 76 casais, pertencentes a equipes dos municípios de Sobral, Groaíras e Forquilha, assumiram a missão de estudar e encenar os temas abordados nas obras: Um homem arrebatado por Deus, O Discurso de Chantilly, Padre Caffarel o Profeta do Matrimônio, Centelhas da sua mensagem, Novas cartas sobre oração, Missão do casal cristão, O Espírito e as grandes linhas do Movimento e 11


nas encruzilhadas do amor. Cada equipe esbanjou criatividade e talento utilizando cenários e figurinos que tanto nos transportaram à época do início das ENS como também retrataram situações contemporâneas. A oportunidade de viver os textos escritos pelo próprio Padre Caffarel, bem como outros que estudamos e que nos auxiliam durante nossa caminhada como equipistas, foi capaz de nos dar 12

nova e empolgante motivação e aproximar ainda mais os casais do Setor. De fato, muitas vezes precisamos nos perceber como personagens, como aqueles que vivem e escrevem a história e não apenas como quem se propõe a absorver as mensagens. Desta forma, nos alicerçamos no Amor de Cristo para viver com alegria nosso caminho rumo à santidade. lrieta e Vicente Comunicação Setor Ceará CM 502


EEN - Região RN I - Norte Nos dias 18 e 19 de junho, participamos da formação do Encontro de Equipes Novas (EEN), promovido pela Província Nordeste e Região RN I, coroando a última etapa da Pilotagem. Foi um momento que nos proporcionou a oportunidade de recapitularmos e fortalecermos todo o aprendizado experimentado ao longo da Pilotagem. Pudemos, como nos demais eventos promovidos pelo Movimento, sentir o cuidado e a dedicação fraternal devotada pela Equipe Formadora. Foram trabalhados os objetivos específicos: o encontro com outras equipes, rever a metodologia do Movimento, celebrar o compromisso do casal e da equipe, festejar o acolhimento das novas equipes e celebrar e fortalecer a unidade do Movimento. Naquele final de semana, vivenciamos a Santa Missa, palestras, reunião de equipes mistas, dinâmicas e uma encenação teatral sobre a reunião de equipe, ressaltando seus pontos imutáveis. Adicionalmente, nos foi explicada a história e a estrutura do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil e no mundo. O Pe. Neto, SCE da ProvínCM 502

cia Nordeste, proferiu uma palestra maravilhosa e vibrante sobre o Carisma e a Mística do Movimento, lembrando que nossa reunião mensal é o momento privilegiado de nos encontrarmos com Cristo e que, por amor a Ele, somos ecclesia. Mostrou-nos a importância de carregarmos os fardos uns dos outros, pois ninguém se salva sozinho. No módulo seguinte, estudamos que somos guiados pelo Espírito Santo, enquanto comunidade cristã a progredir no amor de Deus, fortalecendo o amor ao próximo. Finalmente, refletimos que a mística dos Pontos Concretos de Esforço nos auxilia no fortalecimento dos laços conjugais e familiares, fazendo da espiritualidade conjugal um caminho seguro de santidade. Participar deste evento nos mostra com clareza a importância da nossa missão na equipe, no Movimento e no mundo. Sentimos que podemos servir ao Senhor, testemunhando que o amor conjugal e a harmonia familiar são poderosos alicerces para a evangelização. Alessandra e Valter Eq. N. S. Das Graças Setor E, Natal-RN 13


RETIRO, UMA ESPIRITUALIDADE CONJUGAL VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA! Testemunhamos o quanto o retiro é importante em nossas vidas. No último final de semana de agosto, fomos convidados a vivenciar a missão com alegria. Foi o que aconteceu no retiro deste ano, onde fomos muito bem recebidos pelo colegiado do Setor e pelo pregador SCE CPL Flavio Ataídes. Passamos um final de semana maravilhoso e cheio de fortes emoções, hoje podemos dizer que a Santíssima Trindade está presente em nossa vida conjugal. Meu esposo não se confessava há algum tempo e não podíamos comungar juntos, isto era o que mais me incomodava. Ao nos prepararmos para o retiro me ajoelhei diante do santuário “Lar da perseverança na Fé” que temos em nossa casa e pedi que meu esposo e eu pudéssemos participar da Santa Eucaristia juntos. No decorrer do retiro quando iniciamos com a Santa Missa e logo após a palavra do pregador, que falou sobre a importância da comunhão para o casal e na vida do cristão, meu esposo manifestou o interesse e a necessidade de se confessar. Daí em diante tudo foi completo, tivemos vários momentos marcantes. Um dos pontos que mais nos tocou foi no sábado à noite, com a adoração ao Santíssimo, na qual tivemos a oportunidade de dar um abraço fraterno em toda nossa equipe colocando bem no centro a imagem da padroeira, que é “Nossa Senhora de Fatima”, este momento foi muito forte e nos tocou muito, conjuntamente toda a equipe. Por isso agradecemos a Deus por participar das Equipes de Nossa Senhora (ENS) e pela oportunidade de mais uma vez cumprir este PCE, vivendo a Missão com Alegria e assim crescendo como casal cristão. “A comunhão familiar bem vivida é um verdadeiro caminho de santificação”

Lilda e Hélio Eq.03 - N. S. de Fátima Setor Anápolis-Go.

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REUNIÃO HORIZONTAL

No dia 21 de agosto aconteceu no Instituto Israel Pinheiro em Brasília a nossa “Reunião Horizontal”. A presença de muitos casais e seus familiares nos deixou muito felizes. Iniciamos o momento de espiritualidade na Capela do Santíssimo sob o olhar amoroso de Deus. Inspirados pelo clima das Olimpíadas que aconteciam no Brasil, planejamos e coordenamos algumas dinâmicas, intitulando esse evento de OLIMPÍADA HORIZONTAL. A união e a participação dos membros das equipes transcorreram num clima de muita alegria e amizade. Foi ótimo para nos conhecermos mais e percebermos o quanto o Movimento agrega as famílias e estas, por sua vez, ajudam a viver como Jesus ensinou: “em comunhão uns com os outros”. Ressaltamos a empolgação dos casais e dos filhos que participaram das dinâmicas . Nos jogos olímpicos sempre há CM 502

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um vencedor. Nas Equipes de Nossa Senhora é diferente, todos somos vencedores e recebemos a “medalha” da “Graça de Deus e da Mãe”. Agradecemos ao Pai pelas bênçãos sem fim e por nos ajudar a servir com alegria. Simone e Basílio Eq.93 N. S. das Graças Expansão Planaltina - Região Brasília-I Distrito Federal

A PASSAGEM PELA PORTA SANTA DA MISERICÓRDIA No dia 8 de agosto, mês vocacional, nosso Arcebispo, Dom Majella, presidiu a Missa Mensal das ENS, Região Minas III, com nossa Passagem Regional pela Porta Santa da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre, aos 77 anos do Movimento na França, 66 anos no Brasil e 39 anos em Pouso Alegre-MG. 16

Seguem alguns apontamentos da sua preciosa homilia, na certeza de que eles nos ajudarão a“misericordiar” os PCE, sem, contudo, nos afastarmos daquilo que o Movimento das ENS nos pede, na pedagogia construída com amor fraternal por nosso fundador Pe. Henri Caffarel: CM 502


• Se, fundamentados no amor de Deus, somos a ajuda necessária para nosso cônjuge SER SANTO;

reconhecido, aceito e respeitado em sua dignidade; reveste-se de caridade com gratidão;

• Nosso hino, o Magnificat, é a constante memória das graças recebidas naqueles momentos que Deus nos carregou em seus braços, unidos a Maria Santíssima, em casal;

• A Família se reúne para os deveres religiosos, vivenciando a realidade do dia a dia com perseverança, em harmonia e unidade de corações;

• O aprofundamento necessário na experiência de que Deus manifesta-se na vida dos cônjuges de diferentes maneiras, como nos fala o profeta Ezequiel, por isso é preciso saber olhar a Família; • A Família é uma verdadeira Escola de Misericórdia, lugar de criar relações duradouras de perdão para aprender a acolher, reunir e integrar, alicerçados no Amor Cristão que se traduz em compaixão, bondade, mansidão, paciência e humildade; • É a família que nos agrega e faz viver tudo isto em comunhão, comum união, unidade; • O Amor Cristão para com os idosos, doentes, avós (memória viva) com respeito, dedicação e acompanhamento; • Cada membro se integra, é CM 502

• Na graça do Amor Cristão, revestindo a vida de Espiritualidade Conjugal, a vida conjugal é purificada e clareada em respeito à dignidade do cônjuge; • Se há algo que ainda impede a realização de um Dever de Sentar-se ou Regra de Vida: aqui entra a Misericórdia! O Dever de Sentar-se é revestido de Misericórdia em respeito à dignidade do outro; • A Família, Escola de Misericórdia, integra cada membro do jeito que ele é; Demos graças pela Bondade do Senhor e Ternura da sua Misericórdia, tão preciosamente experimentada em nossas ENS pelas vocações missionárias dos sacramentos: Ordem e Matrimônio. Que linda herança deixou Pe. Henri Caffarel para a Santa Igreja! Bete e Guinho CR Região Minas III 17


