ENS - Carta Mensal 499 - Junho 2016

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Ano LVI • junho e julho • 2016 • nº 499

Super-Região

Santo Antonio O caminho é partilhar

Raízes do Movimento Leis da vida de equipe

Igreja Católica

Amoris Laetitia Exortação Apostólica sobre a família


ÍNDICE

01 editorial 02 03 04 06

08 14 16 17 18 21 22 25 26 28

O Padre Caffarel e a oração

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Arsenal da Esperança O Dever de Sentar-se no ano do Jubilei da Misericórdia Feliz vivendo o Sacramento do Matrimônio Os frutoss da caminhada Todos são chamados para viver a missão

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Santos ou nada!

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Disponível como argila Carta Mensal ... ligação

super-região Santo Antônio o caminho é partilhar! Os Noivos Igreja: portas abertas para corações abertos Pedro e Paulo: as duas colunas de fé da Igreja

Igreja Católica

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Amoris Laetitia (Alegria do Amor) Encontro mundial das famílias

vida no movimento Província Centro-Oeste Província Nordeste Província Leste Província Sul I Província Sul II Província Sul III

raízes do movimento Bodas no céu Leis da vida de equipe

acervo literário do Padre Caffarel

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42 43

testemunho

partilha e PCE reflexão

formação Reunião de equipe Documentos digitalizados

45 notícias 48 dicas de leitura

Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

no 499 • jun/jul 2016

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622) Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 25.600 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial Queridos irmãos equipistas, Músicas, quadrilhas, bandeirinhas, fogueira e muita comida boa! Em todo o Brasil, a festa junina se tornou uma das maiores e mais tradicionais festas populares. Nos festejos, são homenageados quatro santos: Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24), São Pedro e São Paulo (ambos no dia 29). Os santos lembrados nas festas juninas são homens de Deus que pautaram suas vidas no ensinamento da Igreja a serviço de Jesus e do Reino de Deus. Renovemos a lembrança da vida de cada um deles para que possamos festejar como cristãos: dançando, brincando, se alegrando mas sem deixar de agradecer e dar glória a Deus. No dia 19 de março, foi publicada a Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco sobre o amor na família, intitulada Amoris Laetitia, “A alegria do amor”. Para aguçar nossa vontade de ler todo o documento, esta Carta traz uma síntese dos 9 capítulos. Este mês também é especial porque Dona Nancy e Dr. Pedro Moncau comemoram, lá no céu, 80 anos de casamento. Foi através deles que “as portas “ para o Movimento se abriram. Magnificat!

Na bandeira Formação, o artigo é sobre a Reunião de Equipe. Um momento privilegiado de partilha num ambiente de caridade e de amor fraternal. Ainda nesta edição, não poderíamos deixar de refletir: Como anda o Dever de Sentar-se? Estamos encontrando tempo para o verdadeiro diálogo conjugal? A contracapa fala um pouquinho sobre este importante PCE. Por fim, Padre Flávio Cavalca, no Meditando em Equipe, nos convida a um “balanço”, em casal ou em equipe, já que estamos chegando ao meio do ano. Em julho, a Carta Mensal estará de férias, voltaremos em agosto com a edição de número 500. Obrigado a todos que nos enviam artigos, notícias e depoimentos. Sem falar, é claro, de todos os que leem as edições das Cartas com tanto carinho. Ela é nossa, dos equipistas. Boa leitura. Abraços fraternos.

Fernanda e Martini CR Carta Mensal

Tema: “Ousar o Evangelho - VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA” CM 499

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super-região

Santo Antônio:

o caminho é partilhar!

Fui criado em Carag u a t a t u b a - S P, na paróquia de Santo Antônio, naquela época a única na cidade. Aprendi desde criancinha que no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, chovesse ou fizesse sol, tinha “pãozinho de Santo Antônio”. Eu era coroinha e ainda hoje me lembro que, enquanto me preparava para ajudar na missa da festa, escutava a recomendação, fruto da tradição popular, de algumas senhoras mais idosas da comunidade: “Hoje é dia de Santo Antônio, come esse pãozinho que é bento! Santo Antônio nunca vai deixar faltar pão em casa”. Hoje, passados bons anos, depois de estudar Teologia, descobri algo surpreendente: Elas tinham razão! Explico: Conta uma das versões da piedade do povo simples que a devoção do “Pão de Santo Antônio”, ou “Pão dos Pobres”, começou com uma mulher que viu seu filho morrendo afogado e desesperada recorreu à intercessão do Santo, prometendo: “Se meu filho voltar à vida, dou aos pobres o peso dele em farinha para fazer pão!”. O menino teria se reanimado e ela cumpriu a promessa. A partir daí as pessoas começaram a colocar ao lado da imagem do Santo uma caixinha que recolhia donativos para doar 2

pão aos pobres. Hoje, em vez do donativo, levamos o próprio pão para ser abençoado e depois o partilhamos no final da celebração e ninguém fica sem um pedaço daquele “Pão do Santo”. Mas por que as senhoras de minha paróquia de infância tinham razão? Percebo, agora, a real intenção das palavras delas ao me mandarem comer aquele pãozinho. A devoção do pão está ligada aos que não têm pão. Acho que até sem consciência disso elas me fizeram entender a mensagem que está por trás do gesto. Se todos partilharem “o pão”, não só no dia de Santo Antônio, como fazemos hoje em muitas igrejas, mas todos os dias do ano, com certeza ninguém ficará sem o pão de cada dia. Esse é o espírito da bênção dos pães! Essa é a lição que Santo Antônio quer ensinar! O maior milagre que ele está fazendo é nos mostrar que o caminho é partilhar. Deixo aqui uma sugestão: quando você for comer o pão bento de Santo Antônio, reze o Pai Nosso e tome consciência de que rezar “Pão Nosso...” significa que o pão tem que ser de todos e não só de alguns. Vamos partilhar! Santo Antônio, rogai por nós! Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 499


Os noivos Neste mês, lembrando o dia dos namorados, o dia de Santo Antônio (o santo casamenteiro) e o aniversário de casamento de Nancy e Pedro Moncau, o casal responsável pelas ENS no Brasil, queremos falar com vocês sobre o “tempo do noivado”. Muitos dirão: ainda existe? Sem dúvida, a cultura e a sociedade contemporânea tornaram-se bastante indiferentes, e às vezes até hostis à seriedade e importância deste percurso. Sim, é um caminho no qual os jovens vão se descobrindo pouco a pouco, um aprendendo sobre o outro, num belo trabalho sobre o amor (como nos diz o Papa Francisco). Porque não é apenas uma felicidade despreocupada, uma emoção encantada... É uma aliança de amor, uma aliança para a vida toda, então não se improvisa, não se faz de um dia para o outro, não existe o matrimônio rápido. Esta aliança de amor entre o homem e a mulher, aprende-se e aperfeiçoa-se, é uma aliança “artesanal”, pois fazer de duas vidas uma só é quase um milagre, um milagre da liberdade e do coração confiado à fé. O tempo do noivado focaliza a vontade de preservar juntos o amor, algo que nunca deve ser comprado ou vendido, traído ou abandonando, por melhor e maior que seja a oferta. Não se deve ter o hábito de consumir o amor para o bem-estar próprio, CM 499

isto não é o amor! O tempo do noivado é um percurso de vida que deve maturar como a fruta, é a maturação no amor. As etapas do caminho não devem ser queimadas, fazem-se passo a passo. Hoje vemos muita resistência dos jovens aos cursos pré-matrimoniais. Muitos casais chegam ao curso um pouco contra a vontade: “Mas por que estes padres nos obrigam a fazer um curso?”, dizem, mas depois ficam contentes e agradecem porque, com efeito, encontram ali a ocasião (muitas vezes única) para refletir sobre a sua experiência em termos não banais. Porque existem muitos casais que estão juntos há muito tempo, até na intimidade, por vezes convivendo, mas não se conhecem realmente... Por isto a importância desse tempo do noivado; um tempo de conhecimento recíproco e de partilha de um projeto. O caminho de preparação para o matrimônio deve ser organizado nesta perspectiva, servindo-se 3


também do testemunho simples, mas intenso de casais cristãos (esta é a nossa contribuição!). E sempre apostando no essencial: a Palavra, que deve ser redescoberta juntos, de modo consciente; a Oração na sua dimensão litúrgica, mas também na oração doméstica e expontânea, vivida em família; e a Eucaristia, na qual Cristo vem habitar nos noivos. E aqui lembramos Oseias 2, 21–22, que diz:

“Desposar-te-ei com fidelidade e tu conhecerás o Senhor”. O tempo do noivado pode tornar-se um tempo de belas surpresas! Surpresas dos dons espirituais, com os quais o Senhor enriquece o horizonte da nova família que se predispõe para viver na sua bênção. Que maravilha este tempo! Não deixemos passar... Hermelinda e Arturo CR Super-Região

Igreja: portas abertas para corações abertos Os que O recebem, verdadeiramente, no coração, adquirem o direito de “serem feitos” filhos de Deus, família de Deus. (Jo 1, 12-13): Pelo batismo recebemos vida nova, nos tornamos filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo. Nós nos tornamos habitação da Santíssima Trindade, mas esse sacramento só tem significado na medida em que vivenciamos o nosso compromisso cristão na família e na comunidade. Percebemos que muitas vezes as pessoas começam a sua caminhada bem próximos de Deus, mas com o passar do tempo se acostumam com alguns modismos e se acomodam neste estado de “bem-estar”, transformando a sua espiritualidade, buscando de forma interesseira as bênçãos materiais e espirituais de um Deus diferente daquele do início de sua fé, um Deus que deve, muitas vezes, se submeter aos seus caprichos e interesses. Encontramos pelos nossos caminhos pessoas que gostam muito de Jesus de Nazaré e dos seus ensinamentos, mas que já há algum tempo afastaram-se da Igreja como membros 4

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participantes dos diversos trabalhos e pastorais. Estas pessoas esquecem que Cristo é a cabeça, e nós, o corpo (membros) da Igreja. Por acaso alguém já viu uma cabeça caminhar sozinha? Sem o corpo? Esses irmãos que querem um Jesus particular desassociado do compromisso cristão, que buscam por soluções imediatistas e solitárias, entram por um caminho de fé infantil e inconsistente. Muitas vezes esse abandono ocorre por motivos insignificantes, como por exemplo discordar de algo, ou simplesmente decidir ser cristão em sua própria casa (“o que importa é Cristo mesmo estando distante da Igreja”). Eles se esquecem que Deus usou a Igreja para alcançá-los e é ela que nos leva a Cristo, pois é a grande família dos filhos de Deus. Percebe-se que muitos não permitem que a Palavra de Deus mude as suas vidas, iludidos pelas coisas do mundo e do tempo. Não vivem o verdadeiro ser cristão, esperando da Igreja aquilo que eles mesmos não podem dar. Precisamos que nossas atitudes sejam pautadas no Evangelho, que não só nos ensina o valor da caridade, amor, misericórdia, mas convoca-nos a exercê-los também. O Papa Francisco explicou em um discurso (29-5-2013) que “a Igreja nasce do desejo de Deus de chamar todo homem à comunhão com Ele, à Sua amizade e a participar como filhos de sua vida divina. A própria palavra ‘Igreja’, do grego ekklesia, significa ‘convocação’: Deus nos chama, nos impulsiona a sair do individualismo, da tendência de nos fechar em nós mesmos e nos chama a fazer parte de sua família”. Papa Francisco disse que a Igreja “nasce do supremo ato de amor na Cruz, do lado trespassado de Jesus, de onde jorram sangue e água, símbolo dos sacramentos da Eucaristia e do Batismo. Na família de Deus, na Igreja, a seiva vital é o amor de Deus que se constitui em amá-Lo e amar os outros, todos, sem distinção e medida”. O Santo Padre nos deixa o seguinte questionamento: quanto amo a Igreja? Rezo por ela? Eu me sinto parte da família da Igreja? O que faço para que seja uma comunidade onde todos se sintam acolhidos e compreendidos, sintam a misericórdia e o amor de Deus que renova a vida? Inez e Natal CR Província Sul II CM 499

