ENS - Carta Mensal 476 - Novembro/2013

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Ano LIII • nov 2013 • nº 476

C A R TA Equipes de Nossa Senhora

Mensal

IGREJA CATÓLICA

FORMAÇÃO

VIDA NO MOVIMENTO

Finados, não corresponde à realidade p. 9

Equipe - comunidade de fé e amor p. 13

Colegiado Nacional 2013 pp. 17-33


CARTA MENSAL nº 476 • nov 2013

EDITORIAL Da Carta Mensal ..................................... 01

VIDA NO MOVIMENTO Colegiado Nacional 2013 ....................... 16

SUPER-REGIÃO III Encontro nacional à vista! .................. 02 Exercício das responsabilidades da espiritualidade conjugal .................... 03

TEMA DE ESTUDO Problema d'Ele........................................ 33

CORREIO DA ERI Acreditamos no amor (IJo 1,4,16) .......... 04

A dignidade e a santidade do casamento cristão ........................... 06 IGREJA CATÓLICA Finados, não corresponde à realidade .... 08 Ousadia divina, nela nossa ousadia ........ 09 Doutrina social da igreja ........................ 10 PASTORAL FAMILIAR De nós e de laços ................................... 11 FORMAÇÃO Equipe - comunidade de fé e amor ........ 12 Foco em Deus ......................................... 13 A mística do “sim” ................................. 14 Santidade e PCE ..................................... 15

RAÍZES DO MOVIMENTO As equipes de Nossa Senhora sua razão de ser .................................... 34 TESTEMUNHO A cura ................................................... 36 Uma luminosa noite de oração ............. 37 Esperar em Deus .................................... 38 Missão do CRR-PE II ................................ 41 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Como anda o nosso dever de sentar-se? ...... 42 Retiro ..................................................... 43 Regra de vida ............................................ 44

NOTÍCIAS ............................................. 45 REFLEXÃO É preciso esforço .................................. 48

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Cida e Raimundo N. Araújo - Equipe Editorial: Responsáveis: Zezinha e Jailson Barbosa - Cons. Espiritual: Frei Geraldo de Araújo Lima O. Carm - Membros: Fátima e Joel - Glasfira e Resende - Paula e Genildo - Zélia e Justino - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622) Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiaçu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1285 - email: novabandeira@novabandeira. com - Responsável: Ivahy Barcellos Diagramação: Samuel Lincon Silvério - Foto capa: Jailson Barbosa - Tiragem desta Edição: 23.300 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/ imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Rua Luís Coelho, 308 Cj. 53 11º andar - 01309-902 São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Zezinha e Jailson Barbosa. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


do Papa Francisco, Lumen fidei. E recomenda ainda não esquecermos os dois Pontos Concretos de Esforço essenciais para viver o carisma das ENS: a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se. Em seguida, encontrarão verdadeiros presentes dos nossos SCEs: Pe. Sandro Portela, com um rico e confortador ensinamento sobre o Dia de Finados, Pe. Neto, SCE Província Nordeste nos falando da Ousadia Divina e como nos inserirmos nela, Frei Avelino exortando os Casais Responsáveis pela Vida nas ENS: Mostre o carinho que tens por esta vinha, sendo um fiel cumpridor de todas as regras que te foram ditadas pelas ENS. E de quebra: uma pérola do Pe. Zezinho, que nos esclarece dos Nós e Laços do sacramento de Matrimônio, (não deixem de ler!) Mas, não acabou, tem muito mais para ler: entre os vários testemunhos de casais e conselheiros, pinçamos um trecho do casal Zilda e Celso: “Devemos orar sempre, não até Deus nos ouvir, mas até que possamos ouvir a Deus.” Também nessa edição uma síntese dos fatos e fotos do Colegiado Nacional, que anualmente reúne os vinhateiros responsáveis pela vinha das ENS, para celebração, formação e convivência fraterna, visando o fortalecimento da unidade do Movimento na fidelidade à mística e ao carisma fundador.  Zezinha e Jailson CR Equipe da Carta Mensal

Tema: “Caminho da vida espiritual em casal” CM 476

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Editorial

Queridos irmãos “Já estamos em peregrinação!” Com estas palavras, que tomamos emprestadas dos irmãos Vera e Zé Renato quando nos falavam das providências para o III Encontro Nacional, por ocasião do Colegiado Nacional, em agosto passado, iniciamos nossa conversa com vocês. Pois é, irmãos, é com este espírito que devemos nos preparar para o Encontro em Aparecida: como peregrinos rumo à casa da Mãe! Em seu artigo, Cida e Raimundo rememoram os encontros anteriores e nos preparam para “um Encontro que nos levará a um encontro especial com Jesus, em casa de sua Mãe: o Santuário de Nossa Senhora Aparecida”, e nos convidam dizendo: “corramos para a proa, divisemos o rio Paraíba, e com o coração verde-amarelo, a palpitar, desembarquemos para a festa!” Do Correio da ERI, o casal Tó e Zé nos propõe a deixarmo-nos orientar pela mística do Movimento, sem fazer barreiras ao Espírito Santo, na certeza de que Jesus está vivo e caminha conosco e assim: “sermos pedras desta humanidade que luta, que chora, mas que quer acreditar que Deus está dentro de todas estas incertezas, e ser fermento nesta família que o Senhor nos confiou.” Em seu artigo “A dignidade e a santidade do casamento cristão”, Pe. Jacinto – SCE da ERI – nos diz: Proponho que acompanheis a leitura desta carta com a introdução e o primeiro capítulo da encíclica


Super-Região

III ENCONTRO NACIONAL À VISTA! Queridos equipistas: Costuma-se dizer que “relembrar é viver duas vezes”. Se é assim, vale a pena relembrar as emoções dos dois primeiros Encontros Nacionais. Mais de 4 mil equipistas viveram em Brasília, no I Encontro, momentos de expectativas, surpresas, esperanças. Tudo isso para “Ser casal missionário”, conscientes de que o “Casal cristão, sacramento do amanhã” traria muito esperança para a Igreja. No II Encontro, em Florianópolis, com mais de 5 mil participantes, quão emocionante foi acompanhar o quadro da Família Sagrada, representada por jovens esposos e seu filhinho, testemunhando o ser “Casal cristão, fecundidade evangélica”. Ao mesmo tempo, na perspectiva do espírito de Josué (24,15), fomos levados a anunciar, com vigor evangélico, uma certeza: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. E agora já nos bate à porta e ao nosso coração o III Encontro Nacional! Um Encontro que nos levará a um encontro especial com Jesus, em casa de sua Mãe: o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. A pequena e singela cidade de Aparecida será palco, pois, de um grandioso evento cristão! Batem à nossa porta! O toque é delicado, porém forte, capaz de nos despertar, de nos tornar de pé, de nos fazer tomar uma única túnica e seguir o Caminho, da forma que Ele recomenda: “Não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro à cintura; nem 2

sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão,” (Mt 10,9-10). Não devemos perder o foco: Jesus Cristo; nem o sinal que nos serve de guia: a ternura silenciosa e maternal da Virgem Maria. Só isso basta! Alguém poderá dizer: “Não é cedo para partir?” Na verdade, nunca é cedo para ir ao encontro de quem já nos espera. Partindo cedo, não corremos o risco de nos atrasar. Partindo cedo, teremos tempo de descansar sob a sombra de uma árvore e de meditar, de rever o roteiro, de planejar nossa participação na festa. Sem dúvida, uma belíssima festa: a do “Matrimônio cristão: festa da alegria e do amor conjugal”. E, assim como em Caná, também em Aparecida, vamos ouvir a voz de Maria nos dizendo: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). Com o anúncio de “III Encontro Nacional à vista!”, corramos para a proa, divisemos o rio Paraíba, e com o coração verde-amarelo a palpitar desembarquemos para a festa. Unidos em oração, nosso carinho,  Cida e Raimundo CR Super-Região CM 476


EXERCÍCIO DAS RESPONSABILIDADES DA ESPIRITUALIDADE CONJUGAL Estamos encerrando o tema de estudo de 2013 - “O caminho da vida espiritual em casal” – e terá sido ‘tempo perdido’ se, com mais um tema, a nossa vida pessoal, conjugal, familiar, profissional, social e principalmente espiritual, não tenha, ao menos um pouquinho, tido certo crescimento. O tema este ano nos fez refletir sobre a espiritualidade das Equipes de Nossa Senhora como um “dom extraordinário que Deus deu à Igreja do nosso tempo”1 e que “a Espiritualidade conjugal é o principal motor desse dom”.2 Por isso partimos em busca desta espiritualidade, deparamos com a realidade, encontramos fundamentos e respostas, refletimos sobre a conjugalidade, aprofundamos nosso conhecimento sobre a maturidade espiritual, descobrimos e reavivamos meios para progredir neste caminho. Todo este percurso nos conscientizou que vivemos numa verdadeira ‘escola de espiritualidade conjugal’ – as Equipes de Nossa Senhora. Por ser graça e dom de Deus, devemos, em contrapartida, sermos os guardiões deste tesouro. Para isso devemos exercer, com responsabilidade, esta espiritualidade conjugal que tanto experimentamos. Porém não devemos guardar este ‘tesouro’ somente para nós. Com todos os desafios atuais, devemos nos esforçar para partilhar e testemunhar que Jesus Cristo é quem dá sentido a nossa vida. 1 Livro Tema – 2013, p. 9. 2 Idem

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Este verdadeiro apostolado deve ser vivido dentro e fora do lar. Dentro e fora das Equipes. Somos Igreja viva e temos a responsabilidade de frutificar no mundo este amor conjugal. O Documento de Aparecida3 (n.284) , destaca que : “ É necessário formar os discípulos numa espiritualidade da ação missionária, que se baseia na docilidade ao impulso do Espírito, à sua potência de vida que mobiliza e transfigura todas as dimensões da existência”. Ter espírito missionário é ter “a preocupação de ir mais longe”, assim nos lembra o documento “A responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora”.4 Preparemo-nos então para que possamos realizar um verdadeiro e fiel ‘balanço’ de nossa vivência conjugal e em equipe depois de ter estudado o nosso Tema 2013. Coloquemos nas mãos de Jesus e de Maria, nossa Mãe e Protetora, toda a nossa vida, para que possamos assumir as responsabilidades da Espiritualidade Conjugal.  Jussara e Daniel CR Comunicação Externa da Super-Região 3 10ª Edição Paulinas 2009, p. 133 4 Edição 2012, p.17

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Correio da ERI

ACREDITAMOS NO AMOR (1 JO 1,4,16) Todos nós, casais das ENS, dizemos que estamos bem conscientes das dificuldades e da crise que se vive hoje no matrimônio. Temos consciência da fraca espiritualidade que os casais desenvolvem em si mesmos, pois falta-nos a capacidade de ter uma visão ampla e profunda que nos obrigue a parar nos acontecimentos imediatos. Somos impedidos de mergulhar no mistério de Deus e encontrar força e luz para enfrentarmos as provas com que somos confrontados. Perdemo-nos na multiplicidade dos nossos desejos e apenas a força da Fé nos pode levar a acreditar e a confiar que só na pertença do nós, o Homem sentirá Deus mais próximo. O caminho para a sua salvação será o resultado do verdadeiro encontro com DEUS, através dos homens. A Fé e a Esperança fortalecem-nos e identificam-nos com Jesus e acreditamos que a aliança que Ele fez conosco há - de perdurar para sempre. Somos casais das ENS, Movimento de Igreja, que nos leva a amadurecer a Fé pela qual seremos salvos. Caminhamos ao lado de um Pai que nos conhece pelo nome e que nos torna capazes de O escutar. Um Pai que não é estranho nem misterioso. Um Pai que nos conduz no caminho, tornando-se assim o nosso farol e a Sua Luz nos indicará como resistir às ameaças. Assumindo esta condição de filhos muito amados, ousemos falar 4

aos outros naquilo em que acreditamos.

A ORAÇÃO leva-nos a ver a luz e a sentir a paz. No interior de nós mesmos haverá fontes que nos levam a encontrar oásis de paz e de reconciliação.

No silêncio, tornamo-nos capazes de captar os sinais dos tempos que nos levam a deixar de ser espectadores curiosos e críticos de um mundo que afinal é o nosso e a cuja humanidade pertencemos. Acreditar no amor, e viver a fidelidade do casamento, sem nunca deixar de dialogar em família, tornando o diálogo numa realidade presente ainda que difícil de manter é o grande desafio que o Evangelho nos faz. Ser família é viver as preocupações desta humanidade a que pertencemos. CM 476


Sermos pedras desta humanidade que luta, que chora, mas que quer acreditar que Deus está dentro de todas estas incertezas, é ser fermento nesta família que o Senhor nos confiou. Discernir como passar a uma busca contínua de Deus em todas estas ocasiões, vivendo a esperança nas nossas dificuldades, sem deixar de procurar sempre a vontade de Deus, é o que nos é pedido. Descobrir pessoas que não conhecem a Cristo, fazendo-as conhecer a graça do perdão de Deus, será para nós inquietação constante, fazendo parte da nossa “praxis” diária. Partir para esta descoberta impelidos pela esperança é responder a um chamamento que pode levar-nos sem saber onde... É partir à descoberta de caminhos e coisas novas, é encontrar na nossa vida de casal um campo fértil para a prática permanente da abnegação, Rapidamente daremos conta que há uma grande necessidade de amor nestas pessoas que encontramos. Anseiam ter alguém que as escute, com quem partilhem a alegria de serem amados, porque a misericórdia de Deus lhes passou a alegria da Esperança. O eco que provoca em nós este apelo feito desde o Concilio até ao Papa Francisco não deixa de nos inquietar, exortando-nos a não ter medo e abrir as portas à Cristo. “Ele está vivo e caminha a nosso lado”. Deixemo-nos orientar pela mística do nosso Movimento e não façamos barreiras à voz do Espirito Santo… Será Ele que suporCM 476

tará e alimentará a nossa Esperança, neste combate que iniciamos livremente. Sempre enraizados na oração, o primeiro combate será lutar interiormente para nos desinstalarmos e deixar que Cristo entre e tome a iniciativa de nos guiar. Retornar à Fonte e abandonarmo-nos ao Seu olhar é reconhecer a nossa incapacidade de continuar o Caminho sem Ele.