ENCONTRO NOVO FÔLEGO Tão logo nossa equipe recebeu o convite para o Encontro Novo Fôlego, proporcionado pelo Movimento –­ Província Sul – a adesão foi total. Faltando alguns dias para o encontro, reunimo-nos para alinhar alguns pontos de nossa experiência que gostaríamos de compartilhar. Da mesma forma, procuramos abrir nossos corações e mentes para ouvir as histórias de outros casais. Não nos surpreendeu a preparação cuidadosa do evento pelos organizadores, uma marca, aliás, dos encontros das ENS; a boa surpresa para nós foi o comparecimento de mais de 70 pessoas, já que imaginávamos um encontro muito menor. Os temas foram organizados em torno do Evangelho de São João, capítulo 5, versículos 2 a 9, que narra o episódio ocorrido à beira da piscina de Betesda, de um milagre de Cristo. Conhecendo o coração humano, Jesus disse a um homem que estava doente havia 38 anos: “Levan18

ta-te, toma a tua cama e anda”. A escolha dessa passagem bíblica foi providencial para a circunstância: o doente aprisionado em sua condição tornou-se a imagem simbólica de casais ou equipes de casais acomodados em sua rotina e que se tornam incapazes de sair da letargia, sem um convite quase imperioso do Cristo: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”. Foi excelente a combinação dos tempos de exposição com os momentos de troca de experiências entre equipes e dentro das equipes, o balanço da evolução de cada casal dentro do Movimento, as dinâmicas para compartilhamento de pontos fortes e propostas de melhoria (aliás muito bem conduzidas pelo casal facilitador) e os momentos de oração e recolhimento. O resultado mais impactante para nossa equipe foi a consciência redobrada dos pontos fortes que nos vêm unindo ao longo de todos os anos de convivência, CM 502


apesar de tropeços e dificuldades, da saída de alguns casais e da perda, por falecimento, de pessoas muito queridas; a consciência também de novas possibilidades de crescimento pessoal e espiritual que vimos serem factíveis, e que já são realidade em outras equipes; e os compromis-

sos assumidos por nós a serem trabalhados daqui para a frente. O Movimento das ENS deu um sinal poderoso de vitalidade e compromisso com esta iniciativa. Estão todos de parabéns! Isolda e Ivênio Eq.03A - N. S. da Alegria São Paulo-SP

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SESSÃO DE FORMAÇÃO NÍVEL III É uma enorme alegria podermos escrever em nossa Carta Mensal para contarmos um pouquinho sobre a Sessão de Formação III, que aconteceu nos dias 16 e 17 de julho, em Araraquara, no Santuário Morada da Alegria Vitoriosa - Schoenstatt. Nossa caminhada ao longo da vida é sempre permeada por chamados. Logo ao sermos agraciados com o dom da vida, Deus já nos convida a viver de forma intensa! E assim, durante toda nossa vida, vários outros chamados vão surgindo – para estudos, trabalho, matrimônio, paternidade e tantos outros. Como católicos e cristãos, pedimos e oramos ao CM 502

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Espírito Santo para que nos inspire e, mesmo através de nosso livre arbítrio, que nos oriente a fazer as escolhas corretas. Há alguns anos, fomos convidados a participar das ENS, através de um casal amigo. Aceitamos e, desde então, temos crescido muito, tanto espiritualmente quanto como casal. Nessa caminhada, outros chamados foram surgindo e, na medida do possível, fomos aceitando. Este ano, Deus nos chamou para colaborarmos como Casal Ligação, o que tem sido para nós, sem dúvida, uma experiência muito gratificante e um grande aprendizado. Nessa sessão de formação, todos os casais foram, como sempre, acolhidos com muita alegria e amizade pelo setor de Araraquara. Mais uma vez, tivemos a oportunidade de conhecer outros casais, ouvir verdadeiros testemunhos de vida e trocar experiências, através dos trabalhos em grupo. O CRP, com a colaboração do CRR, foi responsável por transmitir as informações, e o fez com muita clareza e tranquilidade, respondendo a todos os questionamentos que surgiram e mostrando, assim, seu amor e dedicação pelo Movimento, que nos inspira ainda mais e nos mostra o quanto é enriquecedor participarmos dele! Sentimos muito fortemente a importância de nos colocarmos a serviço do Movimento que, como disseram, tem caráter transitório, mas fundamental para sua continuidade. É sempre importante e bom recordarmos o alcance internacional do Movimento, enfatizado nessa sessão, e saber que formamos uma grande família alicerçada nos mesmos valores e princípios cristãos, e como tal, somos ramos de uma mesma videira (Jo15). Agradecemos ao Setor de Araraquara, por todo o trabalho e pelo carinho e acolhimento com que nos receberam. Agradecemos a Deus, mais uma vez, pela participação de todos os casais equipistas nesse encontro tão rico em espiritualidade. Que possamos todos nos colocar a serviço e gerar os frutos esperados. Ângela e Clayton Eq. N. S. da Luz São Carlos-SP

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canonização do pe. Caffarel

Homilia da Missa de Ação de Graças... ...pelo encerramento do inquérito diocesano da Causa, em 18/10/ 2014 “Padre Caffarel soube ver nos homens e nas mulheres unidos pelo sacramento do Matrimônio e também nas viúvas, que levam na sua carne e no seu coração o vínculo matrimonial para além da grande dor da morte do marido, uma manifestação da glória de Deus, a manifestação talvez mais comum, mas num sentido mais resplandecente. A originalidade de Padre Caffarel foi compreender, melhor do que ninguém antes dele, que o sacramento do Matrimônio não é apenas uma bênção, não é apenas a moralização e a santificação da aliança ou do contrato entre um homem e uma mulher e a consagração do lar em que poderão crescer os filhos, mas o dom da graça poderosa que vem da morte e da ressurreição de Jesus que se estende e se aprofunda ao mesmo tempo através de toda a vida do casal. Ele soube ver nos homens e nas mulheres casados e na própria vida conjugal, na própria relação dos esposos, não só uma realidade humana e terrena a que a educação dos filhos e o cuidado mútuo dos esposos acrescentam um valor moral e uma certa força de santificação, mas no ato quotidiano do seu encontro e em todos os seus efeitos, nas ações mais humildes, mais comuns e repetitivas como nas suas escolhas mais decisivas, a graça santificante que jorra do coração de Deus penetrando os coCM 502

rações, os espíritos e os corpos até formar um casal cuja intensidade de comunhão e de comunidade torna visível o próprio amor de Deus pelos homens.” Monsenhor Éric de Moulins-Beaufort “É necessário um milagre, ou seja, uma cura física, imediata, definitiva. É Deus que faz o milagre pela intercessão de um dos seus servos, a pedido do povo cristão. O milagre é, pois, o sinal de que Deus quer que o seu servo seja reconhecido como santo e como modelo de vida para o seu povo. Pedimos um milagre a Deus por intercessão de Padre Caffarel porque queremos que este profeta para o nosso tempo, este apóstolo do amor, seja reconhecido e que todos possam receber o seu ensinamento de vida. O que é certo é que muita gente, por intercessão de Padre Caffarel, recebeu graças magníficas. É neste contexto de pedidos sinceros e insistentes que um milagre pode florir.” Pe. Paul-Dominique Marcovits Colaboração

Salma e Paulo Eq. N. S. da Esperança São José dos Campos-SP 21


raízes do movimento

Conversa à Noite1 Maria é viva, amorosa e presente. Trabalha sem cessar na obra do Corpo Místico.

A moda, isto é, o esnobismo, desempenha ainda, mesmo em lares cristãos, grande papel na escolha do nome que será dado ao bebê. Certo dia, depois de um batismo, o pai me perguntou se havia algum santo com aquele nome, quando viveu e o que tinha feito. Muitos pais não têm nem mesmo essa curiosidade. Para quantos a ideia de confirmar seu filho à proteção de um santo é completamente estranha! Portanto não é de admirarse que nem sequer sonhem em fazer a criança conhecer aquele de quem tem o nome. Não quero cair no mesmo erro. Assim, sinto a necessidade periódica de recordar a vocês a quem foram confiados, dedicados. Quando em 1947 alguns casais e eu mesmo decidimos

colocar as Equipes de Nossa Senhora sob a proteção de Maria, não pensem que foi para obedecer à moda ou por facilidade. É nossa fé na missão única da Virgem no reino de Deus e nossa confiança ilimitada em sua solicitude maternal que nos guiou. Não se trata de apenas dar um lugar à Nossa Senhora em nossas devoções, de lhe dedicar de tempos a tempos uma saudação rápida. É preciso ter grande cuidado em aprofundar o pensamento da Igreja – que aliás reflete apenas o pensamento do Senhor – no lugar admirável de Maria nos desígnios de Deus. De outro modo sua devoção Marial, supondo que ela exista, será simplesmente sentimental e vocês não terão alegria em falar sobre ela presos pelo respeito humano.