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Pedro e Paulo:

as duas colunas de fé da Igreja Edificada sobre a herança do antigo Ismael, a Igreja tem seu fundamento, a Pedra Angular, no próprio Cristo. Chamados pelo Senhor, Pedro e Paulo são as duas colunas de sustento da fé na Igreja. Pedro, homem simples; pescador, mas de uma segurança, convicção e firmeza de fé, chamou a atenção de Cristo, que o designou como Rocha firme para edificar a Igreja. “Tu és Pedra e sobre esta Rocha firme edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Paulo fez sua experiência de encontro com o Cristo depois de experimentar as fraquezas e tentações humanas, era convicto como judeu, foi perseguidor de cristãos, mas no caminho para Damasco, em mais uma de suas tarefas, fez o encontro transformador com o Cristo Ressuscitado: “Saulo, por que me persegues?”. No mundo de hoje esses dois grandes homens de fé, Pedro pela firmeza e Paulo pela missionariedade, mostram-nos o caminho que devemos seguir: “guardar firmemente a fé e ser despojados para a missão” (Pe. Leonildo). O mundo atual necessita de nós como novos Pedros e novos Paulos, capazes de guardar firmemente a fé em Jesus Cristo. Em meio a mentalidade de relativismo, indiferença, materialismo, egoísmo. E esse mundo em desconstrução e desamor necessita e cobra de nós esse testemunho de vida. Esse estilo de vida leva a uma cultura de isolamento e morte social e familiar, onde as pessoas ficam frias e buscam satisfação momentânea e prazerosa, colocando

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São Paulo e São Pedro - Peter Paul Rubens (1577 - 1640) - Museu do Prado

suas realizações nas coisas deste mundo, e depois se deparam com o vazio existencial, pois não há solidez e nem certeza ou firmeza; reinam o medo e a dúvida. Tal realidade leva-nos a tomar uma decisão e agir como Paulo; deixar-se envolver e encontrar-se com Cristo Ressuscitado e levar a boa nova da esperança, que faz de nós missionários de Cristo em meio a tal realidade. É preciso ter a determinação e a coragem, de Paulo, a fé e a firmeza de Pedro para viver com alegria em meio a uma realidade tão desastrosa e caótica, causada pela dureza do coração do ser humano que leva a um afastamento de Deus, acreditando em si mesmo e nas coisas materiais; esquecendo-se da eternidade da vida, colocando suas realizações somente no plano material, profissional e existencial. Pedro e Paulo nos mostram que é necessário guardar a fé para uma luta constante a fim de vencer as mazelas da vida e alcançar a verdadeira felicidade que nada pode roubar, corroer ou destruir, e depois de tudo dizer com Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Terminei a carreira, combati o bom combate e guardei a fé, pois sei que receberei a coroa imarcescível da Glória”. Guardemos a firmeza e a fé, e jamais permitamos que o mundo nos roube essa riqueza que temos.

Pe. Leonildo Isauro Pierin SCE Província Sul II

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igreja católica

AMORIS LAETITIA (“Alegria do Amor”) Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre a família

Foi publicada a Exortação Apostólica pós-Sinodal do Papa Francisco sobre a família. Amoris Laetitia, a “Alegria do Amor”. A Exortação Apostólica pós-Sinodal “sobre o amor na família”, datada não por acaso de 19 de março, Solenidade de S. José, recolhe os resultados de dois sínodos sobre a Família convocados pelo Papa Francisco em 2014 e 2015, cujas relações conclusivas são abundantemente citadas, juntamente com documentos e ensinamentos dos seus predecessores e as numerosas catequeses sobre a família do próprio Papa Francisco. A Exortação Apostólica chama a atenção pela sua amplitude e articulação. Está dividida em nove capítulos e mais de 300 parágrafos. Tem início com sete parágrafos introdutórios que evidenciam a plena consciência da complexidade do tema, que requer ser aprofundado. O Papa afirma de imediato e com clareza que é necessário sair da estéril contraposição entre a ânsia de mudança e a aplicação pura e simples de normas abstratas. Escreve: “Os debates, que têm lugar nos meios de comunicação ou em publicações e mesmo entre ministros da Igreja, estendem-se desde o desejo desenfreado de mudar tudo sem suficiente reflexão ou fundamentação até a atitude que pretende resolver tudo através da aplicação de normas gerais ou deduzindo conclusões excessivas de algumas reflexões teológicas” (AL 2). Nas páginas a seguir, uma síntese da Exortação Apostólica: (Encontre a Exortação na íntegra em nosso site: www. ens.org.br)

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Capítulo 1:

“À luz da Palavra” No primeiro capítulo o Papa articula a sua reflexão a partir das Sagradas Escrituras, em particular, com uma meditação acerca do Salmo 128, característico da liturgia nupcial hebraica, assim como da cristã. A Bíblia ”aparece cheia de famílias, gerações, histórias de amor e de crises familiares”(AL 8).

Capítulo 2:

“A realidade e os desafios das famílias” Partindo do terreno bíblico, o Papa considera no segundo capítulo a situação atual das famílias, mantendo ”os pés assentes na terra” (AL 6), como se pode ler na Exortação. A humildade do realismo ajuda a não apresentar ”um ideal teológico do matrimônio demasiado abstrato, construído quase artificialmente, distante da situação concreta e das possibilidades efetivas das famílias tais como são”(AL 36). O matrimônio é “um caminho dinâmico de crescimento e realização”. “Somos chamados a formar as consciências, não a pretender substituí-las”(AL 37), refere o Papa Francisco no seu texto, pois Jesus propunha um ideal exigente, mas ”não perdia jamais a proximidade compassiva às pessoas frágeis como a samaritana ou a mulher adúltera” (AL 38).

Capítulo 3:

“O olhar fixo em Jesus: a vocação da família” O terceiro capítulo da Exortação é dedicado a alguns elementos essenciais do ensinamento da Igreja acerca do matrimônio e da família. Em 30 parágrafos, ilustra a vocação à família de acordo com o Evangelho, assim CM 499

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como ela foi recebida pela Igreja ao longo do tempo, sobretudo quanto ao tema da indissolubilidade, da sacramentalidade do matrimônio, da transmissão da vida e da educação dos filhos. Fazem-se inúmeras citações da Gaudium et Spes do Vaticano II, da Humanae Vitae de Paulo VI, da Familiaris Consortio de João Paulo II.

Capítulo 4:

“O amor no matrimônio” O amor no matrimônio é o título do quarto capítulo desta Exortação e ilustra-o a partir do “hino ao amor” de S. Paulo na Primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 13, 4-7). Este capítulo desenvolve o caráter cotidiano do amor que se opõe a todos os idealismos: ”não se deve atirar para cima de duas pessoas limitadas o peso tremendo de ter que reproduzir perfeitamente a união que existe entre Cristo e a sua Igreja, porque o matrimônio como sinal implica um processo dinâmico, que avança gradualmente com a progressiva integração dos dons de Deus” (AL 122). Também neste capítulo uma reflexão sobre o amor ao longo da vida e da sua transformação. Pode-se ler no documento: “Não é possível prometer que teremos os mesmos sentimentos durante a vida inteira; mas podemos ter um projeto comum estável, comprometer-nos a amar-nos e a viver unidos até que a morte nos separe, e viver sempre uma rica intimidade” (AL 163).

Capítulo 5:

“O amor que se torna fecundo” O capítulo quinto desta Exortação Apostólica foca-se sobre a fecundidade, do acolher de uma nova vida, da espera própria da gravidez, do amor de mãe e de pai. Mas também da fecundidade alargada, da adoção, do acolhimento do contributo das famílias para a promoção de uma “cultura do encontro”, da vida na família em sentido amplo, com a presença de tios, primos, parentes dos parentes, amigos. A “Amoris Laetitia” não toma em consideração 10

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a família ”mononuclear”, mas está bem consciente da família como rede de relações alargadas. A própria mística do sacramento do matrimônio tem um profundo caráter social (cf. AL 186). E no âmbito desta dimensão social, o Papa sublinha em particular tanto o papel específico da relação entre jovens e idosos, como a relação entre irmãos como aprendizagem de crescimento na relação com os outros.

Capítulo 6:

“Algumas perspetivas pastorais” No capítulo sexto da Exortação o Papa aborda algumas vias pastorais que orientam para a edificação de famílias sólidas e fecundas de acordo com o plano de Deus. Em particular, o Papa observa que ”os ministros ordenados carecem, habitualmente, de formação adequada para tratar dos complexos problemas atuais das famílias” (AL 202). Se, por um lado, é necessário melhorar a formação psicoafetiva dos seminaristas e envolver mais a família na formação para o ministério (cf. AL 203), por outro ”pode ser útil também a experiência da longa tradição oriental dos sacerdotes casados” (AL 202). Neste sexto capítulo importantes referências à preparação para o matrimônio, acompanhamento dos esposos nos primeiros anos da vida matrimonial, acompanhamento das pessoas abandonadas, separadas ou divorciadas. Ao mesmo tempo é reiterada a plena comunhão na Eucaristia dos divorciados, e em relação aos divorciados recasados é reforçada a sua “comunhão eclesial”, e o acompanhamento das suas situações. que não deve ser visto como uma debilidade da indissolubilidade do matrimônio, mas uma expressão de caridade.

Capítulo 7:

“Reforçar a educação dos filhos” O capítulo sétimo é integralmente dedicado à educação dos filhos: a sua formação ética, o valor da sanção como estímulo, o realismo paciente, a educação sexual, a CM 499

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transmissão da fé e, mais em geral, a vida familiar como contexto educativo. É ressaltado pelo Santo Padre que “o que interessa acima de tudo é gerar no filho, com muito amor, processos de amadurecimento da sua liberdade, de preparação, de crescimento integral, de cultivo da autêntica autonomia” (AL 261).

Capítulo 8: “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade” O capítulo oitavo faz um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral diante de situações que não correspondem plenamente ao que o Senhor propõe. O Papa usa aqui três verbos muito importantes: ”acompanhar, discernir e integrar”, os quais são fundamentais para responder a situações de fragilidade, complexas ou irregulares. Em seguida, apresenta a necessária gradualidade na pastoral, a importância do discernimento, as normas e circunstâncias atenuantes no discernimento pastoral e, por fim, aquela que é por ele definida como a ”lógica da misericórdia pastoral”. As situações ditas de irregulares devem ter um discernimento pessoal e pastoral e – segundo a Exortação – “os batizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem ser mais integrados na comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis”. Em particular, o Santo Padre afirma numa nota de pé de página que “em certos casos poderá existir também a ajuda dos sacramentos”, recordando que o confessionário não deve ser uma sala de tortura e que a Eucaristia “não é um prêmio para os perfeitos, mas um alimento para os débeis”. Mais no geral, o Papa profere uma afirmação extremamente importante para que se compreendam a orientação e o sentido da Exortação: ”É compreensível que não se devia esperar do Sínodo ou desta Exortação uma nova normativa geral de tipo canônico, aplicável a todos os casos. É possível apenas um novo encorajamento a um responsável discernimento pessoal e pastoral dos casos particulares, que deveria reconhecer: uma vez que ‘o grau de responsabilidade não é igual em todos os casos, as consequências ou efeitos de uma norma não devem necessariamente ser sempre os mesmos.’” (AL 300) 12

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O Papa desenvolve em profundidade as exigências e características do caminho de acompanhamento e discernimento em diálogo profundo entre fiéis e pastores. A este propósito, faz apelo à reflexão da Igreja ”sobre os condicionamentos e as circunstâncias atenuantes” no que respeita à imputabilidade das ações e, apoiando-se em S. Tomás de Aquino, detém-se na relação entre “as normas e o discernimento”, afirmando: ”É verdade que as normas gerais apresentam um bem que nunca se deve ignorar nem descuidar, mas, na sua formulação, não podem abarcar absolutamente todas as situações particulares. Ao mesmo tempo é preciso afirmar que, precisamente por esta razão, aquilo que faz parte de um discernimento prático de uma situação particular não pode ser elevado à categoria de norma” (AL 304).