Reconhecer que toda a cruz nos leva à ressurreição, deixando de ser um sinal de sofrimento para ser um sinal de vitória, acreditando que a Esperança nos salvará. Se a cruz é um sinal do Amor de Deus, Amor que Jesus assumiu na violência do seu sofrimento, faz-nos participar na Sua vitória sobre a morte. Sejamos então verdadeiros discípulos de Cristo, levando conosco Maria, símbolo de todas as esperanças e memória de toda a humildade. Com Nossa Senhora seremos capazes de sair pelas ruas, entrar nas casas e realizar a festa, sabendo que Ela estará sempre presente para nos ensinar a fazer tudo quanto Ele nos disser.  Tó e Zé CR da ERI 5


A DIGNIDADE E A SANTIDADE DO CASAMENTO CRISTÃO Caríssimos Amigos É com alegria que vos escrevo esta carta, a primeira depois do Colégio Internacional de Bordéus, que foi para todos os que nele participaram um momento de graça, de experiência da internacionalidade do nosso Movimento, em suma, uma verdadeira experiência eclesial. De tudo o que vivemos juntos, retenho algumas ideias que gostaria de partilhar convosco, porque penso que podemos encontrar nelas impulsos para viver o carisma e a mística das Equipes de Nossa Senhora. Foi sublinhado o empenho que devemos assumir em promover, justamente neste tempo de transição e de crise, a dignidade e a santidade do matrimônio cristão. Encontra-se aqui a novidade do nosso Movimento na Igreja; aqui está a nossa vocação e missão. Como casais unidos no Senhor, levais na vossa relação conjugal os sinais da vossa pertença ao Senhor, os sinais eficazes do amor do Senhor pela sua Igreja. Pelo sacramento, o marido torna-se imagem de Cristo e a esposa, imagem da Igreja. Como casais cristãos, tendes a missão de serdes testemunhas eficazes da fidelidade e do amor de Cristo pela Igreja; sois os sinais eficazes de que a fidelidade 6

é a vitória do amor sobre o tempo. Foi sublinhado igualmente que a herança que recebemos do Padre Caffarel não consiste apenas na promoção da santidade do matrimônio, mas também na p romoção da relação har mônica entre o sacerdócio e o matrimônio. De fato, os dois sacramentos têm em comum serem sinais eficazes da aliança nupcial de Cristo e da Igreja: o matrimônio e o sacerdócio, isto é, os casais e o conselheiro espiritual são as partes integrantes da Equipe. E deste modo, uma Equipe concentra em si o mistério da Igreja. E então, o Padre representa Cristo cabeça e esposo da Igreja, e os casais representam a Igreja, corpo e esposa do Senhor. Aqui está a dignidade e a elevação para a qual somos todos chamados! Por isso devemos ser muito prudentes para que, no quadro da crise atual quer do sacerdócio quer do casamento, isso não nos leve a procurar soluções que, no fim, são perigosas para todos. Nos momentos históricos de crise e de transição devemos permanecer bem firmes na fidelidade ao Senhor e à Igreja. A abertura aos sinais dos tempos - que podem ser negativos e contraditórios com o Evangelho - exige de nós uma dose superabundante de prudência e de atenção. Neste caso, Santo Agostinho pode ajudar-nos com o seu conselho, quando recomendava que no que CM 476


é necessário, devemos estar unidos; no que é duvidoso, podemos ser livres; mas em tudo, devemos proceder com caridade. E quanta caridade, que é essencialmente ver o nosso próximo com os olhos de Deus, é necessária hoje, e desta atenção e desta caridade todos nós precisamos. Por isso, precisamos da luz da fé, que abre os nossos olhos para a esperança e para o amor. Proponho que acompanheis a leitura desta carta com a introdução e o primeiro capítulo da encíclica do Papa Francisco, Lumen fidei. Não vos esqueçais dos dois pontos concretos de esforço, essenciais para viver o carisma e a mística

das Equipes: o dever de sentar-se e a oração conjugal. Cultivai a vida espiritual em casal e pessoalmente, com a confissão sacramental frequente e a eucaristia.Sem oração e sem vida sacramental, é impossível viver o ideal de santidade para o qual somos convidados pelo Senhor que disse: Sem Mim nada podeis fazer (Jo 15,5). Saúdo-vos cordialmente no Senhor, invocando para todos vós a abundância das suas bênçãos. Que a Santa Virgem Maria, nossa Mãe, seja o vosso refúgio e o caminho que vos conduza para Deus.  Pe. José Jacinto F. de Farias, scj SCE ERI

Estrutura da Carta Encíclica LUMEN FIDEI do sumo pontífice FRANCISCO aos bispos, presbíteros, diáconos, às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos sobre A FÉ. Introdução (1) Uma luz ilusória? (2-3) Uma luz para se revelar (4-7) Capítulo 1: Nós acreditamos no amor (1 Jo 4:16) Abraão, nosso pai na fé (8-11) A fé de Israel (12-14) A plenitude da fé cristã (15-18) A salvação pela fé (19-21) A forma eclesial de fé (22) Capítulo 2: A menos que você acredite, você não vai entender (Is 07:09) Fé é na verdade (23-25) O conhecimento da verdade e do amor (26-28) Fé como audição e visão (29-31) O diálogo entre fé e razão (32-34) A fé e a busca de Deus (35) Fé e teologia (36) CM 476

Capítulo 3: Vos entreguei o que também recebi (1 Coríntios 15:03) A Igreja, mãe de nossa fé (37-39) Os sacramentos e a transmissão da fé (40-45) Fé, da oração e do decálogo (46) A unidade e a integridade da fé (47-49) Capítulo 4: Deus prepara uma cidade para eles (Hb 11:16) Fé é do bem comum (50-51) Fé é da família (52-53) Uma luz para a vida em sociedade (54-55) Consolo e força em meio a sofrimento (56-57) Bem-aventurado é aquele que acreditou (Lc 01:45) (58-60) 7


Igreja Católica

FINADOS, NÃO CORRESPONDE À REALIDADE Em cada Eucaristia, rezamos por aqueles que morreram com o sinal da fé. Porém, uma data especial é dedicada no calendário para a lembrança de todos os irmãos que já partiram: é o dia de finados, o dia 2 de novembro. Uma vez me perguntaram: Padre Sandro, qual é o sentido de se rezar pelos mortos? Eu pensei um pouco e respondi, com toda certeza: a amizade e o carinho que temos pelas pessoas que amamos não se encerra com a morte. Aliás, para nós, cristãos, a morte não existe! Daí o porquê que finados (os que chegaram ao fim) não corresponde à realidade. Para nós, quem “morre” continua existindo, porém, agora, junto de Deus. Certa vez li que o filósofo Sócrates, que viveu há mais de 2400 anos, foi condenado à morte. Seus amigos choravam à sua volta e então ele disse: “Por que vocês estão chorando? Vocês pensam que vou morrer? Nada disso. Vou começar minha verdadeira vida. Quem é que disse que isto aqui em baixo é vida? Minha vida começa agora”. E não é verdade? E olha que ele nem era cristão! Uma vez alguém me disse que, quando Santa Tereza foi avisada de que sua doença era muito grave e de que só tinha alguns dias de vida, ela respondeu ao médico: “esta foi a melhor notícia que recebi em toda a minha vida, em breve estarei nos ombros do Bom Pastor!” Dizem que São Francisco pediu, momentos antes de sua morte, dois cabos de vassoura e começou a cantar e tocar violino utilizando os pedaços de madeira. E eis que ele disse: “Estou entrando no paraíso. Querem que eu vá chorando? Não, vou alegre e cantando!” Uma coisa é certa: não é possível fugir da morte neste mundo. A vida, na visão do salmista (Salmo 89) é como a flor viçosa na madrugada que reabre em sorrisos para a aurora, mas que à tarde fenece e fica seca. Mas esta vida, para nós, não acaba! Lembre-se, sempre: Você tem um lugar no céu, basta querer! Jesus provou essa verdade!  Pe. Sandro Portela SCE - Eq.01,02 e 06 - Setor Brotas-Torrinha Brotas/SP 8

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OUSADIA DIVINA, NELA NOSSA OUSADIA Nossa FÉ diz que Deus no princípio ousou dar ordens ao caos fazendo-o cosmo, e, numa progressiva escala semanal, vai fazendo acontecer o universo com todo o que nele existe. No sexto dia delibera a partir de seu íntimo, que é seu Filho Amado, criar o ser Humano, numa individualidade de masculino e feminino; aqui temos o ápice da criação, e Deus ousa “descansar” de toda sua obra (Gn 1,31-2,1). Com a presença do ser humano todo o universo está seguro, e Deus ousa entrar em seu repouso. O homem é um ser confiável. Deus confia no ser humano, por isso entregou-lhe a possibilidade de “dar nome” à realidade envolvente, “cada qual devia levar o nome que o homem lhe desse” (Gn 2,19). A tal confiabilidade o ser humano não correspondeu. Contudo, Deus continua fiel ao seu projeto e o refaz em homens e mulheres bem concretos, dos quais sobressaem Noé, Abraão-Sara, Moisés-Miriam, Samuel-Débora, Davi-reis, Isaíasprofetas, e, radicalmente na plenitude dos tempos, no seu Amado Filho, “nascido de mulher” (Gl 4,4). A ousadia de Deus se faz história de salvação. O Fi l h o A m a d o, o â m a g o do próprio Pai, na plenitude dos tempos concretiza-se na realidade humana, se faz homem sem intervenção do homem. A elevação do ser humano é projeto único e exclusivo de Deus. É querer o convite CM 476

sempre renovado de Deus chamar o homem a “pôr-se à frente”. Deus não se satisfaz em mostrar os possíveis caminhos nos rasgos histórico, sapienciais e proféticos, mas se faz um “de nós”, assume toda condição humana exceto o pecado, na pessoa de Seu Filho (Hb 4,15). Aqui o Senhor Jesus Cristo “dá uma de Deus-Pai” e, como o Pai, ousa assumir tudo que é humano, indo até ao “nada humano”, não para perder-se, mas elevar-se até os céus, até a plenitude do ser humano (Fl 2,6-9). Aqui o divino e o humano se encontram, se integram. Com o ser humano toda criatura é elevada. Isto “é maravilhoso aos nossos olhos” (Sl 118,23). Este Espírito Jesus rasgou, do alto de sua cruz (Mt 27,51), para todos os homens. Entretanto, é preciso olhar para aquele que foi transpassado (Jo 19,37) e bater no peito (Lc 23,48). Urge entrar na dinâmica da conversão que vem “pela remissão de seus pecados” (Lc 1,77). Ousadia primeira do Pai e vivida pelo Filho Amado, que cria um Povo, e “desta montanha” é impulsionada a fazer discípulos em todas as nações (Mt 28,19). Povo Novo que daqui para frente caminha na fidelidade, não motivado por leis, mas pelo Espírito do Pai e do Filho que é ousadia sempre retomada. Nesta ousadia, o Pe. Caffarel, em 1939, num período muito conturbado por guerras, mas instigado 9


por alguns casais franceses, pleiteia fazer com os mesmos uma experiência de viver o Sacramento do Matrimônio conforme a proposta da Igreja. Aqui nasceram as Equipes de Nossa Senhora. Nesta ousadia de Deus e de seu Filho Amado é que o Pe. Caffarel e aqueles primeiros casais tentaram, nas intempéries históricas, viver com firmeza o Sacramento do Matrimônio. Você que está vivendo muito bem seu casamento ou você que está muito mal nesta relação, são todos convidados, uns e outros, a fazer a

experiência de uma espiritualidade conjugal nas Equipes de Nossa Senhora. Ouse firmar ou salvar seu casamento, pois no início tudo era “osso de meus ossos e carne de minha carne!” (Gn 2,23), entretanto, ultimamente a “dureza de coração” (Mt 19,7s) tem impossibilitado a vivência gostosa daquele primeiro despertar. Ouse refazê-lo envolvido na ousadia de Nosso Deus, como diz o Papa Francisco, acolhendo as surpresas de Deus.  Pe. Neto SCE Província Nordeste

DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA A Igreja Católica tem uma visão muito clara do mundo e de suas necessidades; e por isso oferece a solução cristã para os graves problemas da humanidade segundo a Luz do Evangelho de Jesus Cristo. Mas, infelizmente muitos católicos desconhecem esta Doutrina. Ela afirma que: “Não cabe aos pastores da Igreja inter vir dire ta mente na construção política e na organização da vida social. Essa tarefa faz parte da vocação dos fiéis leigos, que agem por própria iniciativa com seus concidadãos… Terá sempre em vista o bem comum e se conformará com a mensagem evangélica e com a doutrina da Igreja. Cabe aos fiéis leigos “animar as realidades temporais com um zelo cristão e comportar-se como artesãos da paz e da justiça” (SRS 42). (CIC §2442) As propostas da Igreja não são

soluções ideológicas com ênfase capitalista e nem comunista, mas cristãs, baseadas na dignidade da pessoa humana, filha de Deus. Para a Igreja o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida econômica e social. “O ponto decisivo da questão social é que os bens criados por Deus para todos de fato cheguem a todos conforme a justiça e com a ajuda da caridade. (CIC §2459) (...) A “Gaudium et Spes” do Concilio Vaticano II diz que a Igreja emite um juízo moral, em matéria econômica e social, “quando o exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (GS 76,5). É uma missão distinta da missão das autoridades políticas. A Igreja se preocupa com o bem comum, e procura ensinar as atitudes justas na relação com os bens terrenos e nas relações socioeconômicas.