1 Editorial Padre Henri Caffarel. Carta Mensal nº 61 de maio de 1961

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Há uma teologia Marial que os maiores entre os padres e doutores da Igreja contribuíram para elaborar e que é um alimento maravilhosamente substancial para a inteligência e para o coração. E nessa fonte devemos nos saciar. A série de oito temas sobre o Mistério de Maria que pedimos a todas as equipes de tomarem como motivo de estudo no curso dos seis primeiros anos é, parece-nos, uma boa iniciação, mas somente isso; toda a vida o cristão deve esforçar-se por ir mais adiante na descoberta de Maria. Conhecer e viver. Conhecer o Mistério de Maria para vivê-lo. Guardem-se da tentação que ameaça os intelectuais, de se aterem a puros conhecimentos emocionais. Maria não é um conceito. Maria é viva, amorosa e presente. Trabalha sem cessar na obra do Corpo Místico. Santa Teresinha pode escrever: “compreendi que se a Igreja tem um corpo composto de diferentes membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não poderia faltar, compreendi que a Igreja tinha um coração, e que esse Coração era ardente de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja, que se o Amor viesse a extinguir-se, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho e os Mártires recusariam a morte.” E Teresinha acrescenta: “Sim, achei meu lugar na Igreja, e este lugar, ó Deus, fostes CM 502

vós que m’o destes... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor”. O que é verdade em Santa Teresinha é ainda mais em Maria. Mas é preciso ainda pela confiança e humildade, abertura e disponibilidade, em uma palavra pelo amor, entregar-se à influência no sentido largo da palavra de nossa Mãe Maria. Influência cuja ambição é não absorver nossa inteligência, nosso coração e nossa vida, mas orientá-los para Deus, tomá-los para oferecer a Deus. As almas trabalhadas, modeladas por Maria, são para as sementeiras da graça, terreno perfeitamente preparado. No encontro de todas as noites em que nos reunimos – perto de 10.000 – junto de Maria e lhe cantamos nosso amor, eu desejaria que neste novo ano formássemos uma poderosa coalizão para lhe pedir que faça de cada um de nós um espírito e um coração semelhante ao seu a fim de que em nós e por nós o Senhor faça avançar seu Reino. Henri Caffarel

Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP 23


acervo literário do Pe. Caffarel

Seguindo os Escritos

DO PADRE CAFFAREL Continuamos aqui a seguir as reflexões do Padre Caffarel sobre o modelo que representa, para os casais cristãos, o casamento de Maria e José. Os escritos aqui citados são do Livro “Recebe Maria como tua Esposa”1. Como vimos no mês passado, o padre, seguindo os Evangelhos, parte do princípio que se Cristo veio “renovar todas as coisas”, o casamento foi sem dúvida objeto dessa renovação e tornou-se, para dois batizados, um sacramento - o sacramento do Matrimônio. E ele dedica a parte final do livro a mostrar de que maneira, ao olhar para Maria e José, o casal cristão pode aperfeiçoar sua maneira de viver este sacramento. Num primeiro momento, ele coloca como pressuposto – apoiando-se nos “grandes doutores e no magistério [da Igreja]”, por sua vez sustentados pelos Evangelhos, que Maria e José “abstiveram-se da união carnal”. Não é, evidentemente, este o modelo que se propõe aos casais de hoje, mas o sentido mais profundo dessa decisão. Diz Caffarel: “Que luzes podem os lares cristãos tirar daí para sua vida cotidiana? Uma primeira, capital: se a essência do casamento reside, não no dom físico, mas na vontade de pertença mútua, na união de pessoas tanto quanto de espíritos, é neste nível que o homem e a mulher encontrarão a plenitude à qual seu amor aspira; é, pois, primeiro e antes de tudo nesse nível que devem

estabelecer diálogo, troca, união entre si. Os casamentos em que a carne tem a primazia não somente são vulneráveis e instáveis, mas decepcionam, necessariamente. O ser humano não vive muito tempo no plano da carne sem que sua alma, excluída, se revolte.” E para dirimir as dúvidas, ele continua: “Compreendamos bem o exemplo de José e Maria: ele não é de modo algum uma condenação do dom carnal no casamento. No lar cristão, em que a vocação normal é a de ter filhos (...) esse dom encontra toda a sua razão de ser. No mais, não lhe reconhecer a importância para manter e aperfeiçoar a união dos corações seria presunção, tentação de angelismo. A carne, por sua vez, menosprezada, não tarda em revidar. ” E conclui: “O que devemos guardar disso, nós, ‘carnais’, é que a sexualidade não é a parte principal na realização da comunidade conjugal. Aí temos um alerta para que a vida sexual não se torne um lento afundar-se em areias movediças.“ No casamento renovado que Cristo veio trazer, a fecundidade do casal também passa a ter outro significado. Ele “comporta um ensinamento precioso para os esposos cristãos; ele lhes revela que eles são chamados a bem outra coisa que só a multiplicação da espécie humana. De fato, ao casamento novo, ao casamento-sacramento que é o seu, corresponde uma

1 Publicação da Editora Santuário, 2009

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fecundidade nova. Trata-se de dar nascimento a seres dos quais Cristo quer fazer seus irmãos, a quem ele quer comunicar sua vida, em quem ele quer viver.“ Mas Caffarel alerta: que sejam modestos, que aprendam “ao contemplar o casamento virginal de José e de Maria, que um filho de Deus não pode ser engendrado senão por Deus. (...) Deus tem necessidade dos esposos cristãos para multiplicar seus filhos. Mas, enquanto no lar de Nazaré nasceu o Salvador, no lar cristão nascem aqueles que têm necessidade de serem salvos. Que os esposos não se entristeçam por isso! Eles fazem o que lhes cabe: engendrar filhos de homem; Deus, se recorrerem a ele, fará o que lhe compete: pela força do batismo, esses filhos da Terra tornar-se -ão seus próprios filhos.“ Assim, continua padre Caffarel, “Deus não delega a ninguém o poder de engendrar seus filhos. Em contrapartida, delega a educação. Dessa forma, os esposos cristãos têm a admirável missão de educar filhos de Deus, e essa missão sem igual está muito acima das responsabilidades humanas na educação. Mais que nos livros, é no lar de Nazaré que eles aprenderão como se comportar com esses irmãos e irmãs de Jesus que, sob seu teto, são chamados a crescer em idade e em santidade. (...) Na medida em que sua união estiver disponível a seu amor e a sua graça, como no caso de José e de Maria, Ele trabalhará por meio deles para fazer desabrochar em seus filhos a vida mesma de seu Filho.“ Da mesma forma que Maria e José percebem em Jesus que é Filho de Deus, o casal cristão é chamado a reCM 502

conhecer no filho batizado o filho de Deus: “É um bem de Deus, é um filho de Deus confiado a seus cuidados para que velem sobre seu crescimento físico e moral, mas antes de tudo, sobre o surgimento e o desenvolvimento nele do ‘homem novo’.“ Deste modo, o amor dos pais cristãos por seu filho deve se transformar radicalmente. A educação cristã é uma forma de culto: “Ela é serviço de Deus nos filhos”. “E Deus não confia uma tarefa tão alta sem conceder aos pais um dom prodigioso: Ele os faz participar de seu amor de Pai. Sim, por meio dos pais que amam seus filhos é o amor do Pai que se derrama sobre Seu Filho bem -amado. Através de sua autoridade, é Sua autoridade que se exerce. Sua providência, através de seu devotamento. Com a condição, entretanto, que Lhe apresentem corações pobres e humildes, totalmente abertos a acolher Seus dons e Seus estímulos.“ Como sempre, os escritos de Padre Caffarel nos questionam: qual é, na nossa vida conjugal, o papel da sexualidade? Como consideramos a nossa tarefa de educadores de nossos filhos? São outras tantas matérias para nosso Dever de Sentar-se. Hélène e Peter Eq.05A - N. S. da Santa Cruz São Paulo-SP Monique e Gérard Eq.01A - N. S. do Sim São Paulo-SP M. Regina e Carlos Eduardo Eq.01A - N. S. do Rosário Piracicaba-SP Cidinha e Igar Eq.01B - N. S. Aparecida Jundiaí-SP 25


Uma pessoa que reza é qual uma luz acesa no mundo Todos nós sentimos um desejo ardente do céu onde se encontra Deus, mas está ao nosso alcance estar desde já no céu com Ele. Mas esta felicidade imediata significa: amar como Ele ama, ajudar como Ele ajuda, dar como Ele dá, servir como Ele serve, socorrer como Ele socorre, permanecer com Ele em todas as horas do dia, e tocá-Lo mesmo na sua figura de aflição. (Madre Teresa)

Queridos irmãos equipistas, desejamos que o Espírito Santo se derrame sobre cada um de vocês que agora lê esta carta e que Ele seja o tradutor da mensagem que lhes enviamos. Hoje desejamos refletir sobre a alma e o coração do intercessor. O que alguém precisa para ser um intercessor? A resposta é: AMOR. Primeiro e acima de tudo, Amor. Amor disposto a crescer, nos seus três vértices: Amor a Deus, Amor ao próximo e a si mesmo. Quem não se respeita, não se valoriza, e também não se percebe como pobre e necessitado da graça de Deus, não saberá compreen26

der e amar a pobreza, as lágrimas, as angústias, as fraquezas e necessidades do próximo. Mas quando nos aproximamos de Deus e nos deixamos banhar pela luz do seu olhar amoroso, crescem em nosso coração, em nossa alma, a fé, a esperança e a caridade. Como nos ensina o Pe. Caffarel: para que este olhar produza seus efeitos, é ainda preciso que a alma o acolha, abrindo-se a Ele profundamente através de um ato de fé. E se essa fé for ardente, o olhar amoroso de Deus a fará crescer em santidade, assim como o sol faz amadurecer as colheitas... Surge então na alma o amor de Deus, a caridade. CM 502