Capítulo 9:

“Espiritualidade conjugal e familiar” O nono capítulo é dedicado à espiritualidade conjugal e familiar, ”feita de milhares de gestos reais e concretos” (AL 315). Diz-se com clareza que ”aqueles que têm desejos espirituais profundos não devem sentir que a família os afasta do crescimento na vida do Espírito, mas é um percurso de que o Senhor se serve para os levar às alturas da união mística” (AL 316). Tudo, ”os momentos de alegria, o descanso ou a festa, e mesmo a sexualidade são sentidos como uma participação na vida plena da sua Ressurreição” (AL 317). No parágrafo conclusivo, o Papa afirma: ”Nenhuma família é uma realidade perfeita e confecionada de uma vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar (…). Todos somos chamados a manter viva a tensão para algo mais além de nós mesmos e dos nossos limites, e cada família deve viver neste estímulo constante. Avancemos, famílias; continuemos a caminhar! (…). Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida” (AL 325). Fonte: site Rádio Vaticano CM 499

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ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS Na edição anterior da Carta Mensal abordamos um dos principais temas do Encontro Mundial das Famílias, que foi a importância das famílias no mundo. Nesta edição falaremos sobre o caráter profético das orientações da Igreja Católica. Segundo a Dra. Janet Smith, professora de Teologia Moral da Universidade da Carolina do Norte, até 1930 nenhuma Igreja cristã aceitava um método contraceptivo. O pensamento reinante era de que casamento, amor, sexo e filhos formavam um pacote único. No início da década de 1960, a pílula anticoncepcional introduziu a liberdade sexual, com a falsa impressão de que traria mais felicidade, reduziria o número de gestações antes do casamento, reduziria o número de abortos, aumentaria a liberdade da mulher, ajudaria o controle da população em países pobres. Entre outras coisas, essa era a propaganda da época. O Papa Paulo VI reforçou a teologia católica com a publicação da Humanae Vitae. Defendeu que a disseminação da pílula anticoncepcional aumentaria a infidelidade, reduziria o respeito à mulher, 14

contribuiria para a degradação da moralidade pela pornografia, coabitação, aborto e divórcios. Sabe-se hoje que o Papa Paulo VI tinha razão, mas a propaganda da indústria farmacêutica foi mais forte. Pode-se ainda contabilizar como consequências do uso da pílula o aumento de gestações na adolescência, crescimento do consumo de drogas devido à destruição das famílias, explosão do número de abortos, divórcios, crise nas famílias. A partir da reflexão da Dra. Janet Smith, podemos recordar outros fatos mais recentes, como a polêmica da utilização de células-tronco embrionárias para tratamentos médicos. A Igreja foi acusada de retrógrada por ser contra mas, ao mesmo tempo, o Papa Bento XVI publicou a Dignitas Personae, que abordava as questões da bioética. Nesse documento, o pontífice afirmava serem lícitos os tratamentos baseados em células-tronco adultas extraídas da medula óssea, por exemplo, ou extraídas do sangue do cordão umbilical no momento do parto, entre outras situações. Ou seja, a Igreja não impedia as pesquiCM 499


sas e tratamentos com células-tronco, apenas se posicionou contra a manipulação de embriões e fetos para isso, defendia a vida de quem não pode se defender. Assim como no caso da pílula anticoncepcional, a propaganda da indústria bombardeou a Igreja Católica, pois a utilização de células-tronco embrionárias para as pesquisas e tratamentos é mais vantajosa do ponto de vista econômico, já que é possível industrializar o processo por meio da fertilização in vitro. Hoje se sabe que a linha defendida pelo Papa Bento VI se provou cientificamente correta. O mesmo ocorre com outras questões atuais, como o aborto nos países onde ainda não são legalizados. A Igreja é acusada de tirar a liberdade das mulheres, entre outras coisas, CM 499

por defender o direito à vida dos nascituros. Da mesma forma, a História se repete com a pena de morte e eutanásia. Assim, fica para nossa reflexão o caráter profético das mensagens papais, que se mostram corretas com o passar do tempo mas, ao mesmo tempo, nem sempre são acolhidas pelos corações católicos que se deixam influenciar pela propaganda organizada de grupos econômicos, tomando caminhos contrários aos planos de Deus. Fica também para nossa reflexão qual é nosso testemunho e vivência sobre esses temas, em nossa família, na nossa equipe e Igreja. Fiquem com Deus! Cristiane e Brito, CR Comunicação Super-Região 15


vida no movimento PROVÍNCIA CENTRO-OESTE

Conselheiros fazem partilha de sua pertença às ENS e dão dicas aos casais No último dia 21 de abril, as Regiões Brasília I, II e III e seus Setores organizaram a sua habitual confraternização anual dos seus conselheiros e acompanhantes espirituais. O evento ocorreu num clima de alegria e descontração. Porém, o momento igualmente foi aproveitado para ouvi-los sobre as possíveis mudanças e influências que a pertença ao Movimento teriam operado neles no jeito de ser sacerdote ou religioso/religiosa ou de ver o sacerdócio e vida religiosa. As colocações foram quase que unânimes em ressaltar a inspiração das ENS por um zelo maior pelo ministério e seu apelo por uma competência cada vez maior. Evidenciaram o reconhecimento de que o exemplo dos casais, a sua disponibilidade para o serviço, a sua sede de conhecimento e a vontade de crescer acabam contaminando positivamente a visão e as próprias práticas sacerdotais e religiosas. “Sou mais 16

padre depois das ENS” e “Comecei a ser padre nas ENS” foram algumas das frases ouvidas. Os conselheiros e acompanhantes ainda deram dicas aos casais, fazendo apelos por uma maior integração entre a vida equipista e suas práticas paroquiais e pastorais. Focaram, neste particular, a necessidade de uma maior atenção pelas famílias desestruturadas através de um trabalho de acompanhamento e orientação personalizada e na preparação de casais para atuarem na Pastoral Jurídica e no Tribunal Eclesiástico. Foi feita também uma convocação para uma aproximação maior com os seminários e com a pastoral vocacional. Afinal, é assim que se evidencia a bela integração entre os sacramentos do matrimônio e da ordem. Afra e Beto CR Região Brasília II Brasília-DF CM 499


A SANTA MISSA Sair do estado cômodo e rotineiro para servir com alegria ao Senhor foi a marca da missa mensal das Equipes de Nossa Senhora do Setor Ceará Norte I no mês de abril. Uma carreata repleta de casais e famílias saiu de Sobral na noite do dia 1º de abril rumo à vizinha cidade de Forquilha onde, juntamente com outros casais equipistas de Forquilha e Groaíras, participaram da celebração eucarística presidida pelo SCE Pe. Raimundo. Foi neste espírito de unidade em Cristo, com o coração leve e cientes da missão de pescadores de homens que vivenciamos a Eucaristia, recordando as palavras do Papa João Paulo II, em sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia, que nos revela: “A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um CM 499

raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho”. Seguindo esse chamado de ir além de nosso ambiente favorável e de conforto, na desafiadora missão de abordar e sensibilizar aqueles mais enfraquecidos da Fé e do Amor de Cristo é que nos doamos e ao mesmo tempo nos fortalecemos Naquele que se tornou a pedra angular, a nossa única salvação. Dessa forma, a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, do Papa Paulo VI, que trata da evangelização no mundo contemporâneo, faz todo sentido quando nos revela que: “Aqueles que acolhem com sinceridade a Boa Nova, por virtude desse acolhimento e da fé compartilhada, reúnem-se 17


portanto em nome de Jesus para conjuntamente buscarem o reino, para o edificar e para o viver. Eles constituem uma comunidade também ela evangelizadora. A ordem dada aos doze, ‘Ide, pregai a Boa Nova’, continua a ser válida, se bem que de maneira diferente, também para todos os cristãos” (Evangelii Nuntiandi, 13), afinal, somos todos Igreja. “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; é, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho.” (1 Cor 9,16). É evidente que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja, tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na santa missa, que é o memorial da sua morte

e gloriosa ressurreição (Evangelii Nuntiandi, 14). Nós das Equipes de Nossa Senhora somos, portanto, chamados a evangelizar por meio dos testemunhos que se revelam em decorrência das transformações que o Amor de Deus promove em nós, em nossas famílias. E, para isso, devemos sempre reconhecer que somos sinais da presença de Deus no mundo. De fato, devemos nos reconhecer como destinatários da mensagem transmitida pelo Papa Paulo VI a qual nos diz: “Que a alegria da Boa Nova, que tivemos a oportunidade de conhecer e proclamar, nos faça participar na esperança e na certeza da Salvação, fazendo de nós testemunhas vivas do que anunciamos, porque ‘O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas’” (Evangelii Nuntiandi, 41). Alrieta e Vicente Casal Comunicação do Setor Ceará Norte I - Sobral-CE

PROVÍNCIA LESTE REGRA DE OURO “Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso.”, Lc 6,36 Foi exatamente esse versículo que fomos aconselhados a viver como Regra de Vida, na manhã de formação, sobre o Ano Santo da 18

Misericórdia, conforme palavras proferidas pelo querido SCE Pe. Leandro Carvalho. Fomos convidados a viver a MiseCM 499


ricórdia no nosso dia a dia, em todas as situações pelas quais passamos. Jesus nos ensina através da parábola do Filho Pródigo que Deus é o Deus da misericórdia, que alegremente acolhe em sua casa os pecadores arrependidos. Ele mostra que se Deus perdoa os pecados, então certamente os que Nele confiam devem fazer o mesmo. Se Deus é misericordioso, então aqueles que O amam também devem ser. Na parábola do Filho Pródigo, quando aquele pai sai ao encontro de seu filho que retorna arrependido para casa, ele não questiona nada e muito menos deseja ouvir explicações, ele só deseja curá-lo das feridas, vesti-lo com a veste branca da dignidade, calçá-lo com sandálias novas que o levarão a novos caminhos e presenteá-lo com anel de honra que selará a CM 499

unidade entre eles para sempre. Podemos perceber que o amor de Deus é mais forte que o pecado, pois aquele filho estava nele mergulhado e foi recebido com festa na casa do pai. Por isso, nesse ano especial em que somos chamados a viver a misericórdia, possamos olhar para cruz e perceber que ela é o modo mais profundo que Deus encontrou para manifestar sua compaixão aos seus filhos. Que a exemplo desse pai misericordioso possamos viver praticando o bem, que em nossos relacionamentos, as atitudes concretas de acolhida, solidariedade, justiça, compaixão, paciência, humildade, compreensão, amor e perdão sejam constantes. Juliana e Rômulo CR Setor Santa Rita do Sapucaí-MG 19


MUTIRÃO 2016 “VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA” O Mutirão é um Encontro de Formação que se realiza em clima de festa e descontração!

“Na caminhada da fé, e para auxiliar a nossa formação cristã, o Movimento oferece aos equipistas diversos instrumentos, entre os quais se acha o Mutirão. Nas ENS o Mutirão se realiza em clima de festa, com alegria e descontração, sem prejuízo da eficiência do trabalho comum e comunitário que ali se faz, em proveito não de um só, mas de cada um dos equipistas que dele participa. O Mutirão tem como objetivo envolver um bom número de casais e equipes, uns ajudando os outros na reflexão sobre a vida em equipe e sobre nossa caminhada para a santidade e deve ser realizado periodicamente pelos Setores, atualizando e aprimorando a formação dos casais equipistas” (Manual da Formação). 20

E foi com esse espírito e com esse comprometimento que mais uma vez as Equipes do Setor Lagos se reuniram no dia 10 de abril para a realização do Mutirão 2016. Usando a criatividade, mas sem deixar de lado o mais importante, que era passar informações e transmitir conhecimentos, as equipes se revezaram num misto de apresentações através de músicas, dinâmicas, esquetes, reflexões e explicações sobre cada tema abordado. Iniciamos nossas atividades com a oração conduzida pelo Diácono Arildo, também equipista, e com muita animação e responsabilidade fomos assistindo o desenrolar dos seguintes temas: A Mística da Reunião de Equipe; A Partilha/O Dever de Sentar-se; Ser Equipista; Missão do Casal Cristão; Atitude de Vida/ Coerência entre Fé e Vida; Caridade Fraterna e Correção Fraterna; CM 499


Pe. Caffarel, um profeta do século XX, e informações do processo da Causa de Canonização.