Saiba mais sobre DSI em: blog.cancaonova.com/felipeaquino/category/doutrina-social-da-igreja/

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Tem muitos laços o matrimônio. Também tem muitos nós. Mais laços do que nós. Os nós por causa do grande “NÓS” que os dois “EU” criaram. Os laços são muito mais flexíveis e é gostoso atá-los e reatá-los. Deve ser por isso que o chamam “enlace Matrimonial”. Atam, desatam e reatam, enlaçam, entrelaçam, relaçam. Seu amor se nutre dessas relações. Relações sexuais, relações de afeto e ternura, relações de esperança. Nutrem-se de relações físicas, relações de carinho, relações de fé. Dão-se os corpos, palavras e olhares gostosos de sentir, e dão um ao outro a confiança plena. Não vivo sem seus laços. Não quero ser livre sem você. Liberdade sem você, não seria liberdade. Mas o matrimônio tem seus nós. Há coisas que não se desatam; assim como há colunas e vigas mestras nas quais não se mexe. Os laços respondem pela funcionabilidade do lar. Os nós, pela solidez do edifício chamado família. Por isso há liberdades que não se tomam e não se têm. E há liberdades que se têm e se dão. Nem precisa tomar. Quando um casal não se sente livre, ou se vê sufocado demais, verifiquem-se os laços e os nós de sua relação. Se o outro reclama de falta de liberdade ou de ar, verifiquem-se os nós e os laços. Não estariam apertados e inflexíveis CM 476

demais? E aí? Não é o caso de refazer, abrandar ou apertar do jeito certo aqueles nós e aqueles laços? Uma coisa é certa. Se um casamento tem mais nós do que laços, está em crise. Se só aceita laços frouxos e nenhum nó, está em crise. Sem os laços não há eu! Sem os nós, o “EU” jamais se transforma em “NÓS”. Se o casal não sente mais saudades um do outro, nem lhe fazem falta as intimidades, as palavras e os olhares, se tanto faz como tanto fez, seu enlace se aproxima do desenlace. Precisam reaprender a olhar-se com cumplicidade, tocar-se com ternura e refazer os laços desse enlace... Matrimônio é ternura de comunhão! É viga sustentada mais por laços do que por nós, mais por “NÓS” do que por “EU”! Que vocês elogiem-se e entrelacem-se o quanto puderem. Comunguem um ao outro sempre que possível e então, quando forem lá comungar o Cristo, entenderão até aonde o amor é capaz de ir! Foi do céu que veio este amor debaixo dos quais vocês daqui a pouco aporão a sua assinatura. É legítimo, é da melhor qualidade e é garantido! Produto que chegou do céu! (Pe. Zezinho scj)  Colaboração de: Paulo e Vera Eq.O6 - N. S. de Medjugorje Votorantim-SP 11

Pastoral Familiar

DE NÓS E DE LAÇOS


Formação

EQUIPE - COMUNIDADE DE FÉ E AMOR Caríssimos casais responsáveis pela VIDA das ENS! Uma vida sadia e prometedora das ENS depende de todos os casais da família equipista. Não somos chamados a gerar vida, esta é dom de Deus, mas somos chamados a conservar e defender a vida das ENS e a promover um crescimento sadio. A vida do Movimento das ENS está em nossas frágeis mãos. O dom de Deus, chamado Carisma das ENS - a espiritualidade conjugal - nos foi entregue para ser trabalhado e não para ser enterrado. Este dom está vivo, cheio de vida nos Documentos do Movimento. Nos documentos ele não perde a vitalidade; mas se não descer à terra do coração, se não entrar em nossas vidas, se não entrar em nossa cabeça, será semente infecunda, não produzirá frutos. Na hora de prestar contas ao doador deste dom, se não formos bons operários, responsáveis trabalhadores, seremos chamados de servos maus e preguiçosos (Lc 19,22). Os documentos são o reservatório das sementes, são as escrituras do dom de Deus. Mas, para que servem as melhores sementes se não forem plantadas no bom terreno do coração do casal? Nós todos, como casais, precisamos ser corações que acolhem a semente e preparadores de terrenos onde a semente possa cair e mostrar o poder e a força do carisma 12

das ENS. A equipe é uma vinha onde cada casal é o vinhateiro, vigia e administrador. Mostre o carinho que tens por esta vinha, sendo um fiel cumpridor de todas as regras que te foram ditadas pelas ENS. É da equipe que o Movimento tira a força e exibe a sua beleza. A estrutura do Movimento não teria razão de ser sem este objetivo maior, o florescimento do dom de Deus e o embelezamento da Igreja. A beleza do Movimento não está nas estruturas, mas nos casais que modelam a sua vida seguindo os ensinamentos contidos nas estruturas. Tenhamos um grande cuidado para que a camisa que vestimos não esconda o que somos (casais das ENS). Assim somos conhecidos. Esta é a nossa identidade diante de muitos de nossos irmãos. Uma grande tarefa se nos impõe. Essa é feita de um pouco de esforço. É o esforço em viver o essencial seguindo o rumo dos PCE, que vai confeccionando o traje do nosso carisma, a vida do Movimento das ENS. A vida é bela quando vivida. A vida de equipista se torna bela quando vivida, mas se torna enfadonha e pesada quando não vivida. Sustentar aparências é muito custoso e muito cansativo. Não sentimos alegria quando não há vida. Não sinto alegria ao perceber que se aproxima o dia da Reunião, quando vivemos descomprometidos com a espiritualidade das ENS. Meus queridos casais, não sejamos cúmplices de uma equipe CM 476


em desmoronamento, mas, baluartes e sustentáculos. O que é que queremos da nossa equipe? Queremos que se torne como a primeira comunidade cristã de Jerusalém, cujo distintivo era o amor fraterno, a assiduidade, a oração e a Escuta da Palavra de Deus (At 2, 42-47).

É a oração o coração que

alimenta o amor mútuo, e o amor é o coração da equipe, comunidade de fé e de amor.  Pe. Avelino Pertile OCD Eq.16B - N. S. Auxiliadora Eq.17A - N. S. das Graças Curitiba-PR

FOCUS EM DEUS “Devemos orar sempre, não até Deus nos ouvir, mas até que possamos ouvir a Deus.” Quantas vezes caminhamos em busca de Deus, mas não percebemos as belezas do caminho. Não percebemos quem caminha conosco; estamos focados em uma figura divina, perfeita; estamos com toda atenção voltada a nosso objetivo. Nesta caminhada, quantas vezes nos sentimos cansados; o desânimo começa “a bater”, a subida é forte, o sol queima a pele! Quem busca a Deus e nunca teve algum desses sentimentos? Diante deste desânimo, quem se esforça na fé deve ter sempre esta certeza no coração; Deus caminha a seu lado e nunca o deixará desamparado. O cristão não pode ser pessimista, não pode ter uma cara de quem parece em constante estado de luto. O problema, o cansaço, as dores nos pés são minhas, mas o meu rosto, o que transmito é de meu irmão. Quem poderia imaginar que de uma caminhada, aos nossos olhos infrutífera, em alguns momentos, tornar-se-ia em oportunidade de acolher a Deus. Deixemos nos surpreender por Deus, vamos aproveitar a viagem, perceber a natureza, perceber quem está ao nosso lado, alterar nosso foco no perfeito, e perceber o Deus que está em meu irmão, o Deus que, desde o início, sempre esteve comigo e que, por não perceber, saí a procurá-lo.  Zilda e Celso Eq.09 - N. S. do Divino Amor Barbacena-MG CM 476

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A MÍSTICA DO “SIM” No Mistério da Encarnação do Verbo, Maria, Mãe da Igreja, inicia sua experiência fecunda de total entrega e resoluta confiança em Deus Criador. A Virgem que plasmou o corpo humano de seu Filho ajuda a edificar o Cristo, em nós, na equipe, no Movimento. Em cada função necessária à Estrutura do Movimento das ENS, ressoa esta entrega e confiança no Pai. A resposta ao chamado é de gratidão, abandono e abnegação; uma experiência marcante e decisiva que muda a vida e a história das equipes, e do casal ou SCE que assume o serviço. Pois, o chamado de Deus é a razão da vida cristã... (II Cor 5, 15 e I Cor 10, 31). A seiva do Movimento das Equipes de Nossa Senhora circula nesta Mística do “SIM” que escuta o Senhor, ama-O mais que os outros e converte-se a Ele. Para que a barca do Movimento avance para águas mais profundas, precisamos renovar a cada dia o nosso “SIM” matrimonial ou sacerdotal, dado a Deus. Isto se faz com ternura, docilidade, paciência e perseverança, neste permanecer em Cristo, viver com Ele e por Ele. Como é bonito ver um casal que se consome um pelo outro, também pela sua equipe e pelo Movimento... ao zelar pelas coisas do Pai, como “Companheiros da Eternidade” segundo Pe. Carré, 14

de mãos dadas a exercer com fidelidade a missão que lhes cabe no lar, na Igreja, na sociedade! (O Espírito e as Grandes Linhas do Movimento, p.9) Paralelamente caminha o sacramento da Ordem que muito se consome pelas coisas do Pai, como vela acesa no altar. Nas ENS, os SCE são a presença que nos conduz ao progresso da graça, no esforço exigente:“... não segundo o agrado dos homens, mas às exigências da doutrina e vida cristã...”(2 Tm 4,2) É com este “SIM” e somente assim, no esforço para permanecermos no Senhor, cristificando nossas vidas, que nossa equipe de base é celeiro de esperança: lugar de eliminar perdas e marasmo, para vivermos na dinâmica da Palavra: perder, procurar, encontrar e alegrar-se com o Cristo, o tesouro escondido. Assim balança a barca das ENS, no “Vem e Segue-me”! Ora alguns... ora outros...mas sempre todos...em nome de Jesus, protegidos por Maria! Nosso “SIM” nos conduz às Alegrias de Maria, vivida desde o início do Mistério da Encarnação do Verbo: Com a força do Cristo, realizar grandes coisas... MAGNIFICAT!  Bete e Guinho Casal Responsável Região Minas III Belo Horizonte-BH CM 476


SANTIDADE E PCE As ENS, através do exercício dos PCE, têm exortado todos nós, equipistas, a buscarmos a santidade, fazendo ecoar as palavras do Mestre: “sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt.5,48). Jesus quer que tenhamos uma perfeição não de qualquer jeito, mas uma perfeição igual à do Pai. Mas como imitar a quem não vemos? Ora, quem conhece o Pai é o Filho e este o revela a quem Ele quiser (Mt.11,27). Cristo é, então, o rosto humano do Pai e o modelo a ser imitado. Decorre, assim, que viver a santidade é seguir os valores evangélicos praticados e ensinados por Jesus. Não é tarefa fácil de ser realizada, porque o mundo, regido pelo maligno, é um ambiente hostil à sã doutrina, e as trevas podem atacar muitas áreas de nossas vidas, se dermos brechas, pois, diferentemente de Jesus, que é gentil (“eis que estou à porta e bato”), o “inimigo” é assaltante e salteador; e, como tal, procura de todas as maneiras roubar os tesouros que a duras penas conseguimos amealhar na terra, com vistas à eternidade. A nossa experiência tem nos mostrado que, mesmo ocorrendo grandes empecilhos para se manter a fidelidade aos PCEs, de modo particular a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se, de modo algum devemos desanimar, mas suplicar fervorosamente à Mãezinha do Céu que nos ajude com sua poderosa intercesCM 476

são junto a seu amado filho Jesus, na certeza de que o Senhor, que tudo vê, não decepciona um coração contrito e verdadeiro. É preciso acreditar, porque Maria Santíssima é aquela que, no dizer de Dom Cipriano Chagas OSB, “em momentos extremos, quando o coração humano é arrastado pelas águas negras da dor, inclina-se até nós e nos estende seu manto, para que, seguros a ele, nos salvemos do naufrágio”. Somos convidados, então, a nos esforçar em seguir os PCEs, por serem eles instrumentos eficazes, com o condão de nos levar a viver, aqui na terra, uma vida de imitadores de Deus. Que tais recursos nos conduzam a uma vida de amor, ornada de paz e alegria, a exemplo dos primeiros cristãos que mantinham em seus corações o ardente propósito de serem santos, cultivando uma espiritualidade sensível, fecunda e corajosa, o que levou muitos ao sacrifício supremo. Tomados por uma salutar fome e sede de Deus, possamos, marido e mulher unidos em um só coração, seguindo a metodologia proposta pelo Movimento e contando com a força amorosa do Espírito Santo, ir o mais longe possível nesse itinerário de santidade, espalhando, por onde Deus nos fizer passar, o inebriante perfume de Cristo Salvador.  Fátima e Luiz Eq.05B - N. S da Ajuda Jaboatão dos Guararapes-PE 15


Vida no Movimento

COLEGIADO NACIONAL 2013 O Colegiado Nacional de 2013, da Super-Região Brasil, realizou-se nos dias 16, 17 e 18 de agosto passado, na Vila Kostka, em Itaici-SP, com a presença de 61 casais e 45 Sacerdotes. Com o objetivo de discernir sobre a caminhada das Equipes de Nossa Senhora no Brasil para o ano de 2013, vivenciamos momentos de celebração, formação e convivência fraterna, para fortalecer a unidade do Movimento na fidelidade à mística e ao carisma fundador. Desde a chegada, um clima de fraterna alegria: a acolhida de irmãos, desejosos de reencontrar os já conhecidos e a expectativa de conhecer os novos, que chegavam para viver tão importante encontro para o nosso Movimento. Após a acomodação dos participantes, tivemos a Missa de Posse e, depois do jantar, a abertura do En-

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contro. À luz de velas, nas cores de suas Províncias, sob um corredor formado pelos Casais Provinciais que cruzavam bastões de gladíolos como se fossem espadas, foi entronizada a imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas mãos do CRSR, Cida e Raimundo, seguida dos novos Casais Responsáveis Regionais acompanhados de seus SCEs. Após as boas vindas, o Casal Animador, Conceição e Macedo - CR Província Nordeste, utilizou alguns “slides” ilustrando a música de Pe. Zezinho: “Eu venho do Sul e do Norte...” numa alusão às diversas regiões do nosso Brasil, donde vinham os participantes do Colegiado. Seguindo, o casal Cida e Raimundo apresentou o SCE Pe. Miguel, os Casais Provinciais e os 03 casais da equipe de apoio da SuperRegião como seus “anjos” na realização da missão, bem como o Casal Ligação da ERI, Graça e Roberto. Também, os Casais Provinciais apresentaram seus Casais Responsáveis Regionais e SCEs, como “anjos” a ajudá-los CM 476


no trabalho das Províncias. Esta motivação deu o tom das apresentações dos Palestrantes, que eram “coroados” com uma auréola de flores enquanto falavam ao Plenário. Iniciando os trabalhos, o casal responsável da SRB, apresentou a primeira palestra, atualizando os números no Movimento e relembrando os objetivos do Colegiado Nacional: • Animar os membros do Colegiado da Super-Região para o exercício da responsabilidade. • Oferecer meios que auxiliem na reflexão e discernimento sobre a caminhada do Movimento. • Proporcionar momentos de evangelização, de formação e de troca de experiências. • Realizar e celebrar a unidade do Movimento.