Ben Coffman Photography

intercessores


Para rezar bem, é preciso acreditar neste olhar de amor. E então já não podemos mais olhar a dor ao nosso lado e seguir adiante como se nada tivéssemos visto – aqui nasce o intercessor. Alguém que, ciente de suas fraquezas, de seus pecados, do seu amor imperfeito, deseja no mais íntimo do seu ser, unir-se a Deus em favor dos irmãos. Você pode se perguntar: “Mas como posso consolar os aflitos, se eu próprio vivo cheio de aflições?”, “Como posso aliviar as dores, se eu próprio convivo com elas?”, “Como posso ser luz, se tantas vezes tenho medo das noites da minha alma?”. Mas quando o intercessor reza e oferece a Deus, por amor aos irmãos, as suas aflições, as suas dores, as suas alegrias e sofrimentos, quando clama pelo Espírito Santo, não é mais ele sozinho, mas o próprio Jesus que reza em seu coração. Jesus une seu amor perfeito ao amor imperfeito do homem e oferece a Deus Pai o seu sacrifício de amor. Por este mistério, dos desígnios insondáveis de Deus, temos a graça da unidade. Se em Cristo somos um, então quando um intercessor reza, todos os intercessores se unem nesta oração, por isto a cada trimestre os pedidos que nos chegam são enviados a todos os intercessores. Cada qual recebe um pedido, mas todos rezamos pelas intenções confiadas a todos os intercessores. E por pura graça e Dom de Deus, a sua, a minha, a nossa oração pode chegar a pesCM 502

soas que talvez nunca encontremos nesta vida, mas nós sabemos que a oração faz toda a diferença. Quanto nos encoraja e consola quando alguém nos diz: “Vou rezar por ti”. Portanto, nenhuma pessoa precisa esperar saber tudo sobre oração, ou ser perfeito para ser um intercessor. Como nos ensina Jesus: “A ti basta-te a minha graça”, pois é na fraqueza do homem que se percebe a força de Deus. Quando abrimos o coração e damos um passo em direção a Deus, o Senhor já deu dez ao nosso encontro. Folheie o Evangelho e verá que os milagres são muitas vezes concedidos por causa de uma intercessão: O centurião intervém junto de Cristo em favor de seu servo doente, uma mãe de família importuna o Senhor para obter a cura de sua filha... Como é de lamentar aquele que não tem uma família da qual possa pensar: “Ao menos eles rezam por mim”... O Cristo não sabe resistir às orações daquele que, por sua vez, não resiste aos apelos do próximo. Ele considera como feito a Si tudo o que fazemos a um outro. Que a sua oração possa ser mais uma luz acesa no mundo. Venha se unir a nós, seja também um intercessor! O seu gesto de ternura pode mudar o curso de uma vida... Com carinho e oração, Goretti e Moacir CR Intercessores intercessao@ens.org.br 27


Delegação Brasileira

Encontro Internacional das EJNS Sevilha/Espanha

Entre os dias 17 e 24 de julho de 2016 aconteceu em Sevilha, na Espanha, o Encontro Internacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora. O encontro ocorre a cada dois anos e membros das EJNS do mundo todo se encontram para partilhar os frutos do Movimento. Nos últimos anos, os encontros aconteceram em Portugal (2014), nos Estados Unidos (2012), na Itália (2009) e no Canadá (2007). O Encontro Internacional oferece a nós, jovens equipistas, uma oportunidade de renovar a fé através da vida em equipe. A proposta do evento é unir todos os irmãos e irmãs em Cristo que estão envolvidos nas EJNS: jovens, casais acompanhadores e conselheiros espirituais. O tema do último encontro foi “Amém, assim seja”. Ele foi escolhido porque a palavra “amém” 28

quer dizer o início e o fim para os cristãos. Significa o fim porque é a maneira com que encerramos nossas orações e significa o começo porque é a declaração que nos leva ao exemplo de Maria, que disse “SIM” aos planos de Deus para ela, e fez nascer então, o Cristianismo. Durante a semana do encontro, tivemos momentos de palestras, interequipes, missas, adorações, terços e muitos momentos de integração e descontração, além da troca cultural! Cada país foi responsável pela organização de um dia de encontro, com um tema diferente: alegria, misericórdia, Eucaristia, Nossa Senhora e amém. Embora fôssemos equipistas de diversas origens, culturas e línguas todos tínhamos a fé em comum! O dia do Brasil foi organizado em conjunto com a Costa Rica, com o tema “Nossa Senhora”. Iniciamos as atividades com a liturgia CM 502


das horas, fizemos uma palestra sobre os olhares de Maria, ensinamos a dançar e cantar algumas músicas brasileiras. Encerramos o dia com uma adoração, que nos levou a refletir sobre as sete dores de Maria, rezamos o terço diante do Santíssimo e fizemos a coroação de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora dos Anjos, invocações dos secretariados nacionais do Brasil e da Costa Rica, respectivamente. A nossa participação no encontro não seria tão boa se não tivéssemos tido o apoio de vocês, casais! Agradecemos as orações e a doação de passagens para que mais jovens pudessem estar presentes neste momento tão importante e marcante na nossa caminhada nas EJNS. Ao todo foram 27 brasileiros. Os jovens eram de diversas regiões do Brasil, como Brasília, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Também tivemos a alegria de contar com a participação de dois conselheiros espirituais: Padre Thiago, de São José dos Campos, SP; e Padre Renato, de São Paulo. Estiveram presentes no Encontro jovens de 7 países: Angola, Canadá, Costa Rica, Espanha, Estados Unidos, Líbano e Portugal. Infelizmente, nenhum jovem da Síria pôde estar presente devido à guerra, porém, tivemos um momento emocionante de conferência por Skype com alguns jovens de lá, que contaram a realidade local. O mais marcante desta experiência foi ver a força de vontade em reunir a equipe. Mesmo em meio à CM 502

guerra, saem de casa sem saber se encontrarão sua família no fim do dia ou se vão sobreviver e, mesmo assim, se esforçam para estar juntos em equipe, partilhando a fé e a alegria de ser cristãos. Todos ficaram muito marcados com a alegria deles em poder compartilhar deste momento conosco! Também tivemos a participação do casal responsável pela Super Região Espanha, Mercedes e Alberto, e a presença da Christine Magne, jovem fundadora das EJNS na França, que estava muito emocionada em ver como o movimento cresceu e participou conosco durante o último final de semana inspirando muitos jovens!! Neste mesmo final de semana, comemoramos o aniversário de 40 anos das EJNS! A organização do encontro também promoveu a venda de camisetas pedindo orações pela Síria e 100% do lucro foi revertido para a organização do Encontro Nacional deles, que aconteceu na segunda semana de agosto. O próximo Encontro Internacional já tem data e local! Será em 2018, no Brasil! Será em São Paulo e promete ser o maior Encontro Internacional das história das EJNS aqui. Todos nós, jovens equipistas, estamos muito animados com a oportunidade de participar deste momento em casa. Contamos desde já com as orações, apoio e entusiasmo dos casais, nossos irmãos de movimento, para mais essa vitória dos jovens da Mãe de Deus. Giovana Brito Secretária Nacional 29


testemunho

Maria se faz presente! Quem é esta que avança como a aurora?... Maria, a medianeira, a mãe do silêncio, mãe da humildade, da simplicidade. Tantos adjetivos e predicados para defini-la que poderíamos viver uma vida inteira para contemplá-la! Sim, esta menina pura e sem pecado original se tornou mulher por obra do Espírito Santo e nos trouxe o Salvador. Maria, mãe dedicada que está sempre cuidando e protegendo seus filhos. E assim foi o sinal que nos transmitiu com tanta singeleza. Nove de junho, aniversário do Padre João MacDowell, SCE da Equipe 7 – Nossa Senhora da Boa Viagem e da Equipe 8 – Nossa Senhora da Paz. Fomos comemorar junto com ele. Foi preparada uma Missa em uma capela simples, mas acolhedora, na Faculdade dos Jesuítas (FAJE). Na mesa da celebração havia uma toalha branca, uma vela, o missal e o lecionário. O Padre João iniciou a celebração, que foi animada pela participação de todos os equipistas presentes. Ao término da Missa foram retirados todos os objetos litúrgicos e a vela ficou por último. Quando o ministro da Eucaristia, Luís Carlos (Equipe 7) pegou a vela, a cera havia escorrido sobre a toalha e, então, ele foi delicadamente soltando a cera da toalha. Eis a nossa surpresa! Revelou-nos a imagem de Maria, nossa Mãe! Assim que levantou a imagem fomos acometidos de uma emoção sem igual, ficamos boquiabertos, sentimos que Maria estava presente no nosso meio, abençoando o Padre João e todos nós! Foi um momento de intensa beleza e simplicidade, assim como Maria é. No silêncio ela diz muito! Na sua candura ela mostra a sua força! Possamos nós, das ENS seguir esta mulher, mãe de Jesus, nos seus exemplos e testemunhos de uma verdadeira filha de Deus. Ave MARIA, cheia de graça!!! Romilda Eq. N. S. da Paz Belo Horizonte-MG 30