Nosso encontro foi finalizado com os agradecimentos do CRS Sueli e Jardel e com a bênção do SCES Pe. Rafael Santana, num clima de unidade e dever cumprido e na certeza de que “as ENS são uma escola de formação para os casais, mas estas formação é uma busca pessoal, conjugal e comunitária. Essa formação que o Movimento põe à disposição de seus membros auxilia -os a caminhar no e pelo casamento, que é a finalidade essencial das ENS, através da prática do objetivo geral do Movimento no Brasil: como Igreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o sacramento do matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a ver-

dade, o encontro e a comunhão na vida em comunidade” (Manual da Formação). Rogamos a Deus, sob a intercessão da nossa padroeira, Nossa Senhora da Assunção, que todos os casais que participaram deste Mutirão possam ter aprendido um pouco mais sobre o nosso Movimento e a importância do seu fundador, não só para as ENS, mas para a Igreja Católica, ter compreendido que o casal cristão equipista precisa ser sal da terra e viver a coerência entre fé e vida, praticando a caridade e a correção fraterna e, como disse o CR Super-Região Brasil na Carta Mensal de março, “seguir a caminhada com um novo ânimo”. Tereza e Reizinho Eq.01 - N. S. da Assunção Região dos Lagos-RJ

REUNIÃO DE CONSELHEIROS ESPIRITUAIS O Sacerdote Conselheiro Espiritual tem grande importância na vida das Equipes de Nossa Senhora. O documento “O Sacerdote Conselheiro Espiritual” nos diz: “Ele é o homem da Igreja, aquele que torna visível o liame da pequena comunidade com os sucessores dos apóstolos. Ele é o homem da Palavra de Deus, que auxilia os equipistas a se abrirem para ela, a acolhê-la, a se deixarem transformar por ela. Ele é o homem da Eucaristia: não somente aquele que a celebra na pequena comunidade, mas também aquele que reassume toda a vida CM 499

dessa comunidade para incorporá-la à ação de graças do Cristo. Ele é o homem do discernimento: aquele que fornece à fé uma visão livre, e uma experiência espiritual à equipe, para que ela possa melhor reconhecer os apelos que o Senhor lhe faz”. O Movimento orienta que os Setores promovam reuniões periódicas com seus SCEs e AETs. Elas têm a finalidade de ouvi-los em suas sugestões ou dúvidas, promover formação para que conheçam melhor o Movimento, estreitar laços e aprofundar a comunicação. Os Setores A, B e C de São José 21


dos Campos realizaram mais um Encontro dos Conselheiros, na manhã de 2 de abril. Reuniram-se diversos conselheiros de equipes, com um gostoso café da manhã. O tema foi “A partilha e os PCEs”, conduzido pelo Paulo Nathan, da Yara. Na troca de ideias foi aprofundada a reflexão sobre o PCE foco deste ano, o Dever de Sentar-se. Importante contribuição deixada pelos Conselheiros foi que “o remédio para quaisquer problemas vividos pelos casais é um só: Jesus”. Os cônjuges devem sempre buscar suas

respostas no Evangelho, devem enamorar-se, devem evitar a todo custo viver de aparências. E concluindo, disseram que o amor conjugal e comunitário é um poderoso testemunho para se evangelizar com alegria. Foi muito bom! Crescemos na amizade e na comunhão com os Conselheiros, e no conhecimento do Movimento e de Deus. Vamos repetir mais vezes. Gorete e Manoel - CR Setor A Ana Lúcia e Dirceu - CR Setor B Malu e Raza - CR Setor C São José dos Campos-SP

EEN Nos dias 12 e 13 de março foi realizado o Encontro de Equipes Novas da Região Oeste II, em Valparaíso-SP. Foram momentos de intenso aprendizado, nos quais pudemos crescer tanto em equipe quanto em casais de Cristo. Tudo foi preparado com muita dedicação para cada um de nós: acolhida, palestras, testemunhos, dinâmicas, alimentação e hospedagem. Fomos levados a refletir primeiramente sobre os objetivos do nosso casamento. Fizeram-nos recordar dos primeiros olhares, conversas e de todo o sentimento que brotava de nosso coração desde o início. Discutimos sobre a coragem que precisamos ter para amar nosso cônjuge como Jesus amou sua Igreja. Diante de um mundo tão desviado de Deus, vimos a 22

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necessidade de sermos firmes na fé e orarmos em família para crescermos no amor de Cristo. Tudo o que o Movimento nos propõe são caminhos para a santificação do casal, mas a exigência deve ser nossa. Os PCE nos auxiliam neste processo para que possamos nos aprofundar juntos na fé. Os testemunhos compartilhados no encontro nos ajudaram muito a enxergar que todo esforço para Deus vale a pena, que não estamos sozinhos nesta caminhada e que devemos nos colocar à serviço sempre, passando adiante os dons recebidos por Deus.

Reunidos em nome de Cristo, somos Igreja. Enquanto equipistas devemos ser luz para as pessoas que estão ao nosso redor dando testemunho da vivência do amor, como citado em 1Ts 3, 12-13: “Que o Senhor os faça crescer e aumentar no amor mútuo e para com todos, assim como é o nosso amor para com vocês, a fim de que o coração de vocês permaneça firme e irrepreensível na santidade diante de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos”. Saímos desta vivência com a certeza de que o amor de Deus e o carisma das Equipes de Nossa Senhora devem ser propagados para outros casais. Não podemos guardar essa bênção apenas para nossos lares e os lares de nossos amigos equipistas. O amor de Deus que está em mim deve ser refletido em todos os meus irmãos. Isso é ser Cristão; isso é ser Ecclesia. Fomos fortalecidos pelo amor de Deus e iluminados pelo Espírito Santo em cada momento do encontro e voltamos para nossas casas agradecidos pela oportunidade de estarmos engajados em um grupo tão especial e prontos para “viver a missão com alegria”. Luciana e Roberto Reis Eq. N. S. de Fátima Penápolis-SP CM 499

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SESSÃO DE FORMAÇÃO NÍVEL II EM VALPARAÍSO A Região São Paulo Oeste II realizou nos dias 16 e 17 de abril, a Sessão de Formação Nível II, na Escola Municipal Álvaro de Almeida, na cidade de Valparaíso-SP Com início no sábado e enceramento no domingo, a Sessão de Formação foi pregada pelo SCE Regional, Padre Eurico Gimenes de Aragão, que falou sobre a “vocação e Missão do Leigo, do Casal e da Família”, utilizando os documentos da Igreja, inclusive explorando amplamente a recente (8/4/2016) Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”, do nosso querido Papa Francisco. Os assuntos foram muito bem explanados e devidamente debatidos e assimilados nos Grupos de Reflexão e Assimilação, conforme percebemos na Plenária. Na oportunidade, foi colocada à disposição dos participantes 24

a livraria para divulgação dos livros e documentos do Movimento e das obras do Padre Caffarel. Vivemos, também, momentos fortes de oração na abertura da Formação, na Adoração ao Santíssimo e na Celebração Eucarística, da qual participamos juntamente com toda a comunidade, na manhã do domingo. Além desses, vivemos alegres momentos de convivência e congraçamento entre os casais participantes da Formação. Na Avaliação, percebemos a boa aceitação da Formação e terminamos com o sentimento de felicidade estampado no rosto de todos, plenos das palavras do Papa a nos incentivar para que “AVANCEMOS FAMÍLIAS, CONTINUEMOS A CAMINHAR”. Lia Maura e Wilson CR Região SP OESTE II Valparaiso-SP CM 499


PROVÍNCIA SUL III

Sessão de Formação Nível I Região RS II As ENS têm uma pedagogia própria para seus casais quanto às práticas para a vivência da espiritualidade conjugal, sendo uma delas a formação constante de seus integrantes, que visam possibilitar aos casais o aprofundamento da fé cristã e caminhada de vida na Igreja e no Movimento. As ENS são uma escola de formação para o casal, e buscam promover o ser humano no conhecimento de sua fé, bem como o aperfeiçoamento de suas relações no convite à perfeita vivência conjugal, familiar e pessoal. Assim, acolhidos pelo Setor Leste da Região RSII, aconteceu nos dias 2 e 3 de Abril2016, no município de Osório-RS, a Sessão de Formação Nível I. Neste encontro foram tratados temas como a Espiritualidade Cristã, as Exigências da Fé Cristã e o Compromisso do Cristão e da Vida em Comunidade. CM 499

Além das palestras proferidas, tivemos momentos de fé, nas Celebrações Eucarísticas de sábado e domingo, e Entronização de Maria, nossa Padroeira e Companheira em todos os momentos e as orações do Terço Luminoso. Nestes dois dias, os casais, além da Formação oferecida e do Encontro entre irmãos, trabalharam bastante em grupos, momentos que familiarizam, oferecem a troca de experiências e fortalecem a Fé Cristã. Parabéns ao Casal Regional Marilene e James e Pe. Antônio Dalló (SCE), à equipe organizadora, ao Pe. Ozéias pela oferta de sua sabedoria, ao Seminarista Gilberto e um agradecimento especial ao Setor Leste, acolhedor, que com certeza aqueceu mais o clima deste maravilhoso encontro formador. Sueli e Nelson Eq. N. S. do Rosário Gravataí-RS 25


raízes do movimento

Bodas no céu

Aniversário de 80 anos de casamento de Nancy e Pedro Moncau Nesse 27 de junho, um casal muito especial celebra suas Bodas de Nogueira ou Carvalho lá no céu, na presença de Deus e da Sagrada Família, pois neste dia, 80 anos atrás, casavam-se Nancy Cajado e Pedro Moncau Júnior. Um casal muito especial para nós e para cada um dos participantes das Equipes de Nossa Senhora, pelo que eles representaram e continuam representando em nossas vidas. Afinal, foi através da realização de um sonho por muito tempo acalentado que nos abriram as “portas” para o Movimento das equipes. Vejam, por exemplo, esse registro feito durante um retiro, praticamente dez anos antes do nascimento das Equipes de Nossa Senhora, no diário do Dr. Pedro: “...É com emoção que esta manhã, depois de minha meditação, abracei ternamente Nancy e lhe disse: E você também, minha querida, foi Deus que a colocou no meu caminho. E para quê? Para fundar um lar, um lar onde já temos dois filhos que devemos educar! Educar em toda a extensão do termo! Um lar de onde devemos nos esforçar para irradiar calor e luz. E, antes de tudo, fazer com que nele penetre o calor da caridade cristã, o amor mútuo 1

feito de delicadeza e de respeito, onde cada um trabalha para o bem dos outros... Foi isso que eu lhe prometi no dia da nossa união. Fazer tudo para torná-la feliz... da verdadeira felicidade, santa...”1 Um lar de onde devemos nos esforçar para irradiar calor e luz! E foi exatamente este “lar” que nos trouxe a grande novidade, qual seja, a graça do nosso Movimento. Interessante tomarmos conhecimento pelos escritos deixados tanto pelo Dr. Pedro como pela Dona Nancy de que eles formaram um lar muito semelhante a muitos dos nossos conhecidos. Não tiveram vida fácil. Tiveram decepções e preocupações, como

Moncau, Nancy Cajado. O Sentido de uma Vida, pg 48 e 49. Edições Loyola, 1986.

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a maioria de nós. Foram pródigos em “dar a vida”, gerando seis filhos, sendo que um, nascido com uma deficiência mental, retornou muito cedo à casa do Pai. Em compensação, seu lugar foi ocupado pela adoção de uma criança de oito meses, tornando a ficarem com seis filhos. E cremos que foi por aqui que Deus mostrou seu Amor e sua Vontade ao nosso querido casal. Pois foi a preocupação com sua família e, principalmente, com a educação de seus filhos, que os levou a fundarem, com outros casais com projetos semelhantes, o Centro D. Gastão, na cidade de São Paulo. Neste centro, com a participação de outros casais congregados marianos, realizavam periodicamente reuniões com palestras feitas por sacerdotes e leigos que se destacavam no campo familiar e educativo. Pois bem, foi em uma dessas ocasiões que um padre dominicano canadense, fez referências aos grupos de casais franceses ligados à revista L´Anneau d´Or. Foi verdadeiramente a primeira sementinha plantada aqui entre nós das Equipes de Nossa Senhora. Depois segue-se, como já é sabido, a correspondência enviada pelo Dr. Pedro Moncau para o Padre Henri Caffarel, em 15 de dezembro de 1949, sendo considerada, como dizia Dona Nancy, a Certidão de Nascimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil,2 carta essa 2

respondida pelo Padre Caffarel em 14 de fevereiro de 1950.3 Nancy e Pedro Moncau formaram um lar que, mesmo antes de realizarem suas bodas, já haviam delineado para ser totalmente alicerçado na presença de Deus. E assim foi durante os 46 anos de vida conjugal. Pouco antes de seu casamento assim Dr. Pedro escreveu para Dona Nancy: “Ao sair do consultório, procurarei ir todos os dias à Igreja de S. Bento para solicitar, de Nosso Senhor, as bênçãos de que precisamos para os nossos projetos. Não tanto para a realização material do nosso casamento, mas, principalmente, para que nesses meses mais se afervore a nossa piedade e possamos entrar no nosso novo estado com as vistas voltadas para o alto, com o desejo sincero e ardente de realizar, dentro do casamento, única e exclusivamente a vontade de Deus.”4 Papa Francisco nos ensinava tempos atrás que três palavras seriam fundamentais para um relacionamento feliz: “Com licença”, “Obrigado” e “Desculpe”. E vejam que interessante o que escrevia Dr. Pedro para Dona Nancy quatro anos antes de se casarem (eles noivaram por cinco anos): “...Acho que não deve ser difícil a um casal habituar-se, desde os primeiros dias de vida em comum, a não discutir senão em tom amistoso; habituar-se a essa delicadeza toda feita de sen-

Ibidem, pg. 114. / 3 Estas cartas encontram-se emolduradas no Secretariado Nacional, em São Paulo. / 4 Ibidem, pg. 198. / 5 Ibidem, pg. 197.