Província Centro-Oeste

Província Leste

Província Sul I

Província Norte Província Sul II

Província Nordeste CM 476

Província Sul III 17


PALESTRAS Quatro Palestras tivemos durante o Encontro: – Qual a nossa missão nas ENS?

Após a atualização dos números do Movimento: 07 Províncias, 51 Regiões, 302 Setores, 3.577 Equipes, 20.780 casais, 342 viúvas, 47 viúvos, 1.793 Sacerdotes e 405 Acompanhantes Espirituais, num total de 44.147 membros, Cida e Raimundo colocaram que, na medida em que estes números nos alegram, nos colocam uma responsabilidade no mesmo tamanho. É preciso cuidar com muita responsabilidade da expansão do Movimento. Refletiram sobre a nossa missão nas ENS: que precisamos ter fé no que fazemos e fazer com entusiasmo, e, rememorando o início do Movimento e algumas falas do Pe. Caffarel disseram-nos que precisamos ser guardiães da regra, da sua interpretação, da sua aplicação... – Tema de Estudo 2014: Acolher e cuidar dos homens

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Pe. Miguel Batista, SCE da SRB, falou-nos sobre o tema de estudo. Numa belíssima e rica apresentação, falou-nos da proposta: que o tema seja desenvolvido ao longo do ano, centrado no convite à descoberta e ao cuidar de si (1ª reunião), do outro (2ª reunião), a dois (3ª reunião), em família (4ª e 5ª reunião), na sociedade que nos rodeia (6ª reunião), no seio da Igreja (7ª reunião) e no mundo (8ª reunião). Enfatizou que o fio condutor são os textos dos Evangelhos, que, escolhidos para cada reunião, são o seu centro. – As ENS no mundo

O casal ligação da Zona América com a ERI, Graça e Roberto, apresentou de forma dinâmica, didática e muito bem ilustrada a estrutura e situação atual do Movimento, em nível internacional, situando-nos no tempo, no espaço e também em números. Falou também da formação nos 3 níveis: inicial, permanente e específica e mostrou a estrutura administrativa e o balanço financeiro da Associação dos amigos do Pe. Caffarel, visando sua beatificação. CM 476


– Orientações 2014

a mesma que acalmava a tempestade furiosa, que curava a lepra, a mesma que ressuscitava os mortos, que perdoava os pecados, que gerava filhos de Deus”) (Pe. Caffarel)

Como sempre acontece no Colegiado Nacional, o CRSRB apresentou as Orientações para serem vividas no ano vindouro, que publicamos a seguir: Casais: Ousar e acolher no mundo de Hoje

Destaque: Família, fonte de Esperança

Linhas de ação: a. Viver a alegria da fé em Família b. Servir no acolhimento e na caridade os idosos, jovens, recémcasados, preparando os jovens para o matrinônio e ajudando casais em dificuldade.

• Mutirão (a atividade que objetiva, especificamente, desenvolver o conhecimento mais profundo e sistematizado das ENS, de suas origens, de seu carisma e de sua pedagogia. O Mutirão é uma reflexão mais ampla sobre a vida de equipe (ver Guia das ENS, ed 2010, pp. 77 e 78)

• Tema de Estudo do Ano “Acolher e cuidar dos Homens”.

• Leitura e reflexão em Equipe do documento “O espírito e as grandes linhas do Movimento” (Ler, estudar e ruminar este documento como uma oportunidade de regressar à fonte e absorver com profundidade o espírito e as grandes linhas do Movimento, (re)acendendo em nós o espírito de pertença às ENS).

• Debates sobre o Tema de Estudo em encontros do Movimento (Super-Região, Região e Setor).

“Tudo o que fizerdes ao menor destes meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 25, 40)

c. Aprofundar a Vida de Equipe Medidas Concretas

• Tema para os Retiros. • Pontos Concretos de Esforço: – “Retiro” “Vinde vós sozinhos e descansai um pouco em lugar deserto” (Mc 6,31). É um tempo de vinde, tempo de atender ao convite do Senhor para a reflexão. Tempo para uma forte experiência de Deus. Para uma séria revisão de vida e para a retomada de novos propósitos dentro da realidade do cronos. – “Escuta da Palavra” (Esta voz que ouço ao ler o Evangelho é CM 476

FLASHS – Carta Mensal

Zezinha e Jailson apresentaram a Carta Mensal eletrônica como mais uma forma de acesso à CM, uma tentativa de minimizar a 19


dificuldade gerada pela entrega das mesmas via Correios. Indicaram o acesso ao site das ENS e demonstraram como fazer o download. – Apresentação do livro “O Espírito e as grandes linhas do Movimento”

O casal Maria Regina e Carlos Eduardo apresentou o livro “O Espírito e as Grandes Linhas do Movimento”, numa viagem imaginária ao passado. Contou com alegria um pouco dos momentos vividos pelo GECENS (Grupo de estudos sobre o Concílio Ecumênico e as ENS) e as decisões resultantes dos relatórios oriundos das reuniões quinzenais. E com emoção falaram do livro como um resgate importante dos pensamentos anotados por Dr. Pedro Moncau. – III Encontro Nacional em Aparecida - 2015

Com a afirmativa: “Já estamos em peregrinação!”, Vera e Zé Re20

nato - CR pela Coordenação do III EN lembrou-nos o Tema: “Matrimônio Cristão - festa da alegria do amor conjugal” e o Lema: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), para que não esquecêssemos da intenção espiritual do Encontro. Deu uma ênfase especial às orientações para as inscrições e informou que a CM e o SITE das ENS as publicariam, na íntegra, (já publicada na CM 0utubro-2013). E finalizaram apresentando o resultado do concurso do logo, aprovado pela maioria e muito bem recebido por todos. – Lançamento do Tema de Estudos – “Colhendo os frutos do amor”

Um momento significativo do nosso Colegiado foi a apresentação do tema de estudos para os casais no outono da vida “Colhendo os frutos do amor” com a presença do Pe. Flávio Cavalca e dos casais que o ajudaram na elaboração do tema. O ponto alto foi a entrevista-relâmpago f eit a p o r e l e pe r m i t i ndo que , através de perguntas distintas, os casais falassem um pouco de suas vidas e o que esse trabalho representara para os mesmos. Foi de fato um daqueles eventos inesquecíveis que o Pai nos permite viver quando estamos a seu serviço! CM 476


TESTEMUNHO

Foi lido por Hermelinda e Arturo, CR Província SUL I, o rico testemunho de vida do Casal Monique e Gerard que, impossibilitados de comparecer por motivo de doença, se fizeram presentes através de sua bela história de vida. Guardamos uma frase: “A vida matrimonial é uma grande liturgia de muitos e muitos anos que concretiza nos pequenos atos e se realiza no leito conjugal”. CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS Com o objetivo de fortalecer nossa fé através da Palavra divina, nossas Celebrações Litúrgicas organizadas cada uma por uma Província, nos ajudam a assumir e realizar nossa missão com o espírito do servir e amar a Cristo nos nossos irmãos. – Missa de Posse

Após a cerimônia de abertura, sob a responsabilidade da Província CM 476

Centro-Oeste com o tema:”Vossos olhos viram todas as coisas que fiz no Egito...” (Js 24,7), celebramos a Missa de Posse dos novos Casais Responsáveis Regionais, presidida pelo SCE da SR Brasil, Pe. Miguel Batista, que em sua homilia disse-nos que “nosso objetivo cristão é realizar o sonho de Deus, é sermos fiéis; que precisamos sair da superfície e assumir a missão em nome de Deus e que devemos exercê-la com zelo e humildade”. Falou também que: “o que nos caracteriza como Movimento é a comunhão e a unidade, e que devemos lembrar que o serviço não é nosso é de Deus, que essa posse não é minha, é de toda uma Região é de toda Igreja.” Os 14 CRR que foram empossados

Província Centro-Oeste Débora e Marcos - CRR Goiás Centro

Província Leste Bete e Guinho - CRR Minas III 21


Província Leste Cidinha e Edu - CRR Minas IV

Província Nordeste Amélia e Moab - CRR Alagoas

Província Nordeste Adriana e Alcides - CRR Pernambuco II

Província Nordeste Isabel e Zé Carlos - CRR Sergipe

Província Nordeste Gracinha e Jadson - CRR Paraíba

Província Norte Edna e Sebastião - CRR Norte II

Província Nordeste Maria e Amâncio - CRR Pernambuco I

Província Sul I Neli e John - CRR SP Sul I

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– Missa do sábado

Província Sul I Nena e Ronaldo - CRR SP Leste I

Província Sul II Vanda e David - CRR SP Norte I

Província Sul I Márcia e Agnaldo - CRR SP Leste III

Província Sul II Lia Maura e Wilson - CRR SP Oeste II CM 476

Iniciamos o dia com a Missa organizada pela Província Leste com o tema: “Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o de coração íntegro e sincero” (Js 24,14). Foi presidida pelo SCEP Leste, Frei Arthur, que nos falou do acolhimento a exemplo de Jesus, que acolhe e abençoa. Precisamos também acolher a Deus, acolher os homens e servi-los, mas que tudo passa pelo compromisso, estar nas ENS não garante a salvação. “A quem muito se deu, muito será pedido.” As Equipes de Nossa Senhora nos comprometem e, nesse compromisso, buscamos a santidade conjugal, a entreajuda, o acolhimento também aos SCEs e que, quando termina a Missa, começa a missão: acolher e cuidar da humanidade. – Oração da tarde

Preparada pela Província Sul II, foi realizada uma belíssima oração campal, em que os casais em 23


procissão, e todos portando uma vela, com alguns pontos de parada, lembravam a história de Nossa Senhora Aparecida, terminando na Igreja. – Missa do domingo

Com o tema: “A minha alma engrandece o Senhor” (Lc 1,46), a Província Sul I organizou a celebração que foi presidida pelo SCE da Província, Pe. Paulo Renato que, em sua homilia, fez uma analogia entre Maria e a Igreja. Ao dizer: “a minha alma engrandece o Senhor”, Maria abre sua alma para Deus, para que Deus aja em sua vida. Assim também nós ao deixarmos que Deus ocupe um lugar em nossa vida. Se eu abro um espaço para Deus, Deus abre um espaço para mim. Continuando, falou que temos uma Igreja bela, mas sempre em perigo como o nosso Movimento, que não podemos subestimar o dragão e é preciso abrir o espaço para Deus e lutar com esperança na certeza da ressurreição e da vitória. – Celebração do Envio Organizada pela Província Sul III, a Celebração de Envio foi vivenciada com o tema “Em Cristo todos reviverão.” (Lc 15,22). Fomos convidados a sair de olhos 24

e corações abertos, ao mundo e testemunhar em nossos lares, Paróquias, Equipes, Setores, Regiões e Províncias o amor de Cristo. Ao final Pe. Valdir, SCE da Província Sul III, entregou a Cida e Raimundo, CRSRB um crucifixo envolto em uma cruz de pano, representando o sacrifício de Cristo, mas também a sua ressurreição. GRUPOS DE ESTUDO Tivemos 04 grupos de estudo durante o Encontro: – Grupo composto de casais e SCEs das várias Províncias para refletirem sobre o Tema de Estudo 2014: Ousar o Evangelho - Acolher e cuidar dos homens. – Grupo de casais das várias Províncias para discernirem sobre a Ligação no Movimento. – Grupo dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, sob a coordenação do SCE da Super-Região, Pe. Miguel Batista, para troca de experiências e debates sobre assuntos inerentes à missão dos SCEs nas ENS. – Grupo por Províncias, reunindo os Casais Responsáveis Regionais e os SCE, e coordenado pelo Casal Provincial, é o momento para apresentação, refleCM 476


xão e discernimento de assuntos pertinentes à cada Província, em vista do planejamento dos Encontros Provinciais. CONVIVÊNCIA Após o encerramento dos trabalhos no sábado à noite, tivemos a nossa ha-

bitual Convivência organizada pelos casais apoio da Super-Região. Depois dos agradecimentos e despedidas aos casais que estarão terminando a missão e participando pela última vez do Colegiado Nacional, tivemos um farto e delicioso lanche patrocinado por todos os casais que trouxeram petiscos variados vindos do Sul e do Norte, de Leste e Oeste deste nosso imenso Brasil. Fomos dormir cansados, mas felizes pelos momentos de alegria e descontração vividos entre irmãos.  Zezinha e Jailson CR Eq. da Carta Mensal