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Viver a missão com alegria Querido(a) equipista, meu mais sincero desejo é que, ao ler essa mensagem, você tenha a certeza de que ela foi cuidadosamente escrita para você. Como se, ao escrever cada palavra, o meu olhar encontrasse o seu e, assim, experimentássemos a maior riqueza do nosso ser cristão: a certeza de que o amor de Cristo nos une! Cheguei neste tão bonito Movimento no ano de 2006, quando alguns casais me procuraram, após uma missa que havia presidido na missão salesiana de Pindamonhangaba, propondo-me a conhecer as Equipes de Nossa Senhora. Confesso que, num primeiro momento, o desejo era não arriscar nenhum trabalho pastoral que “saísse” do carisma salesiano, mas depois, deixando-me encantar pelos ensinamentos do Pe. Caffarel e vendo a riqueza da partilha daqueles casais, logo estava envolvido no carisma das equipes. Já no ano seguinte, além da minha equipe, era o Conselheiro do Setor de Pinda. Vindo para São José dos Campos, no ano de 2010 já recebi a primeira equipe aqui – Nossa Senhora das Vitórias. Depois fui convidado para acompanhar a pilotagem da equipe Nossa Senhora do Rosário e, com a agenda já apertada, ainda assumi o desafio de acompanhar a Equipe Nossa Senhora da Anunciação. Posso dizer que, se o Movimento não me agradasse tanto, não estaria acompanhando 3 equipes. Como é enriquecedor perceber que o carisma das equipes deCM 502

monstra que sacerdotes e casais são chamados a viver a vocação para o amor e que somos chamados sempre a renovar a nossa vida de acordo com o Evangelho! Como recorda a apresentação do nosso material de estudo deste ano de 2016: “Se o que nos constrói são nossas decisões, então é importante compreender que somos chamados, não somente como Movimento, mas também como Igreja, a nos transformar com alegria em testemunhas e discípulos de Jesus que, na Sua misericórdia, oferecenos continuamente o perdão”. Somos hoje desafiados a evangelizar com novos métodos e novo ardor em um mundo que vive em mudança de época, como recorda o Documento de Aparecida no número 44. Ano que também recebemos a exortação pós-sinodal Amoris Laetitia, sobre o amor na família, em que o Papa Francisco se mostra entusiasmado pela “alegria do amor” existente nas famílias – apesar das muitas dificuldades – e as convida a ir em frente, contando sempre com Cristo. E também a CNBB nos oferece o documento de estudo: “Cristãos leigos e leigos na Igreja e na sociedade”, convidando cada um a ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14). Queridos amigos e queridas amigas: que juntos possamos trilhar os desafios de viver nossa missão com alegria, evangelizando o mundo que está ao nosso redor, tomado pelo individualismo e a solidão que ferem e dificultam o anúncio 31


do amor e o sentido de comunidade, um mundo relativista, com valores tão distantes do Evangelho, um mundo desencantado, onde somos convocados a depositar a “pitada” de sal certa e a indicar a “luz” de Cristo nos corações desacreditados e machucados. Que tenhamos entusiasmo e energia para abraçar essa missão! Cristo conta com você! Você, equipista, está sendo preparado para assumir esse discipulado. Mesmo no cansaço do dia a dia, mesmo diante dos desafios da sua casa, seu trabalho, suas necessidades, obrigado por ter oferecido a sua vida no seguimento de Jesus. Não tenho dúvi-

da de que este foi e é o seu melhor investimento! Deus o abençoe! Deus a abençoe! E que, por seu intermédio, essa bênção chegue também no seu lar! Com ternura e afeto,

Pe. Silvio César, SDB SCE - Eq.6, 10, 13 do Setor B São José dos Campos-SP

As palavras convencem, mas os testemunhos arrastam Membros da Igreja dando Testemunho de Jesus Cristo. Estávamos fazendo o estudo do tema, já quase no fim da leitura, quando nossa filha menor Maria Luiza, pediu para sentar conosco. O Edson estava lendo, então fiz sinal com a cabeça que sim. Sentou e ficou ali conosco. Quando terminamos, fizemos algumas perguntas para ela para saber se estamos realmente sendo testemunhas de Cristo para nossas filhas. Ela prontamente nos respondeu que muitas vezes acorda e fica no seu quarto escutando nós rezarmos e que acha isso muito bonito, e assim fomos questionando e ela foi respondendo. Falou que acha muito importante nós a levarmos à missa, pois alguns de seus amigos da catequese não vão à missa porque os pais não levam. Amei quando ela disse: “Quando crescer quero participar das Equipes de Nossa Senhora”. Mais uma vez confirmamos que as palavras convencem, mas os testemunhos arrastam. “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-Lo é uma graça e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher”. Amém ! Jadna e Edson Eq. N. S. de Fátima Criciúma-SC 32

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Dedicados equipistas que retornam à casa do Pai Orlando e sua esposa Wilma, de Jundiaí-SP, por vários anos exerceram funções e serviços nas ENS. Como membros da antiga ECIR, atuaram como tesoureiros do Movimento e também como casal ligação de toda a Região Nordeste, que então não era constituída como Província. Membros da equipe da Carta Mensal em duas gestões, a primeira com Silvia e Chico e em continuação com Cecília e José Carlos. Foi o casal coordenador nacional da SR Brasil no Encontro Internacional de Santiago de Compostela, na Espanha, no ano 2000 e casal coordenador da comissão do 1º Encontro Nacional das ENS em Brasília, no ano de 2003. Orlando tinha uma marca registrada quando dizia “vamos em frente”, o que significava que problemas e desafios nunca foram obstáculos.

Seu dinamismo e boa vontade eram contagiantes. Como cristão estava atento às necessidades das pessoas, a quem ajudava sem alardes, mantendo-se ao máximo no anonimato. Companheiro fiel, era sempre o primeiro a tentar minorar os problemas para que não chegassem com força nas mãos de quem tinha de decidir. Alegria de viver, coragem diante dos desafios, e homem de vanguarda. Esta é parte da herança que Orlando nos deixou. Que o Senhor lhe reserve uma boa parte em seu Reino. Silvia e Chico Eq.01 - N. S. de Fátima Sorocaba-SP

HENRI CAFFAREL

PROFETA DO NOSSO TEMPO

no Facebook

Recentemente foi criada uma página no Facebook com o objetivo de difundir e tornar conhecidas a vida e a obra de nosso fundador Padre Henri Caffarel. Com atualizações constantes você poderá acessar e absorver mais e melhores conhecimentos da vida deste que foi chamado: O Profeta do Nosso Tempo. • Acesse o site www.ens.org.br, • Clique no link da página e depois no botão curtir. • Convide todos de sua lista para também curtir... CM 502

...curtir

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partilha e PCE

Dever de Sentar-se: caminho para a espiritualidade conjugal Dentre todos os PCE, um sempre nos tocou de forma diferente: o Dever de Sentar-se. Não se trata de um momento de disputar forças, de desabafar, de recordar mágoas, de cobrar ou de julgar. Também não é simplesmente uma troca de elogios como forma de abrandar os sentimentos. Mas é um momento de diálogo aberto com o cônjuge sob o olhar misericordioso de Deus. Uma das questões que atrapalham o diálogo é a dificuldade que temos de identificar nossos próprios sentimentos. Por isso, muitas vezes, esperamos que nosso cônjuge descubra ou deduza o que pensamos como que se tivessem uma bola de cristal. Mas o que realmente se passa em nossa cabeça, em nosso coração? Muitas vezes nem nós mesmos temos coragem de encarar nossas questões. Precisamos ser claros e verdadeiros um com o outro, sem ambiguidades, sem ironia, com amor. Mas, não com esse amor romantizado com que tanto sonhamos, mas o amor verdadeiro, aquele que é a pedra angular da vida conjugal e familiar e que só tem uma fonte: a Fonte Divina. “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama é gerado por Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus” (1João 4, 7-8). O amor dos esposos se constitui na estrada real que conduz a Deus, nossa 34

origem e nosso destino. O diálogo só se estabelecerá quando cada um for capaz de se colocar no lugar do outro para conhecer suas percepções. Nós somos convidados pelo sacramento do Matrimônio a deixar rastro de céu por onde passamos, e isso só será possível vivendo a espiritualidade conjugal, ou seja, vivendo segundo o Espírito Santo e não segundo os critérios deste mundo. Não é fácil. Trata-se de uma questão de escolha diária, em que decidimos viver o matrimônio de um novo jeito, dando-nos um ao outro, de tal forma que as pessoas possam perceber em nós a ação viva do Espírito Santo, no nosso jeito de olhar, de falar, de nos corrigir... O Dever de Sentar-se também é momento de pedir perdão. Às vezes temos coragem de pedir perdão para um estranho, mas não pedimos para nosso cônjuge. Amor e perdão são exercícios cotidianos de espiritualidade conjugal, que devem ser alimentados pela Eucaristia. Aceitemos o convite de Padre Caffarel: “Deixai a praia e avançai para o alto-mar”. Deus nos abençoe. Paula e Tiago Eq.09 - N. S. da Luz Maracaju-MS CM 502