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timentos, essa que brota da alma e se manifesta nas mais pequeninas ações. Aliás, se os cônjuges entrarem para o lar, que juntos hão de construir, com a ideia de que cada um pode e deve trabalhar para a perfeição, é evidente que deve existir em ambos dose suficiente de humildade e de caridade para aceitar de bom grado as pequeninas dissenções que forem inevitáveis e que devem ser

resolvidas com lealdade.”5 Estas palavras escritas em 1932, portanto dezoito anos antes do início das Equipes de Nossa Senhora entre nós, já mostravam o embrião do nosso Ponto Concreto de Esforço do Dever de Sentar-se. Rendamos graças ao Senhor que fez por nós maravilhas através da irradiação do calor e da luz desse casal e que chegou até nós, até os nossos dias.

LEIS DA VIDA DE EQUIPE 6 “Porque conhecem a própria fraqueza e a limitação das próprias forças, como também da boa vontade que os anima... decidiram unir-se em equipe”, está escrito nos Estatutos.7 Mas quais são as grandes leis da vida em equipe? Vamos encontrá-las a seguir, expostas pelo Rvmo. Padre Caffarel. Hoje é minha intenção vir lembrá-los algumas das leis da vida de equipe. Regulam o bom andamento da vossa equipe e, por isso, o vosso progresso cristão. Não me venham, entretanto, dizer: “Que importância tem a maior ou menor coesão, a maior ou menor perfeição da nossa equipe? O essencial é o benefício que tiramos das nossas reuniões”. Se só importam as aquisições intelectuais, para que se hão de formar equipes? Um círculo de estudos, uma palestra por alguma “competência” fariam o mesmo

efeito, senão melhor. O essencial é precisamente jogar o jogo de equipe, da equipe cristã, porque é isso que combate o nosso velho individualismo e o elimina pouco a pouco, porque é isso que nos faz ascender ao maior amor fraterno, à mais perfeita entreajuda espiritual porque é isso que realiza esta “ecclesia”, esta “assembleia de Deus” à qual Cristo prometeu a Sua presença: “Quando dois ou mais estiverem reunidos em Meu Nome, Eu estarei no meio de vós”. Também

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Henri Caffarel. Editorial Equipes Novas. Carta Nº 8, pg. 7 e ss – 1977. / 7 Atualmente temos o Guia das Equipes de Nossa Senhora, sendo que uma cópia dos Estatutos consta como anexo ao final do documento (Nota MR & CE). / 8 Atualmente conhecidas como Pontos Concretos de Esforço (Nota MR & CE).

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penso que, de todas as obrigações8 dos Estatutos, a mais importante é exatamente essa de formar equipes e de jogar francamente o jogo. Acabo de dizer “jogar francamente o jogo”. Será necessário entretanto conhecer bem este jogo de equipe. Eis as suas leis fundamentais.

CONHECER E DAR-SE A CONHECER

- Importa conhecer os outros: sem isso é impossível amá-los com amor verdadeiro e ajudá-los eficazmente. Conhecer o seu contexto, se assim posso dizer, contexto familiar, profissional e social. Apoios e dificuldades que encontram, responsabilidades que assumem ou deveriam assumir. Conhecer o que forma a sua personalidade: as grandes orientações de seu pensar, seus gostos, aptidões, caráter. Pressentir (não digo conhecer) o seu mistério pessoal. Realmente, cada um de nós é filho de Deus único, em que está encerrado um tesouro, ou seja, o gérmen de uma santidade única, cujo desenvolvimento ou aniquilamento decidirá a sua vida. Não é fácil conhecer assim os outros. É preciso atenção extrema, perspicaz, “clarividente”, que é uma qualidade, direi quase uma faculdade do amor. Qualidade que exige, na parte negativa, estar livre de si mesmo e, na parte positiva, esta graça prometida por Ezequiel em nome de Deus: “Porei o Meu Olhar no Teu Coração”. Esta atenção, que provém do CM 499

amor, leva ao amor, a um amor maior. Permitindo descobrir as riquezas de um ser, suscita a admiração que desperta o amor. Provoca a piedade ao revelar-nos as suas penas, as suas imperfeições, os seus defeitos. Não aquela condescendência, altiva e desdenhosa a que alguns pretendem reduzir a piedade, mas uma piedade que desperta a afeição e a dedicação. Esta atenção faz milagres, faz nascer fontes, amadurecer colheitas, faz surgir a personalidade humana e cristã de um ser. - Seria inútil convidar os membros de uma equipe a conhecerem os outros, se, em contrapartida, não forem convidados a dar-se a conhecer. É uma coisa totalmente diferente do falar de si, de se exibir, formas habituais de egoísmo pretensioso. É o dom de si. Como para qualquer dom de si, é preciso vencer a preguiça e a avareza do coração, falso pudor e individualismo ciumento. E isto é a grande virtude. Dar-se a conhecer poderá ser confessar uma indigência, uma necessidade, dar a perceber que uma ajuda seria bem-vinda. Um amigo me trouxe certo dia, triunfante, aquilo a que chamara de definição do Lionês (realmente o meu segundo pecado original é ser natural de Lion): “Fica-se reduzido a imaginá-lo cheio de perfume, mas renuncia-se a abri-lo”. Jogar o jogo da equipe, é dar aos outros o seu perfume (ou pelo menos um saca-rolhas) . 29


TOMAR A CARGO E DEIXAR-SE TOMAR A CARGO

- Amar não é sentir uma emoção mais ou menos agradável na presença de um ser, mas prometer a si mesmo não poupar nada – não se poupar – a fim de lhe permitir o seu desenvolvimento humano e cristão. Será preciso ajudá-lo a realizar os seus talentos – que se soube descobrir, e para esta realização ele tem necessidade da nossa fé nele, dos nossos encorajamentos, das nossas experiências e que o ajudemos também a tomar consciência do que deve retificar, transformar, corrigir, do que tem de adquirir. “Cumprir a lei de Cristo é levar os fardos uns dos outros”, escrevia S. Paulo aos Gálatas. Os fardos materiais e os fardos espirituais, a preocupação deste homem que perdeu o seu emprego, o esforço daquele para aprender a rezar, o desencorajamento deste casal que não consegue a sua união, esta dor sem nome de pais que têm um filho anormal ... Uma só palavra diz isto tudo, mas usa-se tanto que fica vazia do seu magnífico significado: devotarse, voltar-se aos seus irmãos como se se volta a Deus. - Devotar-se aos outros é sinal de verdadeiro amor fraterno. Permitir a dedicação dos outros é sinal de amor fraterno ainda maior. Como todas as coisas grandes pode degenerar em indolência: há mendigos profissionais e nem todos são andrajosos, a esses é preciso chamá-los a um são orgulho. Mais numerosos são aqueles a quem é preciso chamar a uma sã humildade: saber pedir à equipe a sua ajuda. Sei de 30

uma equipe que é das mais unidas na caridade de Cristo desde que um dos casais, não sem dificuldades, resolveu confiar aos outros a confusa situação profissional que o levava à falência financeira e conjugal. Ao “não quero ficar a dever-lhe nada” dos individualistas do mundo, o cristão opõe a sua alegria de reconhecer: “devo-lhe tanto”.

DAR E PEDIR

Tomastes a cargo os membros de vossa equipe e vos sentis responsáveis (em parte) pela sua realização humana e cristã. Precisais agora trabalhar neste sentido, dando-lhe, dando-vos. Mesmo que fôsseis os mais pobres, o que tendes para dar é infinito, porquanto aquilo de que mais necessitam aqueles que nos rodeiam não são os nossos bens, mas nós próprios. E este dom é também o mais difícil de realizar. “O meu coração está preso com um elástico; sempre que o dou, volta outra vez”, exprimia-se desta maneira, na comissão, um homem que queria fazer-me compreender o seu egoísmo. É difícil, é fatigante doar-se, estar sempre disponível aos outros. Disponível, sem dúvida, para lhes prestar um serviço material, mas acima de tudo esse serviço de preço bem superior que consiste em lhes oferecer um coração atento, compreensivo, encorajador que inspira confiança, que sabe dizer a verdade, que ousa exigir. Há outro dom ainda mais precioso. São raros os que vão até lá. Refiro-me a essa vida de Deus em CM 499


nós que é a nossa principal riqueza e de que somos tão avaros. Quer se trate de avareza ou de pudor, ou de respeito humano, o fato é que essa vida fica aprisionada em cada um de nós. “Sairão deles rios de água viva”, dizia Cristo falando dos discípulos que haviam de vir. mas os discípulos fecham as comportas! Há uma perfeição Cristã da dádiva: é o sacrifício. “Não há maior amor do que dar a vida por aqueles a quem amamos”. A vida de equipe exige muitas vezes que se sacrifiquem gostos, vontades, preferências pessoais. Recuar perante a exigência é enfraquecer o amor. É recusar o maior benefício que podemos esperar da equipe: que nos faça morrer para nós mesmos – Cristo surge no homem que morre. Uma equipe periga quando falta nos seus membros o espírito de sacrifício. - Recusar pedir, se não é orgulho, é desprezo pelos outros: não lhes damos a honra de acreditar que têm riquezas, ou pelo menos que têm amor suficiente para partilhar. E nada esperar dos seres é destruí-los. As nossas dádivas acabarão por oprimi-los se não apelarmos para suas riquezas. Sabeis pedir na equipe uma opinião, um conselho, um serviço material ou espiritual? Solicitar eventualmente deste casal da equipe aquilo a que se chamou no Movimento, à falta de melhor termo, “a correção fraterna”: para que ele vos diga o que pode notar em vós que lhe parece não estar na melhor forma, que talvez escapa aos vossos olhos, e que talvez os outros tenham reparado e de que falam na vossa auCM 499

sência? Com esta correção fraterna, atingimos um dos pontos máximos da amizade cristã. E é grande a minha alegria quando posso verificar que esta prática contribuiu prodigiosamente para o desenvolvimento cristão de um casal.