PROVÍNCIA NORTE MUTIRÃO

Vamos partilhar com alegria! Este foi o tema-convite para o Mutirão que os Setores A, B e C da Região Norte II, realizaram no dia 27.04.2013 em Belém-PA. Essa importante oportunidade de formação teve como tema a Partilha e a sua importância na Reunião de Equipe. O Pe. Lucivaldo Corrêa, SCE de três Equipes de Belém, abriu o evento falando sobre a Partilha, de forma alegre e descontraída, interagindo CM 476

com os presentes, estimulando todos a obterem o melhor aproveitamento do momento central da Reunião de Equipe. Em seguida foi dado enfoque a cada um dos PCEs, através de mini palestras conduzidas com criatividade peculiar por diferentes e experientes casais, os quais, pontuaram o que preconiza o Movimento sobre cada Ponto Concreto de Esforço e apresentaram também seu testemunho. Após cada mini palestra seguiase uma animação sobre o PCE apresentado, com a participação de vários equipistas que tiveram a oportunidade de mostrar seus dotes artísticos e capacidade criativa. Animando todos a uma maior partilha no Mutirão, reproduzimos a música “O Mutirão do Amor”, criação de irmãos equipistas do Se25


tor Lagos, aos quais publicamente agradecemos e parabenizamos pela criatividade. A alegria do nosso Mutirão/2013 foi contagiante e manifestada pelos participantes. Que no próximo

Mutirão tenhamos a mesma alegria e muito mais equipistas contagiados pela alegria de partilhar.  Rita e Fernando CR Setor B Belém-PA

ENCONTRO DE EQUIPES NOVAS REGIÃO NORTE II - BELÉM-PA

Nos dias 18 e 19 de maio de 2013, no auditório da CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Regional Norte 2, em Belém do Pará, foi realizado o primeiro Encontro de Equipes Novas, na Província Norte. Foram momentos de formação e oração das Equipes de Nossa Senhora na Região Norte II. Pensamos que deveria ser para todos os casais equipistas como forma de renovação das forças espirituais e renovação de todo o aprendizado de equipistas. Renovamos nossos conhecimentos do tempo da pilotagem, onde rememoramos, reforçamos e agradecemos os fiéis ensinamentos dos nossos Casais Piloto. Que maravilha! Quanta riqueza! O Espírito Santo se fez presente com muita intensidade! 26

Fo i u m Encont r o e nr i que cedor, tanto do lado espiritual quanto do social, pois conhecemos casais maravilhosos e sábios que estavam ali dando um pouco do tempo deles para nos formar e fortalecer como casais. Tivemos o conhecimento de quantos casais estão sobrecarregados com duplas, triplas funções, por não haver quem esteja disponível para o serviço: “A messe é grande, mas os operários são poucos”. Tivemos a nítida consciência de que precisamos nos reciclar sempre, participar de todos os eventos das ENS, que são preparados com tanto carinho e dedicação e nós não damos o devido valor ao serviço de nossos irmãos equipistas, os quais querem apenas nos passar toda a experiência adquirida CM 476


durante anos de serviço e doação às ENS. Eles querem que também possamos com nossos exemplos de vida matrimonial e familiar, ser o sal, a força e o exemplo para tantos casais que estão pedindo o nosso socorro...

Agradecemos a Deus e a Nossa Senhora pela oportunidade que nos foi dada.  Georgina e Laércio Carminha e Marco Antônio Eq.01C - N.S. do Perpétuo Socorro Belém-PA

PROVÍNCIA LESTE SESSÃO DE FORMAÇÃO

Nos dias 02 e 03 de agosto, os equipistas dos Setores A, B e C Divinópolis e do Setor Paraúna tiveram a oportunidade de participar da Sessão de Formação Nível I, com o tema: Ser Cristão no Ano da Fé. A organização deste evento esteve sob a responsabilidade do Colegiado Regional e 60 casais desfrutaram da graça de ouvir nosso querido SCE da Região Minas V, Pe. Edilson que, com muito conhecimento da vida do Movimento e da Igreja, desenvolveu os assuntos sugeridos e contidos na CM 476

temática proposta para este nível de formação. Foram momentos muito agradáveis, nos quais pudemos gozar de um aprendizado claro e objetivo acerca de temas catequéticos e missionários da vocação cristã. O Encerramento da Sessão de Formação deu-se com a celebração da Santa Missa. Assim, fortalecidos na fé e na esperança, terminamos o dia renovados e animados para incorporar as virtudes cristãs em nossas vidas. Com o testemunho de alguns participantes, demonstrando uma excelente 27


avaliação, voltamos para nossas casas abastecidos no corpo e na alma, sentindo no coração o gostinho de “quero mais”. Ansiosos, aguardamos outras oportunidades de formação do nosso Movimento, que tem como pilar a “Oração” e a “Formação”, nos oferece com tanto amor!

Agradecemos a Jesus e a Nossa Senhora Aparecida, padroeira da nossa Região, pela graça da realização deste encontro preparado com tanto amor.  Michelle e Willian Eq.09C - N. S. Rainha dos Apóstolos Divinópolis-MG

PROVÍNCIA NORDESTE UM ENCONTRO DE IRMÃOS Foi uma alegria imensa, quando tomamos conhecimento de que a Equipe da Super-Região Brasil viria à Região Paraíba para realizar uma de suas reuniões. Nossa querida Campina Grande foi escolhida para receber estes irmãos, que, sabemos, cuidam tão bem do Movimento e, por consequência também da gente. Transbordamos de felicidade quando soubemos que todos nós, casais equipistas dos Setores Campina Grande e Pocinhos/Esperança, iríamos ter a oportunidade de nos encontrar com estes irmãos, para juntos celebrarmos a nossa pertença ao Movimento. E assim aconteceu: numa bela e fria noite do dia 14 de setembro, nos dirigimos ao Convento Ipuarana, onde fomos calorosamente acolhidos pelos nossos irmãos da Equipe da Super-Região Brasil que ali se encontravam reunidos. Juntos, celebramos a Eucaristia, onde fomos exortados, através das palavras do Padre Miguel, a sermos equipes e equipistas fecundos, capazes de produzir muitos frutos para nossa Igreja e nossa sociedade. Após a celebração, vivenciamos um singelo momento de convivência, onde nós, casais equipistas locais, pudemos conhecer melhor os casais visitantes e estreitar os laços de amizade fraterna que nos unem. Ao final desse momento, voltamos para nossas casas com a certeza de que fazemos parte de um Movimento que é uma verdadeira “equipe de equipes”, onde as diversidades culturais e as distâncias territoriais se anulam quando estamos reunidos em nome de Cristo. Seremos sempre gratos pela acolhida e carinho que recebemos dos nossos irmãos da Equipe da Super-Região Brasil e esperamos que cada um tenha levado em seu coração um pouquinho de nossos casais e da nossa Região Paraíba.  Aracelli e Bruno CR Setor Campina Grande-PB 28

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PROVÍNCIA CENTRO-OESTE ENCONTRO DE EQUIPES NOVAS

Nos dias 24 e 25 de agosto de 2013 a Província Centro-Oeste, Região Goiás Sul, realizou o Encontro de Equipes Novas, no Centro Pastoral Dom Veloso, na cidade de Itumbiara-GO. Participamos de dois maravilhosos dias de formação e crescimento espiritual. A equipe de formadores cativou a todos com uma maneira delicada, espirituosa e, principalmente, diferenciada de apresentar o conteúdo, que nos convidava a mais atitude nas ENS, vivendo de acordo com as Propostas, Pedagogia e Orientações do Movimento. Os Setores ABC de Itumbiara trabalharam para que tudo saísse perfeito, nos brindando com maravilhosa alimentação e acolhimento cristão. Durante as reuniões mistas pudemos trocar experiências com outros casais, uns de equipes novas como a nossa; outros vindos de equipes recompletadas com mais tempo de caminhada; mas todos partilhando sua vida de equipe, CM 476

aprendendo mais, crescendo como cristãos e equipistas na busca da santidade conjugal. A Missa do domingo, no início da tarde, encerrou o Encontro; foi muito especial. Vivenciamos um momento inesquecível: a renovação do Compromisso que assumimos ao entrar nas ENS - “ser Equipistas”. Demos novamente nosso Sim, agora um sim mais adulto e consciente, sem pretendermos comparar, mas, tal como Maria fez um dia. Dessa forma, nos tornamos cada vez mais dispostos para o chamado ao serviço, cada vez com mais amor às Equipes de Nossa Senhora, cada vez mais na nossa vocação de ter uma vida conjugal santa. Agradecemos a Deus por termos essa oportunidade. Que nossa querida Mãe nos abençoe a todos!  Andréa e Fernando Eq.27A - N. S. do Perpétuo Socorro Itumbiara-GO 29


SESSÃO DE FORMAÇÃO BRASÍLIA

Foi realizada em Brasília, nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, a Sessão de Formação Nível III. Aconteceu no Colégio Nossa Senhora do Perpétuo Socorro com a presença de 42 casais, vindos das Regiões Centro-Oeste I, II e III. Na equipe de for madores, tivemos o CR da SRB Cida e Raimundo e o CR da Província Centro-Oeste, Olga e Nei, que focaram nas suas palestras o Ser Movimento Missionário. Tudo isto foi aprofundado em grupos a partir de breves apresentações sobre a História e Estrutura do Movimento, Carisma, Mística e Espiritualidade, Espírito de Re s p o nsabilid ad e, Fo r m a ç ã o Inicial (Experiência Comunitária e Pilotagem), Pontos de Unidade, Ligação e Sacerdote Conselheiro Espiritual. 30

Apropriados foram os momentos de oração em que foi lembrado que é sempre Deus que toma a iniciativa em nos chamar. Foi Ele quem escolheu Maria. Mas a resposta de Maria foi imediata e cheia de confiança e alegria: “Eis aqui a serva do Senhor.” Assim deve ser conosco, tomando o barco, seguindo a Jesus, com as cordas desamarradas, o remo nas mãos, a âncora lançada, as velas desenroladas e o leme na rota. O Padre Gil - SCE da RCO II, na homilia, durante a Celebração Eucarística, igualmente, falou de maneira clara o que deve nortear a vida do equipista missionário: humildade e gratuidade.  Afra e Beto CR Região Centro Oeste II Brasília-DF CM 476


PROVÍNCIA SUL I FORMAÇÃO PARA CRS TAUBATÉ Eu vos suplico, nunca deixeis de vos formar. Se a ação não vos permitir continuar vossa formação, a ação vos perderá (Pe.Caffarel).

A frase acima, do Pe. Caffarel, na sua primeira visita ao Brasil, é que marcou o começo da nossa caminhada no Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Sentíamos que, para conhecer a pedagogia do Movimento, era preciso nos formar. Dedicar algum tempo para estudar os Estatutos e os documentos do Movimento. A cada formação de que participávamos, sentíamos o tesouro que tínhamos em nossas mãos. Nesse dia de formação de Casal Responsável de Setor, ocorrido em 24 de agosto passado, não foi diferente. Passamos o dia nos abastecendo de conhecimento. CM 476

Cada testemunho e cada palestra que ouvimos iam confirmando cada vez mais de como é gratificante pertencer às Equipes de Nossa Senhora. É beber da fonte e, assim, dar uma resposta de amor e comprometimento à missão que nos foi confiada. O caminho se faz caminhando. Pedimos a Deus que esse caminho seja feito com os pés no chão e os olhos no céu, e que, unidos a um colegiado forte, continue, com alegria, a obra do nosso querido fundador.  Sueli e Celso Eq.11B - N. S. da Divina Misericórdia Taubaté-SP 31