EVANGELHO DE JESUS CRISTO

Segundo Maria

Naquele tempo, todos os dias, eu e José acordávamos bem cedo. Eu procuro acordar antes dele, adoro vê-lo dormindo. É tão belo que acho que José fala com os anjos enquanto dorme. Mas o que eu gosto mesmo é de acordá -lo bem devagarinho... “Shalom, shalom, meu amor...” eu vou sussurrando até que vejo aquelas pálpebras hebreias tremulando, buscando forças para desvendarem os olhos mais bonitos do Oriente. José tem olhos da cor do mel de Canaã. Ele é o meu bom José! Ele acorda e já olha bem para mim e diz: “Mas você já está de pé, minha Maria?”. Ele não concorda que eu me desperte tão cedo só para preparar o seu desjejum. Toco-lhe a face com meus lábios e desejo-lhe o mais belo dos dias e juntos renovamos o Sim do nosso matrimônio. E antes de dobrarmos as esteiras, José recita um trecho dos Salmos; ele sabe recitar todos os salmos. Eu fecho os olhos para a Escuta da Palavra e depois sou eu que relembro estroCM 502

fes do Cântico dos Cânticos. José também abaixa a cabeça com as mãos unidas e faz sua Meditação, ele sempre se emociona... Pela manhã falamos tudo bem baixinho para não acordar o santo menino que dorme bem ao lado do nosso quarto. São gostosas as manhãs em nossa casa! José toma minhas mãos entre as dele e, diante de um pequeno trecho da Torah pendurado no umbral da porta de nossa casa, agradecemos a Deus pelo descanso e pedimos forças para entrarmos no dia que Ele preparou para nós: é nessa hora que fazemos nossa Oração Conjugal. Fico com o coração apertado quando vejo José saindo tão cedo para a floresta de cedros. Ele tem trabalhado tanto, me preocupo com ele. José não deixa faltar nada para nós, ele providencia tudo. Meu bom José fez da honestidade e da justiça a sua Regra de Vida. Ainda escuro, puxando o jumentinho e segurando o candeeiro 35


e o machado, parte para o trabalho, e quando está a certa distância em que ainda possa ser ouvido, acena com a mão e diz “eu volto logo, eu prometo que volto, minha Maria, pois Deus está comigo!”. E volta mesmo, e sempre me traz flores: cada dia uma flor diferente, não sei onde ele encontra tantas. Ontem ele trouxe apenas um galho de planta com folhas verdes, sem flores, e propôs que sentássemos diante da Menorah, nosso candelabro de sete velas, que acendemos e ali fizemos o nosso Dever de Sentar-se. Enquanto partilhávamos a vida, notei que do galho que José trouxera iam desabrochando pequenos botões escondidos entre as folhinhas e iam surgindo pequeninas flores perfumadíssimas. José me explicara que a flor era rara, e que precisava do calor para desabrochar. Foi aí que percebi que José me dizia que o calor e a luz da verdade do nosso amor perfumavam e floriam a nossa casa e a nossa vida. Dessa vez, o motivo de nossa partilha foi sobre a perda do menino em Jerusalém... É que todos os anos, no tempo da Páscoa, nós vamos para lá fazer o nosso Retiro Anual e aproveitamos a caravana que sai daqui de Nazaré, da Galileia, para não nos perdermos. O pessoal que vai para o sul é uma grande família, ou seja, uma verdadeira equipe e, familiarizados que somos com todos os que vão para lá, pensávamos que Jesus estivesse conosco no retorno. Sofremos muito procurando-o, pois 36

por três dias pensamos que tivéssemos falhado na missão que Deus nos tinha confiado. Para nós, mesmo depois de doze anos, ainda fica difícil entender que ele não é só nosso filho, mas sim Filho de Deus... E eu e o meu bom José chegamos à conclusão de que nós só vamos encontrá-lo de fato quando entendermos que, por ele ser tão de Deus, também pode ser tão nosso. Mas por enquanto não falamos nada com o menino, estamos guardando essas coisas em nosso coração. José também tem empenhado muito tempo ensinando o seu ofício ao menino que, no passar dos dias, já aprendeu a selecionar a madeira mais nobre e por hora só tem conseguido forças para talhar e montar pequenas manjedouras e esculpir belos cajados. José sempre o elogia e o abençoa, tocando-lhe a fronte com a mão e recitando em aramaico antigo a bênção de Abraão, de Sara e de Agar. Os olhos do menino brilham... Ah, quando eu vejo José e o santo menino tão contentes e tão juntos, é nessa hora que eu canto, como cantei na casa da minha prima quando Deus encheu o ventre dela de novidade: “a minh’alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, pois o Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome!”. Palavra da Salvação. Padre Mauro José Ramos Eq. N. S. Estrela da Manhã Caraguatatuba-SP CM 502


reflexão

Fazei que eu procure mais... Na minha opinião, a Oração de São Francisco é uma das mais bonitas que nós conhecemos, e nenhuma oração traz tantos ensinamentos como esta. Naquele momento, São Francisco estava inspirado e em sintonia com Jesus, pois ambos teriam a mesma finalidade de transformar o mundo, mas ele nos ensina que devemos primeiro nos transformar, para chegar onde desejamos. Reparem que na oração “Fazei que eu procure mais”, o sentido dela nos faz pensar sobre o que estamos buscando. O “mais” indica o nível de intensidade do nosso compromisso de busca. Acredito que São Francisco estava pedindo a Deus para procurar a maneira certa de levar o amor e o perdão para todas as pessoas. Procurando mais...

Consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Veja também que, em sua oração, ele faz vários pedidos:

Onde houver ódio, que eu leve o amor:

Onde houver discórdia, que eu leve a união:

A união só acontecerá quando tiver o fim do individualismo das pessoas. Só assim eliminamos a discórdia.

Onde houver dúvida, que eu leve a fé:

Ter fé implica uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança.

Onde houver erro, que eu leve a verdade:

Esse foi o primeiro pedido, no qual ele mostra que o amor pode sobrepor o ódio, pois ele tem várias facetas.

Para lidar com os erros precisamos procurar a verdade dos fatos, não importam os interesses pessoais.

Se nós queremos o perdão de Jesus, por que já não o praticamos quando formos ofendidos?

Enquanto houver a esperança, sempre sobreviveremos a todos os desafios da vida.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão:

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Onde houver desespero, que eu leve a esperança:

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Onde houver tristeza, que eu leve a alegria: Combater a tristeza em todos os níveis é o mesmo que manter a energia da alegria acesa.

Onde houver trevas, que eu leve a luz:

Na vida existem momentos de escuridão e de luz, quando não estamos vendo nada, aí vem Ele com uma luz a nos levantar e ajudar a caminhar.

Na vida não podemos nos abater com as dificuldades, por isso o mais importante é ter fé, acreditar que Jesus existe, pois tudo é possível. Mas não podemos ficar parados, temos que ter atitude. Ó Mestre, fazei que eu procure mais... Mariana e João de Queiroga Eq.N. S. de Fátima Maceió-AL

SIM ÀS EQUIPES SIM – Segundo o dicionário, “sim” traduz uma decisão tomada firmemente. Exprime afirmação, aprovação, consentimento. Dar o sim é consentir em alguma coisa. O SIM nas Equipes de Nossa Senhora – algumas vezes recebemos o chamado, um chamado ao serviço, um chamado a se colocar à disposição. Este chamado ao serviço é para ser assumido pelo casal, e não pela pessoa. Devemos lembrar que é o Senhor quem nos chama, é um chamado para amar mais ao Senhor, amar mais a Igreja, o Movimento e amar mais uns aos outros. Devemos usar este chamado como oportunidade para renovarmos o nosso espírito. Como católicos, aprendemos que Jesus nos ensina a servir na passagem do lava-pés. Ora, se o próprio Jesus se coloca a serviço de seus filhos, por que nós não nos colocamos verdadeiramente a serviço? Muitas vezes devemos renunciar, sair da zona de conforto, sair do banco da Igreja. A aceitação de um serviço implica já a ideia de renúncia. Muitos casais trabalham, estudam, têm filhos, netos, têm dificuldade de falar ou se expressar, não têm condução própria, são novos no Movimento ou estão no Movimento há muito tempo, já contribuíram muito para o Movimento prestando serviços como CL, CP, CRE, CRS ou coordenador de Experiência Comunitária. Outros ainda não tiveram esta experiência de servir ao Movimento. Muitas vezes achando-se incapacitados, mas Deus capacita. Quando recebemos o chamado, é um chamado de Deus e Ele sabe por que nos chamou. Então, ao recebermos um chamado para o serviço nas ENS, não esqueçamos que é um chamado de Deus. Tatiana e Luiz Eq. N. S. da Penha Rio de Janeiro-RJ 38

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formação FORMAÇÃO PERMANENTE E EQUIPES EM MOVIMENTO “Nunca deixeis de vos formar. Se a ação não vos permitir continuar vossa formação, a ação vos perderá.”