QUERER O BEM COMUM

- Fazer passar o bem de outro à frente do seu é a lei do amor fraterno. Fazer passar o bem da equipe à frente de tudo é a lei do bem comum, é o grande critério ao qual cada um se deve reportar. Aquilo que possa prejudicar o equilíbrio, a solidez, o fervor, a alegria da equipe, eu o rejeito; pelo contrário, procuro tudo o que pode contribuir para o progresso desta equipe de que me sinto responsável. É preciso que ela se torne um triunfo de caridade, logo. Quero procurar ativamente tudo o que possa contribuir para uma oração mais intensa, para uma “partilha” mais leal e educativa, para um pôr em comum mais rico, para uma entreajuda material e espiritual mais generosa, para a troca de ideias que seja a procura mais ativa do pensamento de Deus. “Conservai a paz entre vós. Nós vo-lo recomendamos, irmãos, repreendei os ociosos, animai os tímidos, amparai os fracos, tende paciência com todos. Procurai fazer sempre o bem, seja entre vós, seja com todos”. Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N.S. do Rosário Piracicaba-SP 31


acervo literário do Pe. Caffarel

O Padre Caffarel e a Oração “Sem dúvida o Padre Caffarel não é o único padre a ter fundado seu apostolado em uma vida sólida de oração. Mas raros são aqueles que, como ele, tanto trabalharam para compartilhar esse tesouro de suas vidas. Não somente ele falava a respeito, mas ele permitiu a uma multidão a possibilidade de basear sua vida cristã sobre a rocha da oração interior. ” Foi com estas palavras que o Padre Armand Gautier1 abriu sua palestra sobre o Padre Caffarel, no Colóquio promovido em Paris em dezembro de 2010 pela Associação dos Amigos do Padre Caffarel. Nas Equipes de Nossa Senhora, temos a oportunidade de vivenciar este aspecto das orientações de nosso fundador. No dia 5 de maio de 1970, ao introduzir o PCE (naquele tempo, “a obrigação”) da meditação diária, ele diz: “Para encontrar a Deus é preciso, sem dúvida, primeiramente ouvi-lo; mas é preciso também responderlhe, abrindo e abandonando à sua Palavra as profundezes de nosso ser. Esta escuta e esta resposta exigem esta forma de oração chamada “oração mental”. Onde falta a oração, tudo morre; onde há oração, tudo renasce, tudo amadurece. É preciso reconhece-lo, se na reunião de equipe a oração tem o lugar de honra, não ocorre o mesmo na vida pessoal da maioria dos membros do Movimento. Longe disso! Ora, em vão pretenderemos tornar-nos

testemunhas do Deus vivo, se não estivermos decididos a nos tornar homens e mulheres de oração.”2 E acrescenta: “Só se pode dar testemunho do que se conhece. Só as pessoas que oram – quer sejam sábios ou sem muita cultura – não decepcionam quando falam de Deus. E só quem ora pode exclamar um dia, como Jó, dirigindo-se a Deus: ‘Até agora, só te conhecia por ouvir dizer; agora meus olhos te viram’“ (Jó 42, 5).3 Para definir melhor a oração, Caffarel diz: “Orar é expor sua pobreza aos olhos de Deus” (Cadernos sobre a Oração – CO 15). Mas o que são, na visão do Padre Caffarel, um rico e um pobre? “Um rico é um senhor que pode, que tem e que é. O pobre é aquele que humildemente procura Deus, recorre a ele, o teme e o serve”. O pobre é uma pessoa que tem uma necessidade vital de Deus para ama-Lo. “Encontrar Deus é procurá-lo sem cessar.” Significa ser, diz o padre, “um verdadeiro mendigo de ágape.4 Sustentado por uma fé e uma esperança indefectíveis, você estará suplicando o Pai de lhe dar o ágape. “ (CO 74). Na verdade, temos de pedir a Deus o amor com o qual o amaremos: “Um santo é sempre um mendigo na porta de Deus. [...] Ele fica pedindo a Deus os bens espirituais de que mais carece: a inteligência e o amor da Cruz, o crescimento das vir-

1

Diretor de Formação dos Responsáveis da Escola Catedral de Paris. Vigário em Saint-Louis d´Antin, ele é responsável do Polo Adolescentes da Diocese de Paris. / 2 A Missão do Casal Cristão, página 125 (Conferência “Em face do ateísmo”) / 3 Ibidem / 4 Referência ao banquete sagrado que é a Eucaristia, na comunhão com a Trindade através do Corpo de Cristo.

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tudes teologais da fé, da esperança e do amor, a humildade e o arrependimento.” (CO 49 e 29) A paciência também faz parte deste espírito de pobreza. É preciso aceitar o tempo de Deus que muitas vezes não é o nosso. Segundo o Padre Caffarel, essa paciência é a medida do amor e ele cita um poeta lituano: “Uma passada igual e segura, assim é a velocidade do amor”. A oração do pobre é, finalmente, a oração do pecador, daquele que não traz nas mãos boas ações que sejam capazes de salvá-lo de seu mal. Ao contrário do fariseu do templo, que se santifica a si mesmo por meio de seus esforços e de suas façanhas morais (Lc 18, 9-14). Aí está o grande mal: a autojustificação, diz o Padre Caffarel. É por isso que o publicano, que se reconhece pecador, sai do templo purificado e o outro não. Ao comentar uma outra parábola, a do “filho pródigo” (Lc 15), ele conclui: “Ao se aproximar, o filho está impuro, é o perdão que o purifica e transforma”. E mais: “O amor com o qual Deus nos ama não é fundado na nossa virtude, mas jorra, espontaneamente, de seu coração”. Logo: “O pecado reconhecido, confessado, rejeitado não é mais o pecado, mas somente a ‘miséria’ apelando para a mansa misericórdia do Pai. Em um filho de Deus, não é o fundo de seu ser que é contaminado pelo pecado, mas somente aquelas regiões escuras nele que ainda não foram evangelizadas. Não esqueçam nunca que o fundo do ser de um cristão, desde seu batismo, é uma zona luminosa, radiosa, infinitamente pura, graças à presença da Trindade santa nele”. (CO 54) CM 499

Pode parecer uma contradição, mas um coração de pobre é um coração disponível para ser ofertado. Como ele não possui nada, ele pode ser inteiramente o que ele é e isso torna possível sua oferenda de si mesmo. Ora, segundo a fórmula de Padre Caffarel “fazer a oração interior é, antes de tudo, oferecer-se a Deus. ”Essa oferenda de si deve tornar-se uma disposição fundamental e permanente de nosso ser, pois “doar-se significa não cessar de se doar, permanecer à disposição, em um ato de dom de si”: “Só a oração interior encaminha para o dom permanente de si mesmo a Deus, só ela renova e atualiza a força desse dom”. Por quê? Porque a oração é comunhão na oferenda eterna do Filho ao Pai. Assim, essa oração é uma ação de graças, celebração do ágape, prolongamento do ato eucarístico vivenciado na liturgia. Será que nossas orações têm esse caráter de doação, de oferenda a Deus? Será que elas nos dão a “alegria do Evangelho”? Será que nas nossas orações aceitamos ser o “filho pródigo” que volta pobre para se oferecer ao pai e mendigar seu amor? Ou será, como diz Padre Caffarel, que a oração só tem o lugar de honra nas reuniões da equipe? Hélène e Peter Eq.05A - N. S. da Santa Cruz São Paulo-SP Monique e Gérard Eq.01A - N .S. do Sim São Paulo-SP M. Regina e Carlos Eduardo Eq.01A - N. S. do Rosário Piracicaba-SP Cidinha e Igar Eq.01B - N. S. Aparecida Jundiaí-SP. 33


testemunho

Arsenal da Esperança No ano de 2015, o nosso tema de estudos nos propôs a olharmos ao nosso redor, ampliarmos nossa visão e percebermos quais são os sinais do nosso tempo. Com este estudo, saímos de um mundo ideal, imaginário e nos voltamos ao mundo como ele realmente é, com irmãos que pedem nosso socorro, pois estão à margem do que se pode chamar de sociedade cristã. Com isso, o tema nos tirou de nosso comodismo e nos fez ir ao encontro a desses irmãos e assim, incentivados pelo nosso CRE 2015, fizemos nossa Reunião nO 5 (O pobre, amado por Deus), numa dinâmica diferente, realizamos essa reunião num local, em São Paulo, chamado “Arsenal da Esperança”. A ideia desse local nasceu em Turim (Itália) em 1964, fundado por Ernesto Olivero e sua esposa Maria Cerrato para concretizar um sonho: derrotar a fome e as injustiças sociais no mundo, promover ações de justiça e de desenvolvimento, viver a solidariedade para com os mais pobres e dar uma especial atenção aos jovens, procurando com eles a paz. A Fraternidade da Esperança começa no antigo arsenal militar de Turim – ex-fábrica de armas transformada, com a ajuda de milhares de jovens e de pessoas de boa vontade, em uma casa a serviço da paz, em um lugar de oração, de trabalho e de acolhida dos jovens e dos mais necessitados, hoje chamado de Arsenal da Paz. Em 1996, nasce em São Paulo o Arsenal da Paz, localizado nas insta34

lações da antiga Hospedaria dos Imigrantes, é hoje uma casa que acolhe 1.200 pessoas em situação de rua, e lhes oferece novas oportunidades de trabalho e de vida. Todos ficamos muito comovidos com o trabalho realizado e, após nossa Reunião, no mês de agosto, a equipe toda voltou ao Arsenal no dia 12 de setembro de 2015, à noite, para participar da 5ª.Vigília da Leitura Contínua da Palavra, o que nos tornou mais unidos e mais perto do que Deus espera de nós, como cristãos, e principalmente como equipistas! Essa visita nos fez lembrar da Palavra de Deus, no Evangelho de Lucas 10, 1-2: 1 Depois disso, designou o Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir. 2 Disse-lhes: Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe. Nossa gratidão ao nosso CRE 2015 e a toda nossa equipe, por terem atendido ao chamado do Espírito Santo e nos ensinado a sermos mais cristãos e verdadeiros servidores do reino de Deus! Dominique e Geraldo Damiani CR Setor B SP CAP I São Paulo-SP CM 499


O DEVER DE SENTAR-SE NO ANO DO JUBILEU DA MISERICÓRDIA Ao vivenciarmos o EACRE/2016, constatamos a alegria de sermos conduzidos pelo Espírito Santo. As linhas de ação decorrentes do Encontro Internacional de Brasília, em 2012, em que ficou preconizado o “Ousar o Evangelho, contagiados pelo amor de Cristo, acolhendo e cuidando do próximo, e partir para o mundo a serviço da Igreja”, vão ao encontro da Encíclica do nosso Santo Papa Francisco, de 2015, Evangelii Gaudium, e da Bula do Jubileu da Misericórdia. Na primeira, temos a alegria de Cristo como o selo do bom cristão. Alegrai-vos sempre no Senhor. Alegrai-vos (Fl, 4,4). E na segunda, temos o dever de exercermos a misericórdia para com nosso irmão, para merecermos a comunhão com Cristo. Neste contexto, surge o dever de sentar-se como uma das medidas concretas para executarmos este ano. Sabemos que todos os PCE nos levam ao encontro com Cristo, que é a primeira linha de ação a seguirmos em 2016 (Renovar todos os dias o encontro pessoal e em casal com Cristo). No entanto, é no Dever de Sentarse que mais temos oportunidade de exercermos a misericórdia, não nos esquecendo do ano jubilar. Todo o Dever de Sentar-se deve ser inspirado pelo sentimento da misericórdia e não do rancor. Diante de tudo que nos foi CM 499

ofertado no EACRE, tivemos a plena convicção da necessidade de nós, casais responsáveis, neste ano, estimularmos o Dever de Sentar-se. Assim, ao enviarmos o roteiro da reunião formal, de fevereiro, anexamos, também, um roteiro de Dever de Sentar-se extraído do livro pertencente ao Movimento Dever de Sentar-se e Regra de Vida. Vale ressaltar que foi uma reunião diferente, pois recebeu um tempero especial! O Evangelho que meditamos na reunião formal foi Mt 11, 25-30, que trata de Jesus revelador do Pai misericordioso. Antes de executarem o Dever de Sentar-se propriamente dito, ainda na preparação da reunião formal, os casais refletiram, na partilha, a seguinte indagação: Como estamos vivendo este Jesus manso, humilde e misericordioso no nosso Dever de Sentar-se?. A conclusão é lógica: doravante, nós, casais da Equipe Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, faremos nosso Dever de Sentar-se, mensalmente, ao nos prepararmos para a reunião formal, inspirados pelo Santo Evangelho do Pai Misericordioso, neste ano do Jubileu da Misericórdia. Nada disso é coincidência, mas tudo fruto da ação do Espírito Santo. Ana Paula e Rodrigo Eq. N. S. Medalha Milagrosa Ituiutaba-MG 35