APRENDENDO A PILOTAR Formação para Casal Piloto VINHEDO

“Não tenham medo daquilo que Deus lhes pede! Vale a pena dizer SIM a Deus. Nele está a alegria!” (Papa Francisco - XXVIII JMJ 2013). Foi realizado no dia 10 de Agosto de 2013, nas dependências da Casa da Divina Providência em Vinhedo-SP, o Encontro de Formação para Casais Piloto da Região São Paulo Centro I. Contamos com a participação de Casais Ligação, Casais Piloto, Casais Responsáveis de Setor, o Casal Responsável da Região e o nosso Casal Provincial. Essa Formação teve o objetivo de ajudar os Casais Equipistas a aprofundarem o conhecimento na doutrina da Igreja, no carisma, na mística e na pedagogia do Movimento, bem como para a formação de quadros para o serviço nas Equipes de Nossa Senhora. Mais uma vez, nos sentimos privilegiados em participar deste Encontro que nos trouxe muitos esclarecimentos, ajudou a solidificar conceitos e procedimentos, bem como nos fez sentir que estamos no caminho certo, com erros e acertos para a santidade. A presença de casais com tantos 32

anos de matrimônio e participação no Movimento somente contribuiu para o enriquecimento desta Formação. A pedagogia utilizada por Casais Pilotos em atividade de diferentes Setores da Região permitiu o intercâmbio de ideias e de experiências sobre a maneira como eles vivem o serviço e nos transmitiu aspectos práticos importantes sobre a pilotagem. Também foi possível a troca de vivências entre os casais participantes, o que nos enriqueceu muitíssimo. Os temas abordados foram: A Missão e Espírito do Casal Piloto; Pedagogia da Pilotagem; A Organização da Pilotagem; Testemunho; A Pilotagem e a Ligação ao Movimento. Agradecemos a DEUS e ao nosso Casal Responsável pelo Setor Vinhedo, pela realização desta Formação e a todos os que direta ou indiretamente estiveram a serviço, colaborando espontaneamente para que este dia fosse abençoado. Que o Poderoso continue a fazer muitas maravilhas!  Zélia e José Roberto Eq.06 - N. S. da Luz Vinhedo-SP CM 476


meditando um dos capítulos do tema de estudo deste ano. Maturidade espiritual não é algo pronto, como meta já atingida, sem nada mais a acrescentar. É dinâmico, sempre passível de transformação, de crescimento. Ser maduro espiritualmente, é ter a consciência de que tudo quanto nos fez alcançar este estágio da vida, foi se construindo lentamente. É uma construção sólida, mas inacabada. Analogicamente é como uma árvore: Ela não é mais semente, embora as características da semente permaneçam nela; não é mais um arbusto, pois seus galhos, grandes ou pequenos, já dão sombras aos viajantes, bem como frutos. Contudo não para de crescer e nem de dar frutos no seu devido tempo. Quer lembrando que um dia foi semente, quer árvore adulta, nela permanece, cresce e se renova o sentido para a qual foi criada. Uma criança, dentro de seu contexto, deverá ser madura no nível da pureza da criança. O adulto, além de nele se fazerem presentes as qualidades do ser criança, dele se espera atitudes maduras, conscientes. Na alegoria da árvore boa que dá bons frutos, as ENS são, de alguma forma, a água que nos sacia, o adubo colocado junto às raízes, a mão carinhosa que nos poda e a, não menos, mão carinhosa que procura, em nós, frutos sadios e maduros para que outros se alimentem. Não podeCM 476

mos entender que alguém, nas equipes, fique estagnado. Sentimos que a nossa Equipe fez progresso na amizade fraterna através da Santa Eucaristia buscada com maior frequência, do testemunho de vida a dois, da Palavra de Deus que se tornou alimento diário obrigatório, da Meditação e dos Encontros de Formação e Estudo. Sempre é possível crescer mais, porque não há medida limite para a maturidade espiritual; ela não é fim de caminhada, será sempre um estágio, do caminho, que nos encontramos. Se o Movimento não tivesse sido um Movimento de intervenção, correção fraterna, carinho e misericórdia de Deus, hoje não seríamos mais um casal, talvez somente indivíduos, mesmo juntos, vivendo cada um na sua. A graça do nosso Deus, via ENS, veio na hora certa; para mostrar que o nosso casamento foi construído à três: saímos da fase “do gostar” para a “do amar”; fomos nos deixando envolver pelo Senhor. Hoje, podemos afirmar que estamos dispostos a deixar as Equipes de Nossa Senhora, contanto que Jesus, em sua bondade e misericórdia, nos mostre outro caminho, melhor e mais exigente. Aí, é Problema d´Ele.  Norma e Quico Eq.02E - N. S. de Fátima Fortaleza-CE. 33

Tema de Estudo

PROBLEMA D´ELE


Raízes do Movimento

AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA SUA RAZÃO DE SER

Notas colhidas por ocasião da Conferêcia pronunciada pelo Pe. Caffarel, no decorrer dos “Dias dos Casais Responsáveis”, em 13 de dezembro de 1952. Primeira nota Quantas pessoas há que entram para o casamento, para uma profissão ou um Movimento Católico, sem ter feito de início a indagação preliminar: Qual a razão de ser desse estado de vida, desse movimento? Que posso eu esperar dele? Que irá ele exigir de mim? Daí, muitas vezes, mal-entendidos, decepções, conflitos. Eu quisera que tal causa não acontecesse nas Equipes de Nossa Senhora. Por isso mesmo, faço sempre empenho em precisar a sua razão de ser. As Equipes de Nossa Senhora são: • Uma escola de vida cristã • Um “laboratório” de espiritualidade do cristão casado • Um centro de difusão de espiritualidade • Um testemunho. Uma escola de vida cristã Escola. Este termo é pouco apreciado. Mas, na realidade, não é nos estabelecimentos onde os vossos filhos vão aprender os rudimentos das Letras e das Ciências que eu penso agora, mas sim nas Ordens Religiosas que, no decurso da tradição cristã, foram muitas vezes designadas por este mesmo termo de escola. Schola, uma escola que dura toda a vida. Na qual uma pessoa se inicia na perfeição cristã. Em sentido análogo, uma Equipe de Nossa Senhora é uma escola onde vamos iniciar-nos na vida cristã. Iniciar-nos: não somente adquirir a inteligência da vida cristã, mas ainda exercitar-nos em conjunto na prática da vida cristã. Adquirir a inteligência da vida cristã Um membro de equipe que não tivesse o desejo de aprofundar os seus conhecimentos da vida cristã, não estaria em seu lugar no meio de nós, pois que este objetivo é essencial e primordial. 34

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Aprofundar os conhecimentos da vida cristã é: – procurar uma compreensão, uma inteligência melhor do conteúdo da fé: Deus - os seus planos sobre o universo, a Igreja, a vocação e a missão do homem ... – medir a amplitude da vida cristã. Não se resume ela em nossas relações com Deus, mas estende-se a toda a nossa existência: plano conjugal, educação dos filhos, atividades profissionais, políticas, sociais. É em todos esses domínios que se trata de glorificar a Deus e dar cumprimento à sua vontade. – descobrir as exigências da vida cristã. Cristo não disse: “Sede corretos, bons e honestos”, mas, sim: “Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito”. São Paulo, fazendo eco a estas palavras, diz também: “Sede os imitadores de Deus”. Ora, Deus é amor. Trata-se deste amor que tem por nome Caridade. A perfeição cristã consiste, pois na perfeição da Caridade. Auxiliarmo-nos mutuamente na prática da vida cristã Descobrir a vida ·cristã, a sua natureza, a sua amplitude, as suas exigências, não é suficiente. Nas Equipes de Nossa Senhora, não queremos contentar-nos em ver melhor, mas queremos viver melhor. E como é terrivelmente difícil, no mundo de hoje, salvaguardar a vitalidade cristã e mais ainda progredir. As Equipes não são apenas uma Escola onde se aprende, mas uma escola de aplicação. Poderíamos dizer, onde nos iniciamos na vida, onde o ambiente, as Regras e as obrigações, a vida de equipe, fornecem os socorros necessários para este progresso na vida cristã. Importa compreender muito bem que tudo, nas Equipes de Nossa Senhora, está ordenado em função de nosso encaminhamento para esta perfeição da Caridade, desde a mais importante orientação dos Estatutos até as pequenas obrigações (a resposta escrita aos temas de estudo, ou o dever de sentar-se...). Se um dia me provassem que uma obrigação qualquer não está em estreita relação com este crescimento na Caridade, eu pediria imediatamente que fosse ela suprimida. Procurai e constatareis que tudo, no Movimento, tem a sua explicação a partir desta pergunta: Como é que isto pode contribuir para o progresso na Caridade? As Equipes de nossa Senhora, uma Escola onde vamos nos iniciar na vida cristã.  Henri Caffarel CM 476

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Testemunho

A CURA Sabemos que Deus habita em cada um de nós, mas que tipo de morada estamos sendo para Deus? Passando por um período de depressão, pude perceber que eu estava sendo uma casa vazia, sem nada para oferecer, nem a mim mesma, quanto mais ao próximo, quanto mais a Nosso Senhor, que tudo nos dá. Não tinha desejos, perspectivas, me alimentava sem sentir gostos. A Eucaristia! Deus que me perdoe, mas não estava significando nada para mim. Ir à igreja, participar das Reuniões Mensais, praticar os PCEs, tudo isso não estava sendo verdadeiro. Durante mais ou menos, um ano de tratamento, ingeri drogas medicamentosas, mas acredito que o principal remédio foi o carinho e o companheirismo do amor da minha vida. Agradeço, todos os dias, por Deus tê-lo colocado em meu caminho. Meu marido me ajudou a perseverar nas orações, na Escuta da Palavra, na meditação e a ser firme em minha Regra de Vida, que era de não desistir da vida. Fez, para mim, a novena do Divino Pai Eterno. Passamos a rezar um terço, uma vez por semana, em intenção da minha cura. Em algumas das Escuta da Palavra, me deparei com leituras voltadas à cura. Jesus curou várias pessoas ao seu redor: a sogra de Pedro, o 36

homem da mão seca, os leprosos, coxos, cegos etc. Então, passei a refletir: se Jesus é a cura, então por qual motivo estou neste abismo? A partir daí me apeguei mais a Ele e passei a pedir a cura, me entreguei com toda fé. Pedi, em minhas orações, que mudasse as coisas dentro de mim, que eu pudesse ser uma moradia melhor, mais agradável para a Sua própria permanência em meu ser. Sinto Jesus Cristo realizando maravilhas em meu ser, curandome deste mal tão destruidor. E assim, como a sogra de Pedro se colocou a servi-lo, eu também quero servir melhor para a construção do Reino de Deus, pois é maravilhoso saber que a cura para todos os nossos males está tão próxima. Basta confiar e ter fé. C o n t i n u o re z a n d o a N o s sa Senhora, pedindo a ela sua intercessão junto ao seu filho, para que continue agindo em mim, transformando-me, iluminandome para que eu possa ser uma verdadeira discípula, que caminha neste mundo de maneira mais sensata, e ajudando meus irmãos de fé a viverem a santidade, assim, seremos um povo amado por Deus Pai. Obrigada a todos, que Deus os abençoe e a seus familiares!  Myrian, do Heliomar Eq. 05 - N. S. da Guia Rio Verde-GO CM 476


UMA LUMINOSA NOITE DE ORAÇÃO Segundo uma antiquíssima tradição, nascida na Igreja no século IV, as grandes festas do Ano Litúrgico, dos mistérios do Senhor ou dos santos Mártires, são precedidas de um Ofício Litúrgico Vigiliar Vespertino, em que os cristãos se reúnem no coração silencioso da noite para ouvir a Palavra do Senhor e esperar “a sua nova vinda”. O centro desta “noite de oração” foi desde sempre o canto solene do Evangelho e do venerável Te Deum, chamado de hino Ambrosiano por ser atribuído a Santo Ambrósio (340-397). Em continuidade com tamanha e venerável tradição, a Equipe Nossa Senhora Esposa do Espírito Santo, em comunhão e unidade com o CRS, o seu colegiado e toda a Igreja espalhada pela face da terra, promoveu a sua noite de oração em forma de Ofício Vigiliar Vespertino para esperar, na noite santa de Pentecostes, junto com a Virgem Maria, a promessa da vinda do Espírito Santo, seu Divino Esposo. O Ofício se realizou na Igreja de Nossa Senhora do Loreto, no sábado, 18 de maio, às 20h e seguiu o esquema apresentado pelo Missal Romano para a Missa da Vigília de Pentecostes. A Igreja estava particularmente bela. A ornamentação pensada para aquela noite tornou a Casa de Deus um lugar mistagógico, grávido do mistério. A vigília teve início com uma solene procissão de entrada ritmada pela melodia do CM 476

“Canto invitatório” Nós estamos aqui reunidos como estavam em Jerusalém. Como em cada reunião formal e noite de oração, Maria, aquela que no nosso Movimento é invocada com tantos títulos, que é uma e única Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa do Espírito Santo, foi acolhida em meio a uma procissão de velas ao som da “Ave Maria” de Gounod. Em seguida a assembleia, formada por um número considerável de casais de vários setores, familiares e amigos de equipistas, recebeu, ainda em meio às velas, o lecionário que “não é outra coisa senão o sinal sensível da presença da Palavra gerada por Maria entre nós, a boca de Deus que fala a seu povo”. Deu-se início à Liturgia da Palavra numa alternância de leitura, salmo responsorial e coleta sálmica. Cinco leituras do Antigo Testamento com seus respectivos salmos e coletas sálmicas acompanhadas pelo acendimento das velas de uma belíssima menorá. Depois do Glória se ouviu uma leitura do Novo Testamento, se cantou a sequência de Pentecostes e com grande solenidade e envolto em meio a uma nuvem de incenso foi proclamado o Evangelho. Depois da homilia se renovaram as promessas batismais. Todos com velas acesas no Círio Pascal receberam a aspersão com água benta. Seguiram-se as preces da comunidade concluídas com a oração de 37


invocação do Espírito Santo das ENS e o Pai-Nosso. O CRS dirigiu a palavra à assembleia ressaltando a importância do momento de oração como aquele para a edificação da vida das nossas equipes e transmitiu uma homenagem de agradecimento ao casal que acabara de concluir a missão de CRR de PE I, pelo grande serviço prestado ao Movimento nestes últimos anos. Momento culminante e particularmente emocionante foi o canto do Te Deum seguido da bênção solene e procissão de saída ao canto do Magnificat. A solenidade dos ritos, o empenho de toda a Equipe na preparação e execução da vigília, a magnífica execução dos salmos e cânticos, a presença de tantos equipistas fez com que numa noite se tocasse o intangível, se contemplasse o invisível e se degustasse a bondade do Senhor. A assembleia se dispersou na expectativa do raiar do dia para a celebração da Eucaristia no dia santo do Senhor, no domingo de Pentecostes, ápice do evento pascal. Para mim, ser SCE constituiu

uma oportunidade única de celebrar com tanta solenidade aquilo que vivenciamos em cada reunião formal, reunião preparatória, noite de oração, vida de Equipe etc. Desde quando me tornei equipista, a minha vida de monge e sacerdote se enriqueceu com o “admirabile commercium”, que é a convivência de mútua ajuda dos dois grandes sacramentos de serviço: Matrimônio e Ordem. A minha Equipe, pela vida de família que experimenta, me ensinou a amar, admirar o Movimento das ENS, e o que é mais importante, tem me ensinado a viver a minha vocação específica de contemplativo numa dimensão mais abrangente. Para mim tem sido uma honra partilhar minha vida cristã com minha Equipe. Com ela sinto cumprir-se a palavra de Jesus que disse que quem por sua causa deixasse pai, mãe, irmãos, casa, terra, receberia nesta vida cem vezes mais e na vindoura a vida eterna (Mc 10, 29-30).  Dom Jerônimo Pereira Silva, OSB SCE Eq.06B - N. S. Esposa do Espírito Santo Jaboatão-PE