(Pe. Caffarel)

“As Equipes de Nossa Senhora são uma escola de formação permanente para os casais. Não se trata tão somente de aprofundar o conhecimento da nossa fé, mas de praticar o discernimento humano e cristão, que move tanto a razão quanto o coração, na busca de uma mais estreita coerência entre fé e vida.” (MF). A formação nos interpela, nos ajuda a interpretar o desígnio de Deus sobre o casal e nos convida a ajustar nossa vida conjugal, familiar e profissional aos valores do Evangelho. A Formação Permanente no seio das equipes realiza-se: • Pela vida cotidiana em casal, que é um caminho para santidade. • Pela vida e entreajuda em Equipe, que alimentam o caminho da cada um na fé. • Pelos Encontros de Formação que, numa atmosfera eclesial de amizade e oração, oferecem ideias e posCM 502

sibilidades de trocas de experiência para cada um melhor progredir. A Super-Região Brasil especificou os conteúdos deste esquema geral, adaptando-os às situações e às necessidades locais em um duplo esforço: • De Fidelidade ao Carisma e à Pedagogia do Movimento • De Flexibilidade para se adaptar às circunstâncias e às diferentes culturas. Os principais objetivos da Formação Permanente • Aprofundar a dimensão litúrgica, catequética e missionária da vocação cristã. • Promover o conhecimento do carisma, da mística e da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora, para que os casais possam viver melhor o Sacramento do Matrimônio. • Aprofundar os temas relacionados à vida do casal, da família, da Igreja e 39


da sociedade, procurando discernir, com a ajuda do Espírito Santo, os sinais dos tempos. • Incentivar os casais para a sua missão no Movimento e na Igreja. As etapas da Formação Permanente 1. Equipes em Caminho – “Tempo de Consolidação” (Fé e Vida) 2. Equipes em Movimento – “Tempo de Maturação” (Vocação e Missão) 3. Novo Fôlego – “Novo Impulso da Equipe” Ressaltamos a Formação das Equipes em Movimento: Após o Encontro das “Equipes em Caminho”, a Equipe continua a sua caminhada, unida a outras equipes em uma rede de relações fraternas. É a etapa das “ Equipes em Movimento”. O Encontro das Equipes em Movimento é um tempo de maturação onde os casais e a equipe são incentivados a colocar os seus talentos em prática, nas diversas formas de serviço à Igreja, às Equipes de Nossa Senhora e à sociedade. O amor que une o casal e que anima a equipe não pode fechar-se na família ou na equipe, mas antes deve ser 40

partilhado com os outros. Esse encontro destina-se a todos os casais integrados nas suas Equipes. O Encontro das Equipes em Movimento quer dar uma resposta às dificuldades sentidas no aprofundamento da espiritualidade, baseado na pedagogia do Movimento e na Inspiração do Pe. Caffarel e que todos os casais da equipe tenham a oportunidade de fazer uma revisão de vida em Equipe e de aprofundar os Pontos Concretos.

“Minha convicção é plena: as nossas equipes devem ser ao mesmo tempo um Movimento de iniciação e um Movimento que visa buscar a perfeição”. (Pe. Caffarel) Invoquemos Nossa Senhora! É apoiando-se nela que as Equipes de Nossa Senhora assumirão a responsabilidade que lhes cabe. Colaboração Conceição e Macedo CR Província Nordeste CM 502


CR E

Eleição do Casal Responsável de Equipe

O Espírito de Responsabilidade, um chamado do Senhor Não é em seu próprio nome que os casais da Equipe escolhem seu CRE; é o Senhor, através deles. E não é porque merecem, mas porque o Senhor assim o quis. Podemos ser chamados para muitas coisas: para obedecer, para servir, para seguir... Sim, tudo isto está incluído no chamado; mas o que é primordial é que se trata de um chamado para amar “mais”. Amar mais o Senhor, amar mais os irmãos e as irmãs, amar mais a Igreja. A gratidão diante desse amor imerecido, a alegria de ter saboreado a bondade de Deus, dão ao casal que aceita a responsabilidade um entusiasmo sem vacilações, porque ele se apoia no amor de Deus, o qual, temos certeza, não faltará jamais. Como Maria, nós devemos nos abandonar à ação do Espírito, para nos deixarmos conduzir por Ele. É com um coração de pobre que é preciso acolher a responsabilidade, num ato de fé e confiança na Palavra de CM 502

Jesus: “Vai, eu estou contigo”. Não estaremos jamais preparados para uma responsabilidade, nem para o serviço que dela decorre. Mas é preciso crer que com esse olhar de amor, que é o chamado, e com nossa cooperação perseverante, o Senhor manifesta e faz crescer em nós os “dons” que nos confiou para que os partilhássemos. É preciso crer que esses “dons” – cada casal tem os seus – serão aqueles que nos serão necessários no momento certo, para o nível de responsabilidade que será o nosso. A aceitação de um serviço implica já na ideia de renúncia, mas é preciso ir mais longe que isso. “O escravo não é maior que o seu senhor”, e nosso Senhor deu sua vida por nós. Estar pronto a “morrer um pouco pelos outros”, a dar-lhes nossa vida, significa não só dar nosso trabalho, “nossos talentos”, nosso tempo, mas também nos darmos, nós próprios, livremente, na alegria de uma partilha sem reservas. 41


Perfil de um Casal Responsável de Equipe CRE O CRE deve, antes de tudo, assumir a responsabilidade da Equipe como casal. Nas Equipes de Nossa Senhora, Movimento de casais, todas as responsabilidades são assumidas por casais. São os cônjuges, conjuntamente, que assumem a responsabilidade. Certamente que os encargos devem ser divididos entre marido e mulher, em função dos carismas e responsabilidades de cada um. Mas os dois cônjuges devem refletir juntos, decidir conjuntamente, agir verdadeiramente em corresponsabilidade. Isto é essencial: é com efeito, na graça do seu sacramento do Matrimônio, que eles vão recolher forças para este cargo apostólico comum. O CRE deve ser um casal de oração. O serviço que assumem está “enraizado” na Palavra de Deus e na Eucaristia. Não podemos fazer nada sem recorrer à fonte, sem nos colocarmos na escuta de nosso único Mestre, no silêncio, pela prática assídua da oração. Na vivência dos Pontos Concretos de Esforço, no aprofundamento de sua espiritualidade conjugal, o CRE deverá buscar forças e luzes necessárias para a realização de sua missão. Se todos os PCE são importantes, a oração conjugal é um momento privilegiado onde o Senhor solidifica o casal e esclarece sobre as decisões a tomar. 42

Ao CRE é pedido que participe da missa pelo menos uma vez a mais por semana, no decurso da qual oferece ao Senhor as alegrias, as tristezas, as dificuldades dos casais de sua equipe - bem como as próprias - e intercede por eles. Ainda mais, a Eucaristia é a fonte inesgotável onde o CRE encontrará sempre a graça de Deus para o exercício de sua missão. Deve, pois, rezar intensamente pelos membros de sua equipe. O CRE deve ser um casal que a m a sua Eq u i p e e t o d o o Movimento. O amor ao Movimento se vive, especialmente, na busca de melhor conhecê-lo, através da participação nos eventos, da leitura da Carta Mensal e dos diversos documentos produzidos pelas ENS. Em relação à sua Equipe, o CRE deve estar sempre atento às suas necessidades e anseios. Ele é o ombro amigo dos demais casais. E o amor que dá-lhe a abertura necessária para acolher os outros e reconhecer-lhes as necessidades. Como Maria, nas Bodas de Caná, ter a sensibilidade para perceber o que está faltando à Equipe. O CRE deve ser criativo. Para responder às necessidades de sua equipe, o CRE deve ter criatividade. A criatividade permite achar os meios adequados para animar os casais, para reavivar a pertença ao Movimento, para estimular a vivência dos PCE, o engajamento, a missionariedade dos casais. Nada “esfria” e desestimula mais uma equipe do que a apaCM 502


tia de uma reunião em que os casais não têm o que partilhar com relação às suas experiências concretas de esforço na vivência dos PCE, ou na ausência de uma coparticipação igualmente vivida na sua missionariedade. O CRE deve ter iniciativa. O CRE deve ter um papel importante, no sentido de propor sugestões e atividades que levem sua equipe a um maior crescimento numa espiritualidade cada vez mais encarnada. O CRE deve ter coerência entre fé e vida. O CRE deve buscar ter coerência entre fé e vida, dará credibilidade ao seu testemunho, autoridade à sua ação conquistando a confiança dos outros casais da equipe.