Felizes vivendo

o Sacramento do Matrimônio Hoje, como casal cristão que vive com alegria o nosso Sacramento do Matrimônio, nos deparamos, muitas vezes, com situações que nos interpelam sobre a instituição do casamento. Primeiro, por amigos que não o valorizam. Segundo, por pessoas e casais que estão com alguma dificuldade e necessitam da nossa ajuda. E, em terceiro lugar, mas não menos importante, pelo testemunho que damos às nossas filhas sobre o quão bom é ser casados e felizes. Quando algum casal de amigos está para se casar nós os incentivamos e falamos sobre a graça de recebermos o Sacramento do Matrimônio, e tentamos desviar certos comentários que fazem sobre o casamento, como: “o homem vai ser mandado pela mulher”, “vai ficar preso”, entre outros. Quando algum casal de amigos passa por dificuldades e nos pede orientação, lá estamos nós, com a ajuda do Espírito Santo e de Nossa Senhora, ajudando-os a superar situações que os querem fazer desistir do seu casamento. Também damos o nosso testemunho da vivência do casamento, e do quanto somos gratos a Deus por ter nos dado um ao outro, e termos formado uma linda família, que não é perfeita, mas é a melhor porque é a “nossa família” 36

e devemos cuidar dela! O Papa Francisco nos diz que “cuidar da família é um modo de trabalhar na vinha do Senhor, para que produza os frutos do Reino de Deus”. Devemos ser ramos da videira de Cristo, a família deve estar ligada a Ele; e bem nos lembra o Pe. Caffarel, em seu artigo “Imagem e Mistério”: “Que alegria, que reconforto, que segurança para os membros do lar, quando compreendem que não são únicos, que não lutam sozinhos, mas que Cristo, o seu sacerdote, luta e ora em casa deles e com eles”. Nesse sentido, devemos muito às Equipes de Nossa Senhora que, com sua pedagogia nos ensinou e nos ensina a cada dia a importância da espiritualidade conjugal, para juntos trilharmos o caminho da santidade, através dos Pontos Concretos de Esforço, em especial a Escuta da Palavra, a Meditação, o Dever de Sentar-se e a Regra de Vida. Por tudo isso devemos testemunhar para o mundo (família, amigos, colegas de trabalho e também desconhecidos) a graça de ser casal cristão com o Sacramento do Matrimônio, sendo “sal da terra e luz do mundo” por onde passarmos. Robertha e Marcondes CR Setor B Santa Luzia-PB CM 499


OS FRUTOS DA CAMINHADA Ao iniciarmos um trabalho no Movimento, somos chamados a entregar o que de melhor podemos oferecer. De início, devido às nossas inseguranças e medos, diante do novo e desconhecido, surgem preocupações a nos enfraquecer. Entretanto, quando Deus nos chama e envia para uma missão, Ele nos prepara e conduz se, apesar de conscientes da responsabilidade de servi-Lo, abrimo-nos a Ele. “Em vossas mãos depositei a minha causa.” (Jr. 20,12) Juntamente com Jesus e Maria, iniciamos há três anos, confiantes no Senhor, o trabalho em nosso Setor. Sabíamos que seria difícil, pois sempre há obstáculos e provações. Porém, Deus colocou fortemente em nosso coração conjugal que seria um tempo de graça e crescimento espiritual, uma grande oportunidade de aumento da fé e proximidade d’Ele. Hoje testemunhamos o imenso amor do Senhor e a grande proteção e intercessão de Nossa Senhora do Carmo, padroeira deste amado Setor. Vemos claramente nas ENS a ajuda mútua, o testemunho, a manifestação do Amor de Deus, a responsabilidade e compromisso com as orientações do Movimento, a bem do casal, da família e da Igreja. Trabalhamos firme e colegiadamente, com abertura de coração, acolhendo, reconhecendo e procurando ir ao encontro das necessidades dos casais equipistas. Deus ouvia e retornava nosCM 499

sas constantes orações! Quantas bênçãos e graças Ele distribuiu em nosso meio! Durante este especial tempo que o Senhor nos concedeu, presenciamos suas maravilhas, através de ativas participações dos casais e dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais. “Sejam quais forem os teus caminhos, pensa N’Ele, e Ele aplainará tuas sendas.” (Pr 3,6 ) Quando caminhamos lado a lado com Jesus, mantendo firmes a Fé e a Aliança, Ele nos conduz fielmente e colhemos com gratidão flores e frutos, nesta caminhada difícil – mas não impossível – para a santidade. Que lá no céu, Pe. Henri Caffarel interceda por todos nós e se alegre com nossos progressos espirituais! “Mas o Senhor é fiel, e Ele há de vos dar forças e vos preservar do mal.” (2Ts. 3,3)

Silvana e Jesus CR Setor Borda da Mata-MG 37


Todos são chamados para Viver a Missão O Movimento das ENS nos últimos anos têm nos proposto meditar vários temas relacionados à Missão. Recebemos o chamado de Deus por meio do SCE da nossa equipe, para uma missão na Ilha de Marajó-PA. O apelo nos inquietou o coração e dissemos o nosso sim. Fomos nós e nossos filhos: Geovanna – 9 anos, Yan – 6 anos e João Miguel – 4 meses de gestação. Entre os dias 14 de dezembro de 2015 a 2 de janeiro de 2016 nos inserimos por completo na vida do povo marajoara. Evangelização de porta em porta, louvor com as crianças, formação para agentes de pastorais, Celebrações Eucarísticas, etc. Tudo foi maravilhoso, mas o extraordinário foi o encontro com Deus através de cada irmão. Compreendemos por que Jesus amava estar junto com pessoas que muitas vezes viviam às margens da sociedade. Houve momentos de grande emoção e profundidade, em que na simplicidade de cada pessoa, testemunhamos atitudes de fé, acolhimento, alegria, hospitalidade. Aonde chegávamos, as pessoas se reuniam ansiosas para escutar a Palavra de Deus, elas verdadeiramente nos viam como a presença viva de Cristo. Ao todo éramos 37 missionários de vários estados: São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Pará, com diversas expressões vocacionais: seminaristas, padres, religiosas, universitários e nós, como casal, família completa. Foi enriquecedor a 38

partilha de nossas vidas, tão diferentes por responder a Deus cada um de acordo com a sua vocação, mas ao mesmo tempo tão semelhantes por buscarmos os mesmos objetivos. Percebemos como família que é urgente sair de nosso comodismo, pois de fato a nossa Missão começa em nossos lares, mas é imprescindível que tudo que recebemos e vivenciamos de bênçãos, de formações, de acompanhamentos levemos aos que necessitam. Ao nos prepararmos para a missão escutamos várias pessoas dizerem: “vocês são loucos, uma viagem como esta, com crianças, estando grávida!”, mas podemos afirmar que aproveitamos cada momento com intensidade, com entusiasmo, e que o nosso estado de vida não foi empecilho para a missão, pelo contrário, testemunhamos as maravilhas que Deus tem feito em nossas vidas. Ao retornar para nossas casas, para nossas equipes, temos uma certeza: onde o Senhor nos chamar nós iremos, nós e nossa família, pois “não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” (At 4,20). Gilda e Rodrigo Eq.06 - N. S. da Guia Uruaçu-GO CM 499


partilha e PCE

SANTOS OU NADA! “Buscar a santidade. Nem mais, nem menos” (Pe. Caffarel). Santidade. O que me levou a meditar e escrever sobre o tema foi uma pregação proferida pelo Frei Raniero Cantalamessa diante do Santo Padre o Papa Francisco. O Frei discorreu sobre a temática e, fazendo menção ao tempo propício para reflexão, fez uma pergunta que deveria levar muitos cristãos a repensarem suas vidas: “... Uma pergunta sobre a qual meditar... “Tenho fome e sede de santidade, ou eu estou resignado à mediocridade?” Neste contexto, faz-se necessário recorrer à mensagem de São João Paulo II aos jovens: “Precisamos de santos de calças jeans e tênis. Precisamos de santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos... Santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida no nosso tempo. Precisamos de santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais. Precisamos de santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos”.

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Na luta constante para viver em santidade devemos nos esforçar, buscar apoio nos PCE. A meditação pode nos ser muito útil; a meditação que é “pensar, piedosamente, em Deus...” (Lucinha e Marcos, Carta Mensal, nov. 2015, p. 33). Os PCE, como nos escreve o citado casal, “são apenas meios... o fim a atingir é o amor” (p. 34). Mas, o que é a santidade? O amor? “Amar é diferente de apaixonar-se: apaixonar-se é cair em amor... Quando se está apaixonado fica-se... atraído, maravilhado... Tudo é lindo e fácil. Mas, amar verdadeiramente é a outra face do amor... Amar verdadeiramente é dar-se” (Amor, Santidade, Felicidade, 2010, p. 39). São Judas, dirigindo-se a todos os cristãos os instrui no caminho da santidade e convoca-os a cuidar dos irmãos que não estão vivendo em estado de graça: “Ajudem a encontrar o Senhor, sendo bondosos com eles, mas tomem cuidado para que vocês mesmos não sejam arrastados para os mesmos pecados deles” (Jd 1, 21-23). Que Maria Santíssima interceda a Jesus para que Ele tenha misericórdia de nós e conceda-nos a graça do esforço diário pela santidade. Santo Agostinho nos ensina que “o homem coopera com Deus na própria salvação: não te salvará sem ti”. A decisão é nossa também. Então voltemos à pergunta de frei Raniero: “Tenho fome e sede de santidade, ou eu estou resignado à mediocridade?” Veloso da Adeilda Eq.09 - N. S. Saúde Tapera-AL 39


Disponível como Argila

Naquele entardecer da criação, senti passos no jardim. Era ele, o Senhor da Criação. Aconteceu que, nesse entardecer, ele parou, inclinou-se, com um olhar carregado de amor. E, de repente, juntou-me do chão, a mim, pobre e pequeno punhado de terra, e ficou a me olhar pensativo... Remexeu-me longamente... com todo carinho! E então, começou a me amassar: primeiro, retirou de mim uma porção de impurezas que o atrapalhavam. E eu fui ficando terra pura, do seu gosto. Fez ainda outras operações, que eu não compreendia, nem poderia compreender. Eu nada perguntei. Oferecia simplesmente o meu ser em disponibilidade de amor. Deixavame trabalhar. Deixava que ele me fizesse. Porque eu sabia que era obra sua e que ele transformava com amor. De fato, fui tomando forma. Uma forma 40

à maneira sua, à sua imagem! Para que eu haveria de servir no futuro? Eu não o sabia. E fui me tornando obra de Deus. Depois veio uma etapa difícil. Porque foi um forno superaquecido que ao barro veio dar força e consistência. É calor e o valor da minha vida que levam a bom termo a obra de suas mãos, o Senhor e criador. A cada vaso muito querido, ele dá contornos de eternidade. Então comecei a olhar em torno de mim. E descobri outros vasos que suas mãos hábeis e cheias de amor haviam amassado e modelado a r t i s t i ca m e nte . S e m c a ns a rse, dava ele mais outra demão àqueles que não haviam saído bem. Cada um tinha a sua forma e sua cor, sem dúvida, isso conforme a sua destinação no mundo. Mas, do mais humilde ao mais rico, todos eram lindos, todos bem feitos. Ele nos tinha feito como ele bem queria... CM 499


Nós somos essa argila na mão do Oleiro, ele nos moldou conforme sua vontade, com certeza encontrou mais impurezas e teve que limpar. Pode ser que o vaso pronto não tenha ficado tão belo quanto tantos outros existentes, mas estamos conscientes de que ficou na exata medida de acordo com os planos do Oleiro. Estamos conscientes de que teremos um bom combate a combater, para que possamos dar continuidade à nossa missão.