ESPERAR EM DEUS O José... Sou uma pessoa normal como vocês, tenho família, amigos, sonhos, alegrias, tudo que a vida pode nos oferecer. Estive em um relacionamento que me preocupava, o coração inquieto, namorando uma pessoa que parecia gostar de mim, porém muito ciumenta, 38

implicante, com o meu modo de agir e em relação a meus trabalhos pastorais. Como poderia conviver com alguém que me privava tanto? Pedi ao Senhor que me mostrasse o caminho certo e Ele mostrou claramente. Terminei o namoro, mudei de cidade, de trabalho, amizades novas, Paróquia diferente... Senti que Deus me pedia para CM 476


levar a boa nova aos irmãos e tomei uma decisão: quero ser evangelizadora e surgiu a oportunidade de “sair” porta a porta, levando produtos de evangelização às famílias. Me envolvi também com caravanas, levando peregrinos para ter seu encontro com Deus na Canção Nova, através de acampamentos, Retiros e momentos de espiritualidade. Estava muito feliz servindo a Deus e resolvi ser missionári a c onsagr ad a. M e c o l o q u ei intensamente em oração e pedi a Ele que me mostrasse onde Ele precisava de mim e, que, se fosse para o matrimônio, que Nossa Senhora providenciasse um “José” para mim, um homem bom, que comungasse os mesmos valores e que pudéssemos caminhar juntos, servindo a Igreja, ter um namoro cristão e contrair matrimônio. Eu era muito questionada porque não estava namorando e eu respondia que estava esperando em Deus o meu “José” e que Nossa Senhora estava providenciando. Fiquei seis anos sem namorar e sem me preocupar, pois sabia que ela estava à frente de tudo. Trabalhando pela evangelização, quanta alegria vendo famílias restauradas, pessoas voltando para a Igreja, muitas almas voltando para Deus. Após um final de semana trabalhando num Retiro, bem tranquila, quando chego em casa, à noite, recebo uma ligação de uma pessoa que já conhecia há alguns anos e que ficara viúvo da minha amiga Creusa. Ele ficou sabendo que eu estava sozinha e preparanCM 476

do para ser missionária em uma comunidade de dependentes químicos. Falamo-nos ao telefone e no final de semana seguinte ele foi a Alfenas-MG, onde eu morava com a família de uma irmã. Passamos juntos o final de semana nos conhecendo melhor e rezei para ver qual era a vontade de Deus para nós. Para minha surpresa ele levou-me de presente o livro “O Evangelho Secreto da Virgem Maria”. Era o sinal de Nossa Senhora, pois tenho certeza de que foi ela quem providenciou o nosso encontro! Além do mais, eu estava também me preparando para me consagrar a Maria. Começamos a namorar, eu falei que gostaria de ter um namoro cristão, como uma boa filha de Maria. Ele aceitou e então namoramos, noivamos e nos casamos em seis meses, na festa da Imaculada Conceição (08/12/2012), em um dia lindo de sol e de céu azul. A enfermeira... Como alguns dos leitores me conhecem, fiquei viúvo pouco mais de dois anos. Muitos achavam que eu devia ser Diácono ou Padre, mas o homem deve seguir a sua vocação, para a qual Deus o chama. Às vezes deixamos Deus de lado e queremos seguir os próprios passos e, normalmente, tomamos o caminho errado, que nos conduz para onde o mundo quer nos levar. Felizmente Deus não abandona seus filhos e insiste em trazê-los para o Seu caminho. E comigo não foi diferente. Ele me chamou novamente à vocação matrimonial, plantada no fundo da minha alma e experimentada 39


no seu mais alto grau, no casamento com a falecida Creusa, se é que podemos valorar o amor conjugal. O certo é que fui e sou um homem feliz e realizado por tudo aquilo que vivenciei no primeiro matrimônio, que teve como alicerce a pedagogia das ENS durante trinta e um anos, e a decisão mútua de fazer o outro feliz. Como estava fazendo exames periódicos, comecei a dizer para os amigos que o médico havia me receitado uma “enfermeira” para cuidar de mim e do meu coração. Assim, um grande amigo, sacerdote, entendeu o recado e disse, na presença dos pais, que a sua irmã poderia ser uma boa “enfermeira”. Como eu já a conhecia há muito tempo, e ela era muito amiga da Creusa, aquele assunto entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Entendi aquilo como brincadeira. Mas, uma segunda vez, na casa de amigos, ele voltou a dizer o mesmo, obtendo deles plena concordância. No dia seguinte, mandei um e-mail para ele perguntando se tinha algum fundo de verdade aquele assunto da “enfermeira”. Ele respondeu todo sem jeito, dizendo que era um assunto muito delicado a ser abordado com a irmã e com a família, estando até pedindo a ajuda de Deus. Com a minha insistência, ele me deu a ficha da “enfermeira”, dizendo que ela era muito atuante na Igreja e que não demoraria muito a se tornar uma consagrada. Liguei imediatamente para ela, mas estava em Retiro; só consegui falar com ela três dias depois. Como ela, no decorrer da conversa não disse 40

“não” às minhas pretensões, peguei o avião e fui ao seu encontro, apressado, diante da ameaça de perdê-la para a Igreja. Levei uma mala cheia de truques para impressioná-la, mas não é que a mala ficou retida no aeroporto, sendo devolvida somente duas semanas depois? Cheguei com a cara e a coragem, sem lenço e sem documento, imaginem só! Mas fui muito bem acolhido e, a partir daí, “foi só alegria, com Jesus e com Maria”, como ela diz para mim todos os dias. Conseguimos namorar, noivar e casar em muito pouco tempo, mas um namoro maduro, cristão, diferente do que se vê hoje em dia. Se os jovens soubessem o quanto ajuda no relacionamento do casal o respeito mútuo, o respeito pelo corpo do outro, e que a sabedoria nos diz que tudo tem seu tempo, obedeceriam ao sexto mandamento pois, “quando Deus quer uma obra, as dificuldades são meios!” Hoje, somos capazes de nos entregar um ao outro sem reservas, de ser verdadeiros na nossa partilha das alegrias e dificuldades que surgem no dia a dia do casal. Destaco a maturidade e o carinho da minha equipe de base, que nos acolheu de coração aberto, como prega o nosso Movimento. Que Deus seja louvado pelo Sacramento do Matrimônio, que nos torna capazes de testemunhar que “o amor do casal é a revelação viva do amor de Deus”.  Maria Célia e Caroba Eq.01A - N. S. do Divino Espírito Santo Brasília-DF CM 476


MISSÃO DO CRR-PE II Em 2009 estávamos encerrando nossa missão como CRS de Belo Jardim. Bem antes de concluir a referida missão, recebemos de Jesus, outro convite bem maior, desta vez para animar a Região PE II. Então, sem hesitar, como Maria, demos nosso sim. Logo veio uma grande preocupação: o que iríamos fazer para conciliar os horários dos nossos trabalhos e os compromissos com as equipes de Nossa Senhora? Começamos a rezar juntos intensamente e sentimos uma paz interior muito grande, como se estivéssemos ouvindo a voz de Deus que dizia: “Não tenhais medo, eu estou contigo todos os dias de tua vida”. Partindo desse princípio, nos lançamos com muito amor e dedicação a serviço de nossa Região PE II. Durante esse período recebemos muitas graças e bênçãos de nosso Deus e guiados pelos caminhos de nossa Mãe Maria; fomos agraciados pela aposentadoria de Arlindo, tão almejada por todos nós. Hoje somos mais felizes, pois ele vive tempo integral trabalhando com muito amor para a família e pela construção do Reino de Deus. Procuramos durante estes 4 anos de Regional seguir tudo quanto nos pede o Estatuto das Equipes de Nossa Senhora, com fidelidade. Muitas foram nossas alegrias com o crescimento da Região tanto em quantidade como em qualidade. Iniciamos a missão como Regional com 5 Setores e concluímos com 9 Setores. Os desencantos também vieram, porém com eles crescemos e aprendemos a conviver com as diferenças. Em agosto de 2013 encerramos nossa missão como Regional, felizes por termos cumprindo tão nobre tarefa para a construção do Reino de Deus nas famílias. Continuamos na nossa Equipe de base, prontos para amar e servir cada vez mais. Enfim agradecemos a Deus e a todos os equipistas da Região PE II que caminharam conosco, nos ajudando com muito carinho.  Paizinha e Arlindo Eq.01 - N. S. da Paz Belo Jardim-PE CM 476

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Partilha e Pontos Concretos de Esforço

COMO ANDA O NOSSO DEVER DE SENTAR-SE? Já ouvimos, muitas vezes, a definição do Dever de Sentar-se: “Um longo momento que marido e mulher passam juntos calmamente, todos os meses, para um balanço de sua vida, sob o olhar de Deus”. Em análise, quando do preenchimento dos relatórios, nos demos conta de que estamos, há um tempinho nos descuidando do cumprimento do Dever de Sentar-se, da forma que o Movimento nos orienta. Já dissemos muito, que realizamos o Dever de Sentar-se, sempre nas nossas conversas, com nosso cônjuge, no dia a dia. Mas, lendo e relendo os documentos do Movimento, não é isso que ele evoca; nós o sabemos. O Dever de Sentar-se deve acontecer a três: o Senhor e nós dois. Só pode ser realizado sob o Seu olhar. Platão já aconselhava: “É para Deus que se precisa olhar”. “Ele é o melhor espelho das coisas humanas, e é n´Ele que nos podemos ver e conhecer”. O espelho do casal é o Cristo, o rosto humano de Deus. Cremos que podemos melhorar um pouco. Se o Dever de Sentar-se tem sido uma pedra no nosso sapato, por que não nos dedicarmos mais, a cada mês, a esse PCE, encontrando um tempinho para realizá-lo? Alguém já pronunciou que “Tempo é Prioridade”. O que dialogarmos juntos, para um melhor aperfeiçoamento dos 42

nossos interesses e, obviamente, uma aproximação maior de Deus, existe. Não seria o momento de, como casal, perguntarmos: Como anda o nosso relacionamento de casal, o nosso encantamento, em relação ao nosso cônjuge? Somos pais presentes? Como anda a religião dos nossos filhos? E na nossa vida profissional, está tudo correndo bem? Temos agido como cristãos em meio a tantas indiferenças e adversidades? Esses, entre outros assuntos, já são bastante significativos para o nosso diálogo mensal. Repetimos: não nos esqueçamos de fazer o Dever a três. “Se não conseguimos expor nosso pensamento ao outro, expressemos este pensamento a Deus, diante do outro”. Para tanto, podemos invocar o Espírito Santo e fazer uma leitura bíblica. Esse ato de fé nos fortalece e nos ilumina a realizarmos o nosso diálogo conjugal. “Fazer acontecer o Dever de Sentar-se é reativar em nós a graça do nosso sacramento do Matrimônio. É livrá-lo do peso do egoísmo que impede sua energia de irradiar e de nos transformar”. Um abraço e que Deus os ilumine e os faça, cada vez mais, casais que caminham buscando a perfeição diária no projeto de Deus.  Vanilde e Carlos Eq.01E - N. S. de Fátima Natal-RN CM 476


RETIRO “O retiro é um tempo privilegiado de parada, de escuta, de oração e uma oportunidade de renovação espiritual. É também um tempo forte para voltar-se para dentro de si mesmo e fazer um exame geral de vida, sobre o nosso caminho de crescimento”. (Guia das ENS p.27) Nos dias 29 e 30 de junho, foi realizado na Casa D. Luiz, em Brodowski, um Retiro para equipistas dos Setores A, B e C de Ribeirão Preto. O SCE, Pe. Flávio Cavalca, foi o pregador. Com sua simpatia, sua calma, seu carisma, seu profundo conhecimento, conseguiu prender a atenção dos participantes. Vale salientar que só perdeu este valioso momento de aprendizado e crescimento, quem não deu seu sim ao convite. No sábado, tivemos quatro palestras, bem interessantes e dinâmicas: 1) Fundamentos da espiritualidade cristã; 2) A espiritualidade conjugal; 3) A maturidade da espiritualidade conjugal; 4) Os meios da espiritualidade. No domingo, tivemos uma palestra a respeito do Movimento e da Escola de Espiritualidade que são as ENS. Logo após, os casais fizeram um “Dever de Sentar-se”, CM 476

encerrando com uma Celebração Eucarística. Encerrou o Retiro uma Celebração Eucarística, na qual foi inserida uma renovação dos compromissos matrimoniais que emocionou a todos. “O amor é uma decisão que o casal renova todos os dias. Tal decisão se vive com uma adesão de coração, e se realiza no esforço da vontade”. O Retiro Anual é um dos PCEs que ajudam certamente o homem e a mulher a harmonizarem suas naturezas e sua vivência do Amor Conjugal, complementando-se numa compreensão recíproca. É um momento propício para que o casal se coloque diante do Senhor a fim de refletir sobre as suas vidas.  Lúcia e Rubson Eq.02B – N. S. das Graças Ribeirão Preto-SP 43


REGRA DE VIDA Nessa busca constante, nesse caminho para a Santidade, exponho-lhes a minha Regra de Vida (quem sabe para toda a minha existência). A partir de um problema pessoal, venho buscando insistentemente a paciência. Paciência para falar na hora certa; paciência para ouvir. É fácil procurar e apontar os erros dos outros, principalmente do nosso cônjuge; quando na maioria das vezes o problema somos nós. Afinal o erro é meu, então eu dou a quem eu quiser. Outro aspecto é que um problema não resolvido tende a aumentar. Confesso-lhes a minha paciência, tenho que desenvolvê-la. O tempo é o senhor da razão. Quem me dera ter a paciência de Maria, como a que ela teve nas Bodas de Caná. Maria: “Eles não têm mais vinho” Jesus: “Que queres de mim, mulher?” Aparentemente ela foi interpelada por Jesus, só aparentemente! Aí vem a “Senhora Paciência”: “Fazei tudo o que Ele vos disser” Normalmente quando interpelado, respondo de forma instintiva, digamos, sem pensar. Respondo sem refletir. Como será que JESUS responderia? Maria, dê-me um grãozinho de mostarda da sua paciência! O vinho que faltou e que falta, é o vinho da alegria e o vinho do Espírito Santo. Maria, peço sua intercessão: Inspire-me para obter talhas novas. E que minha talha transborde sempre de alegria, e que o espírito da paciência resida no meu coração, e reflita na minha mente. 