Critérios de escolha Todo ano escolhe-se um casal que será responsável pela sua Equipe, podendo um mesmo casal permanecer no cargo por dois anos consecutivos no máximo. Uma coordenação nova deve trazer à Equipe uma animação nova, evitando a rotina e o envelhecimento. Além disso, o serviço de Responsável é, para aquele que o exerce, ocasião de um considerável enriquecimento. Teoricamente é desejável que cada casal dele se beneficie. No entanto nem todo casal está apto a exercer esta função em todos os momentos de sua vida. Deve-se, pois procurar

sempre o bem da Equipe e escolher aquele casal que naquele ano tem melhores condições de exercer esse serviço. São os casais da equipe que escolhem o CRE. Procede-se à escolha ao final do ano equipista, de preferência antes da reunião de balanço, para permitir ao novo CRE anotar as resoluções da Equipe. É uma escolha séria que se prepara com orações ao Espírito Santo, e da qual se devem abstrair preferências meramente pessoais. Não é critério de escolha nem o simples sorteio nem rotatividade entre os membros da equipe. É preciso, acima de tudo, escolher o casal mais apto, do ponto de vista espiritual e humano. O voto é secreto e de preferência individual, isto é, não do casal. A apuração é confiada ao Conselheiro Espiritual, que anuncia, como escolhido, o casal que perfizer mais da metade dos votos. Se isto não for conseguido da primeira vez, vota-se novamente; se houver novo empate, o Conselheiro Espiritual dará seu voto de minerva sem dar esse fato a conhecer. Aliás, o Conselheiro Espiritual anuncia o casal escolhido sem divulgar o número de votos que obteve ou obtiveram outros casais, para o que deve destruir de imediato as papeletas dos votos. Desejamos uma ótima eleição e que a luz do Espírito Santo os ilumine. Fraternalmente Equipe Carta Mensal

Fonte: Manual “O Casal Responsável de Equipe CM 502

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notícias

Nenhum caminho é árduo demais quando um amigo nos acompanha.” ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

15 anos Eq. N. S. de Guadalupe Divinópolis-MG

20 anos Eq. N. S. da Harmonia Rio Claro-SP

25 anos Eq. N. S. Aparecida Catanduva-SP 44

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45 anos Eq. N. S. da Imaculada Conceição Mogi das Cruzes-SP 15 anos Eq. N. S. Desatadora dos Nós Jaboatão dos Guararapes-PE

35 anos Eq. N. S. Aparecida Limeira-SP

“Não existem pessoas certas. Existem pessoas que lutam para que o seu amor dê certo.” Parabéns aos equipistas que souberam lutar! BODAS DE PRATA

Cleonice e Lúcio 14/09/2016 Eq. N. S. de Fátima Rio Negro-PR

Claudia e Wesley 25/07/2016 Eq. N. S. Rainha da Paz Ituiutaba-MG

Marisalva e Emerson 27/07/2016 Eq. N. S. Aparecida Capão da Canoa-RS CM 502

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BODAS DE ESMERALDA Roseti e Dias 10/07/2016 Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Quixadá-CE

BODAS DE OURO

Izaura e Francisco 09/10/2015 Eq. N. S. Aparecida Campo Grande-MS

Amazonilda e Gama 23/05/2016 Eq. N. S. da Conceição Manaus-AM

Íris e João Luiz 22/07/2016 Eq. N. S. da Conceição Belo Horizonte-MG

BODAS DE DIAMANTE

Neuza e José Moacyr 23/06/2016 Eq. N. S. Aparecida Mogi das Cruzes-SP

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Georgia e Luiz 22/06/2016 Eq. N. S. de Fátima Sertãozinho-SP

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“Fez com ele uma aliança eterna, deu-lhe o sacerdócio do seu povo, e cumulou-o de felicidade e de glória.” (Eclo 45, 8) ORDENAÇÃO EPISCOPAL

Mons. Moacir Arantes 13/08/2016 SCE Eq. N. S. da Esperança Divinópolis-MG

60 ANOS DE ORDENAÇÃO Dom Antônio 01/07/2016 SCE Eq. N. S. d’Ajuda Assis-SP

VOLTA AO PAI

“Céus e terra passarão, mas a Palavra de Deus jamais passará”. (Mt 24, 35) José Luiz Bandeira (da Geneci) 12/05/2016 Integrava a Eq. N. S. do Sagrado Coração Vila Velha-ES

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Orlando (da Wilma) 02/09/2016 Em função das doenças do casal já não participavam mais da vida em equipe. Jundiaí-SP 47


dicas de leitura O PADRE CAFFAREL O

V NO

(Este livro pode ser adquirido no Secretariado Nacional - www.ens.org.br)

A Associação dos Amigos do Padre Caffarel que vem sustentando a causa de sua canonização, desejando contribuir para tornar mais conhecidas a pessoa e a obra do Pe. Caffarel, concluiu ser útil convidar um certo número de personalidades de competências diferentes para participar de um Colóquio de nível científico sobre a caminhada deste que foi chamado de o “Profeta do Matrimônio”. Nas duas jornadas que aconteceram em dezembro de 2010 foi possível discernir melhor sobre a personalidade e a ação do Pe. Caffarel no contexto eclesiástico e cultural a partir de sua ordenação em 1930, no período que compreende a criação das Equipes de Nossa Senhora até os últimos anos consagrados à Casa de Oração de Troussoures. Este livro é uma coleta das Atas do Colóquio reunidas e apresentadas por Agnes Walch, com a contribuição importante de MarieChristine Genilllon e Mons. François Fleischmann.

O DEVER DE SENTAR-SE Uma das maiores orientações do Pe. Caffarel para se viver intensamente a comunicação no casal foi a instituição do Dever de Sentar-se (DDS). Dever este que faz parte do conjunto de seis Pontos Concretos de Esforço que formam o alicerce da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora e que é oferecida aos casais equipistas para progredirem em sua fé e espiritualidade conjugal. Com o principal objetivo de ajudar o casal a encontrar a cada mês um tempo para dialogar verdadeiramente, sob o “olhar do Senhor”, possibilitando um frente a frente (um tête a tête) que pudesse sugerir, questionar, observar e fundamentalmente escutar no DDS, que também pode se transformar no “Prazer de Sentar-se”, quando se reconhece que ele nos oferece numerosos benefícios. Este simplificado livreto com dicas e orientações rápidas além de testemunhos de casais sobre o DDS pode nos ajudar muito no dia a dia de nossa caminhada como casal equipista.

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(Este livro pode ser adquirido no Secretariado Nacional - www.ens.org.br)

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MEDITANDO EM EQUIPE

Enviados para todos No mês de outubro, nossa atenção volta-se para os não cristãos, que ainda não ouviram o anúncio de Cristo. Sabemos que a graça de Deus atinge também a eles, que podem chegar a salvação se de boa vontade procurarem o Senhor. Mas o projeto divino é que todos estejamos unidos numa só comunidade, onde se anuncie e se viva plenamente o Evangelho. Todos temos de encontrar nosso modo de participar da missão de os ajudar.

Escutando a Palavra “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O empregado, que não é pastor, pois as ovelhas não lhe pertencem, ao ver chegar o lobo, abandona as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e as dispersa. O empregado age assim porque não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida por minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; é preciso que eu as conduza também. Ouvirão minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor”. (Jo 10,11-16)

Refletindo – Nós, que conhecemos Jesus e participamos da Igreja, fomos favorecidos por Deus com meios e ambiente que nos facilitam o caminho para a Vida. – Temos ideia da situação do cristianismo no mundo? – Temos conhecimento da situação da Igreja nas missões? – Além de orar, que podemos fazer pelas missões entre não cristãos?

Oração espontânea – Agradeça o dom do conhecimento de Jesus e da fé. – Ore pelos que ainda não conhecem o Evangelho. – Ore pelos missionários entre os não cristãos.

Oração Litúrgica Oremos com toda a Igreja, pedindo que todos reconheçam o Senhor como pastor: – Meu pastor é Javé, nada me falta. Em verdes prados me faz descansar, a águas tranquilas me conduz. – Restaura minhas forças; pelo justo caminho me guia por amor de seu nome.

– Diante de mim preparais uma mesa aos olhos de meus inimigos; ungis com óleo minha cabeça, meu cálice transborda.

– Felicidade e graça vão me acompanhar todos os dias de minha vida. – Se eu tiver de andar por um vale escuro, E na casa de Javé habitarei não temerei mal nenhum, pois comigo estais. por muitíssimos anos. Vosso bastão e vosso cajado me dão segurança. (Salmo 22)

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


o Dever de Sentar-Se PORQUÊ SENTAR-SE? Sentados estamos em posição de escuta, de espera. Sentados aguardamos com tempo que o outro fale, com abertura de coração e em comunhão. O DEVER DE SENTAR-SE: é um diálogo em que precisamos nos adaptar ao estado de espírito do outro, à sua compreensão das coisas. O DEVER DE SENTAR-SE: deve levar a um esclarecimento entre os esposos, ou ao desejo deste esclarecimento. A descoberta do outro e a revelação de nós mesmos são construídas no dia a dia, quando cada um se dá mais ao outro, por gestos e palavras impregnados de amor e pela oração. O DEVER DE SENTAR-SE FAMILIAR: e porque não, ocasionalmente, prever, para a família, um Dever de Sentar-se com a presença e participação dos filhos? Em qualquer lugar em que estabelecemos relações humanas, Deus só pede para ser convidado... (‘O Dever de se Sentar’/ ENS Portugal/2007)

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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