Estamos guardando a nossa fé. Para melhor servir ao Movimento é necessário ter a coragem de mergulhar em águas mais profundas, é “Ousar o Evangelho”. Que Maria Santíssima, Mãe de Jesus Cristo, interceda por nós e por todos os que, assim como nós, estão a serviço do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, para que sejamos simples argila nas mãos do Oleiro. Lucinha e Marcos CR Setor Olinda-PE

CARTA MENSAL... LIGAÇÃO

Carta Mensal: veículo de ligação entre a Super-Região e nossas equipes de base. Assim como a função do Casal Ligação é unir, ligar, aglutinar as equipes por ele ligadas, a Carta Mensal também é um elo de ligação. A ligação é indispensável para construir o espírito de comunidade nas Equipes de Nossa Senhora, e a Carta Mensal assegura a transmissão da vida no Movimento. Assim como o Casal Ligação, a Carta Mensal tem uma difusão evangelizadora. A Carta Mensal endereçada a cada casal, possui notícias, testemunhos, informações, orações etc. Que todos tenhamos um tempo dedicado à leitura da Carta Mensal, este veículo que informa e forma, veículo de ligação para nós equipistas. O mais importante é o amor que o Casal Ligação a Carta Mensal nos transmite, a alegria de todos nós caminhando juntos em busca de nossa santidade. Tatiana e Luiz Eq.02 - N. S. da Penha Rio de Janeiro-RJ CM 499

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formação

REUNIÃO DE EQUIPE

Muito já se leu e foi comentado a respeito do tema “Reunião de Equipe”. Hoje, nosso propósito é convidá-lo a refletir sobre como estamos vivenciando nossa reunião. Sabemos que na Reunião Mensal celebramos a vida, do Movimento e apresentamos ao Senhor, aos irmãos, nossa experiência de vida; nosso crescimento espiritual naquele mês; principalmente nossa partilha, através da vivência do PCE. Muito sabemos também sobre a pedagogia da Reunião de Equipe: como devem ser vivenciados os momentos da reunião, partilhar com humildade, sermos verdadeiros, praticar a ajuda mútua, etc. Ciente de toda a pedagogia, vamos analisar como transcorreu nossa última Reunião de Equipe! Tudo foi vivenciado conforme os documentos oficiais? Todos seguiram fielmente o que pedem a pedagogia, a mística e o carisma do Movimento? Como foi nossa partilha? Não foram inseridos momentos na reunião, além daqueles previstos no “Guia das ENS”? 42

Pe. Flavio Cavalca nos mostra a importância da fidelidade aos documentos. Diz ele: – “ Os textos oficiais e a tradição procuram ir direto ao encontro das necessidades do casal. Os textos oficiais dão um destaque fundamental para a oração, através da escuta da palavra e meditação”. Ele também nos orienta sobre os acréscimos (penduricalhos), o que torna a reunião longa e cansativa. Irmãos equipistas vamos retornar às origens da Reunião de Equipe. Que ela seja o verdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado, com amor, humildade, caridade e muita ajuda mútua. Celebremos todos os meses a santidade conjugal e o dom da vida. Concluímos com este pensamento do Pe. Caffarel: “Não estou certo de que os equipistas tenham bem comp re e n d i d o o que s ignifi c a a e s p i r i t u a l i da de c onjuga l . H á grande preocupação de vida espiritual entre marido e mulher individualmente. Mas a espiritualidade conjugal é mais do que duas espiritualidades individuais vividas lado a lado. Há um mistério do casal que é preciso aprofundar. É fonte de graças.” Pe. Henri Caffarel. Wanda e David CR Região SP Norte I CM 499


Documentos Digitalizados

Na Carta Mensal no 496 há um artigo sobre as EquipesSatélite e seu papel na ERI. Para o crescimento da nossa espiritualidade conjugal e vida cristã, o Movimento utiliza um processo contínuo de formação. E há duas regras de ouro na organização e pedagogia das Equipes de Nossa Senhora: 1ª respondendo a uma necessidade do Movimento, toda responsabilidade tem uma razão de ser. 2ª no Movimento não há nada que façamos por obrigação, ou que usemos sem saber para que serve. Portanto, as Equipes-Satélite não são exceção a estas duas premissas. O número de Equipes-Satélite e os temas a serem desenvolvidos são determinados pela ERI, após fazer um discernimento que leva em conta: • As necessidades expressas pelas Super-Regiões e Regiões Distantes através dos seus casais responsáveis, manifestadas nos colégios internacionais. • As diretrizes das orientações de vida. CM 499

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• A leitura dos sinais dos tempos e a vida atual da Igreja. Hoje, uma das quatro Equipes-Satélite, a de Reflexão e Pesquisa está desenvolvendo uma base de dados de todas as publicações do Movimento, ferramenta que será de grande ajuda para o conhecimento da riqueza documental existente, pois no mundo inteiro, em função da internacionalidade, há uma grande quantidade de publicações que foram escritas ao longo da história. Estas publicações, sobre temas inerentes à pedagogia do Movimento, sobre temas de estudo, sobre a vida e obra do Pe. Caffarel, sobre formações etc., têm sido aproveitadas, até agora, pela SR que os elaborou, ou por outras Super-Regiões e Regiões Distantes que por acaso tenham tido acesso a elas de maneira conjuntural. O objetivo desta Equipe Satélite foi criar uma grande base de dados, universal, que inventariou todas as publicações das Super-Regiões e Regiões Distantes, com o propósito de permitir que futuramente cada equipista possa aproveitar esta riqueza, e que a ERI tenha uma ferramenta que permita conhecer o material que está formando os equipistas de cada país, que temas de estudo estão disponíveis para casais jovens, para casais mais idosos, etc. Comparando documentos publicados sobre o mesmo assunto, a ERI poderá identificar diferenças de interpretação e ter a possibilidade de corrigi-las. Poderá também tomar um texto publicado por uma Super-Região que tenha interesse universal e publicá-lo como documento oficial do Movimento, dando-lhe, assim, uma distribuição mais vasta. A consulta à base de dados permitirá identificar os documentos por grupo, língua, Super-Região ou Região Distante e ano de publicação. Além disso, o sistema vai permitir consultas diretas, e foram pré-programadas respostas a questões mais frequentes. O trabalho encontra-se no desenvolvimento de uma plataforma acessível pela internet e está em finalização. “As regras e condições de acesso à base de dados estão sendo definidas pela ERI.” Brevemente teremos acesso aos documentos de todo o mundo, para melhorar nossa formação. Damos graças por mais este serviço prestado aos irmãos! Hermelinda e Arturo CR Super-Região Brasil 44

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notícias “Que a sabedoria conquistada com o passar dos anos

seja um incentivo para as conquistas e vitórias que estão por vir.”

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

25 anos Eq. N. S. da Penha Rio de Janeiro/RJ

25 anos Eq N. S. da Guia Rio de Janeiro/RJ

25 anos Eq. N. S. das Vitórias Juiz de Fora/MG CM 499

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“As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo.” Ct 8, 7

BODAS DE PRATA

Valéria e Tadashi 13/03/2016 Eq. N. S. Aparecida - Pindamonhangaba/SP

Andrés e Cássio 29/12/2015 Eq. N. S. da Ternura - Araçatuba/SP

Tetê e Luís Claudio Silmara e Sandro 27/10/2015 16/02/2016 Eq. N. S. das Vitórias - Juiz de Fora/MG Eq. N. S. Santíssima Trindade - Votorantim/SP

BODAS DE PÉROLA

Eleuza e Sandro 31/05/2016 Eq. N. S. de Fátima - Rio Verde/GO 46

BODAS DE OURO

Clarice e Manoel 26/02/2016 Eq. N. S. da Conceição - Niterói/RJ CM 499


BODAS DE DIAMANTE

Luiza e Latgé 26/02/2016 Eq. N. S. das Graças - Niterói/RJ

“Tu és sacerdote para sempre!” Hb 7, 17

ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL

“E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” Ap 21, 4

VOLTA AO PAI Délio (da Helô) 06/04/2016 Integrava a Eq. N. S. das Famílias Niterói-RJ Omar (da Nilsa) Em 11/12/2015 Integrava a Eq. N. S. Aparecida Canápolis-MG

Mons. João Bosco Cabral 26/01/2016 Eq. N. S. do Rosário - Caruaru/PE 60 anos

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Saburo (da Hiromi) Em 19/04/2016 Integrava a Eq. N. S. Estrela da Manhã São Paulo-SP

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dicas de leitura O AMOR MAIS FORTE QUE A MORTE Pe. Henri Caffarel e outros

(Este livro pode ser adquirido através de solicitação via e-mail cnse@cnse.org.br)

Para a maioria de nós, é difícil avaliar o que significou aquelas tantas perdas causadas na II Guerra Mundial. Entretanto, a dor da viuvez, independente das circunstâncias em que tenha ocorrido, está sempre presente na vida das pessoas. Por isso é importante a busca da paz e da esperança que Deus pode dar quando nos faz confiar na continuidade da vida no seu Reino de amor. Por esta razão a ideia de republicar esta obra é uma iniciativa muito válida. Seus temas podem ajudar todas as pessoas que perderam seus maridos, filhos, amigos muito queridos ou todas que, por diferentes contingências, vivem na solidão, em um grande vazio. Seus leitores poderão ter uma boa visão de se viver em equilíbrio com Deus, especialmente nos momentos difíceis da vida.

QUANDO A PALAVRA SE TORNA VIDA Nancy Cajado Moncau

“É preciso que ela se incorpore ao nosso ser, à nossa consciência e seja capaz de dinamizar a nossa vontade, para que se traduza em atos.” Essa busca incessante da coerência entre fé e vida, essa ânsia por incorporar a Palavra de Deus aos atos de cada dia transparecem a cada página das meditações de Pedro Moncau Jr. (1899-1982), coletadas e selecionadas por sua esposa Nancy Cajado Moncau neste volume. Os textos, que nos revelam a riqueza de uma alma privilegiada, são também de imenso valor para melhor entendermos os caminhos da verdadeira meditação. Pedro Moncau Jr. abre-se à Palavra e deixa que ela o penetre com toda a sua força, interroga-se sobre seu significado para a sua vida e aplica o resultado desse discernimento aos seus atos cotidianos.

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(Este livro pode ser adquirido no Secretariado Nacional - www.ens.org.br)

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MEDITANDO EM EQUIPE Olhando para trás e para frente

Estamos chegando ao meio do ano. É bom olhar para o que já vivemos em nossa vida pessoal, familiar, de igreja e de equipe. Que alegrias tivemos, que dificuldades enfrentamos, que decisões tomamos, que resultados conseguimos? Qual tem sido nossa coerência com as propostas de Jesus?

Escutando a Palavra: “Aquele que vem a mim e não tem maior amor a mim do que a seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida não pode ser meu discípulo. Aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo. Quem de vós, com efeito, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para calcular os gastos e ver se tem o suficiente para concluir a obra? Para não suceder que, colocados os alicerces e não podendo terminá-la, todos os que o virem comecem a zombar dele, dizendo: ‘Vede o homem que começou a construir e não conseguiu terminar!’. Assim, pois, aquele dentre vós que não renunciar a todos os seus bens não pode ser meu discípulo.” (Lc 14,26-33)

Refletindo • Que oportunidades Deus concedeu-me neste ano? • Como aproveitei essas oportunidades? • Quais as oportunidades para este resto de ano, e como as posso aproveitar?

Oração Espontânea • Louve a Deus e agradeça as oportunidades e as conquistas. • Reconheça as falhas, e peça perdão. • Renove sua confiança no Senhor.

Oração Litúrgica – Se Javé não construir a casa, é inútil o cansaço dos pedreiros. – Se Javé não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. – É inútil madrugar, deitar tarde, comendo um pão ganho com suor; a quem o ama ele o concede enquanto dorme.

– Os filhos são herança de Javé, é recompensa o fruto do ventre. – Como flechas na mão de um guerreiro são os filhos gerados na juventude. – Feliz o homem que enche deles sua aljava: não ficará humilhado quando vier à porta para tratar com seus inimigos. (Salmo 127)

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


Dever de Sentar-se PCE PRIORITÁRIO PARA 2016: “Encontrar, a

cada mês, um tempo de verdadeiro diálogo conjugal.” (Guia ENS) Em 2016 viver a alegria na Missão de casados e exercitá-la através do Diálogo conjugal. • Deixar-se envolver pelas qualidades do cônjuge e partilhar seus momentos de felicidade. • Renovar cada encontro com a Boa Nova, sabendo que Cristo está presente, junto do casal, e os espera para um momento santo. • A base do diálogo é a escuta, principalmente no Diálogo conjugal. • Saber escutar através da expressão corporal, na intenção do coração, na união com aquele que fala – esta é a verdadeira escuta. • O modelo de escuta aqui também é Maria, como escutou o anjo Gabriel, revelando-se autêntica em suas dúvidas, porém fiel e submissa em suas ações. • Os corações dos cônjuges anseiam um pelo outro, porque são os destinatários especiais designados pelo Pai. “Grava-me como um selo em seu coração, como um selo em seu braço; pois o amor é forte, é como a morte!” (Cântico dos Cânticos 8,6)

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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