Donizeti (da Sílvia) Eq.09B - N. S. Madre de Deus Mogi das Cruzes-SP Nas conclusões, finais do documento “A Regra de Vida” - p. 22, alguns princípios fundamentais par se conseguir êxito neste meio de aperfeiçoamento. • Na Regra de Vida, a palavra mais importante é “VIDA” . • Como os outros Pontos Concretos de Esforço, a Regra de Vida se inscreve numa direção de crescimento, tanto espiritual como humana. • A Regra de Vida abre horizontes pessoais de vida para ajudar cada um a dar um passo mais além para responder ao amor e ao apelo de Deus. • A Regra de Vida deve ser uma escolha pessoal, livre e assumida como obrigação. Podemos pedir a ajuda do nosso cônjuge ou dos outros membros da equipe. Essa ajuda mútua deve ser sempre muito discreta e impregnada de amor e paciência. Não nos esqueçamos de que é grande a alegria no Céu, quando alguém dá um pequeno passo na direção certa. • No quadro de nossa missão de dar testemunho cristão no mundo de hoje, a Regra de Vida nos ajuda a “ser” antes de “fazer”. E, com o tempo, vamos contagiando os outros, pois o amor vivido é uma história de sedução. O amor que nos faz viver nos é dado para fazer viver! 44

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BODAS DE OURO Reni e Pedro

Oração para o Casal No dia 06.07.2013, juntamente com a Eq.03B - N. S. da Glória em Blumenau-SC, comemoraram suas Bodas de Ouro, com a celebração de uma Missa em ação de graças, presidida por Dom Jose Negri, em visita pastoral à paróquia Sta. Terezinha. Presentes: parentes, amigos e irmãos equipistas. Deus seja louvado!

ANIVERSÁRIO 40 ANOS Eq.01A - N. S. do Caravaggio Porto Alegre-RS

Senhor, somos dois, somos homem e mulher, somos um casal que Te busca pelo caminho do amor humano. Nossas vidas corriam distantes por caminhos distintos. Não sabemos como nos encontramos. Só sabemos que tudo sucedeu assim, porque Tu o quiseste, para Tua glória e nossa felicidade. Obrigado, Senhor, pela sublime vocação matrimonial, pela qual nos associas Contigo para fazer do mundo comunidade de homens, família de irmãos e lar de filhos de Deus. Nós queremos ser-Te fiéis, mas desconfiamos das nossas forças. Ajuda-nos, Senhor, na difícil tarefa do amor, que é tarefa de sacrifício e de entrega generosa. Livra-nos do egoísmo, que esteriliza a vida; da impureza que profana o Teu templo; do orgulho, que nos desliga de Ti e dos outros. Sê, Tu, companheiro de viagem da nossa caminhada e confidente e hospede constante de nossa casa e de nossa vida matrimonial. Assim seja! (Autor desconhecido)

(Virgínia e Márcio - Eq.01A - N. S. do Caravaggio - Porto Alegre-RS) CM 476

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Notícias

Agradecemos a Deus que proporcionou a cinco casais e um SCE iniciar a nossa equipe. Lá em 24.11. 1973 nasceu a ENS do Caravaggio. Hoje celebramos 40 anos com novos casais e um SCE, Pe. José Antônio Sauthier. Os casais da equipe sempre foram caridosos e alinhados ao Movimento convidando novos casais para recomplementar. Testemunhamos a graça de pertencer ao Movimento no qual aprendemos com, os PCEs, a driblar os obstáculos do dia a dia e viver o sacramento do Matrimonio dentro de uma Espiritualidade Conjugal proposta pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora.


JUBILEU DE OURO SACERDOTAL

ORDENAÇÃO PRESBITERAL

Dom Matias Patrício de Macedo

Pe. Emerson Carlos Silva, osa É com imensa alegria que comunicamos sua ordenação, pela imposição das mãos de Dom Frei Diamantino Prata de C a r v a l h o, o f m , Bispo da Diocese de Campanha-MG. A cerimônia, de indescritível beleza, ocorreu na Igreja Matriz de N. S. D’Ajuda, em 05.07.2013, em Três Pontas-MG, sua cidade natal. A Eq03B - N. S. do Loreto, juntamente com membros da Paróquia de N. S. da Consolação e Correia, participaram desse maravilhoso evento. Rogamos ao Senhor que ilumine Pe. Emerson, em sua missão e que, com sua alegria e juventude, possa atrair muitos jovens para a vida religiosa.

O Arcebispo Emérito de Natal, SCE da Eq.03A - N. S. da Candelária-Natal-RN, comemorou em 14.07.2013 seu Jubileu de Ouro Sacerdotal com uma Missa solene na Basílica dos Mártires, na capital potiguar, com a presença de todos os casais da equipe. Dom Matias é natural de Santana do Matos (RN) e foi ordenado por dom Eugênio Sales, em Natal-RN. Homem sábio e simples, foi um bispo muito atuante em sua Diocese, visitando as paróquias, sobretudo as do interior, mostrando interesse e determinação em tudo que fazia.Seu bispado registra a ordenação do maior número de sacerdotes na arquidiocese de Natal. Dom Matias sempre mostrou interesse pelas atividades do Movimento e manifestava seu desejo de acompanhar uma Equipe. Ao término de sua gestão em 2012, assumiu como SCE a atual equipe. (Cristiana e Dimas (Eq.03A N. S. da Candelária) 46

ORDENAÇÃO DIACONAL Thiago Queiroz Alvez No dia 24.08.2013, mês das Vocações, pela imposição das mãos do Arcebispo Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, foi ordenado Diácono na Matriz Santíssima Trindade, na cidade de Tietê. Thiago é o Conselheiro Espiritual da Eq. N. S. Rosa Mística na cidade de Sorocaba-SP. Escolheu como lemas “Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que me alegra.“ Sl 42, 4. Louvemos a Deus e a Nossa Senhora pela sua caminhada como Diácono e pelo carinho que dedica às Equipes de Nossa Senhora. CM 476


VOLTA AO PAI Celso (da Vera) No dia 16.07.2012 Integrava a Eq. 05A N. S. do Carmo São Carlos-SP

Sérgio (da Célima) No dia 03.08.2013 Integrava a Eq.02A N. S. do Monte Serrat São Carlos-SP

Lairton (da Socorro) No dia 29.08.2012 Integrava a Eq.03 N. S. de Fátima Limoeiro do Norte-CE

Ênio (viúvo da Susa) No dia 08.08.2013 Integrava a Eq.05 A N. S. do Carmo São Carlos-SP

Xavier (da Lúcia) No dia 31.12.2012 Integrava a Eq.01 N. S. do Perpétuo Socorro Limoeiro do Norte-CE

Guido (da Cida) No dia 26.08.2013 Integrava a Eq.02 N. S. Mãe da Igreja Aparecida-SP

Rosa (do Marquinho) No dia 24.07.2013 Integrava a Eq.10 N. S. da Ajuda Barbacena-MG

Dom Joaquim Justino Carreira No dia 01.09.2013 Integrava a Eq.04A N. S. das Graças Jundiaí-SP

Dário (da Bete) No dia 21.05.2013 Integrava a Eq.04 N. S. da Apresentação Olinda-PE

Luiz Carlos (da Irany) No dia 09.09.2013 Integrava a Eq.01C N. S. da Paz Brasília-DF

Graça (do Murilo) No dia 29.09.2013 Integrava a Eq.14 N. S. de Nazaré Olinda-PE

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Reflexão

É PRECISO ESFORÇO

Certo dia, um homem caminhava por uma estrada deserta, quando começou a sentir fome. Não estava prevenido, pois não sabia que a distância a ser percorrida era tão longa. Começou a prestar atenção na vegetação ao longo do caminho, na tentativa de encontrar alguma coisa para acalmar o estômago. De repente, notou que havia frutos maduros e suculentos em uma árvore. Aproximou-se, mas logo desanimou, pois a árvore era muito alta e os frutos inacessíveis. Continuou andando e foi vencido pela fome e o cansaço. Sentou-se à beira do caminho e ficou ali, lamentando a sorte. Não demorou muito e ele avistou outro viajante que vinha pelo mesmo caminho. Quando o viajante se aproximou, o homem notou que ele estava comendo os frutos saborosos que não pudera alcançar. Assim, perguntou-lhe: – Amigo, que belos frutos você encontrou. É, respondeu o viajante 48

– eu os encontrei no caminho. A natureza é pródiga em frutos suculentos. – Mas você tem a pele machucada – observou o homem. – Ah, mas isso não é nada! São apenas alguns arranhões que ficaram pelo esforço que fiz ao subir na árvore e colher os frutos. E o homem, agora com mais fome ainda, ficou sentado, resmungando, de estômago vazio, enquanto o outro viajante seguiu em frente. Alguns de nós também são assim, acomodam-se sem buscar soluções. É preciso fazer esforços, lutar, persistir. É muito comum ouvir pessoas acomodadas, dizendo que “Deus alimenta até mesmo os pássaros. Por que não haveria de providenciar o de que necessitam? É verdade que Deus dá alimento aos pássaros, também é certo que Ele não o joga dentro do ninho. Há situações em que eles se arriscam e até saem com alguns arranhões. Buscar é movimento, é esforço, é ação. No entanto, é preciso saber o que se busca e por qual porta desejamos entrar. Ainda aí, nossa escolha é totalmente livre. Nossa vontade é que nos conduzirá aonde queremos chegar. Sendo assim, façamos a nossa escolha e optemos por chegar lá, e chegar bem.  (Autor desconhecido) Colaboração de Tere e Nelson Eq.04 - N. S. da Esperança Votorantim-SP CM 476


MEDITANDO EM EQUIPE O apóstolo Santo André fecha o calendário litúrgico do mês de novembro. Porém, de maneira tão discreta que até lembra o crepúsculo. Mas ele foi sempre assim: jamais subiu ao palco; sempre trabalhou nos bastidores. Levou seu irmão Simão a Jesus; de imediato, Simão tornou-se Pedro, a pedra fundamental da Igreja (Jo 1,40-42; Mt 16, 16-19); e André continuou nos bastidores. Levou a Jesus um garoto que tinha cinco pãezinhos; de repente, os pãezinhos do garoto se multiplicaram e saciaram cinco mil homens (Jo 6, 8-9). Milagre estrondoso! Mas André continuou nos bastidores. Levou a Jesus uns gregos, que queriam conhecê-lo (Jo 12,22); e continuou nos bastidores. Tem sentido um apóstolo sempre nos bastidores? Se tem!? Quem sabe se não está faltando à Igreja de hoje justamente esse apostolado corpo a corpo? Nos bastidores?

Escuta da Palavra em Jo 1,35-41 Sugestões para a meditação: 1. “Que procurais?” (v.38): junte esta pergunta de Jesus àquela que Deus faz a Adão: “Onde estás?” (Gn 3,9). Procure responder sinceramente às duas. 2. Identifique o outro discípulo, que estava com André (v.40). 3. Por que Jesus mudou o nome de Simão? 4. É justificável esta pergunta de Natanael: “De Nazaré pode sair algo de bom” ? (v46) Frei Geraldo de Araujo Lima, O.Carm.

Oração Litúrgica “Vede, pois, quem sois vós, irmãos, vós que recebestes o chamado de Deus; não há entre vós muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de família prestigiosa. Mas o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e, o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte; e, o que no mundo é vil e desprezado, o que não é, Deus escolheu para reduzir a nada o que é, a fim de que nenhuma criatura possa vangloriar-se diante de Deus. Ora, é por ele que vós sois em Cristo Jesus, que se tornou para nós sabedoria proveniente de Deus, justiça, santificação e redenção, a fim de que, como diz a Escritura, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1Cor 1, 26-31).


Símbolo do 3o Encontro Nacional das ENS Aparecida 2015,

escolhido entre vários apresentados no

último Encontro do Colegiado em Itaici-SP

Casal Dançando: Simboliza a alegria de festejar o Matrimônio. “As Bodas de Caná” O Verde-amarelo representa o Casal Brasileiro.

Aparecida no Coração: Simboliza Nossa Senhora Aparecida no coração dos brasileiros. O Azul-marinho invertido significa o Coração do Brasil

O Caminho: Usando como referência à passarela em Aparecida, foi desenhado o número 3, representando Terceiro Encontro Nacional e ao mesmo tempo simbolizando o espírito de peregrinação. O Marron terra representa uma caminhada de humildade (descalço) sobre o chão de terra em busca da santificação conjugal.

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luís Coelho, 308 • 5o andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (0xx11) 3256.1212 • Fax: (0xx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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